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Revista Latino-Americana de História

Vol. 2, nº. 6 – Agosto de 2013 – Edição Especial


© by PPGH-UNISINOS

História Política e o Ensino de História: pensando possibilidades.

Fabian Filatow*

Resumo: Nas últimas décadas os historiadores da política vêm se ocupando da história


regional. Assim, proponho algumas possibilidades para o ensino de história tendo como
referência a história política renovada, partindo da análise do local e do regional para o
nacional. Esta abordagem possibilita uma quebra paradigmática, ou seja, o local e o regional
não se configurando como simples reprodução das questões nacionais, mas apresentando
singularidades e soluções contextualizadas local e regionalmente para questões diversas,
estando inseridas também no contexto nacional. O Combate do Fão, ocorrido em 1932 no
interior do Rio Grande do Sul é um caso exemplar. Acontecimento local de rebeldia civil-
militar motivado por questões políticas, tanto regionais – fazendo oposição ao interventor
Flores da Cunha, quanto nacional, alinhando-se a causa da Revolução Constitucionalista
liderada por São Paulo.
Palavras-chave: História Política. Ensino de História. Combate do Fão.

Abstract: In recent decades policy historians have been concerned of regional history. Thus, I
propose some possibilities for teaching history referencing to the renewed political history,
going from local and regional sites to the national site. This approach enables a paradigmatic
break, in other words, the local and regional not setting as simple reproduction of national
issues, but presenting local and regional singularities and contextualized solutions to various
issues and also inserted in the national context. The Battle of Fao, which occurred in 1932 in
the Rio Grande do Sul´s country is an exemplary case. Local civil-military rebellion event
motivated by political issues, both regional - making opposition to intervenor Flores da
Cunha, and national, lining up the cause of the Constitutionalist Revolution led by São Paulo.
Keywords: Political History. Teaching of History. Fão Combat.
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1. Introdução
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*
Doutorando em História- PUCRS – Bolsista CAPES
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A história política renovada ofereceu uma grande ampliação dos estudos envolvendo
as disputa pelo poder. Novas fontes, novos objetos, novos questionamentos, novos problemas
para velhas questões proporcionaram um novo fôlego para a história política. Nestas novas
pesquisas percebemos um destaque para questões que tiveram como foco principal o local e o
regional. Trabalhos estes que buscaram compreender como determinados grupos sociais
resolveram questões políticas do seu agir cotidiano, inseridos no seu tempo e no seu contexto,
ou seja, quais foram às formas, os meios, os acordos, os rearranjos que se sucederam em
âmbito local ou regional durante determinados períodos da história.
Diversos trabalhos produzidos pela historiografia que se dedicaram a analisar a
história política gaúcha na Era Vargas. Muitos destes trabalhos tiveram um olhar amplo,
pesquisando questões pertinentes, mas que não se debruçaram sobre o local ou regional. Nos
últimos anos este cenário vem sendo alterado pelos novos trabalhos produzidos, sendo que
muitos destas têm como foco privilegiado de pesquisa a relação entre o local e o regional e
destes com o nacional.
A pesquisa que desenvolvo está inserida neste contexto de mudança, pois visa analisar
a região de Soledade ao longo da década de 1930, buscando compreender acontecimentos
específicos da política local e regional, os quais estavam inseridos num contexto mais amplo,
o nacional daquele período. Estando inseridos no período histórico brasileiro delimitado pela
Revolução de 1930 e pelo Estado Novo, os acontecimentos ocorridos na região de Soledade
da década de 1930 não podem ser interpretados ou analisados como um simples reflexo, em
escala local ou regional, das disputas nacionais que se apresentavam naqueles anos, visão por
demais simplória. Partindo-se do atual estágio da pesquisa, podemos destacar que as diversas
ocorrências de violência e confrontos militares ocorridas em Soledade podem ser identificadas
como disputas políticas, tanto no âmbito local quanto regional.
Numa análise preliminar destes fatos, violência e confrontos militares, nos
possibilitaram realizar uma interpretação da conjuntura política regional vigente naquele
período. Estas atitudes extremas ocorridas em Soledade, porém não restritas ao município
gaúcho, contribuem para uma análise da política local e regional frente aos acontecimentos
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nacionais. Os conflitos ocorridos no município de Soledade ofereceram respostas para


