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Bater, educa?

Cartilha de perguntas e respostas, análise de caso, registros


1. Perguntas para refletir
2. Casos para analisar
3. Registros

Educar uma criança


Ser responsável por uma criança é uma tarefa que envolve grandes desafios para os
pais ou responsáveis, principalmente pelo fato de geralmente trabalharem muito dentro e fora
de casa. Além disso há também as preocupações diárias, para dar conta de realizar todos os
serviços e manter a família.
Entende-se que os responsáveis pela criança objetivam fazer com que ela seja criada
da melhor forma e que possa crescer e ser bem-sucedido ao longo da vida.
Apesar de educar não ser uma tarefa fácil, A BOA NOTICIA ‘E QUE EXISTEM
ALGUMAS FONTES DE APOIO PARA LIDAR COM ESSES DESAFIOS. Ao longo dessa
cartilha você poderá descobrir diferentes formas de educar seus filhos, ESTABELECENDO
regras e limites, oferecendo afeto e carinho, APOIO, distanciando-SE de ações que estão
voltadas para a violência e se aproximando de ações voltadas para a solução de problemas
cotidianos.

Tópico 1: Você sabia que os pais educam os filhos como foram educados?

Os pais educam os filhos da maneira que foram educados, oferecendo aos filhos aquilo
que aprenderam. Os comportamentos dos pais são modelos para os filhos e, com isso,
futuramente, eles possivelmente vão repetir esses mesmos comportamentos com os filhos que
eles terão ou com outras pessoas do convívio deles.
Existem jeitos de educar os seus filhos, o nome desses jeitos é chamado de práticas
parentais.

Afinal, o que são práticas parentais?


As práticas parentais se caracterizam por estratégias utilizadas pelos pais e mães com o
objetivo de orientar o comportamento de seus filhos.
Existem as práticas parentais negativas e as práticas parentais positivas.
E você sabia que o conjunto de pr’aticas parentais positivas ou negativas ‘e são
chamados estilos parentais
Monitoria positiva –
Colaboração
Negativo – monitoria negativa, supervisão inconsistente e pratica autoritária.

O que são as práticas parentais negativas?


As práticas parentais negativas visam a correção do comportamento inadequado da
criança, mas ela não ensina o porquê o comportamento dela estar errado.
Quando uma criança desobedece, os pais a castigam fisicamente, mas não apontam o
porquê ela errou ao se comportar da forma que esses pais não gostaram.
Ao longo do tempo, esse castigo “leve” Por Exemplos de práticas punitivas:
começando com a famosa “palmadinha no bumbum”, dar tapas na criança; bater com chinelo,
com cinta, ou qualquer outro objeto; atirar objetos nela; xingar, etc
não funcionará mais e os pais podem partir para uma violência mais extrema. Portanto,
é preciso pensar que essa violência mais “leve” pode progredir para uma agressão que pode
colocar a vida da criança em risco.
Essas práticas de bater na criança quando ela se comporta de maneira errada, são
chamadas de práticas punitivas. Essas pr’aticas são caracterizadas justamente por sua rigidez,
ou seja, pela aplicação de força e/ou abuso de poder por parte desses pais ou responsáveis.

Tais práticas envolvem alguns tipos de violência. Além disso, bater é contra a lei, pois
viola os direitos da criança, não sendo permitido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA, 1990).

Quais são os tipos de violência?

Violência Física: Uso da força física de forma intencional, não acidental, praticada por pais,
responsáveis, familiares ou pessoas próximas, com o objetivo de ferir ou levar a criança à
morte, deixando ou não marcas evidentes no corpo dela.
Violência Psicológica: Caracteriza-se por toda forma de submissão da criança na qual ela é
obrigada a obedecer aos pais ou responsáveis, por meio de agressões verbais, humilhação,
discriminação, culpabilização, indiferença ou rejeição, ameaças aos filhos. Esse tipo de
violência é muito difícil de ser identificada, pela falta de evidências imediatas de maus tratos,
apesar de muitas vezes acontecer juntamente com as outras formas de violência.

Negligência: É o ato no qual o responsável pela criança não atende os cuidados básicos para o
seu desenvolvimento físico, emocional e social. Alguns exemplos disso são: privação de
medicamentos, falta de atendimento aos cuidados necessários com a saúde, descuido com a
higiene, não dar condições para que a criança frequente a escola, ausência de afeto, entre
outros.

