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QUESTÕES...........................................................................................................................................79
GABARITO COMENTADO .....................................................................................................................80
X – EXPANSÕES MARÍTIMAS ................................................................................................................80
QUESTÕES...........................................................................................................................................83
GABARITO COMENTADO .....................................................................................................................84
XI – REVOLUÇÃO GLORIOSA ................................................................................................................84
QUESTÕES...........................................................................................................................................86
GABARITO COMENTADO .....................................................................................................................87
XII – INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS ......................................................................................87
QUESTÕES...........................................................................................................................................91
GABARITO COMENTADO .....................................................................................................................92
XIII – REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS .........................................................................................................92
QUESTÕES...........................................................................................................................................96
GABARITO COMENTADO .....................................................................................................................97
XIV – ILUMINISMO ..............................................................................................................................97
QUESTÕES.........................................................................................................................................100
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................101
XV – REVOLUÇÃO FRANCESA .............................................................................................................101
QUESTÕES.........................................................................................................................................108
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................109
XVI – PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ...................................................................................................110
QUESTÕES.........................................................................................................................................118
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................119
XVII – REVOLUÇÃO RUSSA .................................................................................................................120
QUESTÕES.........................................................................................................................................123
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................124
XVIII – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL .................................................................................................125
QUESTÕES.........................................................................................................................................136
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................137
XIX – GUERRA FRIA ............................................................................................................................138
QUESTÕES.........................................................................................................................................148
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................149
PARTE 3 – HISTÓRIA DO BRASIL ................................................................................................................150
I – BRASIL PRÉ-COLONIAL E COLONIAL...............................................................................................151
II – OS CICLOS ECONÔMICOS .............................................................................................................152
QUESTÕES.........................................................................................................................................158
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................160
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III – BRASIL IMPÉRIO..........................................................................................................................161
QUESTÕES.........................................................................................................................................170
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................171
IV – BRASIL REPÚBLICA......................................................................................................................172
QUESTÕES.........................................................................................................................................186
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................187
PARTE 4 – ANÁLISE DE OBRAS ...................................................................................................................188
QUESTÕES.........................................................................................................................................192
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................193
PARTE 5 – LEGISLAÇÃO DE HISTÓRIA.........................................................................................................194
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO MÉDIO .......................................................194
CF – CONSTITUIÇÃO FEDERAL............................................................................................................196
Fundeb – Lei nº 14.113......................................................................................................................197
Saeb- Portaria nº 10, de 8 de janeiro de 2021 ....................................................................................198
LDB – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL .............................................................200
DCN – DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS ..................................................................................202
PCN – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ..............................................................................203
BNCC – BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM ................................................................................205
CURRÍCULO EM MOVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA .......................................................................208
ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ...........................................................................209
PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO............................................................................................213
PDE – PLANO DISTRITAL DE EDUCAÇÃO ............................................................................................218
QUESTÕES.........................................................................................................................................224
GABARITO COMENTADO ...................................................................................................................230
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................234
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*A apostila foi criada pensando no novo modo de se enxergar a disciplina atualmente. Nos
últimos anos surgiu um movimento de irromper com paradigmas. Por vezes esse movimento
cai no achismo, se apartando por demais dos métodos científicos. Traremos aqui no decorrer
da apostila certos questionamentos não muito comuns nos meios acadêmicos, sem nos
determos no modelo conteudista, além de fomentar o debate crítico.
*As provas dos concursos estão vindo nesse sentido, perdendo um pouco da
perspectiva crua de conteúdos e trazendo a emersão de um viés mais interpretativo.
O QUE É A DISCIPLINA HISTÓRIA? A História é o estudo dos registros para entender não
só esses mesmos, mas o agora. A principal função da História não é viver no passado, mas
se apropriar no processo histórico para entender o agora. Tornar o passado contemporâneo
é algo essencial.
ETIMOLOGIA? História tem raiz no grego antigo ἱστορία, que significa pesquisa,
conhecimento através investigação.
A HISTÓRIA É SELETA? Em lato sensu qualquer escrita é fonte histórica, mesmo sendo o
seu escritor um não historiador. Este pode ser visto como um escritor de uma perspectiva,
de um recorte historiográfico, com seus interesses e sentimentos próprios. Mas um bom
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historiador se basear por métodos, por rigor, ter a capacidade de suscitar questionamentos,
interrogar suas fontes e dela tentar extrair a mais perfeita verossimilhança.
PRINCÍPIOS DA HISTÓRIA? Podemos falar em muitos outros, mas difícil não nos basearmos
por uma arquitetônica dos seguintes elementos: significância; perspectivas; continuidade e
mudança; causa e efeito; evidências; empatia e contestabilidade.
ETERNO RETORNO? A História não é inerte, pois sempre volta a se repetir sob novas feições.
A natureza humana, apesar de diversa, possui um teor arquétipo, sempre haverá o ditador
e o revolucionário, mas também no revolucionário mal-intencionado. Mas isso não nos põe
na posição de se cansar dos personagens da história. Isso nos põe a prevê-los, a passar esse
conhecimento, mas não se limitar a ele, a fazer do outro uma pessoa capaz de assumir a
função de historiador para si e para os que o cerca.
HISTÓRIAS? Também não é inerte o modo de se ensinar História. Cada vez mais nos
afastamos daquele modelo de “osmose de conteúdos”, dai-me o alimento que eu o engulo.
O processo de digestão da história deve ser relevante, deve permear o ser humano que ali
está, deve surtir o efeito de causar uma indigestão, um mal-estar. Mas também deve ser
capaz de satisfazer, de trazer modelos, de reconfortar o mal-estar pela crítica.
A RELUTÂNCIA DOS ALUNOS? Os docentes, por vezes, olham para a História como
cansativa. Aquele amontoado de datas e de memorização os afasta. É necessário suscitar o
debate, trazer os conteúdos de forma crítica e que faça sentido para a realidade dos alunos.
O ENSINO LINEAR? Ensinar os conteúdos de forma linear pode ser um problema? Não é
um problema ensinar de forma linear, mas o ensino exclusivo de forma linear pode causar
problemas. Sempre seguir o passo a passo dos conteúdos como que uma escada, pode fazer
os alunos não saibam dar passos mais largos, começar de um degrau sem pisar em todos
os outros. O método linear de transmissão dos conteúdos cria um hábito e, esse hábito,
torna o aluno dependente de todo um passado para entender um dado conteúdo. Por isso
se faz necessário trazer partes isoladas da história.
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CONCEPÇÕES FORMAIS DE HISTÓRIA
O modo de se fazer história mudou e muito ao longo dos anos. Vejamos os principais
momentos de sua jornada.
A CRÍTICA HISTÓRICA
• Crítica Objetiva: tem como objetivo simplesmente averiguar o valor do documento,
se ele é original ou apenas uma cópia.
• Crítica Subjetiva: essa crítica vai além, verificando o valor intrínseco. Aqui se quer
saber se o dado documento possui veracidade nele mesmo. Ele pode ser muito bem
um documento original, o verdadeiro (averiguado pela crítica objetiva), e seus
conteúdos serem falsos. Geralmente esse tipo de validação é mais complexa, tendo
como suporte outras ciências, como a Arqueologia, a Paleontologia, a Linguística, a
Geografia, a Paleografia, etc.
QUESTÕES
GABARITO
1. C
2. C
3. C
4. E
5. E
6. C
11
7. E
8. C
9. E
10. E
11. E
12. E
13. C
14. C
15. C
16. E
GABARITO COMENTADO
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eventos históricos sempre podem ser revistos e relacionados com outros, criando uma gama
de interpretações.
8. Exato.
9. Essa questão foi objeto de polêmica por alguns, mas não caia nessa. Ela é bastante
simples. De fato, vemos que atualmente existe uma série de tendências pedagógicas que
procuram se afastar de uma aula meramente expositiva. Mas isso não quer dizer que não
seja possível uma aula expositiva ou momentos expositivos.
10. É possível uma aula que faça em dados momentos julgamentos de valor sobre
personalidades, dependendo de como isso é feito, com que propósito e se há de fato
relevância. O que invalida a questão é o termo “constantes”. Esse tipo de atitude pode fazer
é com que os alunos tenham uma visão negativa acerca do professor e, por consequência,
assimilem menos.
11. A História dos Anais ou Annales não se afastou de outras áreas do saber, inclusive se
aproximou de dimensões do conhecimento humano que por vezes são tidos como
subalternos, a arte e o senso comum são exemplos disso.
12. De fato foi um novo modo de se olhar para a historiografia contemporânea, esta que
possuía justamente novas dimensões: sejam problemas, objetos e metodologias.
13. O mundo muda e as fontes também. Hoje os meios digitais constituem o maior centro
de informações e documentos. É necessário saber lidar com esse novo mundo,
principalmente com o enxame das chamadas fake news (notícias falsas) e com a mentalidade
da pós-verdade.
14. Exatamente.
15. O livro didático é um dos elementos principais da vida escolar. Um livro que expõe visões
e interpretações promove o debate e a investigação.
16. Num mundo cuja lei é o capital globalizado, os livros didáticos não escapam dessa lógica,
eles estão subordinados ao mercado.
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PARTE 2 – HISTÓRIA GLOBAL
I – PRÉ-HISTÓRIA
DEFINIÇÃO
A primeira questão que deve ser posta é definirmos o que é pré-história. Bom,
intuitivamente podemos dizer que é aquilo que vem antes da História. Ou seja, é mais fácil
definirmos o que a História e consequentemente dizermos que o que vem antes dela é a
Pré-História. Mas até que ponto? Pois a história do mundo que conhecemos é de uma
imensidão atordoante. A questão não é fácil de ser respondida. Poderíamos dizer que,
cientificamente, a História do mundo começa com sua formação, explicada por uma série
de teorias, umas mais reconhecidas do que outras. Isso se quisermos lidar de maneira mais
direta e colocarmos nessa incógnita o nosso mundo mesmo. Mas alguém poderia dizer:
bem, o mundo é um produto de outros eventos que o antecedem, e, de certa maneira, tais
eventos, mesmo que indiretamente, fazem parte de nossa história.
Como resolver essa questão? Os historiadores tendem a confluir para um marco. A
História começa de fato quando o ser humano registra sua história, quando surge a escrita.
Alguns poderiam dizer que os homens das cavernas já faziam sua linguagem, se
comunicavam através das paredes das cavernas com suas mãos em negativo, por exemplo.
Mas esse ato é muito mais próximo da arte, ou melhor ainda, dos rituais de caça. A
linguagem mesma, através de uma escrita sistematizada surge bem depois, por volta de
3500 a. C, com os sumérios e sua escrita cuneiforme.
Tudo bem, a escrita é o marco da História. Mas até onde vai a Pré-História? Se o
surgimento da História se dá com a escrita humana, a humanidade também deve ser a
medida da Pré-História. Quando voltamos ao passado vemos que a humanidade possui uma
ancestralidade bem longínqua, nossa história mesmo não começa quando aprendemos a
usar talheres e se portar à mesa, ela antecede isso, e muito. Os hominídeos são o marco
da Pré-História. O que são os hominídeos? É um grupo que forma a família taxonômica dos
grandes primatas, que inclui 4 gêneros: pan, gorilla, pongo e homo (gênero o qual
pertencemos, que engloba várias outras espécies).
De maneira geral, a História que costuma ser estudada se restringe mais a tudo aquilo
que vem a partir da Pré-História. A biologia e a geografia são as disciplinas escolares que
costumam focar mais nos eventos que ocorrerão antes da Pré-História. Pois este momento
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é bastante demarcado por dois aspectos: a evolução da fauna e flora e, as mudanças bruscas
em termos geográficos e climáticos. A História escolar dá ênfase à dimensão humana escrita
e seu período prévio, demarcado pela Pré-História.
*Então temos:
Pré-História: começa com o surgimento dos primeiros hominídeos há cerca de 5
milhões de anos atrás.
História: a partir da escrita sistematizada dos sumérios (cuneiforme), em 3500 a. C.
O foco de estudo da Pré-História no âmbito escolar costuma se conduzir por dois
nortes. O primeiro diz respeito a divisão dos períodos que compõem esse momento de
nossa história. A Pré-História compreende as Idades da Pedra (Período Paleolítico ou Idade
da Pedra Lascada; Período Mesolítico; Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida) e dos
Metais (Idade do Cobre; Idade do Bronze; Idade do Ferro). O segundo norte refere-se ao
estudo do gênero homo (pertencente a família dos hominídeos), que engloba várias
espécies, dentre as quais a nossa. É claro que essas perspectivas não devem ser vistas como
estudos isolados, elas possuem uma estreita ligação entre si, já que determinadas espécies
do gênero homo viveram em determinado período. O intuito dessa divisão é contribuir para
a didática, apesar de que iremos estar sempre situando as conexões.
IDADE DA PEDRA
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persistentes e intensas, ocorridas principalmente na Eurásia, os grupos existentes tiveram de
se acomodar mais em cavernas a fim de superarem as problemáticas do frio. Já aqueles
grupos que não mudaram de mentalidade e persistiram na caça, foram extintos. Em
decorrência provavelmente dessa reclusão forçada, certos grupos hominídeos começaram a
desenvolver trabalhos em cerâmica e tecido. É importante notar que de 8 mil a. C~13 mil a.
C em diante a única espécie de hominídeo que perdurou foi o homo sapiens, a espécie que
proporcionou nossa subespécie homo sapiens sapiens. Tal tese é fortemente embasada por
fosseis achados recentemente na Indonésia do homo erectus.
Essa Idade já não se encaixa propriamente na Pré-História, pois como vimos esta
vai até a sistematização da escrita. Assim, a Idade dos Metais apesar de dialogar com a Idade
da Pedra, por ser de certa maneira a evolução de ferramentas desta, que antes eram feitas
de pedra, se encaixa por datação na Antiguidade. Isto deriva do fato de que o uso de
metais se inicia, em grande parte, na período pós-escrita. A Idade dos Metais é composta
por: Idade do Cobre (4000 a. C~1400 a. C); Idade do Bronze (3100 a. C~300 a. C); Idade do
Ferro (1300 a. C~900 a. C). As datas esbarram numa série de controvérsias. Isso ocorre
principalmente em função da dificuldade das evidências e dos critérios de análises usados
pelos pesquisadores. Fato é que a Idade do Cobre pode ter antecedido a sistematização da
escrita, mas também se estende depois dela, é uma fase híbrida, por assim dizer. O domínio
da forja desses metais foi de grande propulsão tecnológica, implicando uma gama de
inovações que puderam ser postas em prática pelos grupos humanos.
O GÊNERO HOMO
A falácia de que viemos dos macacos é algo comum de ser dito, mas isso não é
verdade. Apesar de sermos pertencentes à ordem dos primatas, nos separamos dos
macacos já há muitos milhões de anos. Estamos dentro da família dos hominídeos, que são
os primatas grandes e sem caudas. Aliás, todos nós temos cóccix, vestígio anatômico do
rabo (ferramenta que deixou de ser útil quando nossos ancestrais desceram das árvores da
África), algumas pessoas o tem de maneira mais destacável. Temos vários órgãos vestigiais
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(cóccix, apêndice, dente de siso e pelos menos mais dez outras partes do nosso corpo), que
junto de evidências como os fósseis, traçam muito bem nossa linhagem.
Há diversas espécies e subespécies pertencentes ao gênero homo, ao qual
pertencemos. Mas aqui iremos nos focar naqueles de maior relevância. Tal destaque deriva
de diversos critérios, dentre os quais: mudanças significativas em relação aos outros
integrantes do gênero, grande dispersão e perduração na história, e uma proximidade entre
nós humanos.
AUSTRALOPITHECUS
Essa espécie é uma das mais remotas de que se tem notícia, viveu entre 4,4 e 1,4
milhões de anos atrás. O nome em latim significa macaco do sul, devido ao primeiro fóssil
ter sido achado na África do Sul. O representante mais famoso da espécie é Lucy, um fóssil
muito bem preservado que foi achado na Etiópia. A sua proximidade com os humanos está
muito atrelada ao bipedalismo (não é a primeira espécie a ter a postura ereta, o Orrorin
tugenensis, uma espécie pré-australopiteca achada em 2001, já possuía esse traço há cerca
de 6 milhões de anos atrás), apesar de em termos de estrutura e aparência corporal estar
muito mais próximo aos grandes primatas. A significância da postura ereta foi altíssima para
a nossa espécie, temos, por exemplo: uma maior estatura que intimidava outros animais; um
olhar mais amplo para a natureza ao redor; além de um menor aquecimento corporal frente
aos raios solares, já que há uma diminuição na superfície de contato; o livramento das mãos
para carregar objetos, que antes eram usadas para suporte (aliás há indícios de que essa
essa espécie usava certos objetos como ossos e pedras para lutas corporais); favorece os
grupos a percorrerem grandes distâncias. Sua dieta era bem ampla, se alimentava de frutas,
pequenos animais, sementes, insetos e raízes.
HOMO HABILIS
Essa espécie de hominídeo perdurou aproximadamente entre 2,4 e 1,5 milhões de
anos atrás, habitando regiões da África subsariana, no sul do Saara. Veja que espécie já
estava situada mais ao norte da África (é importante observarmos isso, pois essa “subida”
pela África dentre as espécies acarretará em migrações posteriores para a Eurásia, como
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veremos maia adiante). O seu nome deriva do fato de sua habilidade com as pedras, de
maneira rudimentar esse hominídeo já lascava a pedra a fim de ter mais facilidade na
execução de certas tarefas, principalmente de caça. Essa espécie tinha uma dieta rica, muito
parecida com a do australopithecus,, mas se alimentando também de animais de maior
porte, já que tinha uma maior habilidade com ferramentas. Uma das teses que nos liga a
esses ancestrais tão distantes são a presença de órgãos vestigiais em nós. Era muito comum
entre as várias espécies de hominídeos ter uma alimentação abundante em vegetais, como
raízes, o que explica certas estruturas com pouquíssima ou nenhuma função que possuímos
hoje, tal como o siso (o que favorecia a alimentação de carne crua e de raízes duras) e o
apêndice (que ajudava na digestão de vegetais ricos em celulose).
HOMO ERECTUS
Essa espécie pode ter vivido entre 1,9 milhões a. C e 100 mil a. C (fontes recentes da
Indonésia sugerem uma reformulação nas datas). Seu nome deriva de sua mais
propriamente ereta ao andar, apesar de outras espécies mais rústicas terem também esse
comportamento bípede. O homo erectus migrou da África para a Eurásia há cerca de 1,9
milhões de anos a. C, através do corredor Levantino (uma faixa relativamente estreita entre
o noroeste do Mar Mediterrâneo e o sudeste dos desertos a sudeste que liga a África à
Eurásia. Desse modo pode ter chegado a lugares como China, Índia, Cáucaso, Java e Eurásia.
Alguns estudiosos afirmam que essa espécie possa ser nosso descendente direto, mas isso
ainda gera muita discussão entre o corpo científico. É muito provável que tenha sido a
primeira espécie do gênero a dominar o fogo. Alguns de seus fósseis foram achados
próximos a fontes de água, acampamentos e espécies de camas rústicas, o que sugere um
grande noção desse hominídeo. Apesar de haver estudiosos que dizem que a “preguiça”
dessa espécie foi o fator decisivo para sua extinção. Pois apesar de dominar o fogo, não
tinha a determinação de procurar fora das proximidades de seu habitat, por exemplo, pedras
de qualidade, como fazia o homo sapiens e os neandertais. Sua alimentação era mais
carnívora, a caça tinha uma proeminência nesses grupos, mas havia, claro, a
suplementação/complementação (o que dependia muito das condições de caça) de
vegetais. O homo erectus, vale lembrar, não descobriu o fogo já de início e, por isso mesmo,
também deve ter tido inicialmente uma dieta mais rudimentar em razão das condições a
que estava submetido.
HOMO NEANDERTHALENSIS
É uma subespécie do humano arcaico que perdurou entre 400 mil a. C e 28 mil a. C.
Estava espalhado por diversas regiões, que atualmente são: Bélgica, Mediterrâneo, Ásia
Central e atlântico europeu. Sua extinção deve ter ocorrido devido uma série de fatores,
como: batalhas, doenças e mudanças climáticas (vale lembrar que os neandertais tiveram de
aguentar o frio extremo da famosa Era do Gelo). Viviam mais em cavernas, fator confirmado
pela grande quantidade de fósseis achados nesses locais. Eles tinham uma grande base para
a sobrevivência tais como: confecção de roupas rudimentares, o controle do fogo,
construção de armas, etc. Há várias provas que indicam até mesmo uma grande noção
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simbólica. Certas provas nos inclinam a acreditar que os neandertais tinham em certo ponto
uma cultura canibal, onde se comia o cérebro das vítimas. Uma interpretação atual que se
dá para esse ato de canibalismo é o da existência de uma noção de alma nessas
comunidades, que, ao se apoderarem do inimigo, haveria uma transferência da força para si
de forma mágica. Dentre esses povos é muito provável que houvesse uma fala
provavelmente articulada e até mesmo a produção de música, teoria apoiada pelo
descobrimento de uma flauta, apelidada mais tarde de flauta neandertal. O corpo era similar
ao nosso, sendo mais robusto e de menor estatura. Vale dizer que os estudos genéticos
demonstram que, como se esperava, não há qualquer pureza nos homens atuais. Ao
contrário disso, pelo menos 4% de nosso DNA é de origem neandertal, nossos primos. Isso
pode parecer irrelevante, mas quando nos lembramos do fato de que apenas 1% de nosso
DNA nos separa dos grandes primatas, as coisas mudam de feição. E não é à toa que alguns
pesquisadores costumam encaixar o homem neandertal na nossa espécie homo sapiens,
usando a expressão homo sapiens neanderthalensis para designá-los.
HOMO SAPIENS
Surge há cerca de 300 mil anos a. C, tendo convivido com diversas outras espécies do
gênero homo. Por volta do mesmo período Foi a única a ter sobrevivido, e isso se deve
principalmente ao fato de inteligência diferenciada em relação as intempéries da natureza.
O termo deriva do latim e significa o homem sábio/astuto. As evidências de cultura e do
entendimento simbólico remetem a 40 mil a. C. A dentição era consideravelmente menor do
que a de outras espécies, devido a alimentação menos fibrosa e ao domínio do fogo. O
tamanho do cérebro era entre duas e três vezes maior do que quando comparado com
outras espécies. Diversos pesquisadores defendem a ideia de que em comunidades como
essas havia o cruzamento entre as espécies, o que implica que os genes do homo sapiens
não são integralmente deles. Isso vai além dos neandertais, alguns asiáticos tem, por
exemplo, entre 3% e 5% de DNA dos hominídeos de Denisova.
QUESTÕES
GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
5. C
6. C
7. C
8. E
9. C
10. E
GABARITO COMENTADO
20
1. Errado. Testes de genoma mostram que diversos povos possuem em seu DNA uma parcela
de código genético de outras espécies do gênero homo.
2. É mais provável que os neandertais tenham sido extintos por uma série de fatores, dos
quais valem destaque: batalhas, doenças e mudanças climáticas.
3. É muito provável que sim, mas isso ainda é fonte de debate nos círculos acadêmicos de
pesquisa.
4. Na realidade, apesar de possuirmos um parentesco com eles, inclusive já tendo um
ancestral comum, nos separamos deles a muito tempo.
5. Exatamente. Seu surgimento data de 3500 a.C.
6. Lascando as pedras umas nas outras é que essa espécie criava instrumentos bastante
favoráveis à caça e às atividades cotidianas.
7. Exatamente. Popularmente conhecido como a Era do Gelo.
8. Foi uma espécie bípede, encontrada principalmente na Etiópia.
9. A ancestralidade se identifica com o surgimento dos primeiros hominídeos.
10. Não, a História começa a partir da primeira escrita sistematizada da qual temos notícia,
a escrita cuneiforme dos sumérios.
II – MESOPOTÂMIA
HISTÓRIA
O termo Mesopotâmia foi cunhado pelos gregos ao olharem para a região, que fica
entre dois grandes rios, o Tigres e o Eufrates. Assim, notando essa característica geográfica,
os gregos a chamaram de Mesopotâmia, que significa região entre rios/no meio de rios.
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Essa área demasiadamente ampla se estende ao que corresponde hoje ao Iraque, Kuwait,
Síria e Turquia.
A Mesopotâmia, apesar da imensidão que hoje costumamos atribuir a ela, nem
sempre foi assim. Ela teve seu germe com uma série de pequenas comunidades espalhadas
ao longo do território. As pessoas da região viviam em pequenas casas circulares. Essa
história remete ao Paleolítico, ratificada por evidências que apontam para aproximadamente
14 mil anos a.C. Cerca de 5 mil anos após esses primeiros assentamentos, começa um
agrupamento em comunidades maiores e mais desenvolvidas, que faziam o uso da
domesticação animal e da agricultura, ambas ainda em fase bastante inicial. Este período,
como já vimos, designamos de Neolítico ou Revolução Neolítica (a agricultura e o
consequente afastamento da vida nômade marcam o início desse período).
Fato é que essa região não era formada unicamente de um povo, que compartilhava
uma precisão generosa de cultura e língua. Na verdade haviam diversos povos que
habitavam essa região, compartilhando certas estruturas sociais, mas que podem ser
divididos entre si. Lá se situavam sumérios, assírios, amoritas, caldeus e acádios. É muito
comum associarmos a Mesopotâmia como a região em que residiam os babilônios. Isto é
verdade, mas apenas em parte, pois só dois povos representavam os babilônios, a dizer:
amoritas e caldeus. Outro termo que geralmente aparece associado a essa região é Suméria
ou povos sumérios. Esta é uma expressão antiga para designar aqueles que habitavam o
sul da Mesopotâmia, lugar onde surgiu a primeira civilização.
A força histórica da Mesopotâmia, que se fez ver em várias de suas façanhas e
contribuições, a põe num patamar de grande relevância. Não é à toa que ela é considerada
um dos berços da civilização, vários do elementos que moldaram a cultura ocidental
tiveram seu germe ali. Foi lá na Baixa Mesopotâmia, região do centro e do sul, que se
constituiu as primeiras civilizações por volta de 6 mil anos a. C. Cidades-estado como Ur,
Uruk, Nippur e Larsa surgiram ali nessa região, principalmente devido ao grande abrigo
natural que ali se dispunha.
A região central e sul da Mesopotâmia era de grande fecundidade para o
assentamento da vida humana, ali a terra e a água eram perfeitas. O solo era de uma
fertilidade ímpar e a água era muito abundante, dois rios cercavam aquela região como já
vimos, eram eles Eufrates e Tigres. Água e terra favorece e muito a agricultura, e esse fato
fez das comunidades que se estabeleciam ali grandes agricultores. A sociedade girava em
torno das plantações e das águas que ali se dispunham.
Mas nem tudo eram flores. Apesar de a água ser um recurso generoso, apesar das
secas, havia um problema central naquela região: as cheias e inundações. Isso favoreceu a
mentalidade defensiva daqueles povos frentes as intempéries da natureza. E o cenário era
ainda pior, pois diferentemente do rio Nilo, grande centro da vida egípcia, os rios Tigres e
Eufrates não possuíam ciclos muito bem definidos de cheias. A imprevisibilidade das águas
pedia bastante capacidade criativa dos povos que dele dependiam. Dessa maneira, já com
o surgimento das primeiras cidades-estado, que datam de 3500 a C~3200a.C, já havia certas
soluções em relação as águas. Contudo certos estudiosos afirmam que estruturas mais
complexas do controle de águas só foram implementadas no período helenístico. Fato é que
esses povos implementaram a construção de barragens, de canais de irrigação e de
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pequenos reservatórios, que conseguiam acabar com muitos dos problemas ou, diante de
algo fora da curva, diminuir os efeitos que as águas podiam suscitar.
As comunidades que viviam na região mesopotâmica não possuíam uma unidade
política. Na realidade, entre eles sempre se vigorou com mais força a existência de pequenos
Estados, que tinham cidades como seu expoente político, formando aquilo que chamamos
de cidades-Estados. O que se notava era uma autonomia bastante generosa entre essas
cidades-Estado, apesar de ocasionalmente, devido a alianças ou guerras, emergirem Estados
maiores. Contudo essas alianças eram temporárias e com o tempo se dissolviam. Vale
lembrar que os chefes desses Estados concentravam o poder político-religioso, cuja
origem era divina.
Dessa maneira, pelo fato da Mesopotâmia ter sido uma região cuja fertilidade do solo,
a abundância de água, o esplendor da cidade e do comércio serem tão atrativas, diversas
invasões faziam parte de seu cenário histórico. Ao longo do tempo foi-se perdendo espaço
para outros povos, que invadiam e atacavam seu território. Tanto é que quando Alexandre o
Grande conquistou o Império Persa em 331 a.C, várias das grandes cidades da Mesopotâmia
nem sequer existiam mais. E, após alguns, o Império Romano se apossou da região em 116
d.C, que depois foi integrada em 651 d.C pelos árabes muçulmanos.
*Não vale a pena nos delongarmos na história da Mesopotâmia no que se refere aos
diversos impérios que se estabelecerem no poder, pois apesar de interessante, esse
conteúdo é por demais específico para provas de concurso.
CONTRIBUIÇÕES/INVENÇÕES
*A semana dos caldeus era dividida em sete dias, o que foi posteriormente adotado
pelo Império Romano.
*6000−5000 a.C:
Invenção do arado.
*5000 a.C:
As primeiras aldeias se formam.
*3000 a.C:
Criação das primeiras cidades.
Surge a escrita e o sistema de numeração. A escrita sumeriana tem uma alta relevância, tanto
que fizemos um tópico exclusivamente para tratar desse assunto.
23
ESCRITA CUNEIFORME
*A escrita cuneiforme, advinda dos sumérios, foi usada por diversos povos mais tarde,
como os hebreus, persas e sírios; além de influenciar outras culturas.
