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FME- Fundamentos de

Máquinas Eléctricas
A máquina assíncrona

Nuno Alexandre Soares Domingues


nndomingues@gmail.com
Transformador
A máquina assíncrona

Nuno Alexandre Soares Domingues


nndomingues@gmail.com
Enquadramento
Transformador

Magnetismo e campos magnéticos


• A maioria das máquinas eléctricas depende directa ou indirectamente do
magnetismo.
• Todos os ímanes possuem um pólo norte e um pólo sul, com propriedades de
atracção de pólos diferentes e de repulsão de pólos iguais.
• A influência magnética pode ser visualizada pela experiência das limalhas de
ferro (Arago, 1820).
• Ao conjunto de todas as linhas de campo magnético que saem do pólo norte
chama-se fluxo magnético.

Nº 4
Transformador monofásico
Transformador

Definição e constituição
• É uma maquina eléctrica estática que consegue transferir
energia elétrica de um circuito para outro, geralmente com
tensões e correntes diferentes, mantendo a mesma frequência
e aproximadamente a mesma potência.
• É normalmente composto por uma bobina de enrolamento
primário e uma bobina de enrolamento secundário, que
envolvem um núcleo de material ferromagnético.
• Contudo, existem alguns transformadores que possuem mais
de um enrolamento secundário. Neste caso, o equipamento
terá maiores dimensões e haverá um aumento considerável no
preço devido à maior quantidade de material usado para o
fabrico.
• Para o seu funcionamento, a bobina do enrolamento primário é
submetida a uma tensão eléctrica.

Nº 6
Transformador

Aplicação e utilização
• A tensão eléctrica na bobina do enrolamento primário é
transformada noutra tensão na bobina do enrolamento
secundário, mantendo a potência elétrica praticamente
constante.
• Pode ser utilizado para:
o alterar os valores de tensão e corrente;
o alterar os valores de impedâncias em circuitos eléctricos;
o aumentar o calibre dos aparelhos de medida;
o fazer a separação eléctrica de circuitos (isolamento
galvânico).

Nº 7
Transformador

Principio de funcionamento
• Foi verificado que:
o é possível criar um campo magnético a partir de uma corrente eléctrica (Oersted, 1820);
o é possível criar uma corrente eléctrica num circuito através de um fluxo magnético variável,
mas se o fluxo não for variável não existe corrente eléctrica (Faraday, 1821);
o o sentido da corrente induzida é tal que o campo magnético por ela criado é oposto à
variação do fluxo magnético que lhe deu origem (Lenz, 1834).
• O principio de funcionamento de um transformador baseia-se nas experiências supra e em:
o Lei de Biot-Savart: uma corrente elétrica I produz um campo magnético B;
o Lei de Ampère: calcula o campo magnético H a partir de uma distribuição de densidade de
corrente elétrica J;
o Leis de Maxwell: os campos magnéticos podem ser gerados através de correntes elétricas
(lei de Ampère original) e por campos elétricos que variam no tempo.

Nº 8
Transformador

Principio de funcionamento

• A alteração na corrente presente na bobina do circuito primário altera o fluxo


magnético nesse circuito e também na bobina do circuito secundário. A bobina do
circuito secundário encontra-se sob influência direta do campo magnético gerado
no circuito primário.
• A mudança no fluxo magnético na bobina secundária induz uma tensão elétrica
na bobina secundária.
• A tensão induzida é diretamente proporcional à taxa de variação do fluxo
magnético no circuito.

Nº 9
Transformador

Simbologia
Enrolamento Enrolamento
primário secundário

Núcleo
magnético

Enrolamento Enrolamento
primário secundário

Enrolamento Enrolamento
primário secu ndário

Enrolamento
Enrolamento
primário
secu ndário

Nº 10
Transformador

Caracterização

• Descrição • Grandezas magnéticas


oNúcleo (Tipo quanto ao Número de troços) o Força magnetomotriz
oEnrolamentos o Relutância magnética
o Fluxo
 Número de enrolamentos: primário e
secundário(s) o Indução
• Características
 Numero de espiras em cada
enrolamento o Potência aparente nominal
o Tensão nominal do primário/ Tensão
• Grandezas eléctricas em vazio do secundário
oCorrentes o Frequência
oTensões e f.e.m. o Nº de fases
oPotências o Tensão de curto-circuito

Nº 11
Transformador

Relação entre as principais grandezas (rever EG)

- força magnetomotriz em cada bobina:


- relutância magnética do núcleo:

- fluxo induzido que circula pelo núcleo:



- densidade de fluxo em cada troço do núcleo:

- força electromotriz induzida por espira:

- força electromotriz induzida por bobina de n espiras:

Nº 12
Transformador

Transformador de potência

• O transformador elevador serve para elevar a tensão existente no


enrolamento primário do transformador. Para conseguir elevar
esta tensão, o enrolamento secundário deve ter maior número de
espiras do que o enrolamento primário, pois assim a indução
magnética no secundário é maior .
• O transformador abaixador serve para reduzir a tensão existente
no enrolamento primário do transformador. Para conseguir
reduzir a tensão, o enrolamento secundário deve ter menor
número de espiras do que o enrolamento primário, pois assim a
indução magnética no secundário é menor.

Nº 13
Transformador

Transformador de potência

Nº 14
Transformador

Transformador de potência

Transformador Transformador
Central Eléctrica Transporte Consumo
Elevador Abaixador

Qual é a necessidade de se terem estes transformadores?

Nº 15
Transformador

Transformador de potência: Exercícios de cálculo

1-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre com


secção 400mm2 e densidade de corrente 5A/mm2 que alimenta um consumo
agregado de 2,2MVA a 230V. Calcule as perdas de transporte na linha.

