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TESTE DE AVALIAÇÃO | 2º PERÍODO | PORTUGUÊS – 5º ANO

Grupo I
LEITURA

Lê o texto e as notas.

No seio das classes mais prestigiadas, os filhos e, sobretudo, as filhas, encontram-se


à mercê1 do poder e da riqueza. O sucesso ou insucesso do casamento de uma filha podia,
ou não, desgraçar o negócio do casamento das restantes irmãs. A família mancharia a sua
honra e prestígio. Um casamento mal resolvido era o suficiente para prejudicar
5 economicamente uma família inteira. Um matrimónio 2 deste tipo, por exemplo, seria o de uma
rapariga que casasse às escondidas com um homem de classe inferior, que não possuísse
bens próprios, nem trouxesse quaisquer vantagens materiais à família da noiva. Daí a
importância de um casamento «bem visto», isto é, uma união que acumulasse privilégios 3 nas
famílias de ambos os cônjuges4.
10 A par da importância que revestia o interesse monetário 5, a honra e o prestígio social
eram tão ou mais relevantes. Uma vez arruinado o bom nome da família, isso refletir-se-ia em
todos os aspetos.
Durante a alta Idade Média, a ascensão social6 não era muito comum, mas com o
aumento do urbanismo e o crescente desenvolvimento das atividades operárias e mercantis,
15 uma outra classe começa a ganhar importância. É a burguesia. Assim, estava aberto o
caminho para a união destas duas classes, pelo interesse de uma e a necessidade da outra.
Por um lado, à burguesia interessava a posse de um título, pelo prestígio que lhe era próprio.
Passava a ser aceite na restrita elite7 que era a nobreza, com o sentimento de que
pertenceria a um grupo, e via favorecida a sua dignidade e consciência de linhagem 8. Esta,
20 por outro lado, tirava proveito do grande poder económico dos burgueses, tanto para
manterem as suas propriedades no campo como o seu nível de vida. O casamento era o meio
de efetuar o presente negócio.
Enfim, a união dos noivos era uma forma legítima de ascensão social, normalmente a
mais fácil para concretizar esse objetivo.

https://www.triplov.com/letras/Joao_Sousa/casamento/index.htm
(Consultado em 22/02/2023. Texto adaptado e com supressões).

NOTAS
1 à mercê – sujeito à vontade. 2 matrimónio – casamento. 3 privilégios – direitos ou vantagens.
4 cônjuges – esposos. 5 monetário – económico. 6 ascensão social – mudança de classe social.
7 elite – grupo de privilegiados. 8 linhagem – série de gerações de uma família.

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1. Seleciona, de 1.1. a 1.5, a opção que completa corretamente cada frase, de acordo com
o sentido do texto.
Rodeia a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Para as classes privilegiadas, o poder e a riqueza dependem


A. dos sentimentos dos filhos e das filhas.
B. das opções de casamento das filhas e, principalmente, dos filhos.
C. das opções de casamento dos filhos e, principalmente, das filhas.
D. do tipo de crenças religiosas das famílias.

1.2. Através do casamento, alcançava-se


A. riqueza, fama e honra.
B. riqueza, fama e glória.
C. fama, prestígio social e poder económico.
D. honra, prestígio social e poder económico.

1.3. Durante a Idade Média, havia casamentos entre membros da nobreza e membros da
burguesia, porque
A. os noivos se apaixonavam.
B. os noivos tinham vontade de o fazer.
C. as famílias eram amigas.
D. as famílias tinham interesses nisso.

1.4. A união entre membros da burguesia e membros da nobreza


A. trazia vantagens para ambas as partes.
B. não trazia vantagens para nenhuma das partes.
C. trazia vantagens apenas para a nobreza.
D. trazia vantagens apenas para a burguesia.

1.5. No último parágrafo, a palavra «Enfim» (linha 23) é utilizada para


A. mostrar uma causa.
B. exprimir uma conclusão.
C. introduzir uma enumeração.
D. expressar uma oposição.

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Grupo II
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Lê o texto.

Primeiro ato

Marechal da Corte: Sua Alteza o príncipe Partuk de Bonaco!