ECONOMIA E SOCIEDADE
RELIGIÃO
A religião exercia forte influência na vida cotidiana, muito do controle social era
exercido através dela. A necessidade de se controlar as irregularidades dos rios era latente,
e, muito incisivamente, a religião era usada como motor nessas comunidades para se
impulsionar a construção de projetos. Seja através de punições, “emanadas do divino”, seja
através de restrições. Tanto é que eram justamente os sacerdotes aqueles que dirigiam os
trabalhos de construção, irrigação, plantação e vários outros (entre os sumerianos existia
escravidão, mas em quantidades pequenas; no geral, os esforços de construção se deve mais
a população local).
Mas apesar dessa comunhão de esforços em nome das vozes divinas, os templos
eram restritos aos sacerdotes. Os deuses emprestavam aos camponeses os animais,
ferramentas, terras, etc. E estes ao trabalharem pagavam o empréstimo e, como bônus,
acrescentavam oferendas, que eram recolhidas pelos sacerdotes. Com a alta necessidade de
se administrar as doações aos deuses e os bens dos templos, foi surgindo o sistema de
contagem e a escrita cuneiforme. A funcionalidade social em suas diversas nuances, sua
sobrevivência e avanços parecem dever muito a esse empurrão religioso. A religião parece
ter sido crucial para essa civilização funcionar, e a sua familiaridade com o místico, clamou
justamente pelo uso dessa dimensão na vida prática.
25
Zigurate de Ur, local que servia de atos religiosos.
Mas como quais eram as características do divino? Havia um panteão enorme de deuses,
representados de maneira antropomórfica. Esse politeísmo era dividido muito nitidamente
entre o bem e o mal, as índoles divinas eram bastante demarcadas. Forças da natureza, astros
e o sobrenatural (demônios) também faziam parte da mitologia dos povos mesopotâmicos.
Como em várias mitologias, como a grega, os deuses mais poderosos eram associados a
figuras masculinas. As divindades eram representadas em terra pelo patesi, aquele que
detinha o poder político-religioso. Cada cidade-Estado possuía o seu próprio deus-patrono,
mas isso não impedia que vários deuses tivessem uma aceitabilidade quase que unânime
dentre a população. A vida após a morte existia, em diversas formas, e, muitas delas eram
retratadas de maneira bastante confusa.
Enlil era o deus da terra, agricultura, tempestade e controlador do destino. A
importância de se controlar as irregularidades dos rios Tigres e Eufrates era
demasiadamente grande para a Mesopotâmia. Veja que existia até um deus que como
atributos possuía exatamente tudo aquilo que estava no centro da vida desse povo: era
necessário o cuidado com a terra e o controle da tempestuosidade das chuvas para que a
agricultura seja frutífera, o destino deles estava em jogo.
Outro ponto rico de ser analisado é a influência que a mitologia mesopotâmica pode
ter incidido sobre a cristã. Ea era o criador e protetor da humanidade, esse deus aparece na
Epopéia de Gilgamesh (obra de literatura “integral” mais antiga da humanidade). Ea fez os
humanos a partir do barro, mas o deus Enil decidiu destruir a humanidade criando um
dilúvio. Ea alerta os humanos de que eles deveriam criar uma arca para sobreviver a sua
própria extinção, salvaguardando nela plantas e um casal de cada espécie animal. Se essa
história parece familiar, deveria de fato, pois ela aparece na Bíblia. As influências não param
por aí, há várias outras identificações com as as histórias do Éden, o jardim sagrado, a Torre
de Babel, o aparecimento de uma cobra, etc. Fato é que a mitologia da mesopotâmica parece
ter contribuído muito para mitologias póstumas como a cristã e a islâmica. O que contribuiu
bastante para sua conservação foi o encontro de centenas de milhares de tábuas de argila
com várias cópias da história, estando espalhadas pelos mais diversos cantos da
Mesopotâmia e com datas que passam dos 2600 anos a.C (como a tradição oral antecede
muitas das vezes os escritos mitológicos e os contos antigos, é muito provável que a Epopéia
de Gilgamesh anteceda bastante esse período) . O fato dessas histórias terem sido escritas
em tábuas de argila foi de extrema importância, uma vez que esse material tem uma ótima
resistência ao tempo e às intempéries da natureza.
26
Tábuas Tábuas de argila com escrita
cuneiforme, relatando a Epopéia de
Gilgamesh.
LEIS
A lei de talião , que do latim lex talio significa a lei do idêntico, aparece com o
primeiro imperador babilônico Hamurabi, daí seu outro nome Código de Hamurabi. Apesar
de não ser o primeiro registro escrito de um conjunto de leis (pois em 1952 foi descoberto
o Código de Ur-Nammu, que é cerca de 400 anos mais antigo), segue sendo um dos mais
famosos. E não é à toa, sua, digamos, praticidade chama a tenção: “olho por olho, dente por
dente”, a punição deve ser equivalente ao crime. Esse conjunto de 282 leis legisla sobre várias
dimensões da vida humana: herança, crimes, punições, família, adultério, comércio,
propriedade, divisão da sociedade em classes, economia, etc. É curioso também notar que
esse ordenamento jurídico invoca deuses da justiça no seu decorrer, que são os mesmos da
adivinhação. Isto revela mais uma vez a importância da religião para esse povo.
QUESTÕES
2. Podemos falar num só povo mesopotâmico, os sumérios, que eram aqueles que
habitavam a região da Mesopotâmia.
Certo ( ) Errado ( )
27
5. Diferentemente da instabilidade do rio Nilo, os rios Tigres e Eufrates eram
extremamente previsíveis, com ciclos bem definidos.
Certo ( ) Errado ( )
7. Apesar de ter existido vários povos na Mesopotâmia, eles sempre viveram de forma
unificada, sob um só comando.
Certo ( ) Errado ( )
8. A famosa escrita cuneiforme dos sumérios foi importada por diversos povos que
viviam na região.
Certo ( ) Errado ( )
10.A Lei de Talião era a ideia de que aos deuses se incumbia o castigo divino, que viria
de forma mais amena que o crime cometido, já que as divindades sumérias eram
extremamente benevolentes.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
5. E
6. C
7. E
8. C
9. C
10. E
28
GABARITO COMENTADO
1. A Mesopotâmia se situa entre os rios Tigres e Eufrates. Esse termo foi criado pelos gregos
e significa “entre rios”.
2. A Mesopotâmia abrigava uma série de povos, podemos destacar vários: amoritas, caldeus,
sumérios, hebreus, acádios e hititas.
3. Os registros encontrados da escrita cuneiforme eram em sua maioria sobre o
gerenciamento dos itens palacianos.
4. Os sumérios tinham uma religião politeísta, antropomórfica e rica em entidades.
5. Errado. A afirmação está ao contrário. O rio Nilo que era constante, já os rios da
Mesopotâmia eram muito imprevisíveis.
6. Exatamente. Isso fazia parte da cultura desse povo e constituiu, além da sustentação de
alguns no poder, uma maneira mais respeitosa/temerosa de se lidar com a terra, já que os
abusos da mesma resultavam em castigos divinos.
7. De fato existiam diversos povos na Mesopotâmia, mas as alianças eram temporárias,
muito em função de guerras e crescimentos econômicos.
8. Vários povos se apropriaram do modo de escrita suméria, mas fazendo dela uma maneira
única, obviamente. Podemos destacar os sírios, persas e hebreus nessa empreitada.
9. Exatamente. Com os estudos ainda em andamento, já foram encontradas uma gama de
similaridades, o que implica um grande campo de discussão no meio acadêmico.
10. A Lei de Talião tinha como máxima aplicar uma punição tão severa quanto seu crime e
não mais amena. Além do mais, as entidades sumérias tinham diversas índoles e
temperamentos.
III – EGITO ANTIGO
O Antigo Egito foi uma das civilizações mais longínquas da humanidade, perdurando
por mais de 3 mil anos, entre aproximadamente 3100 anos a.C e 332 a.C (isso se contarmos
29
só o período pós-unificação política dos povos que já estavam ali). Os egípcios sem situava
no Norte da África, se estabelecendo em paralelo ao curso inferior do rio Nilo. Este foi um
dos principais participes nessa longa duração, o Nilo era a mãe dessa terra.
Os antigos egípcios se referiam ao seu local por vários nomes, estudando esses
termos podemos ver a importância que os cursos das águas do Nilo tinham em suas vidas.
A importância do Nilo era tanta que Quemete significava “terra negra” ou “terra fértil”, era
a palavra usada para se denominar os territórios que se situavam às margens do Nilo,
referindo-se as terras negras trazidas pelo Nilo todos os anos. Ao se fazer referência as duas
regiões do Antigo Egito (Alto e Baixo Egito), era usado o termo Taui. Dexerete ou “terra
vermelha”, fazia alusão as regiões desérticas ao redor do Nilo, onde os egípcios costumavam
enterrar os mortos, além de procurar pedras/metais preciosos.
É importante notar que o termo O Antigo Oriente Próximo ou Antigo Oriente é
atual, muito usado pela academia para designar civilizações que antecederam as clássicas.
Tais povos se concentraram na região que hoje chamamos de Oriente Médio, onde
atualmente temos: Turquia, Síria, Iraque, Líbano, Israel, Irã e o Egito. Mesopotâmia e Antigo
Egito são duas das civilizações mais importantes desse período.
A civilização egípcia já tinha certas comunidades ribeirinhas nas proximidades do Nilo
estabelecidas antes da unificação política do Egito, que ocorreu em meados de 3100 a.C,
onde se formou o Alto e o Baixo Egito. A regularidade das cheias do Nilo, diferentemente
do que ocorria com os rios Tigres e Eufrates na Mesopotâmia, favorecia demais a
permanência de povos por ali. Após as cheias do Nilo, quando as águas voltavam ao leito
normal, o solo ficava encoberto com limo, componente de suma importância, que conferia
fertilidade ao solo. O cenário estava pronto para o desenvolvimento de diversos elementos
de altíssima relevância e beleza para nós, como a matemática, pirâmides, canais de irrigação,
múmias e escritas que despertam bastante interesse.
*Vale notar que o rio Nilo corre do Alto Egito para o Baixo
Egito, desaguando no Mar Mediterrâneo.
SOCIEDADE
30
O Antigo Egito tinha uma delimitação muito estrita e demarcada acerca da posição
social dos indivíduos, podendo ser definido como uma sociedade de castas. O que isso
quer dizer? Que a posição social de um indivíduo, seu prestígio e o que ele podia ser nessa
vida, era determinado em seu nascimento, o que contava era a hereditariedade, a sua
linhagem. Numa sociedade desse tipo a mobilidade social era quase nula, ou seja, a
mudança de um patamar da sociedade para outro beirava o improvável.
Egyptian Social Classes and Society" History on the Net © 2000-2021, Salem Media. April 25, 2021
<https://www.historyonthenet.com/the-egyptians-society>.
Assim, a sociedade egípcia e suas castas podem ser muito bem representadas por
essa pirâmide. É claro que apesar de bem definida, essa representação não é lei, de certa
maneira e em certos períodos alguns grupos tiveram mais ou menos proeminência que
outros. Outro ponto é que certos autores aglutinam ou dispersam certas camadas, pois
consideram ou não certos critérios. Vejamos um pouco de cada uma das castas que
constituíam o Antigo Egito:
• No topo temos o Faraó, um verdadeiro deus em terra, a ponte entre os seres
humanos e as divindades egípcias.
• Abaixo do faraó temos uma figura pouco comentada nos livros de História, o Vizir,
sendo mais alto funcionário do Antigo Egito, era uma espécie de supervisor do reino,
geralmente pertencia à família de um faraó (esse cargo só foi criado na época do
Império Médio).
• Na terceira camada se situavam tanto a nobreza quanto os sacerdotes. Veremos mais
tarde que os sacerdotes ganharam, bastante força em alguns períodos e de certa
maneira fizeram frente ao domínio faraônico. Outros funcionários do governo, com
exceção do Vizir, também estavam nessa camada.
• Os escribas e os soldados ocupavam a quarta camada. Os escribas eram aqueles que
dominavam a escrita, mais tarde falaremos sobre eles no tópico Arte.
• Abaixo da quarta camada, mas acima dos artesãos havia os comerciantes.
• Os artesãos se situavam acima dos camponeses por terem o trabalho de perdurar a
arte egípcia e, como veremos mais tarde, esta era de extrema importância, muito
ligada a religião.
31
• Os camponeses produziam alimentos tanto para si quanto para o Estado, vivendo
numa servidão coletiva. Os escravos eram prisioneiros de guerras, que trabalhavam,
sobretudo, nas construções. Apesar de haver escravos no Antigo Egito, eles não eram
a base da economia egípcia, eram os camponeses que constituíam a maior parte da
população.
ECONOMIA
Como já vimos a regularidade e fertilidade das águas do Nilo era uma dádiva para a
sociedade egípcia antiga. E, por isso mesmo, a agricultura foi a base econômica dessa
civilização. O Nilo ainda é a mãe dessa civilização. Só para se ter uma ideia de sua
importância: cerca de 95% dos egípcios ainda vivem a poucos quilômetros de suas margens,
usando-o de transporte, irrigação e pesca.
Mas e quanto as outras bases da economia? A domesticação de animais já tinha sua
relevância também antes mesmo da unificação e se baseava, sobretudo, na criação de
principalmente bovinos, além de ovinos, suínos, caprinos, patos e gansos. É importante notar
que a relação que os egípcios tinham com os animais excedia a dimensão da sobrevivência,
estes tinham um valor central na espiritualidade egípcia, não é à toa que muitos de seus
deuses tinham uma aparência animalesca. Os animais estavam presentes em sua mitologia
geral (criaturas, demônios, etc.), e até mesmo em ornamentos, figurando um alto poder
simbólico.
As facilidades e a grande capacidade dessa civilização fez extrapolassem a
sobrevivência, conquistando espaço e acumulando riquezas. A busca por minérios também
foi um motor da economia, tinha-se tanto ouro que seus excedentes eram vendidos. O
esplendor era tanto que até mesmo a ponta da Pirâmide de Quéops era feita de ouro maciço,
ouro este que mais tarde foi roubado por saqueadores de tumbas.
RELIGIÃO
32
Pode-se dizer que a religião era um dos pilares dessa sociedade, sua importância era
tamanha que até mesmo as construções egípcias, as pirâmides, giravam em torno da esfera
religiosa. As pirâmides eram túmulos, que teriam a função de morada do faraó até que este
pudesse iniciar para sua vida eterna no além-mundo. Contudo as pirâmides não foram
desde de sempre a construção usada para essas práticas funerárias, antes delas tivemos as
mastabas (bancos de lama), pirâmide escalonada (a construção mais famosa desse tipo foi
projetada pelo famoso arquiteto Imotepe) e só depois temos as pirâmides lisas (cujas as
paredes externas eram, muitas das vezes, revestidas de certos materiais, como o cal).
Posteriormente os corpos dos faraós e de suas famílias foram sendo enterrados no Vale dos
Reis, local distante das pirâmides e escondido, para evitar roubos dos elementos valiosos
que acompanhavam as tumbas.
O design das pirâmides, a dificuldade de se construir algo desse porte nesse período,
as suas posições geográficas e até mesmo suas relações com os astros, suscitaram ao longo
dos anos, principalmente nos dias atuais, um espírito por demais curioso e, por vezes,
conspiratório. Fato é que essa crença na vida após a morte e nesse místico riquíssimo
fomentou uma série de técnicas, dentre elas a conservação dos corpos, processo que
chamamos de mumificação. Inicialmente essas práticas eram exclusivas do faraó, mas
depois foram ganhando força em outras camadas da sociedade. Mas as pirâmides, claro, por
sua magnitude, eram tumbas exclusivas dos faraós, quando muito de parte da corte real.
ARTE
As pinturas egípcias podem ser encaixadas em uma regra interessante. Temos dois
tipos de pintura egípcia: aquelas que retratam a vida do cotidiano e as que representam
as práticas funerárias. Ambas são muito simples de se distinguir. A primeira fala da vida
comum, representando cenas da agricultura, do artesanato, dos afazeres gerais do dia a
33
dia. Já a segunda tem como ponto de discussão as questões da imortalidade da alma e os
rituais que com ela estão associados.
A escrita egípcia possui uma beleza ímpar, tanto que foi ao longo dos anos,
principalmente na cultura literária e cinematográfica, extremamente recordada. Entretanto
costumamos associar a escrita egípcia unicamente aos hieroglifos e isto é um erro. Na
realidade, houve uma simplificação da escrita no decorrer do tempo, ela ficou mais
dinâmica e com uma estilização mais cursiva. Isso acompanhou bastante o dinamismo da
economia e dos registros administrativos egípcios, elementos que exigiam celeridade. Dessa
maneira, podemos falar em três tipos de escrita: hieróglifa (religiosa); hierática
(administrativa); demótica (popular).
Outro aspecto que demarca muito bem a arte egípcia diz respeito ao posicionamento dos
corpos nas suas pinturas. As formas são representadas de maneira simples e seguem muito
bem uma lei, a chamada lei da frontalidade. As pinturas egípcias não fogem da seguinte
regra: tronco e olho de frente para o observador, enquanto os pés e a cabeça são retratados
de perfil.
PERÍODOS
Essa civilização teve cerca de 170 faraós, 30 dinastias (uma dinastia é uma série de
reis ou soberanos advindos de uma mesma família, que se sucedem no trono) em quase 3
mil anos, considerando-se apenas o período pós-unificação. Como tratar dessa magnitude?
Os estudiosos costumam dividir a História do Antigo Egito em períodos mais gerais, que
explicitam muito do percurso dessa civilização, e é justamente isso que faremos aqui.
Entretanto isso não implica deixarmos as personalidades mais marcantes de fora, elas serão
bem situadas em momentos oportunos.
PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO (5500~3100 a.C.)
• Época antes do estabelecimento das dinastias faraônicas, mais precisamente entre
o Neolítico tardio e o começo da monarquia teocrática iniciada pelo faraó Menés.
• Estava ocorrendo um processo de desertificação no Egito.
• Momento em que as várias comunidades assentadas à beira do Nilo começaram a
formar pequenas cidades-estado.
ÉPOCA TINITA OU PERÍODO ARCAICO (3100~2686 a.C)
• Começo das dinastias faraônicas, a partir da unificação do Alto e do Baixo Egito
• O rei Menés funda Mênfis, capital do Egito pós-unificação.
• Muito da personalidade egípcia, expressa pela arte, arquitetura e religião, se molda
nesse período.
IMPÉRIO ANTIGO (2686~2181 a.C.)
• Se inicia com a 3ª dinastia de faraós.
• O rei Djoser pede para Imotepe, arquiteto, Vizir (espécie de primeiro-ministro do rei,
já vimos acima) e sumo-sacerdote do deus-sol, para projetar um monumento
funerário para ele. Esta é considerada a primeira pirâmide do Egito, a Pirâmide de
Djoser.
35
• Mais tarde, nesse mesmo período, se crê que Hemiunu tenha arquitetado uma das
setes maravilhas do mundo antigo, a Pirâmide de Quéops (reinado entre 2551 a.C.
a 2528 a.C).
• Na terceira e quarta dinastia, o Egito teve sua era de ouro, com bastante paz e
prosperidade.
• Após a morte de Pepi II (que reinou entre 2287 a.c. e 2187 a.C), faraó da sexta dinastia,
o caos começou a reinar no Egito.
36
• Na 19ª e 20ª dinastias, período conhecido como era de Ramsés, o Antigo Egito se
recuperou das suas fraquezas e fomentou a construção de numerosos templos e
cidades.
• Quase todos os faraós do Império Novo foram enterrados no Vale dos Reis, em
função, primordialmente, dos saques que estavam ocorrendo já há algum tempo nas
pirâmides.
• Tutancâmon, o “faraó menino”, tendo possivelmente reinado dos 10 aos 19 anos
(1336 e 1327 a.C), teve sua tumba encontrada pelos arqueólogos quase que de
maneira intacta. É um dos faraós mais famosos do Antigo Egito.
TERCEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO (1085-664 a.C)
• Período de grande desorganização, fomentando a insurgência de poderes locais.
• E estrangeiros da Líbia e da Núbia também conquistaram territórios e deixaram suas
marcas no Eito Antigo.
• Período que, apesar de mais recente, teve uma documentação muito escassa.
37
QUESTÕES
1. Uma das maiores fontes que temos do Egito Antigo foi a tumba do rei Tutancâmon,
encontrada quase que intacta durante escavações arqueológicas.
Certo ( ) Errado ( )
2. Alexandre O Grande, apesar de derrotas os persas, inimigos egípcios, não foi bem visto
pelos povos egípcios num primeiro momento.
Certo ( ) Errado ( )
3. Os animais tinham pouco valor na sociedade egípcia, tanto que não há indício de
representações animalescas na mitologia egípcia.
Certo ( ) Errado ( )
4. No Período Arcaico que se deu a unificação entre Alto Egito e Baixo Egito.
Certo ( ) Errado ( )
5. Nilo deriva de Quemete, que significa “terra negra” ou “terra fértil”.
Certo ( ) Errado ( )
6. No Império Novo, vários dos faraós tiveram que ser enterrados no Vale dos Reis.
Certo ( ) Errado ( )
7. A sociedade egípcia era dividida por castas, mas ainda sim havia uma enorme mobilidade
social entre as camadas.
Certo ( ) Errado ( )
8. Durante todo o Egito Antigo a predominância foi o politeísmo, mas essa regra teve
exceção com Amenófis IV, que instituiu o culto monoteísta do deus Sol, Aton.
Certo ( ) Errado ( )
9. O faraó era a figura de maior importante na sociedade egípcia, sendo o elo encarnado
entre os seres humanos e os deuses.
Certo ( ) Errado ( )
11. A mumificação, elemento central da cultura egípcia, foi uma técnica de cunho religioso
que sempre esteve reservada ao faraó.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. E
38
4. C
5. C
6. C
7. E
8. C
9. C
10. E
GABARITO COMENTADO
IV – CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS
DEFINIÇÃO
39
O termo mesoamérica se refere a territórios do México e da América Central no
período anterior ao domínio espanhol. Já o termo pré-colombiano se refere a todas as
civilizações antigas que mais tarde foram objeto de domínio espanhol. A expressão povos
“pré-colombianos” vem sendo cada vez mais deixada de lado. Tal prática deriva do fato que
é a estranheza de querer falar desses povos usando um termo que se refere ao seu posterior
dominador, e que na sua visão foi bastante prejudicial para seu povo. Para se falar do Brasil
pré-colonial é usada frequentemente a palavra “pré-cabralina”.
De fato, é estranho querer falar de certo povo a partir de uma expressão que remete
àqueles que os exterminaram e exploraram. Contudo certos povos como os Incas não estão
situados no território da mesoamérica, que abrange comente os seguintes territórios: o sul
do México; os territórios atuais da Guatemala, Belize e El Salvador; além de parte da Costa
Rica, Nicarágua e Honduras. As civilizações dos olmecas, maias, astecas e teotihuacanos se
localizavam nessas regiões. Mas os incas, como dito anteriormente, não faziam parte dessa
região, mas do Peru e, posteriormente, se apossou de porções de países atuais, como
Equador, Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia. Ou seja, temos o termo mesoamericanos que
não abrange os incas e outras civilizações, mas que é eticamente mais cuidadoso; e, por
outro lado, temos a expressão mais geral “povos pré-colombianos”, que peca na sua
estranheza.
Vale notar também que quando estudamos esses povos acabamos nos focando em
só uma parcela muito diminuta. É comum que nossas atenções se voltem apenas para os
maias, incas e astecas. Essa tríade já virou praxe entre os estudos que os brasileiros fazem
dos povos pré-colombianos nas escolas. Contudo a diversidade de povos pré-colombianos
é muito mais vasta do que esse pequeno espectro. Temos, por exemplo: olmecas, maias,
mixtecas, zapotecas, os povos de Teotihuacán, toltecas, astecas, aimaras, tikunas, nazcas,
chibchas, moches, incas, tehuelche, patagões, dentre outros. A cidade de Teotihuacan foi
descoberta pelos astecas quando já estava abandonada e, de certo modo, exerceu foram
influência sobre estes.
40
HISTÓRIA
A história dos primeiros povos pré-colombianos tem origens similares àquelas das
civilizações da Mesopotâmia ou do Antigo Egito: grupos se sedentarizaram devido o começo
das técnicas de plantio, desenvolvendo também a cerâmica e vestimentas rudimentares. Na
Mesoamérica, por exemplo, os primeiros camponeses datam de 1500 anos a.C, estes
cultivavam principalmente milho, feijão, pimenta, abóbora e algodão.
Esses vilarejos iniciais eram bastante autônomos e providos de uma economia muito
isolada. Acredita-se que essas primeiras comunidades tinham uma escala de poderio mais
horizontal, não existiam figuras que se sobressaltavam em relação as outras. Contudo muito
provavelmente por volta de 1200~900 anos a.C, junto da construção de pirâmides e
esculturas de certos personagens, uma ordem social mais hierarquizada começou a
aparecer de forma mais oficial. As esculturas olmecas são grandes representantes disso, já
que o rosto de chefes eram retratados em pedras enormes. Junto dessa centralização do
poder começa a surgir outras cidades ao redor, que dos olmecas tiveram grande influência.
Essa força que o panorama olmeca proporcionou é o que os pesquisadores costumam
chamar de primeiro clima ou era da “unificação” na história da civilização mesoamericana,
que ocorreu, sobretudo, no território mexicano.
RELIGIÃO
ECONOMIA
*O cacau chegou até mesmo a ser usado como moeda de troca entre os povos pré-
colombianos, principalmente entre os mesoamericanos. Tal fato evidencia a extrema
relevância que a agricultura tinha para essas comunidades.
MAIAS
• A civilização mesoamericana maia ocupou os territórios do México, da Guatemala e
do norte de Belize.
• Os primeiros assentamentos datam de 2000 anos a.C, perdurando até 1697.
• Trabalhavam bastante com ouro e cobre.
• O calendário e a astronomia eram muito importantes para a sua sociedade.
• Próximo de 1500 a.C os maias desenvolveram a agricultura, sobretudo, o cultivo de
milho, abóbora e feijões.
• As técnicas agrícolas se baseavam em limpar a vegetação com facões, além de, logo
após as colheitas, queimar a região (a fim de trazer mais fertilidade ao solo com os
minerais que ficavam das cinzas e para o aceleramento do processo).
• A sua escrita hieroglífica foi bastante traduzida, atende pelo nome de logossilabário,
sendo considerada por muitos pesquisadores como o sistema de escrita mais
sofisticado da América pré-colombiana.
• Teve seu auge entre 250~900 d.C, chegando a ter uma população que girava em
torno de 2 milhões de habitantes, concentrada especialmente nas terras baixas da
Guatemala.
• Após 900 d.C seu declínio se instaurou, provavelmente motivado pelos conflitos
internos e externos, além das problemáticas advindas da agricultura.
43
Calendário maia Ruínas maias de Chichén Itzá
ASTECAS
• Se autodenominavam os culhuas-mexicanos (o que fazia alusão a sua aliança com os
vizinhos culhuas, descendentes dos toltecas) tendo construído um império entre os
anos de 1300 e 1521 no centro e sul do México.
• Também eram chamados de “terra branca”, o que provavelmente remete às suas
origens ao norte do México.
• Se baseavam bastante pela agricultura, tendo desenvolvido um complexo sistema de
irrigação.
• A religião asteca era formada por um sincretismo, acomodando uma diversidade de
elementos de outros povos da Mesoamérica.
• O calendário asteca, tal qual o nosso, tinha 365 dias em um ano, além de um ano
sagrado de 260 dias.
• Foi um império que nasceu rápido, se expandiu muito, mas que durou pouco.
• O auge da civilização foi interrompido pela aparição e domínio por exploradores
espanhóis.
INCAS
• Esta civilização surgiu em meados do século XIII, nas regiões altas do Peru.
• Teve seu império fundado e expandido entre os anos de 1438 e 1533, tendo
conquistado territórios que se estendiam às proximidades da cordilheira dos andes
(Peru, Bolívia, Chile, Equador, Argentina e Colômbia).
• Falavam a língua quíchua, ainda viva em mais de 10 milhões de pessoas de origem
indígena.
• Forma um dos povos mais avançados da América pré-conquista.
44
• Não tinham um sistema de escrita, tinha a oralidade como mantedora da tradição.
• O sistema de irrigação era de grande complexidade, funcionando muito bem em
lugares bastante altos e de difícil implementação.
• As casas eram de pedra e adobe.
• Quase todo homem era fazendeiro, prática que ajudava e muito na manutenção da
sociedade.
• Os descendentes dos incas ainda vivem e constituem cerca de 44% da população
peruana.
Machu Picchu, a cidade perdida dos incas Complexo sistema de canais de Machu Picchu
QUESTÕES
1. A expressão “civilizações pré-colombianas” vem sendo cada vez mais deixado de lado.
Pois demarca os povos dominados em relação aos dominadores.
Certo ( ) Errado ( )
2. A civilização mesoamericana maia ocupou os territórios do México, da Argentina e do
norte de Belize.
Certo ( ) Errado ( )
3. Os incas construíram um complexo sistema de irrigação para o período.
Certo ( ) Errado ( )
4. Os incas chegaram a ter contato com olmecas e maias.
Certo ( ) Errado ( )
5. O politeísmo vigorava entre as sociedades mesoamericanas, mas não havia indícios de
que eles sacrificassem animais, por exemplo.
Certo ( ) Errado ( )
6. Os incas tiveram um sistema de escrita riquíssimo, o que é confirmado pelos diversos
registros encontrados por arqueólogos nas últimas décadas do século XX.
45
Certo ( ) Errado ( )
7. O atraso dos povos mesoamericanos é visto quando se olha para a inexistência de técnicas
de astronomia.
Certo ( ) Errado ( )
8. Os incas se limitaram as regiões baixas do Peru, ficando reclusos nesse território.
Certo ( ) Errado ( )
9. O povo inca foi extinto desde os ataques espanhóis.
Certo ( ) Errado ( )
10. Matérias-primas que hoje possuem bastante valor no mundo tinham pouca importância
para povos mesoamericanos, como é o caso do cacau.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. E
5. E
6. E
7. E
8. E
9. E
10. E
GABARITO COMENTADO
1. Exatamente.
2. Os maias se concentraram no México, na Guatemala e no norte de Belize.
3. A importância da agricultura era altíssima, os sistemas de irrigação eram construídos até
mesmo em locais altos, de difícil implementação.