questões políticas da sua própria realidade histórica, ou seja, buscavam responder questões
impostas pela alteração no contexto político e pelos diversos rearranjos que se instauraram na
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regional e nacionalmente, do qual não passaram incólumes, porém ofereceram respostas


singulares identificadas com sua história política local e regional.
Assim sendo, o presente trabalho tem por objetivo refletir sobre algumas
possibilidades entre História Política e o Ensino de História, tendo como objeto de análise o
Combate do Fão, movimento civil-militar ocorrido em 1932 em Soledade.
Neste sentido, o trabalho está constituído por três partes. Primeiramente apresentamos
algumas notas sobre o Combate do Fão no contexto da política regional. Na segunda parte
discutimos, em linhas gerais, algumas relações entre a história política e a noção de regional.
E, por fim, apresentamos algumas possibilidades para o Ensino de História.

2. O Combate do Fão no contexto da história regional

A frágil unificação política existente no Rio Grande do Sul, composta para as eleições
de 1930 e vigentes desde então, não tardou a mostrar sua artificialidade. Em 1932 tornou-se
evidente a cisão política existente no estado gaúcho. Tanto o PRL quanto a FUG
apresentavam características oligárquicas. Segundo a historiadora Sandra Pesavento,

Na verdade, oligarcas eram tanto os elementos agrupados na FUG quanto os


do PRL. A distinção possível de ser feita entre eles, como se evidenciou por
ocasião do levante de 1932, configura um apego maior à forma tradicional
de mando oligárquico do grupo denominado aqui de “ala regional”, que
constituiu a FUG, enquanto que os seguidores de Flores, agrupados no PRL,
constituíram o setor “nacionalista”, que apresentava maior identificação com
a orientação do Governo Provisório. (PESAVENTO, 1980, p. 143)

O Combate do Fão, que evidencia a cisão política no caso de Soledade, é significativo,


pois a liderança política local da Frente Única municipal organizou uma ação político-militar
em prol da constitucionalização do Brasil. Segundo a historiadora Caroline Webber
Guerreiro, “nesse contexto, os setores políticos importantes de Soledade posicionaram-se a
favor da causa constitucionalista através de diversos políticos locais, tendo como principal
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líder o coronel Cândido Carneiro Júnior, mais conhecido como Candoca.” (GUERREIRO,
2005, p. 72)
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Cândido Carneiro Júnior1, membro do Partido Libertador, era uma liderança política
local. Em 1930 apoiou a Aliança Liberal, porém, em 1932, liderou a oposição política contra
Flores da Cunha e Getúlio Vargas. Liderou tropas oposicionistas que se rebelaram em
Soledade, enfrentando militarmente o efetivo militar florista no Combate do Fão, ocorrido no
mês de setembro de 1932.
Em 1932 Cândido Carneiro Júnior, identificado com a FUG soledadense, recebeu
ordens e recursos financeiros de Flores da Cunha a fim de organizar o 33º Corpo Provisório
com o propósito de combater os opositores paulistas, mas guiado por sua orientação política
fez o oposto, organizou um grupo revolucionário com o objetivo de apoiar a causa da
constitucionalização e combater o governo ditatorial de Vargas, opondo-se também o
interventor federal no Rio Grande do Sul.
Soledade contava com a existência de dois corpos provisórios em 1932: o 33º sob
organização de Cândido Carneiro Junior (membro do Partido Libertador) e o 44º comandado
por Pedro Corrêa Garcez (de filiação republicana), sendo que este último se manteve ao lado
do interventor Flores da Cunha.
Foi assim que, em 1932, o Rio Grande do Sul em geral, e Soledade, em particular,
expuseram sua cisão política frente ao posicionamento político centralizador de Getúlio
Vargas.
Opondo-se ao prolongamento da ditadura, a Frente Única de Soledade deu início à
contestação armada ao governo provisório. Rebelando-se igualmente contra a decisão tomada
pelo interventor Flores da Cunha, o qual foi cooptado pelo interesse de obter apoio do
governo federal em prol da manutenção do seu governo no estado gaúcho. Uma parcela da
elite política soledadense enfrentava, através do uso das armas, a interventoria estadual, fato
que evidenciou um desacordo político entre o local e o regional.
Após o combate ocorrido em 13 de setembro, às margens do rio Fão, no qual as forças
rebeldes foram derrotadas, Cândido Carneiro Júnior e o pequeno grupo de homens que lhe
permaneceu fiel se embrenharam na mata, e segundo Franco, “por algum tempo ainda
conservou gente reunida e disposta à resistência, até que o Interventor Gen. Flores da Cunha
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lhe mandou um emissário na pessoa do Dr. Félix Engel Filho, para acertar os termos da

