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SEBENTA DA UC DE BIOLOGIA CELULAR

FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA, 2021-2022


MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Elaborada por Carolina Simões

Baseada nas aulas teóricas 2-21 lecionadas no ano de 2021 (Professora Regente Elsa Rodrigues) e no
livro “The Cell: A Molecular Approach”, Geoffrey M. Cooper, 8ª Ed..
T2
Evolução da teoria celular
1665 - Hooke usa o microscópio primitivo para descrever pequenas camaras em
segmentos que chama de “células”
1674 - Leeuwenhoek descobre os protozoários e nove anos depois vê bactérias
pela primeira vez
1833 - Brown publica as suas observações de orquídeas ao microscópio,
descrevendo o núcleo celular
1839 – Schleiden e Schwann propõem a teoria celular:
1. As células são a unidade básica e estrutural da vida
2. Todos os organismos são feitos de uma ou mais células
1855 – Remak e Virchow propõem que geração espontânea de células não
ocorre
3. Todas as células provem de células pré-existentes

4. A célula tem informação hereditária que é herdade de célula para célula


5. Todas as células têm a mesma composição química e as mesmas
atividades metabólicas
6. Todas as funções básicas químicas e físicas da célula são
desempenhadas nas próprias células.

7. A atividade celular é dependente das atividades das estruturas da célula,


tal como dos organelos.

Célula Primitiva
- Moléculas anfipáticas formam a membrana celular (fosfolípidos)
- Soluções aquosas concentradas de moléculas orgânicas e inorgânicas (citosol)
- Catalisadores que guiam e facilitam reações metabólicas
- Moléculas autorreplicativas contendo informação genética

NOTA: Catalisador – enzima que pode ser adicionada a uma reação para aumentar a velocidade sem ser
consumida energia durante o processo.

Formação espontânea de moléculas orgânicas e macromoléculas


- Experiência de Stanley Miller
1. Criou-se um recipiente com compostos inorgânicos que Miller achava
que estivessem presentes na atmosfera primitiva (CH4, NH3, H2O, H2)
. Após análise da reação, revelou-se a formação de moléculas orgânicas
(ex.: aminoácidos)
2. Diversos monómeros polimerizam espontaneamente sob condições pré-
bióticas.
. A argila consegue absorver e catalisar a síntese de diversas moléculas
orgânicas, polipéptidos e oligonucleotídeos.
Propriedades catalisadoras do RNA
- Altman estudou a RNA-polimerase da E. coli (composta por um complexo de
proteína e molécula de RNA), mostrando que esta era necessária à reação
catalisadora.
- Cech ao estudar o processamento do RNA, descobriu que quando punha RNA
não processado na ausência da proteína, o RNA era capaz de se catalizar
sozinho (ribozimas).

NOTA: Ribozimas- RNA com função catalisadora e capacidade de clivar e conectar ligações fosfolipídicas

Origem da vida:
- Formação espontânea de moléculas orgânicas
- Minerais de argila com flexibilidade melhorada permite-lhes catalisar reações
químicas com maior eficiência (polimerização de macromoléculas)
- Oligonucleotídeos e polipéptidos sintetizam o modelo de argila para estruturas
3D para minimizar energia livre e estabilizar
- Aparecimento de ribozimas primitivas que catalisam a síntese de moléculas
maiores de RNA e de proteínas e ainda a sua autorreplicação.
- Longas proteínas com uma grande variedade de funcionalidades são
produzidas, tomando pose de vários papeis que o RNA tinha. Eventualmente,
aparecem DNA-polimerases, que produzem DNA a partir de RNA.
- RNA-polimerases aparecem e utilizam DNA para codificar rRNA e proteínas.
- Produzem-se cadeias de RNA, DNA e proteínas mais longas, levando a uma
diversificação estrutural e funcional.

Evolução do metabolismo: de anaeróbio para aeróbio


- Todas as células utilizam Adenosina 5’ Trifosfato (ATP) como fonte de energia
metabólica.
1. A primeira reação que gerou energia esteve, presumidamente,
envolvida no desdobramento de moléculas orgânicas na ausência de oxigénio

C6H12O6 → 2 C3H6O3 + 2 ATP


Glicólise

2. Um dos passos mais evolucionário, permitiu à célula captar energia do


sol e fornecer independência em relação aos outros processos de obtenção de
energia.

6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2


Fotossíntese

3. A libertação de O2 como consequência da fotossíntese mudou o


ambiente onde as células evoluíram e, portanto:

C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + 36/38 ATP


Metabolismo oxidativo
Células Animais vs. Vegetais

Evolução das células eucarióticas


- Pelo menos dois organelos dos eucariotas foram obtidos por endossimbiose:
mitocôndrias e cloroplastos.
. Mitocôndrias – Bactérias aeróbicas
. Cloroplastos – Bactérias fotossintéticas (ex.: cianobactérias)
- Ambas bactérias vivem dentro de um ancestral do domínio Archaea.

FACTOS QUE APOIAM:


- Ambos os organelos são parecidos a bactérias em tamanho e forma;
- Reprodução assexuada tal como a bactéria;
- Ambos os organelos apresentam o seu próprio genoma que se aproxima mais
fortemente do genoma bacteriano do que com o humano.

NOTA: Domínio Archaea – Inclui células que vivem em ambientes extremos, que hoje são incomuns, mas
que já foram prevalentes na Terra primitiva (ex.: chaminés sulfúricas)

Relação volume-área
- Segundo a lei de Spencer, o volume da célula cresce mais rápido do que a sua
área.
- Esta relação desproporcional incita graves problemas de sustento e trocas
gasosas da célula com o meio externo, caso esta tenha um voluma elevado, visto
que terá uma maior necessidade de O2 e nutrientes para manter o equilíbrio.
Contudo, sendo que a área de absorção será muito pequena relativamente ao
volume, logo a mesma não será capaz de absorver aquilo que necessita,
acabando por morrer.
T3-T4
Cultura celular
- Remoção de células de um animal ou planta e do seu subsequente crescimento
de uma forma artificial e favorável.
- A maior vantagem de utilizar este sistema é a sua consistência e
reprodutibilidade obtida.
- É utilizada maioritariamente:
. Estudo da biologia celular básica, mecanismos de ciclo celular, função
celular especializada, interações célula-célula, e célula-matriz
. Testes de toxicidade (estudar efeitos de novos medicamentos)
. Terapia genética (substituir genes não funcionais)
. Caracterização de células cancerosas, e do papel de diversos vírus,
químicos e radiações nessas mesmas células
. Produção de vacinas, mABs (anticorpos) e drogas farmacêuticas~
. Produção de vírus para uso em produção de vacinas

Células de cultura primária:


- Células removidas diretamente do tecido e
desagregadas por enzimas ou meios mecânicos
antes da cultivação. Podem ainda derivar de
uma linha ou cadeia celular previamente
estabelecida.
- São tratadas com enzimas proteolíticas, para
digerir as proteínas na matriz extracelular e com
agentes (como EDTA) que quelam o Ca2+, da
qual a adesão célula-célula depende.

Sub-cultivo / passagem
- As células isoladas da maioria dos tecidos
vão proliferar (fase lag), sob condições
apropriadas, até ocuparem todo o substrato
possível (confluência). Nesta fase, as células
têm de ser sub-cultivadas, isto é, transferidas
para um novo substrato, com capacidade para
continuarem o seu crescimento.
- A divisão celular ocorre de forma exponencial
quando há espaço no substrato.

NOTA: Quando as células se multiplicam de modo a ficarem demasiado juntas, são enviadas enzimas para
o crescimento das mesmas cessar. → fase plateau
Transformação/Senescência
- Células normais apenas se dividem um número limitado de vezes antes de
perderem a sua capacidade proliferativa, que é um evento determinado
geneticamente chamado de senescência. → células definitivas
- Contudo, algumas células tornam-se imortais, aumentando o seu potencial
proliferativo. → linha celular continua. Estas células poderão dividir-se
continuadamente, podendo ser associadas a renovação de tecidos orgânicos.
NOTA: A imortalização pode ocorrer espontaneamente (mutações) ou por ação de vírus ou químicos.

Células HeLa → cadeia celular imortalizada retirada de Henrietta Lacks. Pela


facilidade com que eram infetadas por poliomielite, e pela facilidade com que se
multiplicavam, contribuíram nos estudos para o desenvolvimento da vacina
contra esta patologia.

Cultivo de cadeias celulares


- Consiste no substrato que fornece nutrientes, hormonas e gases necessários
e onde o ambiente físico-químico seja controlado (pH, pressão atmosférica,
pressão e temperatura).
- A maioria das células são cultivadas agarradas a um substrato solido ou
semissólido → Cultura de mono-camada ou aderente – enquanto outras podem
crescer a flutuar no meio de cultura → Cultura de suspensão.

De in vitro para in vivo


Modelos in vitro: Organizado fora de um organismo vivo.
Modelos in vivo: Organizado num organismo vivo.

1. Retira-se células somáticas;


2. Reprograma-se as mesmas;
3. Geração de células estaminais totipotentes;
4. Transformação num outro tipo de células;
5. Elaboração de possíveis medicamentos;
6. Experimentação num modelo vivo.

Organoides: Órgãos em miniatura de tecido feitos a partir de células estaminais


in vitro.
DIFERENTES MODELOS, DIFERENTES OBJETIVOS
Culturas celulares
Organelos 3D Modelos animais
2D
Representação
Limitado Semi ✓
fisiológica
Vascularização e
X X ✓
sistema imunitário
Rastreio de alto
✓ ✓ X
rendimento
Manipulabilidade Excelente Boa Pouca
Banco biológico ✓ ✓ Apenas células
Edição do genoma ✓ ✓ ✓ (embrião)
Modelo
Pobre ✓ ✓
organogenético
Modelar
Pobre (demasiado
desenvolvimento e
simplificado)
✓ ✓
doenças humanas
Proteínas fluorescentes – Indicadores fluorescentes para seguir certas células

Anticorpos como ferramentas para o estudo da biologia celular


- São glicoproteínas, naturalmente produzidas em resposta a invasões de
partículas desconhecidas, os antigenes. São capazes de reconhecer outras
proteínas à superfície de outros organismos e a região do antigene que reage
com o anticorpo chama-se epítopo.

IMUNOCITOQUÍMICA
- Técnica para deteção e visualização de proteínas e outros antígenos celulares,
usando anticorpos para reconhecer o alvo de interesse.
- O anticorpo está direta ou indiretamente relacionado com um repórter (enzima
ou fluoróforo) que dá sinal à fluorescência ou cor de uma reação enzimática. →
Detetado por um microscópio específico.

Fracionamento celular
- Método de separação de componentes subcelulares e ainda, de isolação de
organelos e outros componentes subcelulares, uns dos outros.

Propósito
. Enriquecimento proteico: Enriquece as proteínas alvo e melhora a deteção
de proteínas com baixa abundância celular.
. Caracterização proteica: Identifica a localização subcelular de uma
proteína.
. Translocação proteica: Monitoriza a translocação celular de células
sinalizadoras do citosol para o núcleo.
Passos
1. Rompimento de tecidos e células de uma forma controlada.
2. Usando mecanismos mecânicos (homogeneização) as membranas
plasmáticas são destruídas, para que os conteúdos celulares possam ser
libertados. São utilizadas diversas técnicas, exemplos:
a. Sons de altas frequências
b. Detergente suave
c. Forçar células por buracos muito pequenos recorrendo à pressão
d. Piaçá rotativo
3. Resulta numa sopa grossa (homogenato) contendo grandes e pequenas
moléculas provenientes do citosol (enzimas, ribossomas, metabolitos,
organelos).
NOTA: Quando são bem aplicados, a maioria dos organelos permanecem intactos.

Centrifugação diferencial
- Técnica que auxilia a separação de misturas pela aplicação de uma força
centrifuga. Funciona através do princípio da sedimentação, de acordo com a
força gravítica (Elementos mais densos em baixo).

Western-Blot
- Método laboratorial usado para detetar proteínas especificas no meio de uma
mistura proteica.
- Usado para avaliar também:
. Tamanho da proteína em interesse
. Medir o nível de expressão proteica
T5
Funções da membrana celular
- Secreção de substâncias
- Transmissão do impulso nervoso
- A flexibilidade e a sua capacidade de extensão permito o crescimento e a
mobilidade da mesma
- Proteínas recetoras permitem que a célula receba sinais do meio extracelular
NOTA: Estas características não são apenas referentes à membrana celular.

Constituição da membrana celular


- Lípidos: dão estrutura à membrana
- Proteínas
- Em porções bastante idênticas, contudo diferentes membranas terão diferentes
proporções de lípidos e proteínas, mediante a função que tenham.