Nº 16
Transformador

Transformador de potência: Exercícios de cálculo

1-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre com


secção 400mm2 e densidade de corrente 5A/mm2 que alimenta um consumo
agregado de 2,2MVA a 230V. Calcule as perdas de transporte na linha.

2-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre que


alimenta um consumo agregado de 2,2MVA a 230V. Pretende-se que a queda de
tensão máxima seja de 5%. Calcule a secção mínima dos condutores.

Nº 17
Transformador

Transformador de potência: Exercícios de cálculo

1-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre com


secção 400mm2 e densidade de corrente 5A/mm2 que alimenta um consumo
agregado de 2,2MVA a 230V. Calcule as perdas de transporte na linha.

2-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre que


alimenta um consumo agregado de 2,2MVA a 230V. Pretende-se que a queda de
tensão máxima seja de 5%. Calcule a secção mínima dos condutores.

3-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre com


secção 400mm2 e densidade de corrente 5A/mm2 que alimenta um consumo
agregado de 2,2MVA a 230kV. Calcule as perdas de transporte na linha.

Nº 18
Transformador

Calcule as perdas de transporte na linha. Calcule a queda


de tensão na linha.

Nº 19
Transformador

Calcule as perdas de transporte na linha. Calcule a queda


de tensão na linha.

Nº 20
Transformador

Calcule as perdas de transporte na linha. Calcule a queda


de tensão na linha.

Nº 21
Transformador

Calcule as perdas de transporte na linha. Calcule a queda


de tensão na linha.

Nº 22
Transformador

Calcule as perdas de transporte na linha. Calcule a queda


de tensão na linha.

Nº 23
Transformador

Calcule as perdas de transporte na linha. Calcule a queda


de tensão na linha.

Nº 24
Transformador

Calcule as perdas de transporte na linha. Calcule a queda


de tensão na linha.

Nº 25
Transformador

Transformador de potência: Exercícios de cálculo

1-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre com


secção 400mm2 e densidade de corrente 5A/mm2 que alimenta um consumo
agregado de 2,2MVA a 230V. Calcule as perdas de transporte na linha.

2-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre que


alimenta um consumo agregado de 2,2MVA a 230V. Pretende-se que a queda de
tensão máxima seja de 5%. Calcule a secção mínima dos condutores.

3-Considere uma linha de transporte com 50km de condutores de cobre com


secção 400mm2 e densidade de corrente 5A/mm2 que alimenta um consumo
agregado de 2,2MVA a 230kV. Calcule as perdas de transporte na linha.

Nº 26
Transformador

Caraterização das Redes de Distribuição a 31 de


dezembro 2018 em Portugal (fora do âmbito de FME)

Source:
https://www.edpdistribuicao.pt/sites/edd/files
/2019-04/Caracterizacao-das-Redes-de-
Distribuicao-a-31-dez-2018-ERSE_1.pdf

Nº 27
Transformador

O núcleo- materiais

Tem a função de conduzir, para


as espiras do secundário, o fluxo
criado pelas espiras do primário,
melhorando a ligação magnética
entre os enrolamentos.

Materiais ferromagnéticos

Nº 28
Transformador

Transformador monofásico
Transformador

Transformador ideal

- Toda a potência na entrada é entregue à saída


- A resistência dos condutores das bobinas é nula
- As fugas magnéticas (devido ao fluxo de dispersão) são nulas
- A relutância do circuito magnético é nula
- As correntes de Foucault são nulas
- Não existe histerese

𝑈 𝐼 𝑁
𝑆 =𝑆 𝑈 𝐼 =𝑈 𝐼 𝑚= = =
𝑈 𝐼 𝑁

Nº 30
Transformador

Transformador real

Possui perdas:
• nos condutores dos enrolamentos: Joule e fluxo de dispersão
• no núcleo magnético: correntes de Foucault e Histerese

Nº 31
Transformador

Perdas no Transformador real

• nos condutores dos enrolamentos: Joule

𝑃 =𝑅 𝐼

Nº 32
Transformador

Perdas no Transformador real

• nos condutores dos enrolamentos: fluxo de dispersão


Fluxo ligado
L
I1 I2
Parte do fluxo gerado pela bobina do primário (1) não circula
pelo núcleo e portanto não abraça com a do secundário. Este
fluxo d chama-se fluxo de dispersão. Este fluxo de dispersão
é representado no equivalente eléctrico como uma bobina.
Para minimizar estas perdas é necessário que os
enrolamentos estejam bem acoplados, ou seja, que os
enrolamentos estejam o mais próximo possível um do outro. Fluxo de dispersão
Pode-se também intercalar os enrolamentos (interleaving).
Nº 33
Transformador

Perdas no Transformador real

• no núcleo magnético: correntes de Foucault

• Para a construção do núcleo ferromagnético são


usadas chapas de aço laminadas (sendo mais comum
as chapas de aço-silício por terem maior
resistividade) para diminuir as perdas por Correntes
de Foucault ou correntes parasitas. O isolamento
entre as chapas é verniz (silicato de sódio) ou por
oxidação (tratamento químico). Source:
CERVA, L. L. Desenvolvimento de uma máquina síncrona com imãs permanentes e núcleo
sintetizado utilizada em aerogerador. Tese PhD. UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2014

Nº 34
Transformador

Perdas no Transformador real

• no núcleo magnético: Histerese L

A histerese é a tendência de um sistema


Source:
conservar as suas propriedades magnéticas na
CERVA, L. L. Desenvolvimento de uma máquina síncrona com imãs permanentes e núcleo ausência do estímulo que as gerou. Também é
sintetizado utilizada em aerogerador. Tese PhD. UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2014
conhecido por memória magnética.

