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Introdução à radiologia

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HISTORIA DA RADIOLOGIA

Entre 1870 e 1880, os renomados laboratórios de físicas de diversas

universidades estudavam a condução dos raios catódicos, ou elétrons, através de tubos

de vidros (tubos de crookes), hoje podendo ser comparados as lâmpadas fluorescente e

até mesmo aos tubos de neon. Na época existiam diversos tipos de tubos, e alguns com a

capacidade de produzir os raios X (até então desconhecidos).

Wilhelm Conrad Rontgen era um engenheiro mecânico, reitor da Universidade


de Wurzburg.
No dia 8 de novembro de 1895, Roentgen encontrava-se em seu laboratório
estudando os tubos de Crookes, analisando se os raios catódicos se propagavam para
fora da ampola. Tal experimento só seria possível se o tubo fosse coberto por um papel
escuro e o ambiente estivesse com baixa luminosidade. Ao passar uma corrente elétrica

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pela ampola, notou uma luminescência em uma placa de platinocianureto de bário que
se encontrava sobre a mesa que estava muito afastada para reagir aos raios catódicos.
Tornou a repetir o experimento várias vezes afastando cada vez mais a placa do tubo.
Analisando tal evento, Rontgen teve a ideia de colocar alguns objetos entre o
tubo e a tela. Todos, praticamente, não alteravam a luminescência da tela, exceto o
chumbo e a platina, que barrava completamente. A seguir, o professor substituiu a tela
fluorescente por uma placa radiográfica e conseguiu produzir uma imagem usando o
tubo de descarga como se fosse uma fonte luminosa. Nesse momento esse dia passou a
entrar para a história como o dia da descoberta dos raios-x, levando esse nome “X”
por serem raios desconhecidos.
Durante algumas semanas, Rontgen permaneceu em seu laboratório estudando
em segredo sua nova descoberta, chegando até mesmo a colocar uma cama e fazendo
suas refeições no laboratório. Durante seus experimentos, pediu a sua esposa Anna
Bertha, que participasse, imobilizou a mão de Anna por cerca de 15 minutos sobre uma
placa fotográfica, onde observou o aparecimento das imagens das sombras dos ossos da
mão e do anel que ela usava, cercado pela penumbra dos tecidos moles, os quais
produziam uma sombra mais fraca.

Rontgen fez uma série de observações sobre os raios x, entre elas podemos
destacar:
 Causam fluorescência em certos sais metálicos;
 Enegrecem placas fotográficas;

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 São radiações eletromagnéticas;
 Produzem radiações secundárias em todos os corpos que atravessam;
 Propagam-se em linhas retas para todas as direções;
 Atravessam o corpo tanto melhor quanto maior for a tensão do tubo (kV);
 A intensidade dos raios se reduz proporcionalmente ao quadrado da distância
entre a fonte e a tela.

No dia 28 de Dezembro de 1895 que Rontgen entregou seu relatório ao presidente


da Sociedade de Física Médica de Wurzburg; em janeiro de 1896, o jornal Viena
Pressei, publicou uma reportagem sobre o trabalho do professor:

“A luz nova vê os ossos através da carne.”

Na noite de 23 de janeiro de 1896 foi feita a primeira radiografia em público; em


fevereiro, uma radiografia de um braço fraturado.
No Brasil, foi feita uma apresentação na Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro, em novembro de 1896. Em um ano a aplicação dos raios x ao diagnóstico e
a terapia constituía uma parte estabelecida da área médica.
Com o passar dos anos, começaram a surgir noticias sobre o falecimento dos
pioneiros da radiologia com certa regularidade.

Rontgen ganhou várias condecorações e honrarias pela descoberta dos raios x


em todo o mundo, entre eles o Prêmio Nobel da Física.

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TERMINOLOGIA RADIOLÓGICA

O posicionamento radiográfico relaciona-se ao estudo do posicionamento do


paciente, realizado por demonstração radiográfica ou visualização de partes especificas
do corpo em receptores de imagem. Qualquer pessoa que planeja trabalhar nessa área
deve entender claramente o uso correto da terminologia de posicionamento, para poder
realizar o procedimento de forma corretar e ter uma comunicação adequada com a
equipe.

