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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE DIREITO DA


VARA DOS FEITOS DAS RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE
SALVADOR – ESTADO FEDERADO DA BAHIA

Se impresso, para conferência acesse o site http://esaj.tjba.jus.br/esaj, informe o processo 0538823-75.2017.8.05.0001 e o código 373E43A.
Este documento foi assinado digitalmente por JOAO LUIZ DE FREITAS SANTOS. Protocolado em 30/06/2017 às 14:06:45.
ELIAS GOMES DA SILVA, brasileiro, casado, operador de
telemarketing, RG n°. 07555689-82 SSP/BA, CPF: 882.551.315-15, filho de
Aurinesia Gomes da Silva, e-mail: eliasmoog@yahoo.com.br, residente e
domiciliado na Rua Vereador João de Olieira Campos, nº 128, Apto 03,
Centro, Simões Filho – BA, CEP: 43.700-000; por seu advogado infra
firmado, constituído mediante instrumento de mandato anexo, com
endereço profissional na Avenida Altamirando de Araújo Ramos, n° 220,
Centro – Simões Filho, Bahia, local desde já indicado para a comunicação
dos atos processuais, vem, a presença de Vossa Excelência, propor a
presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS com pedido de ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA
inaudita altera pars

em face da UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ - IREP - SOCIEDADE DE


ENSINO SUPERIOR, MEDIO E FUNDAMENTAL LTDA, pessoa jurídica de
direito privado, com sede na Rua Arthur Azevedo Machado, Nº 1.225,
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Edifício Civil Towers - Torre 2, Stiep, CEP: 41770-790, nesta Capital;


consubstanciados nos motivos fáticos e de direito a seguir aduzidos:

I - DA JUSTIÇA GRATUITA

O Autor roga a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita,


afirmando não ter condições de arcar com custas e demais despesas
pertinentes ao feito em tela, sem prejuízo de seu próprio sustento e da sua
família, o que declara sob as penas da lei.

Se impresso, para conferência acesse o site http://esaj.tjba.jus.br/esaj, informe o processo 0538823-75.2017.8.05.0001 e o código 373E43A.
Como se depreende nos artigos 98 e 99 do CPC/2015, é dado a
garantia de gratuidade de justiça aos que não têm condições de arcar com
as despesas processuais. Tanto nesta instância como num possível segundo

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grau de jurisdição.

Portanto, conforme se comprova com a cópia da sua Carteira


Profissional de Trabalho (Doc 01), resta demonstrada a possibilidade do
deferimento do pleito de concessão do benefício da Justiça Gratuita, no
presente feito, pelas razões acima esposadas.

II - DOS FATOS

Declara o Autor ser consumidor dos serviços educacionais da Ré,


posto que é estudante do curso de direito, através de matrícula de nº
201102085014, conforme declaração de matrícula anexa (Doc 02).

Afirma que completou todas as obrigações, preenchendo os


requisitos objetivos, que permitem graduar no curso em apreço e colar o
grau, tais como: ter cursado as Disciplinas mínimas obrigatórias e eletivas,
ter integrado a matriz curricular; ter cumprido as Atividades Acadêmicas
Complementares (AAC), no mínimo 200h; ter aprovação nos Estágios
Supervisionados; bem como a apresentação com êxito do TCC (Trabalho de
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Conclusão de Curso), conforme histórico, prints de telas, documentos e fotos


anexas (Doc 03, 04, 05, 06 e 07).

No decorrer da conclusão do último semestre, o Autor cursou a


disciplina “TCC em Direito Processual Penal”, no modo on-line, tendo como
tutora a Professora Cristiane Dupret, sua orientadora. E, que para tal
disciplina, possui como forma de avaliação, a AV1 (avaliação 1) com entrega
parcial do trabalho, a AV2 (2ª avaliação) que é a entrega do trabalho de
conclusão de curso (TCC), na sua forma escrita (Doc 08), devendo ser
enviada por e-mail e defesa oral (apresentação de 15 a 20 minutos

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defendendo a tese para os Educadores responsáveis sobre o tema, colegas e
professores).

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O Autor revela que entregou a AV1, da qual recebera nota 8,0.
Procedeu também no envio do trabalho de conclusão (AV2 – trabalho
escrito), para o e-mail institucional e pessoal da orientadora (Doc 09 e 10),
na data 09/12/2016, e, após orientação da tutora Professora Cristiane
Dupret, acerca de possível incorreção da 2ª Avaliação (AV2), meramente
textual, reenviou o trabalho final, às 07h:36min (para o e-mail institucional),
e às 05h:58min (e-mail pessoal da tutora), ambos no dia 14/12/2016,
conforme documentos acostados (Doc 11 e 12).

Assim, os prazos para envio dos trabalhos foram corretamente


cumpridos, na medida que o próprio calendário divulgado pela Ré atribui
limite para envio de “AV2 on line”, a entrega até o dia 10/12/2016, e limite
de acerto de nota e revisão, para o dia 14/12/2016, conforme calendário da
instituição anexo (Doc 13). Frise-se que, para todos os procedimentos de
produção, elaboração e envio dos trabalhos, foram observados os ditames do
Manual do Aluno anexo (Doc 14).

No dia 14/12/2016, o aluno, ora Autor, foi chamado para a defesa


oral do TCC, conforme planilha e fotos da apresentação, e o mesmo se
apresentou devidamente perante a Banca Examinadora formada por
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Mestres, Doutores e Professores da própria Universidade, bem como


familiares, amigos e colegas de turma, conforme documentos anexos (Docs
15 e 07).