Para diminuir as perdas por efeito de histerese, os


núcleos ferromagnéticos possuem um entreferro de ar. Nº 35
Transformador

Transformador real

Há outras perdas que são desprezíveis, tais como: sonoras, por vibração e correntes parasitas induzidas no exterior.

Nº 36
FME- Fundamentos de
Máquinas Eléctricas
A máquina assíncrona

Nuno Alexandre Soares Domingues


nndomingues@gmail.com
Transformador

Circuito equivalente do transformador real


I1 R1 L1 I2 R2 L2
𝑆 - Potência aparente no primário

I0

Transformador ideal
𝑆 - Potência aparente no secundário
Ip Im
𝑆 - Potência aparente da carga

Rp Lm U2
U1 E1 E2 𝑚 - Relação de transformação:

𝑃 – Perdas por efeito de joule nos enrolamentos

𝑃 – Perdas por efeitos magnéticos

𝜂 - Rendimento

𝑈 - Tensão do primário ou tensão aplicada 𝐼 - Corrente de vazio 𝑈 - Tensão do secundário ou tensão na carga

𝐼 - Corrente do primário ou Corrente absorvida 𝐼 - Corrente de magnetização 𝐼 - Corrente do secundário

𝑅 – Resistência dos condutores do primário 𝐼 - Corrente parasita (de histerese e de Foucault) 𝑅 – Resistência dos condutores do secundário

𝑋 – Reactância de dispersão do primário 𝐸 - Tensão induzida no primário 𝑋 – Reactância de dispersão do secundário

𝑁 - Número de espiras do primário 𝐸 - Tensão induzida no secundário 𝑁 - Número de espiras do secundário

Nº 38
Transformador

Relações de grandezas

𝑆 =𝑆
𝑈 𝐼 Relação entre tensões e correntes
𝑈 𝐼 =𝑈 𝐼 𝑚 = =
𝑈 𝐼 no primário e no secundário
𝑁
𝑚=
𝑁
𝑈 𝑍 Relação entre impedâncias
𝑍 = 𝑚 = no primário e no secundário
𝐼 𝑍

𝑈
𝑍 =
𝐼

Nº 39
Transformador

Circuito equivalente em PI ou de Steinmetz


I1 R1 L1 I’2 R’2 L’2 U′ = U .m

I0 I

Transformador ideal
I′ =
Ip Im 𝑚

Lm U2 𝑅
U1 Rp U´2 𝑅 =
𝑚

𝑋
𝑋 =
𝑚

U = U + Z .I
Existem literaturas que empregam as seguintes grandezas:
𝑅 =𝑅
𝐼 =𝐼 +𝐼
𝑋 = 𝑋
𝑅 =𝑅 𝐼 =𝐼 +𝐼
𝑋 =𝑋
Nº 40
Transformador

Circuito equivalente (em L invertido) reduzido ao primário

I1 I’2 Req Xeq


U′ = U .m
I0
IP Im I
I′ =
U´2 𝑚
U1
Rp Xm
𝑅 =𝑅 +𝑅

𝑋 =𝑋 +𝑋

Tendo em conta que 𝑅 + 𝑗𝑋 <<(𝑅 // 𝑗𝑋 ), pode-se


utilizar o esquema equivalente em L em vez do PI, facilitando U = U + Z .I
bastante a análise e os cálculos sem perda de rigor.

Nº 41
Transformador

Ensaios

• Em vazio • Grandezas medidas


• Em curto-circuito o Tensão
• Em corrente contínua o Corrente
• Em carga o Potência activa

Permitem determinar os parâmetros do circuito equivalente.

Nº 42
Transformador

Ensaio em vazio
• O transformador não tem qualquer carga ligada ao secundário.
• O funcionamento do transformador é como uma bobina real com núcleo de ferro.
• Pode-se determinar o valor da impedância do circuito de magnetização, calculando
separadamente a sua componente óhmica e a sua componente reactiva.
I1=I0 I’2=0A Req Xeq
𝑈
𝑅 = IP
𝑃
I0
U1
IP Im 𝑃
𝑐𝑜𝑠𝜑 =
𝑈 𝐼
U1
Rp Xm
𝑈
𝑋 = Im
𝐼 𝑠𝑒𝑛𝜑 I1=I0

Nº 43
Transformador

Ensaio em curto-circuito
Estabelece-se uma ligação eléctrica franca (shunt) entre os terminais do secundário, e
alimenta-se o primário com uma tensão tal que provoque a passagem da corrente de
primário nominal. As ucc típicas para transformadores de potência estão entre 3 e 10% de Un.
I1 I’2 Req Xeq
I1 I’2=I1 Req Xeq
I0<<I’2
I0=0A
U1
U1
Rp Xm
IP IR e q

U1 𝑃
Im 𝑅 =
𝐼 IR e q

Nota: Para maior clareza, I0 𝑈


IX U1
𝑍 =
atribuíram-se valores IX 𝐼
e q

excessivos a Ip, Im e I0.


e q

I’2 I’2=I1
𝑋 = 𝑍 −𝑅
I1
Nº 44
Transformador

Ensaio em carga

• Realizam-se ensaios com o transformador a alimentar diferentes valores de carga.


• As cargas podem ser indutivas, resistivas ou capacitivas.

