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MUROS DE ARRIMO

Concreto Armado III


Engenharia Civil

Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati


eapliberati@uem.br

2022
• INTRODUÇÃO

• TIPOS DE MUROS DE ARRIMO


Conteúdo da Aula

• FATORES A CONSIDERAR

• AÇÕES

• VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

• CÁLCULO DA ARMADURA

• EXEMPLOS DE CÁLCULO

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INTRODUÇÃO

Os Muros de Arrimo são estruturas que estão entre as mais


antigas construções humanas, acompanhando a civilização
desde as primeiras construções em pedra da pré-história. No
entanto, o seu dimensionamento em bases racionais, utilizando
modelos teóricos, só se desenvolveu a partir do século XVIII.

A construção de um muro de arrimo, representa sempre um


elevado custo, muitas vezes superior ao dá própria edificação.

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INTRODUÇÃO

O engenheiro, antes de decidir sobre qual a


melhor solução a adotar para um determinado
problema de contenção de um talude ou
aterro, deve procurar conhecer a natureza e
características geológicas da região onde a obra
será implantada.

A maior dificuldade no cálculo dos


muros de arrimo é a definição dos
parâmetros do solo, pois dependem
da realização de ensaios
relativamente sofisticados.

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INTRODUÇÃO
ACIDENTES

Muro de arrimo desaba sobre estacionamento (2014)


Vila Moraes São Paulo.
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INTRODUÇÃO

Defesa Civil interdita


ACIDENTES

segundo prédio afetado por


queda de muro. Ao menos
36 famílias ficaram
desabrigadas em Valinhos
(2008).

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INTRODUÇÃO

A solução ou correção
para todos esses
ACIDENTES

problemas é uma só:


contratar profissionais
competentes,
experientes, habilitados.

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INTRODUÇÃO

Muro de arrimo e engoliu


parte da Rua Gustavo
Armbrust e de uma praça,
ACIDENTES

no Cambuí, Campinas, em
junho/2014, foi provocado
principalmente por falhas
na execução do sistema de
ancoragem. Laudo do
Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT).

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INTRODUÇÃO
ACIDENTES

Muro de uma casa desaba e piscina vem abaixo em Joinville


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INTRODUÇÃO

Os Muros de Arrimo são obras civis construídas com a finalidade de


prover estabilidade contra a ruptura de maciços de terra ou rocha.
São estruturas que fornecem suporte a estes maciços e evitam o
escorregamento causado pelo seu peso próprio ou por
carregamentos externos.

Os muros de arrimo podem ser


de vários tipos: gravidade
(construídos de alvenaria,
concreto, gabiões ou pneus), de
flexão (com ou sem contraforte)
e com ou sem tirantes.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade
São estruturas corridas que se opõem aos empuxos horizontais pelo
peso próprio. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis
pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5 m. Os muros de
gravidade podem ser construídos de pedra ou concreto (simples ou
armado), gabiões ou ainda, pneus usados.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade - Gabião
Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas
preenchidas com pedras arrumadas manualmente.

As dimensões usuais são: comprimento de 2m e seção transversal


quadrada com 1m de aresta. No caso de muros de grande altura,
gabiões mais baixos (altura = 0,5m) que apresentam maior rigidez e
resistência, devem ser posicionados nas camadas inferiores, onde as
tensões de compressão são mais significativas

As principais características dos muros de gabiões são a flexibilidade,


que permite que a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a
permeabilidade.
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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade - Gabião

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade - Gabião

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade - Gabião

Ensaio de Gabião

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade - Pneus
Os muros de pneus são construídos a partir do lançamento de camadas
horizontais de pneus, amarrados entre si com corda ou arame e
preenchidos com solo compactado. Funcionam como muros de gravidade e
apresentam com vantagens o reuso de pneus descartados e a flexibilidade.

Sendo um muro de gravidade, os muros de solo-pneus estão limitados a


alturas inferiores a 5m de uma base com largura da ordem de 40 a 60% da
altura do muro.

No entanto, deve-se ressaltar que o muro de solo-pneus é uma estrutura


flexível e, portanto, as deformações horizontais e verticais podem ser
superiores às usuais em muros de gravidade de alvenaria ou concreto.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade - Pneus

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade - Pneus

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade – Sacos Solo-Cimento
Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de não
requerer mão de obra ou equipamentos especializados. Um muro de arrimo de
solo-cimento com altura entre 2 e 5 metros tem custo da ordem de 60% do custo
de um muro de igual altura executado em concreto armado (Marangon, 1992).

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade – Perfil Retangular

Este tipo de muro é


econômico apenas para
pequenas alturas (até 2,0 m),
sendo geralmente utilizado o
concreto ciclópico.

Muro de gravidade com perfil


retangular

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade – Perfil Retangular

onde,
H – altura da superfície até o topo do muro;
H0 – altura do muro enterrado;
B – largura da base;
Et – empuxo total;
Gpp – ação devido ao peso próprio.

Pré-dimensionamento (Moliterno, 1980):


• Muro de alvenaria de tijolos: B = 0,40H
Muro de gravidade com perfil
retangular • Muro de concreto ciclópico: B = 0,30H

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade – Perfil Trapezoidal
Este muro é mais utilizado por ser mais econômico em relação ao perfil
retangular e poder adotado para maiores alturas. O material utilizado
também é o concreto ciclópico.