LIPIDOS
Fosfolípidos
- São capazes de rodar, difundir e transportar-se de
uma parte da membrana para a outra.
- Quando são submersos em água, pequenas
quantidades de fosfolípidos formam um círculo -
micelas – ou uma esfera – lipossoma.

- Os principais fosfolípidos são os fosfoglicerídeos


constituídos por:
. 1 glicerol
. 2 ácidos gordos
- Saturados: Não contém ligações duplas na
porção do hidrocarboneto, adquirindo uma
estrutura em zig-zag, bastante linear.
- Insaturados: Contém pelo menos uma ligação
dupla entre C’s da cauda hidrocarbonada,
causando um dobramento na sua porção
NOTA: ambos os ácidos gordos não têm de ser iguais.
Normalmente, é um saturado e outro insaturado
. 1 grupo fosfato
- Principais grupos fosfato:
. Fosfatidilcolina (mais comum)
. Fosfatidil-etanolamina
. Fosfatidilserina
. Fosfatidilinotisol
. Difosfatidilglicerol
- Na membrana, os fosfolípidos organizam-se em bicamada que é
semipermeável:
. Pequenas moléculas e moléculas apolares são mais permeáveis
. Moléculas com carga não se difundem
MOVIMENTOS FOSFOLIPIDICOS
- Flip-flop: raros
. Flopases: de dentro para fora
. Flipasses: de fora para dentro
. Escramblases: distingue-se
das flopases/flipases por não
necessitar de ATP, mas sim de
Ca2+
- Difusão lateral: 107 por segundo

- Permitem a fluidez da membrana,


que tem de ser precisamente
regulada e depende da sua temperatura e composição:
. Caudas mais pequenas, mais fluidez
. Caudas mais insaturadas, mais fluidez
. Quanto mais colesterol, menos fluidez
. Quanto menos esfingomielina, mais fluidez
. Quando mais glicerofosfolipidos, mais fluidez
. Quando mais próximos e semelhantes as caudas, menos fluidez.
. Quanto maior a temperatura, maior a fluidez
NOTA: Alguns processos de transporte membranar e atividades enzimáticas cessam quando a membrana
se torna pouco fluida.

Colesterol
- Estrutura esteroide que contém um grupo hidróxido (OH – polar/hidrofílica,
orientado para fora), entre as caudas dos fosfolípidos e aumenta a rigidez e
diminui a permeabilidade da membrana.
- Só existe em eucariontes
- Confere tolerância a temperaturas baixas
- É importante nos rafts

Esfingomielina
- Lípido mais comum na membrana a seguir ao colesterol, encontrando-se a
cercar os axónios.

Glicolípidos
- Caudas de ácidos gordos com açucar
- Apenas na membrana externa da bicamada
- Não têm movimentos de flip-flop
- Recetores de sinais importantes nos rafts
- Ex.: glicose, galactose, manose, fucose, ácido sálico, N-acetil-glucosamina
PROTEÍNAS
Funções
- Transporte
- Recetoras (ex.: impulsos nervosos)
- Enzimática
- Âncora (ex.: citoesqueleto)

Associação com a membrana


- Proteínas transmembranares: estendem-se de uma camada fosfolipídica até à
outra, como uma hélix-α simples ou múltipla ou ainda como β-barril.
. Multipasse: polipéptido que atravessa a membrana na sua totalidade
. Subunidade: vários polipéptidos, em que pelo menos um deles está
ligado à membrana
- Proteínas extrínseca: ancoradas à membrana por uma hélix-α.
- Proteínas associadas a lípidos: glicoproteínas
- Proteínas associadas a proteínas

Carbohidratos-glicocálix
- Auxiliam na proteção da membrana por dano mecânico
- Lubrifica a superfície celular ao atrair água
- Tem um papel importante na adesão e reconhecimento célula-célula

Restrição do movimento das proteínas da membrana


- Imensas células são polarizadas em dois domínios:
. Atípico: Absorve a maior quantidade de nutrientes que conseguir
. Basolateral: transferência do nutriente para o tecido conectivo

Lipid-Rafts
- Formada por esfingomielina, glicolípidos e colesterol
- Servem como plataformas nas quais estão concentradas proteínas especificas
- Não se difundem livremente na membrana, formam uma zona semissólida
- Importantes na sinalização celular

Assimetria da bi-camada plasmática


- Face exoplasmática: glicolípidos, Fosfatidilcolina, esfingomielina
- Face protoplasmática: Fosfatidilserina, Fosfatidilinotisol, fosfatideletanolamina
NOTA: o colesterol está nas duas faces, pelo que não contribui para a assimetria
Permeabilidade seletiva
- Atravessam gases (CO2 e O2), moléculas hidrofóbicas (benzeno) e moléculas
polares (etanol, H2O)
- Não atravessam grandes moléculas polares (glicose) e moléculas com carga
(aa)

Modelo do mosaico fluido (Singer e Nicolson)


- As membranas são dinâmicas e fluidas, graças ao movimento dos lípidos e
das proteínas.
T6
Núcleo
- Originou-se a partir de invaginações da membrana de seres procariotas em
volta do DNA

Sistema endomembranar
- Sistema de organelos que se conectam e trocam materiais
- Função: controlar a síntese e importação/exportação materiais de e para o
espaço extracelular
- Via exocítica (reticulo endoplasmático e aparelho de Golgi) e via endocítica
(lisossomas e endossomas)

Reticulo endoplasmático rugoso


- Coberto por ribossomas na sua superfície citosólica, e é responsável pela
síntese proteica e processamento.

CITOSOL RER
Síntese proteica Síntese proteica
- As proteínas destinam-se para o - As proteínas destinam-se para a
núcleo, a mitocôndria, o cloroplasto membrana nuclear, membrana dos
e peroxissomas peroxissomas, complexo de Golgi
(vesiculas secretórias, membranas
plasmáticas, endossoma →
lisossoma).

Transporte de proteínas Transporte de proteínas


- Proteínas formadas migram através - Proteínas formadas são
dos poros nucleares, que penetram transportadas por vesiculas
ambas as camadas internas e - Simultâneo à tradução
externas das membranas nucleares.
- Posterior à tradução
NOTA: Caminho secretório: RER → Golgi → vesiculas exocíticas → meio extracelular

- Proteínas que se movem do citosol para o RER, mitocôndria ou cloroplasto são


transportadas através da membrana do organelo por translocadores proteicos
localizados na mesma.
- Estudos de Sabatani (1971) e demonstração de Blobel (1975): A hipótese do
sinal mostrou que proteínas sintetizadas citoplasmicamente direcionadas ao ER
usam uma sequência de aa para direcioná-los para a membrana ER.

Nota: Todas as proteínas apresentam este sinal que indica para onde irá.
Direcionamento co-translacional de proteínas secretoras para o RE
1. À medida que o péptido-
sinal é sintetizado pelo
ribossoma, é reconhecido
e limitado pela partícula
de reconhecimento do
sinal (SRP).
2. O SRP transporta o
complexo para a
membrana do RE onde se
liga ao recetor do SRP.
3. O SRP é liberto, o ribossoma liga-se ao translocon, e o sinal insere-se
abrindo o translocon.
4. A translação termina e a sequência do sinal é clivado pela peptidase.
5. A translocação contínua leva à translocação do polipéptido através da
membrana do RE.
6. A cadeia polipeptídica completa é libertada no lúmen do RE.

Orientação das proteínas membranares


- As proteínas destinadas para incorporação nas membranas plasmáticas ou
membranas de outros organelos são inicialmente inseridas na membrana do
reticulo em ver de serem libertadas no lúmen.
NOTA: São inseridas nas membranas através de sequências hidrofóbicas, que aparecem na camada
fosfolipídica.
- Depois, prosseguem até ao seu destino final, pelo mesmo caminho que todas
as proteínas de secreção (ER → Golgi → organelos).

Folding das proteínas e processamento no RE


- A chaperona BiP liga-se à cadeia polipeptídica à medida que atravessam a
membrana do RE e facilita o folding da proteína dentro do RE.
NOTA: A chaperona maior dentro do RE é da família do HSP70, e é a BiP.

Modificação química das proteínas para controlar a sua forma e função


- As ligações dissulfatos (S-S), formadas no interior do RE, ajudam a estabilizar
a estrutura das proteínas que encontrarão enzimas degradadoras, e causarão
mudanças no pH fora da célula (ou por serem secretadas ou porque já foram
incorporadas na membrana plasmática).
- À medida que as proteínas entram no lúmen do RE, têm de ser pós-
translocação modificadas:
. Inicio da N-glicosilação: Ligação covalente de oligossacarídeos curtos e
ramificados compostos por múltiplos açucares, adicionados ao N no amido
da asparagina.
. Âncoras GPI: forma de glicosilação; as âncoras são adicionadas ao C
terminal da proteína, fazendo com que a região transmembranar da proteína
seja trocada por GPI (glicolípido), ancorando-a à membrana.
Degradação de RE-associado
1. Transporte para o citosol: proteínas sem folding são transportadas de
volta para o citosol
2. Adição de ubiquitina: No citosol, as proteínas, que estão para ser
degradadas, são marcadas para destruição ao adicionar diversas
moléculas de uma pequena proteína chamada ubiquitina.
3. Degradação pela proteassoma, um grande complexo proteico no citosol
que degrada ubiquitina
NOTA: Proteínas onde o folding estava errado, com danos ou desnecessárias à célula.

Reticulo endoplasmático liso


- Responsável pela síntese lipídica (colesterol, seramida – convertida na
esfingomielina) e pela captação de Ca2+ do citosol

Síntese lipídica
- Por serem extremamente hidrofóbicas, as
membranas lipídicas são sintetizadas em
associação com membranas células já existentes.
1. Na membrana do reticulo há síntese de
fosfolípidos que são adicionados a apenas
metade da bicamada.
2. Os novos lípidos são transferidos por
intermedio das flipases para a outra parte da
bicamada
3. Há crescimento de ambas as metades da
bicamada.
- O lúmen do RE é topologicamente equivalente
ao exterior da célula, por isso o domínio das
proteínas da membrana plasmática que está exposto na superfície celular
corresponde às regiões das cadeias polipeptídicas que são translocadas para o
lúmen do RE.
T8
Sistemas de transporte passivo
- Transporte passivo: Dá-se a favor do gradiente químico ou eletroquímico,
utilizado estes gradientes como fonte de energia para o transporte.
. Difusão simples: dá-se só através da bicamada, podendo a
permeabilidade da mesma ser prevista pela solubilidade de nutrientes
em lípidos.
. Difusão ou transporte facilitado: quando os valores de permeabilidade
medidos forem muito superiores aos previstos pela solubilidade de
nutrientes em lípidos
- Nutrientes hidratados em solução tem que utilizar um
TRANSPORTADOR (proteína membranar intrínseca /
transmembranar) que forma um canal hidrofílico, por onde o nutriente
passa depois de ter perdido as camadas de solvatação.
- A energia de ativação para o transporte baixa, uma vez que o
nutriente tem acesso a um meio hidrofílico propicio à sua passagem.
- Há passagem de moléculas (polares e/ou carregadas) sem interação
com o ambiente hidrofóbico da membrana.

(A) Proteínas transportadoras ou “Carriers”: ligam-se a


moléculas especificas a serem transportadas; sofrem
mudanças conformacionais.
(B) Canais proteicos: formam poros na membrana, permitindo a
difusão livre de moléculas de tamanho e carga apropriada.
a. Células nervosas (transmissão de impulso
nervoso) e musculares (contração)

Transportador de glucose (GLUT)


- Constituído por:
. 12 α-hélices transmembranares;
. AA hidrófobos;
. AA polares – locais de ligação à glucose
- Alternância entre 2 estados conformacionais
. A ligação da glucose à superfície exterior induz uma mudança
conformacional no transportador, tal que a zona de ligação da glucose
passa para o interior das células. A glucose é então libertada para o citosol
e o transportador retoma a sua conformação inicial.
- Mecanismo reversível (por ex.: fígado)
NOTA: A glucose intracelular é rapidamente metabolizada.
Canais iónicos
- Formam poros na membrana, permitindo que moléculas
de tamanho e carga apropriados passes através da
membrana → água (aquaporinas) e iões
- Características do transporte:
. É muito rápido
. Altamente seletivos
. No nervo e no musculo:
- Alternam entre o estado aberto e fechado através
de portões (gates)
- Os canais são ativados por ligandos –
neurotransmissores.
- Os canais podem também ser ativados por
voltagem – variação na diferença de potencial) → regulação do potencial da
membrana.