O que são as práticas parentais positivas?


As práticas positivas consistem em condutas que não envolvem punição e
permissividade. Na permissividade os responsáveis não estabelecem regras nem limites para a
criança.
Nas práticas positivas o adulto mantém uma relação de maior comunicação, respeito e
valorização dos sentimentos da criança.
ALEM DISSO...Essas práticas levam a criança a refletir sobre seus
comportamentos, ensinando comportamentos adequados.
(BALAOZINHO) PARA PENSAR: E vocês, pais/ responsaveis como vocês tem
levado seus filhos a refletirem sobre os comportamentos positivos deles? (dentro de um
balãozinho).

Exemplos de práticas educativas positivas: dar afeto para a criança; manter um


diálogo positivo com ela; estabelecer regras de acordo com a idade; oferecer apoio e ajuda;
elogiar as qualidades da criança; elogiar a criança quando ela se comporta da maneira correta;
apontar o que ela fez de errado de uma forma que não seja agressiva, etc.
Tópico 2: Você sabe que existem fatores de risco e de proteção ao desenvolvimento da
criança?

Mas o que são fatores de risco para o desenvolvimento da criança?


Os fatores de risco se referem a tudo aquilo que atrapalha o desenvolvimento
saudável da criança.
Um dos fatores de risco são os tipos de violência.
Podem levar a criança a desenvolver e reproduzir futuramente comportamentos
agressivos; depressão; ansiedade; transtornos antissociais; baixo rendimento na escola; e em
casos de agressões mais graves (violências), a criança pode chegar até a morte; exposição a
violência entre o casal, exposição a violência psicológica para criança, modelos inadequados
de pais, baixa receber ofensas verbais; sofrer negligência (não ter comida, roupa, afeto).

E o que são fatores de proteção para o desenvolvimento da criança ?


Os fatores de proteção diminuem os efeitos dos fatores de risco e auxiliam na
prevenção da reprodução do comportamento violento, protegendo a criança e promovendo um
desenvolvimento saudável dela.
Exemplos: dar carinho e afeto; conforto; atender as necessidades básicas, tais como
oferecer comida; conversar com a criança fazendo com que ela reflita sobre seu
comportamento propondo novas formas de agir e retirá-la do local em que a violência ocorre.

Você sabia que existem pessoas ou locais que podem funcionar como fatores de
proteção?
As pessoas e os serviços da comunidade são chamadas rede de apoio. Dentro dessa
rede de apoio existem pessoas e serviços que podem oferecer escuta, acolhimento, suporte
emocional, ajuda, acolhimento, orientação, informação, e ate mesmo encontrar afeto e
carinho. Exemplos: familiares, amigos e vizinhos, profissionais da saúde e educação.
As escolas funcionam como fatores de proteção para o desenvolvimento da criança.
Além das escolas voce conhece outras instituições que podem oferecer apoio e ajudam
a reivindicar os direitos da criança?
Ao final dessa cartilha os pais encontrarão uma lista com instituições e órgãos e
serviços que compõe a rede de apoio de suportes para criança que podem oferecer orientação
pra família
Mas também há instituições como o CRAS (Centro de Referência de Assistência
Social) e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) que, além de
profissionais que podem oferecer escuta, acolhimento, suporte emocional apoio, podem ajudar
as pessoas a buscarem pela defesa e reivindicação de seus direitos.

Quadro comparativo: Fatores de proteção e fatores de risco

Tópico 3:
Você tem refletido sobre os modos de agir na hora de educar seus filhos?
Essa reflexão se chama metaparentagem.

chamada de metaparentagem ‘e a reflexão que os pais fazem sobre o modo de educarem


os filhos? Como se vem como

pratica parental positiva:


Metaparentagem é reflexão que ele faz com ele mesmo. Sobre sua atuação e avalia os
efeitos do comportamento como pai sobre o comportamento dos filhos...
Buscando adequação daquela acao. Se sozinho consegue, se vai precisar de ajuda de
outras pessoas a novas maneiras de agir.
Algum amigo, familiar, que já e pai a mais tempo, por exemplo. Ajuda propor uma
mudança de comportamento.
E também pode buscar profissionais.

