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Tipos de nervuras

Consistência da folha

• Esta característica está relacionada à espessura da folha. Podendo


ser:
• Membranáceas: finas e flexíveis
• Cartáceas: finas, mas rígidas e quebradiças
• Coriáceas: lembram couro, espessas e consistentes
• Carnosas: espessas e suculentas, dificilmente ocorrem em
árvores
Filotaxia

• É o modo de inserção das folhas ao longo dos ramos, podem ser:


• Alternas
• Opostas
• Verticiladas
• Congestas

Ribeiro et al. (1999)


O TRONCO

• O tronco, fuste ou caule das árvores é a parte desprovida de ramos e


delimitada entre o solo e as ramificações principais, suportando a copa

• O tronco apresenta variados aspectos morfológicos importantes para a


identificação, tais como:
• Forma
• Tipos
• Base
Forma do tronco

• Quando analisado em seu comprimento, quatro padrões básicos


podem ser observados:
• Reto
• Tortuoso
• Inclinado
• Torcido
Forma do tronco - reto

• O tronco é reto quando o crescimento segue apenas a direção


vertical, quase que totalmente perpendicular ao solo.
Forma do tronco - tortuoso

• É o tronco que não segue reto, com curvas e sinuosidades ao longo


de sua extensão

Fonte: Jurandir Lima


Forma do tronco - inclinado

• Quando o tronco, tortuoso ou não, cresce numa direção oblíqua em


relação ao plano do solo
Forma do tronco - torcido

• Tem por padrão desenvolver-se helicoidalmente, com a aparência


de ter sido torcido
Tipos de tronco

• Análise feita em plano transversal. Normalmente a secção


transversal tende à cilíndrica, contudo a variação da atividade do
câmbio vascular em diferentes pontos do perímetro resultam em
sinuosidades, que acabam alterando o contorno do fuste.
• Cilíndrico
• Irregular
• Acanalado
Tipos de tronco - cilíndrico

• É aquele que no plano transversal tem a forma aproximada de um


círculo
Tipos de tronco - irregular

• É aquele que num plano transversal imaginário, apresenta


sinuosidades e não possui a forma perfeita de um círculo
Tipos de tronco - acanalado

• Diz-se do tronco com sulcos longitudinais que no plano transversal


forma lóbulos ou reentrâncias
Base do tronco

• É a aparência que apresenta a porção do tronco logo acima do solo.


Pode ser:
• Normal
• Digitada
• Reforçada
• Com sapopemas
Base do tronco – normal¹ ou reta²

• Quando o tronco se desenvolve normalmente, sem reforço ou


engrossamento ou proeminências

1- Suaressig (2017)
2 – Ribeiro et al. (1999)
Base do tronco - digitada

• Quando apresenta projeções em sua base, semelhantes a dedos.


Comumente associada ao tipo de tronco acanalado.
Base do tronco - reforçada

• Quando apresenta um reforço proeminente ou engrossamento na


sua base.
Base do tronco – com sapopemas

• Quando a base do tronco é formada por raízes tabulares muito


proeminentes ou rígidas, radialmente dispostas desde a base e que
podem atingir até vários metros acima do solo.
CASCA

• O termo casca compreende o conjunto de tecidos do tronco, galhos


e raízes, situados externamente ao câmbio vascular.

• Nas árvores mais velhas divide-se em casca externa e casca interna

• A casca externa, também chamada de ritidoma, é o revestimento


mais superficial dos vegetais lenhosos, formada pelo tecido cortical
morto
CASCA

• A casca interna ou casca viva, origina-se da atividade do câmbio


vascular e do câmbio cortical (câmbio suberoso ou câmbio
felogênico), sendo, portanto, a parte da periderme formada por
tecidos floemáticos e felogênicos vivos, não sofrendo influência do
meio ambiente, servindo portanto como elemento de caracterização
de espécies bastante útil no campo.
CASCA

• Podemos então observar padrões que ajudam na identificação da


espécie, tais como:
• Aparência da casca
• Deiscência da casca
• Textura da casca
• Cor interna
• Presença de caracteres eventuais
Casca - aparência

• Quando observada externamente, a casca externa ou ritidoma


apresenta grande variação, destacando-se os seguintes padrões:
• Lisa
• Áspera
• Rugosa
• Reticulada
• Fissurada
Casca – aparência - lisa

• Possui superfície suave ao tato, é muito comum na família


Myrtaceae
Casca – aparência - áspera

• Apresenta superfície com pequenas irregularidades, dando a


impressão que se tocarmos iremos sentir aspereza
Casca – aparência - rugosa

• Quando possui superfície irregular ou com protuberâncias.


