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Assunto: Exéquias

Estimado (a) membro dos CPCs, das Equipes de Liturgia e das Equipes de Catequeses das CEBs
da PNSA, saúde e paz.

“Tendes fé em Deus, tendes fé em mim também.


Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo14,1).

Retomando o DIREITO PARTICULAR da nossa Arquidiocese de Vitória do Espírito


Santo, reconheço a importância de nos empenhamos para termos todos uma mesma atitude
diante da necessidade das nossas comunidades locais.

Vejamos:

1. Fundamentação bíblico-teológica

449. Exéquias é uma celebração “parassacramental”. É constituída por um conjunto de ritos


e orações com os quais a comunidade cristã expressa o caráter pascal da morte cristã. Ora
com os parentes do falecido entregando-o à misericórdia de Deus. Isto implica no seguimento,
acompanhamento e encaminhamento de todos os passos a serem dados na realização das
Exéquias.

450. Para os cristãos, a “vida não é tirada, mas transformada” (Missal Romano, Prefácio dos
defuntos I). Obscurecida por sentimentos sombrios e trágicos na dura experiência da morte,
a fé da Igreja proclama a confiança na ressurreição (1 Cor 15,42-44).

451. O relato da ressurreição de Lázaro (Jo 11, 1-44), demonstra, por um lado como a morte
afeta a família e a Comunidade de fé e, por outro, como a fé na ressurreição, supera a visão
fatalista de que ela é a última realidade na vida humana.

452. A fé no Cristo ressuscitado é o núcleo da fé cristã. São Paulo é enfático ao afirmar que:
“Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não
há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se
Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé... Se os mortos não
ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé e
ainda estais em vossos pecados. Também estão perdidos os que morreram em Cristo. Se é só
para esta vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens,
os mais dignos de lástima” (I Cor. 12-14.16-17).

453. O cristão acredita que, com a morte, “a vida é transformada. E desfeito o nosso corpo
mortal, nos é dado, nos céus um corpo imperecível” (Pref. dos fiéis defuntos I).
454. A celebração das exéquias é uma forma da Igreja professar a sua fé na ressurreição dos
mortos “Ò morte onde está o teu aguilhão?” (1 Cort 15, 55). Os restos mortais
respeitosamente são enterrados, mas a fé nos diz que assim como pelo batismo ele morreu
para os pecados e ressuscitou para a vida (Rom 6, 4-6), assim realiza a Páscoa definitiva em
Cristo Jesus para a glória.

Tendo refletido a partir da Fundamentação bíblica, vejamos as orientações pastorais:

2. Orientações pastorais para as Exéquias:

455. A comunidade, através dos membros da pastoral da esperança, acompanhe com


profundo respeito e fé a família do falecido preparando as celebrações próprias para esse
momento, dando testemunho de fé na ressurreição e, ao mesmo tempo, de caridade com a
presença consoladora dos irmãos na fé.

456. Na ausência do ministro ordenado (diácono ou padre), presida a celebração da Palavra


e das exéquias o ministro instituído para esse serviço.

457. A paróquia apresente candidatos para serem instituídos ministros da esperança.

458. Para a celebração das exéquias, recomenda-se o uso do ritual “Nossa Páscoa, subsídio
para a celebração da esperança”. Nele encontramos a celebração de encomendação e para o
sepultamento, bem como uma celebração para os casos de cremação.

459. Os ministros ordenados exerçam com carinho e atenção o serviço das exéquias,
presidindo, quanto possível, as celebrações durante o velório, a encomendação e
o sepultamento, principalmente dos seus paroquianos.

460. A comunidade não recuse a celebração de exéquias a ninguém, mesmo que o


falecido ou sua família não participe da comunidade eclesial.

461. A coordenação da comunidade trate com carinho a família vítima de violência


acompanhando-a com os cuidados necessários.

462. Não é conveniente e nem é permitido pela saúde pública o velório na Igreja.

463. A Comunidade deve ter a sensibilidade e a prudência necessária para avaliar os casos e
empenhar-se junto à família para encontrar um local digno e adequado para o velório. A
comunidade deve empenhar-se em conseguir para o seu bairro junto ao Órgão competente
um local digno onde cristãos e não cristãos possam velar os restos mortais do parente
falecido.

464. Em hipótese alguma a Comunidade pode eximir-se de atender e consolar os que


sofrem com a morte de seus entes.
465. A celebração das exéquias, quando o corpo for cremado, seja feita antes da cremação e
no próprio prédio do crematório ou sala de cremação.

Portanto, orientamos que:


1- Acolhida e solidariedade sejam as nossas marcas e identidade.

2- No Espaço litúrgico das Comunidades (Igreja) não aconteça nenhum velório, mas
somente a Celebração das Exéquias. De forma que a permanência na Igreja seja
somente para o Rito de Exéquias, seguido da despedida dos familiares, o que dura
aproximadamente 2 (duas) horas.

3- O velório seja realizado nos espaços públicos, como nos centros comunitários e de
convivência.

4- Nas nossas comunidades, alguns Acólitos (MEE) já realizam a Celebração das Exéquias.
Porém, cada comunidade deverá inscrever no mínimo dois membros para a formação
dos MINISTROS DA ESPERANÇA. O que não exclui a possibilidade do Acólito (MEE)
também poder fazer a formação e receber mais este ministério litúrgico.

5- A formação acontecerá nos meses de setembro e outubro, em vista de celebrarmos a


instituição deste Ministério no dia 01 de outubro de 2023, Solenidade de Todos os
Santos, às 19h, no Santuário. Com temas como: “Antropologia da Morte”, “Creio na
Ressurreição da Carne”, “Novíssimos, morte, juízo, céu e inferno”, “A pandemia está
passando mas o luto continua” e “Rito das Exéquias”.

6- As comunidades serão as responsáveis por obter o livro (Nossa Páscoa, subsídio para
a celebração da esperança), e uma vestimenta para as Celebração das Exéquias que
serão realizadas pelos/as seus MINISTRO/A.

A todos minha gratidão. Por todos, minhas orações. Em todos os melhores sentimentos e
desejos.

Pe. Álvaro Negromonte, SJ


Pároco da PNSA

P.S. Os nomes dos candidatos ao Ministério da Esperança, idade e número de telefone, deverão ser
enviados para a Secretaria paroquial até o dia 01 de agosto próximo.

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