Se perguntar se o que faz esta sendo bom, esta dando resultados positivos.
refletir a respeito dos seus modos de agir como pais na relação com seus filhos?
papel, atuação como educador, dos pais, na educação dos filhos, antes ou depois de
interagir com eles.
Exemplo: ocorre quando é reflexão que ele faz com ele mesmo. Se perguntar se o que
faz esta sendo bom, esta dando resultados positivos. Avaliando os efeitos da acao dele
Exemplo: depois de bater no filho, sera que eu poderia ter feito outra coisa? Poderia
ter conversado? Poderia ter refletido?
Agora que você já sabe o que e metaparentagem, você consegue se lembrar de um
exemplo de quando usou-a refletindo sobre seu comportamento e os efeitos desse
comportamento no comportamento do seu filho?

Tópico 4: possíveis duvidas

Você pode estar se perguntando: “Mas se eu só utilizar de prática punitiva o que pode
acontecer?”. Consequências.
É importante lembrar que os comportamentos dos pais são modelos para os filhos e,
com isso, futuramente eles podem repetir esses mesmos comportamentos com outras pessoas
do convívio deles. Com isso, a criança poderia ter comportamentos violentos com outas
pessoas, ou até mesmo desenvolver outros tipos de problemas, tendo receio das pessoas ou
problemas de confiança, o que atrapalharia seu convívio social.

"Mas eu apanhei quando criança, por que não posso fazer o mesmo?".
Nesse caso, pode-se dizer que, possivelmente, essa pessoa teve contato com fatores de
proteção do que com fatores de risco já mencionados anteriormente.
Alguns pais ou responsáveis podem pensar que, se eles foram educados por meio de
punições, seus filhos devem sofrer o mesmo.
Consequências/ efeitos colaterais da punição: a punição não ensina comportamento
adequado, ela apenas vai fazer com que a criança busque outras formas de repetir o
comportamento sem que os pais descubram. A violência também pode fazer com que a
criança tenha sentimentos de raiva ou medo da pessoa que a agrediu.

eu aprendi regras e limites, se não de que outra forma aprendo a ter regras e
limites?”
É natural que ocorram comportamentos considerados inadequados por parte de seus
filhos, pois eles estão em processo de aprendizagem. Você pode e deve ensinar eles a se
comportarem de modo adequado.

De que modo posso aumentar as chances do meu filho ter comportamento adequado?
Pode começar fazendo uma lista sobre quais comportamentos quer que a criança
apresente ou que continue e os que não quer que eles mantenham.
Reforço: oferecer atenção, elogio, manifestação de carinho,

Exemplo 1: Elogiando comportamentos adequados

Elogiar nem sempre é uma ação fácil de se fazer, pois estamos acostumados a apenas
enxergar os problemas. Quando os pais elogiam os filhos, além de eles se sentirem bem, eles
aprendem a elogiar os outros e se tornam mais próximos dos pais.
O filho arrumou a cama, mas não guardou os brinquedos que estavam no quarto.
Como você poderia perguntar? O que dizemos? “Filho, por que não guardou os brinquedos?”.
E como poderia perguntar de maneira diferente? “Filho, onde você tem que guardar os
brinquedos, mesmo?”. Sempre levando a criança a refletir.
O que você acha de fazer essa pergunta ao seu filho? Sera que ensinamos como
guardar e em que lugar guardar., E dizer ao filho como deve guardar os brinquedos. Na
importância de orientar. Dar o modelo de guardar para a criança fazer igual. Pois os pais são
modelos para os filhos.
E, al’em disso, e muito importante elogiar quando os filhos cumprem uma obrigação.
Sem a valorização da tarefa cumprida, a criança fica desmotivada e pode deixar de realizar
algo que é necessário.
Também é necessário elogiar e se possível recompensar a criança quando ela se
comporta de uma maneira adequada e pelo esforço que ela teve. Por exemplo: A filha chegou
da escola com uma avaliação de matemática na qual havia tirado nota 10. Ao mostrar para os
pais, esses lhe dizem: “Parabéns! Você merece ganhar uma barra do chocolate que tanto
gosta”.

É importante sim que regras e limites sejam estabelecidos, mas sem que a punição seja
utilizada.
Deve-se decidir quais serão as regras e os limites que a criança deve seguir. Para isso,
faça uma lista sobre quais comportamentos você quer que a criança comece a apresentar (ou
continue apresentando) e quais não serão aceitos, ou seja, que não devem acontecer). Todos
os responsáveis pela criança devem estar de acordo com as regras, para que não haja
problemas e cause confusão na criança.
Tópico 5: Casos - O que fazer quando as regras forem desrespeitadas?