1
Cândido Carneiro Júnior era filho de Florisbela Theodora de Almeida e do major Cândido Alves Carneiro.
Destacou-se como pecuarista e político no município de Soledade, sendo secretário do Partido Libertador
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naquele município no ano de 1928. Em 1930 foi tenente-coronel da Brigada Militar e em 1932 ocupou o mesmo
posto militar no 33º Corpo Auxiliar da Brigada Militar (Corpo Provisório). Faleceu no ano de 1950.
(GUERREIRO, 2005, p. 72).
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pacificação.” (FRANCO, 1975, p. 127)


O acordo que colocou fim aos combates militares ocorreu no dia cinco de outubro de
1932, no então povoado Vitória, hoje Maurício Cardoso2. Na ata de pacificação preliminar
lavrada no referido encontro, ficou acertado que “o governo garantia aos rebeldes à volta aos
lares, mediante as seguintes condições: 1º - deposição das armas; 2º - devolução, por parte do
senhor General Cândido Carneiro Júnior, da quantia recebida para organização de um Corpo
Auxiliar da Brigada Militar do Estado.” (FRANCO, 1975, p. 127).
Porém, o encerramento do conflito armado não significou o fim das disputas políticas
existentes na região de Soledade nem no Rio Grande do Sul. Os problemas decorrentes do
Combate do Fão marcaram a história política regional até a instauração do Estado Novo.

3. História Política e o regional

Inseridas entre as possibilidades elaboradas a partir dos questionamentos e críticas


efetuados às totalidades, contrapondo-se a ideia de ter na história explicações amplas, a
perspectiva regional se apresenta como alternativa. Mas devemos estar atentos para não
cairmos no extremismo oposto, ou seja, acreditar que a história regional por si só se basta,
salientamos que esta deve ter um constante diálogo com o nacional, com o contexto nacional
no qual está inserido.
Referindo-se ao conceito de história regional, María Rosa Carbonari argumentou que,

Quando se diz que a história regional deve resgatar o específico, o particular


de um subespaço, entende-se que se deve estabelecer quais são as suas
relações com um espaço maior. Assim, esse espaço é entendido como uma
unidade concreta situada dentro de outra unidade maior igualmente concreta:
o Estado-Nação (...). (CARBONARI, 1991, p.287)

Desde as últimas décadas do século XX percebemos os estudos voltados para o


regional e para o local ampliarem espaço no mundo acadêmico. As discussões gestadas da
1233

crise das totalidades contribuíram para um alargamento da percepção das possibilidades da


pesquisa histórica, não que o regional (e mesmo o local) tenha em si o objetivo último das
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Segundo Verdi, o povoado de “Victoria” seria o segundo distrito do município de Soledade. (VERDI, 1987, p.
83)
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análises, que respondam a todos os questionamentos em si mesmos exclusivamente, muito


pelo contrário, reflexões e pesquisas que focaram o regional evidenciaram as múltiplas
relações existentes entre o regional e o nacional.
Estes recortes analíticos passaram a ser concebidos não mais como simples resultados
um do outro, o macro no mico, ou seja, o regional sendo percebido como um simples reflexo
das decisões forjadas no âmbito nacional, tornando-se um subproduto deste, desconsiderando
as particularidades e singularidades existentes e formadoras da região. Pelo contrário sua
existência exige necessariamente a interdiscussão entre o regional e o nacional, entre o micro
e o macro.
Partindo desta argumentação, entendemos que o nacional não é simplesmente a soma
dos regionais, mas vai além, engloba as inúmeras relações que se impõem nesta existência
constantemente tensa e dialética.
Sandra Fernandez, historiadora argentina, contribuindo com o debate sobre a
necessidade de se ter uma compreensão mais ampla para a definição de região, apresentou os
problemas provenientes da utilização exclusiva do político-administrativo como critério para
definição do regional e também do local. Segundo a historiadora,