- Embora os canais iónicos estejam presentes em todas as membranas de todas


as células, o estudo destes é particularmente mais profundo ao nível dos nervos
e dos músculos, onde os seus impulsos elétricos estão relacionados aos
sinais/impulsos nervosos.

Seletividade dos canais de Na+


- O seu poro estreito atua como filtro de
tamanho
- Só passa Na+ solvatado
- Iões K+ solvatados não conseguem
passar

Seletividade dos canais de K+


- Seletividade devida a grupos C=O no interior do
poro (filtro de seletividade)
- Deslocamento do H2O de solvatação, permitindo
que o K+ entre desidratado
- O Na+ não sofre ação do C=O do poro por ser muito pequeno;
mantem-se solvatado e não consegue entrar.

Técnica de Patch Clamp


- Técnica laboratorial em eletrofísica utilizada para estudar correntes iónicas em
células vivas, individuais e isoladas, secções de tecido, ou partes da membrana
celular. A voltagem, controlada pelo cientista, passa através da amostra, e as
correntes geradas são apontadas.
Ionóforos
- Pequenas moléculas hidrofóbicas, que se dissolvem na bicamada lipídica e
aumentam a permeabilidade de iões.
- Dissipam os gradientes iónicos transmembranares necessários à sobrevivência
da célula e têm propriedades antibióticas.
- Utilizados como ferramentas para o estudo da permeabilidade membranar.

Gradientes de iões e potencial de membrana


- Nas células em repouso, há um potencial de membrana de -60mV, que se deve
a:
1- Bomba de iões (K+in >>> K+out; Na+out <<< Na+in)
2- Fluxo de iões por canais abertos, devido a concentração e a voltagem
EQUAÇÃO DE ERNEST →

Potencial de membrana e propagação do estímulo nervoso → potencial de


ação
1. Estímulo nervoso
2. Despolarização da membrana (-40mV)
3. Abertura de canais de Na+ (30mV)
4. Fecho de canais de Na+
5. Abertura de canais de K+ (-75mV)
6. Fecho de canais de K+ (-60mV)

Sinalização por neurotransmissor


1. Vesiculas com neurotransmissor
2. Ativação dos canais de Na+ por
ligandos
3. Influxo de Na+
4. Despolarização da membrana
5. Abertura de canais de Ca2+;
Inativação do canal de Na+
6. Aumento de Ca2+ intracelular
7. Contração muscular
Sistemas de transporte ativo
- Transportam substâncias contra o seu gradiente químico ou eletroquímico,
utilizando outra fonte de energia para esse transporte.
- Transporte ativo primário: Bombas → utilizam como fonte o ATP celular e
acoplam o movimento das espécies à hidrolise de 1 ATP, dando origem a
gradientes iónicos nas células. Ex.:
. Bomba de Na+/K+: Retira Na+ e introduz K+ nas células criando gradientes.
K+ está muito concentrado no meio intracelular e o Na + no extracelular.
. Bomba de Ca2+: Retira Ca2+ do citoplasma, [Ca2+]in < 10-6 M
. Bomba de H+: Retira H+ do citoplasma

Estruturas das bombas


- Tipo P: Na+/K+ e Ca2+
- Tipo V: H+
- Tipo F: ATP-Sintetase

Bomba de Na+/K+
- Alterações conformacionais
- Alterações da afinidade para os
ligandos (Na+ e K+)
- Hidrolise de 1 ATP
- 3 Na+ out e 2 K+ in
- Responsável pela propagação de
impulsos nervosos e elétricos nos
animais;
- Responsável pela manutenção do
volume da célula e equilíbrio osmótico.

- Transporte ativo secundário: Sistemas


dissipadores → utilizam uma fonte de energia
secundária que deriva diretamente da atuação
das bombas.
Dissipam gradientes iónicos criados após
atuação das bombas, acoplando o movimento
a favor do gradiente desses iões (Na+, K+, H+,
Ca2+, etc) ao movimento contra gradiente da
espécie a transportar.
Substância contra o gradiente acoplado a uma substancia a favor dele
(energia do fluxo eletroquímico dos iões)
Transporte ativo de Glucose → Simporte (SGLUT)
- Responsável pela absorção de glucose no lúmen intestinal
- Liga-se e transporta 1 glucose e 2 Na+
- O gradiente de Na+ (formado pela bomba) é a energia utilizada.

Exemplo de antiporte → Ca2+/Na+ nas células cardíacas


T9
Lípidos sintetizados no REL
- Por serem extremamente hidrofóbicos, os lípidos membranares são
sintetizados associados a membranas celulares em vez de no meio aquoso do
citosol.
- Lípidos sintetizados no REL: Colesterol e ceramida (síntese de glicolípidos ou
de esfingomielina no complexo de Golgi)

Do RE para o complexo de Golgi


- Proteínas e lípidos são transportados por vesiculas do ER
até ao complexo de golgi (caminho secretório), formando o
compartimento intermediário RE-Golgi (ERGIC).
- Ao chegarem ao complexo de golgi, as membranas das
vesiculas fundem com a membrana do golgi e as proteínas/
lípidos são expelidas para o lúmen do golgi.
- Após o transporte ao longo do lúmen do golgi, as
proteínas/lípidos são transportadas de forma a constituírem
um endossoma, lisossoma ou para a membrana plasmática.
- As proteínas destinadas a ficar no lúmen do RE são
marcadas por sequências de KDEL na sua terminação carbónica. Se estas
forem transportadas até ao Golgi, são reconhecidas por um recetor reciclador
ou são transportados de volta para o RE.

Funções do complexo de Golgi


- Glicosilação de lípidos e proteínas;
- Armazenamento de proteínas;
- Processamento proteolítico de pro-proteínas;
- Biogénese membranar;
- Recuperação membranar;
- Tráfico e secreção membranar;
- Formação de lisossomas.
NOTA: Uma pró-proteína é uma proteína que ainda não foi ativada. Também pode ser chamada proteína
precursora ou pró-péptido.

Compartimentos do complexo de Golgi


- Composto por uma série de sacos membranares
fechados (cisterna) e vesiculas.
- 4 regiões funcionais: Cis (entrada), medial, trans
(saída) e rede-trans-Golgi.
- Proteínas provenientes do RE entram na sua
face Cis, orientada para o núcleo. São
transportadas ao longo do Golgi medial e saem
pela fase trans.
- Ao passar pelo Golgi, as proteínas são modificadas e ordenadas para
transporte até ao seu eventual destino dentro da célula.
Glicosilação proteica no Golgi
- O complexo de Golgi contem mais de 250 enzimas, localizadas em diferentes
compartimentos, que catalisam a adição de diferentes açucares nas
glicoproteínas.
- Um aspeto deste processamento é a modificação dos oligossacarídeos ligados
ao N anteriormente no RE.
. Na formação de novas proteínas, os resíduos de manose são removidos e
a N-acetilglucosamina, a galactose (zona medial do golgi) e o ácido siálico
(na zona trans do golgi) são adicionados.
. Proteínas destinadas a incorporarem o lisossoma são modificadas por
fosforilação de manose. Resíduos de P-manose são reconhecidos por um
recetor de manose-6-fosfato na face rede-trans-Golgi, indicando o transporte
destas proteínas para os endossomas e para os lisossomas.

Metabolismo de lípidos e de polissacarídeos no Golgi


- Os glicolípidos não são capazes de passar através da membrana do complexo
de Golgi, por isso são apenas encontrados na metade luminal da bi-camada do
Golgi, tal como a esfingomielina.
- Após o transporte vesicular, passam a estar localizados, correspondentemente
para a metade exterior da membrana plasmática, com a sua cabeça polar
exposta na superfície celular.
NOTA: Nas células vegetais, o complexo de golgi tem a tarefa adicional de servir como zona de sintetização
de polissacarídeos da parede celular.

Transporte a partir do complexo de Golgi


- As proteínas e os lípidos são transportados do aparelho de golgi para o seu
destino final (caminho secretório). Isto implica a organização das proteínas em
diferentes tipos de vesiculas, na rede trans-Golgi.
- As proteínas destinadas à superfície celular devem ser incorporadas na
membrana celular ou secretadas.
- As proteínas destinadas ao aparelho de golgi devem ser retidas em
compartimentos apropriados do organelo, e são maioritariamente
transmembranares que participam na glicosilação.
NOTA: Transporte anterógrado (do RE para o golgi) e retrogrado (do golgi para o RE)
Mecanismo do transporte vesicular
1. Cargo
selection
2. Budding
(Crescimento)
3. Scission
(Quebra de
ligações químicas
de uma molécula
grande formando
2 mais pequenas)
4. Uncoating
5. Transporte
6. Tethering
7. Docking
8. Fusion
9. Disassembly
Mnemónica: Cell Biology
Students Understand That
The Doctor Favors Diagrams.

1,2,3,4 → Adaptinas
4,5 → São transportadas devido à presença de proteínas motoras ao longo das
fibras do citoesqueleto.
6,7,8 → Uma vez que a vesicula chegou ao seu destino, deverá reconhecer e
atracar ao organelo (cada vesicula possui marcadores moleculares na sua
superfície que identifica a membrana do organelo alvo – sGTPases da família
Rab)

Vesiculas revestidas
- Vesiculas que se unem a partir de membranas, geralmente têm uma cobertura
proteica peculiar na sua superfície citosólica, sendo assim vesiculas revestidas.
- Funções do revestimento: Ajudar a dar a forma circular à membrana e capturar
moléculas para a progressão do transporte.

- A formação de vesiculas revestidas é regulada por pequenos GTP-ases ao


ativarem interruptores reguláveis que recrutam moléculas efetoras quando têm
ligações GTP ativas (aproximadamente 150 diferentes nos humanos)
- sGTPases são ativadas e desativadas através da troca de um nucleotídeo de
guanina específico (GEF) e de proteínas ativadoras de GTPases,
respetivamente.
- Tipos de proteínas que revestem a vesicula:
. Clatrina: estas vesiculas são
responsáveis pelo transporte em
ambas as direções entre a rede
trans-Golgi, endossomas,
lisossomas e a membrana
plasmática. Participa na endocitose
da manose 6-fosfato, LDLR, TfR.
. COPII: transportam proteínas do
RE para o compartimento intermedio
RE-golgi (ERGIC) e de seguida para
o complexo de Golgi. Transportam a
sua carga de acordo com o caminho
secretório. A proteína GTP
associada ao Sar-1.
. COPI: são originadas no ERGIC ou
no aparelho de golgi e transportam a
sua carga de volta para os
organelos. Proteínas marcadas com KKXX ou KDLL

Lisossomas
- Organelos revestidos por membranas que contém enzimas (hidrólases)
capazes de clivar as ligações de todos os tipos de polímeros biológicos
(proteínas, ácidos nucleicos, carboidratos, lípidos)
- Apresenta um glicocálix formado por proteínas lisossomais glicolisadas (LIMPs)
e proteínas lisossomais associadas à membrana (LAMPs).
- A maioria das enzimas dos lisossomas são hidrólases acidas, que são ativadas
num pH ácido (4,5) que é mantido dentro do lisossoma, diferentemente do pH do
citosol (7,2).
- Para manter o pH acido, o lisossoma apresenta bombas de protões (H +) na sua
membrana, que transportam ativamente os protões do citosol para o lisossoma.
- Têm a função de digerir o material que foi endocitado pela célula.

Formação
- São formados quando as vesiculas de transporte da rede
trans-Golgi se fundem com um endossoma.
. RE → Complexo de Golgi (face cis) → Golgi → Rede
trans-Golgi → exocitose ou formação de um
endossoma/lisossoma

Tipos
- Secretório: Secreta enzimas lisossomais para fora da célula.
- Convencional: desmantelamento e reciclagem de vários
substratos através da endocitose, fagocitose e autofagossomas.
T10/T11
Endocitose
- Permite que as células captem macromoléculas, fluidos e partículas grandes
(ex.: bactérias)
- O material é rodeado por uma área da membrana plasmática que se separa do
interior da célula para formar uma vesicula que contenha o material internalizado.