Termos gerais:
 Radiografar
 Filme de raios x
 Radiografia
 Exame ou procedimento radiográfico
 DOF
 DFF
 Imagem radiográfica
 Incidência
 Posição
 Posição anatômica
 Receptor de imagem
 Raio central

Incidências radiográficas:
 PA
 AP
 Oblíquas AP ou PA
 Médio lateral ou Latero medial

Posições do corpo:
 Decúbito

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 Ereta ou Ortostática
 Decúbito dorsal
 Decúbito ventral
 Decúbito Lateral
 Trendelenburg
 Fowler
 Posição de Sim
 Lateral
 Oblíqua

Termos de incidências:
 Incidência Axial
 Incidência Tangencial
 Incidência Axial AP - posição lordótica
 Incidência transtorácica lateral – posição lateral direita
 Incidência dorsoplantar e plantodorsal
 Incidência Parietoacantial e acantoparietal
 Incidência submentovértice e vértice submentoniana

Termos de relação:
 Medial
 Lateral
 Proximal
 Distal
 Cefálico
 Caudal
 Interno
 Externo
 Superficial
 Profundo
 Ipsilateral
 Contralateral

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Termos de relação aos movimentos:
 Flexão
 Extensão
 Desvio ulnar
 Desvio radial do punho
 Flexão plantar do pé
 Dorsiflexão
 Eversão
 Inversão
 Varo
 Valgo
 Rotação medial
 Rotação lateral
 Abdução
 Adução
 Supinação
 Pronação
 Protração
 Retração
 Elevação
 Depressão
 Circundação
 Inclinação
 Rotação

Planos e cortes do corpo


 Plano sagital
 Plano coronal
 Plano axial
 Plano oblíquo
 Plano da base do crânio

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 Plano oclusal

Superfícies do corpo
 Anterior ou ventral
 Posterior ou dorsal
 Palmar
 Plantar
 Dorso da mão
 Dorso do pé

Curvaturas da coluna
 Lordose
 Cifose
 Escoliose

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Anamnese
“Do Grego ana, trazer de novo e mnesis, memoria” que é uma entrevista
realizada por um professional da área da saúde com um paciente, que tem como
finalidade ser um ponto inicial para o diagnóstico de uma doença, assim como obter
informação. Em outras palavras é uma entrevista que busca relembrar os fatos
relacionadas com a doença.
Como toda entrevista a anamnese possui certas técnicas as quais devem ser
aplicadas, para poder assim a maior quantidade de informação relevante para o
diagnóstico. Na clínica medica uma anamnese bem conduzida é responsável de um 85%
dos diagnósticos.
Logo após da anamnese vem o exame físico ou no caso dos trabalhadores do
diagnóstico por imagem, vem o exame que a paciente irá realizar.

Objetivos da Anamnese:
- Estabelecer uma boa relação professional de saúde /paciente
- Obter elementos essenciais da história clinica que ajudem no diagnóstico por imagem
- Conhecer fatores pessoais, familiares e ambientais relacionados com o processo
saúde/doença

Elementos da Anamnese
- Identificação: É o início da relação técnico/tecnólogo e o paciente. Adquire-se o
nome, idade, sexo.
- Motivo do Exame: conhecer o motivo pelo qual o paciente concorre num centro de
diagnostico por imagens
- História de doença atual: se registra todo o relacionado com a doença atual: data de
início, evolução da doença entre outros.
-Histórico familiar: se pergunta ao paciente sobre seus familiares, procurando alguma
relação genética das doenças.
- História pessoal: procura-se informação sobre abito que tenha a pessoa: ex : se é
tabagista

Questionário:
As perguntas que vão ser realizas ao paciente dividem-se em três tipos: Aberta, focadas
e fechadas.
1) Perguntas Abertas: são perguntas feitas de tal maneira que o paciente se senta
livre para expressar-se sem nenhum tipo de restrição. Ex “o que o senhor vem
sentindo”
2) Perguntas Focadas: são similares as perguntas aberas, porem focadas a um
assunto especifico. Ex.” Qual parte doi mais”
3) Perguntas fechadas: Servem para complementar o que o paciente não falou. Ex
”a sua perna doi quando”

Em todos os exames de diagnóstico por imagem uma boa anamnese é fundamental


para poder complementar o exame, é por isso que esta deve estar orientada e
direcionada ao tipo de exame. Por exemplo: as perguntas de um exame de
Densitometria óssea não vão ser as mesmas que em um exame de Ressonância
Magnética.