Desde una perspectiva histórica, durante varios años la encrucijada de los


estúdios regionales y locales se pensó como la oposicón, o mejor aún como
el encuentro distorsido, entre la fomalización de tales estúdios y la
caracterización de ‘lo nacional’. En paralelo, también pudo observase un
corrimiento regular y constante de las definiciones de lo regional y local
hacia un simple recorte administrativo, en un registro exclusivamente
territorial. Esto dio como resultado un ejercicio comprensivo, si bien
ingenuo, no menos eficiente en torno de colocar como condición intrínseca
el recurso territorial estricto para definir los estúdios regionales y locales.
Desde este ángulo, en general, se adaptaba casi mecánicamente una realidad
social-económica-cultural a una forma de divisón política-adminsitrativa.
(FERNÁNDEZ, 2007, p. 33)

Ainda segundo Fernandez, temos os prejuízos decorrentes da utilização da noção de


região segundo esta perspectiva restritiva,
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Así, la historia regional tendría correspondência directa com una historia


ligada a lo provincial o departamental, y la historia local estaria identificada
con la comarca, la ciudad o el poblado, dejando a un lado cualquier tipo de
consideración de los fenômenos urbanos o de los procesos inherentes a la
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construcción social e identitaria de esos espacios. (FERNÁNDEZ, 2007, p.


33)
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O regional, por sua vez, não pode ser concebido simplesmente como espaço onde
ocorrem os reflexos das resoluções estipuladas do âmbito nacional. Acreditamos que a maior
contribuição para o estudo político de Soledade na década de 1930 está justamente numa
percepção de regional que o compreenda como sendo composto pelas relações entre o local, o
regional e o nacional, pois somente percebido neste sentido é que poderemos compreender as
disputas políticas protagonizadas por Flores da Cunha e Getúlio Vargas. Disputas estas que
tiveram seus desdobramentos também no âmbito regional/local, nas disputas de poder local
do município de Soledade, no qual se percebeu uma constante de violência atrelada a questões
políticas ao longo da década de 1930.
A coletânea República em migalhas - história regional e local, publicada em 1990 sob
a coordenação de Marcos A. da Silva, contribuiu como expressão desta busca por respostas
teóricas e metodológicas frente à crise dos paradigmas vivenciada nas últimas décadas do
século XX, possibilitando uma maior reflexão sobre as novas possibilidades de abordagens na
pesquisa histórica.
Segundo Loiva Otero Félix, “A palavra crise em sua origem grega significa decisão.
(...) em seu sentido originário, ela não se associa a juízo de valor maniqueísta de opção entre o
bem e o mal, entre o certo e o errado, ela não tem o significado do que o senso comum passou
a atribuir-lhe de algo nefasto, ruim.” (FÉLIX, 1998. p. 58).
Ainda segundo a autora, “crise implica em ruptura radical que traz como condição
inerente a tomada de decisão que, por sua vez, levará à busca de alternativas, de caminhos
para saída do impasse e à redefinição de novos universos valorativos.” (FÉLIX, 1998. p. 58).
Concluindo sua análise referente aos avanços promovidos pela crise imposta à ciência
histórica e sua contribuição para a história política Félix declarou que,

É dentro dessa dimensão de busca de saídas que também a história, enquanto


ciência ou enquanto disciplina passou a se reexaminar, a questionar-se a
apontar novas direções. É dentro desta perspectiva que se insere a retomada
dos estudos da dimensão do político na história, ou melhor, a possibilidade
de produzir-se uma história política com status equivalente a outras
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dimensões do fazer humano como o econômico, o social, o cultural, o


religioso. (FÉLIX, 1998. p. 58).