Propósito
- Captação de nutrientes
- Migração
- Sinalização de recetores
- Regulação negativa do recetor
. Alguns recetores não são reciclados, mas degradados por lisossomas;
. Os recetores podem ser devolvidos à membrana plasmática através de
vesiculas de transporte.
- Neuro transmissão
. Em células nervosas, pós sinapticamente, as vesiculas libertam os seus
neurotransmissores, que são recuperados por vesiculas cobertas de clatrina,
que depois se fundem com endossomas iniciais.
. Nas células epiteliais polarizadas, os recetores podem ser transferidos
através da célula para o domínio oposto (transcitose).
- Entrada de patogénios → induz a macropinocitose

Tipos
- Fagocitose (comida):
. ocorre em todas as células, mas algumas são fagócitos profissionais.
. macrófagos: células do sistema imunitário especializadas na destruição de
bactérias ou células mortas.
. a membrana projeto pseudópodes que envolvem o material → fagossoma
. o fagossoma funde com o lisossoma formando o fagolisossoma, onde o
material é digerido pelas hidrólases.
. sempre um processo mediado por recetores
. depende da actina.
. Tipos:
- Convencional: As partículas são especificamente capturadas por
pseudópodes circulares que são guiados por interações entre os
recetores e a partícula.
- Enrolado: Pseudópode unilateral que anda à volta da partícula
repetitivamente.
. Exemplos:
- Amoebas → capturam comida (bactérias e outros protozoários)
- Animais multicelulares → defesa contra microrganismos invasores e
eliminar células danificadas ou velhas
- Mamíferos → importante para os glóbulos brancos (macrófagos,
neutrófilos e neurónios – fagócitos profissionais)
- Pinocitose (endocitose de fase fluida):
. endocitose mediada por recetores
. usada para selecionar a entrada de macromoléculas muito especificas.
. ocorre apenas nos eucarióticas.

- Macropinocitose:
. processo endocítico altamente conservado, pelo qual os fluidos
extracelulares e os seus conteúdos são internalizados em células, através de
vesiculas grandes e heterogéneas (macropinossomas).
. não é mediado por recetores
. é dependente da actina.

NOTA: Actina - família de proteínas multifuncionais que formam micro-filamentos no citoesqueleto e


filamentos finos nas fibras musculares.

Endocitose mediada por recetores


- A forma de endocitose mais estudada é a endocitose mediada
por clatrina.
- As moléculas a serem internalizadas, primeiramente ligam-se a
recetores específicos presentes na membrana exterior da célula,
que estão concentrados numa região especializada da
membrana – poços revestidos de clatrina.
- Os sinais internos destes recetores ligam-se a proteínas
adaptadas do citosol, que vão ligar clatrina na parte interna da
membrana.
- A clatrina liga-se formando uma espécie de cesto que distorce
a membrana, formando vesiculas revestidas de clatrina.
- Estas vesiculas, tipicamente ocupam 1 a 2% da área de
superfície e depois da internalização, livram-se desta cobertura e
fundem-se com os endossomas iniciais.
- Estas são classificadas, recicladas para a membrana ou
permanecem como endossomas iniciais (pH interno é 6,3 graças
à bomba de protões), que depois maturam para finais.
NOTA: Ligandos como o LDL ficam e são degradados em colesterol.

Endocitose independente de clatrina


- Caveolae: pequenas invaginações da membrana plasmática organizada por
caveolina que interage com cavidades proteicas. Transporta moléculas
sinalizadoras dentro das lipid rafts.

Caminho endocítico
- À medida que os endossomas maturam, a composição da membrana lipídica
muda, em preparação para a fusão com as vesiculas do Trans-Golgi.
- Os endossomas finais podem ser dispostos enquanto corpos multi-vesiculares.
Eventualmente maturam para lisossomas, para digerir ou armazenar enzimas
digestivas.
- O sítio principal para a proteólise não é no próprio lisossoma, mas é num
organelo que é muito mais como o endossoma final e contém cerca de 20% das
hidrólases disponíveis;
- Os lisossomas não operam enquanto organelos independentes, mas
encontram-se com endossomas finais que operam como um sistema
endolisossomal.
- Os lisossomas primários são organelos armazenadores de hidrólases no seu
estado inativo. O sistema é ativado quando um lisossoma se funde com outro
organelo particular para formar uma estrutura híbrida, onde ocorrem reações
digestivas sob condições ácidas. A partir desta estrutura híbrida, o lisossoma é
reformado para re-uso.

Caminho destrutivo – ubiquitina-proteossoma


- A ubiquitina é ativada para sinalizar proteínas a serem degradadas
- As proteínas destinadas à degradação são marcadas por adição de múltiplas
ubiquitinas para formar uma cadeia poli-ubiquitinada.
- Proteínas poli-ubiquitinadas são degradadas por uma protéase grande
chamada proteossoma.

Caminho destrutivo – autofagia


- Responsabilidade do lisossoma
- Primeiramente é feito o capturamento de uma pequena área do citoplasma ou
do organelo por uma membrana derivada do RE → autofagossoma
- O autofagossoma funde se com o lisossoma e o seu conteúdo é digerido.
- Alvos: proteínas citosólicas não funcionais e organelos danificados.
- Induzida por stress e défice de nutrientes
- Tipos:
. Macroautofagia: sequestro de estruturas destinadas à destruição dentro de
vesiculas duplo-membranares (autofagossomas), que se fundem com
endossomas antes de exporem o seu conteúdo para o interior do lisossoma.
. Autofagia mediada por chaperonas: As proteínas que carregam o
pentapéptido com a sequencia KFERQ são reconhecidas pela chaperona
Hsc70 que se associa com a proteína membranar integral do lisossoma
LAMP-2A.
. Microfagia: Recrutamento de componentes com a membrana lisossomal
que subsequentemente invagina.
- As septinas podem controlar o tamanho e forma do autofagossomas e funcionar
como andaimes do citoesqueleto.
T12
Parede Celular
- Presente em: bactérias, arqueas, fungos, algas, briófitos, ptéridofitos,
gimnospérmicas e angiospérmicas.
- A sua composição química é diferenciada, varia de acordo com o tipo de tecido
e o grupo taxonómico.

Funções
- A localização na célula justifica as funções da PC
- Existe também uma relação entre a sua composição química e as funções que
desempenha.
. Determina a forma da célula e a adesão intercelular
. Confere rigidez e resistência à célula (não permite que a célula rebente devido à pressão
osmótica)
. Proteção e defesa
. Equilíbrio entre a pressão osmótica intracelular e o meio exterior

Composição química
- Composta por um polissacarídeo linear formado por um número variável de
unidades de D-glucose, unidas por ligações β → celulose
- As cadeias de celulose, dispostas lado a lado, formam micelas cuja estrutura é
mantida por ligações H-H dos OH adjacentes.
- As micelas associam-se e formam estruturas filamentosas → microfibrilhas de
celulose.
- As microfibrilhas estão imersas numa matriz de polissacarídeos não celulósicos
→ hemiceluloses e pectinas.
- Na matriz ainda se inserem enzimas (hidrólases) e proteínas estruturais
(glicoproteínas)
- As hemiceluloses permitem a ligação das microfibrilhas umas às outras e
também a ligação destas aos outros componentes da matriz (pectinas e
glicoproteínas)
RESUMO: Sistema de duas fases – uma rede de microfibrilhas de celulose inseridas e imobilizadas numa
matriz de hemiceluloses, pectinas e proteínas.
NOTA: Durante a sua fase de crescimento, a PC é 65% água e o restante são polissacarídeos (celulose,
hemicelulose e pectina) e proteínas (glicoproteínas e enzimas).

Origem e Desenvolvimento
- A biogénese dos compostos da PC envolve o complexo de Golgi, o RE e a
membrana plasmática.
- O RE fornece ao Golgi os precursores e enzimas intervenientes na síntese de
hemiceluloses e de pectinas; e fornece celulose à superfície da membrana →
PC primária.
- A formação da PC tem início durante a mitose: na anafase surgem aglomerados
de vesiculas golgianas, na placa equatorial; estas vão originar, na telófase, o
fragmoplasto, uma rede de microtúbulos onde ira ocorrer o deposito de
hemiceluloses e dos compostos da matriz (pectinas e glicoproteínas)
- A união entre PC primarias de células adjacentes é feita por uma camada rica
em pectinas→ lamela média.
- As pectinas são polissacarídeos hidrofílicos que estabelecem a ligação entre
as PC de células adjacentes.
- As células vegetais, podem apresentar uma PC secundaria (para alem da
primaria) que só surge em alguns tipos de tecido, apos terminada a fase de
crescimento celular. Esta localiza-se entre a PC primaria e a membrana, levando
a um espessamento da PC, podendo levar à morte do protoplasto.

Estrutura e ultra estrutura


- PC primaria:
. Natureza hidrofílica
. É composta maioritariamente por microfibrilhas
de celulose e hemicelulose, distribuídas numa
matriz de pectinas e glicoproteínas.
. Não é uma estrutura contínua; durante a sua
formação podem surgir interposições de RE, que
originam poros → plasmodesmos/canais
citoplasmáticos.
- PC secundaria:
. Natureza hidrofóbica
. Alem de celulose e hemicelulose, pode conter depósitos de outros
compostos
. Tem três camadas
. Os novos depósitos de compostos não ocorrem na zona dos
plasmodesmos, provocando zonas de estreitamentos → pontuações

Plasmodesmos
- Os plasmodesmos são revestidos interiormente pela membrana citoplasmática
e axialmente tem o desmotúbulo.
- Os plasmodesmos permitem o transporte intercelular controlado de pequenas
moléculas e sem gasto de energia → Transporte simplástico

Pontuações
- As células adjacentes têm pontuações frente a frente coincidentes com zonas
de plasmodesmos → pares (pit pairs)
- Estas zonas continuam a ter um papel importante nas trocas celulares e
permitem o transporte de moléculas (H2O e minerais)
Alterações químicas e especialização
- São consequências da formação da PC secundária (novos depósitos)
- A nova composição química da PC pode alterar algumas das suas propriedades
físicas, como a rigidez e a permeabilidade, levando a uma especialização celular.
- Esses depósitos nunca são de pectinas nem de glicoproteínas, podem ser de
celulose, mas predominam novos compostos como:
. Lenhina → Lenhificação (ex.: xilema)
. Cutina e ceras → Cutinização (ex.: cutícula, epiderme)
. Suberina → Suberificação (ex.: cortiça)
. Esporopolenina → Esporopolenização (ex.: grão de pólen)

Colorações em microscopia ótica


- Azul de metileno → Celulose
- Floroglucina → Lenhina (em meio ácido)

- Carmim Aluminado → Celulose


- Verde Iodo → Lenhina

Vacúolos em células vegetais


- Podem ocupar até 95% da célula.
- Organitos delimitados por uma membrana biológica → tonoplasto
- O tonoplasto tem um papel fisiológica essencial em todas as trocas entre
células e entre estas e o meio exterior. Permite preservar o grau o grau de
hidratação celular, mantendo constante a pressão osmótica em cada célula.

Origem
- Fusão de vesiculas do RE e do complexo de Golgi

Evolução
- Células meristemáticas (muito jovens) têm muitos vacúolos de pequenas
dimensões
- Com a diferenciação celular, fundem-se e originam um único vacúolo, de
grandes dimensões.

Função
- Controlo de pressão de turgescência celular
- Acumulação de enzimas hidrolíticas (degradação e reciclagem)
- Armazenamento de água e reserva de compostos de natureza hidrofílica:
. Acumulação de compostos do metabolismo primário e secundário
- O conteúdo vacuolar é importante na interação planta/ecossistema:
. Funciona como atração para insetos (ex.: pigmentos)
. Funciona como defesa (ex.: taninos e alcaloides):
- Impede a toxicidade para as próprias células;
- Repele agentes patogénicos, insetos e herbívoros.
Transporte membranar passivo
- Todas as membranas celulares têm a mesma estrutura e composição química;
é a sua organização que permite a função de barreira com permeabilidade
seletiva.
- O transporte através desta pode ser ativo ou passivo.
. Passivo: sem gasto de energia e a favor do gradiente de concentração.
- Difusão
- Osmose: passagem de água que ocorre do meio hipotónico para o meio
hipertónico

- Células Vegetais em:


. Meio isotónico: as concentrações de partículas
dentro e fora da célula são iguais logo a membrana
não oferece resistência à entrada de água; as forças
de entrada e saída de H2O são iguais.
. Meio hipertónico: A concentração de partículas é
superior no exterior, o vacúolo perde água e o
tonoplasto contrai; o citoplasma retrai – osmose- e a
membrana celular descola da PC, permanecendo
ligada a esta apenas pelos plasmodesmos; não há
deformação da PC. → plasmólise
. Meio hipotónico: A concentração de partículas é inferior no exterior, a água
entra na célula e fica armazenada no vacúolo; o vacúolo e a célula retomam
à posição normal → desplasmólise

Conteúdos vacuolar
- O conteúdo vacuolar é constituído essencialmente por água, iões minerais e
outras substâncias de natureza química diversa.
T13
Mitocôndria
Funções
- Produção de ATP
- Responsáveis pela maioria da energia útil produzido pela cisão dos
carboidratos e ácidos gordos, que são convertidos para ATP → fosforilação
oxidativa.
. A maioria das proteínas oxidativas são sintetizadas em ribossomas livres
do citosol e depois importadas para dentro do organelo por sinais
específicos.

