ESTADO DE ALAGOAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE LAGOA DA CANOA-AL

SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL

PROJETO CREAS

VIOLÊNCIAS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES:

Crescer sem violência

LAGOA DA CANOA – AL

2023
INTRODUÇÃO

Segundo Margarido, a palavra violência vem do latim “violentia”, que significa

“a força que se usa contra o direito e a lei”, e a palavra violento vem do latim
“violentus”, é todo aquele que age com força impetuosa excessiva, exagerada. Na língua
latina, a palavra apresenta também o significado de “poder”, “dominação”, e o seu uso é
concedido àquele que exerce autoridade na impossibilidade de resistência, violando a
integridade do outro (MARGARIDO, 2010, p. 21).
Nas últimas décadas, o reconhecimento da violência como problema de saúde
pública no Brasil e da necessidade de proteger as crianças e adolescentes, a fim de
contribuir para seu crescimento e desenvolvimento, ampliou as políticas e estratégias
voltadas para a emergente questão da violência dentro dessa faixa etária.
Em consonância com a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), o Brasil
foi o primeiro país a promulgar um marco legal, o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), sancionado pela Lei no 8.069/90. Constituiu-se no instrumento de garantia da
cidadania, dando prioridade absoluta a crianças e adolescentes nos cuidados e na
proteção contra a negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e/ou
opressão. O ECA criou também obrigações legais dos profissionais de saúde quanto à
notificação por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais; criou ainda o Conselho
Tutelar, órgão responsável por iniciar a avaliação da situação denunciada,
desencadeando as medidas a serem adotadas pelas redes específicas de atenção.
Na esteira desses movimentos, diversos fatos aconteceram no Brasil para
ampliar a discussão sobre o tema, com a finalidade de conhecer qual é a realidade das
violações e aplicar programas e medidas que consigam superá-las. Em 2010, foi
aprovada a Proposta de Emenda Constitucional n°65, conhecida como PEC da
Juventude; em 2011, realizou-se a Conferência Nacional de Juventude com o tema
“Juventude, desenvolvimento e efetivação de direitos”; em maio de 2013, foi aprovado
o novo Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e
Adolescentes; em agosto de 2013, aprovou-se a Lei no 12.852, que institui o Estatuto da
Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens.
É durante a infância e a adolescência que formamos e desenvolvemos grande
parte da estrutura física, emocional, afetiva, cognitiva e social dos indivíduos. Os
esforços da família, comunidade, instituições e do Estado em assegurar os direitos das
Crianças e dos Adolescentes são fundamentais para garantir a dignidade da vida e uma
sociedade mais justa para essa demanda.
Apesar da legislação existente e de alguns avanços na proteção de crianças e
adolescentes, uma vida sem violência e uma cultura de respeito aos direitos humanos
ainda permanecem um grande desafio para todos nós. As mais variadas formas de
violência acontecem no contexto familiar, apresentando as seguintes modalidades de
ação ou omissão: Violência física, psicológica, negligência, abandono, sexual etc.
Dessa forma, vale ressaltar que diante de todos os desafios enfrentados, cabe
destacar ainda o SILÊNCIO que contribui para a continuidade da violência e para sua
perpetuação, deixando a criança e o adolescente em grave situação de risco. As
violências cometidas contra crianças e adolescentes trazem serias consequências para o
desenvolvimento dos mesmos, levando até a reprodução de modelos violentos e
inadequados, consequências essas que podem ser a de curto, médio e longo prazo.
JUSTIFICATIVA:

Trata-se de um projeto voltado para o enfrentamento da violência contra crianças

e adolescentes, cuja ocorrência gera prejuízos significativos. Vários são os fatores que
contribuem para que essa prática seja observada e mantida, dentre os quais destacamos
as relações de poder e de gênero predominantes na sociedade, às características do
agressor e da vitima, questões culturais, medo de denunciar, dentre outros.
O Estatuto da criança e do adolescente determina em seu artigo 5º: “Nenhuma
criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligencia, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais”.
Para o enfrentamento faz-se necessário que os direitos das crianças e dos
adolescentes sejam efetivamente considerados DIREITOS HUMANOS e que ações
nesse sentido façam parte das politicas publicas do Município com ações de
PREVENÇÃO, COMBATE, ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO de crianças
e adolescentes vitimizadas.
OBJETIVOS

GERAL:

Promover ações voltadas para a defesa e efetivação dos direitos humanos das
crianças e dos adolescentes, prevenindo e combatendo qualquer tipo de violência
garantindo proteção.

ESPECÍFICOS:

 Assistir crianças e adolescentes vitimas de violências e suas respectivas famílias,

buscando o fortalecimento de vínculos familiares e a convivência tanto na
família como nos diversos grupos sociais;
 Potencializar a atuação em rede no Município tendo como foco a defesa e
garantia, prevenindo e combatendo as violências em questão;
 Sensibilizar pais e responsáveis sobre a importância de uma educação sem
violência.

