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DISRUPTIVOS E APRENDIZAGEM
PELAS CONSEQUÊNCIAS
UNIDADE II
LIDANDO COM OS COMPORTAMENTOS
DISRUPTIVOS EM CRIANÇAS COM AUTISMO
Elaboração
Luciana Raposo dos Santos Fernandes
Atualização
Taisa Borges Grün
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE II
LIDANDO COM OS COMPORTAMENTOS DISRUPTIVOS EM CRIANÇAS COM AUTISMO......................5
CAPÍTULO 1
AFINAL, O QUE É COMPORTAMENTO DISRUPTIVO?........................................................................................ 6
CAPÍTULO 2
ESTRATÉGIAS PARA ACABAR/EVITAR A BIRRA E AS CRISES.......................................................................... 9
CAPÍTULO 3
O TRANSTORNO DE DESREGULAÇÃO DO HUMOR DISRUPTIVO (DMDD)......................................... 12
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................................15
LIDANDO COM OS
COMPORTAMENTOS
DISRUPTIVOS EM UNIDADE II
CRIANÇAS COM
AUTISMO
Figura 4. As mãos.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/as-maos-da-crianca-que-manchava_7365424.htm.
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Capítulo 1
AFINAL, O QUE É COMPORTAMENTO DISRUPTIVO?
Uma das principais queixas apresentadas de pais de indivíduos com autismo – e seus
educadores – é a emissão de comportamentos disruptivos com os quais geralmente é
difícil lidar.
As crises no TEA são mais frequentes quando a pessoa (criança ou adulta) está exposta
a vários estímulos sensoriais e não sabe como lidar com tanta informação. É diferente
da birra, pois a crise não é proposital e muito menos uma estratégia para se conseguir
algo; geralmente é uma resposta de um limite que fora extrapolado ou uma irritação
extrema.
Geralmente, as crises no TEA não estão restritas à infância apenas; elas podem
acompanhar a pessoa por toda a sua vida entendendo que a irritação causada em seu
aspecto sensorial provavelmente permanece.
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Lidando Com Os Comportamentos Disruptivos Em Crianças Com Autismo | UNIDADE ii
Na atualidade, é possível tratar essa condição por meio de intervenções aplicadas por
uma equipe multidisciplinar, sendo aconselhável que a abordagem comece na infância,
para que os episódios sejam diminuídos gradativamente.
» A crise no TEA acontece até quando a criança estiver sozinha em seu quarto,
independentemente se houver alguma pessoa por perto ou não; a criança não
procura chamar atenção por meio de uma crise, pois, na verdade, é uma forma
de expressar algo com o qual ela não consegue lidar, como por exemplo: quando
sua sensibilidade é exposta a estímulos sonoros, olfativos, toque etc.
Quando essas respostas são emitidas pela criança e ganha algum reforço, conseguindo
aquilo que querem, pode-se estabelecer com alta probabilidade a repetição dos
comportamentos e a criança repita o comportar da mesma maneira no futuro em
situações parecidas com as que foram reforçadas anteriormente.
Por esse motivo, pais percebem que seus filhos se comportam de uma maneira
indesejada em diferentes momentos, mas como muitas vezes não sabem como lidar com
esses comportamentos, eles voltam a ocorrer aumentando sua frequência e intensidade.
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» Primeiro exemplo:
Suponhamos que existe uma criança que está com os pais em casa e chegam alguns
familiares que começam a conversar com os seus pais. A criança se aproxima desses
familiares e começa a bater neles. Como consequência, todos param de conversar,
e os pais dão uma bronca nela. Nessa situação, entendemos que a resposta de
bater da criança tem função de atenção, uma vez que os familiares começaram a
conversar com os pais que antes estavam dando atenção para ela. O ideal seria
ignorar essas respostas inadequadas e ajudar a criança a emitir um mando por
atenção como falar: “olhem para mim”.
» Segundo exemplo:
Antecedente: o pai se senta com a criança à mesa e apresenta uma tarefa escolar.
Consequência: o pai retira a atividade para ela parar de chorar e depois tenta fazer
em outro momento.