Estrutura
- Contém o seu próprio DNA que codifica o tRNA,
rRNA, etc.
- Dupla membrana, uma interna e outra externa,
separadas por um espaço intermembranar.
- Espaço intermembranar:
. Composição semelhante ao citosol no que diz respeito a iões e pequenas
moléculas.
- Membrana interna:
. Forma numerosos dobramentos que se estendem para o interior/matriz do
organelo → crista → cada uma delas desenvolve um papel funcional
diferente.
. Principal sítio de produção de ATP → cristas
. Percentagem alta em proteínas, envolvidas na fosforilação oxidativa e no
transporte de metabolitos entre o citosol e a mitocôndria.
. é impermeável à maioria dos iões e moléculas pequenas → necessário para
manter um gradiente de protões que leve à fosforilação oxidativa
. é uma barreira funcional
- Membrana externa:
. extremamente permeável a moléculas pequenas, contendo proteínas
(porinas) que formam canais que permitem a difusão livre de pequenas
moléculas.
- A matriz contém o material genético da mitocôndria e as enzimas responsáveis
pelo metabolismo oxidativo.

Sistema genético
- Moléculas de DNA circulares
- As mitocôndrias dos dias presentes codificam apenas uma seleção de
proteínas que são essenciais ao processo oxidativo de fotofosforilação.
- A maioria das proteínas necessárias à mitocôndria provém da codificação
nuclear da célula.
- O genoma mitocondrial humano contem 13 proteínas codificantes que estão
projetadas para participarem somente nas funções respiratórias.
Metabolismo oxidativo
- O primeiro passo ocorre no citosol, e consiste na conversão de glucose a
piruvato.
- O piruvato e ácidos gordos são então transportados para a matriz mitocondrial
e convertidos em acetil coA.
- O acetil coA é então oxidado a CO2 devido ao ciclo de Krebs, que resulta na
redução do NAD+ e FAD em NADH e FADH2, respetivamente.
- Os eletrões que vieram do NADH e do FADH2 são transferidos por uma série
de canais na membrana interna, e libertam energia que é utilizada para a bomba
de H+
- À medida que os H+ passam para a matriz mitocondrial regem com o ADP,
formando ATP.

Importação de proteínas para a mitocôndria


- As proteínas são levadas para o
complexo TOM (translocase da
membrana externa) por pré
sequências aminoterminais que
contém aa carregados positivamente.
- Após a passagem através do
complexo TOM, a pré sequência liga-
se ao complexo Tim-23 na membrana
interna
- Dentro da matriz, um complexo
motor de importe (rico em cisteína e
contendo chaperonas Hsp70) usa a
hidrólise de ATP para conduzir a
translocação da proteína através da
membrana interna
. As proteínas destinadas à
matriz mitocondrial, associam-se à chaperona Hsp70 que auxiliam o seu
folding. As pré-sequências são removidas pela peptidase de processamento
de matriz mitocondrial.
. As proteínas que contém sequências transmembranares, saem do Tim23
lateralmente e são logo inseridas na membrana interna.
- As proteínas da membrana interna com
múltiplos domínios transmembranares têm
diversas sequências de sinais, em vez de pré
sequências N-terminais.
- Após a translocação destas através da
membrana exterior, estas são ligadas por
chaperonas Tim9-Tim10 no espaço
intermembranar, que as transfere para o
complexo Tim22 na membrana interna do
organelo.
- Algumas proteínas são translocadas para o
ribossoma mitocondrial na matriz e marcadas
para irem para a membrana interna através da
translocase oxa 1.

- As proteínas destinadas à membrana externa são todas exportadas pelo


complexo Tom.
- As proteínas com este destino com domínios transmembranares hélicais-α são
inseridas dentro da membrana por um caminho distinto, mediado por uma
proteína da membrana externa - Mim1.
- Outras, que são barrels-β como as porinas, passam para dentro do espaço
intermembranar, sendo reconhecidas pelas chaperonas Tim9-Tim10 e levadas
para um segundo complexo de translocação – SAM - que mediava a sua
inserção na membrana externa

Importação de lípidos para a mitocôndria


- A transferência de lípidos do RE para mitocôndria é
mediado por proteínas transferidoras de fosfolípidos que
transferem um único fosfolípido da membrana do RE para a
membrana da mitocôndria.
Transporte de metabolitos através da membrana interna
- O transporte de pequenas moléculas é
mediado por proteínas presentes na
membrana interna e conduzida pelo
gradiente eletroquímico.
- O ATP é exportado da mitocôndria
para o citosol por um transportador que
o transforma em ADP.
- O transporte de fosfato e do piruvato é
acoplado a uma troca de iões hidroxilo
(OH-)
- Neste caso, o pH do gradiente eletroquímico conduz a exportação do fosfato e
piruvato para a mitocôndria.

Peroxissoma
- A maioria das células humanas contém 100-1000 peroxissomas, dependendo
na atividade metabólica desempenhada pela célula

Funções
- Reações oxidativas que incluem acido úrico, aa, purinas, metanol e ácidos
gordos;
- Reações oxidativas que levem à produção de H2O2;
- O H2O2 é decomposto pela catálase, ao convertê-lo a água e oxigénio ou por
oxidação por outra composto orgânico (AH):

2 H2O2 → 2 H2O + O2 ou H2O2 + AH2 → 2 H2O + A


- Está envolvido na biossíntese de lípidos e de colesterol, na síntese de alguns
fosfolípidos e de ácidos da bílis;

Estrutura
- Pequenos organelos com apenas uma membrana que contém enzimas
envolvidas numa grande variedade de reações metabólicas (ex.: cisão de ácidos
gordos).
- Não têm o seu próprio genoma e todas as suas proteínas são sintetizadas a
partir do genoma nuclear.
- Têm a capacidade de se multiplicarem por divisão.
- Podem ser rapidamente regenerados.
- As suas proteínas são proteínas típicas de um eucarionte (logo não tiveram a
mesma origem que as mitocôndrias)
Formação
- As proteínas peroxissomais são sintetizadas
em ribossomas livres e depois importadas para
os organelos como polipéptidos completos.
Algumas proteínas transmembranares são
importadas para o peroxissoma a partir do RE.
- Dois tipos diferentes de vesiculas (V1 e V2)
que carregam proteínas transmembranares
diferentes fundem para formar um
peroxissoma funcional.
- Esta combinação forma o importador através
do qual proteínas internas do peroxissoma e
metabolitos podem ser importados.

Importação de proteínas da matriz peroximal


- Estas proteínas possuem sinais PTS1 que são
reconhecidos por recetores citosólicos Pex5;
- O complexo Pex5 liga-se a um complexo (Pex13,
Pex14 e Pex17) na membrana do peroxissoma;
- O pex5 e o pex14 formam um poro na membrana e
a proteína é transportado para o lúmen do
peroxissoma;
- O pex5 é então reciclado para o citosol.
T14/T15
Citoesqueleto
- É uma rede dinâmica de polímeros proteicos
Funções
- Manter a forma da célula
- Manutenção da forma do núcleo
- Manutenção do posicionamento correto dos organelos celulares
- Conecta a célula fisicamente e bioquimicamente ao meio externo (transporte
intracelular e comunicação célula-célula)
- Gera forças coordenadas que permitem o movimento e deformação da célula
(migração celular e divisão celular)

Composição
- Filamentos intermédios: são fibras tipo cordas que formam uma
espécie de malha (lâmina nuclear) por baixo do invólucro nuclear.
Alguns estendem-se através do citoplasma, dando às células
mecanismos de força e distribuição de stress mecânico num tecido
epitelial. São muito flexíveis, deformam-se sob pressão de uma
força, mas não rompem.

- Microtúbulos: são cilindros ocos feitos de tubulina. Uma das suas


pontas está geralmente ligada a um centro de organização de
microtúbulos (centrossoma). São muito rígidos e podem romper
quando esticados.

- Filamentos de actina/microfilamentos: Polímeros na


forma de hélice da proteína actina, organizados numa
variedade de estruturas lineares em redes 2D. Embora estejam
dispersos pela célula, estão em maior concentração no córtex
(imediatamente abaixo da membrana plasmática)

NOTA: o centrossoma é o maior centro de organização de microtúbulos nas células animais.

Microtúbulos
- Tubos ocos feitos de subunidades de tubulina globulares
- O seu bloco de construção primário é um dímero de tubulina α-β
. As tubulinas α e β unem-se para formar um dímero estável
. A tubulina β tem atividade de GTP-ases, isto é, capacidade de catalisar a
conversão de GTP em GDP.
. Se os dímeros de tubulina α-β purificado ligados ao GTP estiver
concentrado o suficiente, formam espontaneamente microtúbulos.
- A dinâmica dos microtúbulos pode ser modificada através de fármacos.
. Taxol: liga e estabiliza os microtúbulos
. Colchicina, colcemid, vimblastina, vincristina: Liga dímeros de tubulina e
previne a sua polimerização
NOTA: Podem ser utilizados fármacos para o tratamento de cancro que atuem ao nível dos microtúbulos.
O crescimento e diminuição dos microtúbulos – instabilidade dinâmica
- A hidrólise e o GTP regulam a polimerização dos microtúbulos e a sua
despolimerização. Esta instabilidade dinâmica é conduzida pela hidrolise do
GTP.

MAPs – Proteínas associadas a microtúbulos


- Regulam a estabilidade e a função dos MTs
. Estabilidade: Revestindo proteínas, resgate
associado de proteínas, etc
. Função: Proteínas responsáveis pelo
movimento

- Proteínas motoras dos MTs: Cinesinas e


Dineinas → transporte vesicular e de organelos.
- O flagelo e os cílios apresentam microtúbulos estáveis movidos por dineinas.

Tráfico de organelos
- As mitocôndrias são essenciais para o funcionamento e sobrevivência neural
- São regularmente encontradas nas terminais sinápticas, onde ajudam a manter
a neurotransmissão, ao produzirem ATP e captando Ca2+.
- As mitocôndrias neurais sofrem um transporte dinâmico e bi-direcional ao longo
dos processos neurais, que é regulado em resposta às mudanças na atividade
neural.

Filamentos intermédios → altamente estáveis


- Têm um papel estrutural ao providenciarem força mecânica quando as células
são esticadas e fornecem um andaime para a localização de processos
celulares, incluindo a sinalização celular.
- Organiza a estrutura interna da célula
- Não se encontram em fermento nem em plantas.
- Compostos por diversas famílias de proteínas com uma organização estrutural
comum que é expressa em diferentes tipos de células.
- Mais de 70 proteínas de filamentos intermédios já foram identificadas e
classificadas em 5 grupos:
. I – Queratinas ácidas: células epiteliais
. II – Queratina básica ou neutra: células epiteliais
. III – Vimentina: fibroblastos, leucócitos, etc
- Desmina: células musculares
- Proteína ácida “glial fibrillary”: células gliais
- Periferia: neurónios periféricos
. IV – Proteínas neurofilamentadas
- NF-L, NF-M, NF-H, α-internexin: neurónios
- Nestina: Células estaminais
. V – Laminas nucleares
- Cada tipo de célula epitelial sintetiza pelo menos 1 do tipo I e um do tipo II que
co-polimerizam para formarem filamentos.
- Algumas queratinas do tipo I e II são usadas para a produção de estruturas
(cabelo, unhas, cornos) → Queratinas rígidas
- As queratinas e vimentinas anexam-se ao involucro nuclear.
Classificação
- Citoplasmáticos: filamentos de queratina, vimentina e neurofilamentos
- Nucleares: lâminas nucleares

Pormenores
- Polímeros de filamentos intermédios são compostos de tetrâmeros de
filamentos intermédios individuais de proteínas.
- Diversos genes codificam proteínas filamentosas intermédias e a sua
expressão é geralmente específica a tecidos e células.
- A associação e dissociação dos filamentos intermédios é controlado pela
modificação pós-traducional de proteínas filamentosas intermédias individuais.
- Estruturas contendo filamentos intermédios especializados protegem o núcleo,
suportam adesão forte a células epiteliais e fornecem às células musculares
grande força mecânica.

Filamentos de actina ou microfilamentos


- São estruturas flexíveis, com um diâmetro de cerca 7nm
- Embora estejam dispersos ao longo da célula, estão concentrados
maioritariamente no córtex.
- O bloco primário de construção dos microfilamentos é o monómero de actina.