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Anamnese em Exame de Raio – x
 Motivo do exame
 Tem exames anteriores: Em caso de o paciente ter sempre é bom levar.
 O que vem sentindo. Se o paciente manifestar dor, perguntar que tipo de dor
(cólica, queimação, pontada, pulsátil).

Anamnese em um Exame de Tomografia Computorizada TC


A anamnese neste tipo de exame vai variar dependendo do tipo da TC que o
técnico/tecnólogo irá realiza, tendo como ponto em comum caso o exame seja com
injeção de meio de contraste:

1) TC Tórax:

 Motivo do exame
 Se teve escarro com sangre
 Emagrecimento
 Se tem RX que tenha aparecido alguma alteração (pedir anteriores)
 Se teve câncer, perguntar se fez químico teria ou radioterapia,
número de sessões e duração das mesmas

2) TC Abdome:

 Localização topografia da dor


 Se tem sangre nas fezes
 Se teve câncer, perguntar se fez químico teria ou radioterapia,
número de sessões e duração das mesmas
 Se já fez cirurgia. Qual e quanto tempo
 Se tem sangue na urina

3) TC de Coluna Cervical ou Lombo sacra

 Se já Fez Cirurgia. Quanto tempo


 Dormência nos braços (Coluna Cervical) ou nas pernas (Coluna
Lombo Sacra)

4) TC de Crânio

 Quando o paciente referir dor, indicar a zona do mesmo


 Se já fez cirurgia Quanto tempo
 Se já sofreu algum episódio de convulsão

Anamnese em Exame de Ressonância Magnética

 Motivo do exame

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 Possui marca passo cardíaco
 Já fez cirurgia. Qual
 Tem metal no corpo
 Clipe de aneurisma, prótese em vasos
 Válvula cardíaca. Tipo:
 Bomba de infusão (quimioterapia/insulina)
 Implantes (coclear/ mamaria/parafuso/placa)
 Metal devido a acidente (projetil /fragmento)

Anamnese exame de Densitometria Óssea

 Pratica exercícios físicos. Quanto tempo


 Sofreu Fraturas. Qual e quanto tempo
 Cirurgia óssea. Motivo e quanto tempo
 Prótese
 Tabagista
 Terapia de reposição hormonal (TRH): Quanto Tempo?
 Histórico familiar de osteoporose

Anamnese exame de Mamografia

 Motivo do exame?
 já fez mamografia?
 Data da última mamografia
 Problemas ou alterações nas mamas nos últimos 3 meses?
 Tem filhos?
 Amamentou?
 Idade da sua primeira menstruação?
 Última menstruação?
 Terapia de reposição hormonal (TRH): Quanto Tempo?
 Prótese mamaria? de qual tipo?
 Cirurgia ou algum procedimento nas mamas?
 Familiares com câncer de mama
 Em caso de Ca de mama. Fez Quimioterapia? Radioterapia?

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Meios de Contraste Radiológico
Os meios de contraste são sustâncias administradas em pacientes para realização
de exames com o objetivo de melhorara visualização e auxiliar na investigação de
inúmeras patologias, já que permitem a visualização de detalhes da estrutura interna ou
órgãos que não seria, de outro modo demonstrável.
Existem numerosos tipos de meio de contaste os quais possuem diferentes
aplicação, dependendo das suas propriedades físicas e químicas. Os meios de contraste
radiológico geralmente são soluções solúveis (diluídas) em agua, mas existe uma
variedade a qual se baseia em uma suspenção de grandes partículas como por exemplo o
sulfato de bário o qual é administrado em exames do trato gastrointestinal.
Os agentes de contraste devem satisfazer algumas condições que justifique
o seu amplo uso na pratica clínica. As principais são:
•Baixa toxicidade
•fácil administração, sem modificação química.
•Eliminação fácil
•Fornecer contraste adequado

Classificação de meios de contraste:


As classificações dos meios de contraste contribuem para aumentar a definição
das imagens radiográficas, graças ao aumento de contraste em estruturas anatômicas
quando estas não são identificadas com nitidez ou de existência duvidosa. O contraste
tem a capacidade de absorver a radiação, provocado assim um melhor realce das
determinadas estruturas, possibilitando, desse modo, a obtenção de imagens de alta
definição e, com isso, maior precisão em exames de diagnóstico por imagem.
Eles são classificados em quanto à capacidade de absorção dos Raios-x,
Composição Química, capacidade dê dissolução e meio de administração:

Capacidade de Absorção:

1) Positivos ou radiopacos: são aqueles que apresentam um peso atômico elevado,


presente em determinados órgãos, e absorvem mais radiação que as partes
vizinhas. São classificados em dois grupos: Iodado e baritado.

