O passo a passo rumo ao púlpito

1. A teologia da pregação

- Entender o mundo que vivemos.

- Buscar olhar o caráter missional da pregação. Uma igreja missional é quando sua
visão, valores e ações refletem seu completo envolvimento com a missão de Deus.

- Observar o caráter expositivo da pregação. Uma pregação expositiva tem que ser
bíblica, participação do Espirito Santo, ter foco na compreensão do conceito bíblico
tratado no texto. Sendo assim, o sermão explosivo é um processo e não uma forma.

2. As sete convicções teológicas do pregador

1. Deus é a razão da pregação

2. Fomos chamados para pregar
3. Deus age por meio da pregação
4. As Escrituras é quem determinam a mensagem
5. O Espirito Santo está estreitamente relacionado com a pregação
6. A mensagem deve falar primeiro ao pregador
7. A mensagem deve ser centrada no evangelho e na pessoa de Cristo

3. A Bagagem do pregador

a) Boas edições bíblicas

b) Introduções e comentários bíblicos
c) Boas teologias bíblicas
d) Dicionários, concordâncias e enciclopédias bíblicas
e) Teologias sistemáticas
f) Softwares que ajudem da exegese do texto antigo

4. Os perigos da pregação

1. Aplicar o texto de forma direta (Ex. 1 Coríntios 11.5-6)

2. Transformar descrição em prescrição
3. Alegorizar e moralizar o sermão
4. Propor a imitação de personagens (Ex. Davi e Golias; José no Egito)

5. O roteiro para a elaboração da pregação

1. Estudar o texto bíblico. Duas perguntas norteiam este passo: Qual o significado
deste texto para os seus primeiros destinatários? Como esta mensagem se aplica
a nós?
2. Compondo o sermão. Aqui devemos olhar para a estrutura homilética, pensar
nas divisões, no estilo literário, naquilo que deve se aplicado sobre o texto, nas
ilustrações, frases de efeito, introdução e conclusão. As perguntas a serem feitas
aqui é: O que apresentar para a igreja? Como organizar este conteúdo? Como
ilustrar o ensino?
3. A entrega do sermão.

6. O roteiro do pregador

1. Escolha e delimite o texto

2. Estude o texto e o seu contexto. Referente ao texto, delimite as principais seções
e divisões. Referente ao contexto, veja o contexto histórico, cultura e literário.
3. Faça um esboço com a estrutura do texto
4. Identifique o problema, a graça e a missão no texto. Faça as seguintes perguntas:
Qual a necessidade da passagem (Problema)? Qual o seu proposito (Missão)?
Qual a ideia central (Graça)? Aponte estas verdades por meio de enunciados
indicativos.
5. Identifique o problema, a graça e a missão no sermão. Ou seja, como isto se
aplica ao ouvido dos ouvintes.
6. Elabore o esboço homilético
7. Selecione as ilustrações
8. Escreva o manuscrito completo do sermão.
9. Prepare a apresentação do sermão.
10. Prepare-se para pregar com convicção. Leia, releia e estudo o sermão até ficar
facilmente familiarizado com a mensagem.

7. O Roteiro do texto bíblico

1. Escolha o texto e defina o gênero. Na bíblia temos: Narrativas, Salmos, Textos

de Sabedoria, Proféticos, Apocalípticos, Epistolas, Evangelhos, Parábolas, etc.
Dependendo do texto, a delimitação da passagem varia e a forma de interpretar
muda.
a. Salmos: São poesias musicalizadas, e como toda musica e poesia devem
ser consideradas no todo. Eles estão organizados em estrofes, e cada
estrofe deve ser considerada dentro do salmo. Existem algumas
marcações que ajudam a entender as pausas dos salmos, como o selá.

- Salmo 46

- Analisando as partes de um salmo:

- A linha: É a unidade básica da poesia hebraica. Estas linhas são

constituídas de duas metades. Elas formam o paralelismo. Exemplo, Salmo
92.1. Uma linha é uma expressão de pensamento completa e paralelística.

- A Estrofe: A estrofe é na poesia o que um parágrafo é na prosa. A

estrofe na poesia hebraica é um grupo de linhas que tem seu foco em um
tema comum, ou seja, uma única ideia mantém unidos os versos de uma
estrofe. Exemplo, Salmo 148.

- A estância: São duas ou mais estrofes que enfatizam o mesmo tema.

Exemplo, Salmo 139 versos 1-18 e 19-24.

- Paralelismo: É a correspondência que ocorre entre as sentenças de uma

linha poética. É a arte de dizer algo similar, mas com um diferencial na
segunda linha. Então temos algumas correspondências.

- Na gramatica. Exemplo o salmo 103.10, 117.1, 38.3-5

- No Significado. Exemplo o salmo 92.6, neste caso uma

sinonímia.
 - O uso de imagens. Que podem ser emoções, figuras de ações ou
coisas concretas.

