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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

DIRETORIA ACADÊMICA

PROGRAMAS E BIBLIOGRAFIAS

1º período letivo de 2017

DISCIPLINA NOME
HH768A Tópicos Especiais em História LXVIII – “Michel Foucault, políticas e história do presente”

Horas Semanais
Teóricas Práticas Laboratório Orientação Distância Estudo em Casa Sala de Aula
04 00 00 00 00 00 04
Nº semanas Carga horária total Créditos Exame Frequência Aprovação
15 60 04 S 75% N

Docente:
Mauricio Aparecido Pelegrini (PED B) – mauricioapelegrini@gmail.com
Luzia Margareth Rago (Supervisora) – marga_rago@uol.com.br

Ementa:
A disciplina tem por objetivo introduzir o estudante ao pensamento de Michel Foucault, por meio de seus trabalhos, cursos e escritos
diversos, apresentando sua história do presente e as especificidades de sua atuação política. Será privilegiada no curso a produção
intelectual de Foucault desde a metade dos anos 1970 até o final de sua vida em 1984, destacando uma trajetória que salienta a
importância primordial das resistências, contracondutas e práticas de liberdade inventivas, como caminhos alternativos às subjetivações
impostas pelos dispositivos e governos, especialmente os neoliberalismos atuais. Dessa forma, o seu projeto de realizar uma genealogia
do sujeito moderno ganha sentido como instrumento de um pensamento da atualidade que procura apontar saídas libertárias. Por
último, o curso também objetiva apresentar os efeitos-Foucault no pensamento contemporâneo: os feminismos, pós-colonialismos, a
produção historiográfica brasileira e a teoria queer são campos de conhecimento diretamente impactados pelos trabalhos de Foucault,
utilizando-o como “caixa de ferramentas” para compreender as questões de nossa atualidade.

Programa:
O curso está estruturado em quatro grandes unidades temáticas:

UNIDADE 1. Políticas e militâncias do “intelectual específico”: Nesta unidade, busca-se apresentar as atuações políticas de Foucault e seu
modo específico de intervenção em seu presente histórico, seja como jornalista durante a Revolução Iraniana, observador humanitário
na resistência polonesa ou como membro-fundador do Grupo de Informações sobre as Prisões (GIP).

UNIDADE 2. A genealogia do poder e a governamentalidade: Pretende-se discutir nesta unidade a genealogia do poder construída pelo
pensador francês, apresentando os dispositivos disciplinar e da sexualidade. Em seguida, serão discutidos os conceitos de biopolítica e
governamentalidade, que introduzem novas problematizações na concepção foucaultiana de poder, e que o levaram à discussão sobre
os neoliberalismos.

UNIDADE 3. A virada ética: Esta unidade tem por objetivo a exposição do chamado “último Foucault”, que a partir dos anos 1980
modificou o foco de suas pesquisas históricas para a Grécia Antiga e o cristianismo primitivo, buscando outras experiências de
subjetivação. Serão destacadas, a partir das análises de Foucault, as técnicas de si e as práticas de liberdade antigas, como novas formas
de empreender uma genealogia do sujeito moderno.

UNIDADE 4. Efeitos-Foucault: Na última unidade, procura-se apresentar os múltiplos “efeitos-Foucault”, ou seja, o impacto e utilização
contemporânea dos conceitos foucaultianos por parte de outros pensadores, em diversas áreas das humanidades. A historiografia
brasileira, o pós-colonialismo, os feminismos e a teoria queer são alguns exemplos de áreas diretamente influenciadas pelo pensamento
de Foucault.

Bibliografia:
Bibliografia básica:
ALBUQUERQUE, Durval Muniz. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez,1999.
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
COSTA, Jurandir Freire. Ordem Médica e Norma Familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1987 [ed. original, 1975].
__________. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1993 [ed. original, 1976].

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__________. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.