O príncipe entra. É redondinho e corado. Inclina-se diante do rei e da princesa.

Príncipe, pateticamente: Muito boa tarde, Majestade. Muito boa tarde, princesa Beatriz, cuja
5 beleza deslumbra os meus olhos. Posso oferecer-lhe esta prendinha
modestíssima e com certeza sem valor para quem Deus prendou com tantos
atributos extraordinários?

A princesa atira o embrulho com indiferença ostensiva para Mademoiselle, que o


abre, cheia de curiosidade. Tira um colar de pérolas, põe-no no pescoço e
10 depois mira-se no espelho de cabo.

Princesa (examina, entretanto, o príncipe Partuk dos pés à cabeça e, por fim, desata numa
gargalhada): Ai que ele é tão rechonchudo! E tão coradinho, parece um pudim de
morangos! Seja bem-vindo, príncipe Pudim de Morangos!

Mademoiselle: Delicioso, princesa, delicioso.


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Príncipe (recua aterrorizado e diz, furioso, mas no seu tom patético): Princesa, saiba que
sou o famoso príncipe Partuk. Nunca ninguém me ofendeu, nunca fui insultado
por ninguém. A princesa é a primeira pessoa que ousa zombar de mim, do
príncipe de Bonaco...

O rei e o Marechal da Corte põem, desesperados, as mãos à cabeça.

20 Princesa, às gargalhadas: O príncipe Pudim de Morangos nunca foi insultado por ninguém.
Ouviu, Mademoiselle, ouviu?

Rei: Cala-te! Estás a levar as tuas brincadeiras longe de mais. Perdoe-me, príncipe
Partuk de Bonaco, mas pode crer que o estimo muito. Lamento que a minha filha
tenha sido tão inconveniente.

Príncipe: Nunca mais hei de pôr os pés neste castelo, disso pode estar certo, Majestade!
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Sai apressadamente. O Marechal da Corte segue-o, aflito.

Princesa (de tão travessa, bate palmas): Bravo! Assim é que eu gosto dos meus
pretendentes.

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Surge o Marechal da Corte no limiar.

Marechal da Corte: Sua Alteza o príncipe Austero da Mailândia!


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Entra o príncipe. É boa figura, mas tem um queixo muito comprido. Inclina-se
diante do rei e da princesa.

Príncipe: Salve, Majestade, e vós, jovem princesa Beatriz.

Princesa (examina-o detalhadamente. Acaba por reparar-lhe no queixo): Ora vejam! Tem
35 um queixo tão comprido que parece um nabo. (Desata numa grande gargalhada).
Mademoiselle, sabe quem ele é? O príncipe Nabo da Nabolândia!

Príncipe (encara a princesa de frente): Ah, é verdade, quase me ia esquecendo: trouxe-vos


uma prenda, bela princesa Beatriz. Uma prenda insignificante para uma princesa
com uma fantasia tão rica. E agora desejo muita felicidade a toda a gente neste
40 castelo.
Vira-se para sair.

Rei: Espere um momento, ilustre príncipe Austero! Quero que também oiça o que tenho
a dizer. Mas, antes de mais nada, aceite as minhas desculpas. Lamento que a
minha filha tenha sido tão inconveniente. Entretanto, a princesa atirou o
45 embrulhinho à Mademoiselle, que o abre cheia de curiosidade. Perplexa, tira uma
palmatória. E agora para ti, minha filha Beatriz: já que nenhum dos príncipes que
cá vieram te agradou, já que todos têm defeitos aos teus olhos antes de os teres
conhecido mais de perto, já que estou farto das tuas zombarias e da tua vaidade
e, finalmente, já que preciso de descansar e ir à pesca, resolvi oferecer-te ao
50 primeiro homem que, a partir deste momento, entrar no castelo, seja ele quem for,
príncipe, músico ou pobre de pedir.
O príncipe inclina-se e abandona a sala. Mademoiselle e as duas damas de honor
mostram-se indignadas: - Vossa Majestade não pode...

Rei: Posso sim, minhas senhoras. Vão ver se não posso.