Quando alguma regra for quebrada é importante que algumas medidas sejam
aplicadas. Uma regra descumprida deve ser seguida de uma consequência, nunca de uma
ameaça/ violência.
Um dos objetivos de se utilizar consequências quando a criança descumpre uma regra
ou apresenta comportamentos inadequados é mostrar para a criança que ela é responsável por
seu comportamento.
Um tipo de consequência a ser utilizada que apresenta efeitos positivos é fazer a
retirada de privilégios, ou seja, retirar aquilo que a criança goste (por exemplo: passar um dia
sem assistir TV ou sem jogar vídeo game). Lembrando que essas consequências nunca podem
negar o direito das crianças às necessidades básicas (alimentação, educação, higiene, afeto) ou
lhe causar dor.
Antes de retirar o privilégio, você deve explicar à criança que isso ocorrerá, pois ela
quebrou a regra que foi combinada anteriormente com ela. A criança deverá saber que será
retirado um privilégio para que ela reflita sobre a forma adequada ou inadequada de se
comportar.
Apenas dizer que irá retirar o privilégio não fará diferença, é preciso de fato fazer a
retirada desse privilégio, caso contrário a criança perceberá que poderá se comportar da
mesma forma inadequada e não terá consequências ruins por conta disso.

Caso 1: A criança quebrou a vidraça da vizinha ao atirar uma pedra. O que você
poderia fazer quando seu filho se comportasse desse modo inadequado?
Uma prática positiva a ser utilizada nesse caso é: fazer a criança ficar no “Cantinho do
pensamento”, que pode ser qualquer canto da casa, para que ela permaneça pensando no que
ela fez e porque aquilo é errado e porque não deve se repetir. O tempo que ela deve ficar
pensando é de 1 minuto para cada ano de vida que ela tem, por exemplo, se ela tiver 7 anos
ela deverá ficar 7 minutos pensando.
Quando o tempo acabar, os pais ou responsáveis devem conversar com ela, deixando-a
a falar o que ela pensou nesse tempo. Se ela não souber o porquê está errada, os responsáveis
podem auxiliar ela a enxergar o que estava errado, oferecendo sugestões para que eles
corrijam suas falhas.
É importante explicar aos filhos os efeitos de seus comportamentos nos outros,
apontando que comportamentos prejudiciais machucam e aborrecem as pessoas.
Esse tipo de relação da criança com os pais com base no diálogo possibilita que ela
desenvolva responsabilidade sobre seus comportamentos.

Tópico 7: Registros

- anotar durante a semana comportamentos adequados e inadequados e as


consequências
- quantas vezes o responsável elogiou os bons comportamentos, qualidades da criança

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E você, como tem educado seu filho?


Qual a maior dificuldade que tem ao educar seus filhos?
Qual a maior facilidade?
Desenvolvimento humano – lucia williams

REFERÊNCIAS

BEM, Laura Alonso de; WAGNER, Adriana. Reflexões sobre a construção da parentalidade e
o uso de estratégias educativas em famílias de baixo nível socioeconômico. Psicol. estud.,
Maringá, v. 11, n. 1, p. 63-71, Apr. 2006.

D’AFFONSECA, Sabrina Mazo; WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque.


Metaparentagem: uma nova possibilidade de avaliar uma parentagem. Psicol. estud.,
Maringá, v. 18, n. 1, pág. 83-92, março de 2013.
MONDIN, Elza Maria Canhetti. PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAIS E SEUS
EFEITOS NA CRIAÇÃO DOS FILHOS. Psicologia Argumento, [S.l.], v. 26, n. 54, p. 233-
244, nov. 2017.

São Paulo (Cidade). Secretaria da Saúde. Caderno de violência doméstica e sexual contra
crianças e adolescentes. Coordenação de Desenvolvimento de Programas e Políticas de Saúde
- CODEPPS. São Paulo: SMS, p. 11-19, 2007.

SAPIENZA, Graziela; PEDROMÔNICO, Márcia Regina Marcondes. Risco, Proteção e


Resiliência no Desenvolvimento da Criança e do Adolescente. v. 10, n. 2, p. 209-216,
mai/ago. 2005.
OUTRA CARTILHA... AREAS DO DESENVOLVIMENTO... Saúde física,
desenvolvimento humano, áreas do desenvolvimento afetivo, social, mental e emocional.

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