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INTRODUÇÃO

Uma glândula é um órgão constituído de tecido epitelial, cuja utilidade é


secretar algumas substâncias com uma função pré-determinada. Esta
substância pode ser secretada dentro do sistema circulatório (endócrina) ou
fora dele (exócrina). Uma glândula pode conter os dois tipos de função ao
mesmo tempo. O pâncreas, por exemplo, contém as duas funções. O pâncreas
endócrino é responsável pela produção de insulina e o pâncreas exócrino é
responsável pela produção de enzimas digestivas (lipase pancreática, amilase
pancreática, tripsina, peptidase e nuclease) responsáveis por ajudar na
digestão das proteínas.

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DESENVOLVIMENTO

A glândula supra renal tem vários papéis metabólicos no corpo


humano. Nossas duas glândulas supra renais podem ser encontradas na parte
superior cada um dos nossos rins. Juntos, eles liberam os hormônios que nos
ajudam a metabolizar, atuam na maturação sexual à medida que crescemos,
além de responder ao estresse.

Este último pode ser conhecido como a resposta primitiva de “luta ou


fuga”. É a reação do joelho que nós conseguimos ao ver um estímulo que
ameaça a vida.
O Cortisol é a chave para coordenar os processos que nos permitem lutar ou
fugir deste perigo percebido. Existe um evidente valor evolutivo para poder
fazer isso. Qualquer coisa que encurte o tempo em que podemos engajar
nossos músculos e correr, provavelmente aumentará nossa chance de
sobrevivência.

Um sentimento em que podemos estar familiarizados é o foco intenso


que sentimos quando estudamos para um exame a noite anterior.
O cortisol é em grande parte responsável por esse sentimento de angústia.
Apesar de todas as conotações negativas associadas ao estresse, em
quantidades normais, os hormônios do estresse nos permitem focar melhor
para realizar as tarefas em questão.

Assim, as glândulas supra renais desempenham um papel funcional


em nosso estado de alerta, crescimento e muito mais. Os principais produtos

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liberados pelas glândulas supra renais são cortisol, epinefrina, aldosterona e
andrógenos adrenais, ou hormônios sexuais. Vamos discutir cada um com
mais detalhes.

A imagem mostra uma ilustração simples das glândulas supra-renais e das


estruturas circundantes.

Estrutura da glândula supra renal

Nossas glândulas supra renais são dois órgãos formados na forma de


um triângulo que tem aproximadamente três polegadas de comprimento.
Quando uma biópsia é tomada da glândula supra renal, duas seções são
imediatamente visualizadas.

A camada mais externa da glândula supra renal é chamada de córtex


adrenal, enquanto a camada interna é chamada de medula adrenal. Além de
ter diferenças físicas que lhes dão uma aparência distinta, eles liberam
hormônios independentemente uns dos outros.

De fato, o córtex contém zonas de diferentes tipos de células,


começando pela “cápsula” mais externa, seguidas por “zonas” denominadas
zona glomerulosa, zona fasciculata e zona reticular.

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Localização das glândulas supra-renais ou adrenais

As glândulas supra-renais ou adrenais localizam-se na cavidade


abdominal, precisamente acima de cada rim, daí a sua denominação.

Elas são glândulas endócrinas, responsáveis pela produção de importantes


hormônios, tais como a adrenalina e noradrenalina, que atuam em vários
órgãos e participam do funcionamento do organismo.

Na glândula suprarrenal são reconhecidas duas regiões distintas a


medula e o córtex. Cada uma dessas partes produzem hormônios diferentes e
apresentam características próprias.

Função Das Glândulas Supra-Renais

A principal função das glândulas supra-renais é a produção


de hormônios, os quais participam da regulação dos níveis de sódio, potássio e
água do organismo, do metabolismo dos carboidratos e nas respostas do corpo
em situações de stress.

Hormônios das glândulas adrenais

Os principais hormônios produzidos e liberados pelas glândulas adrenais são:

Aldosterona: Atua no equilíbrio dos líquidos, especialmente de sódio e potássio


no plasma sanguíneo.

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Cortisol: Conhecido como o "hormônio do estresse", é responsável por controlar
o estresse e atua na manutenção dos níveis de açúcar no sangue e da pressão
arterial.

Adrenalina: Atua como um mecanismo de defesa do organismo, preparando-o


para uma situação de emergência, especialmente em situações de estresse.

Noradrenalina: Contribui na preparação do corpo para uma determinada ação em


momentos de sustos, surpresas ou fortes emoções.

As glândulas suprarrenais são divididas em duas porções: o córtex e a medula


Anatomicamente, elas dividem-se em duas zonas principais:

Medula: Porção central e mais escura da glândula, originária da neuroectoderme.