Casca – aparência - reticulada

• Que se assemelha ao trançado de uma rede, normalmente


relacionada à deiscência escamosa.
Casca – aparência - fissurada

• Quando apresenta fendas longitudinais ocasionadas pelo


crescimento secundário, o qual exerce uma força centrífuga sobre
os tecidos situados externamente ao câmbio vascular, rompendo-
os.
RAMIFICAÇÃO

• A maioria das espécies florestais nativas apresenta ramificações do


tronco, exceto nas palmeiras, onde o tronco (estipe) não possui
nenhuma ramificação

• Existem dois tipos básicos de ramificação:


• Monopodial (ou racemosa)
• Simpodial (ou cimosa)
Ramificação - monopodial

• É quando o crescimento tem dominância permanente do meristema


apical, proporcionando ao tronco crescimento indefinido em altura.
Ramificação - simpodial

• A grande maioria das espécies arbóreas apresenta crescimento


tipicamente simpodial. Neste caso, o meristema apical do tronco
logo perde força para os ramos laterais, fazendo-os furcar de formas
distintas

• Em algumas espécies o crescimento na fase jovem é monopodial e


torna-se simpodial na fase adulta
RAMIFICAÇÃO SIMPODIAL
Coleções dendrológicas

• Arboretos e jardins botânicos • Xiloteca


• Exsicatas • Laminário ou laminoteca
• Exsudatos • Cascas
• Carpoteca • Fototeca
• Sementeca ou germoteca
Arboretos e jardins botânicos

• Arboreto é uma palavra de origem latina (Arboretum) que significa


arvoredo ou grupo de vegetais lenhosos

• Segundo Font-Quer (1979), arboretos são “plantações para fins


científicos, para o estudo de seu desenvolvimento e adaptação ao
clima e ao solo”
Arboretos e jardins botânicos

• Um arboreto pode ter ainda um objetivo específico:

• Para Rieger et al. (1968), um arbóreo para melhoramento


(breeding arboretum) é uma coleção de árvores selecionadas ou
espécies estabelecidas para fornecer material parental para
ensaios em genética florestal. Se a coleção for instalada
vegetativamente é denominada banco clonal.
Jardim clonal (banco clonal) Fazenda Aruanã
Arboretos e jardins botânicos

• Arboreto para fins dendrológicos:

• Pinheiro e Almeida (2000) informam que, como a dendrologia


manuseia diversos ramos da ciência, um “arboreto dendrológico pode
ser definido como uma coleção de árvores vivas, procedentes de
diversos ecossistemas florestais, e perfeitamente adaptadas,
arranjadas de forma planejada e mantidas de maneira que possam
principalmente servir como fonte de pesquisas científicas
dendrológicas.”
Finalidades de um arboreto dendrológico

• Acompanhar o crescimento das árvores

• Verificar as respostas adaptativas ao clima, solo, pragas e doenças

• Acompanhar os eventos fenológicos

• Avaliar parâmetros silviculturais como a forma do fuste, competição


inter e intraespecífica, produção de sementes e outros
Finalidades de um arboreto dendrológico

• Um arboreto bem planejado e bem cuidado pode promover o


desenvolvimento social, por meio da exposição de árvores de
importância histórica
• Também o desenvolvimento econômico, tendo árvores de valor
comercial (madeireiro e não madeireiro) e ornamental
• E ainda o desenvolvimento educacional, tendo como finalidade o
treinamento de estudantes e o corpo técnico de instituições
privadas e públicas
Jardins botânicos

• Para Radford et al. (1974), um jardim botânico é “uma instituição


organizada para manter coleções de plantas, geralmente
representando um grande número de gêneros e espécies para
servir a propósitos educacionais, estéticos, científicos ou
econômicos, além de oferecerem fontes de lazer.”
O que há em comum entre arboretos e jardins botânicos?

