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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E ENERGIAS RENOVÁVEIS


INSTITUTO CIBERESPACIAL

I ESTUDO DIRIGIDO – INTRODUÇÃO A BÍOQUIMICA

BELÉM-PA
2021
ALESSANDRA RAMALHO DA CUNHA
AMANDA CRISTINA SILVA DA SILVA
ANA OLIMPIA CARDOSO ALVES
AUREA LUANNY SANTIAGO DA COSTA
BRUNA DA SILVA FRANCISCO
CELIO GABRIEL GRIFFITH LIMA
YASMIN GRACIELLY SA COIMBRA

I ESTUDO DIRIGIDO – INTRODUÇÃO A BIOQUÍMICA

Estudo dirigido apresentado ao


curso de graduação em Engenharia
Ambiental e Energias Renováveis,
na disciplina de Bioquímica,
ministrada pelo Prof. Drª.: Reginaldo
Alves Festucci Buselli

BELÉM-PA
2021
Disciplina Bioquímica

1º estudo dirigido: Introdução a Bioquímica (2021)

1) Existem evidências que sugerem que há quinze bilhões de anos


ocorreu o surgimento do universo e que há quatro bilhões de anos
ocorreu o surgimento da vida na terra. Explique por que a vida
somente surgiu há quatro bilhões de anos.

Devido as condições da Terra primitiva, nosso planeta foi durante


muito tempo extremamente quente em razão das altas temperaturas,
gases tóxicos, violentas erupções vulcânicas, ausência da camada de
ozônio, descargas elétricas e bombardeamento de corpos oriundos do
espaço, por isso não era viável haver vida. Dessa maneira, somente há
4 bilhões, houve a interação das moléculas e surgimento da vida.

2) Diferencie os grupos Eucaria, Bactéria e Arquea.

Com a evolução de um ancestral comum, arqueas, bactérias e


eucárias formaram três grupos de vida distintos: No domínio Eucária
são encontrados apenas organismos eucariontes, ou seja, que possuem
núcleo delimitado por membrana celular. Esse domínio engloba
organismos uni ou multicelulares encontrados em ambientes úmidos. Já
o domínio Bactéria abrange os organismos unicelulares e procariontes,
encontrados em ambientes extremos como pântanos e fontes termais,
que anteriormente eram classificados como eubactérias. Além de
englobarem bactérias que causam doenças ao homem e aquelas
encontradas no ambiente. Enquanto o domínio Arquea representa os
organismos geralmente quimiotróficos e procariontes, que não possuem
membrana, capazes de viver em condições extremas, como em vulcões,
lagos ácidos e altas concentrações salinas.

Figura 1 – Domínios formados por ancestral comum universal

Fonte: Nelson, 2014.


3) O que são organismos aeróbios, anaeróbios e anaeróbios
facultativos.

Organismos aeróbicos: São aqueles que estão em habitat com


suprimento abundante de oxigênio, obtendo energia pela transferência
de elétrons das moléculas de combustível para o oxigênio dentro da
célula;
Organismos anaeróbicos: São aqueles que vivem em ambientes
praticamente desprovidos de oxigênio, onde os microrganismos se
adaptam para obter energia pela transferência de elétrons para nitrato,
sulfato ou CO2. Esses organismos morrem quando expostos ao
oxigênio, portanto, são anaeróbicos obrigatórios;
Aeróbicos facultativos: São organismos capazes de viver com ou sem
oxigênio, capazes de obter energia nos dois ambientais, ou seja, utilizam
a respiração como processo de obtenção de energia, mas na ausência
de oxigênio podem usar a fermentação como via energética alternativa.

4) O que são organismos fototróficos e quimiotróficos? Dê exemplos.

Há duas categorias amplas para classificar os organismos segundo


sua fonte de energia: os Fototróficos e os Quimiotróficos.
Os fototróficos utilizam a luz solar como fonte de energia. Já os
quimiotróficos obtêm energia pela oxidação de um combustível químico,
alguns podendo obter essa energia também em combustíveis
inorgânicos, como HS- a S 0 (enxofre elementar), S0 a SO4-, NO2- a NO3-
ou Fe2+ a Fe3+. Alguns exemplos desses organismos são: as
cianobactérias, classificadas como seres fotoautotróficos; e os humanos,
classificados como quimio-heterotróficos.

5) Quais são as características que distinguem os organismos vivos


da matéria inanimada?