Responsável por sintetizar e secretar os hormônios adrenalina e a noradrenalina,
conforme estímulos do sistema nervoso.

Córtex: Constitui até 90% da glândula, sendo a sua porção externa. Apresenta
coloração amarelada, originária da mesoderme e formada por tecido epitelial. É
subdividida em três partes (zona glomerulosa, fasciculada e reticular). Regula a
produção dos hormônios aldosterona, cortisol e os sexuais.

As suprarrenais são envolvidas por uma cápsula de tecido conjuntivo e rodeadas


por grande quantidade de tecido adiposo.

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PATOLOGIAS FREQUENTE DAS GLÂNDULAS SUPRARRENAIS
Algumas doenças afetam as glândulas supra-renais, causando a
produção excessiva ou reduzida de hormônios.

As principais doenças das supra-renais são:

 Doença de Addison
 Câncer da glândula adrenal
 Síndrome de Waterhouse-Friderichsen
 Hiperplasia supra-renal congênita
 Síndrome de Cushing
 Neuroblastoma
 Feocromocitoma

Visamos em destacar as seguintes patologia:

Patologia de Addison

Apatologia de Addison ou Insuficiência Adrenal Crônica é uma patologia


que Ocorre quando as supra-renais não conseguem produzir os seus
hormônios em quantidades adequadas. Ou "síndrome de Addison", acontece
quando a glândula adrenal ou a suprarrenal, que estão localizadas no topo dos
rins, deixam de produzir os hormônios cortisol e aldosterona, que são
responsáveis por controlar o estresse, pressão arterial e reduzir inflamações.
Assim, a falta desses hormônios pode levar à fraqueza, hipotensão e
sensação de cansaço generalizada.

Esta doença pode acontecer em pessoas de qualquer idade, homens ou


mulheres, mas é mais comum entre 30 e 40 anos, e pode ser causada por
diversos fatores, como uso prolongado de medicamentos, infecções ou
doenças auto-imunes, por exemplo.

O tratamento da doença de Addison é determinado pelo endocrinologista


a partir da avaliação dos sintomas e da dosagem dos hormônios por meio de
exame de sangue e normalmente envolve a suplementação do hormônio.

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Principais sintomas
Os sintomas aparecem conforme os níveis hormonais vão diminuindo,
podendo incluir:

 Dor abdominal;
 Fraqueza;
 Fadiga
 Náuseas;
 Emagrecimento;
 Anorexia;
 Manchas na pele, gengivas e dobras, chamadas de hiperpigmentação
cutânea;
 Desidratação;
 Hipotensão postural, que corresponde à tontura ao levantar-se, e
desmaios.
Por não possuir sintomas específicos, a doença de Addison
frequentemente é confundida com outras doenças, como anemia ou
depressão, o que leva a demora do diagnóstico correto.

Possíveis causas

A doença de Addison normalmente é causada por doenças auto-imunes,


em que o sistema imune passa a atacar o próprio organismo, podendo interferir
na função das glândulas adrenais. No entanto, também pode ser causada por
uso de medicações, por infecções fúngicas, vírus ou bactérias, como
blastomicose, HIV e tuberculose, por exemplo, além de neoplasias.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a doença de Addison tem como objetivo repor a


deficiência hormonal por meio de medicamentos, para que os sintomas
desapareçam. Alguns desses medicamentos incluem:

 Cortisol ou hidrocortisona;

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 Fludrocortisona;
 Prednisona;
 Prednisolona;
 Dexametasona.

O tratamento é realizado de acordo com a recomendação do


endocrinologista e deve ser realizado por toda vida, já que a doença não tem
cura, porém com o tratamento é possível controlar os sintomas. Além do
tratamento com o uso de medicamentos, a dieta rica em sódio, cálcio e
vitamina D, ajuda no combate aos sintomas, e deve ser indicada por um
nutricionista.

Diagnóstico da doença de Addison


Exames de sangue

Uma vez que o início dos sintomas pode ser lento e sutil, e visto que
nenhum exame laboratorial isolado consegue fornecer resultados conclusivos
nos estágios iniciais, geralmente os médicos não suspeitam de doença de
Addison no princípio. Algumas vezes, um estresse mais intenso torna os
sintomas mais óbvios e precipita uma crise.

Os exames de sangue podem mostrar uma baixa concentração de


sódio e uma alta concentração de potássio geralmente indica que os rins não
estão funcionando bem. O médico que suspeitar que a pessoa tem doença de
Addison mede os níveis de cortisol, que podem estar baixos, e
de corticotrofina, que podem estar altos.