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2) Negativos ou radiotrasparentes: são aqueles que apresentam um peso atômico
baixo, absorvem menos radiação e são representados pelo elemento gasoso, o
qual permite a passagem do raio x mais facilmente, servindo assim como
contraste Negativo. ( ex. radiografias de duplo contraste, ar e bário)

Meios de Contraste Baritados:

MEIOS DE CONTRASTE BARITADOS.

Os meios de contraste baritados contem em sua estrutura o elemento


químico Bário. O Sulfato de Bário é a forma química mais usada como
meio de contraste e pode ser encontrado em forma de pó ou suspensão coloidal
pronta para o uso. O Sulfato de bário é administrado por via oral ou retal e usado para
estudo radiológico do tubo digestivo.
O bário pode encontrar-se como Bário Ralo ou Bário Denso. No caso do Bário
Ralo, este pode ser diluído como uma mistura rala ou densa, tendo a consistência de um
milk shake o que permite um estudo do trato gastrointestinal na sua totalidade.
O bário denso contem 3 a 4 partes de bário para uma parte de agua e tem a
consistência de um cereal cozido, sendo mais difícil d digerir, porém mais utilizado em
exames contrastados do esôfago, já que desce mais lentamente e possui uma maior
velocidade de aderência a capa mucosa do esôfago.
Exemplos de exames do tubo digestivo realizados com Sulfato de
Bário: exames Contrastado do esôfago estômago e duodeno, transito delgado e clister
opaco.
Exame em duplo contraste são aqueles em que se usa um meio de
contraste positivo junto com um meio de contraste negativo. Como exemplo temos:

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1. Exame em duplo contraste do estomago e duodeno onde se utiliza um
meio de contraste positivo (sulfato de bário) e um meio de contraste negativo (gás
carbônico).

2. Exame em duplo contraste de uso comum o “Clister Opaco”, onde se utiliza um


meio
De contraste positivo (sulfato de bário) e um meio de contraste negativo
(ar
Atmosférico). A água (contraste neutro) algumas vezes pode ser utilizada como
substituto de contraste negativo com o objetivo de promover distensão do tubo
digestivo.

 MEIOS DE CONTRASTE BARITADOS


CONTRA INDICAÇÃO NO USO DO SULFATO DE BÁRIO

Por ser um composto insolúvel, o sulfato de bário é contra indicado


se houver qualquer chance de que possa escapar para a cavidade peritoneal.
Isso pode ocorrer através de vísceras perfuradas, ou no ato cirúrgico se este
suceder o procedimento radiológico. Em qualquer dos dois casos, deve ser usado
então contraste iodado hidrossolúvel, que podem ser facilmente removidos por
aspiração antes da cirurgia ou durante esta; por outro lado, se essas substâncias
passarem para a cavidade peritoneal, o organismo pode absorvê-la facilmente.
Quanto ao sulfato de bário não será absorvido e deverá ser removido
pelo cirurgião, de qualquer lugar em que seja encontrado fora do canal alimentar.
Embora seja raro, já foi descrito pacientes hipersensíveis ao sulfato de
bário, por isso todo paciente deve ser observado quanto a quaisquer sinais de reação
alérgica

Meios de Contraste Iodado

Os meios de contraste iodados são modificações químicas do anel de benzeno tri-iodado


(três átomos de iodo ligados a um anel benzênico)

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Contraste Iodado Ionico:

Quando o meio de contraste iodado é Ionico o anel de benzeno tri-iodado que


pode estar ligado ao sódio ou meglumina. Outra propriedade dos sais é o caráter
iônico. As moléculas do sal tem como propriedade o caráter iônico, sendo
composta de duas partes com carga elétricas opostas.
Os sais dos meios de contraste iônicos têm no núcleo benzênico tri-
iodado a parte negativa constituindo o aníon. O cátion é constituído por sódio ou
meglumina.
Os meios de contraste iônicos são hidrossolúveis, isto é que s dissociam quando
dissolvido em água para formar as soluções de contrastes, separando-se em duas partes:
um ânion (negativo) e um cátion (positivo):
Anion: anel tri-iodado.
Cátion: sódio ou meglumina.