Algumas características são exclusivas dos organismos vivos,


servindo de parâmetro para distinguir matéria inanimada de organismos
vivos:

• Alto grau de complexidade química e organização microscópica;


• Sistema que permite a extração, transformação e uso da energia
presente no ambiente;
• Funções definidas para cada componente que constitui o organismo e
interações reguladas entre eles;
• Mecanismos que permitem sentir e responder a alterações no
ambiente;
• Capacidade de auto-replicação precisa e auto-montagem;
• Capacidade de mudar com o passar do tempo por meio de evolução
gradual.

6) O que é Bioquímica?
A bioquímica descreve em nível celular molecular os mecanismos e
os processos que envolvem os seres vivos, questionando como as
propriedades extraordinárias dos organismos vivos surgiram a partir de
milhares de biomoléculas diferentes. O estudo da bioquímica permite
compreender como o conjunto de moléculas inanimadas que constituem
os organismos vivos interage para manter e perpetuar a vida
exclusivamente pelas leis físicas e químicas que regem o universo
inanimado.

7) As células compartilham algumas características estruturais.


Quais são estas características?

As características comuns entre as células são: a membrana


plasmática, composta por moléculas de lipídeos e proteínas que
formam uma barreira fina, resistente, flexível e hidrofóbica ao redor da
célula, responsável por definir o contorno da célula, separando seu
conteúdo do ambiente e assumindo a função de barreira para a
passagem livre de íons inorgânicos; o citoplasma, composto por uma
solução aquosa, chamada de citosol, que possui uma grande variedade
de partículas em suspensão com funções específicas, denominadas
organelas. É importante ressaltar que todas as células têm ou tiveram
em algum momento, um nucleoide ou núcleo, onde o conjunto
completo de genes composto por DNA é replicado e armazenado com
suas proteínas associadas.

8) Quais são as estruturas presentes em células vegetais? Apresente


a descrição e a função de cada estrutura.

As células vegetais são complexas, possuindo diversas estruturas,


bem como funções pré-definidas para cada uma delas, sendo elas: o
envelope nuclear, responsável por separar a cromatina do citoplasma;
o nucléolo, local de síntese de RNA do ribossomo; o retículo
endoplasmático rugoso, local de muita síntese proteica; a
mitocôndria, a qual oxida os combustíveis para a produção de ATP; a
membrana plasmática, responsável por separar a célula do meio e
regular o movimento dos materiais para dentro e para fora da célula; o
cloroplasto, essencial para absorção de luz solar e síntese de ATP
(energia); os grânulos de amido, que armazenam temporariamente os
carboidratos formados pela fotossíntese; os tilacoides, locais de síntese
de ATP movida pela luz; a parede celular formado por celulose,
responsável por dar forma e rigidez, protegendo a célula da
intumescência osmótica; o vacúolo, responsável pela degradação e
reciclagem de macromoléculas, bem como armazenamento de
metabolitos; o plasmodesma, que permite a comunicação entre duas
células vegetais; o glioxissomo, que contém enzimas do ciclo do
glioxilato; o aparelho de Golgi que processa, empacota e envia
proteínas para outras organelas ou para exportação; o citoesqueleto, o
qual sustenta as células e auxilia no movimento das organelas; o
retículo endoplasmático liso, local de síntese de lipídeos e de
metabolismo de fármacos; os ribossomos, responsáveis pela
sintetização de proteínas; e por fim, o núcleo, local onde contém os
genes (cromatina).

Figura 2 – Representação estrutural de uma célula vegetal

Fonte: Nelson, 2014; Os Autor(es)

9) Faça uma comparação entre as células bacterianas, animais e


vegetais, apresentando as estruturas que estão presentes e
ausentes em cada uma delas.

As células animais são caracterizadas pela presença de envelope


nuclear, membrana plasmática, mitocôndria, retículo endoplasmático
rugoso, nucléolo, núcleo, retículo endoplasmático liso, aparelho de
Golgi, lisossomo, transporte de vesículas, citoesqueleto, peroxissomo e
ribossomos. Enquanto nas células vegetais, há a presença de
organelas exclusivas como: cloroplasto, grânulos, tilacoides, parede
celular, vacúolo, plasmodesma, glioxissomo. Além da presença das
organelas comuns à célula animal como: membrana plasmática,
mitocôndria, retículo endoplasmático rugoso, nucléolo, envelope nuclear,
núcleo, ribossomos, citoesqueleto, aparelho de Golgi e retículo
endoplasmático liso. Vale ressaltar que a célula vegetal não possui a
presença da organela lisossomos. Em relação as células bacterianas,
sua estrutura é composta por envelope celular, nucleoide, pili ou
fímbrias, ribossomos, citoplasma, parede celular e flagelos, sendo sua
principal diferença estrutural à ausência de envelope nuclear, presentes
nos eucariotos.
10) Defina cromatina, membrana plasmática e parede celular.