- Como delimitar um salmo? Seguindo alguns padrões:

a) Padrão linear. As unidades seguem uma ordem não repetida.

Exemplo, salmo 104.27-30; Salmo 150

b) Padrão Paralelo. Exemplo Salmo 19

c) Padrão Simétrico. Exemplo Salmo 51.2

- Entendendo o propósito de um Salmo:

a) Instrução: Para alcançar felicidade, santidade, alivio na dor, como

pedir algo a Deus, como se irar, como viver de forma ética diante de Deus e
dos homens, como proclamar as glórias de Deus, etc.

b) Para falar da realeza de Deus

c) Para falar da esperança messiânica

- Como interpretar?

a) Analisar o contexto histórico do Salmo.

b) Analisar a teologia do Salmo

c) Analisar a categoria do Salmo: Hino, Lamento, Agradecimento,

Confiança, Doxologia, Sabedoria, Imprecatórios, Messiânicos.

d) Leia e faça perguntas ao Salmo.

e) Analisar a gramatica: As sentenças estão no modo interrogativo,

indicativo, volitivo, imperativo.

b. Narrativas: São histórias que tem estrutura de enredos. Eles não são textos
dedutivos, mas indutivos. As narrativas tem movimento em lugar de argumentos e
exortações. O foco está nas ações e personagens.

- Para interpretar narrativas é preciso identificar os principais

acontecimentos nela descritos e saber organizar estes acontecimentos. Podemos dividir
as narrativas em partes:
 a) Início da ação

b) Conflito gerado

c) Clímax (Intensificação do conflito e reversão do conflito)

d) Conflito original resolvido

e) Fim da ação

- Olhando para isto temos o: Ambiente, o acontecimento inicial, as

complicações, a resolução do problema, as consequências e a conclusão.

c. Cartas ou epistolas: Estruturar cartas e epistolas é diferente de uma narrativa.

E as vezes é mais complicado do que pensamos, visto que o autor apresenta uma série
de pensamentos, exortações, saudações e argumentação, e tudo isto em sequência. Isto
torna difícil a delimitação da perícope.

- Algumas dicas: Uma vez delimitada a perícope a primeira coisa a se

fazer é tentar identificar seus principais blocos e ideias e destacar as palavras chaves do
texto. Exemplo, Efésios 1.3-14.

- Neste exemplo podemos notar algumas coisas: (1) Deus é o sujeito

principal; (2) este primeiro bloco da carta é um sumário do que vem a seguir; (3) Paulo
repete a expressão para louvor da sua glória três vezes aqui, indicando o proposito do
texto. Com base nisto podemos notar que Deus nos abençoa em Cristo e tudo isto para o
louvor da glória Dele. Só que o problema não aparece de forma explicita aqui. Mas está
é apontado no capitulo 2.

- Questões a serem observadas nas epístolas:

a) Questões introdutórias (Contexto geral): Quem é o autor, a

data que foi escrita a epistola, o local, os destinatários e o propósito.

b) Analise o contexto imediato da passagem escolhida com

base na informação do contexto geral.

c) Entenda a estrutura da carta

d) Observe a gramática, sintaxe e a retórica. Veja o significado

das palavras chaves do texto.
 e) Analise a teologia da Carta

f) Contextualize a carta: Como esta passagem se conecta ao meu

tempo? Como está passagem me corrige? O que está passagem recomenda?

d. Literatura apocalíptica: A literatura apocalíptica é um gênero de temática

profética cujas revelações muitas vezes são mediadas por um outro ser mundano a um
receptor humano, revelando uma realidade transcendente que é simultaneamente
temporal, na medida em que prevê a salvação escatológica, ou espacial, na medida em
que envolve um outro ser sobrenatural.

- Características da literatura apocalíptica:

a) A expressão literária: Uma revelação de algo que está para

acontecer. O escritor pode se concentrar em eventos passados da história, mas faz isto
com olhos no futuro. O autor recebe esta revelação dentro de um contexto de narrativa.

b) O Conteúdo revelatorios: Este tipo de gênero tem um

proposito de revelar algo oculto a mente. Seu conteúdo se refere a algo que se supõe se
inacessível à parte da revelação de Deus.

c) Sonhos e visões

d) Abundância de simbolismos

e) Temas específicos: Angeologia, dualismo ético, determinismo,

crença numa crise eminente, presença de um remanescente fiel, advertência julgamento
divino e antecipação da esperança escatológica.

- Como interpretar?

a) Compreenda a linguagem figurada: Símile (Dn 4.33),

Metáfora (Dn 7.17), Metonímia (Dn 1.10), Hipocatástase (Dn 5.27), Sinédoque (Dn
9.11).

b) Aceite os limites da linguagem figurada

c) Faça a interpretação olhando para o contexto histórico

imediato
d) Respeite o silêncio do texto

e) Olhe para o futuro