4. Os incas viveram em épocas e locais diferentes tanto de olmecas quanto de maias, não
tendo contato com esses dois povos.
5. O sacrifício de animais era parte da vida desses povos, a função dessas práticas eram
várias, tanto para oferenda quanto para tentar mudar os rumos de algo catastrófico. Vale
46
dizer que certos povos costumavam sacrificar até mesmo o indivíduo de mais prestígio na
tribo para acabar com doenças que os assolavam.
6. Na realidade os incas não tiveram um sistema de escrita. Apesar de alguns autores terem
tentado identificar a descoberta de “nós” em cordas como um sistema de escrita, hoje esse
registro é considerado uma técnica para cálculos.
7. Muito pelo contrário, o conhecimento desses povos no que se refere a astronomia é digno
de atenção até os dias de hoje.
8. Os incas se concentraram mais nas regiões altas do Peru, mas estenderam seus domínios
para países como: Bolívia, Chile, Equador, Argentina e Colômbia.
9. Apesar dos atritos com espanhóis e outros povos, os incas constituem hoje cerca de 44%
da população peruana.
10. O cacau era associado até mesmo com divindades, além de ter sido moeda de troca para
alguns povos mesoamericanos.
V – GRÉCIA ANTIGA
A Grécia Antiga foi com toda certeza uma das civilizações mais importantes para as
sociedades atuais. Não é à toa que se fala muito dela ter sido o berço da civilização
ocidental. E isso deriva do fato de que foi lá que muitos dos elementos constitutivos e
basilares de nosso mundo tiveram seu germe, tais como: a democracia, a filosofia, os jogos
olímpicos, a historiografia, as ciências políticas, a tragédia e a comédia, dentre outros.
OS PERÍODOS DA HÉLADE
• Período Homérico ou das Trevas (1100-800 a.C.): marcado por uma lacuna
significativa de informações. A literatura desse período e as mudanças sociopolíticas
são o que há de mais relevante.
- Homero é uma figura bastante difícil de se precisar, acredita-se que tenha sido um aedo
que (uma espécie de cantor que compunha os próprios poemas). Mas muitos acreditam que
a Ilíada e a Odisseia (epopeias: poemas épicos/heroicos, composto por figuras reais,
lendárias e mitológicas), atribuídas a ele, possam ter sido originadas por vários aedos, tendo
sido uma construção conjunta que sofreu uma série de influências e mudanças ao longo do
tempo.
- Mesmo assim, a importância de Homero, enquanto homem ou conjunto de sujeitos é de
extrema relevância, marcando até mesmo a periodização da história helênica.
48
-Ilíada se origina do termo ílion que significa Troia. Esta obra é fruto de uma tradição oral
que relata o suposto confronto entre gregos e troianos.
- Odisseia tem suas origens do termo Odisseu, que designa Ulisses. Este personagem da
mitologia grega é retratado na Odisseia por meio de uma aventura épica, que conta seu
retorno ao reino grego de Ítaca após os confrontos em Troia (apesar de ser muito
disseminado nos livros de História, não se sabe ao certo se a Guerra de Troia de fato ocorreu).
- Esse período é marcado, sobretudo, pelas mudanças sociopolíticas. Aqui, por um
processo de unificação e transformação das genos, surgiram as primeiras cidades-Estado
gregas (pólis). Esse processo de transformação de comunidades menores em maiores é
denominado sinecismo.
- Mas lembremo-nos de que inexistia um país grego, uma unidade política grega: o que
tinha-se eram povos dotados de características comuns, como suas raízes culturais e
linguísticas.
- Genos>Fratrias (espécie de irmandades formadas pela aliança de genos)>Tribos (conjunto
de fratrias que abarcavam uma grande região)>Cidades-Estado (cidade dotada de
autonomia, com seu próprio regime político e leis, etc.)
- Tanto Esparta como Atenas passaram por essas mudanças sociopolíticas. Esparta era
inicialmente vários genos dóricos, Atenas tem suas raízes formadas por um conjunto de
genos jônicas.
• Período Arcaico (800-500 a.C.): fase na qual surgiu a pólis, o modelo de cidade-
estado dos gregos. Momento que houve também a expansão de certas cidades-
Estado através das colonizações.
- No começo do século VIII a.C houve o surgimento das pólis gregas, os demais destaques
foram Esparta e Atenas.
- Esparta foi uma cidade-Estado grega de cunho extremamente militar e de bases políticas
oligárquicas, onde o laconismo (falar tudo em poucas palavras) vigorava. A mentalidade
espartana estava voltada para a guerra, esse fator pode ser visto: pela educação militar das
crianças a partir dos 7 anos, pela honra que era morrer em guerra, pela eugenia que
procurava manter pura a força de seus guerreiros através de cruzamentos selecionados, pelo
fomento de exercícios e treinamentos até mesmo para mulheres (o que não era comum em
outras cidades-Estado gregas)
-Atenas foi uma cidade-Estado grega de cunho político, onde o debate democrático
tomava conta. A cidade tem como deus-patrono: Atenas, deusa da razão. Muito em função
da localização da cidade ateniense, o comércio marítimo foi o ponto central da economia
dessa população. Geralmente Atenas é difundida como um modelo do regime político
democrático, mas nem sempre foi assim, essa cidade-Estado grega passou por diversos
regimes, dentre eles: monarquia, oligarquia, tirania e, só depois, democracia. Outro elemento
interessante é que a democracia, apesar de ser direta, não era inteiramente abrangente pois
deixava de fora os estrangeiros, escravos e mulheres. Iremos nos concentrar mais em Atenas
adiante, onde teremos um tópico exclusivo para tratar da política ateniense.
- As colonizações tiveram seu impulso, sobretudo, devido a procura por terras. Em função
das regiões gregas serem bastante montanhosas, as terras férteis eram um elemento de
grande demanda e luxo.
49
• Período Clássico (500-338 a.C.): auge da civilização grega, cenário de duas grandes
guerras, uma interna, outra externa.
- Os persas, a fim de expandir seu território, chegaram nas fronteiras da península balcânica,
lugar onde se situava várias cidades-Estado gregas, inclusive Atenas e Esparta. Por outro
lado, a expansão grega rumo à Ásia Menor foi outro motivo que elevou ainda mais a tensão
entre gregos e persas. Esse clima acirrado suscitou nas Guerras Médicas ou Greco-Persas
(490~449 a.C).
- O Império Medo-Persa corresponde ao império construído por Ciro, o Grande, que fundiu
os medos (povo indo-europeu que se estabelecia em volta da região já em 2 mil a.C) e os
persas.
- Primeira Guerra Médica ou Período de Dario (por volta de 490 a. C): Dario I conquistou o
atual território da Turquia, controlando o Mar Egeu (fonte vital para o comércio marítimo
grego), além de impor seu domínio aos macedônicos. Atenas temeu uma investida
expansionista e promoveu rebeliões. Estas foram liquidadas por Dario I e, em represália,
enviou uma expedição marítima contra os atenienses, se iniciando assim as Guerras Médicas.
O império persa chegou próximo de Atenas, mas foi derrotado nas planícies de Maratona
(originando o termo Batalha de Maratona), onde os guerreiros persas restantes tiveram de
bater em retirada.
- Segunda Guerra Médica ou Período de Xerxes (por volta de 480 a.C): foi criada a Liga de
Delos (nome que vem da cidade onde foi criada essa liga), com intuito formar uma aliança
entre os gregos contra o domínio persa. Xerxes, filho de Dario I, comandou investidas
pessoalmente contra os gregos, dominando vários territórios (muitas das cidades-Estado
gregas simplesmente se renderam frente a força persa). Esparta, apesar de não estar muito
preocupada com o domínio fluxo marítimo do Mar Egeu pelos persas, temeu essa investida:
enviando um grupo seleto de 300 soldados espartanos comandados pelo rei Leônidas para
ajudar Atenas. Esse grupo espartano lutou até o último homem no Desfiladeiro das
Termópilas (local que fica ao norte de Atenas), já cercados pelos persas. Os atenienses
perderam o controle da cidade, que foi parcialmente queimada pelo exército persa. Mas do
outro lado do fronte, os atenienses conseguiram interromper a investido e os suplementos
persas, na conhecida Batalha de Salamina. Essa derrota fez com Xerxes e seu exército batesse
em retirada da Grécia. Posteriormente, Atenas libertou as colônias gregas da Ásia Menor,
que estavam sob domínio persa.
- Guerra do Peloponeso : conflito interno entre os próprios gregos. Após a guerra contra
os persas, Esparta se retirou da Liga de Delfos. Tanto Esparta (através da Liga do Peloponeso)
quanto Atenas (através da Liga de Delos) buscavam o predomínio perante as outras cidades-
Estado gregas. Esparta era a grande potência terrestre e Atenas era marcada pelo força
marítima. Corinto (por influência espartana) e Megara (apoiada por Atenas) se confrontaram
por 15 anos anos pelo controle do território que as separava (o Istmo de Corinto) e pelas
ilhas que circundavam a região. Depois se sucedeu um acordo de paz, mas Atenas e Corinto
continuaram disputando o domínio da região. Os atenienses bloquearam o comércio no
Istmo, o que fez com que Corinto cobrasse uma atitude de Esparta, ameaçando, inclusive,
abandonar a Liga do Peloponeso da qual fazia parte. Esparta convocou o congresso dos
aliados do Peloponeso (poder exclusivo de Esparta) e ficou decidido que Atenas tinha
50
quebrado a paz. Isto provocou a Guerra do Peloponeso (431~404 a.C) entre as duas ligas,
onde o eixo central girava em torno de Esparta e Atenas. Os espartanos saíram vitoriosos.
Após um longo conflito, os espartanos dominam as minas de prata de Atenas e usam esse
recurso para contratar navios persas. Estes fizeram somados aos guerreiros espartanos
conseguiram fazer frente a grande marinha ateniense. Agora sem recursos, sem sua força
marítima e atacados por todos os lados, Atenas se rende. Corinto e Tebas desejavam a
escravização dos atenienses, mas Esparta vê Atenas como uma grande força frente a uma
possível investida persa. Desse momento em diante, Atenas é subjugada a liga do
Peloponeso e se inicia um período de domínio Espartano
• Período Helenístico (338-136 a.C.): declínio da civilização grega, que passa a ser
dominada pelos macedônicos, os responsáveis por difundirem a cultura grega para o
Oriente. Ao final desse período, a Grécia foi convertida em um protetorado romano.
- Esse período se inicia com a invasão do Reino da Macedônia na Grécia Continental. A
fraqueza das pólis gregas, após os conflitos externos e internos, foi essencial para a invasão
da macedônia.
- Os macedônios apesar de possuírem muitos elementos gregos, eram vistos por estes como
bárbaros.
- Os macedônios estavam sob o comando de Filipe II e conseguiram dominar as regiões
gregas sem muito esforço.
- Porém dois anos após a conquista dos gregos por parte de Filipe II, este veio a falecer.
Assumindo em 336 a.C, o famoso Alexandre O Grande, com apenas 19 anos.
- Alexandre era não só um grande estrategista, como um combatente exímio (fazendo parte
das batalhas).
- A expansão macedônica foi muito rápida, conquistando além do mundo grego: pelo Egito,
Índia, Síria, Pérsia e Mesopotâmia.
- Essa expansão favoreceu um sincretismo cultural, levando a cultura grega para o oriente e
misturando-a com os costumes desses locais. Podemos até dizer que em certo momento a
cultura helenística passou a ser justamente a simbiose entre a cultura grega e a cultura
oriental. Vale lembrar que, apesar dos gregos verem os macedônicos como bárbaros, na
visão da Macedônia esse processo de expansão era uma helenização dos bárbaros (os
orientais).
51
RELIGIÃO E MITOLOGIA GREGA
- A religião era um dos cernes mais importantes da vida grega. Esta era composta de práticas
ritualísticas (como sacrifícios, oferendas e festivais), de histórias mitológicas, tudo isso vivia
muito pela tradição oral e pela arte (os gregos não tinham um livro sagrado como a bíblia
cristã).
- A mitologia longe de ser tão somente uma história falsa de cunho por demais fantasioso,
trás uma bagagem de fundo extremamente profunda acerca das mais diversas dimensões
da vida humana.
- Os gregos eram politeístas e seus deuses retratavam o humano. A diferença das deidades
em relação a nós era o caráter da imortalidade. Tinham também aparência humana
(antropomórfica), atitudes e defeitos como os nossos.
- O panteão grego era formado por uma imensidão de deuses e 12 dos mais consagrados
residiam no topo do Monte Olimpo.
- O nicho mitológico grego não era constituído apenas de deuses, havia também criaturas
e animais mitológicos, semi-deuses, heróis, titãs e entidades.
- Os deuses, apesar de serem seres poderosos, não ditavam o destino: até mesmo os
deuses estavam condicionados a essa força intransponível. Os deuses agiam conforme o
destino os guiava, apesar de sobrar um espaço para a ação própria. Essa ideia pode ser
52
extraída de uma leitura da Odisseia. Isso põe os feitos humanos na dimensão do possível
frente ao destino. Se nem os deuses escapam deste, cabe ao ser humano através de seus
atos aproveitar as lacunas que o destino fornece.
- A associação com a natureza que os gregos faziam dos deuses contribuiu e muito pela
maneira que lidavam com o mundo ao seu redor. Os deuses antigos, por se confundirem
com a natureza, contribuíam muito para o respeito do ser humano com esta.
- Hades, era o submundo grego, para onde as pessoas iam após a morte. É interessante
notar que, apesar de ter várias camadas nesse submundo, não há um local diferente deste,
como o céu que aparece em algumas religiões.
A POLÍTICA EM ATENAS
*Não podemos falar de Grécia e esquecer da democracia. Esta surge em Atenas, mas é
fruto de um desenrolar histórico que explica, inclusive, a lógica do desenrolar político-
social dessa própria polis.
- Atenas em seus primórdios era regida por uma monarquia, que concentrava poderes
políticos e militares. Esse rei, chamado de basileus, tinha poderes hereditários e se
assemelhava aos antigos paters, líderes dos genos. Contava ainda com a ajuda do
Areópago, espécie de tribunal de nobres, que cuidava das questões da justiça.
- Mais tarde, por volta do século VII a.C, esse poder foi dissolvido nas mãos de aristocratas
(chamados de eupátridas), detentores de grandes extensões de terras. Esse poder submetia
as classes mais baixas a uma péssima vida, gerando constantes revoltas.
- Nesse momento haviam duas maneiras de se torna escravo: sendo prisioneiro de guerra
ou por dívidas. Os eupátridas abusavam bastante das baixas camadas e faziam cada vez
mais escravos, a fim de aumentar a produção de suas terras, o que foi emergindo ondas e
mais ondas de descontentamento popular.
- A fim de acalmar os ânimos, os eupátridas determinaram a criação de legisladores, os
chamados arcontes. Antes disso, muitas das leis simplesmente viviam na tradição oral, sem
qualquer revisão ou documentação.
- Foi nesse clima de tensão que Sólon foi nomeado como arconte. Apesar de aristocrata,
esse personagem político promoveu uma constituição e aboliu a escravidão por dívidas,
além de ter implementado um novo critério aos cidadãos: estes não seriam determinados
pelo nascimento, mas divididos pelo critério econômico.
- Sólon foi pressionado várias partes para reverter esse novo balanceamento social e, por
fim, sofreu um golpe por Pisístrato, que implementou uma tirania.
- Apesar do governo de Pisístrato ter proporcionado uma melhora econômica, após ser
substituído por seus filhos: o governo e sua popularidade ruíram.
53
- O fracasso demonstrado da tirania serviu de base para que ideias mais populistas
surgissem. E foi nesse cenário que a democracia ateniense surgiu.
- Esse sistema surgiu de uma reforma política promovida por Clístenes, genro de Pisístrato,
que foi eleito como arconte. Clístenes instaurou a constituição democrática de Atenas.
*Vale lembrar que a democracia ateniense, apesar de ser um grande passo político na época,
não era tão bela como alguns acreditam: estrangeiros, mulheres, menores de 18 anos e
escravos não participavam. Calcula-se que só 12% da população tinha voz. A democracia
ateniense é o governo da maioria ou de todos os cidadãos, mas friso: era exatamente só dos
cidadãos.
*Devemos diferencias os metecos dos bárbaros. Estes eram todos aqueles que não falavam
grego; à os metecos eram aqueles que, apesar de gregos, não eram atenienses.
*As Ágoras eram o espaço em que a democracia se manifestava, um local de reunião onde
qualquer cidadão teria voz direta no debate público.
CONTRIBUIÇÕES GREGAS
*Várias foram as sementes gregas herdadas por nós que hoje cultivamos, mas podemos
destacar:
• Na arte os gregos deixaram um legado estético que vai desde a exaltação da
juventude e do porte físico ideal (por muitas das vezes com foco na figura masculina),
até o estudo anatômico (o corpo belo é um corpo matematicamente coerente) e
vários dos modelos arquitetônicos usados até hoje.
• A filosofia tem seu berço no mundo grego, a efervescência intelectual do mundo
grego propiciou e muito o nascimento de novas maneiras de se pensar o mundo.
• A tragédia e a comédia eram manifestações da alma dos gregos que tomavam conta
do cenário das cidades.
• Várias das técnicas militares nasceram nesse período, desde formações militares até
táticas, armamentos e meios de transporte.
• A democracia nasce na Grécia, em Atenas, sendo um dos sistemas de governo mais
importantes do mundo moderno e contemporâneo.
• Vários das noções matemáticas e científicas surgiram nesse período. A influência
egípcia e mesopotâmica merece destaque aqui também.
QUESTÕES
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1. Em Atenas havia dois modos comuns de se tornar escravo, por dívida ou sendo prisioneiro
de guerra.
Certo ( ) Errado ( )
2. Os metecos ou bárbaros eram aqueles estrangeiros que não possuíam direito a voz no
palco democrático de Atenas.
Certo ( ) Errado ( )
3. A sociedade ateniense foi palco de eugenia, onde a mentalidade militar vigorava com
força.
Certo ( ) Errado ( )
5. Helenos era a maneira que os gregos se autodesignavam, o termo grego foi cunhado
pelos romanos.
Certo ( ) Errado ( )
6. Uma das diásporas do Período Homérico Grego foi ocasionada pela procura de terras por
parte de tal povo.
Certo ( ) Errado ( )
7. O Período Clássica foi quando o mundo grego atingiu seu auge de esplendor.
Certo ( ) Errado ( )
8. A Grécia Antiga, apesar dos momentos de expansão, se restringiu aos seguintes territórios:
Grécia Continental, Grécia Insular e Magna Grécia.
Certo ( ) Errado ( )
9. A Liga de Delos foi criada na Primeira Guerra Médica com o intuito de unir o povo helênico
contra a ameaça persa.
Certo ( ) Errado ( )
10. Os macedônicos são os grandes responsáveis por espalhar a cultura grega pelo oriente.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. E
55
4. E
5. C
6. E
7. C
8. E
9. E
10. C
GABARITO COMENTADO
1. Exatamente. Foi só no governo do aristocrata Sólon que a escravidão por dívidas foi
abolida da vida ateniense.
2. Meteco não é sinônimo de bárbaro. Enquanto este diz respeito ao não grego, aquele diz
respeito ao grego que não é ateniense.
3. Na realidade, essa característica demarca Esparta e não Atenas, onde o foco era a vida
política e não militar.
4. Muitos dos costumes, como a mitologia e o modo de vida, eram bastante semelhantes, o
mesmo vale para as leis.
5. Exatamente. E é daí que nosso idioma se apropriou, dos romanos, sendo por isso que
chamamos os helenos tal como eles.
6. A justificativa está certa, realmente a primeira diáspora ocorreu por causa das terras
férteis. Mas essa dispersão dos helenos ocorreu no Período Pré-Homérico.
7. A principal representante desse momento foi Atenas, onde a arte, a filosofia e a ciência
tiveram seu ápice de atuação.
8. Além desses territórios, os helenos também dominaram regiões da Grécia Peninsular e da
Grécia Asiática.
9. O motivo de criação da liga foi realmente esse, mas tal ocorreu na Segunda Guerra
Médica.
10. É no Período Helenístico que isso acontece, principalmente com o governo de Alexandre
O Grande.
VI – ROMA ANTIGA
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acabaram sendo resgatados e criados por uma loba. Após certos anos a meta dos irmãos se
converteu em destruir esse rei que os abandonaram. A vingança foi concretizada por Rômulo
e Remo, que e perto das margens do rio fundaram uma cidade. O ímpeto e as desavenças
dos irmãos fizerem com que Rômulo matasse Remo, se tornando, assim, o primeiro rei dessa
cidade, que apelidou de Roma.
Muitos desses relatos lendários sobre os primeiros anos de Roma, acaba por misturar
fatos com ficção. E uma grande parte dessa literatura lendária advém de uma obra chamada
Eneida, atribuída a um poeta romano chamado Virgílio. De certa maneira podemos dizer
que Virgílio foi para os romanos aquilo que Homero foi para os gregos. Tanto é que essa
lenda dos gêmeos não é a única existente, simplesmente foi aquela que se tornou a mais
canônica. Outra lenda, por exemplo, aponta que a cidade foi nomeada por uma mulher
chamada de Roma, que voltou com Eneias (personagem da mitologia greco-romana) e
outros sobreviventes após a derrocada de Tróia. Vários outros relatos lendários similares
percorreram a tradição.
O local de início corresponde a zona central da Itália, próxima ao rio Tibre, por volta
do século VIII a.C. O povo romano parece ter sido originado de uma tribo itálica a qual
chamamos de os latinos. Contudo muitos pesquisadores vem remontando essa história,
tendo como base as novas pesquisas de DNA, dando, assim, cada vez mais espaço para uma
ideia de que o povo romano nasce de um amálgama de povos que compartilhavam uma
língua comum. Ou seja, apesar de em grande parte ter sido preservada a língua dos
romanos, estes parecem ser frutos de vários povos cujo o idioma era um elo bastante similar.
O latim, língua dos romanos, gerou as chamadas línguas românicas ou neolatinas: italiano,
espanhol, português, francês e romeno.
Aliás, muitos dos aspectos da cultura e vida geral romana foram frutos da
incorporação de elementos de outros povos. Os etruscos (que contribuíram muito para o
comércio romano) e os gregos (que tanto influenciaram na mitologia e arte romana) foram
os povos dos quais os romanos mais beberam. E isso se devia a um costume bastante
interessante dos romanos. Diferentemente das polis gregas que renegavam os estrangeiros
do cenário político, Roma desde seus primórdios incorporava os povos conquistados e os
estrangeiros a seu sistema socio-político. Durante o principado romano (que ainda
veremos), tanto as cadeiras do Senado Romano quanto o trono imperial foi ocupado por
57
pessoas de fora do mundo romano. E diversamente dos gregos também, que tinham como
pérolas da sociedade as dimensões intelectuais e artísticas; os romanos tiveram sua
grandeza demarcada pelo poderio militar e político, além da consolidação de fortes
instituições sociais.
PERÍODOS
*Agora trataremos dos períodos que compuseram a trajetória da Roma Antiga. São três:
• Monarquia (753~509 a.C)
• República (509~27 a.C)
• Império (27 a.C~476 d.C)
Roma, muito possivelmente devido ao comércio fervoroso, cujo modus operandi foi
muito assimilado dos etruscos, teve sua prosperidade bastante acelerada entre os séculos
VIII e VI a.C. Lembra que vimos a importância desse povo para os romanos? Então, não é à
toa que os três últimos reis do período romano monárquico eram justamente etruscos. O
que sugere um domínio ou invasão desses povos no final da monarquia romana. Foram
estes também que ao fim do período monárquico implementaram o aspecto de cidade à
Roma, com a construção de canais de drenagem, templos e até mesmo de um sistema de
esgoto. Mas como era organizada a sociedade romana nessa época? E o que houve para
que a monarquia perde-se seu poderio?
58
O rei concentrava os poderes executivo, judicial e religioso (provavelmente esse
momento de Roma teve sete reis). Para governar contava com o apoio dos chamados
curiatas (a assembleia romana), que representavam as famílias da aristocracia patrícia. A
função desses assistentes era a de elaborar leis e ratificar a eleição dos reis que se sucediam
no poder. O Senado (ou conselho dos anciãos) era outro braço importante do governo
romano, composto nessa fase apenas por patrícios, que não só assessoravam o rei mas
também tinham a função de barrar certas leis apresentadas pelo monarca. Veja que o
rei, apesar de ter grandes poderes, tinha que lidar com certos barramentos de outros grupos,
ou seja, em Roma o rei não tinha poderes absolutos.
Contudo ao longo dos anos a aproximação dos reis com a plebe e o abafamento do
Senado descontentou os patrícios. Por fim, os reis foram tirados do cenário romano,
dando início ao período republicano de Roma. Veja que a lógica comum se repete aqui
também no governo romano: temos um rei que exerce seu poder, mas que, em certo
momento, perde seu poder para a base aristocrata que o sustenta, dando início a uma nova
era onde o poder não será mais dirigido por um, mas por alguns poucos. Assim, no lugar do
último rei etrusco de Roma, Tarquínio, os patrícios acordaram de colocar dois magistrados
em seu lugar, os chamados cônsules romanos.
59
• Lei das XII tábuas: uma série de leis foi documentada pela primeira vez, favorecendo
bastante a igualdade entre as duas classes conflitantes. O fato das leis passarem a ser
escritas favoreceu o afastamento de atos arbitrários por parte dos patrícios.
60
Sem citar o aumento da corrupção do governo, as grandes conquistas romanas e o
aumento de seu prestígio foi em sua grande maioria esmagador para as classes mais baixas.
Esse cenário fez com que se gerasse muitas revoltas, que se efetivaram, sobretudo, através
de alianças entre os escravos e estrangeiros. Os homens livres já estavam em menor número
que os escravos, o que demonstrava o tamanho dessa última camada na sociedade romana.
A maior das revoltas foi comandada por Espártaco entre 73 a 71 a.C. A fim de acalmar os
ânimos foi implementado na república romana o chamado triunvirato, aliança formada por
três líderes políticos. O primeiro triunvirato foi composto por: Crasso, Pompeu e Júlio César.
Este último acabou por eliminar seus rivais e se consolidou como ditador vitalício (lembre-
se que o Senado estipulava o limite de 6 meses de atuação para esse cargo de poderes
absolutos). Apesar de ter maquiado os problemas com a promoção de obras públicas e de
agrados, como a distribuição de terras para soldados, Júlio César acabou sendo assassinado
por uma trama de seus opositores. Segue-se um segundo triunvirato formado por: Lépido,
Marco Antônio e Otávio. Este último novamente desbancou seus iguais e, após tal feito,
governou sem oposição. Este momento marca o fim da era republicana de Roma e resulta
no início de seu império.
Alto Império
O imperador Otávio ganhou vários títulos, dentre eles o título de Augusto pelo
Senado romano, que significa majestoso, consagrado, divino. Seus feitos foram essenciais
para a fortificação e tranquilidade de Roma como um todo, não é à toa que chamam esse
período iniciado por Otávio de Pax Romana, “paz romana”. Isso porque o imperador
promoveu alianças que agradaram aristocratas e a ala militar, fomentou a cultura da
construção de estradas e diques (caminhos que levavam a vários locais do mundo romano
e canais que levavam água para a maioria das casas de Roma), além de, talvez a mais
importante de todas, apaziguar os ânimos populares com a famosa política do “pão e circo”
(alimentava-se as massas com o mínimo e lhes dava divertimento, principalmente através
do embate de gladiadores e espetáculos para lá de exagerados).
*Após a morte de Otávio Augusto, em 14 d.C, quatro dinastias passaram pelo controle
do mundo romano:
• Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Marcada pelos
atritos com o Senado.
61
• Dinastia Flaviana (68-96): Vespasiano, Tito e Domiciano. A força militar insurge
junto aos imperadores e abafa o Senado.
• Dinastia Antonina (96 – 193): Nerva, Trajano, Adriano, Antonio Pio, Marco Aurélio e
Cômodo. Marcada pela prosperidade e lógica conciliatória com o Senado, com
exceção do imperador Cômodo
• Dinastia Severa (193 – 235): Sétimo Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo
Alexandre. Germe das crises internas e pressões externas.
*Note que o movimento de luta do mundo romano nesse período tem sempre o
Senado o imperador como forças de propulsão.
Baixo Império
*Para além dos rios Reno e Danúbio, os romanos se referiam aos povos como bárbaros
(tal qual os gregos, num tom pejorativo, demonstrando a não civilidade desses povos).
Os bárbaros, no contexto de vida romano, representavam os povos germânicos, como
os Francos, Alamanos, Visigodos (godos do oeste), Ostrogodos (godos do leste), Jutos,
Anglos, Saxões, Vândalos, Hérulos, Suevos, etc. Esses povos desceram a fim de
conquistar o território romano, em procura de terras férteis e climas mais amenos além
de fugirem dos ataques hunos.
*Não houve uma invasão conjunta de bárbaros num fronte único, isso é um mito. Aliás,
outro mito diz respeito as relações entre romanos e bárbaros, essas eram de uma
grande complexidade. Alguns dos bárbaros chegavam a servir para o exército romano
em troca de moedas e armamentos. Os bárbaros tinham uma vida organizada em
aldeias rurais, geralmente com um hábil guerreiro como líder.
*Note que toda aquela lógica rural, própria do feudalismo, começa a insurgir na fase
final da vida romana do ocidente.
*Outro ponto interessante de ser notado é que o cristianismo foi oficializado em 380
por Teodósio 1º. Roma começa como pagã, importadora da mitologia grega, e termina
nas bases de outra mitologia. Alguns estudiosos dizem que isso se deve, sobretudo, ao
discurso cristão tão propagado: “meu reino não é desse mundo”. Essa fala é muito
convidativa para pessoas pobres que não tinham lugar ao céu e igualdade com outras
camadas da sociedade romana. É um passe VIP para aqueles que nada tinham.