__________. História da Sexualidade II: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
__________. História da Sexualidade III: o cuidado de si. Rio de Janeiro: Graal, 1985 [ed. original, 1984].
__________. Qu’est-ce que la Critique? [Critique et Aufklärung] Séance du 27 mai 1978. Bulletin de la Société Française de
Philosophie, Paris, v. 84, n. 2, avril-juin 1990.
__________. Dits et Écrits. 4 volumes. Paris: Gallimard, 1994.
__________. Ditos e Escritos. 10 volumes. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
__________. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 2008.
__________. Segurança, Território, População: curso dado no Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008.
__________. Nascimento da Biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008.
__________. Do Governo dos Vivos: curso dado no Collège de France (1979-1980). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.
__________. A Hermenêutica do Sujeito: curso dado no Collège de France (1981-1982). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
__________. O Governo de Si e dos Outros: curso dado no Collège de France (1982-1983). São Paulo: WMF Martins Fontes,
2010.
__________. A Coragem da Verdade: curso dado no Collège de France (1983-1984). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
MBEMBE, Achille. Necropolítica seguido de El Gobierno Privado Indirecto. Santa Cruz de Tenerife: Melusina, 2011.
McLAREN, Margaret A. Foucault, Feminismo e Subjetividade. São Paulo: Intermeios, 2016.
PRECIADO, Beatriz. Manifesto Contrassexual. São Paulo: n-1, 2015.
RAGO, Margareth. As marcas da pantera: Foucault para historiadores. Revista Resgate, São Paulo, n. 5, 1993.
__________. O efeito-Foucault na historiografia brasileira. Tempo Social, São Paulo, vol. 7, n. 1-2, p. 67-82, out. 1995.
__________. Foucault, História & Anarquismo. Rio de Janeiro: Achiamé, 2004.
__________. Do Cabaré ao Lar: a utopia da cidade disciplinar e a resistência anarquista. São Paulo: Paz e Terra, 2014.
SAID, Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Bibliografia complementar:

AFARY, Janet; ANDERSON, Kevin B. Foucault e a Revolução Iraniana: as relações de gênero e as seduções do islamismo. São
Paulo: É Realizações, 2011.
AGAMBEN, Giorgio. O que é o Contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
AVELINO, Nildo. Governamentalidade e anarqueologia em Michel Foucault. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.
25, n. 74, p. 139-157, out. 2010.
BENTHAM, Jeremy. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
BRANCO, Guilherme Castelo; VEIGA-NETO, Alfredo (Orgs.). Foucault: filosofia & política. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
BURCHELL, Graham; GORDON, Colin; MILLER, Peter (Orgs.). The Foucault effect: studies in governmentality. Chicago: The
University of Chicago Press, 1991.
CANDIOTTO, Cesar. Foucault e a crítica da verdade. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
CARDOSO, Irene. Foucault e a noção de acontecimento. In: Para uma crítica do presente. São Paulo: Ed. 34, 2001. p. 215-232.
CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte: Autêntica,
2009.
__________. Introdução a Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988.
__________. Conversações. São Paulo: Ed. 34, 1992.
ERIBON, Didier. Michel Foucault (1926-1984). São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
__________. Michel Foucault e seus contemporâneos. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
FAHRI NETO, Leon. Biopolíticas: as formulações de Foucault. Florianópolis: Cidade Futura, 2010.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva, 1999. [ed. original, 1961].
__________. As Palavras e as Coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 1990 [ed. original,
1966].
__________. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008 [ed. original, 1969].
__________. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1999 [ed. original, 1970].
__________. A Sociedade Punitiva: curso dado no Collège de France (1972-1973). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2016.
__________. Em Defesa da Sociedade: curso dado no Collège de France (1975-1976). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
__________. Sobre a hermenêutica de si: Curso no Dartmouth College, 1980. In: Do Governo dos Vivos: Curso no Collège de
France, 1979-1980 (excertos). 2. ed. São Paulo: Centro de Cultura Social; Rio de Janeiro: Achiamé, 2011.

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1º período letivo de 2017

FOUCAULT NEWS. Disponível em: <http://foucaultnews.com>.