I1 I’2 Req Xeq


𝐼 =𝐼 +𝐼
I0
𝐼 =𝐼 +𝐼
IP Im U´2
Zc U = Z .I
U1
Rp Xm U = U + Z .I

Nº 45
Transformador

Potência de perdas
As perdas nos enrolamentos dos condutores, perdas no cobre, são por efeito de Joule
e dadas por:
𝑃 =𝑅 𝐼

As perdas no núcleo magnético, perdas no ferro, podem ser por histerese e por
correntes de Foucault, dadas respectivamente por:
𝑃 = 𝐾 𝑉𝑓𝐵 𝐾 =100 Para chapas de alta qualidade e o seu valor máximo é 500
𝑃 =𝑃 +𝑃
𝑃 = 𝐾 𝑉𝑓 𝐵 𝐾 Depende do material do núcleo

Usualmente não se separam as perdas no ferro. Como o fluxo máximo é constante para uma tensão U1 constante, as
perdas no ferro são constantes.

𝑃 =𝑃 +𝑃

Nº 46
Transformador

Rendimento
• O transformador é a máquina elétrica mais eficiente, com rendimento acima de 90%.
• Mantendo a mesma tensão no primário, o fluxo magnético no núcleo de ferro do
transformador é independente da carga e é aproximadamente constante. Por
conseguinte, as perdas no ferro também são constantes.
• O rendimento do transformador varia com a carga. Um transformador de distribuição é
projetado para trabalhar em meia carga pois o seu regime de carga é muito variável,
tendo sobrecarga nos horários de ponta e baixa carga nas horas de vazio. Um
transformador de potência é projetado para trabalhar em plena carga. O seu
rendimento máximo é próximo do regime de carga projectado.

𝑃 =𝑃 +𝑃 +𝑃

h= = =

𝜂 => 𝑃 =𝑃 Nº 47
Transformador

Circuito equivalente reduzido ao secundário

Nº 48
Transformador

Característica externa e Regulação


• É a curva que relaciona a tensão e a corrente de saída. O ponto inicial corresponde ao
transformador a funcionar em vazio e o ponto final ao curto-circuito, pontos em que a potência é
zero.
• É importante conhecer a capacidade da máquina manter a tensão na carga constante, desde a
ausência de carga (em vazio) a um determinado regime de carga (geralmente o nominal).
• A regulação é indicada pela letra grega delta maiúsculo ∆ e a unidade é em pu ou em %.
• Pode ser um número positivo, negativo ou zero. Uma regulação positiva significa que a tensão baixa
quando a carga aumenta, sendo um comportamento característico quando alimentam cargas R e RL.
O caso oposto é característico com cargas RC.
• Uma regulação igual a zero indica que não há variação na tensão entre vazio e carga, o que é muito
raro.
• No caso dos transformadores, a regulação é geralmente baixa, porque a sua impedância interna é
muito baixa.

Nº 49
Transformador

Regulação de tensão
• A regulação de tensão é uma avaliação da variação da tensão do secundário provocadas por variações na carga.
• É um indicador da qualidade do transformador.
• É uma figura de mérito do transformador e expressa-se normalmente em percentagem.
• A regulação de tensão relaciona o comportamento da tensão em regime de carga e em vazio, em relação a uma
referência (a tensão em carga).
• A variação da tensão ocorre devido à queda de tensão (V = ZeqI) associada à impedância interna do
transformador.
• Sendo U20 a tensão do secundário em vazio e U2 a tensão do secundário em carga, a regulação é dada por:
𝑈 −𝑈
∆𝑈 % = . 100
𝑈
• Para o circuito reduzido ao primário, a regulação é dada por:

𝑈 − 𝑈′
∆𝑈 % = . 100
𝑈

Nº 50
Transformador

Regulação de tensão

• Em resumo, a regulação permite conhecer como varia a tensão no secundário


com a carga.
I1 I’2 Req Xeq
U = U + Z .I
I0
U = Z .I
IP Im U´2
Zc 𝐼 =𝐼 +𝐼
U1
Rp Xm 𝐼 =𝐼 +𝐼

Se não for possível colocar o transformador à plena carga para determinar a sua regulação de tensão, pode-se calcular a
partir dos resultados do ensaio em curto-circuito. A IEEE 1100 trata a regulação de tensão como “o grau de controle ou
estabilidade da tensão eficaz em situação de carga (normalmente especificado a outros parâmetros, como variações de tensão na
entrada, variações de carga, etc.)”. A IEC 61000-3 recomenda a definição da tensão de referência como a tensão nominal do sistema.
Nº 51
Transformador

Regulação de tensão

N
Regulação com transformador sem tensão Regulação com transformador em tensão
(são necessárias 3 manobras)

Nº 52
Transformador

Diagrama de Kapp

• O Diagrama de Kapp, ou Diagrama de Regulação, é uma ferramenta


bastante útil para análise do funcionamento de um transformador em diferentes
regimes de carga (HEATHCOTE, M. J. The J & Transformer Book, Thirteenth Edition. 13. ed.
[S.l.]: Newnes, 2007).
• Traçar o diagrama de Kapp possibilita a análise do transformador em
funcionamento, por variação da carga ou do seu fator de potência.
• A partir deste diagrama pode-se analisar graficamente a regulação de um
transformador, e prever o seu comportamento sob diversos tipos de cargas
(resistivas, indutivas, capacitivas).
• A partir dos valores dos parâmetros do transformador, das tensões em vazio
e dos valores em carga, pode-se traçar o diagrama de Kapp.
• O Diagrama de Kapp despreza o ramo de perdas no ferro.

