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RESUMO DO MÉTODO DIALÉTICO

O Método Dialético, conforme apresentado de forma esplêndida pelo professor Dr.


Eduardo Ferreira Chagas, proporcionou uma visão esclarecedora sobre este método, que foi
desenvolvido pelos renomados filósofos. Conforme conteúdo visto e material bibliográfico
consultado, percebemos que a dialética é uma abordagem filosófica que se origina na tradição
da dialética grega, mas que foi desenvolvida e refinada ao longo dos séculos por diversos
pensadores, sendo notavelmente associada a filósofos como Hegel (1807) e Marx (1857). Em
sua essência, a dialética é um método de raciocínio que envolve a análise de contradições e o
processo de superação dessas contradições para alcançar um entendimento mais abrangente e
evoluído.

A abordagem dialética proposta por G. W. F. Hegel (1812), figura proeminente do


idealismo alemão, representa uma contribuição significativa para a filosofia e exerceu uma
influência profunda em diversos campos do conhecimento. Hegel desenvolveu sua dialética
como parte integrante de sua visão sistemática da realidade, concebendo-a como um processo
dinâmico e evolutivo.

Para Hegel (1812), a dialética é um movimento triádico que se desdobra em três


momentos fundamentais: a tese, a antítese e a síntese. Esse ciclo contínuo de contradições e
superações é concebido como o motor propulsor do desenvolvimento do pensamento e da
história. A tese representa uma afirmação inicial, que, ao encontrar sua antítese ou oposição,
gera uma síntese que, por sua vez, torna-se a nova tese para um ciclo subsequente. Esse
movimento dialético é vital para Hegel, pois ele acredita que é através dessa lógica
contraditória que o pensamento avança e a história progride.

É crucial destacar que Hegel visualiza esse processo como culminando na


identificação do Espírito Absoluto com o estado atual de desenvolvimento. Essa perspectiva
reflete uma visão teleológica, na qual o desenvolvimento da história é visto como uma
progressão guiada por um propósito final. O Espírito Absoluto, concebido como a expressão
máxima do pensamento e da realidade, seria alcançado quando as contradições se resolvessem
em uma síntese final, indicando uma visão otimista e realizadora do processo histórico.
No entanto, essa interpretação teleológica da dialética também gerou críticas e debates dentro
da filosofia. Alguns filósofos argumentam que tal perspectiva pode levar a uma visão
excessivamente linear e determinista da história, ignorando as complexidades e contingências
do desenvolvimento humano.

Apesar das críticas, a dialética hegeliana permanece como uma influência poderosa e
seminal na filosofia. Seu método dinâmico de compreender o movimento do pensamento e da
realidade influenciou não apenas filósofos subsequentes, mas também campos como a
teologia, a sociologia e a filosofia política. A dialética de Hegel, com sua ênfase na
contradição e na evolução dialética, continua a ser objeto de estudo e interpretação,
destacando-se como uma das contribuições mais notáveis da tradição filosófica alemã.

A dialética de Karl Marx (1867), por outro lado, representa uma transformação
materialista desse método. Marx manteve o aspecto do conflito e da contradição, mas aplicou-
os ao domínio das relações sociais e econômicas. Em sua análise do capitalismo em "O
Capital" e em outros escritos, Marx utilizou a dialética para compreender as contradições
fundamentais entre as classes sociais e para apontar para a necessidade de uma transformação
revolucionária. Sua dialética materialista não busca uma reconciliação harmônica, como na
visão de Hegel, mas sim a superação das condições opressivas e a construção de uma
sociedade sem classes.

A dialética, em ambas as versões, é um método que envolve a dinâmica da


contradição, da negação e da superação. No entanto, ela vai além de uma simples análise
conceitual; é uma ferramenta que busca compreender a mudança e o desenvolvimento na
realidade concreta. A aplicação da dialética requer uma compreensão das contradições
fundamentais subjacentes aos fenômenos observados e a capacidade de discernir os processos
de transformação inerentes.

Além dos contextos específicos de Hegel e Marx, a dialética encontrou expressão em


diversas áreas do pensamento. Em outros campos filosóficos, como na fenomenologia, a
dialética é utilizada para analisar a evolução da consciência e da subjetividade. A abordagem
dialética influenciou não apenas a filosofia, mas também áreas como a sociologia, a teoria
política e a psicologia, destacando-se como uma metodologia que transcende as fronteiras
disciplinares.
Em síntese, o método dialético é uma ferramenta poderosa que busca compreender a
complexidade do pensamento e da realidade por meio da análise das contradições e de seu
movimento. Seja na versão idealista de Hegel ou na materialista de Marx, a dialética
permanece como uma abordagem dinâmica que desafia concepções estáticas, incentivando
uma compreensão mais profunda e contextualizada do mundo ao nosso redor.

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