Malgrado o trabalho final (trabalho escrito atualizado) ter sido


devidamente enviado no prazo cabível, conforme supramencionado, a Tutora
responsável pela disciplina TCC em Direito Processual Penal (Prof. Cristiane
Dupret), não o tratou devidamente, relegando-o, sem lançar no sistema
qualquer nota ou avaliação que seja.

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E mais, quando o Autor enviou uma mensagem pelo Ambiente
Virtual, para a tutora da disciplina em questão, na data 15/12/2016,
informando-a do sucesso da apresentação do TCC (a defesa oral), nestes

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termos: “Então, eu já me apresentei (por causa de vossas lições e
acompanhamentos tirei nota MÁXIMA), foi um sucesso! Muito
obrigado!...”, a tutora, Professora Cristiane Dupret, prontamente respondeu
ao Autor ironicamente com a seguinte mensagem: “Que maravilha!!!!
Super hiper mega parabéns! Já se inscreveu no Congresso on-line do
qual vou participar? bit.ly/conasemf”;

Destarte, a tutora foi mordaz com a resposta, posto que não tratou
o presente trabalho (TCC escrito), e no entanto, pôs-se a parabenizar o
aluno por ter recebido nota 10,0 (dez) da Banca Examinadora na defesa do
TCC (Docs. 16 e 17).

O Autor, uma semana antes do evento solene, preocupado com a


exiguidade da festa de colação do grau em 05/02/2017, já que até o dia 29
de janeiro de 2017 não tinha chegado os ingressos da solenidade, procurou
o Coordenador do curso, Sr. Antonio Jorge Melo, porém, o mesmo sempre
estava indisponível par ao Autor, que providenciouforma eletrônica de
comunicação, enviado e-mails. Contudo, passou e-mail (em 29/01/2017),
para a coordenação (do qual não houve resposta), questionando a demora
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dos convites prometidos pela faculdade, conforme se demonstra os


documentos juntados (Doc 18).

No dia 03/02/3017, devido ao não tratamento dos e-mails


enviados pelo Autor à tutora da disciplina em questão, e, de constar no
Ambiente Virtual (SIA), nota “faltou”, o Autor abriu requerimento através do
protocolo 14959703 (Doc 19), enviou e-mail ao Polo EAD (Doc 44), além de
posteriores reclamações demandadas com os seguintes protocolos:
14966989, 15125555 e 15125534 (Doc 20, 21 e 22), inclusive fez várias
tentativas de abertura de requerimentos, que por impedimento do sistema

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virtual da Ré, não foi obtido êxito (Doc 23 e 24).

Ocorre que, pelo regulamento da própria Ré, a mesma se obrigou a

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organizar a solenidade da colação do grau (conforme item: “Colação de Grau”
contida no Manual do Aluno), e, não obstante o Autor ter convidado amigos,
familiares e colegas de faculdade, entre outras pessoas que considera
importantes, a Ré o impediu arbitrariamente de participar da solenidade (a
colação de grau), marcada para dia 05/02/2017, conforme documentação
anexa (Doc 25).

Só foi efetivamente avisado que não poderia participar da colação


de grau 02 (dois) dias antes do referido evento. E ainda, após conversar com
o Coordenador sobre a possibilidade de ser impetrado algum remédio
jurídico que lhe garantisse a presença na solenidade, dada a certeza do
equívoco da tutora da referida disciplina, o Autor foi orientado que não
usasse tal remédio, e que não se preocupasse, porque iria requestar ao
Reitor da Universidade, para que fosse garantida a participação do Autor na
solenidade, marcada pra 05/02/2017, de forma simbólica, e que o discente
não sairia prejudicado, o que não aconteceu. Pois bem, o evento ocorreu sem
a participação do Autor, por responsabilidade exclusiva da instituição de
ensino.
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Em 07/03/2017, o Autor enviou e-mail para a Tutora da


disciplina, demonstrando completo desolamento e angústia por todo
acontecido, que respondeu assumindo que tudo aconteceu em decorrência
de possível falha na comunicação, e que a própria instituição errou a
autorizar a ida do aluno para avaliação na Banca examinadora sem o
consentimento da tutora. Ainda enfatizou: o aluno “só vai à Banca quando
possui nota para ser aprovado. Ou seja, reprovação só na Banca
mesmo. Se ela é anterior, você nem apresenta o trabalho”, conforme se
extrai de e-mail anexo (Doc 26).

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Ademais, despendeu gastos para a formatura, tais como: fotos (R$
300,00), convites (11 convites de R$ 25,00 totalizando R$ 275,00), roupas
adequadas para a solenidade, inerentes à colação, terno completo que

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custou R$ 540,00, e roupas para tirar as fotos com os colegas (Doc 27,
28,29,30 e 31), tudo, considerando a expectativa da colação de grau.

Outrossim, já desesperado com tudo isto, mormente a negativa da


Ré, em participar do evento tão importante para o Autor, enviou e-mail em
desabafo para a Coordenação do curso, com cópia para o polo on-line (EAD)
e para a Orientadora (Doc 32), igualmente não obtendo resposta.