Nº 53
Transformador

Diagrama de Kapp- sequência geral


i) Desenha-se o triângulo central (a preto) com os parâmetros do transformador multiplicados pela
corrente de carga;
ii) Desenha-se a primeira circunferência (a azul) com centro no vértice A do triângulo e raio igual à
tensão do transformador em vazio;
iii) Desenha-se a segunda circunferência com centro no vértice B com raio igual à tensão do
transformador em carga;
iv) Traça-se uma reta paralela a R2.I2 passando pelo centro da segunda circunferência. Esta reta (a
verde) representa ponto de operação de regulação com cargas resistivas;
v) A partir do centro da segunda circunferência traça-se uma reta (a lilás) até ao ponto de
intersecção das duas circunferências, este é o ponto de operação de regulação mínima;
vi) A partir do centro da primeira circunferência traça-se uma reta na direcção do prolongamento
de Z2·I2, passando pelo centro da segunda circunferência. Encontramos o lugar onde as duas
circunferências estão mais distantes entre si. Este é o ponto de operação de regulação máxima,
retornando a pior regulação com φi = φc.

Nº 54
Transformador

Diagrama de Kapp para todas as cargas


Regulação máxima ou
pior regulação

Carga indutiva

B Carga resistiva

Z2.I2 XL2.I2
A
Carga capacitiva
raio=U20 R2.I2

Regulação mínima ou
melhor regulação

Nº 55
Transformador

Diagrama de Kapp- exemplo

Ponto de
operação

U

B
jc

Z2. I2 XL2.I2
A
R2. I2

Nº 56
Transformador

Corrente e tensão de curto-circuito


• Quando se origina um curto-circuito aos terminais do secundário, o valor da
corrente neste enrolamento está limitada apenas pela sua impedância interna.
• Assim, este valor de corrente será muito elevado e provoca esforços
electrodinâmicos violentos entre as espiras dos enrolamentos.
• O dimensionamento do transformador pela sua tensão de curto-circuito ucc
obedece à reflexão:
o Se ucc for baixo, as correntes de curto-circuito em regime nominal são elevadas;
o Se ucc for elevada, as quedas de tensão em carga são elevadas.
• Para transformadores de distribuição, os valores obedecem à norma NP-443.
Tensão nominal do primário [kV] Potência nominal [kVA] Tensão de curto-circuito [%]

<= 630 4.0


<= 20
> 630; <= 1600 4.5
> 20 <= 1600 5.0 Nº 57
Transformador

Índice de carga

• Define-se índice de carga por: 𝐶 =


• Assim, as perdas no cobre são: 𝑃 = 𝑅 𝐼 =𝐶 𝑅 𝐼 = 𝐶 𝑃
• O rendimento é: . .
h=
. .

• Como a tensão afeta ambos os membros da divisão e como é muito próximo de ,a


expressão do rendimento é:
. . . . .
h= =
. . . . .

• Tendo em conta que o rendimento máximo ocorre quando , o factor de carga que
proporciona melhor rendimento é:

<=> =

Nº 58
Transformadores especiais
Transformador

Transformador de tensão- TT

• Os transformadores de tensão são dispositivos que alteram um valor de tensão,


de forma a ajustar à tensão pretendida.
• Fazem parte do grupo de transformadores de medida.

Nº 60
Transformador

Transformador de corrente- TI
Um transformador de corrente (abreviadamente TI),
também designado por transformador de
instrumentação, tem aplicações em circuitos de alta
tensão (onde circulam frequentemente correntes baixas),
fornecem correntes suficientemente reduzidas e isoladas
do circuito primário de forma a possibilitar o seu uso por
equipamentos de medição, controlo e protecção.

A ligação dos terminais deve ser feita da seguinte maneira:


•Primário: a bobina deve ser abraçada a um fio onde circula
a corrente a medir;
•Secundário: os terminais devem ser ligados em curto-
circuito (impedância nula). Um circuito aberto iria saturar o
TI e danificá-lo.

Nº 61
Transformador

Transformador de isolamento
• Tem exactamente o mesmo número de espiras no enrolamento primário e no
enrolamento secundário.
• Faz uso da separação física entre os enrolamentos para garantir um isolamento
galvânico.
• É muito utilizado em circuitos eletrónicos porque isola a tensão entre os andares,
reduzindo bastante o ruído, os transitórios e o efeito de carga.
• É também utilizado como proteção de pessoas e equipamentos na prevenção de
curto circuito fase-terra.
• São também utilizados nos equipamentos de comunicações e em equipamentos
médicos.
F

ddp

Nº 62
N
Transformador

Transformador de sinais

• São geralmente utilizados em eletrónica, trabalhando com frequências elevadas.


• São transformadores com características e aplicações muito específicas.

63
Transformador

Transformador de linha
O transformador de linha tem aplicação principal como adaptador de impedâncias em
sistemas de som. A maioria das caixas de som têm impedância de entrada de 4 ou 8 ohm.
Ligar diversas caixas de som diretamente à saída do amplificador, introduz distorção e pode
queimar o amplificador. Uma solução é ligar um transformador (designado de tronco) na saída
de 4 ou 8 ohm do amplificador, permitindo ter perdas desprezáveis nos sinais. É necessário um
transformador de linha em cada caixa para reverter novamente a linha em 4 ou 8 ohm.
Outra função do transformador de linha é a de equalizar corretamente a potência aplicada na
caixa de som.
Nos monitores, equipamentos de produção, CCTV e televisões de CRT, é também comum
encontrar estes equipamentos.

Nº 64
Transformador

Transformadores de Deslocamento de Fase ou


Defasadores
• (Em inglês: Phase-Shifting Transformers) são utilizados em linhas de transporte para
controlar a potência ativa entre sistemas independentes. Alteram o ângulo de fase
entre a tensão de entrada e a de saída.
• Será abordado nos transformadores trifásicos.