Os principais grupos de sais iodados benzênico utilizados hoje em dia


sao são: Acetrizoato, Diatrizoato, Iotalamato, Metrizoato, Amitriodinato (iodamida),
Ioxitalamato.
Podendo estes estar ligados a sódio ou meglumina.
Os sais iodados de sódio surgiram primeiro com amplo uso na radiologia
principalmente nos exames do sistema urinário, permitindo grande concentrações
de iodo. Os sais iodados de sódio mostram certa agressividade principalmente em
alta concentração com menor tolerabilidade e com níveis de dor e calor elevados, as
vezes insuportável e com grande desconforto para o paciente.
Os sais de meglumina são mais suportáveis e com maior conforto para o
paciente, sendo menos doloroso à injeção e de maior segurança.
É o meio de contraste amplamente usado em procedimentos dolorosos
como nas flebografias e em procedimento que se exige maior segurança como
as angiografias cerebrais.

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Os meios de contrastes hidrossolúveis iodados iônicos encontram-se
disponíveis no mercado em três composições básicas:

Sais de Sódio : Principalmente empregados em exames do aparelho urinário ;

Sais de Meglumina: exames de radiologia convencional e tomografia computadorizada


por apresentar maior conforto e segurança;

Sais de sódio e meglumina. (Solução contendo sais de sódio e meglumina): Exames


vasculares e em exames cardíacos em que se necessita teor de sódio
próximo ao nível plasmático

Contraste Iodado Nao Ionico:

Os meios de contraste não iônico tem como base o anel benzênico tri-
iodado.
A diferença entre eles encontra-se na cadeia lateral ligada ao anel benzênico.
Uma propriedade dos contrastes iodados não iônicos é que molécula não se desassocia
em íons quando em solução aquosa.
Os principais meios de contraste não iônico hoje em uso são:
Iopamidol
Iohexol
Ioversol

Além de sua estrutura química e apresentação os meios de


contrastes tem outras propriedades importantes a serem consideradas em seu uso
clinico como:
Concentração, viscosidade: relacionada principalmente com a forca que é
necessária para injetar-lo através de uma agulha. A viscosidade de um liquido esta
avaliada pela taxa de fluxo através de um tubo capilar em condições de temperatura e
pressão normal.
Osmolaridade: também conhecida como tonicidade uma propriedade dos
líquidos em solução com diferentes concentração separados por uma
membrana semipermeável (como os vasos sanguíneos), relacionado ao
gradiente de pressão que determina o sentido da troca de líquidos através
da membrana
Quimiotoxicidade: são os mecanismos responsáveis por causar efeitos tóxicos

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Gadolínio

O gadolínio é um elemento químico metálico, branco prateado e maleável, da


série dos Lantanídeos e de estrutura cristalina hexagonal

É um meio de contraste positivo mais utilizado nos exames de Ressonância


magnética. É uma sustância paramagnética que possui um momento magnético grande.
Em comparação com os meios de contrastes iodados, o gadolínio tem uma
osmolaridade mais baixa.

Este meio de contraste costuma ser muito bem tolera pôr os pacientes, sendo
mais seguros que os contrastes iodados utilizados na radiologia convencional na
tomografia computorizada (TC).

Principais indicações:

- Tumores e metástase;
- Reações inflamatórias e processos infecciosos;
-Placas de esclerose ativas;
- Estudos vasculares: AngioRM

Vias de administração:

Os meios de contraste são administrados de 4 maneiras:

oral: quando é administrado pela boca.

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Parenteral: quando é administrado por vias endovenosas ou artérias.

Endocavitário: quando é administrado por orifício naturais que se comunicam pelo


meio externo,
por exemplo: uretra, reto, út ero.