No dia designado, ocorreu a colação de grau, contudo, sem a


presença do Autor, e a partir do dia 05 de fevereiro de 2017, após a
frustração de ser tolhido do direito de participar da colação do grau, o Autor
passou a sentir imensa angústia, a ter pensamentos depressivos, profunda
insônia e até pesadelos; tanto que, no dia 10/02/2017, já sem conseguir
dormir por 05 (cinco) noites, deu entrada às pressas no Posto de Saúde do
5º Centro, no Município de Salvador, sendo atendido pelo médico psiquiatra
que estava de plantão, o Dr. Juliano Barreto de Figueiredo, CREMEB nº
23329, que diagnosticou o quadro de Transtorno de Adaptação, CID F-43.2,
e prescreveu para o paciente (ora Autor) remédios controlados (tarja preta),
como o Clonazepan (Doc 33), em busca de amenizar psicologicamente a
situação desesperadora enfrentada pelo Autor.
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Em seguida, o médico psiquiatra supra referido concedeu Atestado


de dispensa por 15 dias de repouso (Doc 34), e relatório médico, orientando-
o a ficar próximo de seus familiares e amigos, mantendo constante
vigilância, especialmente pela gravidade da doença, in verbis: “devido a
gravidade, oriento ao paciente, que o mesmo informe seus familiares
do quadro, e a necessidade de vigilância”, conforme consta em relatório
anexo (Doc 35).

Ressalte-se, portanto, que por conta do estado depressivo

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(Transtorno de Adaptação), acabou ficando impossibilitado de realizar a
inscrição para a 1ª fase da Exame Unificado XXII da OAB, sendo mais uma
vez prejudicado, conforme se verifica confrontando a data do relatório

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médico (10/02/2017), apontando a enfermidade psíquica no qual o Autor foi
acometido, e a data final para inscrição do inferido certame (10/02/2017),
conforme edital anexo (Doc 36).

Saliente-se que, o Autor, por ser um bom aluno e possuir a


carteira de estagiário da OAB (Doc 37), recebeu proposta para atuar como
correspondente jurídico num escritório de advocacia na cidade de Simões
Filho, para dar maior agilidade nas petições e tarefas que não exijam o
exame oficial da ordem, na medida que estava para colar grau, entretanto,
por conta da negativa da colação de grau, perdeu a chance de atuar, mesmo
de forma interna ao escritório e ganhando uma oportunidade de trabalho.
Assim, saboreou a frustração de não poder atuar devido a conduta ilícita da
Ré.

Insta frisar que constantemente se observava irregularidades


administrativas operadas pela Ré, bem como falhas na prestação do serviço
educacional, com latente prejuízo aos alunos, contrariando os direitos dos
discentes, mormente aos lançamentos das notas de forma equivocada no
“Portal do Aluno” (SIA – Sistema de Informações Acadêmicas) e os frequentes
“bugs” - falhas sistêmicas atestadas através de documentos (Doc 38).
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Também assevera que, em meados de maio de 2016, o Autor teve


a nota da 1ª Avaliação (AV1), da disciplina Metodologia da Pesquisa,
divulgada como sendo nota “10,0” (dez), por 07 (sete) dias, no Ambiente
Virtual da Ré (SIA), e depois modificada para 8,5, com se atesta os
documentos (Doc 39). Tal ocorrência foi registrada (e admitida pela própria
Ré) através dos protocolos de nº 14712487 e 13828719, conforme anexos
(Doc 40).

Além disso, no último semestre (2016.2), o Autor cursou 03 (três)

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disciplinas, Direito Empresarial IV (cód. EDO0825), Direito Internacional
(cód. EDO0828) e Direito do Consumidor (cód. CCJ0023), das quais obteve
aprovação (Doc 41, pg 12), com as respectivas médias: 10,0, 10,0 e 8,0.

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Ocorre que, até o ajuizamento da presente, as referidas notas não foram
lançadas no histórico escolar do aluno, nem no Ambiente Virtual,
prejudicando seu score CR (coeficiente de rendimento), como se observa o
Histórico Escolar atualizado (Doc 03). Entrou em contato com a instituição
por várias oportunidades, por telefone e presencial, contudo, sem êxito.

Forçoso é que, de fato, se por um lado a Ré alega que o Autor não


entregou a 2ª avaliação (AV2) tempestivamente, e por tal razão resolveu
reprová-lo na disciplina “TCC em Direito Processual Penal”, com a
consequente não autorização à colação de grau; por outro lado, admite
mediante própria norma administrativa (Regulamento da Estácio), é defeso,
à Instituição, autorizar o discente a proceder a apresentação do trabalho
final (defesa do TCC), SEM que antes o aluno tenha sido efetivamente
aprovado, mediante nota mínima de 6,0 (referente a nota da 2ª avaliação -
AV2), conforme próprio regulamento da Ré (Doc 42).

Duas semanas depois de todo acontecimento, o Autor, ainda


abalado com o ocorrido, e sob efeito de remédios controlados, procurou
novamente o Coordenador do curso, mostrando documentos que
demonstravam o equívoco da Ré, tentando ao menos colar o grau de forma
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especial, para não perder uma proposta de trabalho, entretanto, o


Coordenador manteve-se inflexível, dizendo não ser problema da
Coordenação, após a negativa do coordenador, Autor voltou para casa em
prantos sem resolver a situação.

Mais de 30 dias depois do ocorrido, em 08.03.2017, o Autor


recebera em seu e-mail uma resposta um tanto inusitada da Coordenação,
solicitando que o Autor redigisse e enviasse à mesma, um pedido de
reconsideração em próprio punho, assumindo a falha pelo ocorrido; e que só
assim, o trabalho final seria reapreciado, conforme se extrai dos e-mails

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anexos (Doc 43).