Source:
https://new.siemens.com/global/en/products/
energy/high-voltage/transformers/phase-
shifting-transformers.html

Nº 65
Transformador

Autotransformador

• O autotransformador também faz a alteração de tensão e corrente, mas


utiliza apenas um enrolamento.
• De acordo com a tensão desejada no secundário, um cursor (tap) é
deslocado para variar o número de espiras do secundário.
• A constituição diferenciada do autotransformador garante-lhe certas
vantagens: melhor rendimento, menor queda de tensão e um preço menor,
quando comparado com o transformador convencional.

Esquema eléctrico de um
auto transformador

U1 U2
Nº 66
Transformador

Autotransformador

N1 U2
U1 U1 N1 N2
N2 U2

Transformador abaixador Transformador elevador

Nº 67
Transformador

Outros modelos equivalentes do transformador (fora do


âmbito de FME)

Para o transformador ideal Para o transformador real

Nº 68
Paralelo de Transformadores
Transformador

Ligação de transformadores em paralelo


Necessidade
Quando um transformador não tem potência suficiente para alimentar a carga, pode-se colocar outro
transformador em paralelo.
Exemplos
o em necessidade de reforço temporário por um evento pontual;
o para aumenta a fiabilidade do sistema: se um dos transformadores ficar fora de serviço, o outro pode continuar a
alimentar a carga (se a potência disponível no outro transformador for suficiente para alimentar a carga);
o para se realizar manutenção num dos transformadores sem que seja necessário desligar a alimentação da carga;
o para a expansão do sistema: possibilidade de aumento da capacidade do sistema, acrescentando um
transformador para aliviar outro que esteja em sobrecarga, ou simplesmente, aumento da potência disponível
para alimentar a carga.
o para operação sob condições mais favoráveis de carga: com as variações de carga que existem ao longo do dia, é
vantajoso ter os transformadores a funcionar em condições próximas do rendimento máximo, ao introduzir ou
retirar de funcionamento para que se mantenham ligadas as que funcionem próximo do seu regime nominal.

Nº 70
Transformador

Ligação de transformadores em paralelo


Procedimento
Para a ligação física, unem-se os primários de ambos os transformadores às barras de
alimentação, e unem-se os seus secundários às barras de distribuição ou saída.

Transformador A
ReqA LeqA

Transformador B
ReqB LeqB
Nº 71
Transformador

Ligação de transformadores em paralelo


Procedimento
Para a ligação física, unem-se os primários de ambos os transformadores às barras de
alimentação, e unem-se os seus secundários às barras de distribuição ou saída.

Transformador A
ReqA LeqA

Transformador B
ReqB LeqB

Nº 72
Transformador

Ligação de transformadores em paralelo


Procedimento
Para a ligação física, unem-se os primários de ambos os transformadores às barras de
alimentação, e unem-se os seus secundários às barras de distribuição ou saída.

Transformador A
U1 ReqA LeqA U’2

Transformador B
ReqB LeqB

Nº 73
Transformador

Ligação de transformadores em paralelo


Procedimento
Para a ligação física, unem-se os primários de ambos os transformadores às barras de
alimentação, e unem-se os seus secundários às barras de distribuição ou saída.

U1 ReqA LeqA U’2

ReqB LeqB

Nº 74
Transformador

Ligação de transformadores em paralelo


Procedimento
Para a ligação física, unem-se os primários de ambos os transformadores às barras de
alimentação, e unem-se os seus secundários às barras de distribuição ou saída.

ReqA LeqA

U1
U’2
ReqB LeqB

Nº 75
Transformador

Ligação de transformadores em paralelo


Condições
O paralelo tem de respeitar a seguinte condição:
1. Igualdade de tensões e relação de transformação (transformador mono e trifásico).
2. Igualdade de desfasamento dos diagramas vectoriais do secundário em relação
ao primário (transformador trifásico).
3. Igualdade de sequência de fases (transformador trifásico).
O paralelo deve respeitar as seguintes condições:
1. Igualdade de tensões de curto-circuito (transformador mono e trifásico).
2. Uma relação de potência compatível (transformador mono e trifásico).

Nº 76
Transformador

Paralelo de transformadores- Condições


Condição
• Mesma relação de transformação composta

Consequências de não respeitar esta condição:


• Corrente de circulação de valor muito elevado entre os transformadores.
• Possível destruição de material

Nº 77
Transformador

Paralelo de transformadores- Condições


Condição
• Compatibilidade entre índices horários

Consequências de não respeitar esta condição:


• Correntes muito elevadas
• Destruição de equipamento

Nº 78
Transformador

Paralelo de transformadores- Condições


Condição
• Igualdade de tensões relativas de curto-circuito
• Notas:
• influência na distribuição da carga entre os transformadores
• Menor tensão relativa de curto-circuito, mais carga
• Admissível diferença inferior a 10% da menor 𝑉_𝑐𝑐
• O de menor 𝑉_𝑐𝑐 deve ter maior potência

Consequências de não respeitar esta condição:


• Sobrecarga num transformador e folga no outro

Nº 79
Transformador

Paralelo de transformadores- Condições


Condição
• Igualdade de potências
• Notas:
• influência na distribuição da carga entre os transformadores
• Admissível desigualdade até uma relação de 1:2 (1:3 alguns autores)

Consequências de não respeitar esta condição:


• Sobrecarga num transformador e folga no outro

Nº 80
Transformador

Tensões nominais e relações de transformação

• Para que dois transformadores possam ser ligados em paralelo é necessário terem relações de
transformação iguais e que os valores eficazes das suas tensões nominais sejam iguais. As
diferenças nas relações de transformação levariam ao aparecimento de correntes de circulação
entre os transformadores.
• Quando dois transformadores se ligam em paralelo significa que recebem energia da mesma linha
pelo primário e a transferem para outra linha pelo secundário. Assim, são iguais entre si as
tensões do primário e são iguais entre si as tensão do secundário. Desta forma, ligar dois
transformadores em paralelo requer que ambos tenham as mesmas tensões nominais no primário
e secundário, implicando que devem ter a mesma relação de transformação.