FONSECA, Márcio Alves da. Michel Foucault e a constituição do sujeito. São Paulo: Educ, 2011.
__________. Michel Foucault e o Direito. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
GROS, Frédéric (Org.). Foucault: a coragem da verdade. São Paulo: Parábola, 2004.
HALPERIN, David M. Saint Foucault: towards a gay hagiography. New York: Oxford University Press, 1995.
HARA, Tony. Ensaios sobre a Singularidade. São Paulo: Intermeios, 2012.
HOFFMAN, Marcelo. Foucault and power: the influence of political engagement on theories of power. New York: Bloomsbury,
2013.
JARDIM, Fabiana Augusta Alves. Uma breve genealogia dos estudos da governamentalidade. Uma entrevista com Colin
Gordon. Educação e Pesquisa, v.29, n.4, São Paulo, p. 1067-1087, 2013.
KANT, Immanuel. O Conflito das Faculdades. Lisboa: Edições 70, 1993.
__________. Resposta à pergunta: Que é “Esclarecimento”? (Aufklärung). In: Textos Seletos. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. p.
63-71.
LABRYS – ESTUDOS FEMINISTAS. Brasília/Montréal/Paris, 2002-. Disponível em: <http://www.labrys.net.br>.
LAGASNERIE, Geoffroy. A Última Lição de Michel Foucault. São Paulo: Três Estrelas, 2013.
LEPAGE, Henri. Demain le Capitalisme. Paris: Librairie Générale Française, 1978. Disponível em:
<http://www.institutcoppet.org/wp-content/uploads/2011/02/Demain-le-capitalisme.pdf>.
MACHADO, Roberto. Foucault, a Ciência e o Saber. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
MUCHAIL, Salma Tannus. Foucault, simplesmente: textos reunidos. São Paulo: Loyola, 2004.
__________. Foucault, mestre do cuidado: textos sobre A Hermenêutica do Sujeito. São Paulo: Loyola, 2011.
OKSALA, Johanna. Foucault on Freedom. New York: Cambridge University Press, 2005.
ORTEGA. Francisco. Amizade e estética da existência em Foucault. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
PELEGRINI, Mauricio Aparecido. Michel Foucault e a Revolução Iraniana. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2013.
RABINOW, Paul; DREYFUS, Hubert. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica.
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
RAGO, Margareth. E se Nietzsche tivesse razão? A categoria do gênero no pós-estruturalismo. In: SCAVONE, Lucila (Org.).
Tecnologias Reprodutivas: gênero e ciência. São Paulo: Ed. Unesp, 1996.
__________. Foucault, a subjetividade e as heterotopias feministas. In: SCAVONE, Lucila; ALVAREZ, Marcos César; MISKOLCI,
Richard (Orgs.). O legado de Foucault. São Paulo: Ed. Unesp, 2006.
RAGO, Margareth; MURGEL, Ana Carolina Arruda de Toledo (Orgs.). Paisagens e tramas: o gênero entre a história e a arte. São
Paulo: Intermeios, 2014.
RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (Orgs.). Figuras de Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
__________. Para uma vida não-fascista. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
RAJCHMAN, John. Foucault: a liberdade da Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 1987.
REVEL, Judith. Dicionário Foucault. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.
REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS. Florianópolis: UFSC, 1992-. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref>.
VEYNE, Paul. Como se escreve a História e Foucault revoluciona a História. Brasília: Ed. da UnB, 1998.
__________. Foucault: seu pensamento, sua pessoa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
VIEIRA, Priscila Piazentini. Michel Foucault e a história genealógica em Vigiar e Punir. Campinas: IFCH, 2006.
__________. A coragem da verdade e a ética do intelectual em Michel Foucault. São Paulo: Intermeios, 2015.
TVARDOVSKAS, Luana. Dramatização dos corpos – arte contemporânea e crítica feminista no Brasil e na Argentina. São Paulo:
Intermeios, 2015.

Observações:
O curso está organizado em aulas expositivas e dialogadas sobre os textos indicados como leituras obrigatórias e complementares; por
isso, é fundamental que os(as) estudantes façam as leituras obrigatórias previamente a cada encontro semanal. Além de comporem as
exposições semanais do professor, feitas em sala de aula, as leituras complementares servem de apoio à compreensão dos textos
obrigatórios, e serão exigidas direta ou indiretamente na avaliação de desempenho.

A avaliação de desempenho dos estudantes será composta de: (i) dois trabalhos escritos sobre a bibliografia discutida em sala de aula;
(ii) um seminário em grupo sobre a Unidade 4.

Os dias e os horários de atendimento poderão ser marcados previamente pelos alunos com o professor.

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