*O Império Romano do Oriente só vem a cair no ano de 1453, marcando o fim da Idade
Média.
QUESTÕES
1. O êxodo urbano das populações romanas no fim do império não possui relação com o
novo modo de vida que se sucederia, o feudalismo.
Certo ( ) Errado ( )
2. Apesar do cônsul na república romana não possuir poderes absolutos, em período de
calamidade poderia assumir um ditador com poderes plenos por tempo indeterminado.
63
Certo ( ) Errado ( )
3. Os bárbaros não tinham relação amistosa alguma com os romanos.
Certo ( ) Errado ( )
4. Roma Antiga é marcada por três períodos: Monarquia, República e Império.
Certo ( ) Errado ( )
5. O Império Romano foi cindido em dois devido a alta coordenação de seu território.
Certo ( ) Errado ( )
6. O rei no período da monarquia romana tinha concentrava poderes absolutos.
Certo ( ) Errado ( )
7. O período de anarquia militar no cenário do império romano foi marcado pela falta de
clareza quanto a sucessão do trono, além da barbaridade interna ao governo.
Certo ( ) Errado ( )
8. Os patrícios eram a classe dominante romana, que teve sua hegemonia consolidada
devido serem detentores de terras.
Certo ( ) Errado ( )
9. Um dos principais fatores do desmoronamento do Império Romano do Ocidente foi a
falta de oportunidades nas cidades e o consequente êxodo urbano.
Certo ( ) Errado ( )
10. A Lei Licínias proporcionou mais atividade para as classes pobres no cenário político.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. C
5. E
6. E
7. C
8. C
9. C
10. C
GABARITO COMENTADO
64
1. A lógica feudal é fruto dessa fuga dos povos romanos para o meio rural.
2. Na realidade o Senado estipulou uma limitação para o ditador, pois tinha receio de que o
regime monárquico retornasse. A limitação era de 6 meses.
3. Haviam diversos acordos entre ambos, os bárbaros inclusive serviam no exército romano.
4. Exatamente.
5. A verdade é que o principal fator que ocasionou a cisão do império no fronte ocidental e
oriental foi a falta de coordenação territorial. Acreditava-se que com isso seria mais fácil de
se administrar o caos que reinava no enorme império.
6. A força do Senado romano é bastante notável, pois se vê que até mesmo durante a
monarquia, os membros do Senado tinham o poder de barrar decisões do rei.
7. Nesse período há os chamados imperadores-soldados, que não possuíam justificativa de
sangue para assumir o trono.
8. A posse de terras na fase monárquica ou até mesmo antes dela, contribuiu para a
formação dessa camada e sua hegemonia no cenário romano.
9. A saída para o campo fez com que o império ficasse sem a coleta de impostos e sem a
defesa contra os ataques de bárbaros.
10. Essa lei estipulava a obrigatoriedade de se ter pelo menos um plebeu nos dois cargos
para cônsul. Apesar de os plebeus constituírem a maior parte da sociedade romana, só agora
eram de fato representados em pé de igualdade.
SOCIEDADE
*Uma expressão que ficou muito famosa ao designar as camadas que compunham a
Idade Média, mas precisamente a Alta Idade Média é a seguinte: O clero ora, a nobreza
guerreia, os camponeses e servos trabalham.
65
• Clero: Aqui temos o papa e as figuras eclesiásticas.
• Nobreza: Aqui temos o rei e as famílias reais. Aliás, nos feudos em que os servos
trabalhavam, as caças que ocorriam nas florestas eram atividades exclusivas dos
nobres (essa prática tinha um caráter esportivo, por assim dizer).
• Camponeses e servos: Aqui se concentrava a maioria esmagadora da população.
*Na Baixa Idade Média surge a burguesia, que são aqueles que trabalham na dimensão
mercantil da cidade e que, aos poucos, também foram criando ofícios mais mecânicos
(o que viria a se tornar mais tarde as indústrias).
Na Alta Idade Média os locais da vida cotidiana rodeavam em torno do feudo, que
incluía o castelo, terras e a floresta (de onde se retirava lenha e se caçava animais). Já
na Baixa Idade Média os burgos apareceram, consistiam em grandes muralhas que
cercavam uma cidade.
*Geralmente é esse o consenso acerca da divisão dos períodos da Idade Média: Alta
Idade Média e Baixa Idade Média.
Uma visão da Alta Idade Média. Iluminura em Les très riches heures du duc de Berry.
O fato era que havia um desamparo quase que generalizado, a vida das pessoas após
a queda do império toma um rumo mais disperso, a concentração das cidades cai de maneira
fortíssima. Essa nova realidade fez com que o feudalismo fosse ganhando uma adesão cada
vez maior, até que, em certo momento, tornou-se o modo de operação que simboliza a
Idade Média. A desconcentração de poderes, essa ausência de centralização por parte dos
reinos, suscitou bastante o fortalecimento da Igreja Católica. Esta se tornou o cerne no
primeiro período da Idade Média.
Mas o que foi o feudalismo? Ele é um novo modo de vida, resultado de um êxodo
urbano e de um aumento da superstição, que propiciou a mistura das culturas dos povos
66
germânicos e do Império Romano. Podemos dizer que era, em grande parte (principalmente
em seu começo, a que chamamos de Alta Idade Média), um regime de troca: onde um
senhor feudal (detentor de terras) cedia esses espaços para os servos e os protegia de
ataques e invasões; e os servos, por sua vez, trabalhavam nas terras para garantir a
subsistência daqueles que habitavam ali. O feudalismo pode ser entendido como a mistura
da cultura germânica e romana, pois, por um lado, temos o comitatus (onde vemos uma
relação entre o suserano e o vassalo, baseando-se na honra e lealdade); por outro lado,
temos o colonato, lógica de servidão advinda dos romanos. Até mesmo notamos mudanças
nos termos usados por aqueles que estavam no regime feudal. A palavra latina usada para
designar os escravos era servus, contudo essa passa não mais a se referir a prisioneiros de
guerras ou a aqueles que estão pagando suas dívidas (as duas maneiras de se tornar escravo
que vigorou no Império Romano), mas fala daqueles que estavam vinculados à terra do
senhor feudal e a ela serviam. A nova palavra para escravo (servus) passa a ser sclavus. É
dessa palavra que deriva a nossa, escravo.
A produtividade desses feudos era basicamente agrícola, e foi sofrendo cada vez mais
baixas ao longo dos anos, só se recuperando de fato no século X. O comércio era quase
inexistente, isso surtiu efeitos nas colheitas de impostos. Assim, as pouquíssimas cidades
que existiam não conseguiam sustentar suas despesas, fazendo com que nós nem sequer
possamos falar em serviços públicos.
Esse cenário inicial era ausente de poderes fortes e concentrados, e isso fez com
que a força da Igreja Católica expandisse, tornando-se a instituição mais poderosa na
época (os senhores feudais não eram reis, não detinham uma centralização política em
territórios vastos, o vácuo deixado por Roma e seu poder secular foi ocupado pelo
catolicismo). A Igreja era vista pelas populações como um porto seguro frente ao medo que
pairava à época. O catolicismo adentrou até mesmo na cultura dos bárbaros, que foram
convertidos à religião católica, o que ao longo do tempo acabou enfraquecendo e até
mesmo obscurecendo por completo algumas práticas pagãs. Nesse período inicial a Igreja
controlava as cidades e sua mentalidade se manifestava nas mais diversas áreas da vida
humana (como a arte, a filosofia, a literatura, etc.). Assim, em pouco tempo as autoridades
católicas foram gradativamente se expandindo, até que o monoteísmo cristão se tornou lei
(apesar de muitos dos costumes germânicos terem se mantido), estabelecendo normas de
condutas tanto aos representantes religiosos quanto ao povo. Esse poderio fez com que a
Igreja Católica acumulasse muitas posses e riquezas, que eram alcançadas principalmente
pelas indulgências (remissão dos pecados em troca de pagamentos) e através da simonia
(negociação de cargos e relíquias sagradas).
*A arte, por exemplo, teve um retrocesso, não havia o estudo do corpo (pois este era
fonte de pecado), resultando numa completa ignorância da estrutura anatômica
humana, diferentemente dos corpos muito bem trabalhados pelos gregos e romanos.
67
Burgo atual, Carcassonne, sul da França.
68
CRUZADAS
As cruzadas foram uma série de conflitos com o mundo islâmico pelo domínio da chamada
“Terra Santa”. A Igreja Católica começou a autorizar expedições militares para expelir os
muçulmanos a fim de libertar Jerusalém por volta do fim do século XI. Essas investidas eram
um misto de interesses religiosos, militares e econômicos. Foi nesse contexto que
também houve a procura por relíquias sagradas, que seriam objetos supostamente usados
por santos e figuras gerais do cristianismo. As cruzadas perduram até 1312, quando o Papa
Clemente V dissolveu os cavaleiros templários restantes. A verdade é que não houve
vencedores, algumas partes ganharam recursos econômicos, mas o provável objetivo
principal (o controle da Terra Santa), é fonte de disputa até os dias de hoje.
INQUISIÇÃO
O termo inquisição deriva do verbo latino inquiro, que significa inquirir, perguntar.
Muitas das vezes fazem-se uma associação da inquisição apenas com a ideia de “caça às
bruxas”, o que não é inteiramente verdade, pois apesar de englobar também esse
procedimento, não se limita a ele. Inquisição pode ser definida como um conjunto de
dezenas de milhares de procedimentos judiciais empreendidos pela Igreja Católica
(geralmente com local ou num país, mas com intenção de se tornar global) num período de
quase 600 anos em diversos países e continentes.
69
tinham uma relação muito íntima, podendo se falar até mesmo num projeto uno. Judeus e
muçulmanos também foram alvos das inquisições.
*A inquisição espanhola foi a mais famosa, por ter sido criada uma inquisição própria
do poder real e por perdurar até quase o século XIX).
*Os números de processos e de mortes são muito incertos. Alguns defendem a ideia
de que apenas uma pequena porcentagem, em torno de 1,8%, das pessoas inquiridas
foram mortas. Outros dizem que os números são imensos e muitos dos casos eram
abafados. Mas quando olhamos para o genocídio promovido contra os cátaros, onde
as mortes batem a casa dos 100 mil, vemos que os números não parecem ter sido
poucos. Vale lembrar que “a justificativa” para essa barbárie foi a “heresia” desses
povos. Ou seria uma justificativa mais fantasiosa para objetificar o outro e desprovê-
lo de humanidade a fim de interromper seu crescimento? O motivo era só religioso ou
tinham outros motivos, como os fatores econômico e o domínio por territórios em
jogo? Há várias questões em aberto e, aliás, a Inquisição está sendo um dos grandes
objetos de estudo da História nos últimos tempos.
O Século XIV é demarcado por uma série de problemas na vida das populações da
Europa. As produções agrícolas foram muito afetadas em função das baixas temperaturas
que assolaram a região. Isso resultou em péssimas colheitas, no aumento do preço dos
alimentos e até na morte de milhares de pessoas pela fome. Junto com o aumento do
desemprego, houve uma série de revoltas.
Se não bastasse todo esse cenário superdesfavorável, a peste negra matou dezenas
de milhões de pessoas entre 1357 e 1350. A praga (como era chamada) provavelmente
chegou por navios na Sicília, sendo interpretada como um castigo divino por causa dos
pecados humanos pela maioria das pessoas. Isso desencadeou novamente uma série de
atos supersticiosos, o mais conhecido é a autoflagelação, as pessoas partiam em
peregrinação se chicoteando, a fim de expiar os pecados. Outros puniram e mataram
pessoas consideradas hereges e culpadas por tal mal. Vale lembrar que a falta de higiene
das pessoas contribuiu muito para a criação e propagação da doença, que estava
instaurada na pulga dos ratos. Estes últimos estavam espalhados por todos os burgos e
feudos. E essa falta de higiene ia além das condições das populações, na realidade, estava
muito atrelada as crenças, a falta de cuidado com o corpo vinha muito da lógica de que ele
era fonte de pecado. Não faz sentido cuidar daquilo que é pecaminoso.
70
O Triunfo da Morte de Pieter Bruegel, 1562.
*Mas nem tudo foi um pesadelo na Idade Média. Temos as seguintes contribuições:
• Avanços em técnicas agrícolas;
• As primeiras universidades apareceram nesse período;
• A arquitetura gótica (considerada por muitos umas das mais belas) surgiu através de
lindas igrejas. Ela foi uma união do estilo dos godos (povos germânicos bárbaros)
com um pouco da arquitetura romana. Aliás, a expressão arquitetura gótica era usada
de forma pejorativa, principalmente por aqueles que viviam na região que hoje
corresponde à Itália (muito por estarem mais vinculados ao ideal romano e acharem
que esse era o modelo arquitetônico por excelência);
• O canto gregoriano aparece nesse período;
• Os primeiros bancos surgem na Idade Média.
QUESTÕES
1. São nos burgos que começam a aflorar as ideias de sentimento nacional, além da
recentralização do poder nas mãos de um governante, que antes era mais concentrado pela
Igreja Católica.
Certo ( ) Errado ( )
2. O genocídio do povo cátaro pela Igreja Católica não tinha ligação alguma com fatores
religiosos.
Certo ( ) Errado ( )
3. A Idade Média teve uma grande miscigenação dos povos romanos com os bárbaro-
germânicos.
71
Certo ( ) Errado ( )
4. A falta de higiene das pessoas desse período não fez teve como consequência mazelas
muito sérias.
Certo ( ) Errado ( )
5. A Igreja se torna a instituição mais poderosa desse período, servia de amparo em meio
ao medo generalizado. Apesar dessa instituição praticar a simonia, as indulgências sempre
foram objeto de discussão e aversão por parte do clero.
Certo ( ) Errado ( )
6. Uma expressão comum para caracterizar a sociedade medieval é a seguinte: o clero ora, a
nobreza guerreia, os camponeses e servos caçam.
Certo ( ) Errado ( )
7. O aumento da produção agrícola foi fator decisivo para a volta das populações às cidades
durante a Baixa Idade Média.
Certo ( ) Errado ( )
8. O feudalismo ou servidão é um regime de troca entre as partes, onde alguém fica
dependente das terras de outrem para o sustento e o trabalho, e em troca ganha proteção.
Certo ( ) Errado ( )
9. A burguesia é uma classe que surge somente na baixa Idade Média, com a construção
dos chamados burgos.
Certo ( ) Errado ( )
10. As corporações de ofício, que desencadeariam nas fábricas mais modernas, surgem no
período final da Idade Média.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. E
5. C
6. E
7. C
8. C
9. E
10. C
72
GABARITO COMENTADO
1. O crescimento das cidades acaba pedindo por uma força administrativa mais incisiva, o
que paralelamente faz a Igreja perder um pouco de sua centralidade.
2. Na realidade uma das primeiras inquisições oficiais é fundada na França e tinha como
meta combater justamente a heresia de dois povos que circundavam a região, os cátaros e
os valdenses.
3. Esses são os principais construtores da identidade medieval.
4. Pelo contrário, o descuido com o corpo foi um dos pontos cruciais para que a Peste Negra
se espalhasse de forma tão ferrenha.
5. A Igreja Católica era muito forte e tinha uma função espiritual na Idade Média. Contudo
ambas as práticas, simonia e indulgência, eram feitas por parte da instituição.
6. A caça era uma atividade exclusiva da nobreza.
7. Exatamente. E com isso as cidades retomaram um pouco da efervescência que já tiveram,
se tornando cada vez mais o novo centro do mundo, através dos chamados burgos.
8. Os servos trabalham e a nobreza provê a segurança.
9. A burguesia surge na Alta Idade Média, mas é na Baixa Idade Média que se consolida de
fato.
10. Numa escala bem menor, mas já contando com divisão do trabalho e produção em série,
as corporações de ofício podem sim ser vistas como uma espécie de proto-industrial.
VIII – RENASCIMENTO
DEFINIÇÃO
73
muito propício em função da intimidade com Roma Antiga, se difundiu também para outras
regiões da Europa Ocidental, como França, Alemanha e Inglaterra.
Mas essa efervescência não poderia ter eclodido sem certos pontos. Os autores
costumam elencar diversos impulsionantes, mas não podemos deixar de negligenciar dois
deles: a reestruturação das cidades e o fomento da família Médici. O crescimento das cidades
no período da Baixa Idade Média retomou vários aspectos, como o comércio, uma maior
troca de informações entre os povos, a criação dos burgos. Não é à toa que o Renascimento
nasceu justamente no seio da burguesia das grandes cidades, que detinham uma grande
força comercial. Podemos citar além de Florença, Veneza, Milão, Gênova e Roma. Esse
empreendimento não se deu por parte de entes governamentais, mas por famílias burguesas
que valorizavam esse espírito artístico, filosófico e científico. A mais notória dessas famílias
foram os Médici. Estes realizaram a prática do mecenato, o patrocínio financeiro de
artistas e pensadores, alimentando a cidade e o mundo com a retomada do espírito greco-
romano.
A família Médici, residentes em Florença, investiu fortemente nesse labor. Estima-se
que entre os anos de 1430 e 1480, os Médici tenham gasto cerca de meio bilhão de dólares
nesses investimentos artísticos e filosóficos. Esse empreendimento foi encabeçado,
sobretudo, por Lourenço de Médici, o patrono mais famoso do Renascimento. Mas vale
lembrar que essas famílias que praticavam o mecenato não concentravam seus esforços só
no poder criativo dos artistas, havia também um trabalho em redescobrir os manuscritos
filosóficos históricos e científicos greco-romanos, além de todo o esplendor artístico
produzido por estes.
TENHA EM MENTE
Principais filósofos e filósofos naturais (este último termo pode ser entendido como
cientistas, apesar de ser evidente uma diferença quanto a estes): Nicolau Maquiavel;
René Descartes; Nicolau Copérnico; Galileu Galilei; Leonardo da Vinci; Francis Bacon; Erasmo
de Roterdão; Montaigne; Thomas More; Giordano Bruno; Thomas Hobbes; Petrarca; Blaise
Pascal; Martinho Lutero.
Principais famílias que praticavam o mecenato: Médici; Sforza; Bórgias; Pazzi; Orsini; Della
Rovere.
QUESTÕES
1. O renascimento pode ser caracterizado como a retomada dos ideais greco-romanos, que
foram perdidos em grande parte no período medieval.
Certo ( ) Errado ( )
2. O iluminismo por ter íntima associação com o antropocentrismo, acabou deixando de
lado a religião.
Certo ( ) Errado ( )
3. O mecenato é a prática comum que ocorreu no período renascentista.
Certo ( ) Errado ( )
4. Em detrimento do humanismo medieval, é no período renascentista que se aflora de fato
o caráter teocêntrico de vida.
Certo ( ) Errado ( )
5. A criação da imprensa por Johannes Gutenberg teve um papel fundamental na divulgação
desse novo frenesi cultural renascentista, que tinha como expoente máximo a Alemanha.
75
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. E
5. E
GABARITO COMENTADO
1. Recuperar o modo de fazer ciência, arte e filosofia era o objetivo desse movimento.
2. Muitos dos artistas e filósofos eram religiosos. O que mais houve foi novos modos de
lidar com a religião, não um abandono por completo.
3. Consistia no financiamento de artistas e filósofos naturais (proto-cientistas) para trazer de
volta esplendor e efervescência cultural às cidades, a partir da retomada do modelo grego.
4. Na realidade o humanismo é visto como uma característica de íntima associação com o
movimento iluminista.
5. A criação da imprensa foi de fato super-relevante para propagar as novas ideias pelo
mundo, mas o principal local onde esse movimento se deu foi onde hoje é a Itália.
IX – REFORMA PROTESTANTE
76
Foi nesse contexto de afastamento entre os reis e a Igreja Católica e
descontentamento populacional que a Reforma Protestante surgiu. Aquele que deu o passo
inicial para esse movimento foi o alemão Martinho Lutero (1483~1546). Este era um doutor
em teologia que via uma incongruência naquilo que a Igreja pregava e suas práticas. Esse
seu descontentamento fez com que escreve-se 95 teses (cujo mito diz que o próprio Lutero
as pregou na porta da Igreja do Castelo, o que não ocorreu) que tinham como finalidade
propor reflexões e soluções em relação aos problemas que a Igreja Católica vinha se
colocando. Vejamos o que Lutero criticava:
*A venda de indulgências, que consistia na remissão dos pecados de um indivíduo no
quanto ele podia pagar para a Igreja, podendo ser parcial ou integralmente. Essa prática
tinha, inclusive, o apoio forte e direto do poder papal de Leão X, que via nesse processo uma
ferramenta valiosa para financiar a construção da nova Basílica de São pedro. Aliás, a tese
86 de Lutero tocava justamente nesse ponto: Indagando o porquê do papa, cuja fortuna
pessoal era uma das maiores de toda a Europa, não pagava do seu próprio bolso a
construção da Basílica em vez de retirar dos pobres e famintos, que representavam bem mais
de 90% de toda a Europa.
*A simonia era a negociação de coisas sagradas, como: a venda de cargos religiosos, que
teoricamente deveriam ter um processo diferente de escolha, que não o fator econômico; a
venda de supostas relíquias sagradas, que faziam parte da vida dos personagens mitológicos
cristãos.
*A lacuna entre teoria e prática dos religiosos. A pregação de tanta moralidade não tinha era
concretizada pelas condutas das figuras religiosas e daqueles que apoiavam esse círculo.
Essa era a chamada crise moral, um dos fatores mais determinantes para a empreitada de
Lutero.
A reação da Igreja não foi das melhores. O próprio papa Leão X redigiu um
documento (era uma bula pontifícia que reconhecia, inclusive, 54 das teses feitas por Lutero)
condenando Lutero e exigindo que o mesmo se retratasse. Lutero discordando queimou
a bula pontifícia em público. Esse seu ato teve como efeitos a imputação de Lutero como
herege por parte de uma assembleia convocada por Carlos V. Todavia Lutero foi acolhido
e protegido pela nobreza alemã, se dedicando à tradução da bíblia do latim para o alemão,
além de desenvolver os alicerces da nova religião.
É interessante notar que as datas que separavam os eventos relatados no parágrafo
anterior: as teses de Lutero apareceram em público no final de 1517; a bula papal de Leão X
só foi redigida em 1520; e Lutero só foi declarado herege em 1521. Nesse grande intervalo
de tempo as teses de Lutero já tinham circulado toda a Europa. Vale lembrar que a máquina
de impressão, feita por Gutenberg em 1430, já existia e, mais ainda, Lutero morava
justamente na Alemanha, mesmo local onde fora criada a máquina e que podia se gabar de
uma grande liberdade e letramento por parte da população, inclusive quando comparado
com outros países europeus.
77
Imprensa de Gutenberg, 1440
78
A partir desse cenário de tensão do mundo religioso com seus conflitos morais,
a Europa tornou-se palco de uma série de conflitos. Até que em 1555 foi assinado
o acordo de “Paz de Ausburgo”, onde se pontuava que caberia a cada
governante dentro do Sacro Império escolher sua religião e a de seus súditos.
Contudo foram feitas várias medidas pela Igreja Católica para manter os fiéis em
seu domínio. Outras medidas foram adotadas mais no sentido de estender seu
poder, a criação da Companhia de Jesus (em 1534) foi uma delas. Os membros
dessa companhia eram conhecidos como jesuítas, estes se concentraram,
sobretudo, no esforço de catequizar os povos das colônias recém-conquistadas
pelos europeus, que estavam localizadas principalmente na América do Sul.
TENHA EM MENTE
QUESTÕES
1. A crise moral vivida pela Igreja Católica foi um dos pilares que conduziu a
escrita das teses de Lutero.
Certo ( ) Errado ( )
2. O poder papal perdeu suas forças devido o crescimento de Estados Nacionais
Absolutistas durante o período da Reforma Protestante.
Certo ( ) Errado ( )
3. Pelo fato de Lutero ter sido declarado herege e suas teses terem sido
condenadas, o seu pensamento acabou se esvaindo e não foi aproveitado pela
Europa.
Certo ( ) Errado ( )
4. Lutero prega 95 teses na Igreja do Reino, onde fez críticas duríssimas e odiosas
aos atos católicos do período.
79
Certo ( ) Errado ( )
5. Uma das estratégias da Igreja Católica durante esse período foi priorizar a
catequização dos habitantes das colônias europeias.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. E
5. C
GABARITO COMENTADO
X – EXPANSÕES MARÍTIMAS
80
novas terras (o que de fato ocorreu, a América foi a recompensa por esse
desbravamento). Os próprios portugueses já tinham redescoberto as Ilhas
Canárias em meados de 1336 (um conjunto de ilhas que se localiza
aproximadamente a 1150 km da costa africana). Por que digo redescoberto? Pelo
fato dos povos da antiguidade já terem pisado lá. Fenícios, cartagineses e
gregos estabeleceram contato com essas terras há muito tempo, o que
sabemos por inúmeras evidências arqueológicas. Ou seja, esse espírito
desbravador já data de muito tempo. A diferença é que com as expansões
marítimas alguns países europeus faziam um percurso cada vez mais longe da
costa africana, a fim de se encontrar terras intocáveis para exercer sua soberania
(o destaque vai para Portugal e Espanha). Mas, afinal, quais eram as motivações
centrais para essa inquietação em descobrir novas terras?
*Optamos por nos deter nas navegações portuguesas, o que é mais
pertinente por duas razões: ser a maior potência da época e por já adiantar
nosso conteúdo quando à História do Brasil.
A situação da Europa não estava tão fácil quando vemos a relação entre
importações e exportações. Vários dos países tinham uma balança comercial
desregulada, onde as importações superavam as exportações. E muito disso
derivava do grande domínio oriental em relação aos produtos, os países do
oriente detinham as chamadas especiarias (produtos naturais com aromas e
sabores marcantes, que eram bastante requisitados na culinária da época). O
transporte dessas mercadorias era por demais lento e custoso. As mercadorias
orientais costumavam vir por rotas terrestres, por meio das chamadas caravanas;
esses produtos chegavam pelo mar Mediterrâneo e eram descarregados no
território italiano. Era em Gênova e Veneza (principalmente) que essas
mercadorias se concentravam e esse fato era motivo de descontentamento de
vários países europeus (Portugal era um deles).
Os preços dessas especiarias já eram bastante exorbitantes, o que piorava
ainda mais ao ter o povo italiano como intermediário dessa relação entre
Europa e Oriente. Quando somado esse pesadelo a alta dos preços dos metais,
Portugal teve que acelerar ainda mais seu trabalho de descobridor de terras. Esses
fatores fizeram com que Portugal colocasse um objetivo em mente: achar um
caminho marítimo alternativo às índias para driblar as altas taxas italianas,
o que de fato ocorreu em 1492.
Mas isso não aquietou os ânimos portugueses. Achar o caminho às índias
era só uma maneira de não sair prejudicado pelos italianos, eram precisa algo a
mais. É aí que precisamos derrubar o mito de que o descobrimento de países
como o Brasil ou os EUA (em 1500 pelos portugueses e em 1492 pelos espanhóis,
81
respectivamente) foram ao acaso. Os capitães já sabiam da possibilidade de se
achar certas terras em suas expedições, pois temos certos indícios
contundentes disso. Portugal fez exatamente isso, os capitães traçando ao
longo do tempo rotas cada vez mais afastadas da costa africana, a fim de
achar a terra prometida.
82
• Aumento do mercado, dando-lhe uma estrutura quase que global.
• Nova hegemonia econômica para o fluxo do Atlântico (antes a
efervescência comercial se concentrava basicamente no Mar
Mediterrâneo).
• Consolidação da política mercantilista, que se situa entre o regime feudal
e o capitalismo propriamente dito.
• Explosão do intercâmbio cultural.
• Mudança nos preços dos metais, o que se deve a descoberta de metais na
América (o que veio a ocorrer mais fortemente em tempos tardios, pois
como sabemos de início metais como o ouro não foram tão encontrados).
QUESTÕES
GABARITO
1. E
83
2. C
3. E
4. E
5. E
GABARITO COMENTADO
XI – REVOLUÇÃO GLORIOSA
84
conquistando cada vez mais poder), em razão principalmente do eixo econômico
e do crescimento burguês.
James II era católico e algumas de suas ações estavam descontentando
setores da camada inglesa, principalmente o parlamento e a burguesia. O rei
conferia privilégios aos católicos, indicava oficiais católicos para compor as
forças armadas inglesas e tinha uma grande proximidade com a França, o que
preocupava muitos ingleses (na França a monarquia absolutista vigorava
fortemente e isso fazia de James ter esse relacionamento íntimo com o país). Esse
cenário se agravou quando James II assinou a Declaração de Indulgência, que
suspendia o poder da justiça penal contra os católicos. Já se não bastante isso,
mais tarde o rei dissolveu o parlamento de maneira formal e tentou criar um
novo, cujos membros lhe apoiariam em todas as ocasiões. Essas medidas árduas
pelo rei foram acompanhadas pelo nascimento de seu filho. Essa criança teria
direito ao trono inglês pelo fato de ser o primeiro herdeiro do sexo masculino
(apesar de Jaime II ter uma filha, o nascimento da criança a colocava como
legítima herdeira do trono). Esse evento foi o estopim para o parlamento, que via
no nascimento da criança a possibilidade de perpetuação do rei e de sua religião
católica. Isso fez com que o parlamento, nobres e burgueses se unissem e
convidassem a filha de Jaime II (Maria Stuart, que era protestante) e seu marido,
Guilherme de Orange (príncipe nos Países Baixos), a tomarem o lugar do rei Jaime
II.