A esteira e o papel do ATP na polimerização dos filamentos de actina

- A ligação de monómeros e proteínas nucleantes regulam a polimerização da


actina.
- Profilina: liga monómeros de actina; estimula a troca de ADP e ATP → promove
a polimerização de actina ao aumentar a concentração local.
- Proteínas nucleantes: complexos de formina, Arp2/3
. Forminas: família de proteínas que ligam ATP-actina e nucleiam a
polimerização de monómeros de actina.
. Arp 2/3: inicia o crescimento de fios dos microtúbulos
- As proteínas revestidas ligam-se a terminais de actina
- As proteínas estabilizadoras de ligamentos (membros da família de
tropomosina) ligam-se ao longo das ranhuras dos microfilamentos.
- A cofilina despolimeriza a F-actina, que cresce muito devagar, criando novos
monómeros de actina para polimerização, criando um novo terminal para
suportar os ramos dos filamentos e o seu crescimento.
O córtex de actina das células
- Os filamentos de actina são altamente concentrados na periferia da célula,
formando uma rede 3D por baixo da membrana plasmática – córtex celular.
- As fibras de stress são conjuntos de microfilamentos, ligados por α-actina e
estabilizados por tropomosina que ancoram a célula e exercem tensão contra o
substrato. Estão fixas à membrana por adesões focais por integrinas.

Miosinas
- Protótipo de um motor molecular
- Proteína que converte energia química na forma de ATP para energia
mecânica, gerando uma força e movimento
- Semelhante a proteínas motoras dos microtúbulos (Cinesinas e dineinas)

Organização dos microfilamentos


- Os membros da família Rho também ativam o nucleamento de proteínas, tal
como as forminas, que estendem os filamentos iniciados pelo complexo ⅔ Arp,
tais como os filamentos lineares de iniciação
- Os filamentos de actina, ao crescerem, empurram contra a membrana
plasmática e levam à formação de saliências da superfície celular.
- Em zonas de elevadas concentrações de ATP-actina, gerada por profilina, o
crescimento de filamentos de actina é energeticamente favorável e pode gerar
força considerável.

Migração celular
- Reorganização dinâmica e complexa da
célula
- Requer remodelação de actina
- Proteínas motoras ligantes de actina
exercem força nos filamentos de actina que
induzem movimento celular
- As células migratórias produzem 3 formas
de filamentos de actina característicos:
. Filopodia e Lamelipodia: exploratórios,
formam e retraem rapidamente,
movendo-se a 1 µm por segundo.
. Filamentos contrateis

Fagocitose
- Ocorre em macrófagos através de um mecanismo baseado em actina
- A pseudopodia são extensões de largura moderada, baseadas em filamentos
de actina, ligados a uma rede 3D, que é responsável pela fagocitose e pelo
movimento de amoebas através de uma superfície.
T17
Núcleo → armazena a informação da célula
- Contém a maioria do DNA da célula eucariótica
- Invólucro nuclear: separa os conteúdos do núcleo do citoplasma e fornece uma
armação estrutural do núcleo (essencial para o processamento pós traducional
do mRNA).
. Composto por duas membranas que agem como duas barreiras,
prevenindo a passagem livre de moléculas entre o núcleo e o citoplasma.
- Poros: únicos canais que atravessam o invólucro nuclear; permite a troca
regulada de moléculas entre o núcleo e o citoplasma.
. A troca seletiva de proteínas e mRNAs através dos complexos dos poros
não só estabelece a composição interna do núcleo, como também tem um
papel critico na regulação da expressão de genes.

Invólucro nuclear
- Duas membranas nucleares concêntricas (membrana nuclear interna e
externa)
. Existe uma continuidade entra a membrana nuclear externa e o RER
. A membrana nuclear interna está alinhada pela lâmina nuclear, que serve
como zona de ligação para a cromatina
- Complexos de poros nucleares: unem as membranas nucleares

Lâmina nuclear
- Composta por filamentos intermédios
- É uma malha filamentosa usada para dar suporte estrutural ao núcleo
. Liga-se a proteínas membranares da zona interna do núcleo (emerina e
LBR (recetor de lâmina B)
. Conecta-se diretamente
com o citoesqueleto
através de complexos
proteicos
. Liga-se à cromatina
. Tem um papel na
localização da
heterocromatina não-
transcrita para a periferia
do núcleo
Complexos dos poros nucleares
- É uma molécula grande (massa moléculas
de 120 milhões de KDa nos humanos) – 30x
o tamanho do ribossoma
- Nos vertebrados, este complexo é composto
por diversas cópias de 30 proteínas →
nucleoporinas/nups.
- Os RNAs sintetizados devem ser
eficientemente exportados para o citoplasma,
onde participam na síntese proteica e as
proteínas necessárias ao núcleo têm de ser importadas para o mesmo → poros
nucleares.
- Estrutura: simetria de 8 raios em volta de um canal centrado, ligados a anéis
citosólicos → zona de fusão entre as membranas nucleares.
- Os filamentos proteicos estendem-se tanto dos anéis citoplasmáticos como dos
nucleares, formando uma estrutura com forma de cesto nuclear.
- O canal central é alinhado por proteínas (FG-NUPs) pois contém repetições
ricas em fenilamina e em resíduos de glicina. Estas agem como barreira e
ajudam no transporte regulado.

Transporte seletivo de proteínas


1. Localização de sinais nucleares
- O sinal de localização do antigene T é uma única cadeia de aa;
- Em contraste, o sinal de localização nuclear no nucleoplasma é bipartido;
. Muitos destes consistem em resíduos básicos de aa (sinalização de
localização nuclear básica)
- Algumas proteínas possuem outros sinais de localização nuclear, que são
reconhecidos por recetores de transporte distintos (importinas)
2. Transporte para o núcleo
- As importinas trabalham em
conjunto com uma proteína de
ligação GTP → Ran
- Este complexo liga-se às
proteínas nos filamentos
citoplasmáticos do poro
nuclear, e o transporte
prossegue via interação de
importinas com FG-NUPs que
se alinham com o canal central.
- Assim que o complexo
alcança a zona nuclear do
involucro, a proteína Ran liga-se à importina, induzindo uma mudança na
conformação da importina, que interrompe o complexo.
- As proteínas são marcadas para exportação a partir do núcleo por
sequencias especificas de aa (sinais de exportação nuclear) ricos em leucina
(aa hidrofóbico)
- Estes sinais são reconhecidos por exportinas (recetores associados à Ran)
- Os mRNAs estão associados a pelo menos 20 proteínas
durante todo o seu processamento no núcleo e transporte
para o citoplasma.
- Estas proteínas incluem um complexo exportador de
mRNA.
- Uma helicase remodelo o mRNA e remove o complexo
exportador na zona citoplasmática do poro.
NOTA: tRNA, rRNA e microRNA necessitam de exportinas

Regulação do importe nuclear e fatores de transcrição


- Inibidores de associação;
- Níveis de fosforilação.

Corpos nucleares
- Organelos discretos
- Compartimentalização do núcleo e concentração de proteínas e RNAs que
funcionam em processos específicos nucleares
- Não são delimitados por membranas, mas são mantidos por interações
proteína-proteína ou proteína-RNA

Organização da cromatina
Eucromatina: Transcrição ativa; descondensada; interior do núcleo
Heterocromatina: Transcrição inativa; condensada; lâmina nuclear ou nucléolo
- Os cromossomas estão divididos em domínios correspondentes às unidades
transcricionais e regiões de modificação da cromatina;

Fatores da transcrição
- DNA acabado de sintetizar:
. 4000 origens de replicação
podem estar ativas num
mamífero 2n
. Cada um destes
aglomerados devem conter
múltiplas bifurcações de
replicação (5 a 50)
- RNA acabado de sintetizar:
. As fábricas de transcrição
são ricas em RNA polimerases
ativas e fatores de transcrição
. 8 moléculas de RNA polimerase
. Genes co-regulados transcritos na mesma fábrica, ajudando na
coordenação de genes relacionados.
T18
Ciclo celular
- Um processo cuidadosamente regulado, controlado por aparelhos conservados
e regulatórios.

- As células dividem-se ocasionalmente quando é necessário substituir células


que se perderam ou que ficaram danificadas ou por morte celular.
- As células nos diferentes estágios do ciclo são identificadas pela quantidade de
DNA.
- G1 → 2n
- S, G2, M → 4n
- citocinese → 2n

- A maioria das células eucarióticas são divididas em 4 fases:


. Interfase (crescimento celular)
- Fase G1 (período de controlo) → 11h
- Fase S (período no qual o DNA se replica) → 8h
- Fases G2 (período de controlo, síntese de proteínas necessárias à
mitose) → 4h
. Mitose (seguida de citocinese) → 1h
- Prófase: cromossomas condessam; centrossomas movem-se para os
lados opostos do núcleo (fuso mitótico); colapso do involucro nuclear (fuso
de microtúbulos que se ligam aos centrómero dos cromossomas)
- Prometáfase: os microtúbulos ligam-se aos centrómeros dos
cromossomas condensados.
- Metáfase: alinhamento dos cromossomas no meio da célula.
- Anafase: separação dos cromatídeos irmãos e movem-se para os polos
da células.
- Telófase: descondensação dos cromossomas e re-formação de
invólucros nucleares
NOTA: A citocinese começa numa anafase tardia e termina no fim da telófase. Deve-se ao estrangulamento
de um anel de actina e de filamentos de miosina.

- As células embrionárias têm ciclos celulares diferentes, com apenas 2 fases,


demoramando apenas cerca de 30 min:
. Mitose
. Fase S
- As células não crescem durante este tipo de ciclo.

Centrómeros: Proteína com a forma de um disco que associa dois cromossomas


nas células eucarióticas e onde as fibras dos microtúbulos se ligam para os
dividir.

Telomerase: transcriptase reversa; enzima que pode produzir DNA usando RNA
como molde, adicionando sequencias especificas à extremidade 3’ dos
cromossomas.
Checkpoints do ciclo celular
- O ciclo celular da Saccharomyces cerevisiae é regulado em G1 pela
disponibilidade de nutrientes, e tamanho celular.
- Caso “chumbe” neste checkpoint, a célula passa para o estado G0, onde podem
se manter por longos períodos de tempo sem proliferarem.
- São metabolicamente ativas, contudo não crescem e têm uma reduzida síntese
proteica.
- Algumas células em G0 podem retomar a proliferação se forem estimuladas
com fatores de crescimento apropriados ou outros sinais extracelulares
- Ciclinas: proteínas que se acumulam durante a interfase e são rapidamente
degradadas mais para o fim da mitose.

- O ciclo celular da Saccharomyces pombe é regulado em G2 pela


disponibilidade de nutrientes e tamanho celular.

- Muitos checkpoints ocorrem para ter a certeza que o genoma é passado à


célula filha. Existem checkpoints responsáveis pela qualidade do DNA em G1, S
e G2. No período da mitose, ocorre um checkpoint em relação ao fuso
acromático, de forma que os cromossomas estejam alinhados no plano
equatorial.

Ativação de MPF em G2
- Deve-se à necessidade de induzir a mitose

- A Cdk1 forma complexos com a ciclina B durante a fase G2 e depois é


fosforizada em Thr 161, Thr15 e Thr14. A desfosforilação do Thr14 e 15 ativa a
MPF na transição de G2 para M.
- A atividade da MPF é dada por terminada para o fim da mitose pela degradação
proteolítica da ciclina B que é seguida pela desfosforilação do Cdk1.
NOTA: A mutação nestas proteínas estão associadas ao cancro.
Ativação da ciclina E/Cdk2 em G1
- O complexo Cdk2/ciclina E é inibido pelo
inibidor p27
- Ao passar o checkpoint, a síntese de
ciclina E é induzida ao ativar a E2F e o
fator de crescimento inibe a produção de
p27.
- À medida que o Cdk2 se torna ativo, é
fosforizado e marca o p27 a ser
degradado, resultando na ativação de
complexos Cdk2/ciclina E.
- Estes complexos também inibem a
produção de ligases ubiquitanadas
APC/C, prevenindo a degradação de
Ciclinas E

Checkpoints de dano de DNA


- As proteínas ATR e ATM são ativadas
em complexos que reconhecem DNA
danificado.
- O ATR é ativado por DNA com apenas
uma banda ou que não tenha sido
replicado
- O ATM é ativado principalmente por
DNA com quebras nas suas bandas.
- Estes complexos são depois
fosforizados e ativam o Chk1 e o Chk2
que são também fosforizados inibindo a
produção de Cdc25.
- O Cdc25 é necessário para a ativar o Chk1 e o Chk2, então a sua inibição leva
à quebra de proliferação celular.