Também, o Requerente encontra-se em quadro de efetiva

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instabilidade profissional, já que sem a confirmação definitiva da
regularidade de sua colação de grau, e, por consequência, conclusão do
curso, não lhe prefigura confortável submeter-se ao exame da OAB, eis que
para inscrição e posterior confecção de habilitação, lhe é necessário o
diploma de bacharel em Direito, título só alcançado com a colação de grau.

O Autor é genitor de uma criança de 03 anos (certidão anexa –


Doc. 44), e que, por isso, precisa concluir sua formação para poder
conseguir um emprego digno e poder sustentá-la, dar uma boa formação e
cuidar da sua única filha.

O Requerente é beneficiário do programa de financiamento


estudantil (FIES), conforme anexo (Doc 45), e, em decorrência de tudo
quanto exposto, está passando por momento de grande dificuldade no
mercado de trabalho, posto que não acha emprego, inclusive, por conta do
ocorrido, se encontra sem condições de continuar pagando as prestações do
programa estudantil.
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Por tudo isso, aguarda, sob regime de urgência, enfim, a sua


efetiva colação de grau e a reparação dos danos sofridos, haja vista toda a
situação vexatória que fora submetido.

Assim, o Autor não viu melhor alternativa a não ser provocar o


Poder Judiciário, para que os seus direitos sejam respeitados e reparados,
entregando-lhe a mais completa justiça!

III - DO DIREITO

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A conduta imperativa praticada pela parte Ré afronta todos os
preceitos concernentes à boa-fé-objetiva, necessariamente observada em
relações contratuais ou extracontratuais.

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Como visto e comprovado acima, o Autor teve negada a sua
participação no evento mais importante do curso – A SOLENIDADE DA
COLAÇÃO DE GRAU.

Com a solenidade, em qualquer curso superior que seja, estará


consolidado o título, perseguido por longos anos pelo discente. Frustrar esse
grande momento, sem justo motivo, por si só é uma grande afronta ao
Princípio da Dignidade Humana.

Neste diapasão, inquestionável a ilegalidade proporcionada pela Ré


quando negou a participação do Autor à sua colação, mesmo tendo atingido
todos os requisitos objetivos intrínsecos, e ainda ter apresentado o Trabalho
Final com nota MÁXIMA, e aplaudido pela Banca Examinadora e todos os
seus colegas presentes.

Percebe-se, logo de início, que a Ré desrespeita o próprio sentido


da Carta Magna, pois a desumanidade com a qual foi tratado o problema em
tela, fere patentemente qualquer ideia de fraternidade, respeito à dignidade
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da pessoa humana e aos valores sociais protegidos pelo Ordenamento


Jurídico Pátrio.

Do Princípio da Dignidade Humana.

Em verdade, o princípio fundamental da dignidade da pessoa


humana fora praticamente aniquilado pelo Réu, valendo trazer o texto
constitucional do Art. 1º:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela

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união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

(...)

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III - a dignidade da pessoa humana;

(...)”

O princípio basilar da dignidade da pessoa humana objetiva


assegurar ao ser humano direitos básicos e elementares, para que o sujeito
não apenas tenha condições de sobreviver, mas sim de ter uma vida digna,
ou seja, que possa viver em condições satisfatórias, em paz, com qualidade
de vida. E, certamente a prática impositiva de impedir um formando de
participar de um evento tão marcante que é a Colação de Grau, desrespeita
o ser humano, mormente às situações de humilhação e constrangimento,
causando danos psíquicos, traumas e diversas patologias emocionais,
muitas das vezes, irreversíveis.

Do princípio da boa-fé contratual

O Art. 422, do Código Civil 2002, estabelece que a probidade e a


boa-fé entre os contratantes é algo essencial em qualquer negócio jurídico.
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No momento em que a Ré, por intermédio de seus prepostos,


não prestou informações essenciais de forma clara ou adequada, ou quando
não respondia suas solicitações (por e-mail's) com fundamentação, ou
quando deixou de apreciar os trabalhos retificados tempestivamente, ou
quando teceu respostas sarcásticas ao aluno, o fazendo acreditar que estava
tudo resolvido, ou quando negou a participação do aluno na colação sem
justo motivo, ou até mesmo quando depositou esperança de o mesmo
participar simbolicamente, o fazendo desistir de um possível mandado de
segurança contra a universidade e depois orientou o mesmo a ssumir a
responsabilidade, isentando-a da culpa; pode-se notar que a ré agiu de má-

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fé, prática totalmente vedada em nosso ordenamento jurídico.

Do Regimento Interno da Universidade Estácio de Sá

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No Artigo 33 do Regimento Interno da Estácio de Sá (Doc 46), ora
Ré, dispõe:

Art. 33. São competências do Coordenador de Curso:

(…)
II - Orientar e supervisionar o corpo docente e discente
quanto aos objetivos intermediários e finais do
Curso; (nosso grifo)
(…)
VIII - apreciar as recomendações dos docentes e
discentes sobre assuntos de interesse do curso;

Fica patente que o Coordenador do curso de Direito não


desempenhou suas funções como deveria, seja por ação ou omissão, não
orientou concretamente quanto aos objetivos finais do curso, ou deixou de
orientar o discente, prejudicando-o sensivelmente; além disso, tratou o
Autor (ora aluno), com desprezo, menos rezando as suas necessidades.

A Coordenação agiu indevidamente quando prometeu ao aluno


que iria conversar com o Reitor, para participação do aluno, na solenidade,
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de forma simbólica, contudo, um dia anterior ao evento, disse que não iria
conversar mais com o Reitor, frustrando toda a expectativa do aluno, quanto
à solenidade.