Sete pessoas, entre nobres e eclesiásticos, pediram para que James, como
herdeiro legítimo do trono, invadisse a Inglaterra para exercer seu poder. Essa
requisição foi feita através de uma carta (de junho de 1688) que manifestava
toda a insatisfação da classe nobre e do povo em geral no que diz respeito suas
propriedades, seu credo e suas liberdades individuais, além de afirmar que o
príncipe Guilherme de Orange teria apoio popular em sua chegada. O fator
econômico e religioso predominava nessa insatisfação, James II era católico,
diferentemente dos incomodados com sua gestão, que eram protestantes.
Guilherme de Orange aceitou a proposta e se encaminhou para a
Inglaterra a fim de invadi-la. Mas surpreendentemente não houve violência
alguma quando ancorou no porto (apesar de anos mais tarde ter tido uma
resistência por parte dos escoceses e irlandeses). O rei Jaime II tentou fugir para
a França, sendo capturado, mas numa nova tentativa de fuga foi bem-sucedido.
Com o novo casal protestante no poder, o parlamento cria a Declaração
de Direitos, assinada pelos novos monarcas. Esse documento trouxe uma série
de princípios constitucionais, incluindo o direito de permanência do
parlamento, liberdade de expressão e eleições livres. Mas também vinham com
uma série de restrições, como: a proibição dos monarcas serem católicos; a ideia
de que qualquer mudança nos impostos ingleses deveria passar pelo aval do
parlamento; a escolha da sucessão real como incumbência do poder parlamentar;
e o impedimento de expropriação de propriedades privadas pelo poder real.
85
Diversos pesquisadores veem a Declaração de Direitos como um dos primeiros
passos para a criação das monarquias constitucionais e, mais tarde, das políticas
democráticas. Essa ideia de que as leis só podem valer ao passar por um corpo
parlamentar e não por um único agente ganha vida aqui com a Declaração de
Direitos, representada pela sua forma ainda protótipo. As consequências desse
documento foram grandes, quando se soma isso a disseminação dessas ideias,
vemos essa Revolução como símbolo para muitos dos eventos que viriam a
seguir, como é o caso das 13 colônias situadas na América do Norte.
QUESTÕES
GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. E
5. E
86
GABARITO COMENTADO
DEFINIÇÃO
87
As Treze Colônias eram costeiras, se localizavam perto das margens leste
dos Estados Unidos. E só posteriormente, em meados de 1865, após o fim da
guerra de secessão, os EUA começou de fato a preencher o território que
atualmente entendemos, com a famosa marcha para o oeste.
INTERFERÊNCIAS DA COROA
88
• Lei do selo: a determinação de que as publicações como contrato,
documentos públicos e até mesmo jornais, deveriam possuir um selo, cujo
preço seria pago à Coroa.
• Lei da moeda: proibia a emissão de papel-moeda nas Treze Colônias.
• Lei da hospedagem: obrigava os colonos americanos a abrigarem os
soldados ingleses da Coroa.
• Atos Townshed: aumentavam consideravelmente os impostos sobre
produtos como chá, vidros, corantes, além da criação de tributos
alfandegários nas Treze Colônias.
Esse conjunto de medidas foi recebida de maneira revoltante por parte dos
colonos, gerando uma série de boicotes e protestos. A Lei do Selo teve que,
inclusive, ser revogada devida tamanha perplexidade generalizada que
desencadeou. O estopim dessas incisões internas na autonomia das Treze
Colônias teve seu estopim quando a Coroa Inglesa decretou a chamada Lei do
Chá. Esta lei dizia que os chás produzidos pelas Treze Colônias só poderiam
ser vendidos pela Companhia das Índias Orientais, esse monopólio traria
sérios problemas para a economia dos colonos. Assim, em meio a esse absurdo,
cerca de 150 colonos, disfarçados de índios, invadiram o porto de Boston e
jogaram quase 400 caixas de chás no mar (esse evento ficou apelidado de Festa
do Chá de Boston). A resposta da Inglaterra à revolta foi duríssima, o que ficou
conhecido pelos colonos como Leis Intoleráveis, quais sejam:
• O fechamento do porto de Boston.
• O direito de reunião foi suspenso.
• A colônia de Massachusetts foi ocupada por várias tropas da Coroa.
• Tornou-se obrigatório que os colonos que os colonos alimentassem e
cedessem abrigo as tropas inglesas que estavam no território das Treze
Colônias.
As Leis Intoleráveis aumentaram o número de revoltosos com a Coroa
Inglesa, mas ainda assim não criou um cenário de apoiadores suficientes para
lutar pela independência americana. Pouquíssimos eram aqueles partidários de
um movimento separatista, pois ainda havia muitos interesses e a esperança de
que as coisas eram simplesmente um mal entendido. Outros ainda tinham
simplesmente o desejo de mais representatividade, já que o parlamento era
constituído quase que totalmente por ingleses.
DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA
89
Apesar dessa falta de comunhão, foi organizado o Primeiro Congresso
Continental da Filadélfia. Doze das Treze Colônias se reuniram (com exceção da
Geórgia) para enviar uma carta ao rei onde se expunha a insatisfação com as
medidas recentes, mas que frisava em bom tom a lealdade dos colonos à Coroa.
Contudo, diferentemente do esperado, a reação do rei foi na contramão de
qualquer medida simpática, decretando que aumentasse o quantitativo de
tropas situadas nas colônias. Após essa ordem real, os primeiros conflitos
armados entre colonos e ingleses insurgiram.
A atitude da Coroa teve como consequência o Segundo Congresso
Continental da Filadélfia, que, dessa vez, contou com a participação de todos
os membros das Treze Colônias. Ficou acordado que tinha se tornado inviável que
os colonos vivessem sob o domínio britânico e suas novas atitudes incisivas e
prejudiciais. A partir desse congresso que surgiu a Declaração de
Independência dos Estados Unidos (escrita por Thomas Jefferson, onde se nota
uma grande influência iluminista), cuja publicação ocorreu em 4 de julho de 1776
trazendo em seu bojo 27 causas que explicitavam a impossibilidade de se manter
a atual relação colonial entre as partes. A partir daí se inicia o período chamado
de Guerra de Independência, que durou cerca de cinco anos.
GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
90
de Independência, a aliança formada com os espanhóis e, principalmente, com a
França. Pois apesar dos britânicos serem econômica e militarmente mais fortes
que os colonos, o quantitativo de homens que estavam do lado do Exército
Continental foi derradeiro para a vitória. Era uma briga entre a primeira potência
da época (a Coroa) e a segunda potência da época (as Treze Colônias), o
desbalanceamento nesse embate foi a ajuda francesa e espanhola.
QUESTÕES
1. A Lei do Açúcar foi aquela que gerou mais insatisfação dentre as leis feitas
durante a política intervencionista inglesa no território das 13 colônias.
Certo ( ) Errado ( )
2. Apesar dos colonos serem os mais revoltados com as medidas
intervencionistas por parte da Coroa, eles não eram os únicos interessados na
guerra, que contava com a grande participação de franceses e espanhóis.
Certo ( ) Errado ( )
3. Antes da Independência Estadunidense, as colônias não tinham tanta
autonomia, o que era resultado dos grandes fluxos econômicos que a região
propiciava para a Coroa.
Certo ( ) Errado ( )
4. Era unânime o movimento separatista dentre os colonos.
Certo ( ) Errado ( )
5. A Revolução Gloriosa fez a burguesia inglesa retomar imediatamente sua
política intervencionista nas 13 colônias.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. E
5. E
91
GABARITO COMENTADO
1. Apesar de também ter sido ferrenha, na realidade foi a Lei do Chá que
ocasionou mais insatisfação, estipulando o monopólio pela Companhia das Índias
Orientais sobre todos os chás produzidos pelas 13 colônias. Essa lei ocasionou o
evento conhecido como Festa do Chá.
2. Os interesses franceses e espanhóis eram, sobretudo, fruto do revanchismo de
guerras passadas e do objetivo de diminuir a força da economia britânica no
mundo europeu.
3. Na realidade já não havia muito interesse nas 13 colônias por parte dos
ingleses, os custos eram altas, as mercadorias já não eram novidade e as reservas
de ouro estavam escassas.
4. Nem todos os colonos desejavam a independência da Coroa, nem mesmo
durante a guerra.
5. A Primeira Revolução Gloriosa que ocasionou a retomada da intervenção direta
nas 13 colônias. Isso decorreu devido à mentalidade expansionista da burguesia
de dominar novos mercados.
92
Essa primeira revolução dos processos produtivos foi um alargamento e
intensificação dos chamados ofícios a que a classe burguesa se empreendia para
criar suas mercadorias. Estes ocorriam de modo mais recluso, em casa ou oficinas.
A diferença agora é que houve a criação de fábricas. E se antes uma pessoa se
encarregava de todo o processo manualmente, agora o processo produtivo
adentrou na lógica de divisão do trabalho. Assim, cada pessoa ficava
encarregada de certa tarefa, de apenas uma parte do longo processo produtivo
da mercadoria. Essa mudança veio acompanhada de outra, o aparecimento de
máquinas para as mais diversas tarefas. O surgimento desse mundo maquinário
teve consequências na velocidade de produção, que atingiu níveis nunca antes
vistos, aumentando os lucros, mas diminuindo o número de empregados
necessários, já que onde havia máquinas era necessário menos gente.
Essas fábricas se inclinavam principalmente para a produção de produtos
têxteis e pela procura de carvão. Os primeiros foram a principal fonte de
exportação da Inglaterra, cerca de 90% desse tipo de produto ia para outros
países. Já o carvão era uma demanda para alimentar o maquinário inglês. Nesse
período surgiram as máquinas a vapor, que eram usadas nos mais diversos
processos de produção, facilitando e automatizando o trabalho. Em 1800, Richard
Trevithick, criou uma locomotiva a vapor, o que se tornou nas décadas seguintes
o principal meio de transporte humano e de mercadorias. Mais tarde
apareceram os navios a vapor, o que fez da força naval inglesa ainda mais
proeminente.
93
que foi objeto de exploração para manter seus maquinários. Estes últimos eram
feitos muitas das vezes com ferro, outro recurso muito farto no país.
Mas nem tudo são flores. Toda essa grandiosa revolução veio
acompanhada de problemas muito grandes também. O estabelecimento das
máquinas como o novo centro a nova estrela de produção, expulsou as pessoas
do mercado de trabalho, o desemprego estourou. A política de cercamentos
exigia dos pequenos proprietários títulos de suas respectivas propriedades. Como
muitos não possuíam, acabavam sendo retirados de suas terras, implicando um
grande êxodo rural. Isso fez com que pessoas desesperadas por dinheiro,
aceitassem qualquer tipo de trabalho, nas mais terríveis condições. Esse
deslocamento em massa foi um prato cheio para a exploração do trabalho
humano. As fábricas tinham, muitas das vezes, mais crianças do que adultos. Tal
fato era consequência dos baixos salários pagos, que ficavam na casa dos
centavos (muitas vezes abaixo do nível de subsistência), fazendo com que os pais
mal conseguissem se sustentar e colocassem os filhos para trabalhar também. A
jornada de trabalho desumana chegava a 16 horas e não havia amparo
trabalhista algum para essas pessoas.
94
primeiros arranha-céus, pontes de mais de 400 metros ligando cidades (com o
uso do aço) e malhas ferroviárias que uniam o país (possibilitando o escoamento
de produtos numa velocidade nunca antes vista, aumentando os lucros, etc.).
Mas onde tudo isso teve seu berço mais proeminente? Os Estados Unidos
foi um dos pioneiros da Segunda Revolução Industrial. Talvez o maior expoente
dessa nova lógica tenha sido o que chamamos de fordismo. Henry Ford foi o
cofundador da empresa de carros norte-americana Ford, tendo sido aquele que
empreendeu a produção em massa (os carros se popularizaram de forma
exponencial e surpreendente, ampliando o acesso a seus produtos) de maneira
exemplar. Aquela lógica de divisão de trabalho já presente na Primeira
Revolução Industrial, se torna ainda mais forte aqui, onde Henry Ford conseguiu
aplicar métodos simples para se construir um carro em cerca de uma hora (com
a política do menor custo e menor tempo), por empregados que simplesmente
faziam o papel de encaixar peças. Esse método de produção foi adotado por
várias outras indústrias, que, por assim dizer, desmanchavam o processo de
produção e davam em mãos de empregados que exerciam atividades bem
simplórias. Tanto que o fordismo é visto como um modo de vida e essa visão
não é uma mera interpretação dos estudiosos. O próprio Henry Ford assumia essa
postura, querendo fazer o modo de vida americano beber desse processo de
produção.
Com todo esse novo mundo, muito promissor para aqueles que levavam
uma vida mais difícil, o inchaço urbano veio como uma bomba. Mas devido as
péssimas condições de trabalho, vários grupos foram desgastados e
marginalizados. O atrativo se tornava um pesadelo para alguns. Outro ponto que
eclodiu foi o imperialismo, que na necessidade de crescimento de mercado
desses países, os mesmos incidiam fortemente em países menos favorecidos, a
fim de encantá-los com o modo de vida próprio de sua cultura. Esses países viam
nos EUA e em outros, como a Alemanha, um ideal, um progresso que deveria ser
copiado. O cenário de dominação estava montado. O problema era que a verdade
era encoberta, muito do progresso que aparecia nas propagandas para os países
subalternos era dos grandes empresários, a vida dos favorecidos. Os
trabalhadores de fato e as mazelas da vida comum não ganhavam tanta
evidência. Aqueles problemas típicos da Primeira Revolução Industrial ainda
tinham vida aqui, pouco tinha mudado.
95
Crianças trabalhando numa mina de carvão da Pensilvânia,
EUA, 1911. Lewis Hine/The U.S. National Archives.
QUESTÕES
96
GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. E
5. C
GABARITO COMENTADO
1. Exatamente.
2. Alguns autores defendem a tese de que ambas as revoluções são frutos de um
único processo, o processo de industrialização.
3. O fordismo consistia num processo de produção hiper-dividido, com atividades
simples e que propiciou a produção em massa.
4. A Primeira Revolução Industrial se aproveitou do êxodo rural para explorar a
mão de obra barata e o desespero das populações, criando uma nova
mentalidade de trabalho, o modelo industrial de produção.
5. A burguesia inglesa foi essencial para essa revolução, essa classe foi
consolidada a partir das medidas da Revolução Gloriosa, que surtiu efeitos na
construção de um novo cenário ainda mais frutífero.
XIV – ILUMINISMO
Leitura da tragédia da “Orfã da China” de Voltaire no salão de Marie Thérèse Rodet Geoffrin, por
Lemonnier. Vemos o busto de Voltaire ao fundo.
97
O iluminismo é visto tanto como um movimento, um espírito de época.
Muitos estudiosos dizem que seu aparecimento se deu em função das revoluções
inglesas e das mudanças científicas a que o mundo passava, como o
entendimento de que não éramos o centro do universo. Teve sua principal força
na França, onde através de, principalmente, filósofos pretendeu fazer da razão e
da autonomia de pensamento os carros-chefes da época. Seu aparecimento se
deu no meio do século XVIII e não ficou restrito à França, mas teve suas bases
também nos atuais países da Alemanha, da Inglaterra e até mesmo da Escócia.
Hoje é visto como um marco que tentou trazer o esclarecimento das coisas
através da razão, de iluminar as intempéries da ignorância, da necessidade de
expor as ideias já encrostadas na sociedade à luz da razão; mas também como
um movimento limitado e cheio de críticas a respeito, principalmente, no que diz
respeito ao seu alcance.
A ciência (ainda insurgente, chamada de filosofia natural) e crítica, própria
dos questionamentos filosóficos, seriam a centralidade dessa proposta, que, em
grande parte, tentou se desvirtuar de qualquer tipo de dogmatismo. A razão,
como instrumento, não era capaz de se alcançar uma mente iluminada, era
necessário a liberdade para tal, sem essa condição não havia margem para a
razão se exercer. Esses dois elementos, razão e liberdade, conduziriam o ser
humano ao avanço. Há dois pontos interessantes que podemos tirar daqui: o
primeiro é a falácia de que esse movimento foi desprovido de dogmatismo, pois
para além do fato de que ele mesmo é um dogmatismo, podemos ver também
que as práticas religiosas ainda estavam presentes na vida desses filósofos (apesar
das reinterpretações que alguns promoveram); o segundo é que muitos sabiam
do perigo que era falar de tais assuntos, dado que estamos falando de uma época
onde a monarquia e a Igreja tinha aversão a esse tipo de pensamento. Veremos
esses dois pontos a seguir.
Os pensadores que encabeçaram o movimento iluminista viam nos gregos
e romanos um modo interessante de lidar com certas questões, como a ideia de
que o ser humano é mestre de seu destino, a maneira como os gregos olhavam
para as regularidades da natureza, princípios que nos regem, etc. (não é à toa que
o neoclassicismo apareceu nessa mesma época, as ligações entre iluminismo e o
academicismo são íntimas). Esse espírito de importação que os iluministas
tiveram do modo de vida dos gregos e romanos, fez com que alguns filósofos
criassem uma alternativa mais plausível do cristianismo, a fim de salvaguardar
esses novos ideias com a vida cristã. Dessa maneira, alguns adeptos do
iluminismo ensejaram uma mescla da fé cristã com formas de
neopaganíssimo, criando novas vertentes religiosas. Agora a moralidade tinha
seu sustentáculo na razão, não mais em credos que ditavam o que era uma
conduta correta. Assim, se cumpria esse requisito próprios dos iluministas de se
guiarem pelos ideais racionalistas, se afastando do hábito corriqueiro de se
praticar o bem por medo das consequências ou por interesse em recompensas
98
póstumas à vida (como alguns dos católicos entendiam), ou ainda, na própria vida
(como os calvinistas acreditavam, por exemplo). A conclusão é que o iluminismo
apesar de querer se afastar do dogmatismo, ainda conserva seus alicerces sobre
ele, os pensadores não jogaram fora os dogmas de suas religiões, mas sim
os reformularam.
Vale lembrar que quando o iluminismo surgiu o cenário para esse tipo de
debate ainda era perigoso, monarquias ainda viviam, a igreja tinha um poderia
enorme e muitos veriam esse movimento como uma tentativa de desvirtuar o
povo dos interesses dos poderosos. Essa tensão era bem conhecida por muitos
autores, tanto que é notável como muitos deles tinham cautela em falar acerca
desses assuntos.
A construção desse ser humano iluminista se baseava no estudo das
diversas dimensões da vida humana, sendo feito através das artes, da filosofia, da
literatura, da história, das ciências insurgentes, tal como a filosofia natural (aquilo
que podemos chamar de proto-física), etc. Essa visão acerca do processo
formativo contínuo desse cidadão autônomo e crítico, teve críticas de alguns
contemporâneos, sobretudo, que achavam essa perspectiva por demais teórica.
Outra crítica bastante feita ao espírito iluminista era o de que esse modo de vida,
baseado nos estudos e em todo esse requinte cultural, era por demais longe da
realidade vivida pela maioria esmagadora da população europeia da época. Isso
demonstrou, em parte, o fracasso do iluminismo, o seu alcance, passou longe de
ter sido um movimento que atingiu as massas. Só para se ter ideia, a porcentagem
de analfabetos era enorme. Assim, não bastava introduzir a importância de que
as pessoas deveriam ter autonomia na construção de seus saberes e
conhecimentos, era necessário políticas públicas para tal. Isso não implica que os
autores do período não estavam cientes disso, muito pelo contrário. Mas diz que
o alcance não foi efetivado. Marcando o iluminismo mais como uma teoria não
concretizada, uma utopia por ainda se realizar, um símbolo para as gerações que
estavam por vir, do que propriamente uma revolução na vida do europeu comum.
A Revolução Francesa foi marcada pelas influências dos iluministas.
E mais ainda, não basta fornecer o conhecimento para a população, ela
por si só se demonstra, muitas das vezes, incapaz de lidar com esses conteúdos.
Vemos muito disso nos dias atuais, onde as pessoas têm um mundo todo de
conhecimento em suas mãos, mas não conseguem filtrar nem sequer a verdade
de opiniões. Faltam muitos aspectos mais profundos para que haja de fato um
esclarecimento em massa na população. A era da informação fez emergir a ideia
de que certas nuances do iluminismo eram por demais utópicas.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ILUMINISMO
99
• Autonomia.
• Crítica.
• Antidogmatismo.
• Maior liberdade econômica (o iluminismo tinha grande relação com a
burguesia).
• Voltaire
• René Descartes
• John Locke
• Christian Wolff
• Jean-Jacques Rousseau
• Immanuel Kant
• Adam Smith
• Denis Diderot
• Montesquieu
• William Cullen
• James Anderson
• Benjamin Franklin
• Thomas Jefferson
QUESTÕES
GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
5. C
GABARITO COMENTADO
XV – REVOLUÇÃO FRANCESA
CONTEXTO
Com toda certeza a Revolução Francesa foi uma das maiores revoluções
que o mundo já viu. Se olharmos bem perceberemos que a monarquia, seja ela
101
amparada na constituição ou originada da ordem divina, é quase lei na história
da humanidade. Apesar de ter havido ali na Grécia, por um breve período, um
respiro de “liberdade”, desde as primeiras civilizações, como a Mesopotâmia, essa
forma de governa impera. A Revolução Francesa é um símbolo, porque a partir
dela no mundo todo foi plantada a semente de uma nova ordem. Não é à toa
que o ano de 1789 da Revolução Francesa é o marco que separa a Idade Moderna
da Idade Contemporânea.
SOCIEDADE
102
*A França do século XVIII, apesar de ter sido palco de vários movimentos
considerados progressistas, ainda estava sob o domínio da monarquia. O
absolutismo monárquico era a forma de governo, onde o rei Luís XVI
personificava o Estado, sendo aquele que detinha em sua pessoa os poderes
executivo, legislativo e judiciário. Nesse sentido, a sociedade francesa do
período pode ser dividida em 3 camadas:
A ASSEMBLEIA E O JURAMENTO
Diante do clima de tensão em que estava a vida francesa, o rei Luís XVI
decidiu fazer uma reunião para se deliberar acerca dos dois assuntos que mais
estavam em voga, a política e a economia. A última vez que os monarcas tinham
usado desse poder para se convocar uma assembleia que reunisse os três estados
tinha sido em 1614. Assim, ficou acordado que no dia 1º de Maio os
representantes dos três estados se reuniriam a fim de ajustar os rumos da França,
através da Assembleia dos Estados Gerais. Contudo, apesar do Terceiro Estado
ter quase metade dos 1200 delegados, tanto o Clero quanto a Nobreza queriam
103
que a votação ocorresse por meio do Estado, em que cada um dos três tivesse
direito a um voto. A associação entre o Primeiro Estado e o Segundo Estado
era clara e isso tinha como consequência a impossibilidade de que o Terceiro
Estado conseguisse efetivar sua vontade perante essa maioria de dois contra
um. O que se seguiu foi que a vitória do Clero e da Nobreza tornou-os imunes
do aumento de impostos, enquanto que o Terceiro Estado arcou com toda a
dívida.
104
Em agosto de 1789 a Assembleia instituiu a Declaração de Direitos do
Homem e do Cidadão, documento importantíssimo para a democracia e
bastante estudado no âmbito do Direito. Nele se estabelecia uma série de 17
artigos, dentre os quais se destaca a igualdade entre os homens, onde fazia da
população francesa não mais meros súditos, mas cidadãos franceses dotados
de direitos positivados. Já em 1791 foi promulgada a Constituição Francesa, que
assegurava diversos direitos e deveres importantes aos cidadãos, como o fim do
dízimo e o voto censitário. O rei Luís XVI, ainda vivo, foi pressionado a aceitar tais
documentos. A partir daí a França viveu seu primeiro governo pós-revolução,
através da Monarquia Constitucional entre os anos de 1791 e 1792.
MONARQUIA CONSTITUCIONAL
Com receio das atitudes radicais dos jacobinos, o rei Luís XVI articulou uma
estratégia ofensiva contrarrevolucionária, cujo apoio veio das monarquias
prussiana e austríaca, temerosas que essas ideias se espalhassem por seus
territórios. Apesar da tensão, a população parisiense teve uma resposta rápida
diante dessa investida, descobrindo a artimanha usada pelo rei, prendendo-o
juntamente dos membros da família real. Vários nobres, incluindo o rei e sua
esposa, Maria Antonieta, foram decepados pela guilhotina em 1793, dando fim a
Monarquia Constitucional.
CONVENÇÃO
105
Com o fim do domínio da família real, os jacobinos conseguiram emplacar.
Uma das primeiras ações feitas pelo viés radical da revolução foi o de dissolver a
Assembleia Constituinte, instaurando um novo parlamento. Esse período foi
marcado pela criação da Convenção Nacional, que sob o comando jacobino,
instaurou a chamada Fase do Terror, em referência ao uso desenfreado da
guilhotina como meio de limpar a oposição do cenário e de espalhar o medo
àqueles que tentarem se opuser ao novo governo. Certos dados mostram que
cerca de 40 mil pessoas foram mortas nessa fase da revolução.
Esse governo durou de 1792 a 1794 e teve como seus principais expoentes
Robespierre, Danton e Saint-Just, cujo apoio vinha das classes mais pobres e
médias da população, como comerciantes, trabalhadores e camponeses. Contudo
não podemos demarcar esse período só por suas qualidades negativas, houveram
também alguns avanços significativos: além dos já citados documentos, em
grande parte encabeçado por essa ala radical, os jacobinos aboliram a
escravidão nas colônias francesas; dividiram as grandes propriedades para
aqueles que não haviam alguma; implementaram o tabelamento dos preços,
evitando os habituais aumentos absurdos dos alimentos mais básicos; e, inclusive,
fizeram com que a educação fosse obrigatória e gratuita.
DIRETÓRIO
106
eram maioria girondina) para chefiar o país. Contudo o Diretório foi se tornando
impopular, as pessoas o achavam ineficaz para tratar das questões sociais e
altamente corrupto. Esse descontentamento criava um clima de tensão no cenário
francês, abrindo portas até mesmo para uma nova retomada radical por parte dos
jacobinos.
DOMÍNIO NAPOLEÔNICO
Foi nesse contexto que surgiu a figura de Napoleão, como aquele que iria
colocar ordem na França. Bonaparte criou sua fama muito rápido, com diversas
vitórias nas batalhas contra os monarcas adjacentes à França, tendo sido,
inclusive, nomeado como protetor da república, símbolo do expurgo dos
monarcas que ainda tentavam fazer parte do governo. A sua fama já era grande,
principalmente na ala militar francesa. Ao voltar do Egito, vendo a instabilidade
político-social que a França se encontrava, Bonaparte decidiu se unir a uma trama
conspiratória, que instaurou uma nova ordem no país, chefiada por três membros.
Tal evento ficou conhecido como o Golpe de 18 de Brumário (nome de um dos
meses do novo calendário francês implantado), dando início ao período
denominado de Consulado. Para muitos historiadores esse novo momento da
política francesa é o fim do período revolucionário. Mas vejamos resumidamente
como se seguiu a trajetória da França nesse período.
107
A Coroação de Napoleão, de Jacques-Louis David, 1807.
TENHA EM MENTE
QUESTÕES
108
1. Os jacobinos eram aqueles que queriam instaurar a república, considerados
menos radicais do que os girondinos.
Certo ( ) Errado ( )
2. A Revolução Francesa pode ser identificada com o evento da Queda da
Bastilha, em julho de 1789.
Certo ( ) Errado ( )
3. A perda do Terceiro Estado na votação a respeito do aumento de impostos
feito na Assembleia dos Estados Gerais foi justa, já que essa camada possuía mais
delegados.
Certo ( ) Errado ( )
4. Uma das situações que proporcionou a Revolução Francesa foi a desigualdade,
que aumentou muito no período entre 1770 e 1780, sobretudo devido as
péssimas colheitas.
Certo ( ) Errado ( )
5. Napoleão respeitava os princípios dos revolucionários franceses de maneira
integral, até mesmo no que tange as colônias.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. C
5. E
GABARITO COMENTADO
109
3. Apesar de o Terceiro Estado ter de fato mais delegados do que os outros dois
Estados, a votação não ocorreu por indivíduo, mas por Estado. Essa injustiça fez
com que o aumento de impostos incidisse somente no Terceiro Estado.
4. O aumento da desigualdade foi crucial para o movimento, onde ficou ainda
mais notória a diferença entre os nobres e o povo comum francês. Isso fez
despertar incoerências e questionamento sobre o atual status quo.
5. Na realidade, napoleão ia na contramão dos revolucionários, que pregaram a
libertação das colônias francesas. Esse é um dos motivos de Bonaparte ser uma
figura contraditória, pois queria a libertação dos povos no âmbito interno, mas
fomentava a colonização francesa em outras regiões.
ANTECEDENTES
110
• IMPERIALISMO: foi e ainda é uma prática usada por nações poderosas a
fim de dominar os povos oriundos de territórios mais pobres, implantando
ideologias e mercados, subjulgando politicamente a seus interesses,
exercendo o controle de várias formas possíveis. Muitas vezes ele é
associado com o capitalismo, que busca expandir sua influência
econômica e cultural ao se aproveitar dessas relações, mas não só os
países capitalistas fazem isso, outras ideologias atuam de maneira
semelhante. Fato é que esse movimento está associado com crescente
expansão europeia pelo mundo que ocorreu a partir de 1870. Os países
europeus tinham essa prática, mas certas nações intensificaram esse modo
de agir, buscando uma expansão além da econômica e cultural,
aumentando seu poder militar a fim de conseguir uma expansão
territorial. Tal prática foi encabeçada justamente por países da Potência
Central ou Tríplice Aliança, a dizer: Império Alemão, Império Austro-
húngaro e Império Otomano.
111
e Autro-húngaro viam ali a possibilidade de construir uma estrada de ferro
entre Berlim e Bagdá, a fim de aumentar suas economias.
*Uma série de outros motivos podem entrar nessa lista também, como:
ESTOPIM
112
28 de julho de 1914, data que é considerada o início da Primeira Guerra Mundial.