A superfície inclinada do muro deve ser sempre que possível de


paramento externo inclinado, fazendo com que o centro de gravidade do
muro fique para o lado do terreno.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade – Perfil Trapezoidal

Pré-dimensionamento
(Moliterno, 1980):
B0 = 0,14H

B = B0 + H/3
Muro de gravidade com perfil
trapezoidal

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade – Perfil Trapezoidal

Pré-dimensionamento (Moliterno, 1980):


Construção em alvenaria de b = h/3
pedra ou concreto ciclópico
t = h/6 d≥t

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo por Gravidade – Perfil Escalonado
É utilizado para situações idênticas a do muro trapezoidal. Executado em
alvenaria de pedra, apresenta a vantagem de uma maior economia de
material.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo de Flexão

São estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L”


que resistem aos empuxos por flexão, utilizando parte do peso
próprio do maciço, que se apoia sobre a base do “L”, para manter-se
em equilíbrio.

• Em geral, são construídos em concreto armado, tornando-se


antieconômicos para alturas acima de 5 m a 7 m.

• A laje de base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura


do muro. A face trabalha à flexão e se necessário pode empregar
vigas de enrijecimento, no caso alturas maiores.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo de Flexão – Sem Contraforte
hm ≈ hs

Muro sem contraforte


Perfil Clássico

onde,
H – altura total da parede de contenção;
B – largura total da sapata; Equilíbrio do muro = ação peso de solo na região
E – empuxo total aplicado à 1/3 de H; interna (evitando tombamento) + ação do atrito do
Fat – força de atrito solo-estrutura. solo e região inferior da sapata (evitando o
deslizamento)

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo de Flexão – Sem Contraforte com Perfil L

Muro sem contraforte É utilizado para pequenas


Perfil L
alturas (até 2m). Os muros com
perfil L podem apresentar ou
não dente de ancoragem

O dente de ancoragem é usado para aumentar a resistência ao


escorregamento, garantindo assim maior ancoragem no terreno.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo de Flexão – Sem Contraforte com Perfis Especiais

Muro sem contraforte


Perfil Especial É utilizado para
alturas de 2 m a 4 m.

São projetados com lajes intermediárias para aliviar a ação do empuxo


de terra, mediante a ação do terreno do lado interno do muro,
reduzindo assim os esforços na estrutura.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo de Flexão – Mistos

Dependendo das necessidades, principalmente de altura, pode ser


recomendável a execução de muros de arrimo mistos, composto de pilares
e vigas de concreto armado e trechos com parede de alvenaria.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo Atirantados
É construído em terrenos com alturas de talude de 4 m a 6 m. O topo do
muro é preso por meio de tirantes fixados a uma placa de ancoragem. Essa
placa está rigidamente fixada em uma rocha ou solo resistente, a fim de
evitar seu deslocamento.

Atualmente o muro atirantado


vem sendo superado pelo uso de
cortinas atirantadas, que
apresentam maior facilidade e
rapidez de construção.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo Atirantados

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo com Contrafortes
São projetados para casos de terrenos que apresentam altura entre 6
m a 9 m.
Neste caso, a laje vertical é calculada como contínua, recebendo a
ação das pressões do terreno.

O dimensionamento dos
contrafortes é feito
tomando-se como esforços
os momentos fletores na laje
vertical devidos ao empuxo,
e os pesos próprios da laje e
do contraforte.
Marchetti (2008)

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo com Contrafortes
Pode-se ainda considerar vigas intermediárias nesse tipo de muro de
arrimo que se apoiam nos contrafortes, recebendo a ação horizontal
que lhe é transmitida pelas lajes vizinhas.

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TIPOS DE MUROS DE ARRIMO
✓ Muros de Arrimo com Fundação Profunda

Em qualquer tipo de muro de


arrimo apresentado anteriormente,
dependendo da resistência do solo
no local de implantação, pode ser
conveniente o emprego de
fundações profundas, conforme a
situação indicada na figura.

Marchetti (2008)

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FATORES A CONSIDERAR
Podem ser divididos em quatro categorias principais:
• Os relacionados ao elemento vertical (muro), tais como altura,
rugosidade, deformabilidade, inclinação;
• Aqueles relacionados às propriedades físicas e mecânicas do solo:
densidade, estrutura (coesivo, não coesivo), ângulo de atrito interno,
resistência, possibilidade de recalques; em muitas situações empregam-
se valores extremos para esses parâmetros, a favor da segurança,
embora isso possa levar a estruturas caras e que até inviabilizam a obra;
• Os relacionados com as condições da região em que será implantado o
muro: umidade, chuvas, lençóis freáticos, trepidações, cargas no
terrapleno;
• Os dependentes do elemento horizontal (sapata): rotação, translação.

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FATORES A CONSIDERAR
O projeto, de maneira geral, é constituído das seguintes etapas:
• Caracterização do solo por meio de ensaios: cabe ao projetista definir
até que ponto é possível, ou econômico, evitar esses ensaios;
• Estimativa das dimensões: experiência, observação, fórmulas empíricas;
• Cálculo das forças envolvidas: empuxo, peso próprio, cargas no topo,
reações do solo;
• Verificação da estabilidade (rotação e translação) às forças atuantes;
• Cálculo das armaduras (dimensionamento);
• Detalhamento das armaduras;
• Cálculo das fundações.