Portanto, houve, no presente caso, conduta imprópria da


Instituição Estácio de Sá, praticadas pelos seus prepostos: o Coordenador do
curso de Direito (Srº Antonio Jorge Melo) e a Professora da disciplina TCC
em Direito Processual Penal (Cristiane Dupret), na medida que a Professora
do TCC, não apreciou o trabalho pronto e atualizado enviado em
10.12.2017 e reenviado com as devidas retificações em 14.12.2016; e tendo

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em vista que o Coordenador não autorizou a colação de grau do aluno,
mesmo com os questionamentos e diante das provas dos Autos, além de ser
omisso nos questionamentos do Aluno, durante o final do semestre, como se

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pode constatar nos e-mails não respondidos.

Da Quebra da Regra Regulamentar Interna

No Regulamento Interno da Instituição, no Art. 13, (conforme


documento oficial da Ré) traz a seguinte afirmação :

Art. 13. O processo de desenvolvimento do trabalho


escrito será avaliado nas seguintes etapas:

I. No prazo da AV1, será lançada a Nota Parcial


referente à Matriz Única que deverá ser postada no
ambiente trabalho de acordo com o cronograma da
disciplina, divulgado na webaula. A NOTA SERÁ
DESCARTADA, NÃO SERÁ COMPUTADA PARA
MÉDIA DO ALUNO NO HISTÓRICO, servirá somente
de parâmetro para elaboração do trabalho e DEVE
SER ENTREGUE PELO ALUNO.

No prazo da AV2, será lançada a Nota do Trabalho


Completo atribuída ao desenvolvimento da parte
escrita até o artigo científico completo. Não poderá ser
inferior a 6.0 sob pena de reprovação e não será
habilitado para Banca.
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III. Somente aluno que obtiver no mínimo, 6.0


(seis) na AV2 estará habilitado para a Banca
Oral, que corresponde a AV3. (nosso grifo)

Ocorre que o supramencionado regimento interno, impondo regra


interna (conforme apresentado no Doc. 39), em momento algum foi
disponibilizado para o Aluno. Tal argumento só foi levantado pela Ré para
servir de suposta razão da reprovação da disciplina, ora questionada, e para
argumentar a negativa da colação de grau em discussão.

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Assim, fica evidente que a Ré, pôs-se a agir de contrário à própria
regra, unicamente com a finalidade de prejudicar o Autor, ou pelo menos, de
tentar se esvair da responsabilidade perante os atos ilícitos praticados.

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Dessa forma, resta latente a obrigação da Ré em reparar o dano, e o seu total
descumprimento, o que deve ensejar a procedência do presente pedido.

IV - DA APLICAÇÃO DO CDC

Para se aferir com precisão a existência de uma relação de


consumo, é indispensável ter conhecimento prévio de dois conceitos
fundamentais, necessários para se identificar tal relação, quais sejam:
"Consumidor" e "Fornecedor".

No caso em tela, estão presentes estes elementos. "Consumidor", à


luz da lei 8.078 /90, é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produtos ou serviços como destinatário final.

Sem dúvidas, o Autor, ao contratar os serviços educacionais da


Ré, passou a utilizar os serviços prestados por ela como destinatário final.

Por sua vez, "fornecedor" é toda pessoa física ou jurídica, pública


ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados,
que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,
fls. 15

transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de


produtos ou prestação de serviços (Art. 4º da lei 8078 /90).

Outrossim, os contratos gerados pela própria Ré (Doc. 47),


disponibilizados no sítio da mesma, trazem taxativamente, expresso no
caput, que as cláusulas do aludido contrato, serão regidas também, pela Lei
especial (lei 8.078/90), ao que requer seja observada no presente caso.

Neste particular, resta cristalino que serviço defeituoso também é


considerado aquele cujas informações foram insuficientes ou equivocadas, e

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até mesmo a sua ausência de informações, tendo em vista que não fora
apresentada ao Autor qualquer resposta eficaz às reclamações
imprescindíveis à solução.

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Portanto, tendo em vista que a responsabilidade do fornecedor do
serviço é objetiva, nas palavras do Ilustre Mestre SÉRGIO CAVALIERI
FILHO, comentando o artigo 14, acima transcrito:

“O consumidor, portanto, como nos demais casos de


responsabilidade objetiva já examinados, tem,
apenas, que provar o dano e o nexo causal. A
discussão da culpa é inteiramente estranha às
relações de consumo. Mesmo em relação ao dano e
ao nexo causal pode vir a ser beneficiado com a
inversão do ônus da prova (art. 6o, VIII)” ( in
"Programa de Responsabilidade Civil", 2a ed., p.366
e 367).

A jurisprudência é amplamente favorável ao que estabelece a


norma, considerando o fato, como sendo conduta abusiva e ilegal, o
impedimento injusto de aluno formando à sua colação de grau, por parte da
faculdade, nos moldes contemplados do presente caso, da qual destacamos:
fls. 16

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS E MORAIS


- COLAÇÃO DE GRAU - SUPOSTA REPROVAÇÃO EM
MATÉRIA - IMPEDIMENTO DE PARTICIPAR DO EVENTO -
CULPA DA FACULDADE - ERRO NO LANÇAMENTO DAS
NOTAS - DANOS DEVIDOS - CERCEAMENTO DE DEFESA
- FALTA DE OITIVA DE TESTEMUNHAS E AUDIÊNCIA -
INOCORRÊNCIA. - Para fazer jus à indenização por dano
moral, necessária a comprovação de dano moral
expressivo a causar constrangimentos, vexames ou dores
à autora.- Havendo comprovação da culpa da instituição

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de ensino quanto ao lançamento das notas de aluno que o
impediram de participar de sua colação de grau,
necessária sua condenação em danos morais em favor do

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aluno prejudicado.- É o juiz o destinatário das provas,
cabendo a ele, portanto, decidir a imprescindibilidade de
determinadas provas, podendo julgar, caso ache possível,
o processo no estado em que se encontre. (TJMG- Ap.
Cível 1.0439.08.078729-4/001-16 Caciv- Des. Rel.
Nicolau Masselli- J. 22/04/2009)".