Mas, obviamente, as declarações não pararam por aí. Como a Sérvia tinha forte
aliança com a Rússia, esta última declarou guerra ao Império austro-húngaro,
que, por sua vez, tinha aliança com a Alemanha, que também entrou na guerra,
declarando guerra à Rússia. Assim, tanto a França quanto a Inglaterra entraram
na guerra em função de suas respectivas alianças e do medo das proporções que
esse imperialismo podia ocasionar. Vários países entraram na guerra de início,
outros só foram participar do confronto tempos mais tarde (veremos isso em
tempo oportuno).
FASES
113
da Tríplice Aliança fez com que eles mudassem de estratégia drasticamente, era
preciso segurar o espaço conquistado por esse pouco avanço.
Essa grande aglomeração e sujeira presente nas valas, onde tinha bastante
excreção e sangue, foi favorável a transmissão de doenças. Aliás, foi no período
final da guerra que se emergiu uma das maiores epidemias de todos os tempos,
a gripe espanhola (dezembro de 1918 a dezembro de 2020). Seu nome deriva
do fato de ter sido a Espanha o primeiro país a divulgar pela imprensa a existência
dessa gripe. Os outros países que estavam no confronto não quiseram divulgar a
existência de casos em seu povo, já que acreditavam se fizessem isso seria dar
uma vantagem informacional ao inimigo.
114
bastante comum no círculo de pesquisa dos historiadores é super válida, visto
que houve um avanço tecnológico nunca antes visto nesse curto período de
quatro anos.
A Itália era pra ter entrado na guerra junto da Tríplice Aliança, mas os
italianos achavam que os territórios prometidos pela aliança não lhes seriam
dados, isso fez com que mantivessem a neutralidade. Contudo, em maio de 1915,
a Tríplice Entente prometeu territórios austro-húngaros à Itália, o que a fez
declarar guerra ao Império Austro-húngaro (mas não a Alemanha). Isso mudou
bastante a situação da Europa, desfavorecendo as forças da Tríplice Aliança.
*Na guerra de trincheiras houve até mesmo uma trégua para se comemorar
o natal. Franceses e alemães, no dia 25 de dezembro de 1914,
confraternizaram com as partidas de futebol na “terra de ninguém”. Esse
fato foi símbolo da possibilidade de paz em meio a barbárie da guerra.
CONSEQUÊNCIAS
TRATADO DE VERSALHES
116
LIGA DAS NAÇÕES
É muito comum de se associar a criação das Liga das Nações como uma
das consequências imediatas da Primeira Guerra Mundial, ocorrendo no Palácio
de Versalhes, junto com a assinatura do Tratado de Versalhes. Mas não foi bem
assim. Na verdade, o que ocorreu na reunião foi só a proposta de fundação da
chamada Associação Geral das Nações, que ocorreu no discurso de Woodrow
Wilson. Mas só mais tarde, em janeiro de 1920, que foi criada a Liga das Nações,
cuja função seria a de mediar disputas internacionais e fomentar a cooperação
entre os países. Fato é que os EUA, apesar de terem sugerido a criação de uma
organização desse tipo através do presidente, acabou não entrando na Liga das
Nações em função do movimento opositor do Congresso dos EUA.
CONSOLIDAÇÃO ESTADUNIDENSE
DESTRUIÇÃO EUROPEIA
O fim dos três Impérios Centrais que existiam na Europa, Impérios austro-
húngaro, otomano e alemão, não deu um fim no sentimento nacionalista desses
povos, podemos dizer que ele foi simplesmente adormecido, acordando
novamente em meados da década de 20 e 30 do século XX.
117
DIVISÃO DE VÁRIOS PAÍSES
QUESTÕES
118
5. O Plano Schlieffen contava com a fraqueza russa e a demora francesa para
deslocar suas tropas.
Certo ( ) Errado ( )
6. A retirada da Rússia da guerra foi em função da Revolução Russa e foi feito
através do Tratado de Brest-Litovsk, que apesar de exigir sanções econômicas da
Rússia, não a fez perder territórios.
Certo ( ) Errado ( )
7. A gripe espanhola surgiu esteve no contexto da Primeira Guerra Mundial, e seu
nome deriva do fato da gripe ter origem espanhola.
Certo ( ) Errado ( )
8. A promessa de porções austro-húngaros a Itália fez com que os italianos
declarassem guerra à Tríplice Aliança.
Certo ( ) Errado ( )
9. Os 14 pontos de Woodrow Wilson foram usados pela Alemanha nazista para
criar uma imagem dessa nação como a grande humilhada na Grande Guerra.
Certo ( ) Errado ( )
10. O fim dos Impérios Centrais pôs fim também ao sentimento nacionalista que
pairava pela Europa.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. E
6. E
7. E
8. E
9. C
10. E
GABARITO COMENTADO
119
1. O nacionalismo de fato constituiu elemento atrativo para jovens. Contudo
patriotismo se difere de nacionalismo. Este possuí sentimento de superioridade e
subjugação, já aquele tem mais empatia com o outro e se limita mais ao amor
pela própria nação.
2. Os Bálcãs eram palco de conflito entre nações imperialistas e povos eslavos
que desejavam a sua independência.
3. O Plano Schlieffen foi um fracasso, e isso fez com que o Império Alemão tivesse
que guardar a pouca posição conquistada na guerra, o que provocou a chamada
Guerra de Trincheiras, segunda fase da Grande Guerra.
4. A vontade de expandir as fronteiras das nações imperialistas criou um cenário
de atrito e tensão na Europa.
5. O Plano Schlieffen derivou da impossibilidade dos alemães lutarem ao mesmo
tempo no fronte ocidental e oriental. E diante disso os militares alemães
apostavam em duas situações: contavam com a fraqueza francesa e a lentidão
russa no deslocamento das tropas, porque a Rússia tinha acabado de sair de uma
guerra contra o Japão. Mas o resultado foi uma rápida resposta russa e uma
grande resistência francesa.
6. Na realidade a saída da Rússia por meio do tratado a fez perder territórios
importantes, como Finlândia, Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), Ucrânia,
Belarus e Polônia.
7. A gripe espanhola recebe esse nome devido ter sido a Espanha a primeira a
divulgar a existência dessa gripe na Europa. O acobertamento por parte de outras
nações se deu pelo fato de não quererem expor essa fraqueza aos inimigos em
meio a Grande Guerra.
8. Os territórios foram de fato prometidos, mas isso fez com que a Itália
declarasse guerra somente ao Império Austro-húngaro, que detinha o controle
desses territórios prometidos.
9. Exatamente. É notório o desbalanço do discurso hitlerista com os fatos
apresentados nos 14 pontos de Woodrow Wilson, já que esses confiscaram
apenas 10% do território alemão, indevidamente tomado, além de impor
indenizações, pagas conforme a situação da economia alemã (que, por fim, a
partir de certo ponto, nem eram pagos nem cobrados).
10. O desmanche dos impérios não eliminou o sentimento nacionalista, no
máximo o adormeceu por um tempo, pois logo ele ressurgiu no contexto prévia
da Segunda Guerra Mundial. O sentimento nacionalista é, aliás, um dos motivos
centrais da 2ª GM.
CONTEXTO
120
A Rússia durante o fim do século XIX era um país extremamente atrasado
quando comparado a muitos dos países europeus. A sua situação era bastante de
muitos famintos, de uma economia basicamente agrária e da concentração
populacional quase que toda no campo. A modernização do país parecia só uma
imagem distante da realidade. O país era governado pela mesma dinastia, a
Romanov, já há mais de 300 anos e o regime de servidão ainda era o condutor
da vida social.
REVOLUÇÃO DE 1905
121
pessoas foram mortas após se dirigirem ao palácio de inverno para protestar
por alimentos e reformas políticas. Esse evento ficou conhecido como
Domingo Sangrento e ocorreu em 22 de janeiro de 1905.
Assim, dois pontos fariam com que esse poder duplo se distanciasse ainda
mais e rompessem de vez. O primeiro era a discordância sobre a continuidade da
Rússia na guerra ou não. Os sovietes (que compunham a Assembleia de
Petrogado) eram favoráveis a saída do país da guerra, diferentemente do Governo
Provisório. O outro evento que afastou os dois grupos ainda mais foi a tentativa
de golpe por parte do general Kornilov, homem bastante associado ao Governo
122
Provisório dos liberais, que tentou instaurar uma ditadura militar. Assim, as
tensões entre a Duma (Governo Provisório) e os sovietes (Assembleia de
Petrogrado) aumentaram ainda mais.
QUESTÕES
123
Certo ( ) Errado ( )
2. Os sovietes eram os grandes partidários da saída russa da 1ª GM.
Certo ( ) Errado ( )
3. A Rússia no fim do século XIX era uma sociedade já industrializada, cujo regime
de servidão tinha sido abandonado na metade do mesmo século.
Certo ( ) Errado ( )
4. O Domingo Sangrento guarda relações com o fracasso russo na guerra contra
o Japão.
Certo ( ) Errado ( )
5. Os bolcheviques defendiam a criação de uma base sólida que favorecesse o
diálogo, apostando num acordo conciliatório com o Governo Provisório.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. E
GABARITO COMENTADO
1. Na realidade, o que se seguiu após a queda de Nicolau II, foi uma guerra civil
encenada por 4 exércitos: branco (monarquistas), preto (anarquistas), verde
(camponeses) e vermelho (sovietes).
2. Exato. Diferentemente da Duma (Governo Provisório), que apoiava a
continuidade russa na guerra.
3. A Rússia era um país agrário, quase sem industrialização e que ainda tinha
como modo de vida a servidão. Esse contexto só começa a mudar a partir da
derrota da Rússia na Guerra da Crimeia, que faz o czar Alexandre II reinventar o
cenário a fim de acalmar os ânimos.
4. A derrota russa na guerra contra os japoneses fez com que se acentuasse ainda
mais a miséria populacional. Esse cenário de revolta culminou na reunião de
protestantes, que pediam por reformas política e por alimentos, em janeiro de
1905. A morte dessas pessoas é conhecida como Domingo Sangrento.
124
5. A criação de um diálogo era defendida pelos mencheviques. Já os bolcheviques
queriam tomar o poder através da força, através de um golpe. Ambos,
bolcheviques e mencheviques, eram sovietes (membros da Assembleia de
Petrogrado)
CONTEXTO
A CRISE DE 29
125
sendo nem uma ameaça para o mercado estadunidense nem uma grande
compradora do mesmo).
126
A hegemonia americana, que controlava a maior parte das exportações e
empréstimos do cenário mundial, sofreu uma queda de quase metade de seu PIB.
Mas na Europa o cenário foi outro, talvez mais devastador que o americano, já
que esses países não chegavam nem perto do poder econômico da nação
estadunidense. Essa crise foi não só assolou a Europa, como foi usada para
alavancar ainda mais ódio e remorsos nos países imperialistas na época.
MOVIMENTO NAZIFASCISTA
O nazismo, por sua vez, surgiu na Alemanha com Adolf Hitler. O termo
nazismo designa uma ideologia que traz em seu bojo uma série de características
problemáticas. Assim, foi criado toda uma “cultura nazista” que se disseminou
pela Alemanha, tendo como pontos principais: a militarização, a fim de perpetuar
o medo nos dissidentes; o culto a Hitler, como figura messiânica, que poria fim
às mazelas alemãs; a perpetuação de que os germânicos eram uma raça humana
127
superior (eugenia) e, por isso, teriam direito de subjugar as outras; o fomento ao
nacionalismo; a criação de enredo falsa de que o principal culpado da situação
alemã eram os judeus (antissemitismo); a adoção do corporativismo como vetor
econômico; o ódio aos eslavos e comunistas (anticomunismo), além de ciganos
e negros; a constante repetição de que o povo alemão foi o grande humilhado
com o fim da Primeira Guerra Mundial, o que não era verdade (como já vimos
mais acima no tópico das consequências da Grande Guerra e como ainda
veremos no próximo tópico chamada Expansionismo Germânico; o uso
desenfreado da propaganda, encabeçada por Joseph Goebbels, Ministro da
Propaganda da Alemanha Nazista; entre outros.
EXPANSIONISMO GERMÂNICO
128
pelos povos germânicos, uma unificação dos povos arianos, um suposto ideal de
raça pura. Mas isso não se fez por si só, não foi apenas o ideário que moveu de
fato a política expansionista alemã, as crises econômicas e o chamado
revanchismo foram destaque em ferver os ânimos dessa nação. Essa sensação de
impotência generalizada impulsionou ainda mais a busca por uma solução
imediata, quase que a justificando.
129
ameaça a outras nações. A invasão da Polônia pelos alemães teve como
consequência dois dias depois a declaração de guerra por parte dos franceses e
ingleses.
OS LADOS DA GUERRA
FASES DA GUERRA
Vale lembrar que essa invasão da Polônia foi acordada pelos russos e
alemães, isso era uma das estratégias alemãs para conseguir anexar o
máximo de territórios possíveis e eliminar a grande ameaça a leste, a Rússia.
Desse modo, Hitler poderia concentrar seus esforços na ala oeste da guerra,
130
através de uma nova estratégia de guerra chamada de blitzkrieg, marco da
primeira fase da 2ª GM (Guerra Mundial).
131
fornecedores bélicos. Essa posição privilegiada na guerra alavancou ainda
mais a economia americana, que em 2006 estava recebendo as últimas quantias
da dívida armamentista feita por russos e britânicos.
132
se deu por vários fatores, um dos mais emblemáticos era o de que cada casa,
cada rua avançada, demorava muito tempo, muitos recursos e muitas perdas
humanas. Era visível um interesse muito forte dos dois lados do conflito,
tanto de alemães quanto de russos. Como já dito, a Alemanha tinha interesse
nos recursos naturais que o centro industrial de Stalingrado possuía. Por outro
lado, a cidade era um símbolo para os russos e motivo de orgulho de Stalin,
já que a cidade levava seu nome (O termo grado em Stalingrado quer dizer
cidade, cidade de Stalin). Perder a batalha era a derrota definitiva e isso não podia
acontecer para ambos os lados. Toda essa importância e tensão fez com que
fossem enviadas diversas tropas para o local.
Mas todo esse desgaste bélico pelo controle da cidade acabou quando a
União Soviética implementou a chamada Operação Urano. Este plano soviético
consistiu no envio de cerca de 1 milhão de soldados para cercar a cidade, o que
fez com que as tropas alemãs se rendessem. O fim da batalha teve três
consequências importantes: a primeira é de que pela primeira vez um marechal
alemão se rendeu; a segunda é a de que essa foi a primeira derrota alemã nessa
guerra, até então só tinha havido vitórias e embates indefinidos. Mas a terceira é
a de maior magnitude, a derrota na Batalha de Stalingrado é marcado como o
símbolo de reviravolta na guerra, pois a partir da vitória soviética os rumos da
guerra ficaram cada vez pior para os nazistas.
133
Assim, junto da investida das tropas russas a Berlim, uma outra massa bélica se
criou. Conhecida como a maior invasão marítima já feita, o Dia D teve como
objetivo libertar a França e Paris do domínio alemão, para depois marchar
rumo à vitória. EUA, Reino Unido, Canadá e as tropas restantes da França
invadiram a Normandia em 6 de junho de 1944, numa operação que contava com
quase de 160 mil soldados e 1500 tanques, que viam transportados pelos 5300
navios, além de um apoio de aproximadamente 12 mil aeronaves. Além do fronte
marítimo, haviam também uma quantidade enorme de paraquedistas, cuja
função era a de confundir o inimigo e atacar pela retaguarda.
O comando alemão sabia que uma operação desse nível isso ser
tentada a qualquer momento, mas não fazia ideia de onde ela viria e nem
quando chegaria. Nessa indecisão, mas na certeza de que seria na França, Hitler
ordenou o deslocamento de um grande número de tropas para o território
francês. Essa atitude o deixava quase que totalmente exposto no fronte oriental,
cuja força russa avançava, mas pelo menos o preparava para o ataque ainda mais
poderoso que estava por vir por parte dos outros aliados. Contudo seus esforços,
apesar de conseguirem atrasar essa imensidão bélica, não conseguiu impedir a
libertação de Paris e de toda a França. Menos de um ano depois os aliados e seu
poderoso exército conseguiu tomar Berlim, Hitler se suicidou (antes da rendição
alemã, que foi feita pelos comandantes) e a Alemanha assinou sua rendição
definitiva no dia 8 de maio de 1945. Nos últimos meses de guerra, a Alemanha,
sob o comando de Hitler, ordenou que qualquer um capaz de segurar uma arma
fosse colocado para defender a nação. Assim, idosos, mulheres (poucas nações
usavam as mulheres em campo de batalha, a União Soviética foi a única que de
fato colocou mulheres na zona de guerra) e crianças foram postos na batalha,
aqueles que recusavam, por vezes, eram mortos.
134
queriam ceder). Uma semana depois os EUA lançaram a segunda bomba atômica,
na cidade de Nagasaki. Mesmo após as duas bombas, parte do comando militar
japonês não queria se render, mas um tempo após a intervenção do imperador o
Japão se entregou. A rendição japonesa só veio quase um mês depois do primeiro
ataque nuclear.
HOLOCAUSTO
Com toda certeza o holocausto foi a maior barbárie de toda a humanidade.
Nunca antes um genocídio foi cometido contra tantas pessoas de forma tão cruel
e estratégica como durante o nazismo e o seu projeto de extermínio, acometido
principalmente contra os judeus. Foi lá que se desnacionalizou e
descaracterizou a humanidade das pessoas, deixando-as sob a forma de vida
nua, desprovida de qualquer direito. Cerca de 5 milhões de judeus foram
mortos durante o nazismo. Os campos de extermínio são responsáveis por mais
da metade dessas mortes, lugar onde os nazistas faziam uso de câmaras de gases
ou do fuzilamento para seus objetivos cruéis. Experimentos dos mais obscuros
que se possa imaginar também eram feitos lá e não havia qualquer distinção
entre adultos e crianças. Após o fim da Segunda Guerra Mundial foi criado o
tribunal de Nuremberg, com o propósito de julgar os líderes nazistas por seus
crimes contra a humanidade.
CONSEQUÊNCIAS DA 2ª GM
• A Coreia foi dividia em duas partes, uma zona era controlada pela União
Soviética e outra pelos EUA. Aqui já se via o desenho daquilo que seria
mais tarde a Guerra Fria.
135
• Não o fim, mas o adormecimento de ideologias ultranacionalistas.
QUESTÕES
GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. E
5. E
6. E
7. C
8. E
9. E
10. E
11. E
GABARITO COMENTADO
137
4. Na realidade, o fato de muitas pessoas estarem investindo é que fez estourar
a crise. Pois muitos desses investimentos estavam amparados em bases não
sólidas, especulativas. Quando o descompasso entre a falsa prosperidade e a
realidade ficaram grande, o sistema colapsou.
5. A ideia era ocupar os territórios, não importando se estavam ou não sob seu
domínio. Tanto que a política expansionista alemã era fundamentada, sobretudo,
nesse ponto de união dos povos germânicos.
6. Prática muito comum dos grupos paramilitares.
7. A primeira fase é marcada pelo Blitzkrieg, uma rápida e nova estratégia ofensiva
alemã. A segunda fase é a guinada da guerra, onde os aliados começam a vencer, justamente
a partir da Batalha de Stalingrado; já a terceira fase é o ultimato, bem representado pelo
famoso Dia D.
8. Houve inúmeras quebras do tratado, seja através do uso de armas, de invasão
de territórios, do aumento de soldados ou do discurso que pregava o ódio e a
guerra.
9. O pacto falava justamente nisso, na não invasão entre a Rússia e a Alemanha,
além de acordar a divisão da Polônia entre ambas nações.
10. Para alguns japoneses a honra era sim o motor de continuidade na guerra,
mas muitos não se rendiam por acreditar que os aliados forneceriam um acordo
mais benéfico, já que os desgastes com a continuidade bélica seriam enormes.
11. Os blocos não eram unicamente econômicos, mas tinham atritos em diversos
campos: ideológico, cultural, artístico, etc.
O CENÁRIO
*Os EUA e União Soviética podiam resolver o conflito com bombas, mas não
era o cessar a guerra dessa maneira que traria vitória para as ideologias de
cada um, mas sim o de disseminar sua ideologia e provar o carácter falível
do outro. Aliás, depois dos eventos aterrorizantes de Hiroshima e Nagasaki,
resolver uma guerra através do uso de bombas atômicas se tornou muito
mal visto. Agora as bombas serviam muito mais como artifícios de
dominação perante outras nações, uma coisa não dita, mas que existia e era
ameaçadora. Era uma ferramenta de imposição da força que ficava no ar de
forma indireta, sugestiva.
*A Guerra Fria foi palco de mais de duas dezenas de intervenções dos Estados
Unidos e da União Soviética, seja em golpes de Estado, seja em guerras
militares e civis. É basicamente impossível lidarmos com todas elas aqui.
Nesse sentido que iremos nos deter naqueles eventos de maior
138
grandiosidade, cuja repercussão foi ímpar, seja nos meios acadêmicos, na
grande mídia ou nos próprios concursos públicos.
A DIVISÃO DA ALEMANHA
*Uma das principais consequências da Guerra Fria para além dos dois
novos blocos ideológicos, EUA e URSS, era a divisão da Alemanha. Esta foi
repartida em 4 zonas militarizadas na Conferência de Potsdam.
A POLÍTICA ESTADUNIDENSE
*Outro elemento contextual importante foi feito pelos Estados Unidos, que
agiria a partir de dois modelos na Guerra Fria, a Doutrina Truman e o Plano
Marshall.
GUERRA DA COREIA
139
A Guerra da Coreia foi o confronto entre as chamadas duas coreias, Coreia
do Sul e Coreia do Norte. Ocorreu com o apoio das duas principais ideologias
mundiais da época, o capitalismo e o socialismo. Os nortes coreanos contaram
com o apoio da União Soviética e da China. Já a Coreia do Sul como suporte
principal os EUA. O resultado desse confronto, que se estendeu por três anos,
entre os anos de 1950 e 1953, foi o aprofundamento da cisão e rancor das duas
coreias e a nulidade de conquista, uma vez que ambos países começaram a
guerra com certo território e terminaram com o mesmo.
140
algo em troca (a ajuda na guerra nunca é de graça, isso a História nos mostra
bastante). Por outro lado, os russos, enquanto caminhavam para Berlim, a fim de
se livrar da Alemanha, também lutavam contra os japoneses na Manchúria, região
que faz fronteira com a Coreia do Norte. As tropas soviéticas estavam alocadas
em vários pontos da Coreia do Norte ao fim da Segunda Guerra.
O ESCALONAMENTO DO CONFLITO
141
Os norte-coreanos, impulsionados pelo líder Kim Il-sung, contaram com o
apoio de soldados chineses (durante a guerra cerca de 1 milhão de soldados
chineses foram mortos), além de treinamento e fornecimento bélico por parte
dos soviéticos. A invasão quase culminou numa vitória para os soviéticos, já
que a Coreia do Sul ficou isolada no perímetro de Pusan. Essa é conhecida
como a primeira fase do conflito.
O recua das tropas norte-coreanas fez com que a China aderisse a guerra
de maneira mais ferrenha, com receio, inclusive, de que as tropas estadunidenses
entrassem em seus territórios. A entrada da China é o evento que caracteriza
a terceira fase. As tropas chinesas cruzaram o Paralelo 38 em abril de 1951, mas
a partir daí o combate se tornou mais equilibrado. Esse impasse forçou um
acordo entre os países, através do documento Panmunjom, que impunha uma
trégua entre os dois países, não no fim derradeiro da guerra.
*Cada uma das coreias se veem como a legítima e a tensão entre os dois países segue
até os dias de hoje, apesar de certos avanços que ocorreram ao longo da história.
GUERRA DO VIETNÃ
142
ANTECEDENTES
Todo esse território era uma colônia francesa (onde a França se aproveitava
principalmente da mão de obra barata e dos produtos agrícolas locais), cujo
domínio inicial data em meados de 1862 e a fundação em 1887. Em 1940, durante
a Segunda Guerra Mundial, os japoneses ocuparam a região de Tonkin, no norte
do Vietnã, e depois expandiram para outros territórios, montando assim suas
próprias colônias.
143
CONFERÊNCIA DE GENEBRA
QUESTÃO ESTADUNIDENSE
144
Contudo dois eventos mudaram o rumo da atuação estadunidense na
Guerra do Vietnã. O primeiro foi a morte de Kennedy, assassinado em novembro
de 1963, o que fez com que seu vice, Lyndon B. Johnson assumisse, um político
que, apesar de democrata, era considerado menos parcimonioso do que
Kennedy. O segundo evento foi o boato (nunca foi provado, o que despertou a
ideia em muitos de que o ataque não ocorreu ou foi forjado) de que um navio
estadunidense localizado no Golfo de Tonkin foi atacado por torpedos do Vietnã
do Norte. Quase que de imediato o Congresso Americano aprovou a Resolução
do Golfo de Tokin, dando amplos poderes ao presidente Johnson. Em março de
1965, os EUA começou a ajudar de maneira sólida o Vietnã do Sul. Apesar das
ações militares dos Estados Unidos na Indochina, os estadunidenses nunca
declararam guerra a nenhuma desses países.
• A loucura que era enviar seus filhos à morte para uma causa que, para
muitos, não pertencia aos Estados Unidos. O número de jovens soldados
enviados foi em torno de 2,5 milhões, grande parte de forma obrigatória.
As mortes passaram dos 50 mil, além de 300 mil feridos e 20 mil
incapacitados permanentemente.
145
mortes civis, já que depois de jogada não havia controle algum sobre sua
propagação.
*Assim, toda a pressão popular e política fez com que os Estados Unidos
abandonasse a guerra em 1973 no governo de Gerald Ford, através do
acordo de Paris. Dois anos depois o Vietnã do Norte conquista o Vietnã do
Sul e, no ano seguinte, instaura a unificação do país sob o égide do governo
comunista. Apesar da unificação, 15 anos após o fim da guerra em 1975,
diversos conflitos ainda faziam parte do dia a dia dos vietnamitas, o que só
veio a melhorar com sua recuperação econômica através da venda de
petróleo.
146
cuba tinha dois objetivos: o de tentar equiparar o poder bélico disponível
entre os países, já que o território cubano era próximo dos Estados Unidos,
deixando os estadunidenses à mercê de um ataque soviético a qualquer
momento. O outro ponto é uma consequência do primeiro, fazer com que os
Estados Unidos abandonasse o plano de conversão de Cuba ao capitalismo,
já que com os mísseis, os cubanos poderiam atacar os EUA, teoricamente, quando
bem entendessem. Vale lembrar que Cuba estava aliada à União Soviética, sendo
liderada por Osvaldo Dorticós Torrado.
147
viagem. A diplomacia entre Kennedy e Nikita Khrushchov, líder da URSS na
época, foi muito bem-vista.
QUESTÕES
148
Certo ( ) Errado ( )
6. A Coreia guardava boas relações com os japoneses, o que ficou bastante
evidente na aliança entre as duas nações, firmada já no começo da 2ª GM.
Certo ( ) Errado ( )
7. Os Estados Unidos foi muito cirúrgico em suas ofensivas militares, se detendo
a eliminar os ataques dos vietnamitas do norte.
Certo ( ) Errado ( )
8. O envio de mísseis soviéticos a Cuba tinha dois objetivos: equiparar os mísseis
disponíveis entre a potência soviética e estadunidense, já que os EUA tinha
mísseis na Itália e na Turquia; e fazer o governo estadunidense abandonar o
desejo de influenciar Cuba com o capitalismo.
Certo ( ) Errado ( )
9. A Doutrina Truman fornecia ajuda econômica aos países que se convertiam ou
se mantinham no regime capitalista.
Certo ( ) Errado ( )
10. A Queda do Muro de Berlim simbolizou não só o fim da Guerra Fria, como
também o fim do socialismo por completo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. E
6. E
7. E
8. C
9. E
10. E
GABARITO COMENTADO
149
1. Os EUA nunca declarou guerra ao Vietnã, apesar de ter ocupado e lutado
militarmente em seu território.
2. Exatamente. É a partir desse evento que a Coreia do Norte invade a Coreia do
Sul com o desejo de unificação a força.
3. O Paralelo 38 não teve participação popular, mas dos EUA, da URSS e do alto
escalão coreano.
4. O acordo era justamente esse, foi feito pela ONU. Mas perto das eleições o
Vietnã do Sul se recusa a participar, alegando que o Vietnã do Norte seria incapaz
de conduzir um processo eleitoral limpo, sem fraudes.
5. Não havia uma cláusula desse tipo. A decisão de introduzir o socialismo nas
zonas soviéticas foi unilateral, partindo de Stalin.
6. Os coreanos faziam parte do domínio imperialista japonês, sofrendo e sendo
explorada de várias formas como uma colônia. O começo da 2º GM fez com que
muitos dos coreanos firmasse aliança com os Estados Unidos e com a União
Soviética para lutar contra o Japão.
7. Os Estados Unidos bombardeou massivamente Laos, enquanto país neutro na
guerra.
8. Exatamente. Ao fim da tensão, marcada pela Crise dos Mísseis na Baía dos
Porcos, a diplomacia foi feita e, tanto os mísseis soviéticos quanto os
estadunidenses foram retirados.
9. Essa era a função do Plano Marshall. A Doutrina Truman era o apoio militar a
ameaça comunista, seja interna ou externa.
10. O socialismo ainda vigora em alguns países.
ANTECEDENTES DO DESCOBRIMENTO
150
1493), a fim de dividir o mundo novo entre espanhóis e portugueses. Esse
documento traçava uma linha imaginária a partir de 100 léguas de Cabo Verde,
todo o território a oeste dessa linha seria dos espanhóis, antes dela dos
portugueses.
Contudo por Portugal achar essa divisão muito injusta, um novo tratado
teve que ser estabelecido entre as duas potências marítimas da época. Assim, a
fim de evitar conflitos, foi assinado o Tratado de Tordesilhas numa vila
espanhola de mesmo nome. Agora a divisão seria não mais apenas 100 léguas a
oeste de Cabo Verde, mas de 370 léguas, aumentando o domínio português.