PUBLICO ALVO:

 Crianças, adolescentes e pais ou responsáveis.

PARCERIAS ALMEJADAS:

 Secretaria de Assistencia Social

 Conselho Tutelar
 Secretaria de Educação
 CRONOGRAMA DE AÇÕES:

O presente projeto visa ações voltadas para todo ano, necessitando inclusive
de blusas temáticas para identificação visual. As ações estão previstas para
acontecerem da seguinte forma:

ZONA RURAL

TEMA AÇÃO LOCAL MATERIAL RESPONSÁVEL

 Apresentação de  Escola data show; equipe Creas.
olência v Violência sexual fantoche campestinho, Olho , lanche,
microfone;
D’água, Lagoa do
faixas; balões;
Mato lembrancinhas;
Pirulito,
pipoca .

Violência sexual  Apresentação de * Escola Antonica, data show;

fantoche Genipapo, Funil , lanche, equipe Creas.
microfone;
faixas; balões;
lembrancinhas;
Pirulito,
pipoca .

Violência sexual . * Escola Lagoa data show; equipe Creas.

 Apresentação de do mato, , lanche,
fantoche pintada( lagoa microfone;
queimada) faixas; balões;
Riacho fundo lembrancinha
Pirulito,
pipoca .

Violência sexual  Apresentação de * Escola Antonica, data show; equipe creas

fantoche Genipapo, Funil. lanche,
microfone;
faixas; balões;
lembrancinhas;
Pirulito, pipoca

Violência sexual  Apresentação de * Escola Alexandre, data show; equipe creas

fantoche Lagoa da pedra. , lanche,
microfone;
faixas; balões;
lembrancinhas;
Pirulito,
pipoca .
olência Violência sexual  Apresentação de * Escola Capim, data show; equipe creas
fantoche Cavaco. , lanche,
microfone;
faixas; balões;
lembrancinhas;
Pirulito,
pipoca .

 Apresentação de Escola pau d‘arco, equipe creas

Violência sexual fantoche Mata limpa data show;
lanche,
microfone;
faixas; balões;
lembrancinhas;
Pirulito,
pipoca .

olência Violência sexual  Apresentação de Escola Folha Miúda, equipe creas

fantoche Barro vermelho data show;
, lanche,
microfone;
faixas; balões;
lembrancinhas;
Pirulito,
pipoca .

olência Violência física , palestra informativa com Escola data show; Equipe Creas
Psicologica, os pais. , lanche, panfleto,
sexual, água, cadeiras,
abandono, notebook;
negligência, microfone;
trabalho infantil cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas

ZONA URBANA
 TEMA AÇÃO LOCAL MATERIAL RESPONSÁVEL
Violência física , *exibição de *Escola Governador data show; equipe Creas.
olência psicologica filme( momento cinema) Luiz cavalcante. , lanche, panfleto,
com interaçao dos alunos água, pícole ,
sobre o tema abordado. cadeiras,
notebook;
microfone;
cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.

olência Violência física , *palestra informativa com *Escola Prof. José data show; equipe Creas.
olência psicologica alunos Rodrigues Filho , lanche, panfleto,
*dinâmica; água, pícole ,
*vídeo. cadeiras,
notebook;
microfone;
cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.

Violência sexual, *Escola Governador data show;

trabalho infantil *palestra informativa com Luiz cavalcante.; , lanche, panfleto, equipe Creas.
alunos água, pícole ,
*dinâmica; cadeiras,
*vídeo. notebook;
microfone;
cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.

Violência sexual, . *palestra informativa *Escola Prof. data show; equipe Creas.
Trabalho infantil com alunos José Rodrigues , lanche, panfleto,
*dinâmica; Filho água, pícole ,
*vídeo. cadeiras,
notebook;
microfone;
cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.

Abandono/ . *palestra informativa *Escola Governador data show; equipe creas

negligência com alunos Luiz cavalcante.; , lanche, panfleto,
*dinâmica; água, pícole ,
*vídeo. cadeiras,
notebook;
microfone;
cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.