Intracavitário: quando é administrado via parede da cavidade em questão, por


exemplo: fistula

Administração do meio de Contraste

Quando um paciente vai ser submetido a um exame de diagnóstico por imagem


o qual vai ter uso de meio de contraste, é importante a presença de uma equipe de
enfermagem, já que eles são os encargados da administração do meio de contraste,
assim como encontram-se encargados da prevenção e no tratamento de possíveis
complicação que possam surgir na hora do exame.
Na realização do exame é importante tomar certas precauções, para assim evitar
maiores complicações aos pacientes:
- Não injetar o meio de contraste sem a presença de um médico o qual possa auxiliar em
caso de parada cardíaca
- Deixar preparado os equipamentos, assim como a medicação necessária em caso de
emergência.
- O carrinho de parada deve estar equipado com materiais de reanimação
cardiopulmonar, oxigeno portátil, desfibrilador, monitor, aparelho de pressão
- Realizar uma boa ANAMNESE (do Grego ana, trazer de novo e mnesis, memoria)
que é uma entrevista realizada por um professional da área da saúde com um paciente,
que tem como finalidade ser um ponto inicial para o diagnóstico de uma doença, assim
como obter informação. No caso de um exame com meio de contraste, esta pode alertar
a equipe sobre uma possível reação
- Reconhecer o tipo de reação para assim providenciar o tratamento adequado
- Manter o acesso venoso permeável após a injeção do meio de contraste

Reações alérgicas:
Pacientes com histórico de alergia são mais suscetíveis a ter alguma reação
decorrentes do contraste.
As reações adversas ao meio de contraste podem classificar-se:
a) Em quanto a intensidade: Leve, moderada e grave

Leve Sensação de calor


Tosse
Náuseas e vômitos
Cefaleia

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Alteração do gosto
Urticaria
Coceira

Moderada Vômitos intensos


Espirros
Urticaria acentuada com ou sem purrido
Dispneia leve
Broncoespasmo
Lipotimia
Edema facial
Edema Laríngeo
Taquicardia/braquicardia
Crise vasovagal
Grave Choque hipotensivo
Convulsão
Parada cardiorrespiratória
Arritmia
Hipotensão acentuada
Perda da consciência
Cianose

.
b) quanto ao tempo: Imediata, Tardia e Muito Tardia

Imediatas ou Agudas: geralmente ocorrem no prazo de 1 hora após a injeção do meio


de contraste;
Tardias: se manifesta no prazo de 1 hora até 1 semana após a injeção do meio de
contraste, ou seja, pode ocorrer após que o paciente deixar o centro de diagnostico.
Muito Tardias: a reação adversa que geralmente ocorre 1 semana após a injeção do
meio de contraste. Exmplo: Tirotoxixidade e Fibrose sistêmica neurogênica

Em todo exame com meio de contraste é imprescindível que o paciente


responda um questionário previamente preparado, o qual encontra-se em todos os
departamentos radiológicos, onde são feitas preguntas para analisar históricos alérgicos
e assim poder estar alerta sobre alguma possível reação .
Um exemplo de pesquisa alérgica :

Eu, Sr.(Srta./Sra)......................................................,portador(a) de
RG:......................................, autorizo a administração de meio de contraste,
endovenosos, oral ou retal deacordo com o exame radiológico, ao qual serei
submetido(a)

1) Possui algum tipo de alergia ( )Sim. Qual............................. ( ) Não


2) Já realizou algum exame com uso de meios e contraste? Qual.......................
3) Já teve reação alérgica a meios de contraste? ( )Sim. Qual.............................
( ) Não

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4) Alergia a algum tipo de alimentos? ( )Sim. Qual............................. ( ) Não
5) Historia de alergia com necessidade de tratamento? ( )Sim. Qual...................
( ) Não
6) Alergia algum tipo de medicamento? ( )Sim. Qual............................. ( ) Não
7) Tem asma, bronquite ou renite alérgica? ( )Sim ( ) Não
8) Hipertenso ou cardíaco? ( )Sim ( ) Não
9) É diabético? ( ) Sim ( ) Não
10) Tem insuficiência renal? ( )Sim ( ) Não
11) Esta gravida? ( )Sim ( ) Não

Autorizo a realizacao do exame solicitado.