• Exposição de espécies vegetais para o público em geral


• Introdução de novas plantas para cultivo
• Investigações científicas
• Desenvolvimento e manutenção de um herbário
• Desenvolvimento e manutenção de uma biblioteca
• Avanços em estudos botânicos e em horticultura
• Manutenção de bancos de germoplasma e outros...
Como criar um arboreto?

• A organização, implantação e desenvolvimento de um arboreto


requer:
• Planejamento e uma área para a instalação (estrutura)
• Pessoal
• Mudas de árvores de espécies variadas vindas do máximo de
regiões diferentes possíveis
Exsicatas

• Nada mais são do que a coleção de plantas secas depositadas num


herbário, entretanto são consideradas o tipo de coleção mais
importante.
Exsudatos

• É uma coleção importante, porém uma das mais difíceis de fazer

• Normalmente uma exsudação ocorre quando se fere uma casca ou


os ramos de uma planta

• Pertencem a três grupos de produtos químicos: o látex, as resinas e


as gomas
Exsudatos

• Látex: é uma emulsão leitosa, geralmente com 60% ou mais de


água, caracterizada pela presença de hidrocarbonetos completos
como o amido
• Geralmente de cor branca, ocreácea, creme ou raramente
vermelha
Exsudatos

• Látex de valor comercial:

• Látex de seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.)


• Balata, proveniente de várias espécies das famílias Moraceae e
Sapotaceae
Exsudatos

• Resinas: são matérias amorfas, translúcidas e fluidas. Em contato


com o ar, as substâncias mais voláteis (essências) evaporam e
deixam um resíduo mais fixo, que se oxida e se polimeriza,
formando a resina semissólida.
• Resinas são insolúveis em água
• São condutoras de calor e eletricidade
• São fusíveis e combustíveis
Exsudatos

• Gomas: as gomas são substâncias translúcidas, colantes, que por


sua composição, aproximam-se dos hidratos de carbono e das
pectinas
• Certas substâncias têm caracteres intermediários entre goma e
resina
Carpoteca

• É a coleção de frutos

• Quando os frutos são secos o acondicionamento é relativamente


fácil e pode ser feito em vidros, caixas, estantes e gavetas

• Os frutos carnosos exigem conservação em meio líquido, uma


formulação comumente utilizada para este fim é o FAA (Formol 5%,
Ácido Acético 5% e Álcool 90%)
Carpoteca – CESIT/UEA
Carpoteca – CESIT/UEA
Sementeca ou germoteca

• São coleções de sementes

• As sementes devem ser desidratadas antes de serem anexadas às


coleções

• As sementes com arilos carnosos devem ser conservadas em meio


líquido assim como os frutos
Xiloteca

• Refere-se à coleção de madeiras


• Geralmente ocupam grandes espaços e, por isso, são organizadas
em uma sala ampla
• São amostras de troncos serrados, de maneira que seja possível
observar o cerne, o alburno e a casca, bem como a madeira em
corte radial e tangencial
• As amostras também podem ser discos de madeira
Laminários ou laminoteca

• São lâminas preparadas por meio de cortes histológicos na madeira,


utilizadas para seu estudo anatômico microscópico

• Requer técnicos treinados, equipamentos e reagentes específicos

• Sua importância está relacionada com o estabelecimento da posição


sistemática de alguns grupos e é de grande valor para a identificação de
espécies florestais quando não há caracteres vegetativos e reprodutivos
Cascas

• Amostras serradas de casca das espécies podem ser úteis nos


estudos morfológicos que visam ao reconhecimento das árvores no
campo

• Pode estar associada à xiloteca


Fototeca

• Pode-se colecionar fotos coloridas ou em preto e branco das plantas


coletadas

• É uma coleção importante, principalmente quando se tem plantas


com folhas muito grandes, impedindo a herborização como as
folhas das palmeiras e das Cycas

• A fototeca também auxilia muito nas coleções de frutos carnosos


O que é importante saber?

• Do que trata a disciplina Dendrologia e sua utilidade para as Ciências


Florestais
• Terminologia dendrológica
• Todo tipo de classificação de árvores
• Morfologia de caracteres vegetativos para identificação de árvores
• Tipos de coleções dendrológicas: implantação, manutenção e
utilização

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