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AÇÕES
✓ Empuxo
Chama-se de empuxo a força exercida pela terra contra o muro. O
empuxo pode ser ativo, passivo e em repouso. O empuxo depende do
tipo de solo, da existência ou não de água no solo e da superfície de
contato solo-muro.

O cálculo do empuxo é o fator fundamental no projeto de um muro de


arrimo, e as teorias para esse cálculo foram desenvolvidas por Coulomb
em 1773, Poncelet em 1840 e Rankine em 1856; são conhecidas como
teorias antigas, mas que ainda apresentam resultados satisfatórios em
muitos casos.

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AÇÕES
✓ Empuxo

Ea

E0 E0
Ep
Empuxo no repouso: não há
deslocamento da estrutura de
contenção
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AÇÕES
✓ Empuxo
A teoria mais usada para cálculo do empuxo é a teoria de Coulomb, a
qual baseia-se na hipótese de que a força exercida no muro é
proveniente da pressão do peso de uma cunha de terra. Admite-se que
o solo causa uma pressão que varia linearmente ao longo da altura do
muro (na verdade essa variação é parabólica). A resultante dessa
pressão é o se chama de empuxo (E).

h Ea Real (parábola)

h/3

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AÇÕES
✓ Empuxo
Conforme visto anteriormente, se a terra pressiona a parede do muro
fazendo com que ela se deforme, nesse caso surge o empuxo ativo,
caracterizado pela pressão exercida na parede pelo solo (pressão da
terra contra o muro).

h Real (parábola)
Ea
h/3

Pa = Kaaγssh

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AÇÕES
✓ Empuxo
E ainda, se o muro se deforma em direção à terra, pressionando-a, o
empuxo que surge é chamado de empuxo passivo (pressão do muro
contra a terra). É comum no caso de escoramentos de valas e galerias.

Tirantes
protendidos

h
Ep
h/3

Pp = Kpaγssh

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AÇÕES
✓ Empuxo Ativo
A pressão do solo no muro, a uma profundidade h, é dada por:

𝑃𝑎 = 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . ℎ
sendo:
Ka - coeficiente de empuxo ativo ou de Coulomb;
γs - peso específico do solo.

O empuxo ativo (Ea) é obtido multiplicando-se a área da distribuição de


pressões (triangular com altura h e base Pa) pela largura do muro,
considerando-se nulo o atrito solo-muro. Para um muro de comprimento
unitário (1,0m), resulta:
ℎ ℎ 1
𝐸𝑎 = 𝐴Δ . 1,0 = 𝑃𝑎 . . 1,0 = 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . ℎ. 𝐸𝑎 = . 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . ℎ²
2 2 2

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AÇÕES
✓ Empuxo Passivo
O empuxo passivo (Ep) é determinado da mesma maneira que o
empuxo ativo, apenas com o coeficiente de empuxo correspondente. A
pressão do muro sobre o solo (Pp), a uma profundidade h, sendo Kp o
coeficiente de empuxo passivo, é dada por:

𝑃𝑝 = 𝐾𝑝 . 𝛾𝑠 . ℎ

Para um muro de comprimento unitário (1,0m), também admitindo


nulo o atrito solo-muro, o empuxo passivo fica:
ℎ ℎ 1
𝐸𝑝 = 𝐴Δ . 1,0 = 𝑃𝑝 . . 1,0 = 𝐾𝑝 . 𝛾𝑠 . ℎ. 𝐸𝑝 = . 𝐾𝑝 . 𝛾𝑠 . ℎ²
2 2 2

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AÇÕES
✓ Coeficientes de Empuxo Ativo – Teoria de Coulomb
O coeficiente de empuxo ativo para qualquer situação e solos não coesivos
dado por:
𝑠𝑒𝑛²(𝛽 + 𝜑)
𝐾𝑎 =
𝑠𝑒𝑛 𝜑 − 𝛼 . 𝑠𝑒𝑛(𝜑 − 𝜑1 )
𝑠𝑒𝑛2 𝛽. 𝑠𝑒𝑛 𝛽 − 𝜑1 . 1 + ²
𝑠𝑒𝑛 𝛽 − 𝜑1 . 𝑠𝑒𝑛(𝛽 + 𝜑)

onde:
𝜑 - ângulo de repouso ou de atrito interno do solo;
𝜑1 - ângulo de atrito entre o solo e a superfície da parede do muro (ângulo de
rugosidade);
θ - ângulo de inclinação do paramento interno do muro com a vertical;
𝛽 - ângulo de inclinação do paramento interno do muro com a horizontal;
𝛼 - ângulo de inclinação do solo acima do muro com a horizontal.
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AÇÕES
✓ Coeficientes de Empuxo Ativo – Teoria de Coulomb

𝑠𝑒𝑛²(𝛽 + 𝜑)
Coeficiente 𝐾𝑎 =
empuxo ativo 𝑠𝑒𝑛 𝜑 − 𝛼 . 𝑠𝑒𝑛(𝜑 − 𝜑1 )
𝑠𝑒𝑛2 𝛽. 𝑠𝑒𝑛 𝛽 − 𝜑1 . 1 + ²
𝑠𝑒𝑛 𝛽 − 𝜑1 . 𝑠𝑒𝑛(𝛽 + 𝜑)