(Cidade/estado),..........de.............................de.......
..........................................................................
Assinatura do paciente ou responsável

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METODOS DE DIAGNÓSTICOS RADIOLÓGICOS

Radiologia convencional

A radiografia convencional é o processo de obtenção de imagens bidimensionais


do corpo humano utilizando feixes de raios X e filme fotográfico. Foi a primeira técnica
de radiodiagnóstico desenvolvida depois da descoberta dos raios X por Röentgen, e
durante décadas, foi o único método de imagem existente.
Mesmo com o desenvolvimento de diferentes técnicas, como a tomografia
computadorizada ou a ressonância magnética, ainda há muitos exames de radiografia
convencional que não foram substituídos, por serem mais práticos, mais baratos ou mais
úteis em determinados casos.
O equipamento de radiografia é composto pelo tubo de raios X, filtros,
colimadores, mesa de altura ajustável, detector (receptor) da imagem, mesa de controle
do operador e processadora dos filmes. O receptor da imagem é o filme radiográfico
colocado dentro de um chassi (ou cassete) e posicionado sob a mesa de exames ou em
um suporte no caso da radiografia feita com o paciente em pé.

Exames contrastados

A radiografia contrastada é indicada quando há necessidade de se investigar


órgãos e estruturas que não sejam bem visualizados por meio das radiografias simples.
Em geral as substâncias que funcionam como contraste preenchem cavidades ocas do
organismo e assim permitem estudar a forma e as paredes delas. Dessa maneira, podem
mostrar ulcerações, tumores, estreitamentos, dilatações, obstruções, morfologias, etc.
Em virtude de não ter uma densidade que o diferencie muito dos tecidos ao
redor, nem sempre um determinado órgão ou estrutura se torna visível numa radiografia
simples. No entanto, quando se precisa estudar esse órgão ou estrutura seus contornos
podem se tornar visíveis pela introdução neles de substâncias (contrastes) que não se
deixam atravessar pelos raios X.

Tomografia

A tomografia computadorizada é um exame simples, capaz de obter imagens em


tons de cinza de “fatias” de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são
geradas graças ao processamento por um computador de uma sucessão de imagens de
raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de
órgãos. Hoje em dia existem vários modelos de aparelhos de tomografia
computadorizada e o funcionamento deles pode diferir um pouco uns de outros, mas
todos têm em comum o fato de se utilizarem dos raios X para obterem imagens do
interior do corpo.
A tomografia computadorizada baseia-se nos mesmos princípios técnicos que a
radiografia tradicional, e na verdade é uma evolução técnica dela, só que usa uma
radiação maior e toma imagens fatiadas dos segmentos que examina, as quais o médico
superpõe imaginativamente para obter uma visão tridimensional. Em alguns casos há

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necessidade de se utilizar um contraste injetável, a fim de aumentar a capacidade
diagnóstica. As imagens da tomografia podem ser tomadas em dois planos básicos: o
axial e o coronal e permitem reconstruções no plano sagital e tridimensionais.

Mamografia

É o exame de diagnóstico com a utilização dos Raios-X para estudos da mama.


O exame de mamografia é realizado através de um aparelho chamado mamógrafo, no
qual o paciente é posicionado e radiografado.
A imagem possui uma alta qualidade para verificar minúsculos detalhes no
tecido mamário, por isso é tão importante na luta contra o câncer de mama. Em um
exame de mamografia digital, por exemplo, é possível verificar cada ponto da imagem
com zoom para detectar qualquer sinal suspeito de cisto ou nódulos.