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Capítulo 2
ESTRATÉGIAS PARA ACABAR/EVITAR A BIRRA E AS
CRISES
O controle das birras requer que os adultos adotam algumas estratégias, por exemplo,
finjam que não estão vendo ou levem a criança para um local isolado. Também deve-
se avaliar se atendem aos seus requerimentos, considerando que pode estabelecer um
reforçados dos comportamentos inadequados.
Ante uma crise no TEA, evite gritar com a criança, tente mudar o espaço e retire do
ambiente onde se gero a situação e, depois tente entender o que causou a crise.
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Os pais dos indivíduos com TEA são geralmente os primeiros a verificar que algo
diferente está acontecendo com seu filho, a procurar informação e ajuda, vivendo um
período de incertezas que pode anteceder o processo de formação do diagnóstico. No
entanto, cabe salientar sobre a importância da forma como esse diagnóstico é elaborado
pelos pais das crianças com TEA.
Assim que o diagnóstico é comunicado, os pais podem ser orientados para identificar
recursos e desenvolver uma perspectiva possível sobre a abordagem (SCHULMAN,
2002), como leituras sobre o diagnóstico, os sintomas, as variações. Existem distintas
manifestações e características no caso de TEA, podendo variar em características como
atenção, ou intelectuais ou sociáveis (FERREIRA, 2009).
Pelo fato de a etiologia do autismo ser pouco definida, os pais podem apresentar
sentimentos negativos em vista da necessidade de busca por respostas e dar sentido
para o que está acontecendo com seu filho, o que pode gerar sentimentos confusos
(SCHMIDT, 2013) associados a diferentes reações. Enquadram-se nessas:
» negação;
» raiva;
» culpa;
» pensamento mágico;
» início da aceitação;
As pesquisas que hoje são consideradas clássicas sobre autismo foram de Ferster, nos
anos de 1961, e Ferster e DeMyer, entre os anos 1961 e 1962, feitas em laboratório.
A contribuição principal de Ferster foi demonstrar explícita e concretamente a
aplicabilidade dos princípios de aprendizagem ao estudo de crianças com distúrbios
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Capítulo 3
O TRANSTORNO DE DESREGULAÇÃO DO HUMOR
DISRUPTIVO (DMDD)
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3.1. Causas
As causas de DMDD são mal compreendidas.
As crianças com DMDD também podem ter dificuldade em regular as emoções negativas,
uma vez que são eliciadas. Para estudar esses problemas com a regulação emocional, os
pesquisadores pediram às crianças com DMDD que jogassem jogos de computador que
são manipulados para que as crianças possam perder. Ao jogar esses jogos, as crianças
com DMDD relatam mais agitação e excitação emocional negativa do que seus pares
normalmente em desenvolvimento. Além disso, os jovens com DMDD mostraram uma
atividade marcadamente maior no giro frontal medial e no córtex cingulado anterior
do que os jovens de comparação. Essas regiões cerebrais são importantes porque estão
envolvidas na avaliação e no processamento das emoções negativas, no monitoramento
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REFERÊNCIAS
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Imagens
Figura 1. ASIER_RELAMPAGOESTUDIO. Rapaz pequeno com uma mão cheia de tinta cobrindo o rosto.
Freepik, 2023. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/rapaz-pequeno-com-uma-mao-cheia-
de-tinta-cobrindo-o-rosto_1019849.htm#query=autismo&position=8&from_view=search&track=sph.
Acesso em: 27 nov. 2022.
Figura 4. JCOM. As mãos da criança que manchava. Freepik, 2023. Disponível em: https://br.freepik.com/
fotos-gratis/as-maos-da-crianca-que-manchava_7365424.htm. Acesso em: 20 nov. 2022.
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Referências
Figura 5. FREEPIK. Crianças não binárias de vista superior brincando com um jogo colorido. Freepik, 2023.
Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/criancas-nao-binarias-de-vista-superior-brincando-
com-um-jogo-colorido_11385756.htm#query=autismo&position=13&from_view=search&track=sph.
Acesso em: 20 nov. 2020.
Figura 6. RAWPIXEL.com. Hands holding puzzle business problem solving concept. Freepik, 2023.
Disponível em: https://www.freepik.com/free-photo/hands-holding-puzzle-business-problem-solving-
concept_17841134.htm#page=3&query=autismo&position=2&from_view=search&track=sph. Acesso
em: 27 nov. 2022.
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