Abandono/ . *palestra informativa *Escola Prof. José data show; equipe creas
negligência com alunos Rodrigues Filho , lanche, panfleto,
*dinâmica; água, pícole ,
*vídeo. cadeiras,
notebook;
microfone;
cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.
olência física , *palestra seguida com *Escola Nossa data show; equipe creas
Psicologica, apresentação dos próprios Senhora da Conceição. , lanche, panfleto,
sexual, alunos água, pícole ,
abandono, *vídeo. cadeiras,
negligência, notebook;
trabalho infantil microfone;
cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.

olência Violência física , . *palestra informativa Auditorio da educação data show; equipe creas
Psicologica, com os pais. , lanche, panfleto,
sexual, *vídeo. água, cadeiras,
abandono, notebook;
negligência, microfone;
trabalho infantil cadeiras; mesas;
faixas; balões;
lembrancinhas.
METODOLOGIA:

O referido projeto tem por finalidade cumprir a função educativa inerente a

função desempenhada no Creas, fazer a defesa de direitos violados.
Nesse sentido, o planejamento foi realizado de forma minuciosa de acordo com a
análise de conjuntura, de forma que as atividades sejam eficazes ao realizar o projeto,
bem como prever os custos e materiais necessários e identificar antecipadamente
situações que impliquem na alteração de estratégias para cumprir os objetivos
propostos.
Nesse viés, diante da realidade posta, as ações a serem desenvolvidas nas escolas
da zona rural e da zona urbana do município, na zona rural serão desenvolvidas ações de
apresentação de fantoche com os alunos e profissionais da escola e a equipe do CREAS.
As ações a serem desenvolvidas nas escolas da zona urbana do município serão
de exibição de filmes (momento cinema) com interação dos alunos sobre o tema
abordado, palestra informativa com alunos,dinâmica,vídeo, palestra informativa com os
paisv e vídeo.
 RECURSOS:

 06 mesas
 50 cadeiras
 Bexigas (Branco e preto)
 1 banner
 1 carro de som
 Água mineral
 Panfletos Creas
 Lanches,
 Decoração temática
 Microfone
 Papel A4
 Canetas,
 Lápis comum
 08 Blusas temáticas (Crescer sem violência)

RECURSOS HUMANOS:

 Psicóloga;
 Assistente social
 Advogada
 Agente administrativo
 Motorista
 Serviços gerais.

RESULTADOS ESPERADOS:

Identificação de violências, amenização dos traumas causados pela violência,

redução da revitimização, melhoria na convivência grupal e familiar e fortalecimento
dos vínculos afetivos e protetores na família.
CONCLUSÃO

A violência é sempre um ato de covardia. Em quaisquer de suas manifestações,

sob quais condições sejam praticadas, ela consiste sempre uma situação onde alguém
faz uso da força ou sua posição de vantagem, para oprimir o outro em benefício próprio.
É nesse sentido que qualquer tipo de violência causa-nos sempre indignação e
revolta. A praticada covardemente, contra criança e adolescentes, é ainda mais
repugnante, visto que estas são pessoas em pleno desenvolvimento e, portanto, carecem
de toda proteção.
Dessa forma, considerando-se que se tratam de seres totalmente indefesos, a
prática de violência contra a população infanto-juvenil, têm seus resultados sentidos
com maior intensidade, vez que ainda estão em fase de desenvolvimento físico e mental
e, sendo assim, todas as manifestações da violência afetam seu caráter e personalidade.
Sabe-se que o maior índice de violência ocorre no seio familiar, desencadeado
pela desestrutura familiar e outra série de fatores pessoais e sociais que ocasionam essa
violência e fazem com que ela fique, na maioria dos casos, acobertada pela relação de
poder, respeito ou mesmo de amor, dos pais ou familiares, com essas crianças.
Portanto, conclui-se que a violência contra crianças e adolescentes é ainda uma
realidade no Brasil. Diariamente ocorrem os mais diversos casos dessa prática
inadmissível e essa cultura da violência está intrínseca na história do nosso país e do
mundo. Desde os primórdios tem-se essa prática covarde. Foi buscando avançar nessa
realidade cruel que houve várias manifestações em torno da erradicação da violência
contra crianças e adolescentes.
 EQUIPE CREAS:

 Psicóloga – Andressa Ferreira da Silva

 Assistente social – Jane Clécia Dantas da Silva
 Advogada – Angra Renata da Silva
 Agente administrativo – Eliane Gomes
 Motorista – João Victor Dantas Rodrigues
 Serviços gerais – Maria Aparecida Lino Pereira
 Coordenação: Joselma L. Melo Xavier
REFERÊNCIAS

AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. D. A. Notas para uma teoria crítica da

violência familiar contra crianças e adolescentes. Infância e violência doméstica:
fronteiras do conhecimento. 3ª. ed. São Paulo: Ed. Cortez, 2000.

BRASIL. Constituição Federal. [S.l.]: [s.n.]. 1988.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto da criança e do adolescente. 2a ed. Brasília:

MS; 2003.

et al. Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado: Doutrina e

Jurisprudência. São Paulo: Conceito Editorial, 2011.

MARTINI, I. Estatuto da Criança e do Adolescente: uma cidadania jurídica?. São

Paulo: [s.n.], 2011.

SOUTO, D.F, et al. Violência contra crianças e adolescentes: perfil e tendências

decorrentes da Lei nº 13.010. São Paulo: Reben, 2017.

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