----------------------------------

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. INSTITUIÇÃO DE ENSINO.


ATRASO NA ENTREGA DO DIPLOMA E NA COLAÇÃO DE
GRAU. REPROVAÇÃO EQUIVOCADA DA ALUNA. DANO
MORAL CONFIGURADO. DANO MATERIAL NÃO
COMPROVADO. ÔNUS DA PROVA. 1) Ao autor incumbe a
prova de suas alegações, nos termos do art. 333, I, CPC,
e, não tendo sido provados os danos materiais, não há de
se falar em indenização a este título. 2) A reprovação
equivocada de aluna e o conseqüente atraso em sua
colação de grau e na expedição do diploma, acarretam
transtornos e angústias que excedem o mero dissabor ou
contrariedade, sendo, portanto, passíveis de indenização
fls. 17

por danos morais. 3) A quantificação do dano moral


obedece ao critério do arbitramento judicial, que, norteado
pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade,
fixará o valor, levando-se em conta o caráter
compensatório para a vítima e o punitivo para o ofensor,
devendo o quantum indenizatório ser arbitrado de forma
a atender à razoabilidade e se aproximar dos parâmetros
adotados por este egrégio Tribunal e pelo colendo
Superior Tribunal de Justiça. (TJMG- Ap. Cível
1.0024.10.226538-6/002- 11 Caciv- Des. Rel. Marcos

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Lincoln - J. 22/01/2014).

V – DA OCORRÊNCIA DO DANO MORAL – COMPROVADO POR

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RELATÓRIO MÉDICO

Não restam dúvidas, Excelência, que tais condutas operadas pela


Ré, tal qual impedir que o Autor participasse do evento da colação de grau,
junto com os seus amigos, familiares e colegas de faculdade, bem como
proceder na reprovação injusta do Aluno, trazem uma situação vexatória e
causa abalos de grandes proporções face o Autor, de ordem psíquica e
psicológica, já que não houve justo motivo que motivasse as condutas
apresentadas, efetivadas pela Ré. Portanto, conforme o presente Relatório
Médico, restou comprovada a lesão de ordem psíquica e psicológica, que o
Autor sofrera, especialmente pela conduta deplorável da Ré, devendo
responder pelos danos causados ao discente.

Importante ressaltar que, depois do ocorrido, o Autor vive a maior


parte do tempo, em estado de depressão, sem vontade de continuar os
estudos, entra em prantos todas as vezes que conversa sobre o ocorrido, não
tem vontade de sair na rua, sente-se envergonhado de encontrar os amigos
de faculdade, inclusive sua própria família, tudo por conta da situação
vexatória que foi submetido, e, da situação psíquica e psicológica que ainda
enfrenta, já que continua fazendo uso de remédios contra a depressão.
fls. 18

De qualquer forma, deve incidir na hipótese, o princípio da


inversão do ônus da prova a favor da parte Autora, conforme previsão do
artigo 6º, inciso VIII, do CDC, para que se permita esclarecer todas as
possíveis dúvidas do Julgador, se houver.

Os danos sofridos pelo Autor só ocorreram por conta do agir ilícito


da Ré, que quando procedeu com a negativa da colação de grau,
injustamente, atingiu o patrimônio moral do Autor, submetendo-o a uma
situação verdadeiramente humilhante e vexatória, lhe fazendo experimentar

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sentimento profundo de vergonha perante todos seus colegas e,
principalmente, familiares e amigos, os quais, com o propósito de honrá-lo e
prestigiá-lo pela obtenção do tão sonhado título acadêmico, transformaram-

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se em testemunhas não das honras, mas do aviltamento, sendo ainda
motivo de chacotas, em seu meio social, afirmam que estava mentido quanto
à aprovação e formatura a ser realizada. Portanto, a Ré deve ser condenada
a reparar, mediante indenização, à medida do dano causado, pelo manifesto
prejuízo material e moral ao Autor.

Conforme artigo 186 do Código Civil:

“aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”

Sem, também deixar claro que o legislador não deixou de


pronunciar esta garantia de direito ao consumidor, que no caso em tela tem
claramente uma relação de consumo entre o Autor e Réu, onde pedimos
vênia para transcrever:

Código de Defesa do Consumidor:

"Artigo 6°....
fls. 19

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos


patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos";

Além de incansáveis decisões assegurando o direito líquido e certo


de quem se encontrar lesado por fato alheio a sua vontade.

E, por estarem tais argumentos, cabe lembrar que estão presentes


os pressupostos da responsabilidade civil deste resultado danoso.

V.i - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

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Pois bem, superada toda essa discussão, nesse momento é
imprescindível a discussão a respeito de outro assunto de extrema
relevância nesta demanda: o "quantum" a ser fixado.