Cromatina: Complexo supramolecular constituído por fibras que


consiste de DNA (RNA) e proteínas, como as histonas, encontrados
dentro do núcleo celular nas células eucarióticas;
Membrana plasmática: Composta por moléculas de lipídeos e
proteínas que formam uma barreira fina, resistente, flexível e hidrofóbica
ao redor da célula, responsável por definir o contorno da célula,
separando seu conteúdo do ambiente.
Parede celular: É uma estrutura que confere proteção, bem como
garante elasticidade e resistência a tensões naturais e mecânic as do
meio.

11) Quais são as características das ligações de carbono?

• O Carbono tem a capacidade de formar ligações simples com átomos


de Hidrogênio e ligações simples, duplas e triplas com átomos de
Oxigênio e Nitrogênio;
• O carbono consegue formar ligações simples e estáveis com até
quatro outros átomos de carbono;
• Dois átomos de carbono também podem compartilhar dois ou três
pares de elétrons, de modo que seja formada uma ligação dupla ou
tripla entre eles;
• As quatro ligações simples que podem ser formadas pelo átomo de
Carbono assumem uma posição tetraédrica, ao se projetar a partir do
núcleo;
• Os quatros vértices, formados pela projeção do átomo de Carbono a
partir do núcleo, apresentam um ângulo aproximado de 109,5° entre
duas ligações quaisquer e um comprimento médio de 0,154 nm;
• A rotação realizada é livre em torno de cada ligação simples, exceto
em casos que grupos muito grandes ou com altas cargas estejam
ligados aos átomos de carbono;
• A ligação dupla de um carbono é mais curta que a simples, medindo
cerca de 0,134 nm, além de ser rígida. Tal fator permite uma rotação
limitada em torno do eixo do carbono;
• Átomos de carbono covalentemente ligados em biomoléculas podem
formar cadeia: lineares, ramificadas e estruturas cíclicas;
• O carbono consegue formar moléculas únicas, com versatilidade em:
tamanho, formas e composição;
• A versatilidade de ligação carbono-carbono, além da ligação entre
carbono e outros elementos, foi o principal fator na seleção dos
compostos de carbono para a estrutura molecular das células durante a
origem e a evolução dos organismos.

12) Qual é a importância dos grupos funcionais?

Os grupos funcionais determinam a “personalidade” química de um


composto, conferindo propriedades químicas específicas à molécula.
13) Por que o carbono foi selecionado durante a evolução para
compor a maquinaria celular das células?

O carbono possui versatilidade em suas ligações com ele mesmo e


com os outros elementos. É importante ressaltar que ele tem a
propriedade de formar cadeias, garantindo diversidade nas formas,
tamanhos e composição, qualidade que não é encontrada em outros
elementos.

14) Por que quatro elementos (C, H, O e N) representam em torno de


99% da massa das células?

Eles são mais leves, ou seja, formam ligações mais fortes. São
capazes de formar de uma até quatro ligações e são essenciais para a
função de proteínas específicas.

15) Quais são as estruturas químicas dos grupos funcionais


presentes em biomoléculas?

Cada grupo funcional está com uma cor para caracterizar o elemento
do seu grupo:

Cinza: Ligações compostas de hidrogênio e carbono, conhecido por


hidrocarboneto;
Salmão: Ligações com oxigênio (O);
Azul: Ligações com (N);
Amarelo: Ligações com enxofre (S);
Laranja: Ligações com fósforo (P).
A letra “R” é usada para representar o resto da molécula que está
anexado a um grupo funcional, podendo ser um átomo de hidrogênio,
mas geralmente será um grupo contendo carbono. São designados
como R1 e R2, quando dois ou mais substituintes são mostrados em
uma molécula.

Figura 3 – Exemplos de grupos funcionais comuns em biomoléculas


Fonte: Nelson, 2014

16) Por que podemos afirmar que uma origem evolucionária comum é
compartilhada por todos os organismos?