Outra contribuição foi realizada por Cláudia Maria Ribeiro Viscardi, no artigo
Página

História, Região e Poder: a busca de interfaces metodológica. A autora analisou as


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discussões historiográficas em torno dos conceitos de região e regionalismo dialogando com


as inovações da História Política. Buscou apresentar caminhos que viessem a contribuir para
uma aproximação e contribuição para a produção histórica entre estes dois recortes, o espacial
(regional) e o temático (político).
Entre os problemas postos aos pesquisadores que trabalham com história regional está
a definição de região. Vera Alice Cardoso Silva propõe uma importante contribuição ao
debate sobre os problemas da história regional3. Segundo a autora,

A região só se entende, então, metodologicamente falando, como parte de


um sistema de relações que ela integra. (...) pode-se falar tanto de uma região
no sistema internacional, como de uma região dentro do estado nacional ou
dentro de uma das unidades de um sistema político federativo. Pode-se falar,
igualmente de uma região cujas fronteiras não coincidem com fronteiras
políticas juridicamente definidas. (SILVA, 1990, p. 43.)

Tal perspectiva está em consonância com a contribuição proposta por Pierre Bourdieu
no que diz respeito ao estabelecimento de critérios de delimitação regional. Segundo o autor, o
critério de divisão regional surgiu simbolicamente e foi sendo ao longo do tempo tanto reconhecido
como legitimado (BOURDIEU, 1989, p. 107-132).
Ainda segundo Bourdieu, temos a ideia de fronteira que também poderá ser aplicável
para a ideia de região, pois esta, a região, é concebida entre algumas fronteiras as quais são
estipuladas e construídas pelo pesquisador. A fronteira é uma construtora da diferença cultural
tanto quanto é fruto da mesma, segundo o autor,

Mas não é tudo: a ‘realidade’, neste caso, é social de parte a parte e as


classificações mais ‘naturais’ são, em grande parte, produto de uma
imposição arbitrária, quer dizer, de um estado anterior da relação de forças
no campo das lutas pela delimitação legítima. A fronteira, esse produto de
um ato jurídico de delimitação, produz a diferença cultural do mesmo modo
que é produto desta (...). (BOURDIEU, 2011, p. 114-115).

Temos assim que a noção de região está para além dos limites político-jurídicos, sendo
que sua utilização pode agregar diferentes regiões geográficas delimitadas pelo crivo do
1236

político-jurídico e, mesmo assim, ser a expressão de uma região, ou seja, para analisar a
existência de uma expressão cultural, religiosa ou política pode ser necessário reunir e
Página

3
Para um aprofundamento na discussão historiográfica sobre região e espacialidade indicamos BARROS, José
D’Assunção. História, região e espacialidade. Revista de História Regional, Ponta Grossa: UEPG, 2005, vol.
10, nº 1, p. 95-129.
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investigar um determinado espaço no qual estas atividades sejam identificáveis e que estão
inseridas em diferentes espaços.
Angelo Priori traz uma contribuição ao debate referente à construção da concepção de
região. Para o autor, “a região enquanto categoria espacial é uma construção dos geógrafos; e
enquanto espaço social, construído historicamente, nada mais é do que uma questão de ponto
de vista do historiador” (PRIORI, 1994, p. 182.). Ou seja, no caso da pesquisa histórica a
região será definida pelas relações sociais, políticas, econômicas, culturais que nelas se
estabeleceram não estando restritas aos limites propostos pelo político-jurídico.
Vera Alice Cardo Silva adverte que não se deve perder de vista que a significação
analítica e a utilidade explicativa do conceito de região dependem de sua referência constante
a um sistema global de relações do qual foi recortada, para a autora o “enfoque regionalista
não pode limitar-se à coleta de dados e à observação da dinâmica dos processos internos à
região (...). A interpretação compreensiva desta dinâmica depende da análise de sua inserção
do movimento global do sistema”. (SILVA, 1990, p. 44).
Argumentando favoravelmente sobre a utilidade da história regional, Silva declarou
que

A História regional não substitui a história de processos estruturais ou a


história de mudanças sociais e políticas. Nem deve ser vista como
fornecedora de subsídios que, somados, resultariam naturalmente numa
‘História nacional’ ou numa ‘História geral’. Mas, a História regional
oferece elementos insubstituíveis para estudos comparativos e esta
contribuição apenas a justifica e a torna necessária. (SILVA, 1990, p. 46)

Almejando maior clareza sobre a definição e compreensão de região, objetivando uma


aplicabilidade conceitual que ofereça possibilidades interpretativas, nos utilizamos da reflexão
realizada por Fernández,