Ressonância magnética

A ressonância magnética, ou ressonância nuclear magnética (RM), é um método


de diagnóstico por imagem que usa ondas de radiofrequência e um forte campo
magnético para obter informações detalhadas dos órgãos e tecidos internos do corpo,
sem a utilização de radiação ionizante. Esta técnica provou ser muito valiosa para o
diagnóstico de uma ampla gama de condições clínicas em todas as partes do corpo.
Requer equipamentos com tecnologia de ponta, além de médicos radiologistas e
PESSOAL TÉCNICO experientes. Alguns exames de ressonância magnética exigem a
administração de um meio de contraste através da veia (Gadolinium - DTPA) - líquido
que realça as imagens dos órgãos e/ou vasos sanguíneos e, assim, permite diagnóstico
mais preciso. Depois do exame, ele é eliminado através da urina.
Como a ressonância magnética permite obter imagens mais nítidas dos tecidos
moles próximos aos ossos, é o tipo de exame mais sensível para avaliar a coluna e
articulações. É amplamente utilizada para o diagnóstico de lesões relacionadas ao
esporte. As imagens permitem que o médico radiologista identifique mesmo pequenas
rupturas e outras lesões em ligamentos, tendões e músculos.
É muito útil na avaliação dos orgãos e estruturas abdominais e da pelve sendo
muitas vezes o exame mais preciso.
É muito útil no diagnóstico das afecções da pelve feminina, como complemento
de outros exames, como a ultrassonografia permite o estudo detalhado da próstata,
principalmente, nos casos em que persistem dificuldades diagnósticas após o estudo
com outros métodos.
No estudo do encéfalo (crânio), as imagens de alta definição permitem o
diagnóstico de tumores, derrames e muitas outras doenças que podem comprometer essa
região.

Densitometria óssea

A densitometria óssea é o exame ideal para o diagnóstico da osteoporose e da


osteopenia por detectar a redução da massa óssea de maneira precoce e precisa. Ele é o
método mais utilizado para avaliar a densidade mineral dos ossos. A densitometria
óssea avalia a coluna lombar, a região proximal do fêmur e o terço distal do rádio. Isso
porque essas áreas são as que mais estão sujeitas ao risco de fraturas. Esse método
utiliza aparelhos sofisticados e que apresentam duas vantagens importantes: são rápidos
e produzem uma baixa exposição à radiação - até dez vezes menor que a exposição

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gerada por uma radiografia normal de tórax. A densitometria óssea é um teste rápido
(dura cerca de 5 minutos) e indolor para a medição da densidade mineral óssea.

Medicina nuclear

A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que emprega materiais


radioativos com finalidade diagnóstica e terapêutica. Para tal, são administradas ao
paciente substâncias denominadas radiofármacos , compostas por elementos químicos
emissores de radiação, cuja distribuição para determinados órgãos ou tipos celulares é
revelada por uma câmara específica. A maior ou menor captação dos radiofármacos
permite estudar a função dos tecidos, trazendo informações que, associadas à avaliação
anatômica obtida por outros métodos de imagem, contribuem sobremaneira para o
diagnóstico precoce, estadiamento e controle da evolução de muitas doenças.

Radiologia odontológica

A radiologia odontológica é a forma mais utilizada e eficaz disponibilizada


pela odontologia para se obter um diagnóstico da saúde bucal. Por meio
desta tecnologia, é possível identificar certas doenças e elaborar planos de
tratamento apropriados.
O método ajuda a evitar a ocorrência de danos irreversíveis aos dentes, ao osso
alveolar e aos demais tecidos bucais, o que pode comprometer o tratamento, aumentar o
risco de falha e tornar o processo mais oneroso para o paciente.
A radiologia é imprescindível em áreas como a cirurgia
bucomaxilofacial, ortodontia, implantodontia e periodontia. Na área cirúrgica, ela é
usada para diagnosticar lesões, fraturas ósseas, dentes em maior número que o normal,
inclusos ou que ainda não nasceram, possibilitando o planejamento da operação.
Na implantodontia, o raio-x permite visualizar melhor a área de recolocação de
elementos dentais, evitando o uso de próteses fixas ou móveis, além de avaliar a
condição óssea para a realização de implantes, e de necessidade de enxerto ósseo e
de fixação entre implante e osso.
Já os benefícios da radiologia odontológica para a ortodontia se dão,
especialmente, na documentação ortodôntica, que compreende radiografiase exames
diversos, sendo também útil na confecção de moldes de gesso, fotos e slides entre outros
procedimentos fundamentais para o planejamento e tratamento ortodôntico.
Dentro da periodontia, o procedimento é utilizado para visualizar perdas ósseas,
o que permite ao profissional planejar corretamente o tratamento a ser realizado.

Radioterapia

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando


feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um
determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar
todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas,
à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.

Radiologia industrial

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A Radiologia Industrial é a utilização das radiações ionizantes com finalidade
industrial, são diversas as aplicações na radiologia nesta área, a sua maior utilização está
vinculada ao processo de controle de qualidade de produtos e matérias.
Ela também está presente na industria alimentícia, podendo retardar a
decomposição de determinados alimentos aumentando seu prazo de validade.

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