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MAIO DE 1968

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O movimento de maio de 1968, na França, tornou-se ícone de


uma época onde a renovação dos valores veio acompanhada
pela proeminente força de uma cultura jovem. A liberação
sexual, a Guerra no Vietnã, os movimentos pela ampliação dos
direitos civis compunham toda a pólvora de um barril
construído pela fala dos jovens estudantes da época. Mais do
que iniciar algum tipo de tendência, o Maio de 68 pode ser
visto como desdobramento de toda uma série de questões já
propostas pela revisão dos costumes feita por lutas políticas,
obras filosóficas e a euforia juvenil.

No dia 2 de maio de 1968, estudantes franceses da


Universidade de Nanterre fizeram um protesto contra a divisão
dos dormitórios entre homens e mulheres. Na verdade, esse
simples motivo vinha arraigado de uma nova geração que
reivindicava o fim de posturas conservadoras. Aproveitando do
incidente, outros universitários franceses e grupos político
partidários resolveram engrossar fileiras dos protestos contra
os problemas vividos na França. Com a cobertura televisiva, o
episódio francês ficava conhecido pelo mundo.

Em pouco tempo, o contorno das questões que motivavam o


protesto ganhavam contornos mais amplos e delicados. Os
estudantes passaram a exigir a renúncia do presidente
Charles de Gaulle, considerado um conservador, e a
convocação de eleições gerais eram as novas propostas dos
manifestantes. A partir daí a cidade de Paris transformou-se
em palco de confrontos entre policiais armados e
manifestantes protegidos em barricadas. Desprovidos de igual
força bélica, os revoltosos atiravam pedras e coquetéis
molotov contra os policiais.

No dia 18, os trabalhadores protagonizaram uma greve geral


de proporções alarmantes. Mais de 10 milhões de
trabalhadores cruzaram os braços exigindo melhores
condições de trabalho. Acuado pela proporção dos episódios,
o presidente Charles de Gaulle se refugiou em uma base
militar alemã, concedeu um abono de 35% ao salário mínimo e
convocou novas eleições legislativas. Dessa forma, os
trabalhadores esvaziaram os espaços de manifestação e
voltaram a ocupar seus postos de trabalho.

Nas eleições convocadas pelo governo francês, os políticos


vinculados à figura de Gaulle conseguiram expressiva vitória.
O presidente saiu do episódio como uma figura capaz de
contornar os problemas enfrentados pela sociedade da época.
Em pouco tempo os protestos estudantis se esgotaram e
sobraram somente os slogans que pregavam "Sejam realistas,
exijam o impossível.", "Parem o mundo, eu quero descer." e "É
proibido proibir”.

Mesmo sem alcançar algum tipo de conquista objetiva, o


movimento de Maio de 68 indicou uma mudança de
comportamentos. As artes, a filosofia e as relações afetivas
seriam o espaço de ação de um mundo marcado por
mudanças. Não podemos bem ao certo julgar esse episódio
como imaturo ou precipitado. Muito menos sabemos limitar
precisamente o quanto o mundo modificou a partir de então.
No entanto, podemos refletir qual o lugar que a rebeldia e
vigor das idéias ocupam em uma sociedade sistematicamente
taxada de consumista e individualista.

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