Quebra do involucro nuclear


- A ciclinaB/Cdk1 fosforila as laminas nucleares, as proteínas dos complexos dos
poros nucleares e a membrana nuclear interna.
- A fosforilação das lâminas faz com que os filamentos que a formam se
dissociem em dímeros de lâminas livres.
Papel do p53 na regulação do ciclo celular
- A proteína p53 tem um papel importante na
regulação do ciclo celular nos checkpoints relativos ao
dano do DNA.
- A fosforilação pelo ATM e Cdk2 estabiliza a p53,
resultando num aumento dos níveis de p53 na
resposta ao DNA danificado.
- A p53 ativa a transcrição do gene inibidor p21
levando à inibição do complexo Cdk2/Ciclina 2
levando então à inibição da proliferação celular.

Inicio da replicação do DNA


- As proteínas helicase MCM ligam-se às origens de replicação com proteínas
ORC na fase G1 para formar um complexo de pré-replicação;
- As replicações de DNA são iniciadas na fase S por ciclinas E/Cdk2 e pela
proteína cinase DDK
- O DDK fosforila proteínas de MCM e o Cdk2 fosforila proteínas adicionais que
se juntam ao complexo e ativam o MCM
- A ativação do MCM inicia a replicação do DNA e as proteínas MCM saiem da
origem.
- A atividade elevada de outras Cdk’s impede que a proteína MCM se reassocie
com as origens durante as fases S, G2 e M.
T19
Matriz extracelular e Interações celulares
- O citoesqueleto cria uma arquitetura interna e dá à célula a sua forma e força.
- Nos seres multicelulares, há adesões entre células vizinhas e entre a célula e
a própria matriz.
- As células são organizadas em assembleias cooperativas → tecido.

Tecido conectivo especializado


- Em ossos e tendões, a matriz extracelular é abundante e mecanicamente
importante.
- Em músculos e na epiderme da pele, a matriz é escassa e o citoesqueleto
transporta a carga mecânica.

Derme e Tendões: Rijos e flexíveis


Osso: Rijos e denso
Cartilagem: Resiliente e absorve choques
Córnea: Macio e transparente

Células nestes tecidos:


Fibroblastos: sintetizam e secretam colagénio, fibras elásticas e reticulares e
proteoglicanos; suportam ligamentos, tendões, osso, pele, vasos
sanguíneos e membranas basais; estão distribuídos ao longo dos tecidos
densos e conectivos; células estreladas, planas, ovoides, com núcleos
tintados.
Condroblastos: sintetizam e secretam matriz extracelular de cartilagem;
suportam cartilagem articular; estão presentes na cartilagem hialina das
articulações e na fibrocartilagem dos discos intervertebrais;
metabolicamente ativos, com grandes núcleos vesiculares e proeminentes;
o citoplasma é pálido e vacuolado devido ao grande número de lípidos e
glicogénio
Osteoblastos: sintetizam e secretam matriz extracelular do osso; capazes de se
contraírem;; encontram-se nos vasos sanguíneos e na pele; assemelham-
se a fibroblastos mas possuem filamentos de actina para a contração.

Proteínas estruturais da matriz extracelular


Colagénio
- Fornece força de tensão para resistir ao alongamento
- A sequência de aa de um colagénio de domínio de tripla helice consiste em
repetições de Gly-X-Y, nas quais o X é geralmente a Pro e o Y é a Hyp.
- Os grupos de -OH estabilizam a tripla hélice do colagénio, formando ligações
entre H entre cadeias polipeptídicas.
- A síndrome de Ehlers-Danlos é característica de anomalias na estrutura,
produção e/ou processamento de colagénio
Glicosaminoglicanos
- Resistem à força de compressão
Proteínas de adesão da matriz extracelular
- São responsáveis por conectarem os componentes da matriz a outras
superfícies celulares.
Fibronectina
Lamininas (ex.: lamina basal)

Interações célula-matriz
- Os maiores recetores da superfície celular responsáveis pela fixação das
células à matriz extracular são as integrinas.
. A sua subunidade α liga-se a catiões divalentes
. Ambas as subunidades (α e β) são responsáveis pela ligação à matriz.

Alterações no ECM
- As metaloproteinases de matriz são as principais enzimas envolvidas na
degradação do ECM.
- A sua atividade é baixa em situações normais, mas aumentada durante o
processo de reparo ou remodelamento em tecidos mortos ou inflamados.

Adesão entre células


Junção apertada ou oclusão
- Une células vizinhas numa folha epitelial
para prevenir vazamento de moléculas
extracelulares entre elas, ajudando na
polarização da celula.
- Separa a superfície Basolateral e atípica

Junção de aderência
- Junta um conjunto de actina de uma das
células a um conjunto semelhante à da
outra.
- Segura células epiteliais e endoteliais
- Resistem ao stress

Desmossoma
- Junta os filamentos intermédios numa única célula

Junção de hiato
- Forma canais para a passagem de pequenas moléculas e solúveis em água
(iões inorgânicos e metabolitos)

Hemidesmossoma
- Ancora filamentos intermédios de uma célula basal à lamina basal.
T20
Renovação celular
Células estaminais
- São células não diferenciadas encontradas em todos os seres multicelulares;
- Têm a habilidade de se renovarem através da mitose;
- Conseguem se diferenciar em diferentes tipos de células.
- À medida que as células se diferenciam, a sua taxa de proliferação diminui e a
maioria das células fica preso em G0.
- As células estaminais dividem-se numa célula que se vai diferenciar e outra
que vai proliferar.

- As células estaminais dividem-se em embrionárias e adultas.

Potência das células estaminais


- Células totipotentes → capazes de
se diferenciarem em diferentes tipos
de células do corpo e tecidos
extraembrionários.
- Células pluripotentes → capazes de
se diferenciarem em todos os tipos de
celulas do corpo.
- Células multipotentes → capazes de
se diferenciarem em todos os tipos de
celulas de um orgao ou tecido
especifico
- Células nulipotentes → não são capazes de se diferenciarem em nenhum tipo
de celula.

- As celulas progenitoras são celulas parcialmente


diferenciadas e dão origem a células diferenciadas.
1- divisão celular simétrica
2- divisão celular assimétrica
3- divisão do progenitor
4- diferenciação terminal
a- Célula estaminal
b- Célula progenitora
c- Célula diferenciada

Efeito do envelhecimento nas células estaminais


- O envelhecimento das células estaminais, isto é, de células que ainda não se
diferenciaram, leva à diminuição da funcionalidade das mesmas.
Regulação do destino das células estaminais
- O uso de fatores de crescimento exógenos é atualmente visto como um meio
de controlar o crescimento e a diferenciação da célula estaminal embrionária,
que também demonstraram afetar a pluripotência.
- A atividade desses fatores de crescimento é regulada por proteoglicanos
(HSPGs) que estão presentes na superfície celular ou na matriz extracelular
(ECM).
NOTA: Os HSPGs consistem de uma proteína central definidora à qual as cadeias laterais de
glicosaminoglicano linear de açúcares de sulfato de heparano (HS) são covalentemente ligadas.

Morte celular (apoptose)


- Necrose → morte celular acidental
- Apoptose → morte celular programada
- As células apóptóticas são eliminadas por fagocitose.
- As células apoptódicas produzem sinais “come-me”, os quais incluem o ganho
de fosfatidilserinas na superfície celular-

Fases
1. Convulsão leve; compactação e segregação da cromatina; condensação
do citoplasma.
2. Fragmentação nuclear; borbulhação da membrana; formação de corpos
apoptóticos
3. Fagocitose

Sinalização do caminho apóptodico


- Os caminhos que induzem a apoptose podem ser classificados como
intrínsecos e extrínsecos.
- Diferem no envolvimento da proteínas Bcl-2 e na identidade da caspase que
causa a morte celular.

Caminho intrínseco
- Ativado por danos do DNA ou outras formas de stress celular
- Leva à libertação de citocromo-C da mitocôndria e ativação da caspase-9
- Os sinais múltiplos que ativam este caminho convergem na regulação dos
membros proapoptóticos reguladores da família Bcl-2.

Diferenciação celular sobrepõe-se à apoptose


- Remoção do núcleo
- Quebra de cadeias transientes únicas de DNA
- Rearranjo do citoesqueleto

Os caminhos associados à morte celular induzem a diferenciação

Células estaminais pluripotentes induzidas (iPSs)


- A p53 reprime a rigidez e induz a diferenciação
- As células iPS podem ser usadas na medicina
regenerativa ou na modelação de doenças
toxicológicas
T16
O que significa ser humano
- Todos os organismos são feitos de células.
- O corpo humano é composto por triliões de células:
. Estrutura do corpo
. Absorver nutrientes da comida
. Converter esses nutrientes em energia
. Funções especializadas
- As células também contém o material hereditário – DNA – do corpo humano e
podem fazer cópias delas mesmas.

Organização da vida
- Elementos → Compostos orgânicos simples → Biomoléculas → Organelos →
Células → Tecidos → Organismos

Projeto do genoma humano (HGP) – 1990-2003


- Gene: unidade básica física e funcional da hereditariedade; feita de DNA
. Existem 20 – 25000 genes humanos.
- Sequenciamento e experimentos de “nocaute de gene” → fornecem pistas para
curar doenças humanas.
- Terapia genética: entrega terapêutica de ácidos nucleicos nas células de um
paciente como medicamento para tratar doenças

Doenças complexas
- Genéticas, do meio ambiente e de lifestyle
- Cancro
- Diabetes tipo 2
- Obesidade
- Hipertensão
- Doença da artéria coronária
- Epilepsia
- Alzheimer
- Depressão
- Esquizofrenia
- Osteoporose
- Doenças inflamatórias do intestino

Anemia falciforme
- A doença sanguínea hereditária mais comum nos EUA

Composição do corpo humano


- 70%-90% → células bacterianas → microbiota (bacteria, fungi, protozoa,
viruses que vivem dentro e no corpo humano)
- resto → células humanas
Microbioma
- O microbiota humano consiste em 10-100 triliões de células microbióticas
simbióticas abrigadas por cada pessoa, principalmente no intestino.
- Microbioma humano: a totalidade desses organismos e o seu material genético
coletivo
- Ajuda com a digestão
. Ajuda na quebra dos açucares existentes no leite materno
. Ajuda a digerir fibra na nossa dieta
. Providencia nutrientes para as nossas células
- Produz moléculas importantes:
. vitamina K (importante na coagulação do sangue)
. vitamina B12
. metabolitos neuro-ativos (as bactérias intestinais produzem cerca de 95%
do suprimento de serotonina do corpo)
. ácidos secundários da bílis
. pequenas cadeias de ácidos gordos (acetato, propionato, butirato)
- Ajuda a manter a integridade e a permeabilidade das células epiteliais
intestinais, protegendo assim o hospedeiro contra patogénios invasores e
inflamação sistémica

- O microbioma intestinal pode ser dividido em 3 enterótipos:


. Bacteroides
. Prevotella
. Ruminococcus

Fatores que afetaram a composição do microbioma


- Dietas
- Fármacos
- Geografia
- Crescimento das pessoas
- Nascimento
- Método do amamentamento
- Stress

Desenvolvimento do sistema imunitário


- Treino e desenvolvimento dos principais componentes do hospedeiro do
sistema imunitário (inato e adaptativo) → principalmente na resposta a
patogénios
- O microbioma é o órgão endócrino negligenciado
- O intestino representa o maior compartimento do sistema imunitário
Evolução do microbioma intestinal humano

Papel na saúde e na doença


- O que acontece no intestino, não fica no intestino.
- Disbiose intestinal pode levar a outras patologias:
- Doenças autoimunes
- Cancro
- Doenças do fígado
- Síndromes metabólicas
- Hipertensão
- Esclerose múltipla
- Alzheimer
- Envelhecimento
- Alergias
- Diabetes
- Obesidade

Modelos GF (germ-free)
- Louis Pasteur (1885) – a existência livre de bactérias é impossível
- os primeiros ratos GF foram desenvolvidos em 1959
- Um número de desenvolvimentos fisiológicos importantes em comparação com
animais SPF (controlo)
. o cego aumenta de 4-8 vezes e o i. delgado fica menos desenvolvido
. os ratos GF vivem mais e desenvolvem menos cancros espontâneos em
relação aos ratos SPF
. os roedores GF pesam menos que os SPF

Obesidade e o microbioma intestinal


- a obesidade e as doenças relacionadas ao seu metabolismo são caracterizadas
por alterações especificas na composição e função do microbioma intestinal
humano.
- Estratégias que envolvem o microbioma para tratar a obesidade:
. consumo de probióticos (bactérias vivas), comida impossibilitada ou
limitada de ser digerida (oligossacáridos – pré-bióticos – ou simbióticos) ou
até transplante fecal.
Transplante de microbiota fecal
- É um procedimento clínico que restaura a saúde das bactérias no colon ao
introduzir fezes por colonoscopia ou enema de um doador saudável.
. Infeções por clostridium difficile, colite, constipação e síndrome do intestino
irritável.