El espacio local no nos dice nada per se, tampoco lo hará la simple apelación
a la categoría de historia local. Dicho de outro modo la enunciación del
término no remite de forma directa y expressa a las facultades interpretativas
del mismo. En principio lo local alude tentativamente a un ajuste espacial de
1237

la observación y de la práctica – con el consecuente ajuste de las lentes -, y a


la necesidad de detectar la diversidad y la particularidad em um contexto
mayor al que el une cierta coherencia fenomenológica. (FERNÁNDEZ,
2006, p. 18)
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Ainda segundo a historiadora, o regional não se estrutura como um olhar temático,


mas sim analítico.

La historia regional es una de las distintas líneas de aproximación al estudio


histórico desde la Historia Social, sin embargo su eje no es temático sino
analítico. Dicho de otro modo la historia regional no propone un nuevo tema,
un nuevo objeto sino una nueva mirada, un nuevo acercamiento, un nuevo
abordaje analítico. (FERNÁNDEZ, 2006, p. 15)

Assim sendo, a perspectiva regional proporciona perceber e questionar o papel do


sujeito na história, o fazer cotidiano, e este se apresenta no local e regional primeiramente e
pode ou não vir a se confrontar ou inserir-se num âmbito nacional. Por isto, devemos ter
sempre presente à relação existente e necessária entre o local, o regional e o nacional, sendo
que a existência de um está presente na existência do outro, numa relação dialética e não
numa simples relação de complemento.
Partindo-se desta ideia poderemos analisar o acontecimento político nomeado
Combate do Fão, ocorrido em setembro de 1932 no município de Soledade, quando um grupo
de dissidentes políticos se opôs as determinações do então interventor Flores da Cunha, que
havia permanecido com Vargas quando da eclosão da Revolução Constitucionalista. Com o
estudo da história local e regional poderemos avançar e compreender as disputas políticas que
fomentaram este confronto militar às margens do rio Fão, fato que demonstrou a vigência das
divergências políticas existentes no Rio Grande do Sul, pondo fim a Frente Única Gaúcha e
promovendo uma reorganização política no estado.
Sendo assim, o Combate do Fão, para ser compreendido politicamente, deve ser
analisado considerando a relação existente entre o local, o regional e o nacional, para isto é
importante a produção historiográfica efetuada por estudiosos locais, muitos destes não tendo
a formação acadêmica, porém, oferecendo significativa contribuição para o conhecimento
destes estudos de caso, estes estudos locais, denominados muitos deles estudos municipais.
Sem estes registros e pesquisas, muitos destes acontecimentos estariam relegados ao silêncio
historiográfico, ao esquecimento.
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4. O local e o regional como possibilidades para o Ensino de História


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Possibilitar o acesso a informação, ao conhecimento de fatos e movimentos do


contexto local/regional dos estudantes pode ser útil para iniciarmos um estudo orientado por
questões que favoreçam a reflexão e o diálogo histórico. Estudos locais e regionais são
praticamente desconhecidos pelos estudantes, tanto acadêmicos quanto da educação básica,
sendo que nesta última o estudo da História do Rio Grande do Sul, às vezes, restringe-se a
determinados fatos específicos, muitos destes norteadas por uma visão idealizada, pontual,
quando não descontextualizada.
Abordamos, assim, questões que não receberam a atenção da historiografia acadêmica,
situação que vem sendo alterada nos últimos anos. Neste sentido, estudos de caso,
possibilitam abordarmos questões referentes à produção da escrita da história, por exemplo.
Discutir as contribuições e limitações das historiografias produzidas por pesquisadores que
não tiveram a formação acadêmica, mas que, em contrapartida, possibilitaram o acesso ao
conhecimento de fatos da história do Rio Grande do Sul, não pesquisados pela historiografia
acadêmica. Segundo Astor Dihel, “o historiador diletante é aquele que reconstitui o passado
tornando-o história, sem formação específica. Mesmo sem essa formação acadêmica, seu
papel é importante na medida em que trabalha com vocação política”. (DIHEL, 2002, p. 22)
Insere-se neste nesta reflexão o caso da História de Soledade na década de 1930, pois
muito do que foi escrito não o foi por historiadores com formação acadêmica em História,
mas por pessoas da localidade ou que tiveram alguma relação com o município ao longo do
tempo. Muitas destas produções historiográficas não seguem um método ou um projeto de
pesquisa, mas tiveram suas escritas norteadas pelas lembranças e pelas memórias de seus
autores. Obras que podem vir a ocupar o papel de fontes, pois reúnem diferentes tipos de
informações, sendo muitas delas originárias de relatos pessoas, transcrições de artigos
publicados na imprensa local, nos relatos orais de outros sujeitos históricos da comunidade.
Também estes dados devem ser explorados no ensino de história, as diferentes maneiras de
produzir e divulgar o conhecimento, a memória história, a lembrança do passado e o ofício do
historiador.
No caso específico do Combate do Fão podemos abordar questões relevantes para a
1239