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Logo de início, é importante considerar que a reparação, na qual
se convertem em pecúnia os danos morais, devem ter caráter dúplice, ou
seja, o que penaliza o ofensor, sancionando-o para que não volte a praticar o
ato ilícito, bem como o compensatório, para que o ofendido, recebendo
determinada soma pecuniária, possa amenizar os efeitos decorrentes do ato
que foi vítima.

Frise-se que a Ré (IES – Centro Universitário Estácio de Sá), é


parte integrante do Grupo Estácio Participações S.A. (MANTENEDORA), e
que o referido Grupo possui vinte empresas, incluindo a Estácio de Sá,
sendo dezoito mantenedoras de instituição de ensino superior, constituídas
sob a forma de sociedades empresárias de responsabilidade limitada, que
reúne uma Universidade, nove Centros Universitários e trinta e sete
faculdades, distribuídas em vinte e três estados do país e no Distrito
Federal, e que possui mais de 500 mil alunos em sua rede.

É necessário enfatizar também que, de acordo com relatórios


oficiais divulgados pela própria instituição (Doc. 48), a Estácio de Sá obteve
um lucro líquido, no 4º trimestre de 2015, o montante de R$
fls. 20

512.800.000,00 (quinhentos e doze milhões e oitocentos mil Reais),


possuindo, portanto, aporte financeiro suficiente para arcar com os
prejuízos e possíveis danos que porventura venha a causar aos seus alunos
ou a qualquer que seja.

Ante essa constatação, deve-se sopesar, em cada caso concreto,


todas as circunstâncias que possam influenciar na fixação do "quantum"
indenizatório, levando em consideração que o dano moral abrange, além das
perdas valorativas internas, as exteriorizadas no relacionamento diário
pessoal, familiar, profissional e social do ofendido.

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Deve ser levado em consideração toda a situação vexatória que foi
submetido o Autor, mormente ao impedimento de participar do maior evento

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de sua vida, até o momento (a formatura do curso de Direito). Deve ser
observado o quão traumático foi para o Requerente, ser privado de estar no
momento ímpar, de subir à colação do tão sonhado grau junto com os seus
colegas, de ter planejado durante 05 anos e meio, uma festa de alegrias,
abraços e lágrimas de orgulho, contudo, transformadas em lágrimas de
tristeza, de agonia, de traumas, de sentimento depressivo e de desespero.

É de se frisar que o Autor passou 05 (cinco) anos e meio, se


dedicando aos estudos, perdendo incontáveis noites de sono, para no final
ter seu direito subtraído pela Ré, ora Requerida.

Deve-se lembrar ainda, por outro ângulo, que a indenização por


danos morais deve ser fixada num montante que sirva de exemplo a inibir o
ofensor a praticar a conduta causadora do dano.

Ainda, seja considerando, no aspecto da reparação pelos danos


causados, a extensão do dano, a capacidade econômica da Ré E O CARÁTER
PUNITIVO INERENTE À CONDENAÇÃO, IDÔNEA A INIBI-LA A REPETIR A
CONDUTA ILEGAL CONTRA SEUS OUTROS MILHARES DE
CONSUMIDORES (CONSOANTE A “TEORIA DO DESESTÍMULO”). E que
fls. 21

sirva de aviso, à poderosa Ré, e à sociedade, como um todo, de que o direito


não tolera condutas danosas à sociedade, devendo a condenação atingir
efetivamente, de modo significativo, o patrimônio da causadora do dano,
para que assim, o Estado possa demonstrar que o Direito existe para ser
cumprido.

VI - DO LUCRO CESSANTE

Por lucros cessantes, entende-se que são aqueles valores que a


pessoa física ou jurídica deixou de auferir em razão de algum ato cometido

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por outrem, alheio a sua vontade.

Há de ser deferido os lucros cessantes, posto que o Autor recebera

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proposta para atuar como correspondente jurídico num escritório de
advocacia na cidade de Simões Filho - Ba, proposta esta, de perceber o valor
mensal de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos Reais). E por conta da negativa
da colação de grau, perdeu a oportunidade de auferir os resultados
financeiros decorrentes da sua formação, pelo menos por um ano.

VII - DA OBRIGAÇÃO DE FAZER/ENTREGAR O DIPLOMA –


PERDA DE UMA CHANCE

Não podemos discordar que muitas instituições de ensino


possuem o terrível hábito de dificultar o caminho dos estudantes no
momento crucial que é a entrega do diploma. O que devemos observar, é que
o aluno deve ser tratado como qualquer consumidor, amplamente amparado
pelo CDC, que estabelece imprescindível necessidade de segurança em
relação aos produtos e serviços que a instituição de ensino proporciona à luz
da inteligência do art. 14, do mencionado diploma legal.

A Instituição de ensino, conforme mencionado em outros


momentos na exordial, deve responder independentemente da existência de
fls. 22

culpa e, por este motivo, é certo afirmar que a não entrega do diploma ou a
demora na entrega evidencia uma falha na prestação do serviço.

Cabe ressaltar que a comprovação formal dos estudos está no


diploma que, em hipótese alguma deve ser negado ao aluno ou dificultado
sua entrega. É absolutamente inadmissível que o aluno tenha concluído
todas as tarefas e objetivos pertinentes ao curso e sem justo motivo tenha
sido impedido de receber a aprovação devida.

Com a negativa de colação e consequente não emissão do diploma,

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lá se vão às chances, as possibilidades e, também os sonhos em exercer a
almejada profissão. Assim, fazendo referência a todos os argumentos da
presente inicial, a perda de uma chance encontra-se consolidada no

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presente caso.