151
O rei de Portugal, dom Manuel I ficou ciente do novo achado, nomeando
a terra de Vera Cruz. Mas apesar descobrimento por parte dos portugueses,
acabou ficando como segundo plano, já que a prioridade portuguesa era
justamente o já rentável comércio na Índia. O período pré-colonial é aquele
que compreende entre o descobrimento do Brasil por parte dos portugueses
até antes da fundação da primeira vila no Brasil, São Vicente.
II – OS CICLOS ECONÔMICOS
CICLO DO PAU-BRASIL
O CICLO DO AÇÚCAR
152
hereditárias vinha dos engenhos de cana-de-açúcar, cujo trabalho era feito,
inicialmente, pelos índios.
Como já dito, as capitanias tinham sua fonte de renda principal através doe
engenhos de açúcar. Mas a maioria do lucro desse processo, da cana ao açúcar
refinado, ficava com a burguesia holandeses, uma vez que o processo de
refinamento (era um processo caro e que Portugal não dominava) e a venda no
mercado europeu ficava a cargo destes. É justamente essa a causa do
enfraquecimento do lucro açucareiro nas colônias. Pois apesar de ter perdurado
153
desde o estabelecimento das primeiras capitanias até os meados finais do século
XVIII, a economia do açúcar foi sendo sufocada pelo mercado holandês e seus
engenhos nas Antilhas. A atividade não foi abandonada por completo, mas foi
progressivamente sendo deixada de lado, dando espaço para o Ciclo do Ouro.
A EXPLORAÇÃO
CICLO DO OURO
154
Como vimos, o Ciclo do Açúcar das colônias foi perdendo espaço para o
forte mercado holandês, sendo progressivamente abafado por este. Assim, uma
nova economia foi entrando em cena, se iniciando o período denominado de
Ciclo do Ouro, que os historiadores costumam demarcar entre o final do século
XVII e pouco mais do que a metade do século XVIII.
O ouro foi pela primeira vez encontrado pelos bandeirantes
(principalmente paulistas, que atuavam na captura de escravos fugitivos, na
destruição de quilombos, no mapeamento de territórios e na procura por
minérios preciosos) em Minas Gerais, por volta de 1693. Esse contexto fez com
que se criasse, já no ano seguinte, a primeira Casa da Moeda, com intuito de usar
o ouro para fabricar moedas.
Com a descoberta do ouro, progressivamente a coroa portuguesa foi se
inclinando para o investimento da extração de ouro, que ocorreu principalmente
em Minas Gerais (destaque para a cidade de Ouro Preto, antigamente chamada
de Vila Rica). Nesse período o Brasil passou a representar uma esperança para
muitas pessoas em Portugal, que começaram a migrar para cá de forma
desenfreada em busca das riquezas prometidas pelo ouro. Isso fez com que
Dom João V criasse uma lei (1709) para controlar o fluxo de pessoas,
dificultando a imigração a partir da exigência de licenças especiais e de
passaporte.
Por fim, a partir do ano de 1760 as minas de ouro já estavam quase que
exauridas e o investimento de ir mais funda nessa aventura já não tinham retornos
tão lucrativos como antes. Precisamos frisar, de novo, que isso não significou que
a atividade foi completamente abandonada (aliás em Ouro Preto e outras cidades
esse recurso ainda é procurado, principalmente por empresas estrangeiras), mas
só quer dizer que deixou de ser a preciosidade econômica da coroa portuguesa.
Em 1763, a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro,
pois o ouro e os diamantes passaram a ser escoados pelo porto do Rio de
Janeiro, aumentando a sua importância econômica e política
*Em 1763, a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de
Janeiro, isso se deve ao fato dos minérios e pedras preciosas passavam pela
chamada rota do ouro e, posteriormente, eram escoados pelo Porto do Rio
de Janeiro. Esse fato fez com que o Rio de Janeiro aumentasse e muito sua
importância no cenário nacional, o que justifica a transferência da capital.
CONJURAÇÃO MINEIRA
155
A Inconfidência Mineira foi primeiro movimento separatista
brasileiro. Encabeçado por parte da elite mineira, como proprietários rurais,
comerciantes, intelectuais clérigos e militares, mas que não chegou a ser de fato
efetivado, devido a intervenção prévia por parte da coroa portuguesa. Não foi
um movimento coeso e dentre as propostas mais comuns estavam a abolição
da escravatura e a independência de Minas Gerais da Coroa. Vale frisar que a
vontade por independência não era do Brasil como um todo, o interesse era local,
em Minas Gerais. Isso se deveu, sobretudo, por não haver ainda uma identidade
brasileira bem definida. As influências vinham principalmente dos ideais
iluministas e da declaração de independência dos Estados Unidos.
O nome inconfidente designa aquele infiel, que traiu a Coroa. Esse termo
foi usado por Portugal, que viam no movimento uma traição. Mas a perspectiva
brasileira era outra, era simplesmente um movimento de independência de cunho
local, por motivo de insatisfação com os constantes abusos tributários ordenados
pela coroa portuguesa. Assim, os historiadores decidiram estabelecer uma
expressão mais adequada para designar esse movimento, o que resultou em
Conjuração Mineira.
156
O problema é que essas medidas passarem a ser inviáveis, em função do
exaurimento das minas de ouro em Minas Gerais. No dia em que o governador
da capitania, Visconde de Barbacena, ia cobrar os impostos através da
Derrama, os inconfidentes decidiram encabeçar o movimento, esperando que a
população fosse vê-los como a salvação dos impostos abusivos estipulados pela
Coroa. Contudo alguns indivíduos do grupo dos inconfidentes delataram o
plano em troca do perdão de dívidas e da anistia (perdão governamental de um
grupo de pessoas), o que resultou no desmanche do plano.
CICLO DO CAFÉ
A maioria das minas de ouro, da qual o Brasil tirava seu sustento, quase
que esgotadas no fim do século XVIII. Esse evento fez com que muitos produtores
apostasse em outras fontes de renda, e esse movimento acabou por fazer com
que o café desse certo, fosse o novo produto base do Brasil. A descida de,
principalmente mineiros, para o centro-sul da Capitania do Rio de Janeiro fez com
que as primeiras plantações de café fossem estabelecidas no Vale da Paraíba
Fluminense. Esse foi o local que inicialmente a produção cafeeira se fixou, mas
depois a expansão chegou a São Paulo e ao Paraná. Essas regiões tinham em
comum um clima favorável para esse tipo de plantação, além de um solo
157
extremamente vantajoso, a chamada “terra roxa” (sua fertilidade, concentração
de basalto e aspecto roxo-avermelhado são as características marcantes).
O fato do café pedir por esse tipo de solo e pelo fato o grande
investimento nesse tipo de produção, fez dessas regiões, principalmente do Rio
de Janeiro e de São Paulo, os novos centros econômicos do Brasil. Esse
crescimento fez com que essas cidades aumentassem seus centros urbanos e
promovesse a industrialização, mesmo que tardia, principalmente se
compararmos com a Europa e com os Estados Unidos.
QUESTÕES
158
Certo ( ) Errado ( )
5. O descobrimento do Brasil por parte dos portugueses não despertou um
interesse expressivo de imediato.
Certo ( ) Errado ( )
6. A preguiça dos índios fez com que os portugueses optassem pelos negros
africanos no processo de escravização.
Certo ( ) Errado ( )
7. Vem se adotando cada vez mais a expressão Conjuração mineira em
detrimento de Inconfidência Mineira, já que inconfidente era o termo usado pela
coroa portuguesa para designar os infiéis.
Certo ( ) Errado ( )
8. No Ciclo do Café se tem uma mudança no que tange o uso de mão de obra,
há cada vez mais o abandono da exploração escravocrata para a importação de
mão de obra estrangeira.
Certo ( ) Errado ( )
9. O pagamento obrigatório de uma cota de ouro anual, a derrama, foi um dos
principais motivos de revolta dos inconfidentes.
Certo ( ) Errado ( )
10. A figura conhecida de Tiradentes é projeto unicamente da construção
nacional do país com a Proclamação da República.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. C
5. C
6. E
7. C
8. C
9. C
10. E
159
GABARITO COMENTADO
160
III – BRASIL IMPÉRIO
PERÍODO JOANINO
161
Apesar das reformas empreendidas no Brasil por parte do rei, um ponto
sempre muito cobrado pela Inglaterra era o fim do tráfico negreiro. Algo que a
Inglaterra já tinha feito em 1807, através do Abolition Act (Ato de Abolição,
aprovado pelo parlamento inglês) e que vinha também acompanhado do desejo
de acabar com a mão de obra escrava. Isso se deveu, sobretudo, a pouca
lucratividade que o tráfico de escravos africanos estava apresentando, além
de que era necessário expandir o mercado para cada vez mais e mais pessoas.
A insistência inglesa para o fim do tráfico negreiro por parte de Portugal ficou
mais forte a partir de 1810.
PRIMEIRO REINADO
162
Pedro decide ficar no território brasileiro, o Brasil deixa de ser colônia de Portugal
no dia 7 de setembro de 1822. Dessa forma, Dom Pedro é coroado imperador e
se torna Dom Pedro I, se iniciando o período que chamamos de primeiro reinado,
que se estende dos anos 1822 a 1831.
Resolver a questão interna não era o fim dos problemas brasileiros com a
independência. Os atritos externos com a burguesia e membros da corte
portuguesa não paravam, pois a perda do domínio brasileiro significava a perda
da exploração das terras como antes ocorria, uma queda econômica significativa.
Após anos de mediações, a Inglaterra conseguiu estabelecer um diálogo frutífero
entre as partes, fazendo com que Portugal reconhecesse a independência
brasileira no ano de 1825. Mas esse reconhecimento não fez se à toa, o acordo
era que em troca o Brasil teria que indenizar à Coroa portuguesa, além de não
fomentar movimentos de independência em outras colônias portuguesas
espalhadas pelo mundo.
163
intervir e deliberar diante de qualquer matéria de seu interesse, era um
poder absoluto. O outro ponto era a imposição do voto censitário, somente
aqueles que tivessem renda anual acima de 100 mil réis tinha direito de votar.
PERÍODO REGENCIAL
164
força de contenção criada para as controlar manifestações e impedir a explosão
de revoltas pelo país, algo que estava ganhando contornos no país. Outo ponto
dessa regência tripla foi a reforma do Poder Moderador, enfraquecendo esse
poder autoritário e aumentando formas de controle parlamentar em relação
as ações do imperador.
165
Liberais moderados: formados por muitos membros da monarquia, que queriam
uma monarquia mais limitada, constitucional.
Liberais exaltados: partidários do federalismo, tese que daria mais autonomia as
províncias brasileiras. Parte desse grupo defendia o fim da monarquia e a
instauração da república.
TENHA EM MENTE
REVOLTAS
• Revolta dos Malês (1835): maior revolta de escravos da história do
Brasil. Aconteceu em salvador e mobilizou mais de 600 escravos que
queria o fim da escravidão. Mas quando as forças de contenção chegaram
os escravos se dispersaram, além de quase uma centena ter sido morta.
• Cabanagem (1835~1840): revolta popular que ocorreu na província do
Grão-Pará (atual Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e Amapá), cujos
motivos eram o abandono político por parte do governo central, o
descontentamento com as disputas políticas locais e a extrema pobreza
da região. O resultado foi aproximadamente 10 mil mortos.
• Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha (1835~1845): guerra da
elite do Rio Grande do Sul contra o império, devido os abusos fiscais
deste diante do principal produto da economia da região, a carne-seca
(charque). Alguns participantes farroupilhas pretendiam a separação do
Brasil. Cerca de 3 mil pessoas morreram.
166
• Sabinada (1837~1838) foi uma revolta de caráter separatista, que
desejava instaurar a forma de governo republicana na Bahia. A causa desse
movimento era o descontentamento cada vez maior com as indicações
para o governo da Bahia feitas pelos regentes do império. Vale lembrar
que o Ato Adicional de 1834, apesar de conferir mais autonomia para as
províncias, frisada que a escolha dos governantes destas seria feita pelo
governo regente.
• Balaiada (1838~1841): foi uma rebelião fruto de uma insatisfação
generalizada das classes menos favorecidas, que pediam melhores
condições de vida, principalmente após a entrada do Maranhão numa
crise agrária devastadora.
SEGUNDO REINADO
167
• Lei Eusébio de Queirós (1850): estabelecia a proibição e repressão do
tráfico negreiro no Brasil. A motivação dessa lei se deve as constantes
pressões britânicas para dar fim a escravidão, o que por sua vez,
excetuando-se alguns indivíduos mais éticos, tinha como desejo aumentar
o mercado consumidor de seus produtos.
• Lei do Ventre Livre (1871): dizia que todos os filhos nascidos de mãe
escrava seriam automaticamente libertos.
• Lei dos Sexagenários (1885): afirmava que os escravos com 60 anos ou
mais seriam libertos.
*Tanto a Lei do Ventre Livre quanto a Lei dos Sexagenários são vistas como
que quase sem efeito prático, já que a ideia da promulgação dessas leis era
somente adiar o máximo possível a abolição definitiva da escravidão. A
libertação de recém-nascidos/crianças não surtia numa liberdade de fato,
pois os filhos dependiam dos pais para a sobrevivência básica. Já a Lei dos
Sexagenários era cega para a realidade, por achar que algum escravo nas
condições de vida que possuíam, chegariam a tal idade. Muitos dos que
conseguiam chegar em tal idade preferiam ficar no sistema escravagista,
pois as condições de vida para um escravo recém-liberto e com tamanha
idade eram quase que inexistentes.
TENHA EM MENTE
168
só poderiam ser ocupadas através da compra e venda, cuja autorização
vinha da coroa. Essa atitude dificultou o acesso a terras por parte da
população, fazendo desse recurso uma exclusividade da elite
latifundiária. Situação totalmente diferente do que foi feito nos
Estados Unidos no mesmo período, através do chamado H omestead
Act. Esta lei federal, criada por Abraham Lincoln em 20 de maio de
1862, distribuía terras para a população, favorecendo a não
marginalização dos povos, além da possibilidade de cultivo para
sustento da família e crescimento econômico do país.
GUERRA DO PARAGUAI
169
FIM DA MONARQUIA E PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
QUESTÕES
170
6. O Poder Moderador, criado por Dom Pedro I no Primeiro Reinado, foi feito para
conter o poderio dos dissidentes do imperador.
Certo ( ) Errado ( )
7. A discordância por elevar o Brasil a reino e o estabelecimento de Dom Pedro
como regente do Brasil, descontentou a burguesia portuguesa, que via nessa
autonomia um prenúncio de independência brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
8. O acesso a terras no Brasil foi feito de modo análogo ao modelo estadunidense,
o Homestead Act.
9. O fim da escravidão no Brasil tinha motivações puramente éticas.
Certo ( ) Errado ( )
10. A Proclamação da República foi um evento muito grandioso, que contou com
a participação de milhares de pessoas das mais diversas camadas da sociedade.
O empenho do povo à causa e a ciência do acontecimento demonstra o grande
suporte educacional que havia no Brasil Império.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. C
5. E
6. C
7. C
8. E
9. E
10. E
GABARITO COMENTADO
171
2. A Inglaterra aboliu seu tráfico negreiro a partir do Ato de Abolição. A motivação
era, sobretudo, devido a pouca lucratividade que o tráfico negreiro vinha
apresentando.
3. A maior revolta de escravos no Brasil foi a Revolta dos Malês. A Cabanagem foi
uma revolta diante do abandono da população por parte do governo central.
4. A coroa portuguesa não aceitou o bloqueio devido a longa aliança que tinha
com a Inglaterra.
5. Os liberais moderados desejavam a volta da monarquia, mas uma que seja com
poderes limitados por um dispositivo constitucional.
6. Era um poder que se sobrepunha aos outros, fazendo do imperador uma figura
de plenos poderes.
7. Exatamente. Isso faria com que a burguesia perdesse seu status perante o
Brasil, perdendo o domínio do mercado.
8. A lei federal estadunidense cedeu diversas terras para o povo, a fim de
alavancar o crescimento econômico e o sustento das famílias. No Brasil, a Lei de
Terras de 1850, fez da terra um bem adquirível só por poder econômico, o que
concentrou as terras nas mãos da elite latifundiária e tirou a oportunidade dos
mais pobres a conseguirem alguma porção de terra.
9. O modelo escravocrata não rendia mais grandes porções econômicas, além
disso o Brasil sofre pressões de diversos países para abandonar esse sistema,
sobretudo da Inglaterra. Era mais interessante apostar em mais consumidores, do
que escravizar muitos possíveis consumidores em prol de um sistema que não
rendia mais nada.
10. Questão erradíssima. A maioria das pessoas eram analfabetas e não tinham
noção dos eventos que ocorriam no cenário político. Aliás, a proclamação não
passou de um ato solene, com participação quase nula da sociedade de massa.
IV – BRASIL REPÚBLICA
REPÚBLICA VELHA
172
A República Velha ou República do Café com Leite é o período que
compreende os anos de 1889 e 1930, indo desde a Proclamação da República até
o movimento de 1930, cujo representante máximo era Getúlio Vargas. Esse modo
de fazer política era a alternância de poder entre as duas grandes economias da
época, São Paulo e Minas Gerais, os maiores produtores de café e de leite,
respectivamente. O PRP (Partido Republicano Paulista) e PRM (Partido
Republicano Mineiro) também eram os dois maiores partidos da política brasileira
nessa fase.
REPÚBLICA DA ESPADA
173
*Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto saíram vitoriosos.
O problema é que, novamente, os desgastes políticos começaram a
ressurgir. Nesse cenário pós eleição ficou bem evidente a distribuição de várias
alas políticas discordantes. Por um lado, havia a tensão entre republicanos e
monarquistas. Por outro lado, havia uma disputa interna entre os partidários de
Deodoro da Fonseca (deodoristas) e os apoiadores de Floriano Peixoto
(florianistas).
Floriano Peixoto, apesar de autoritário como Deodoro da Fonseca, tinha
relações mais fortes com os parlamentares. Por outro lado, o marechal
Deodoro radicalizava cada vez mais e acabou fechando o congresso, devido a
discordância com esses em vários assuntos políticos. Esse ato de Deodoro foi uma
violação clara da Constituição de 1891, o que espalhou a revolta não só pela
classe política, mas por trabalhadores e pelas forças armadas, com destaque para
a Marinha. Pressionado por todos os lados, Deodoro da Fonseca acaba
renunciando. Assim, Floriano assume a presidência através de um acordo com
as oligarquias paulistas.
O governo de Floriano Peixoto ficou marcado pela perseguição à
oposição, como fase de consolidação dos princípios republicanos e pela maneira
ferrenha com que lidou com duas grandes revoltas do período. Assim,
diversos deodoristas foram perseguidos e reformados, esta última foi uma
maneira de Floriano fazer com que muitos dos militares apoiadores de Deodoro
saíssem da ativa e perdessem seu poder de influência. A medida mais dura contra
a oposição foi a substituição dos presidentes dos estados deodoristas, colocando
no lugar seus apoiadores. Ficou conhecido como o “Marechal de Ferro” pelo
modo de lidar com a Revolta Armada (movimento da Marinha contra os dois
primeiros governos republicanos, que ao fim tomou feições de ditadura militar) e
a Revolução Federalista (guerra civil que ocorreu no Rio Grande do Sul em função
da vontade de libertar o estado contra a tirania de seu governador)
*Por fim, Floriano Peixoto teve que transmitir a presidência para Prudente
de Morais, que seria o primeiro civil presidente do país, cujas influências
vinham da oligarquia paulista (PRP: Partido Republicano Paulista).
174
rurais brasileiras, que constituíam a maior porcentagem do eleitorado brasileiro.
A associação dos coronéis com as elites locais era bastante íntima, aqui se
via nitidamente o casamento entre economia e política. Mas como que os
votos eram manchados, por assim dizer? Diversas técnicas eram usadas para
consolidar os interesses dos coronéis, como: a coação dos eleitores; a mudança
e a contagem errada dos votos; a inclusão de votos vindos de mortos, de ausentes
e de pessoas que nem sequer existiam. Inclusive não existia uma justiça
eleitoral para averiguar os votos e garantir a integridade do processo eleitoral,
esse mecanismo só foi ser criado no governo de Getúlio Vargas.
175
por Oswaldo Cruz. A motivação era que os populares achavam esquisito a
injeção de um líquido em seus corpos.
• Revolta da Chibata (1910): motim naval de 4 dias, cuja revolta era o uso
desmedido e injusto da chibata para punir marinheiros afro-brasileiros e
mulatos.
• Guerra do Contestado (1912~1916): diversos camponeses e posseiros
foram desapropriados de suas terras para a construção de uma ferrovia
entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, pela empresa estadunidense Brazil
Railway Company (Companhia Brasileira Ferroviária), outros simplesmente
foram demitidos após a construção. Esse cenário fez eclodir um conflito
entre os prejudicados e os representantes do poder local.
• Rebelião dos 18 do Forte de Copacabana (1922): durou menos de um
dia, tendo 17 militares e 1 civil entre seus integrantes. Somente dois
sobreviveram após reivindicarem no forte de Copacabana as seguintes
questões: o fim da República Velha e da Política do Café com leite, além da
revolta contra o voto de cabresto e a proposta de substituição pelo voto
secreto. Esse foi o evento do chamado movimento tenentista (onde
diversos militares ralos se revoltaram contra o sistema oligárquico da
Política do Café com Leite.
• Revolta Paulista de 1924 (1924): foi a segunda revolta do movimento
tenentista, representando o descontentamento com a República do Café
com Leite, mas também reivindicando outras questões, como a justiça
gratuita e a implementação do ensino público gratuito. Diferente da
primeira revolta, essa fez da capital paulista um verdadeiro cenário de
guerra por 23 dias, com bombardeios, uso de metralhadoras e tanques nas
ruas. Por fim, os revoltosos acabaram ou mortos ou presos.
*A República Velha foi se mostrando cada vez mais insustentável ao longo dos
anos, principalmente diante das inúmeras revoltas contra o seu sistema. As
revoltas tenentistas, os diversos movimentos operários que pediam por direitos
trabalhistas e outros pequenos desgastes contribuíram para isso. Mas foi em
1929, com a crise da bolsa de Valores de Nova Iorque, que o sistema
realmente colapsou. Isso porque essa crise fez com que muitas pessoas
perdessem seus empregos, entrassem na miséria, além de ter gerado um
descontentamento até na elite, já que o governo não conseguiu contornar muito
bem a crise. Esse descontentamento generalizado fez com que a Política do Café
com Leite colapsasse inclusive internamente. O atual presidente Washington
Luís pretendia nomear um paulista no fim de seu mandato, essa atitude ia
na contramão do pacto da Política do Café com Leite, já que era a vez de um
176
mineiro assumir o poder. E de fato quem acabou sendo escolhido foi o
paulistano Júlio Prestes. Contudo os mineiros formaram uma frente ampla,
fazendo aliança com a elite gaúcha e com a Paraíba, a chamada Aliança
Libertadora. Essa força foi capaz de, mesmo com Júlio Prestes vitorioso, fazer com
que se instalasse um governo provisório, através da Revolução de 30.
ERA VARGAS
177
A Aliança Libertadora Nacional tentou inclusive tomar o poder para aplicar
medidas consideradas revolucionárias, esses episódios ficaram conhecidos como
Intentona Comunista (1935). Assim, membros do exército, com apoio dos
comunistas russos, tentaram tomar o poder em algumas cidades brasileiras, mas
a empreitada acabou sendo frustrada pelas forças de Getúlio. Depois dessa
investida comunista, o governo de Vargas ficou ainda mais autoritário e
centralizador. Esse cenário de iminente tomada comunista foi usada de
pretexto por Vargas para dar um autogolpe, cancelar a eleição presidencial
e instaurar um regime ditatorial no Brasil. O pretexto mais oficial dessa ação
de Vargas foi o chamado Plano Cohen, um documento, muito provavelmente
falso, onde se via a arquitetação de um plano de tomada do poder por parte dos
partidários do comunismo no Brasil.
178
Apesar do governo ditatorial e do fim de seu último governo ter gerado
uma série de insatisfações nas mais diversas camadas, Getúlio retoma
democraticamente ao cenário político presidencial. Isso se deveu ao seu discurso
nacionalista e ao alto índice de popularidade, principalmente de membros das
Forças Armadas, de grandes empresários, da UNE (União Nacional dos
Estudantes) e das camadas menos favorecidas da sociedade. Mas sua
popularidade não impedia a crítica constante a seu governo, principalmente
devido ao seu autoritarismo e ao seu passado político ditatorial. O estopim das
pressões veio com a morte do jornalista Carlos Lacerda. Diante desse evento,
27 generais exigiram a renúncia de Vargas, alegando ter sido ele o culpado
de sua morte. Esse cenário fez com que Vargas não aguentasse e cometesse
suicídio.
179
chamado Plano de Metas alavancar o Brasil, avançando em apenas cinco anos
de mandato o que se avançaria em 50. Mas por que a oposição não barrou esse
plano? Porque ele era audacioso demais e os opositores achavam que a melhor
maneira de se mostrar o fracasso do governo de Juscelino era a partir do
próprio fracasso de seu plano. Em que consistia esse plano? Eram 30 metas,
que seriam facilmente alcançadas através da transferência da capital
brasileira (chamada de meta síntese) para o Centro-Oeste, que se encontrava
naquele momento no Rio de Janeiro. A primeira justificativa dessa transferência
era a maior segurança nacional. Mas essa estratégia tinha outros pontos
também, como: a interiorização do povo, que se encontrava por demais
concentrado no litoral brasileiro; a construção de Brasília seria acompanhada de
um projeto de ligação entre as cidades, Juscelino optou por rodovias em
detrimento de ferrovias.
Outro ponto bastante importante de seu governo foi ter acontecido e
fomentado o modernismo. Isso ocorreu não só pela própria construção de
Brasília, que foi projetada para representar a arquitetura e o urbanismo
moderno, mas pelos diversos outros projetos que JK implementou, como: a
abertura de empresas automobilísticas no país e a entrada de aparelhos
domésticos em massa na casa dos brasileiros. Isso representava também um
movimento de maior escala, cujo um dos grandes expoentes se via nas televisões
brasileiras, o movimento Jovem Guarda. Suas políticas são sinônimo de
modernização, mas também são criticadas pela desigualdade por outros, já que
esse momento de brilho industrial e cultural ficou mais restrito à classe média
brasileira.
180
Estados Unidos. Mas ao longo do governo seus atos se mostraram
contraditórios com sua fala antes da posse, já que chegou a condecorar o
principal expoente da Revolução Cubana Ernesto Che Guevara, associado com o
comunismo soviético.
Essas atitudes de Jânio Quadros desagradaram muito a ala militar
mais ligada a potência estadunidense. Assim, diante de uma possível pressão,
Jânio Quadros faz uma carta de renúncia na qual alegou ter sido ameaçado
por “forças terríveis”. Não se sabe ao certo a verdade sobre o evento, mas
muitos alegaram que essa atitude partiu de Jânio, cuja finalidade era conquistar
apoio popular e se manter no governo sob o pretexto de defender a nação.
A renúncia de Jânio deveria fazer do vice-presidente o ocupante da função
presidencial, mas João Goulart (conhecido como Jango) encontrava-se no
exterior, impossibilitando a transição. Assim, temporariamente Ranieri Mazzilli,
então presidente da Câmara dos Deputados, assumiu o cargo. Foi a partir disso
que efervesceu a crítica militar de que Jango não assumiria quando
retornasse, pois, segundo eles, era uma ameaça comunista ao país. Foi nesse
contexto que um apaziguamento foi feito, quando o Congresso nacional
decidiu aprovar o parlamentarismo, ato que diminuiria o poder de João
Goulart durante seu mandato.
181
de partidários da oposição. O resultado foi a vontade de 83% da população
pelo retorno do presidencialismo e o fortalecimento dos poderes de Jango.
Já na fase presidencialista, Jango lidou inicialmente com as diversas
promessas feitas para a população durante o plebiscito. O discurso de Jano antes
desta decisão popular era o de que as reformas só poderiam ser feitas de maneira
concreta se o parlamentarismo fosse abandonado. Assim, criou-se um novo
cenário de difícil articulação para Jango. Por um lado, a extrema-esquerda
pedia as reformas de base prometidas, cujo expoente máximo era a reforma
agrária, ponto muito tenebroso para a elite latifundiária que dominava o
país. Por outro lado, a extrema-direita via nessas reformas quase que uma
revolução comunista, o que deixava Jango numa situação de golpe iminente.
Vale dizer que já se formava pelo país uma grande rede de grupos
opositores ao projeto comunista. O Instituto Brasileiro de Ação Democrática
(IBAD) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), eram duas entidades
financiadas por estadunidenses e brasileiros, que tinham como objetivo
expulsar o comunismo do Brasil, sobretudo, através de radiofusão e dados
estatísticos. Outros veículos midiáticos, como os jornais O Globo, Folha de S.
Paulo e Jornal do Brasil, além das emissoras Tupi e Globo, foram essências para a
constituição da extrema-direita que participaria do golpe militar de 1964.
O estopim que causou o golpe militar de 1964 foi a convocação em
massa da população para a defesa do país contra a suposta ameaça
comunista. Assim, grupos religiosos, cívicos, partidos políticos de direita e de
extrema-direita, empresários e meios midiáticos, fizeram um chamado à
população para a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Esta ganhou
cerca de 500 mil manifestantes na Avenida Paulista, que pediam pela intervenção
militar. Para alguns historiadores, esse apoio popular foi visto como a
legitimação para o golpe de 1964.
Por fim, os militares, liderados por Humberto Castello Branco, deram o
golpe militar em 31 de março de 1964. Não houve resistência por parte de
grupos da esquerda nem mesmo por parte de Jango, que preferiu entregar
o poder para evitar derramamento de sangue. A princípio os militares
afirmavam que o golpe serviria de controle frente a ameaça comunista e,
assim que reestabelecida a ordem, o palco político seria entregue aos civis
novamente. Mas isso acabou não ocorrendo, fazendo com que os militares
perdurassem no domínio político por 21 anos.