produção do conhecimento histórico. Dentre estes, as disputas entre memória e esquecimento,


questões inseparáveis. O que nos é dado a lembrar e o que nos foi silenciado sobre os mais
diferentes acontecimentos históricos, como no caso do nosso objeto de reflexão neste texto.
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No caso do levante cívico-militar de Soledade podemos explorar a escrita da história contida


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nos livros didáticos, como está apresentada, como é abordada a questão da Revolução
Constitucionalista de 1932 nestes materiais que estão ao alcance de um grande número de
estudantes. Na maioria dos livros didáticos de história temos a apresentação da Revolução de
1932 como um acontecimento liderado por São Paulo contra a ditadura de Getúlio Vargas e
que o seu maior resultado se expressou na elaboração da Constituição de 1934.
A abordagem destes materiais didáticos, na sua grande maioria, apresenta uma visão
geral sobre o tema da Revolução Constitucionalista, normalmente descontextualizado,
abordando apenas o fato da revolta paulista. Em contrapartida, estes mesmos materiais
contribuem para um esquecimento ou um silêncio sobre o contexto político do período –
questões como federalismo versus centralismo político e os diferentes desdobramentos
implicados com este ato de rebeldia eclodido em 1932, mas que podem ser identificados ao
longo da história política brasileira, pelo menos desde o período do Segundo Império.
Os estudos que se dedicam a analisar a história a partir do regional ainda é incipiente,
mas já sinalizam com novas interpretações e questionamentos para a história política,
destacadamente a história do Rio Grande do Sul4.
Interessante destacar também as relações existentes com a memória sobre o Combate
do Fão. Ao longo do tempo esta memória também foi sofrendo alterações. Entre a vergonha,
no passado, por ser identificado com a luta armada ou mesmo traidores, com o orgulho, no
presente, de ter participado de um levante contra a ditadura e o autoritarismo5.
Os memoralistas, os diletantes, os relatos produzidos, as memórias recolhidas, enfim,
as diversas escritas da história local, produziram um diversificado leque de produções que
percebidos e estudados individualmente pouco conteúdo oferecem à pesquisa acadêmica
referente à história política do Rio Grande do Sul, porém, quando reunidas e analisadas a
partir de uma questão problema, podem contribuir tanto como referência quanto livros-fontes,
este é o caso da década de 1930 na região de Soledade e do Planalto Médio gaúcho. O estudo

4
Destacamos duas obras que se dedicaram a estudar a História do Rio Grande do Sul partindo do regional.
ABREU, Luciano Aronne. Um olhar regional sobre o Estado Novo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. A segunda
é AMARAL, Sandra Maria do. O teatro do poder: as elites políticas no Rio Grande do Sul na vigência do
Estado Novo. Ijuí: Ed. Unijuí, 2013. Trabalhos que demonstram ainda serem necessários novos estudos sobre a
1240