Contudo, talvez o médico precise confirmar o diagnóstico por meio da


dosagem do cortisol antes e depois de uma forma sintética
de corticotrofina ter sido injetada. Se os níveis de cortisol estiverem baixos,
outros exames são necessários para determinar se o problema é a doença de
Addison ou insuficiência adrenal secundária.

Crise addisoniana

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Uma situação de stress, outra doença ou acidente pode agravar a
insuficiência adrenal e causar uma crise addisoniana. No entanto, a causa mais
comum é a interrupção abrupta do uso de corticosteroide exógeno. Os
sintomas podem incluir:

 Coloração marrom na língua e dentes devido ao acúmulo de ferro


por hemólise
 Dor súbita e penetrante nas pernas, região lombar ou abdome
 Vômitos e diarreia severos, resultando em desidratação
 Hipotensão que pode ser severa, levando a choque hemodinâmico
 Coma
 Hipoglicemia
 Perda de memória
 A fraqueza progride até que o paciente se sinta continuamente fatigado,
necessitando de repouso ao leito.
 Sua voz pode falhar, de modo que a fala se torna finalmente inaudível e
indistinta.

Se não tratada rapidamente, uma crise addisoniana pode ser fatal. É


uma emergência médica.

Patologia Síndrome de Cushing

Síndrome de Cushing é uma patologia Causada pela produção


excessiva de cortisol, devido à presença de um tumor na glândula ou
problemas na hipófise. Os sintomas são ganho de peso, má cicatrização de
feridas, braços e pernas finas, acúmulo de gordura abdominal e osteoporose.

Principais sintomas

O sintoma mais característico da síndrome de Cushing é o acúmulo de


gordura apenas na região abdominal e no rosto, que também é conhecido
como face em forma de lua de cheia. Além disso, outros sinais e sintomas que
também podem estar relacionados com essa síndrome são:
 Aumento rápido de peso, porém braços e pernas finas;
 Aparecimento de estrias largas e vermelhas na barriga;

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 Aparecimento de pelos no rosto, principalmente no caso das mulheres;
 Aumento da pressão;
 Diabetes, já que é comum que existe maior nível de açúcar no sangue;
 Diminuição da libido e da fertilidade;
 Ciclo menstrual irregular;
 Fraqueza muscular;
 Pele mais oleosa e com tendência à acne;
 Dificuldade para cicatrizar feridas;
 Surgimento de manchas roxas.

Normalmente é notado o aparecimento de vários sintomas ao mesmo


tempo e são mais comuns em pacientes com doenças como artrite, asma,
lúpus ou após transplante de órgãos e que tomam corticoides por vários
meses em quantidades elevadas. No caso das crianças com síndrome de
Cushing, pode ser percebido crescimento lento, com baixa altura, aumento dos
pelos faciais e corporais e calvície.

Com o passar do tempo, uma concentração elevada de corticosteroides


causa o aumento da pressão arterial (hipertensão arterial), enfraquece os
ossos (osteoporose) e diminui a resistência às infecções. A pessoa tem um
risco maior de apresentar cálculos renais e diabetes e transtornos mentais
podem ocorrer, incluindo depressão e alucinações. Mulheres geralmente
apresentam um ciclo menstrual irregular.

Crianças com síndrome de Cushing crescem lentamente e


permanecem com baixa estatura. Em algumas pessoas, as glândulas
adrenais também produzem uma grande quantidade de hormônios sexuais
masculinos (testosterona e hormônios similares), o que causa um aumento na
quantidade de pelos faciais e corporais, além de queda de cabelos em
mulheres.

Causas da síndrome de Cushing

A síndrome acontece devido ao aumento dos níveis de cortisol no


sangue, o que pode acontecer como consequência de diversas situações. Uma
causa frequente desse aumento e que favorece o desenvolvimento da doença

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é o uso prolongado e em doses elevadas de corticoides, que é normalmente
indicado no tratamento de doenças como lúpus, artrite reumatoide e asma,
além de também ser indicado para pessoas que já fizeram transplante de
órgãos.

Além disso, a síndrome de Cushing pode acontecer devido à presença


de um tumor na glândula pituitária, que se encontra no cérebro, ou das
glândulas adrenais, que se encontra acima dos rins, levando à desregulação na
produção de ACTH e, consequentemente, aumento na produção de cortisol,
que pode ser detectado em altas concentrações no sangue.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de Cushing deve ser feito pelo


endocrinologista baseado na avaliação dos sinais e sintomas apresentados
pela pessoa, histórico de saúde e realização de exames laboratoriais ou de
imagem.
Assim, pode ser recomendado pelo médico realizar uma exame de
sangue, saliva e de urina de 24 horas para verificar os níveis de cortisol e
ACTH que circulam no organismo. Além disso, pode ser recomendada a
realização de um teste de estímulo com dexametasona, que é um
medicamento que estimula o funcionamento da hipófise e, assim, pode auxiliar
o diagnóstico. Devido ao uso de dexametasona, pode ser recomendado que a
pessoa fique internado no hospital por cerca de 2 dias.