Princesa: Não se aflijam, o meu pai não fala a sério. Seria lá capaz de me fazer casar com
55 um músico ou com um pedinte!
O rei levanta-se e prepara-se para sair. Nisto entra Lucas.

Ilse Losa, O Príncipe Nabo, Edições Afrontamento, 2014.

1. Assinala com X a opção que indica o tema mais adequado ao excerto apresentado.
A O anúncio do casamento.
B Os pretendentes da princesa.
C O palácio enfeitado.
D A felicidade do rei.

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2. A princesa encontra defeitos em cada um dos príncipes que se apresentam.

2.1. Considerando o excerto lido, identifica o primeiro príncipe que se apresenta.

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2.2. Indica o defeito desse príncipe e a alcunha que Beatriz lhe atribui.

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3. «Princesa: […] (Desata numa grande gargalhada). Mademoiselle, sabe quem ele é?
O príncipe Nabo da Nabolândia!» (linhas 36 e 37)
3.1. Caracteriza a reação do príncipe Austero, quando a princesa se dirige a ele,
tratando-o por «príncipe Nabo da Nabolândia».
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3.2. Mostra que o comportamento do príncipe Partuk se distingue da atitude deste


último príncipe, transcrevendo elementos textuais.
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4. O rei disse à filha «[…] todos têm defeitos aos teus olhos antes de os teres conhecido
mais de perto […»]. (linhas 48 e 49)
4.1. Explica o sentido desta afirmação do rei.
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5. O rei resolveu mostrar a sua autoridade como pai.


Assinala com X a opção que completa a frase.
Depois de Beatriz ter rejeitado todos os seus pretendentes, o rei decidiu
A ir à caça e não se preocupar mais com a sua filha.
B convidar um príncipe e um músico para virem ao seu castelo.
C dar a filha em casamento ao primeiro pretendente que aparecesse.

6. Identifica o recurso expressivo presente na frase seguinte:


«Ora vejam! Tem um queixo tão comprido que parece um nabo.» (linhas 35 e 36).
Assinala com X a opção correta.
A Adjetivação.
B Comparação.
C Enumeração.
Grupo III
GRAMÁTICA

1. Assinala com X as classes das palavras sublinhadas, respetivamente, nas frases


seguintes.

1.1. «E agora para ti, minha filha Beatriz.»


A. Preposição e pronome.
B. Quantificador e determinante.
C. Preposição e determinante.
D. Verbo e pronome.

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1.2. «Uma prenda insignificante para uma princesa.»


A. Nome e adjetivo.
B. Adjetivo e nome.
C. Verbo e adjetivo.
D. Verbo e nome.

2. Assinala com X a frase que inclui uma forma verbal no pretérito perfeito do indicativo.
A. O rei chama os príncipes para oferecer a mão da sua filha.
B. O rei chamava os príncipes para oferecer a mão da sua filha.
C. O rei chamou os príncipes para oferecer a mão da sua filha.
D. O rei chamará os príncipes para oferecer a mão da sua filha.

3. Lê a frase.

Quando o cozinheiro chegou, as restantes personagens já tinham entrado em cena.

Transcreve:
3.1. um verbo principal.
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3.2. um verbo auxiliar dos tempos compostos.
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4. Transcreve, da frase seguinte, a expressão que desempenha a função sintática de


complemento indireto.

Aurora transmitiu a mensagem à Carolina e ao Lucas.


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5. Reescreve as frases seguintes, substituindo cada expressão sublinhada pelo pronome


pessoal adequado.

5.1. A princesa observa as qualidades dos príncipes.

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5.2. Aurora dá a sua opinião a Carolina.

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Grupo IV

ESCRITA

Imagina que também te encontravas a procurar um/uma príncipe/princesa para


casar. Escreve um texto narrativo, no qual descrevas o/a teu/tua príncipe/princesa
ideal.

Respeita as seguintes indicações:


 atribui um título ao teu texto;
 descreve o/a príncipe/princesa, referindo características físicas e
características psicológicas;
 estrutura de forma adequada o texto (com introdução, desenvolvimento e
conclusão);
 escreve um mínimo de 120 e um máximo de 160 palavras;
 apresenta um texto com uma caligrafia legível.

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