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Luis Filipe Maciel - 244416

Introdução:
A monogamia permanece um paradigma no mundo contemporâneo, não obstante os
esforços em derrubá-la. Uma força que atrai e impede formas alternativas de se relacionar
romanticamente. Mesmo os mais “desconstruídos” acabam eventualmente reproduzindo os
mesmos padrões problemáticos. O espetáculo “Fecha a porta do banheiro?!” através da
história de um jovem, que acredita que sua vida amorosa foi amaldiçoada pelo gosto musical
dos pais, e de uma jovem, desempregada e temerosa de voltar para casa da mãe, discute a
confusão que é se relacionar monogamicamente em dois mil e vinte poucos. Misturando
humor, fantasia e música brega, o espectador acompanha a saga de um casal que não se
suporta, mas insiste na união, mesmo sendo uma obviedade a sua falência.
Justificativa:
A monogamia é o paradigma das relações amorosas. Paradigma que não só dita,
organiza e legitima certos comportamentos, como também gere expectativas que os
indivíduos têm sobre seus parceiros, amigos e familiares. O reconhecimento dos seus
problemas é ponto pacifico para a maioria das pessoas. As divergências se iniciam quando
por um lado teóricos defendem a sua abolição e, por outro, sua reforma. No entanto, para
além das discussões teóricas, a força normativa do paradigma segue operando nos detalhes da
vida ordinária tanto para abolicionistas quanto para reformistas. A monogamia está
embrenhada no mais simples e despretensioso comportamento do dia a dia. Logo, de um
ponto de vista prático, as dificuldades permanecem resilientes. As primeiras tentativas de
resposta ainda geram desconfiança e medo. É a partir desse contexto, que o espetáculo
“Fecha porta do Banheiro!?”, pretende revelar a força e o impacto do paradigma, e a
insegurança das primeiras tentativas de resposta.
Objetivos
● Adaptar o texto autoral “Feche Porta do Banheiro!?”
● Produzir um espetáculo de comédia;
● Pesquisar linguagem cômica (ações/partituras cômicas através do corpo e da voz
tendo como inspiração a poética do palhaço);
● Produzir uma encenação que envolva a participação ativa do público;
● Pesquisar elementos cênicos que dialoguem com a dramaturgia, com o universo brega
(gênero musical brasileiro) e com o cabaré;
● Produzir um espetáculo na qual músicas sejam cantadas,
● Produzir um figurino original;
Metodologia

Os ensaios serão na sua grande maioria presenciais e acontecerão duas vezes por
semana, preferencialmente, às quartas pela tarde e quintas pela noite. Terão duas horas e meia
de duração e serão estruturados basicamente em três partes. Primeiro, um aquecimento
individual de cada ator que diz respeito à chegada e a familiarização com ambiente de ensaio.
Segundo, um aquecimento em grupo.

Nessa segunda parte, os atores serão convidados a realizarem pequenas partituras


corporais inspiradas nos exercícios do LUME/UTA/CIA Espaço em Branco. A partituras tem
o propósito de ajudar os atores no processo de alcançar o “corpo de trabalho” e prepará-los
para a terceira parte. Alcançar o corpo de trabalho significa “abandonar a cotidianidade”. Por
cotidianidade entende-se (i) o uso médio de energia e (ii) o engajamento parcial do corpo.
Normalmente os indivíduos agem no dia dia numa certa “faixa de energia”, se movem,
gesticulam numa média de velocidade. As partituras visam estimular qualidades diferentes.
Explorar o rápido, e super rápido, ou lento,e super lento, ou a suspensão. Além de vivermos
numa faixa média de gasto energético, normalmente não engajamos todo o nosso corpo. A
vida ordinária não demanda que exploremos torções de quadril, de articulação, que
exploremos estados de desequilíbrio na bacia etc.. Logo, as partituras também visam colocar
o ator em contato com movimentos que envolvam relações consigo e com o ambiente
diferentes daquelas vividas no dia a dia. Tanto (i) quanto (ii) valem também para o uso da
voz.

Se parte a dois corresponde ao aspecto “técnico” do ensaio, na parte três os atores


serão convidados a jogar. Exercícios extraídos da “poética do clown” serão o norte para
descoberta individual e coletiva dos aspectos cômicos que constituirão a peça. Não se trata de
almejar um espetáculo de clown ou de promover o nascimento de clowns ao final do
processo, mas de auxiliar os atores na busca do seu “eu cômico” que inevitavelmente passa
pelo contato com seus próprios aspectos ridículos, estúpidos e lúdicos. A medida que o grupo
for estabelecendo um vínculo e as primeiras propostas de cena forem aparecendo, a parte três
do ensaio se tornará maior. Nela serão testadas as primeiras cenas. O “estado de jogo dos
atores” será aproveitado para a inserção progressiva das circunstâncias da peça. Os ensaios
presenciais também contarão com a presença de convidados a fim de estimular os atores e
também obter feedback do processo.

Também existirão encontros online para discussão da dramaturgia, reescrita do texto,


cenografia, sonoridade, estilo de atuação e figurino. Os atores serão convidados a participar
ativamente nas adaptações que os ensaios demandarem. O trabalho pretende ser colaborativo
e horizontal desde o início.
Cronograma

Fecha a Porta do Março Abril Maio Junho Julho


Banheiro!?

Ensaio/Pesquisa X X X

Pesquisa de Referências X X
estéticas

Produção de Figurino/ X X
Material Cenográfico

Ensaios acompanhados de X X
convidados.

Redação do relatório X

Apresentação do espetáculo X
para grupo seleto.

Banca de Estágio e X
apresentações/Gravação do
espetáculo
Bibliografia

A arte do Ator, da técnica à representação - Luis Otávio Burnier.

O livro dos Viewpoints: o guia prático para Viewpoints e composição - Anne Bogart

Exercises for Rebel Artists - Guillermo Gómez-Peña

Encontrar el proprio Clown, Ejercicios prácticos para búsqueda de su payaso - Ana Milena
Velasquez.

Apayásate - Caroline Dream.

El Clown, un navegante de las emociones - Jesus Jara

Clown, The Physical Comedian - Joe Dieffenbacher.

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