Assim como, o fato do Autor ter recebido proposta de trabalho,


caso fosse formado, e tendo sido negado injustamente a colação de grau do
mesmo, perdendo a chance de conquistar um posto de trabalho digno, é, de
fato, exemplo nítido da configuração de perda de uma chance, ou seja, o
ressarcimento pela perda da oportunidade de conquistar determinada
vantagem ou evitar certo prejuízo.

Portanto, tendo em vista que o Autor demonstrou a efetiva


conclusão do curso, até mesmo com nota máxima, ato louvável, se faz
necessário a obrigação de fazer para que a ré proceda na colação de grau
de forma especial (já que não se pode mais colar com a festa patrocinada
pela instituição) no prazo máximo de 30 dias, bem como na entrega de
seu diploma, com fulcro no Art. 247, do Código Civil e os demais
dispositivos do CDC.

VIII - DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA


fls. 23

Considerando presentes, data vênia, os requisitos autorizadores à


concessão da medida initio litis, quais sejam, a fumaça do bom direito - ante
as circunstâncias fáticas e jurídicas acima relatadas e comprovadas pelos
documentos em anexo, como no caso os trabalhos entregues, as avaliações
da Banca examinadora do TCC e dos e-mails anexos, bem como o periculum
in mora - já que existe o risco iminente de agravar a enfermidade mental,
qual seja, o Transtorno de Adaptação, CID F-43.2, e ser agravada para um
quadro depressivo ainda mais grave, o que poderá causar-lhe danos
irreparáveis, ou até um suicídio; A parte Autora requer a Vossa Excelência a
CONCESSÃO DE LIMINAR determinando a inversão do ônus da prova,

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ainda, para determinar à Ré que proceda na atualização das notas no
Histórico Escolar do Autor e a efetiva Colação de Grau de forma Especial, do
Demandante, declarando-lhe o título de Bacharel em Direito, outorgando-lhe

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a entrega do diploma de graduação em Direito, tudo, SOB PENA DE MULTA
DIÁRIA DE R$ 500,00 (quinhentos Reais) em caso de descumprimento.

Requer ainda, quando do despacho da medida liminar, seja


expedido ofício à UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ - IREP - SOCIEDADE
DE ENSINO SUPERIOR, MEDIO E FUNDAMENTAL LTDA, a ser encontrada
na Rua Arthur Azevedo Machado, Nº 1.225, Edifício Civil Towers - Torre 2,
CEP: 41770-790. Salvador – Bahia, acerca da decisão que antecipou os
efeitos da tutela, para que adote todos os procedimentos necessários à
colação de grau do Autor imediatamente, sob pena de crime de
desobediência.

IX - DO PEDIDO

Ex positis, requer seja esta demanda extinta, com resolução do


mérito, julgando-a PROCEDENTE, para determinar que o Réu proceda na
realização da efetiva Colação de Grau do Autor, declarando-lhe o título de
Bacharel em Direito, por força do princípio da dignidade da pessoa humana.

Requer, outrossim:
fls. 24

a) A citação do Réu, para, querendo, apresentar a defesa que


entender cabível, sob pena de confissão e revelia;

b) Roga seja concedido ao Autor o benefício da Justiça Gratuita,


tendo em vista que não dispõe de recursos para arcar com despesas
processuais, sem prejuízo do seu sustento e da sua família;

c) Confirmação da antecipação da tutela requerida;

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d) Reconhecimento da relação de consumo e inversão do ônus
da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;

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e) A retificação e inclusão das notas das disciplinas cursadas e
não apresentadas, no Histórico Escolar do Autor (Dir Empresarial IV – média
10,0, Direito Internacional – média 10,0, e Direito do Consumidor – média
8,0);

f) A condenação em lucros cessantes no aporte de 19.500,00


(dezoito mil Reais) (salário de R$ 1.500,00 durante 12 meses, acrescido do
13º salário); ou indenização substitutiva no valor a ser arbitrado por Vossa
Excelência;

g) Condenação do Réu ao pagamento de indenização referentes


aos danos morais causados à parte Autora, no valor de R$ 200.000,00
(duzentos mil Reais), considerados, neste aspecto, a extensão do dano, a
capacidade econômica da poderosa Instituição, ora Ré, E O CARÁTER
PUNITIVO INERENTE À CONDENAÇÃO, IDÔNEA A INIBI-LA A REPETIR A
CONDUTA ILEGAL CONTRA SEUS OUTROS MILHARES DE DISCENTES
POR TODO O BRASIL (CONSOANTE A “TEORIA DO DESESTÍMULO”);

h) Pagamento dos danos materiais nos valores de R$ 5.615,00


(1.115,00 + 4.500,00) (cinco mil e seiscentos e quinze Reais);
fls. 25

i) Pagamento de honorários advocatícios de sucumbência, na


base usual de 20% sobre o valor da causa, além da condenação da Ré em
custas processuais;

j) A incidência de juros e atualização monetária a serem


contados desde a data do evento;

k) Por derradeiro, requer e protesta pela produção de todos os


meios de provas em direito admitidas, especialmente depoimento pessoal da

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Ré, por intermédio de qualquer dos seus representantes legais, perícia, oitiva
de testemunhas, juntada de documentos; enfim, todas as provas lícitas que
se mostrarem necessárias ao esclarecimento dos fatos;

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Dá à causa o valor de R$ 225.115,00 (duzentos e vinte cinco mil
cento e quinze Reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Salvador, 30 de junho de 2017.

JOÃO LUIZ DE FREITAS


OAB/BA

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