As semelhanças químicas, como o compartilhamento dos mesmos


processos e intermediários químicos (unidade bioquímica), em unidades
celulares completamente distintas, gerou a compreensão de que todos
os organismos têm uma origem evolutiva em comum.

17) Por que a água age como um solvente?

A água é um solvente polar, que pode ser utilizado como solvente


para a maioria das biomoléculas. Nesse viés, a água substitui as
ligações de hidrogênio soluto-soluto, conectando essas biomoléculas
uma a outra por meio de ligações de hidrogênio soluto-água. Nesse
processo, a água se denota como um efetivo meio de blindagem de
interação eletrostáticas entre os íons dissolvidos, justamente por sua
alta constante dielétrica (propriedade física que difere o número de polos
em um solvente).

18) Por que a água é um dipolo elétrico?

O núcleo do átomo de oxigênio apresenta uma eletronegatividade


maior que o núcleo de Hidrogênio (Próton), ou seja, o núcleo do átomo
de oxigênio consegue atrair mais elétrons que o núcleo do átomo de
hidrogênio, fazendo com que frequentemente os elétrons compartilhados
pela molécula estejam na vizinhança do núcleo do átomo de oxigênio.
Essa diferença na eletronegatividade dos núcleos dos átomos da água é
responsável pela formação de dois Dipolos elétricos, um localizado ao
longo de cada ligação O¬H; cada hidrogênio carrega carga parcial
positiva (d1) e o oxigênio carrega carga parcial negativa igual em
magnitude à soma das duas cargas parciais positivas (2d–).

19) O que são substâncias polares, apolares e anfipáticas?

Substâncias Polares: Apresentam dois polos: positivo e negativo, além


de também possuírem afinidade com a molécula de água e, portanto,
serem hidrofílicas;
Substâncias Apolares: Não apresentam polos e nem possuem
afinidade com a molécula de água, são hidrofóbicas;
Substâncias Anfipáticas: Contém regiões que são polares (ou
carregadas) e regiões apolares, ou seja, quando um composto anfipático
é misturado com água, a região polar hidrofílica é misturada com água, a
região polar hidrofílica tende a evitar contato com a água. As regiões
apolares das moléculas se aglomeram para apresentar a menor área
hidrofóbica possível ao solvente aquoso, e as regiões polares são
arranjadas de forma maximizar suas interações com o solvente.

20) O que são pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas,


interações iônicas e forças de van der Waals?

• Pontes de Hidrogênio: São interações intermoleculares entre


átomos de hidrogênio de uma molécula com átomos de elementos
altamente carregados;
• Interações Hidrofóbicas: São interações que acontecem entre
grupos apolares em solução aquosa;
• Interações Iônicas: São interações que acontecem entre grupos
carregados com carga positiva (cátions) e carga negativa (ânions);
• Forças de Van der Waals: Interações fracas que acontecem entre
grupos apolares em solução aquosa.

21) Qual é a importância das pontes de hidrogênio, interações


hidrofóbicas, interações iônicas e forças de van der Waals?

São interações individualmente fracas, porém que coletivamente têm


grande influência nas estruturas tridimensional de proteínas, ácidos
nucleicos, carboidratos e lipídeos de membranas. A formaç ão de cada
uma dessas ligações fracas contribui para o decréscimo líquido de
energia livre do sistema.

22) Dê um exemplo de como o conhecimento de Bioquímica pode ser


aplicado especificamente na área de Engenharia Ambiental?
Na área da Engenharia Ambiental requer conhecimento de teorias e
técnicas adequadas de manuseio da Bioquímica na aplicação em
Estações de Tratamento de Água, durante o processo de tratamento de
água, em estações especializadas, nas seguintes etapas: filtração,
desinfecção, correção de pH, fluoretação, bem como na adição dos
produtos químicos: sulfato de alumínio, cal, cloro e flúor. Como
parâmetro inicial para usos consultivos é necessário avaliar e adequar
níveis de Ph, Ferro e Manganês, conferem sabor e cor a água,
Nitrogênio, em suas diversas formas, e Fósforo, dissolvido ou em
suspensão, que se em excesso, favorecem a ocorrência de eutrofização
no meio.
Além disso, níveis de Demanda Química e Bioquímica de Oxigênio
Dissolvido também são factíveis de avaliação para garantir um uso
adequado e seguro para o consumo final a qual determinada água será
encaminhada.
REFERÊNCIAS

NELSON, David L. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. Ed. Ver.


Porto Alegre: Artmed, 2014. 1250 p. ISBN 978-85-8271-073-9.

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