Ângulos de Rugosidade
• j1 = 0 para muro liso (cimentado ou pintado);
• j1 = 0,5j para muro parcialmente rugoso; 𝜃
• j1 = j para muro rugoso.
𝛽

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AÇÕES
✓ Coeficientes de Empuxo Ativo – Teoria de Coulomb

Paramento interno liso e vertical e terreno


inclinado

𝑐𝑜𝑠 2 𝜑. 𝑐𝑜𝑠𝛼
Coeficiente 𝐾𝑎 =
empuxo ativo 𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝑠𝑒𝑛 𝜑 − 𝛼 . 𝑠𝑒𝑛𝜑 ²
𝛼

𝝋𝟏 = 0;
𝜽 = 𝝋𝟏 ;
𝜷 = 90°.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 4747
AÇÕES
✓ Coeficientes de Empuxo Ativo – Teoria de Coulomb

Paramento interno liso, inclinado do lado do


maciço e terreno inclinado

Coeficiente 𝑐𝑜𝑠 2 (𝜃 + 𝜑)
𝐾𝑎 =
empuxo ativo 𝑐𝑜𝑠3𝜃
𝛼= 𝜑

𝛂 = 𝝋;
𝝋𝟏 = 𝟎.
𝜃

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 4848
AÇÕES
✓ Coeficientes de Empuxo Ativo – Teoria de Coulomb

Paramento interno liso, vertical e terreno


inclinado

Coeficiente
𝐾𝑎 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑
empuxo ativo
𝛼= 𝜑

𝛂 = 𝝋;
𝝋𝟏 = 𝟎;
𝜽= 𝟎.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 4949
AÇÕES
✓ Coeficientes de Empuxo Ativo – Teoria de Rankine
Paramento interno liso, vertical e terreno horizontal

Esta situação é a mais usual em muros de concreto armado, e o valor do


coeficiente de empuxo ativo, dado pela expressão abaixo, é devido a Rankine.
Observa-se que o valor do empuxo ativo é sempre menor que a unidade.

Coeficiente 𝜑
𝐾𝑎 = tg² 45° −
empuxo ativo 2

Solos não
𝛂 = 𝟎; coesivos
𝝋𝟏 = 𝟎;
𝜽= 𝟎.

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AÇÕES
✓ Coeficientes de Empuxo Passivo

Para solos não coesivos, a favor da segurança, com terrapleno


horizontal e parede do muro vertical sem atrito, o coeficiente de
empuxo passivo é obtido também de acordo com a solução de
Rankine, conforme a equação seguinte:

Coeficiente 𝜑
𝐾𝑝 = tg² 45° +
empuxo passivo 2

Relação entre 1
Ka e Kp
𝐾𝑝 =
𝐾𝑎

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AÇÕES
✓ Sobrecargas Sobre o Terrapleno
Geralmente, as sobrecargas que são consideradas provêm de máquinas,
construções, multidões, etc., e devem ser admitidas como
uniformemente distribuídas.

Foi visto que o empuxo é função, entre outras grandezas, do quadrado


da altura do muro. Já as sobrecargas distribuídas (q) sobre o terrapleno
causam um empuxo ativo, por unidade de comprimento, de distribuição
uniforme que é proporcional apenas à altura h, ou seja:

𝐸𝑎,𝑠𝑜𝑏𝑟 = 𝐾𝑎 . 𝑞. ℎ

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AÇÕES
✓ Sobrecargas Sobre o Terrapleno – Guerrin (2003)
• uma sobrecarga de 0,5 tf/m² é usualmente considerada para levar em
conta uma eventual ocupação do terrapleno;
• sobrecargas da ordem de 1,0 tf/m² a 1,5 tf/m² correspondem a veículos
de 20,0 tf a 30,0 tf;
• mesmo sobrecargas maiores, de 2,0 tf/m² a 3,0 tf/m², só devem ser
consideradas em muros de altura menor que 10m;
• para muros muito pequenos, com altura menor que 2,0m, a influência
das sobrecargas não deve ser desprezada; elas podem até ser
responsáveis pelos maiores efeitos sobre o muro;
• em muros muito grandes, acima de 15,0m de altura, é possível desprezar
completamente o efeito das sobrecargas.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 5353
AÇÕES
✓ Exemplo 1
Para a estrutura de contenção mostrada, determinar a distribuição de
pressão horizontal na estrutura, e os respectivos empuxos.

𝒒 = 𝟐𝟎 𝒌𝑵/𝒎²

𝜸𝒔 = 𝟏𝟔 𝒌𝑵/𝒎³
𝝋 = 𝟑𝟎°
𝒉 =6m

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 5454
AÇÕES
✓ Exemplo 1 - Resolução
1) Coeficiente de empuxo ativo:
𝜑
𝐾𝑎 = tg² 45° −
2

30°
𝐾𝑎 = tg² 45° −
2

𝐾𝑎 = 0,333

2) Coeficiente de empuxo passivo:


𝐾𝑝 = 0

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 5555
AÇÕES
✓ Exemplo 1 - Resolução
3) Tensões horizontais:
Sobrecarga:

𝜎𝑎,𝑠𝑜𝑏𝑟 = 𝐾𝑎 . q. 1,0𝑚
𝜎𝑎,𝑠𝑜𝑏𝑟 = 0,333.20kN/m². 1,0𝑚
𝝈𝒂,𝒔𝒐𝒃𝒓 = 𝟔, 𝟔𝟕 𝒌𝑵/𝒎

Solo:
𝜎𝑎,𝑠𝑜𝑙𝑜 = 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠𝑜𝑙𝑜 . h. 1,0𝑚
𝜎𝑎,𝑠𝑜𝑙𝑜 = 0,333.16𝑘𝑁/𝑚3.6,0𝑚. 1,0𝑚
𝝈𝒂,𝒔𝒐𝒍𝒐 = 𝟑𝟏, 𝟗𝟕 𝒌𝑵/𝒎
Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 5656
AÇÕES
✓ Exemplo 1 - Resolução
3) Empuxos Ativos:
Sobrecarga:
𝐸𝑎,𝑠𝑜𝑏𝑟 = 𝜎𝑎,𝑠𝑜𝑏𝑟 .h
𝐸𝑎,𝑠𝑜𝑏𝑟 = 6,67𝑘𝑁/𝑚. 6,0m
𝑬𝒂,𝒔𝒐𝒃𝒓 = 𝟒𝟎, 𝟎𝟐𝒌𝑵

Solo:
𝐸𝑎,𝑠𝑜𝑙𝑜 = 𝜎𝑎,𝑠𝑜𝑙𝑜 .h/2
𝐸𝑎,𝑠𝑜𝑙𝑜 = 31,97𝑘𝑁/𝑚. 6,0m/2
𝑬𝒂,𝒔𝒐𝒍𝒐 = 𝟗𝟓, 𝟗𝟏𝒌𝑵
Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 5757
AÇÕES
✓ Exemplo 1 - Resolução

𝒒 = 𝟐𝟎 𝒌𝑵/𝒎²

𝜸𝒔 = 𝟏𝟔 𝒌𝑵/𝒎³
𝝋 = 𝟑𝟎°
𝟒𝟎, 𝟎𝟐𝒌𝑵
𝟗𝟓, 𝟗𝟏𝒌𝑵
3,0m
2,0m

𝟔, 𝟔𝟕𝒌𝑵/𝒎 𝟑𝟏, 𝟗𝟕𝒌𝑵/𝒎

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 5858
AÇÕES
✓ Exemplo 1 - Resolução

𝒒 = 𝟐𝟎 𝒌𝑵/𝒎²

𝜸𝒔 = 𝟏𝟔 𝒌𝑵/𝒎³
𝝋 = 𝟑𝟎°
𝟒𝟎, 𝟎𝟐𝒌𝑵
𝟗𝟓, 𝟗𝟏𝒌𝑵
3,0m
2,0m

𝟔, 𝟔𝟕𝒌𝑵/𝒎 𝟑𝟏, 𝟗𝟕𝒌𝑵/𝒎

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 5959
AÇÕES
✓ Sobrecargas Sobre o Terrapleno
Nas situações em que as sobrecargas não podem ser desprezadas, é
possível considerá-las como uma altura suplementar equivalente h0 da
terra do terrapleno para o cálculo do empuxo total sobre o muro.

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AÇÕES
✓ Sobrecargas Sobre o Terrapleno

𝑞
𝒉𝟎 = 𝑷𝒔 = 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . ℎ0
𝛾𝑠
𝑷𝒊 = 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . H
𝑯 = 𝒉 + 𝒉𝟎

1 1 1
Empuxo Ativo 𝑬𝒂 = . 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . 𝐻 − . 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . ℎ0 ⇒ . 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . (𝐻2 − ℎ02 )
2 2
2 2 2

ℎ 2. 𝑃𝑆 + 𝑃𝑖 ℎ 2. ℎ0 + 𝐻
Posição da Resultante 𝒚= . ⇒ .
3 𝑃𝑆 + 𝑃𝑖 3 ℎ0 + 𝐻

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6161
Verificação da Segurança
✓ Verificação de Estabilidade: Tombamento
O tombamento do muro deve ser evitado, ou seja, deve existir segurança à
rotação do muro em torno do ponto A, indicado na figura abaixo. Também
estão indicadas todas as forças em ação, ou seja, o empuxo, que tende a
tombar o muro, e os pesos do solo e do muro, que tendem a impedir o
tombamento. xs
xs Ps
Pg

2h/3

Ea

h/3

A
Pa = Kaaγssh
Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6262
Verificação da Segurança
✓ Verificação de Estabilidade: Tombamento

Momento de Tombamento:

1 1 2

𝑴𝒕𝒐𝒎𝒃 = . 𝐸𝑎 = . 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . ℎ .
3 2 3

1
𝑴𝒕𝒐𝒎𝒃 = . 𝐾𝑎 . 𝛾𝑠 . ℎ3
6
Momento de Restituição:

𝑴𝒓𝒆𝒔 = 𝑃𝑠 . 𝑥𝑠 + 𝑃𝑔 . 𝑥𝑔

Condição de Segurança:
Estabilidade ao tombamento do muro
𝑴𝒓𝒆𝒔 ≥ 1,5. 𝑴𝒕𝒐𝒎𝒃

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6363
Verificação da Segurança
✓ Verificação de Estabilidade: Translação
Para que não ocorra translação a força de atrito estático máxima possível
deve ser, pelo menos, 1,5 vezes maior que a força horizontal atuante que é,
geralmente, igual ao empuxo ativo. Essa consideração garante, com
adequada segurança, que o atrito possível de ser desenvolvido não será
vencido. No caso desta verificação não ser atendida, a utilização do empuxo
passivo desenvolvido pelo "dente" do muro pode resolver.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6464
Verificação da Segurança
✓ Verificação de Estabilidade: Translação