U1 U1B ReqA LeqA U’2A U’2

U1A ReqB LeqB U’2B


Nº 81
Transformador

Igualdade de sequência de fases

Utilizando lâmpadas
• Liga-se o motor no secundário de ambos os transformadores, exactamente da mesma
forma, fazendo com que o motor rode em determinado sentido. Seguindo exactamente
a ligação para o segundo transformador, as fases RST no motor estão ligadas em ambos
os casos a UVW, na mesma correspondência. Se o motor girar em sentido contrário, as
sequências são opostas e não se podem colocar os transformadores em paralelo. Neste
caso é necessário trocar dois terminais quaisquer do primário, mas tendo em conta que
a inversão do sentido de rotação (sequência) altera o desfasamento (índice) do
secundário em relação ao primário quando os tipos de ligação dos enrolamentos
primário e secundário são distintos.

Nº 82
Transformador

Tensões de curto-circuito
• A análise da distribuição de carga é às correntes secundárias, por isso no esquema
equivalente de cada transformador não se considera a impedância de excitação, tal como
representado na Figura.
• Quando se colocam em paralelo os dois transformadores, as impedâncias de curto
circuito ficam em paralelo
• Pela Lei de Kirschhoff dos nós/ divisor de corrente, se as impedâncias de curto circuito de
cada transformador forem diferentes então há um desequilibro de correntes em cada um
deles

ReqA LeqA

U1
U’2
ReqB LeqB

Nº 83
Transformador

Potências individuais dos transformadores


• As contribuições de cada um dos transformadores S’ e S’’ serão proporcionais às suas
potências nominais. Assim, ambos podem funcionar em simultâneo à plena carga.
• A potência total S solicitada pela carga será igual à soma das potências individuais
fornecidas por cada transformador S=S’+S’’, situação resultante da concordância de fase
das correntes I’ e I’’ fornecidas por T’ e T’’, respectivamente.
• Se as potências forem diferentes, pode ocorrer um transformador estar em sobre carga e
o outro estar próximo do vazio.
• Quando se agrupam transformadores de potências diferentes, o que tiver menor
potência deve ter maior impedância equivalente. Os triângulos fundamentais dos dois
devem estar entre si na razão inversa das suas potências.
• No entanto não é aconselhável efetuar o paralelo de transformadores com potências
muito diferentes (no máximo 1:3), porque assim será difícil satisfazer os requisitos
anteriores e o conjunto estará a ser subaproveitado.

Nº 84
Transformador

Deslocamentos de fase

• No caso dos transformadores trifásicos (ou polifásicos) além do problema da


polaridade dos enrolamentos de cada fase no primário e secundário, há que
acrescentar o problema dos desfasamentos que podem ocorrer entre as tensões
aos seus terminais, nas ligações em estrela, triângulo ou ziguezague.
• Podem ligar-se em paralelo dois transformadores trifásicos quando os seus
deslocamentos de fase forem iguais. Se não o forem, as correntes de circulação
entre eles podem atingir valores inaceitáveis.

Nº 85
Transformadores trifásicos
EG

Transformadores trifásicos

• Energia elétrica é gerada com três fases


• Consumidor recebe 3 fases e pode ter equipamentos monofásicos e
trifásicos
• Fases distribuídas pela instalação
• Cargas distribuídas pelas três fases
• Evitar sobrecarregar apenas uma fase
• Fases equilibradas quanto possível
• Distribuição com três fases simultaneamente
• Transformação simultânea das três fases

Nº 87
Transformador

Transformadores trifásicos

Podem ser construídos de duas maneiras:


- banco trifásico (composto por 3 transformadores monofásicos). A ligação em banco trifásico facilita a manutenção e
substituição dos transformadores, porém com maior custo de investimento. Mantem alguma potência por avaria de um
transformador;
- núcleo trifásico (composto por um único núcleo – mononuclear). A ligação em núcleo trifásico resulta em transformadores mais
eficientes, menores e mais baratos devido a necessidade de menos material ferromagnético, porém com menor flexibilidade de
manutenção.

Nº 88
Transformador

Transformadores trifásicos

3 troços verticais (Couraçado) 2 troços verticais


Nº 89
Transformador

Transformadores trifásicos

Nº 90
Transformador

Transformadores trifásicos

GSU three-phase transformer;


Core type; 35 MVA; 230/13 kV
Hydroelectric station, San
Carlos, Costa Rica

Nº 91
Transformador

Tipos de ligação

Ligação em estrela

92
Transformador

Tipos de ligação

Ligação em triângulo

93
Transformador

Circuito equivalente

• O circuito equivalente é por fase, isto é, monofásico;


• Potências no circuito equivalente representam apenas uma fase
• Potências no circuito equivalente têm de ser multiplicadas por três
para representarem o transformador trifásico real
• Tensões no circuito equivalente dependem do tipo de ligação do
transformador.