Com o objetivo de verificar a presença de tumor na hipófise, o médico


pode solicitar a realização de tomografia computadorizada ou ressonância
magnética, por exemplo. Em muitos casos, é necessário repetir os exames
para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento correto, pois alguns
sintomas são comuns a outras doenças, o que pode dificultar o diagnóstico.

Como é feito o tratamento

 A alta ingestão de proteínas e a administração de potássio (ou


fármacos que poupam potássio, como a espironolactona)

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 Inibidores adrenais como metirapona, cetoconazol e, raramente,
mitotano.
 Cirurgia ou radioterapia para remover tumores hipofisários, adrenais ou
tumores produtores de ACTH ectópica.
 Às vezes, análogos da somatostatina, agonistas da dopamina ou
mifepristona, um antagonista do receptor de glicocorticoide.

O tratamento para síndrome de Cushing deve ser orientado pelo


endocrinologista e varia conforme a causa da síndrome. Quando a doença é
causada pelo uso prolongado de corticoides, é indicada a diminuição da dose
do medicamento, segundo a orientação do médico e, se possível, a sua
suspensão.

Por outro lado, quando a síndrome de Cushing é causada por um tumor,


o tratamento costuma incluir a cirurgia para remoção do tumor e depois a
realização de radioterapia ou quimioterapia. Além disso, antes da cirurgia ou
quando o tumor não pode ser removido, o médico pode recomendar que o
paciente tome remédios para controlar a produção de cortisol.

Para reduzir os sintomas da doença é importante manter uma


alimentação pobre em sal e açúcar e comer diariamente fruta e vegetais
porque são alimentos ricos em vitaminas e minerais e que ajudam a fortalecer
o sistema imune.

Inicialmente, a condição geral do paciente deve ser mantida por uma


dieta rica em proteínas e administração adequada de potássio. Se as
manifestações clínicas forem intensas, pode ser razoável bloquear a secreção
de corticoides com metirapona (250 mg a 1 g, 3 vezes ao dia) ou cetoconazol
(400 mg por via oral uma vez ao dia), aumentando até a dose máxima de 400
mg, 3 vezes ao dia. O cetoconazol provavelmente têm início de ação mais
lento e, às vezes, é hepatotóxico.

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CONCLUSÃO

Durante a elaboração deste trabalho chegamos a concluir glândula


suprarrenal é responsável pela produção de adrenalina e noradrenalina. Os
dois hormônios são liberados em grandes quantidades no organismo depois de
fortes reações emocionais (como susto, medo, estresse) e provocam aumento
dos batimentos cardíacos e pressão arterial, constrição dos vasos, etc.

notamos também que; A síndrome de Cushing é uma condição com


manifestações proteiformes causadas pela exposição crônica ao excesso de
glicocorticoides. A causa mais comum da doença é o tratamento com doses
suprafisiológicas de glicocorticoides. O hipercortisolismo patológico
possivelmente seja resultado da produção adrenal autônoma ou da ação da
produção excessiva do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) por algum tumor,
estimulando a produção de cortisol adrenal. As formas adrenais primárias
incluem carcinoma ou adenoma unilateral ou, mais raramente, hiperplasia
bilateral e/ou nódulos. Durante a mesma pesquisa concluímos também que As
manifestações clínicas, as descobertas de exames físicos e os testes
laboratoriais, incluindo exames de sangue e de outros líquidos corporais,
estudos de imagens e biópsias, também serão discutidos neste artigo. Serão
também descritos com detalhes o diagnóstico diferencial, as opções de
tratamento, as complicações e o prognóstico.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

Medline Plus (2017). “Distúrbios das glândulas supra renais”. Biblioteca


Nacional de Medicina dos EUA NIH. Retirado em 2017-07-23 de
https://medlineplus.gov/adrenalglanddisorders.html

Sargis, Rober MD, PhD. “Uma visão geral das glândulas supra renais” . Web
endócrina. Recuperado em 2017-07-22 em

https://www.endocrineweb.com/endocrinology/overview-adrenal-glandsMD
Anderson Cancer Center. “Tumores adrenais”. A Universidade do Texas.

https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab
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de-addison

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