História do Rio Grande do Sul, destacadamente da perspectiva regional, analisando inúmeras questões que a
historiografia de abordagem nacional não respondeu.
5
Para um aprofundamento desta questão indico o artigo publicado na Revista CIPPUS do Unilasalle, no qual
analisamos alguns trabalhos recentes sobre o Combate do Fão. Cf. FILATOW, Fabian. Combate do Fão:
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episódio político-militar da revolução constitucionalista no rio grande do sul. Revista CIPPUS, v.2, n. 1, maio,
2013.
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das disputas políticas local/regional oferece uma significativa contribuição para um melhor
conhecimento das lutas e rearranjos políticos ocorridos entre 1930 e 1938 naquela região, bem
como seus efeitos na política estadual sob o governo de Flores da Cunha.
Além das possibilidades expostas, destacamos também a disponibilização ao
conhecimento do público estudantil discussões referentes às abordagens da história, como a
história local e história oral, praticamente desconhecida pelos estudantes do ensino básico.
Explorar as diferentes maneiras de se construir o conhecimento histórico e suas narrativas,
bem como a árdua tarefa de seleção dos documentos e tipos de fontes, os métodos de
pesquisa, tudo associado à subjetividade do pesquisador que fez e faz suas escolhas ao longo
da produção do trabalho de pesquisa, a qual chega ao estudante do ensino básico,
principalmente, através dos livros didáticos, sendo que estes também passaram pelo crivo da
subjetividade no momento da sua produção.
Enfim, podemos ofertar uma quebra de paradigma, ou seja, a grande maioria dos livros
didáticos aborda os eventos históricos de maneira generalizada, cronológica, tendo como
referência o nacional. Destacando o período de quinze anos da História do Brasil nomeado de
Era Vargas, em muitos destes materiais didáticos ainda hoje disponíveis é apresentando em
poucas páginas, ancorado numa explicação geral tendo o nacional como referência, tendo
pouca ou nenhuma referência das políticas regionais e suas especificidades que vigoraram
neste período da história nacional. Inserido neste macro tema, temos a Revolução
Constitucionalista de 1932, também abordada de maneira generalizada, sendo definida como
uma reação de São Paulo ao centralismo do Governo Provisório. Ou seja, toda a
complexidade política vigente naqueles anos fica reduzida a uma visão simplista de disputa
pelo poder entre o governo Vargas e São Paulo, alijado do poder nacional com a eclosão
Revolução de 1930. A longa disputa existente na política brasileira entre federalismo e
centralização política fica em segundo plano. Esta forma de abordar a História Política
Brasileira faz com que os acontecimentos ocorridos na década de 1930 permaneçam
descontextualizados, percebidos como fatos isolados.
Outra contribuição que pode ser explorada com a análise do Combate do Fão está
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relacionada à adesão do Rio Grande do Sul ao Governo Provisório e sua política


centralizadora e autoritária.
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No estado gaúcho ocorreram discordâncias sobre esta forma política adotada pelo
governo federal. Estas divergências políticas compuseram os motivos que levaram a
resistência armada, como bem demonstra o caso dos rebelados de Soledade.

5. Apontamentos finais

O Ensino de História deve oferecer um espaço para o diálogo e reflexão sobre o


passado, permitindo a todo sujeito se inserir neste fazer histórico, o qual se dá no cotidiano e
este está envolto pelas políticas desenvolvidas individual, local, regional ou nacionalmente.
Acreditamos que o estudo de caso, como o que fora apresentado neste texto, seja uma
possibilidade viável para aproximar os estudantes – acadêmicos ou do ensino básico – das
reflexões sobre a construção do passado através das mais diversas narrativas. Destacando que
estas sempre estiveram e ainda estão relacionadas à subjetividade do professor, do autor ou
pesquisador.
A história política renovada pode contribuir com esta mudança de paradigma, ou seja,
ofertando pesquisas que demonstram a ação cotidiana dos sujeitos no campo da política.
Possibilita igualmente demonstrar as singularidades de grupos, localidades e regiões inseridas
num contexto amplo, mas que ofereceram soluções distintas, próprias e condizentes com sua
própria realidade social, política e econômica.
Por fim, o olhar regional pode contribuir como um contraponto à discussão sobre a
história política nacional, no qual o regional não será percebido apenas como um reflexo das
questões nacionais, um microcosmos dos acontecimentos da esfera federal, mas sim como um
lugar onde questões locais receberam soluções próprias e identificadas com sua própria
realidade política local e regional, sempre inseridas num contexto nacional.
Ressaltamos que o regional por si só não esgota todas as questões, mas pode contribuir
com outras tantas que o olhar nacional não conseguiu dar conta.
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6. Referências bibliográficas
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Recebido em Julho de 2013


Aprovado em Agosto de 2013

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