Força de atrito estático:

𝑭𝒂 = 𝜇. 𝑁 = 𝜇. (𝑃𝑠 + 𝑃𝑔 )

Coeficiente de atrito base/solo:


m: 0,50 a 0,55 para solo seco
m: 0,30 no caso de solo saturado

Estabilidade do muro à translação Condição de Segurança:


𝑭𝒂 ≥ 𝟏, 𝟓. 𝑬𝒂 𝒐𝒖 𝑭𝒂 + 𝑬𝒑 ≥ 𝟏, 𝟓. 𝑬𝒂

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6565
Verificação da Segurança
✓ Verificação das Tensões no Solo
É necessário verificar as tensões atuantes no solo sob a base do muro de
arrimo; a tensão máxima não pode ser maior que a capacidade resistente
do solo, e a mínima deve ser tal que não produza tensões de tração no solo.
Isto é feito calculando-se as tensões extremas, máxima e mínima, com a
fórmula clássica da resistência dos materiais, a partir da força normal e
momento atuantes.
N
M

σs,máx σs,mín

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6666
Verificação da Segurança
✓ Verificação das Tensões no Solo

Tensão máxima:

𝑁 𝑀
𝝈𝒎á𝒙 = + ≤ 𝝈𝒔,𝒂𝒅𝒎
𝐴 𝑊

Tensão mínima:

𝑁 𝑀
𝝈𝒎í𝒏 = − ≥𝟎
𝐴 𝑊
Tensões no solo sob a sapata

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6767
Verificação da Segurança
✓ Verificação das Tensões no Solo
Se a tensão mínima do solo for negativa , isso indica tensões de tração no
solo, o que não é possível, e a expressão dada pela resistência dos materiais
para o cálculo das tensões não é mais válida. Nesse caso, usam-se as
seguintes expressões:
N
𝑏
M
𝒅=3 −𝑒
2

T
2. 𝑁
C Despreza-se
a região 𝝈′𝑨 𝝈′𝑨 = ≤ 𝝈𝒔,𝒂𝒅𝒎
tracionada 𝑑

Equilíbrio na base do muro com solo


comprimido parcialmente

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6868
Cálculo da Armadura

O dimensionamento é feito por unidade de comprimento do muro.

A armadura de um muro de arrimo pode ser dividida em três


categorias principais, obtidas com o dimensionamento das diversas
seções do muro:

• Barras N1: determinadas pelo dimensionamento nas seções A e C;


• Barras N2: obtidas através do dimensionamento das seções D, B e E.
• Barras N3: apenas construtivas, e podem ser tomadas igual a um
quinto da armadura principal correspondente;

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 6969
Cálculo da Armadura

σ1 = σs,mín
σs,máx σ3
σ2
σ4
s r

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7070
Cálculo da Armadura
Momento na seção A:

Momento na seção B:

Momento na seção C:

Momento na seção D:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7171
Exemplo 1
Projetar um muro de arrimo isolado, de concreto armado, com
fundação superficial (em sapata), para um talude de altura 4m.
Dados:

• Peso específico aparente do solo: γs =18 kN/m³;


• Angulo de atrito natural do solo: j= 30°;
• Tensão admissível do solo: σs,adm = 1,5 kgf/cm² (150 kN/m²);
• Atrito solo-concreto: m = 0,55;
• Concreto: fck = 20MPa ;
• Aço: CA-50;
• Cobrimento das armaduras: 3cm.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7272
Exemplo 1
a) Seção transversal do muro e dimensões dos seus elementos:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7373
Exemplo 1
b) Cálculo do empuxo ativo:

Coeficiente de empuxo ativo em função do tipo de muro:


𝜑
Solos não 𝐾𝑎 = tg² 45° − 2
coesivos

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7474
Exemplo 1
c) Verificação do tombamento:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7575
Exemplo 1

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7676
Exemplo 1
d) Verificação do tombamento:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7777
Exemplo 1

Não passou na verificação, será aumentada a altura do dente ( hd ):

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7878
Exemplo 1
e) Verificação das tensões no solo:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 7979
Exemplo 1
e) Verificação das tensões no solo:

O momento relativo ao ponto C é dado por:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8080
Exemplo 1
e) Verificação das tensões no solo:

O cálculo das tensões deve ser feito considerando que a sapata tenha comprimento unitário;
a largura da sapata é b = 1,9m. Usando a fórmula clássica da resistência dos materiais, as
tensões no solo ficam:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8181
Exemplo 1
e) Verificação das tensões no solo:

Como a tensão mínima resultou negativa (σmin < 0), isso indica tensões de tração no solo, o
que não é possível, e a expressão dada pela resistência dos materiais para o cálculo das
tensões não é mais válida. Nesse caso é necessário desprezar a região tracionada do muro e
recalcular a tensão máxima no solo, pois essa é maior que a calculada anteriormente.