Infeções intestinais (IBDs)


- Afeta mais de 2 milhões de indivíduos na américa do norte e 3.2 milhões na
europa.
- A sua incidência e prevalência ainda está a aumentar a nível mundial.

O butirato é a ligação entre dieta, microbiota e IBDs?


- A incidência de IBDs e câncer colorretal está inversamente correlacionada com
ingestão de fibra alimentar
- Experimentalmente, o butirato foi utilizado no tratamento da colite com efeitos
benéficos

Microbioma – influencia dos metabolitos derivados no metabolismo do


corpo inteiro
- ácidos gordos de cadeia curta
- metabolitos derivados de triptofano
- ácidos biliares secundários
T7
Microscopia
- Origem grega: mikros (pequeno) + skopeo (ver) = ver pequeno
- É o campo que utiliza microscópios
- O microscópio é um instrumento que aumenta a imagem de uma amostra ou
objeto que não é possível visualizar a olho nu.
- Baseia-se na difração, reflexão ou refração de feixes de radiação
eletromagnética que interagem com o espécime, e com a coleção de radiação
espalhada ou outro sinal para criar uma imagem
- Difração: Processo pelo qual um feixe de luz ou outro sistema de ondas
é espalhado como resultado da passagem por uma abertura estreita.
- Refração: Na física, uma mudança de direção de uma onda a passar de
um meio para outro, causada pela sua diferença de velocidade.
- Reflexão: Mudança bruta na direção da propagação de uma onda que
atinge a fronteira entre dois meios diferentes.

Microscopia Ótica
- A luz transmitida, quando usada na microscopia ótica, refere-se a qualquer
modalidade de imagem onde a luz é passada da fonte de iluminação para o lado
oposto do espécime para a objetiva.
- Utiliza luz visível para detetar e magnificar objetos muito pequenos,
aumentando-os.
- Usa lentes para focar as luzes no espécime, magnificando-o e produzindo uma
imagem.

Microscopia de campo claro


- A forma mais utilizada de microscopia ótica
- Usa uma fonte de luz para iluminar o espécime
- Um espécime escuro é contrastado pelo campo claro
de luz branca na zona de visualização
- O contraste na amostra é causado pela absorção de
alguma luz transmitida em zonas densas do espécime
- Pode ser ligado a sistemas de imagens digitais para
capturar imagens e vídeos
Microscopia de campo escuro
- Limitado ao uso de organismos e células
isoladas
- A luz que passa no espécime é difratada,
refletida e/ou refratada por descontinuidades
óticas, permitindo que os raios entrem na
objetiva
- O espécime pode ser visualizado como um
objeto claro num fundo escuro
- A luz espalhada pelos objetos removidos do
plano focal também contribui para a imagem, reduzindo o contraste e
escurecendo o detalhe do espécime.

Microscopia de contraste de fase


- O melhoramento da técnica de contraste pode ser utilizado para produzir
imagens de elevado contraste em espécies transparentes, como células vivas.
- A técnica de contraste de fase emprega um mecanismo ótico para traduzir
variações mínimas de fase em mudanças correspondentes na amplitude, que
podem ser visualizadas como diferenças no contraste da imagem.
- Principais vantagens: as células
vivas podem ser examinadas em seu
estado natural sem previamente
serem mortas, fixadas e
coradas. Logo, a dinâmica dos
processos biológicos em andamento
pode ser observada e registada em
alto contraste com clareza nítida dos
mínimos detalhes do espécime.

Microscopia de fluorescência
- A sua função básica é irradiar o espécime com uma banda de comprimentos
de onda especifica e depois separar a fluorescência mais forte da mais fraca.
- A absorção e subsequente rerradiação da luz por espécimes orgânicos ou
inorgânicos é tipicamente o resultado de fenómenos físicos – fluorescência.
- A emissão da luz através do processo de fluorescência é quase simultânea com
a absorção da excitação da luz, devido a um atraso de tempo relativamente curto
entre a absorção do fotão e a sua emissão (menos de 1 microssegundo).

Confocal vs. de campo amplo


- Confocal: um raio laser é focalizado a uma
profundidade específica de uma amostra, e
similarmente aos fotomicroscópicos ordinários, toda a
luz refletida ou emissora é detetada por um
microscópio corretamente posicionado.
- Campo amplo: captura toda a luz emitida pelo
espécime, incluindo a luz fora do campo amplo.
Dois fotões
- As tintas fluorescentes são excitadas ao absorverem a energia
de 2 fotões.
- As tintas são excitadas com o dobro do comprimento de onda
usada na observação de fluorescência regular, visto que a
energia absorvida pelo fotão é inversamente proporcional ao seu
comprimento de onda.
- Apenas a área proximal do ponto de focagem, onde a
densidade de fotões é elevada, pode ser excitada.
- O uso de infravermelhos e luzes próprias desse comprimento
de onda, fornece alta penetrabilidade no corpo vivo, sem danos
muito fortes.

Resolução
- Depende da natureza do espécime, do comprimento de onda e no limite de
difração
- Quando duas estruturas estão mais próximas do que o limite de difração, vão
aparecer como um borrão em vez de duas estruturas separadas.

Sondas fluorescentes
- Moléculas fluorescentes são frequentemente utilizadas para pesquisas
biológicas.
- Existe uma variedade de sondas, com propriedades versáteis, sensibilidade e
capacidades quantitativas.
- Podem ser utilizadas para detetar a localização da proteína e a sua ativação.
- Existem moléculas hidrofóbicas capazes de se incorporarem nas membranas
celulares, ou terem como alvo, organelos específicos, baseando-se nas
diferenças das suas propriedades (pH, capacidade hidrofóbica, etc.).
- Proteínas fluorescentes são bastante utilizadas em estudos de células vivas.
- Sondas especificas de organelos foram desenvolvidas para imagens de células
em tempo real, sendo algumas dessas baseadas em processos de transfeção.
- Para alem de darem informação na localização subcelular de uma molécula
especifica, sondas fluorescentes são ainda utilizadas para identificar a formação
de um complexo proteico, de forma a monitorizar processos biológicos (ex.:
endocitose, ligação a recetores, etc.).
- Sondas baseadas em lípidos e sondas hidrofóbicas também estão disponíveis,
permitindo responder perguntas biológicas relacionadas com o trafico de
lípidos/membranas, organização e propriedades biofísicas.
De folha clara

✓ Iluminação num único sítio ✓ A fonte de luz está focada numa


✓ Alta resolução fenda apertada
X Fotobranqueamento ou dano ✓ Imagem ao vivo e rapida de
amostras espessas
X Efeito de sombra em direção
lateral

Aplicações
- Plataformas de imagem fluorescente 2D de alto rendimento são utilizadas e
aplicadas num proteoma em larga escala
- Múltiplas imagens de fluoróforo 3D de células vivas permitem saber a
localização detalhada e ainda informação da estrutura subcelular.
- A microscopia de vídeo 2D e 3D fornecem informações importantes sobre a
dinâmica da proteína, localização e transporte.
- Metodologias qualitativas estão a ser desenvolvidas para extrair informação de
imagens.
- As investigações dos processos fisiológicos permitem a manipulação não
invasiva de sinais bioquímicos.

Microscopia de super resolução (SRM)


- Ultrapassa o limite de difração, uma barreira física que restringe a resolução
ótica para aproximadamente 250 nm.
Microscopia Eletrónica
- Utiliza um feixe de eletrões excitados como fonte de iluminação.
- Os eletrões interagem fortemente e especificamente com a matéria através do
seu espalhamento.
. A sua carga negativa faz com que os eletrões se foquem nas lentes
eletromagnéticas.
. Permite o estudo da matéria através de imagens que incluem informação
sobre a fase estrutural dos dados experimentais.
- Elevado poder de resolução (aumenta com a diminuição do c. de onda)
- Utiliza campos magnéticos que formam lentes óticas
- Podem ser utilizadas magnificações elevadas (ordem dos 106)
- As amostras têm de ser analisadas a vácuo:
. Amostras desidratada, fixadas quimicamente, embutidas em resina e
depois cortadas ultrafinas.
. Não é possível observar espécimes relativamente espessos

Métodos de preparação da amostra


- Fixação química: Lípidos e proteínas são usadas para estabilizar a estrutura
macromolecular da amostra biológica.
- Manchas negativas: Usa uma solução opaca de eletrões; aplicada para
caracterizar nanopartículas.
- Criofixação: Utiliza um congelamento rápido para preservar a espécime num
estado específico.
- Desidratação
- Seccionamento: Para produzir fatias finas e transparentes para os eletrões
- Manchamento: Com metais pesados para afastar os eletrões e providenciar
contraste entre diferentes estruturas.
- Fratura do congelamento: Tecido fresco é rapidamente congelado e depois
fraturado; usado para capturar imagens de lípidos e proteínas nas membranas.

Aplicações e desvantagens do microscópio eletrónico


- É caro;
- As amostras têm de estar em vácuo pois as moléculas do ar espalhariam os
eletrões;
- Tecnicamente muito difíceis;
- Manchamentos com átomos pesados para se obter o contraste adequado para
captação da imagem.
- A maioria das amostras biológicas são hidratadas e, por isso, necessitam de
uma preparação extensa para a sua estabilização, de modo a serem observadas.
Diferenças entre microscópios

De Luz Eletrónico
Fonte luminosa Luz Feixe de eletrões
Preparação Minutos/Horas Dias
Espécimes Mortas ou vivas Mortas
Lentes Vidro Eletromagnéticas
Poder de resolução Baixo Alto
Aproximação 500-1500x 1000000-3000000x
Espessamento <0,5 µm >0,1 µm
Vácuo X ✓
Manchado Corantes Metais pesados
Recebida em Sulfato de
Olhos através das
Imagem Zinco Fluorescente ou
oculares
num prato fotográfico
Estudo de superfície
Estudo detalhado de
celular, ultra estrutura da
Utilização estruturas internas não
célula e organismos muito
refinadas
pequenos

Microscopia de transmissão de eletrões


- CCD: grava eletrões indiretamente pela tradução de fotões numa camada
cintilante, um processo que resulta no desfocamento das imagens devido à
espessura dessa camada e na separação da luz criada pelos eletrões incidentes.
- DDD:
. Deteta diretamente eletrões, evitando o desfocamento da imagem e
aumentando a velocidade de gravação;
. O chip é mais fino, e como tal, limita o espalhamento entre os eletrões
. O rápido processamento dos eletrões abre portas para a gravação de
filmes em combinação com a contagem de eletrões. Este último permite a
determinação do posicionamento de eletrões para uma precisão de sub
pixel.

Microscopia de scan de eletrões (SEM)


- Um feixe de eletrões focados é utilizado para fazer scan do espécime.
- A interação entre o feixe do laser e do espécime causa perdas de energia, que
é traduzido numa imagem contendo informações topográficas e composicionais
da superfície do espécime.
- A sua resolução é inferior relativamente ao TEM
- Providencia boas representações 3D da forma da superfície do espécime
devido à sua perceção do campo.
- Não há necessidade de uma preparação extensa da amostra pois as imagens
são apenas da superfície do espécime.
Microscopia de Crio
- As amostras são congeladas rapidamente a temperaturas criogénicas, e
fatiadas a uma espessura apropriada. → Preservação da amostra num meio
hidratado, num estado próximo do nativo.
- Providencia informação nanomolecular acerca de complexos
macromoleculares no seu ambiente celular nativo.
- Permite a determinação de estruturas de proteínas 3D embebidas numa
camada muito fina de gelo

Microscopia de scan de sonda (SPM)


- Utiliza uma ponta afiada para fisicamente fazer scans das amostras e
localmente coletar informação da superfície, tipicamente obtida em 2D num ecrã
de computador.
- Tem uma resolução atómica ou nano-atómica, que providencia informação
acerca das propriedades estruturais, eletrónicas, vibracionais, óticas,
magnéticas, mecânicas e bioquímicas.

Microscopia de Raios X
- Alta resolução (nano-atómica), imagem não destrutiva de estruturas internas;
- Utiliza radiação eletromagnética numa banda de raios X;
- Análise quantitativa de uma microestrutura 3D;
- A natureza profunda e penetrativa dos Raio-X elimina a necessidade de
preparações extensas da amostra.

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