94
Transformador

Diagramas vectoriais de algumas ligações


• A ligação em estrela é designada por Y e a ligação em triângulo é designada por ∆.
• A condição fundamental para que os transformadores possam trabalhar em paralelo, é que os
terminais a juntar entre si se encontrem em todos os instantes ao mesmo potencial. Existem
diversas formas de ligar os enrolamentos. A figura ilustra algumas dessas formas de ligação:
• A forma como é efectuada a ligação do neutro numa estrela, determina o respectivo diagrama
vectorial, dado que a ligação em estrela apenas admite duas formas de realização e a ligação
em triângulo admite quatro formas de ligação. A cada uma destas ligações corresponde um
diagrama vectorial de tensões, tal como ilustrado na figura.

U V W V U W
U
V W W V
W V U W U V U

Esquemas de ligação em estrela Esquemas ligação em triângulo Nº 95


Transformador

Índice horário
Para determinar o índice sobrepõem-se os respectivos
diagramas vectoriais. O ângulo de desfasamento
corresponde ao ângulo que formam o ponteiro das
horas e o ponteiro dos minutos de um relógio, a
determinada hora, sendo a referência as 12 horas com
0°. O grupo a que o pertence o transformador é
designado por duas letras e um número. Por exemplo,
um transformador ligado em triângulo no primário e
estrela no secundário com desfasamento de -30° (ou
330º), pertence ao índice Dy11.
A relação de tensões é dada por um factor
multiplicativo da razão número de espiras do lado da
alta, NA, pelo número de espiras do lado da baixa, NB.
Nos transformadores trifásicos, a relação de
transformação é definida pela relação entre a tensão de
linha do primário e a tensão de linha do secundário.
Portanto, dependendo da ligação, a relação de
transformação pode ser diferente da relação de espiras.
Os tipos de ligação mais utilizados são 12 e estão na
chapa de características da máquina. Os índices
horários mais usuais são quatro 0, 5, 6 e 11.

Nº 96
Transformador

Tipos de ligações- balanço


• Vantagens da ligação Y-Y
Pode ser construído como auto-transformador
Como a tensão sobre o enrolamento é 57,7% da tensão de linha, o número de espiras necessário é
menor
Fornece dois níveis de tensão, fase-neutro e fase-fase
• Principal aplicação da ligação Y-∆ e ∆− Y
A ligação ∆−Y é mais utilizada como transformador elevador em subestações de produção
A ligação ∆−Y é mais utilizada como transformador abaixador em subestações industriais
O neutro do lado de alta-tensão pode ser ligado à Terra
O lado em ∆ funciona como um filtro para correntes harmónicas (fora do âmbito de FME, mas de
interesse para quem queira explorar mais).
• Vantagem da ligação ∆−∆
Transformadores trifásicos em banco podem operar em ligação Triângulo aberto, com um dos
transformadores monofásicos em manutenção, podendo fornecer 58% da capacidade nominal do
banco.

Nº 97
Transformador

Autotransformador trifásico
Em sistemas trifásicos existem também os
autotransformadores, que tem o seu
enrolamento secundário ligado
eletricamente ao enrolamento primário para
cada fase.

Nº 98
Transformador

Manutenção

Substituição de buchas em transformadores de potência.


Central hidroelétrica 67 MVA; 230/10 kV.
Nº 99
Transformador

Um dos maiores transformadores produzido pela WEG


• Produzido na fábrica de
transformadores da WEG em
Blumenau/SC
• 405 MVA , mais de 282
toneladas, 13,8kV/ 525kV.
• A central Hidrelétrica Teles
Pires está localizada na
fronteira dos estados do Pará e
Mato Grosso e em
funcionamento desde 2015.
Com 5 Unidades Geradoras de
364 MW e potência instalada
de 1.820 MW, possui energia
suficiente para abastecer
aproximadamente 13,5 milhões
de habitantes.
November 2020, https://www.weg.net/institutional/BR/pt/news/produtos-e-solucoes/usina-teles-
pires-vai-receber-um-dos-maiores-transformadores-ja-produzido-pela-weg#.X7TkBxSFL89.linkedin Nº 100
Transformador

Silica gel breather, 25MVA power transformer

Nº 101
Transformador

Isoladores

Nº 102
Transformador
Dimensionamento de Transformadores
Transformador

Dimensionamento (fora do âmbito de FME)

• O dimensionamento inicia-se pela equação de Boucherot, admitindo que a tensão e a frequência de


alimentação são impostas. A equação de Boucherot apresenta ainda 3 incógnitas: B, N e S. O valor de B
tem as seguintes considerações:
o quanto maior for o seu valor, mais elevadas são as perdas no Ferro;
o quanto mais baixo for o seu valor, maior terá de ser o produto N.S;
o na saturação, um elevado valor de B exige uma corrente magnetizante muito elevada.
• Assim, escolhe-se o material do núcleo de modo a que o B máximo seja ligeiramente inferior ao joelho
da curva de magnetização, funcionando assim na zona linear inicial.
• Os valores de N e de S são ponderados de acordo com as dimensões razoáveis do núcleo e do espaço
disponível no troço para as espiras.
• É vulgar acrescentarem-se 5% de espiras extra para compensar a queda de tensão no transformador.

Nº 104
Transformador

Descargas atmosféricas (fora do âmbito de FME)

• Para melhorar o desempenho da protecção contra descargas atmosféricas nas linhas de


transmissão, diferentes técnicas podem ser adotadas como a instalação de pára-raios
(SA), para aumentar o número de discos na cadeia do isolador (IC), melhoria da
blindagem de fios terra (GW) e para diminuir a impedância de aterramento das torres
das linhas de transmissão.

Nº 105
Transformador
Considerações sobre erros de medida
Transformador

Leituras no Wattímetro

Exemplo:
U1n/In: 150V/5A
Vazio  120 W

24 60
12
12

- 240V/2,5A - 240V/1A
- 240V/ 5A - 240V/ 5A

Nº 107
Transformador
Questões?

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