Recalculando a tensão máxima, tem-se:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8282
Exemplo 1
e) Verificação das tensões no solo:

Distribuição das
tensões no solo sob
a sapata do muro

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8383
Exemplo 1
f) Cálculo das Armaduras Necessárias:

Exemplo
Esquemático
das Seções de
Análise

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8484
Exemplo 1
f) Cálculo das Armaduras Necessárias:

• Momento nas seções

Seção A (momento causado pelo empuxo de terra):

Seção B (momento causado pelo peso do solo e peso da sapata):

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Exemplo 1
f) Cálculo das Armaduras Necessárias:

• Momento nas seções

Seção C (momento causado pela distribuição


das tensões no solo sob a sapata):

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8686
Exemplo 1
f) Cálculo das Armaduras Necessárias:

• Momento nas seções

Seção C (momento causado pela distribuição das tensões no solo sob a sapata):

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8787
Exemplo 1
f) Cálculo das Armaduras Necessárias:

• Cálculo das Armaduras

Barra N1 (MA = 64,0 kN.m/m; bw =1,0m; d = 30-3 = 27cm):

Para barra de 10,0mm de diâmetro (f = 10,0mm), tem-se o espaçamento (t):

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8888
Exemplo 1
f) Cálculo das Armaduras Necessárias:

• Cálculo das Armaduras

Barra N2 (MC = 36,9 kN.m/m; bw =1,0m; d = 30-3 = 27cm):

Para barra de 8,0mm de diâmetro (f = 8,0mm), tem-se o espaçamento(t):

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 8989
Exemplo 1
f) Cálculo das Armaduras Necessárias:

• Cálculo das Armaduras

Barra N3 (armadura construtiva):

Para barra de 6,3mm de diâmetro (f = 6,3mm), tem-se o espaçamento(t):

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9090
Exemplo 1
g) Detalhamento

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9191
Exemplo 2
Calcular e detalhar o muro de arrimo a seguir, considerando:

• γsolo =18 kN/m³;


• j= 30°;
• σs,adm = 0,20 MPa
• Atrito solo-concreto: m = 0,55;
• fck = 40MPa ;
• Aço: CA-50.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9292
Exemplo 2

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9393
Exemplo 2
Resolução:

A sequência de resolução, uma vez que a geometria está definida é


de:

a) Verificação do tombamento;
b) Verificação da translação;
c) Verificação da tensão no solo;
d) Cálculo das armaduras.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9494
Exemplo 2
• Verificação de tombamento
Inicialmente, pode-se calcular o momento de tombamento que
refere-se ao momento do empuxo do solo aplicado no muro que o
faz girar em torno do ponto X:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9595
Exemplo 2
• Verificação de tombamento
O valor da tensão no solo (no nível do ponto X) e da resultante do
empuxo são dadas (para uma espessura unitária), por:

No caso, h é a profundidade considerada, que conforme na figura anterior,


h = L.
Assim, o momento de tombamento é dado por:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9696
Exemplo 2
• Verificação de tombamento
O momento de restituição é dado por:

Onde,
• Pi: é o peso de cada elemento considerado na tabela a mostrado
na figura a seguir;
• Zi: é a distância da resultante de força do peso de cada elemento
em relação ao ponto X.

O ideal neste caso é se fazer uma tabela para se preencher os


valores auxiliares para o cálculo do peso vertical do muro e o solo e
obter ainda o momento de restituição.
Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9797
Exemplo 2
• Verificação de tombamento

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9898
Exemplo 2
• Verificação de tombamento

a, h Cortina 1
b, h Cortina 2
e, j Sapata
c, h Solo 1
b, h Solo 2
Somatório

Desta maneira, obtém-se o valor do


momento de restituição:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 9999
Exemplo 2
• Verificação da translação
Neste caso, é preciso (em considerar inicialmente o dente indicado no
desenho) que o atrito provocado pelo peso da estrutura e solo acima da
sapata seja maior que o empuxo ativo multiplicado por 1,5 (coeficiente de
segurança). Assim, tem-se:

Como γ > 1,5, não é


γ necessário executar o dente

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das tensões no solo
Para a determinação das tensões de contato entre a sapata e o solo, faz-se
necessário inicialmente a redução dos esforços do ponto X, para o meio da
sapata como indicado a seguir.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das tensões no solo
Assim, o momento atuante no centro da sapata será de:

Para que o funcionamento seja sem tração é necessário que a


excentricidade do momento e carga vertical seja inferior ao valor da cota do
núcleo central (neste caso igual a e/6):

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das tensões no solo
Assim, não haverá tração no solo, podendo ser utilizada a fórmula da
Resistência dos Materiais:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das armaduras:
Para a determinação das armaduras, é necessário calcular os momentos
fletores nas seções S1, S2 e S3, conforme mostrado a seguir.

Seção S1

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das armaduras:
Para a determinação das armaduras, é necessário calcular os momentos
fletores nas seções S1, S2 e S3, conforme mostrado a seguir.

Seção S2
Para se determinar o momento fletor na seção S2, é
necessário calcular a tensão no solo na referida seção:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das armaduras:
Para a determinação das armaduras, é necessário calcular os momentos
fletores nas seções S1, S2 e S3, conforme mostrado a seguir.

Seção S3
Para se determinar o momento fletor na seção S3, é
necessário calcular a tensão no solo na referida seção:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das armaduras:
Valores de d:

- Na seção S1, considerando cobrimento de 2,0 cm de armadura com


diâmetro de 20mm, tem-se d = 25,0 – 2,0 – 1,0 = 22,0 cm.

- Nas seções S2 e S3, considerando cobrimento de 2,0 cm de armadura


com diâmetro de 16mm, tem-se d = 15,0 – 2,0 – 0,8 = 12,20 cm.

Considerando ainda, fck = 40 MPa; Aço CA-50 e bw = 100 cm, podemos


construir a tabela a seguir.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Exemplo 2
• Determinação das armaduras:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati 1010
Muros de Arrimo Mistos

✓ O procedimento de cálculo é semelhante ao anterior, ou seja, devem ser


analisadas a estabilidade contra o tombamento, a estabilidade à
translação, as tensões no solo e calculada a armadura.

✓ A análise da estabilidade em relação ao tombamento e translação é feita


da mesma maneira que no caso dos muros de arrimo de concreto
armado, assim como o cálculo das tensões máxima e mínima no solo sob
a base do muro.

✓ A armadura necessária, neste caso, deve ser calculada para cada


elemento constituinte do muro isoladamente, ou seja, pilares, vigas e base
do muro de arrimo misto.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati


Muros de Arrimo Mistos

• Armadura da base:

A armadura da base do muro é calculada como naqueles de


concreto armado.

• Armadura dos pilares:

Uma maneira simplista de calcular os pilares, na verdade vigas


engastadas na base, é considerar a carga, devido ao empuxo da terra,
distribuída de forma triangular ao longo da altura do muro. Assim, tem-se o
momento na base de um pilar, sendo t o espaçamento entre os pilares:

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati


Muros de Arrimo Mistos

• Armadura das vigas:

As vigas intermediárias e a de topo são solicitadas por uma carga


uniformemente distribuída horizontal, que pode ser determinada a partir da
resultante das tensões devidas ao empuxo de terra, de acordo com a área
de influência de cada uma.

A viga inferior deve ser calculada, ainda, para resistir a um momento de


torção, pois há a possibilidade de rotação dos pilares e fundo do muro,
causando esforços que precisam ser equilibrados por ela.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati


Muros de Arrimo Mistos

• Armadura das vigas:

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Muros de Arrimo com Fundação Profunda

✓ Nos muros de arrimo com fundação profunda não há a necessidade de


verificar as tensões no solo, pois a resistência deverá ser garantida pelas
estacas. Entretanto, é preciso determinar a carga em cada estaca. Os
demais passos são semelhantes aos efetuados para os muros anteriores.

✓ As verificações da estabilidade ao tombamento e à translação podem ser


feitas da mesma forma que para os muros de arrimo de concreto com
fundação superficial; porém, ao ocorrer uma pequena deformação na
estrutura, a fundação será solicitada e contribuirá para o equilíbrio, e
assim se estará bem a favor da segurança.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati


Muros de Arrimo com Fundação Profunda

✓ Com a força de empuxo Ea, peso do muro e do solo sobre as abas, calcula-
se as cargas nas estacas, verificando se não será ultrapassada a
capacidade das mesmas. No caso de blocos sobre duas estacas, a carga
em cada uma, por equilíbrio, tem-se:

A
Corte A-A

Laje

Bloco Vi A
t
r

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Muros de Arrimo com Fundação Profunda

✓ A armadura necessária na parede do muro pode ser calculada como no


muro de concreto armado com fundação superficial.

✓ A viga do fundo, na base do muro, deve ser dimensionada de modo a


resistir aos pesos e também à torção, proveniente da diferença entre o
momento devido ao empuxo e o devido ao peso do solo mais o peso da
laje do fundo.

✓ Essa laje, que liga um bloco ao outro, pode ser calculada como armada
em uma direção, com uma borda livre.

Concreto Armado III: Elementos de Fundação – Prof. Dr. Elyson A. P. Liberati


Drenagem

✓ Atrás da cortina/muro deve-se prever uma drenagem, para manter o


terreno seco e evitar pressões que provocarão um aumento do empuxo.
✓ A drenagem pode ser feita com drenos (normalmente com brita
graduada) e barbacãs (tubos) que são colocados em toda a altura do
muro, ou com apenas uma saída tubo na parte inferior, que pode ser
conectada a uma tubulação e dirigida para uma galeria de águas pluviais.

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Compactação
✓ O aterro deve ser lançado em camadas, cada
uma delas devidamente compactada; é
recomendado apiloamento com soquete
manual ou mecânico, em camadas de 20cm,
com um grau de umidade que dê ao solo
seu maior peso específico.

✓ Embora isso aumente o peso específico, por


outro lado aterros mal feitos no lançamento
podem posteriormente apresentar
recalques bruscos e não previstos.

✓ Com um grau de compactação de 90% o solo praticamente atinge as


condições primitivas de resistência.

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Juntas
✓ Deve-se prever juntas em muros contínuos de grande comprimento, a
fim de combater aos esforços causados por variações de temperatura,
com espaçamentos variando de 10,0m a 40,0m - Moliterno (1994)
recomenda a cada 25m. Se possível, é preferível que sejam colocadas
em pontos singulares do muro, tais como mudança de altura, mudança
do tipo de solo da fundação, mudança do terrapleno, mudança de
sobrecargas, etc. Recomenda-se colocar uma armadura suplementar na
face externa do muro. As juntas podem ser executadas das seguintes
maneiras:
• em corte livre;
• em corte com cobrimento;
• em corte com enchimento;
• em corte com junta plástica, preparada com mastique e silicone.

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Juntas

Corte livre Corte com cobrimento

Corte com enchimento Corte com junta plástica

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