182
que se sobrepunham a constituição, dotados de poderes plenos. No seu
governo tivemos dois Atos Institucionais centrais:
• AI1 (Ato Institucional Número 1): fim das eleições diretas, as eleições
seriam feitas pelo Congresso Nacional e não pelos cidadãos.
• AI2 (Ato Institucional Número 2): extinção de todos os partidos e
adoção do bipartidarismo. Só existiam a Aliança Renovadora Nacional
(ARENA), partido do governo; e o Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), da oposição, muito visto como partido de fachada ou fraco, existia
só para dizer que a democracia ainda existia e tinha representatividade no
cenário político.
183
a volta de outros que se encontravam exilados no exterior. Também foi
permitida a criação de novos partidos políticos, que foram aqueles que
escolheram o próximo presidente, através das eleições diretas, apesar dos
pedidos da população para uma escolha por meio de eleições diretas.
184
Itamar era vice-presidente de Collor, assumindo o governo após seu
impeachment. Após uma série de escolhas para ministro da economia
fracassarem, a nomeação de Fernando Henrique Cardoso em 1993, mudou os
rumos da economia brasileira. A instituição do Plano Real conseguiu diminuir
o terror inflacionário e alavancar na dimensão econômica. O êxito foi,
sobretudo, alcançado através de dois pontos: a redução dos gastos do governo
e a privatização de uma série de empresas estatais. Este último ponto gerou
muitas controvérsias, pois foi considerado por alguns uma estratégia
imediatista, cujo preço seria para mais a frente.
LULA (2003~2011)
185
é visto como o preço inviolável de se fazer uma política conciliadora num país tão
corrupto, a triste praxe política.
DILMA (2013~2016)
QUESTÕES
186
Certo ( ) Errado ( )
7. O Plano Collor, apesar de ter sido um fracasso econômico, teve apoio da
população mesmo após seu fim, pois as pessoas viram o quanto o plano foi
sensato e bem-medido.
Certo ( ) Errado ( )
8. O Plano Cohen foi um documento visto como legítimo pelos historiadores, que
foi usado por Vargas para dar um autogolpe e implementar a ditadura, a fim de
salvaguardar o país diante da ameaça comunista.
Certo ( ) Errado ( )
9. O Mensalão consistia na compra de parlamentares através do uso de Caixa 2.
Certo ( ) Errado ( )
10. Nereu Ramos foi colocado no lugar de Carlos Luz por um acordo entre
militares e parlamentares, a fim de assegurar a eleição de JK.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. E
5. E
6. E
7. E
8. E
9. C
10. C
GABARITO COMENTADO
187
3. Na realidade, o Plano Real foi fonte de críticas por alguns, pois as vendas das
estatais foram muito baratas e não houve uma visão acerca das consequências a
longo prazo que surtiriam dessas vendas.
4. A alternância era entre mineiros e paulistas, as duas grandes economias da
época, cujo leite e o café eram, respectivamente, os principais produtos. Essa
lógica usada do voto de “cabresto para se manter, coagindo os eleitores locais
através dos coronéis.
5. Sob o pretexto de garantir a ordem os Atos Institucionais eram espécies de
decretos-leis, de poderes plenos, que se sobrepunham ao dispositivo
constitucional.
6. Movimentos contrários às vacinações existem há um bom tempo. Alguns deles
resultaram até mesmo em grandes revoltas, como ficou conhecida a chamada
Revolta de Vacina. Esta eclodiu no Rio de Janeiro de 1904, sendo uma oposição à
vacinação contra a varíola empreendida por Oswaldo Cruz.
7. O plano não teve apoio populacional. Aliás, foi a revolta popular que fomentou
o impeachment de Collor.
8. O Plano Cohen é fruto de vários questionamentos, muitos acham que foi um
documento forjado para justificar a atitude ditatorial de Vargas.
9. Esse escândalo surgiu no governo Lula e teve como objetivo fornecer dinheiro
irregular para conseguir aprovar pautas governamentais.
10. Exatamente. A cúpula militar desconfiava de Carlos Luz quanto sua posição
política e a repentina mudança no Ministério da Guerra.
188
• Os aspectos da miscigenação ocorreram em função das poucas mulheres
brancas disponíveis no território brasileiro. A saída para isso foi o incentivo
de casamento com índias (não negras, isso é bem mais recente) por parte
da Igreja Católica.
189
faz do Brasil um reinado. Daí pra frente o Brasil declara sua independência
e anda com “as próprias pernas”.
*Veja que muitos dos aspectos de sua obra estão nos conteúdos e na maneira
que o tratamos. Isso deriva de que a influência de Caio Prado Júnior chegou
aos livros didáticos e, por vezes, sua análise passa de modo despercebido.
190
camadas mais baixas, mas serviram muito mais como símbolos póstumos
do que como atos que causariam mudanças efetivas.
SEMANA DE ARTE DE 22
*A Semana de Arte de 1922 tinha como norte criar uma nova condução de
arte no Brasil, agora a caminhos não preestabelecidos e importados do
modelo europeu, mas num caminho próprio. Ainda assim foi sinônimo de
crítica por alguns, já que nessa condução autônoma acabou por incorporar
vários dos elementos que circundavam a Europa, sobretudo no que tange as
vanguardas. Várias obras são ícones, mas vamos usar duas delas para
explicar o movimento.
191
Abaporu, de Tarsila do Amaral, é o arquétipo do
brasileiro. Ao Sol e aos espinhos mantém sua feição
plena ao habituar-se com sua condição, qual seja:
ser designado para a exploração do trabalho braço
em função de sua força, representado pelos braços
enormes. O domínio intelectual não é de sua
alçada, sua cabeça pequena não o favorece.
QUESTÕES
192
Certo ( ) Errado ( )
3. Quadrix – 2018 – SEE/DF – Professor de Educação Básica – História
Com Casa Grande e Senzala, Gilberto Freire deplora a miscigenação que, unindo
brancos, negros e índios, deu origem a um povo brasileiro apático e indolente.
Certo ( ) Errado ( )
4. Quadrix – 2018 – SEE/DF – Professor de Educação Básica – História
Com Evolução Política do Brasil, Caio Prado Júnior introduz o método do
materialismo histórico na análise da trajetória histórica do País, desde o período
colonial.
Certo ( ) Errado ( )
5. Quadrix – 2018 – SEE/DF – Professor de Educação Básica – História
O historiador britânico Eric Hobsbawm, que encontrou no materialismo histórico
o suporte
teórico‐metodológico para a elaboração de sua obra, notabilizou‐se pela
publicação de livros referenciais para a compreensão da contemporaneidade
(séculos XIX e XX).
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. C
GABARITO COMENTADO
193
5. Um dos historiadores mais famosos da análise contemporânea. Possui
influências de Marx e seu materialismo histórico.
CAPÍTULO I
Art. 12. A partir das áreas do conhecimento e da formação técnica e profissional,
os itinerários formativos devem ser organizados, considerando:
III - ciências da natureza e suas tecnologias: aprofundamento de conhecimentos
estruturantes para aplicação de diferentes conceitos em contextos sociais e de
trabalho...meteorologia e climatologia.
IV - ciências humanas e sociais aplicadas: aprofundamento de conhecimentos
estruturantes para aplicação de diferentes conceitos em contextos sociais e de
trabalho, estruturando arranjos curriculares que permitam estudos em relações
sociais, modelos econômicos, processos políticos, pluralidade cultural,
historicidade do universo, do homem e natureza, dentre outros, considerando o
contexto local e as possibilidades de oferta pelos sistemas de ensino;
194
§ 1º Os itinerários formativos devem considerar as demandas e necessidades do
mundo contemporâneo, estar sintonizados com os diferentes interesses dos
estudantes e sua inserção na sociedade, o contexto local e as possibilidades
de oferta dos sistemas e instituições de ensino.
§ 2º Os itinerários formativos orientados para o aprofundamento e ampliação das
aprendizagens em áreas do conhecimento devem garantir a apropriação de
procedimentos cognitivos e uso de metodologias que favoreçam o
protagonismo juvenil, e organizar-se em torno de um ou mais dos seguintes
eixos estruturantes:
I - investigação científica: supõe o aprofundamento de conceitos fundantes das
ciências para a interpretação de ideias, fenômenos e processos para serem
utilizados em procedimentos de investigação voltados ao enfrentamento de
situações cotidianas e demandas locais e coletivas, e a proposição de
intervenções que considerem o desenvolvimento local e a melhoria da qualidade
de vida da comunidade;
II - processos criativos: supõe o uso e o aprofundamento do conhecimento
científico na construção e criação de experimentos, modelos, protótipos para a
criação de processos ou produtos que atendam a demandas pela resolução de
problemas identificados na sociedade;
III - mediação e intervenção sociocultural: supõe a mobilização de
conhecimentos de uma ou mais áreas para mediar conflitos, promover
entendimento e implementar soluções para questões e problemas identificados
na comunidade;
IV - empreendedorismo: supõe a mobilização de conhecimentos de diferentes
áreas para a formação de organizações com variadas missões voltadas ao
desenvolvimento de produtos ou prestação de serviços inovadores com o uso
das tecnologias.
§ 3º Itinerários formativos integrados podem ser ofertados por meio de arranjos
curriculares que combinem mais de uma área de conhecimento e da formação
técnica e profissional.
§ 5º Os itinerários formativos podem ser organizados por meio da oferta de
diferentes arranjos curriculares, dada a relevância para o contexto local e a
possibilidade dos sistemas de ensino.
§ 6º Os sistemas de ensino devem garantir a oferta de mais de um itinerário
formativo em cada município, em áreas distintas, permitindo-lhes a escolha,
dentre diferentes arranjos curriculares, atendendo assim a heterogeneidade e
pluralidade de condições, interesses e aspirações.
§ 12. O estudante pode mudar sua escolha de itinerário formativo ao longo
de seu curso, desde que:
I - resguardadas as possibilidades de oferta das instituições ou redes de ensino;
II - respeitado o instrumento normativo específico do sistema de ensino.
§ 13. Os sistemas de ensino devem garantir formas de aproveitamento de
estudos realizados com êxito para o estudante em processo de transferência
195
entre instituições ou redes de ensino ou em caso de mudança de itinerário
formativo ao longo de seu curso.
Art. 14. A critério das instituições e redes de ensino, em observância às normas
definidas pelo sistema de ensino, os currículos e as matrizes podem ser
organizados de forma que a distribuição de carga horária da formação geral
básica e dos itinerários formativos sejam dispostos em parte ou em todos os anos
do ensino médio.
Parágrafo único. Os currículos podem permitir que o estudante curse:
I - mais de um itinerário formativo dentro de seu curso de ensino médio;
II - itinerários formativos de forma concomitante ou sequencial.
CAPÍTULO II
Art. 17. O ensino médio, etapa final da educação básica, concebida como
conjunto orgânico, sequencial e articulado, deve assegurar sua função formativa
para todos os estudantes, sejam adolescentes, jovens ou adultos, mediante
diferentes formas de oferta e organização.
§ 2º No ensino médio diurno, a duração mínima é de 3 (três) anos, com carga
horária mínima total de 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas, tendo como
referência uma carga horária anual de 800 (oitocentas) horas, distribuídas
em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar,
considerando que:
I - a carga horária total deve ser ampliada para 3.000 (três mil) horas até o
início do ano letivo de 2022;
II - a carga horária anual total deve ser ampliada progressivamente para
1.400 (um mil e quatrocentas) horas.
§ 5º Na modalidade de educação de jovens e adultos é possível oferecer até
80% (oitenta por cento) de sua carga horária a distância, tanto na formação
geral básica quanto nos itinerários formativos do currículo, desde que haja
suporte tecnológico – digital ou não – e pedagógico apropriado.
Art. 23. Os sistemas de ensino devem utilizar os resultados do Sistema de
Avaliação da Educação Básica (SAEB), como subsídio para avaliar, rever e propor
políticas públicas para a educação básica.
*Veremos sobre o SAEB mais adiante.
CF – CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 242
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.
196
*A constituição toca apenas um ponto acerca do ensino de História, que quando
se tratar do Brasil deve-se levar em conta a contribuição das diferentes culturas
que formaram a nação. Note que a incumbência é bastante genérica, não
especifica. Mas isso não é um problema, é uma característica bem comum da
Constituição Federal: definir de forma ampla, cabendo as leis fazerem a
especificidade e uma descrição mais detalhada do ponto em questão.
DEFINIÇÃO
TENHA EM MENTE
197
1 – Permanência
Sua vigência era até o ano de 2020, mas agora o FUNDEB passa a ser permanente.
Entretanto isso não exclui possíveis revisões. Aliás, a primeira revisão ocorrerá em
2026 e voltará a acontecer de maneira decenal/a cada 10 anos.
2 – Novos parâmetros
O FUNDEB levará em conta não só a quantidade de matrículas (parâmetro antigo
para a aplicação de recursos), mas a equidade entrará em jogo. Lembremos o que
significa esse termo: igualdade é dividir algo em partes iguais dentre os
indivíduos em questão; já equidade é sanar a desigualdade entre os indivíduos
dando mais aos que mais necessitam. Essa equidade também será feita de
maneira interna, pelos próprios Estados.
3 – Aumento no investimento
A união antes tinha a incumbência de complementar o fundo da educação com
10% daquilo que foi recolhido pelos Estados. Agora o valor passou para 23%.
Contudo esse valor não será implementado de imediato, mas de maneira
proporcional até 2026. Vale frisar que metade desses recursos serão destinados à
educação infantil, e na falta de vagas os recursos podem ser destinados a escolas
de Educação Infantil conveniadas com o poder público.
DEFINIÇÃO
198
*O Saeb é o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, cujo
desenvolvimento e gerenciamento fica a cargo do Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, autarquia do Ministério da Educação.
Começou a ser desenvolvido na década de 80 e foi efetivamente implantado em
1990.
TENHA EM MENTE
O Saeb passa a ser obrigatório para todas as escolas públicas e privadas. Antes o
dever era exclusivo das escolas públicos, agora a obrigatoriedade se estende para
as escolas da rede privada. É importante frisar que não haverá custo para as
escolas privadas.
2 – Frequência
Agora a prova do Saeb será feita anualmente. Lembre-se que antes ela era
bianual, a cada dois anos. Esse ponto será feito de forma gradativa.
3 – Ampliação
4 – Educação infantil
199
5 – Diálogo com a base
6 – Digitalização
7 – ENEM seriado?
200
centralidade, especialidade, foco, etc; não podemos falar em exclusividade.
Cuidado para não ser enganado pela banca!
*Note que não basta expor a cultura africana e indígena, é necessário que o
professor de História discorra sobre as contribuições nas mais diversas áreas, além
de tocar nas lutas tão árduas que esses povos tiveram ao longo da história.
*Veja que temos uma dupla especialidade. Uma aula que trate da formação do
Brasil deve contemplar especialmente a contribuição africana, europeia e
indígena; e tais conteúdos devem estar em todo o currículo escolar, mas devem
ser ministrados especialmente em artes, literatura e História do Brasil. Como
dito no comentário do art. 26-A, aqui não se fala da cultura europeia. A seguinte
questão apareceu no concurso de 2018 da SEDF:
201
Os conteúdos de história e cultura afro‐brasileira e indígena são obrigatórios
apenas nos componentes curriculares artes, literatura e história.
*Veja que o professor deve se ater a oralidade indígena, ponto tão forte na
transmissão de conhecimento desse povo.
202
humanas, deve se articular aos projetos societários etno políticos das
comunidades indígenas contemplando a gestão territorial e ambiental das terras
indígenas e a sustentabilidade das comunidades indígenas.
TENHA EM MENTE
203
• O ensino de história deve visar um caráter humanista, com isso se
afastando de uma visão puramente utilitária das disciplinas escolares
• A história social e cultural deve ter uma relevância de mesmo valor em
relação as histórias econômica e política. Dessa maneira as vozes de
grupos sociais e de indivíduos podem ser ouvidas mais fortemente.
• A História, assim como seu ensino, é fruto de um tempo: reconhecer
isso e dialogar com os outros tempos é entender uma nova camada
historiográfica, é um ato necessário.
• Os grandes eventos costumam ofuscar as personalidades que estavam
em cena neles, trazer à tona esses sujeitos é essencial.
• A investigação histórica deve ser para além da escrita, a comunicação
humana é rica e sua pluralidade deve ser considerada no estudo da
História.
• Trabalhar a interpretação e crítica é uma tarefa fundamental, uma vez
que a criação de sujeitos autônomos em nossa sociedade é uma
demanda urgente: esta é a principal contribuição da História no nível
médio.
• A História é uma disciplina fértil para a relação interdisciplinar.
• O ensino de História contribui para a criação da identidade e a formação
da cidadania.
• A própria cidadania está fadada ao tempo, fazendo-se necessário uma
seleção de conteúdos pertinentes para se trabalhar o papel do cidadão
na sociedade atual.
• A História fomenta o trabalho da alteridade.
• O estudo da História faz entender o caráter cultural da própria noção de
tempo, podemos falar em tempos: mítico, escatológico, cíclico,
cronológico, geológico e astronômico.
• A História possui uma íntima relação com a memória, esta é um remédio
que deve ser trabalhado continuamente para sanar a amnésia social.
• Os espaços devem ser objeto de estudo da História, os alunos não
devem ter seu ensino restrito a livros.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
Representação e comunicação
• Trabalhar a crítica, análise e interpretação
• Produzir textos analíticos e interpretativos
Investigação e compreensão
204
• Reconhecer o tempo como cultural e relativo
• Saber estabelecer as diversas relações de mudança e continuidade entre
os processos históricos
• Entender que o sujeito é produto e agente do tempo
• Ser ativo na construção da memória social, através de um olhar crítico para
os acontecimentos
Contextualização sociocultural
• Situar as produções culturais em seus contextos, constituindo assim sua
significação temporalmente demarcada
• Analisar as situações atuais em relação ao passado
• Posicionar-se de maneira fundamentada diante dos fatos atuais
*Agora vamos tratar das competências e habilidades que a BNCC elenca para a
área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Tenha em mente que competência
é aquilo o que se almeja dos estudantes; por outro lado, as habilidades são
justamente as ferramentas com as quais os alunos conseguiram satisfatoriamente
conseguir alcançar essa competência. Competência é a meta, habilidades são as
estruturas que propiciaram o alcance dessa meta. Vejamos a seguir:
205
tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação
a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em
argumentos e fontes de natureza científica.
Habilidades:
• Saber comparar fontes
• Discutir circunstâncias de maneira crítica
• Elaborar hipóteses e compor argumentos
• Analisar objetos materiais ou imateriais
• Articular crítica e contextualmente tipologias evolutivas (populações
nômades e sedentárias, etc) e oposições dicotômicas (natureza/cultura,
razão/emoção)
• Se utilizar dos mais diversos meios de comunicação de maneira satisfatória
206
• Analisar os impactos socioambientais decorrentes de ações
governamentais, industriais e individuais, além de favorecer àquelas que
promovem um uso consciente dos recursos
• Discutir o papel e as competências legais de organismos nacionais e
internacionais que lidam com o meio ambiente
• Comparar o impacto de diferentes modelos socioeconômicos no uso de
recursos naturais
207
• Caracterizar a presença do autoritarismo o decorrer histórico da
sociedade brasileira, fazendo um contraposto a partir da defesa da
autonomia e liberdade humana
• Analisar a formação de diferentes países e estruturas sociais, aplicando
conceitos políticos como os de Estado, poder, sistemas e regimes de
governo, etc
• Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial,
observando os aspectos positivos e negativos de suas atuações
• Analisar os princípios da Declaração dos Direitos Humanos a fim de
promover ações concretas que sejam frutíferas à sociedade
• Analisar os aspectos socioeconômicos brasileiros, propondo medidas que
enfrentem as desigualdades e que valorizem o protagonismo cidadão
Outro ponto que pode cair na sua prova é o tema da transversalidade. O Currículo
em Movimento nos traz o seguinte:
Temos que responder dois pontos: o que é transversalidade e o que são narrativas
historicamente negligenciadas.
208
Os eixos transversais possibilitam o acesso do(a) estudante aos diferentes
referenciais de leitura do mundo, com vivências diversificadas e a
construção/reconstrução de saberes específicos de cada ciclo/etapa/modalidade
da educação básica. Os conteúdos passam a ser organizados em torno de uma
determinada ideia ou eixo que indicam referenciais para o trabalho pedagógico
a ser desenvolvido por professores(as) e estudantes, de forma interdisciplinar,
integrada e contextualizada
Lei Nº 8069 de 1990, é aquela que dispõe sobre a proteção integral à criança e
ao adolescente.
TENHA EM MENTE
VIDA E SAÚDE
209
• A criança e o adolescente têm o direito de serem educados sem o uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante
210
EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
211
MEDIDAS PERTINENTES AOS RESPONSÁVEIS
CONSELHO TUTELAR
212
nessa lista de impedimento; por outro lado, os avós, que são parentes de
2º grau apenas, não entram nessa lista.
213
DIRETRIZES
I - erradicação do analfabetismo;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais
e éticos em que se fundamenta a sociedade;
214
*No PDE teremos outras instâncias que acompanharam sua execução. As
bancas costumam tentar confundir os candidatos.
*Veja que as mesmas instâncias que acompanham a execução do PNE têm outras
tarefas: divulgar o monitoramento e avaliações, analisar/propor políticas
públicas e revisão orçamentária.
METAS
215
META 3 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de
15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste
PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por
cento)
META 10 Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de
educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma
integrada à educação profissional.
216
META 12 Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%
(cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da
população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da
oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas
matrículas, no segmento público.
217
META 19 Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da
gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e
desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas
públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.
*O PDE, como toda decisão que se quer democrática, deve ter a participação
da sociedade. As provas podem alegar que tal fato não ocorre. Fique atento!
DIRETRIZES
218
VI – formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores
morais e éticos em que se fundamenta a sociedade, considerando as
características econômicas do Distrito Federal;
219
Parágrafo único. As instâncias de que trata este artigo devem divulgar,
anualmente, por meio de suas páginas oficiais na internet, todos os resultados
do monitoramento e das avaliações.
METAS
220
Meta 2: Garantir o acesso universal, assegurando a permanência e a
aprendizagem dos estudantes a partir dos 6 anos de idade, ao ensino
fundamental de 9 anos, assegurando, também, a conclusão dessa etapa até os 14
anos de idade até o último ano de vigência deste Plano.
* O PNE fala em garantir a conclusão do ensino fundamental na idade
recomendada de pelo menos 95% dos estudantes desse período.
221
maior vulnerabilidade social, incluindo população de baixa renda, negros,
indígenas e ciganos, declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE ou à Companhia de Planejamento do Distrito Federal – CODE-
PLAN, conforme Resolução CNE/CEB nº 1, de 3 de abril de 2002, que institui as
diretrizes operacionais para a educação básica nas escolas do campo.
Meta 9: Constituir na rede pública de ensino condições para que 75% das
matrículas de educação de jovens, adultos e idosos sejam ofertadas aos
trabalhadores, na forma integrada à educação profissional, nas etapas de ensino
fundamental (1º e 2º segmentos) e médio (3º segmento) em relação à demanda
social, sendo 25% a cada três anos no período de vigência deste Plano.
Meta 10: Garantir, na rede pública de ensino do Distrito Federal, a oferta de
escolarização às pessoas jovens, adultas e idosas em cumprimento de pena
judicial de privação de liberdade no sistema prisional do Distrito Federal, de modo
que, até o último ano de vigência deste Plano, no mínimo 50% dessa população
esteja atendida em um dos segmentos da educação de jovens, adultos e idosos
– EJAIT na forma integrada à educação profissional.
Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula da educação superior para 65%,
ampliando a participação da oferta federal e a participação na oferta pública
distrital de forma a aumentar 1% da taxa bruta ao ano até o último ano de
vigência deste Plano.
*O PNE fala em 50% e também emerge a taxa líquida.
222
Meta 15: Garantir, em regime de colaboração com a União, no prazo de um ano
da publicação deste Plano, a política distrital de formação dos profissionais da
educação de que trata o art. 61, I, II e III, da LDB, assegurando formação adequada
a todos no prazo de vigência deste Plano.
Meta 16: Formar, até o último ano de vigência deste Plano, a totalidade dos
profissionais de educação que atuam na educação básica pública em cursos de
especialização, 33% em cursos de mestrado stricto sensu e 3% em cursos de
doutorado, nas respectivas áreas de atuação profissional; e garantir a todos os
profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação,
considerando as necessidades, as demandas e as contextualizações do sistema
de ensino do Distrito Federal.
*O PNE fala em formar em nível pós-graduação pelo menos 50% dos
professores da educação básica.
Meta 19: Até um ano após a publicação deste Plano, adequar a ele a Lei de
Gestão Democrática e elaborar leis do sistema distrital de educação e de
responsabilidade educacional, em consonância com as orientações nacionais.
* O PNE põe o prazo de 2 anos. Já que o âmbito do PNE é nacional lembre-
se que é necessário mais tempo.
223
Meta 21: Garantir, já no primeiro ano de vigência deste Plano, 100% do
atendimento escolar para todos os adolescentes que cumprem medida
socioeducativa e internação cautelar, em consonância com os princípios dos
direitos humanos e com qualidade pedagógica.
*O PNE não tem uma meta similar a esta, que trate de atendimento escolar
para adolescentes que cumprem alguma medida socioeducativa ou
internação cautelar.
QUESTÕES
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
224
5. (CEBRASPE/SEDF/2017) Apesar das conexões existentes entre a história
africana e a história da diáspora africana, os estudos sobre a África, quando
abordados em sala de aula, não devem ser utilizados como um instrumento na
luta contra o racismo nas Américas ou na Europa, por ser este um assunto
relacionado a outros contextos históricos.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
225
e o Estado brasileiros ampliem os diálogos com esses sujeitos sociais acerca da
elaboração de políticas públicas que atendam suas demandas.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
17. O debate em sala de aula acerca das etnias que formam o Brasil se restringe
às culturas africanas e europeias.
Certo ( ) Errado ( )
226
18. (IADES/SEDF/2018) Conforme disposição legal, a disciplina história da África,
a ser ministrada em todos os níveis de ensino, deve se restringir,
fundamentalmente, ao estudo da escravidão.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
227
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
29. As escolas privadas devem arcar com os custos das avaliações do Saeb.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
34. Os alunos poderão usar a média obtida nas provas aplicadas em seu ensino
médio pelo Saeb para ingressar no ensino superior, analogicamente a um ENEM
seriado.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
228
36. Não há possibilidade de o aluno mudar de itinerário formativo ao longo do
curso, por isso é necessário pesar bem sua escolha.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. C
5. E
6. C
7. C
8. C
9. E
10. E
11. C
12. C
13. E
14. C
15. C
16. C
17. E
18. E
19. C
20. E
21. E
22. E
229
23. E
24. E
25. E
26. E
27. E
28. E
29. E
30. E
31. E
32. C
33. C
34. C
35. E
36. E
37. E
38. C
39. E
GABARITO COMENTADO
1. Incluir algo como a história africana sem tratar da sua importância na formação
do Brasil seria um erro. É por isso que a cultura e a relevância africana devem estar
contempladas no ensino de história do Brasil.
3. Aqui o aluno pode se assustar com a especificidade que a questão nos traz:
“ensino fundamental de nove anos e ensino médio”. A DCN nos diz que os temas
acerca da relevância e participação dos povos africanos para a história do Brasil
devem ser contemplados em todo o ensino básico.
5. Errado. Uma das ideias por trás de trazer o estudo das culturas africanas para
sala de aula é justamente romper com a problemática racista ainda existente na
230
vida da sociedade brasileira, demonstrando a incoerência e história por trás desse
mal, além de chamar atenção para a riqueza e a beleza da qual as culturas
africanas são constituídas.
6. A realidade deve ser mostrada, não deve haver uma atitude de romantização
por parte do professor acerca dos sofrimentos acometidos contra o povo africano
e seus afrodescendentes.
10. É a lei que se fala no texto, da obrigatoriedade do ensino dos povos indígenas
em história: Apesar da criação da Lei n.º 11.645/2008, que torna obrigatório o
ensino da história e da cultura indígena nas escolas, grande parte dos livros
didáticos e paradidáticos ainda carrega consigo uma visão estereotipada dos
grupos nativos brasileiros. Ou seja: não podemos falar numa eliminação. A lei foi
implementada e traz benefícios, sem dúvida, mas em termos de políticas públicas
práticas muitas coisas ainda devem ser feitas.
12. É justamente o que diz a lei. Mas o aluno precisa saber da lei? Teoricamente
sim, pois é ela que introduz essa obrigatoriedade. Mas pensa comigo:
implementar a obrigatoriedade no ensino de história da cultura indígena e excluir
o próprio povo indígena e suas contribuições seria algo absurdo. Aqui deve se
ater muito mais a interpretação.
13. As visões devem ser debatidas, postas em embate. Vimos que uma das
habilidades requeridas do aluno é justamente a capacidade de trabalhar em cima
de visões históricas, a partir dos mais diversos tipos de fontes.
15. O fomento ao debate aparece tanto nas BNCC quanto nos PCN.
16. Exato. Os conteúdos devem ser tratados de maneira crítica, essa maneira de
lidar com a história aparece em vários documentos oficiais, como já vimos.
231
17. Os povos indígenas também devem entrar nesse grupo.
18. A África e suas relações com o Brasil devem ser tratadas em sala de aula
também pelas suas contribuições, lutas, riqueza cultural, etc.
21. A História faz belas conexões com diversas disciplinas. A rigor, todos as
disciplinas escolares estão relacionadas entre si de alguma maneira.
29. Errado. Já que o Saeb se tornou obrigatório para as escolas privas, estas não
devem arcar com os custos das aplicações das provas.
232
30. O Fundeb agora terá caráter permanente, admitindo revisões ao longo de sua
atividade. O lapso decenal diz respeito ao período de reavaliação a que será
submetido, com exceção da primeira revisão, que ocorrerá já em 2026.
34. Exato. A média dos resultados obtidos ao longo do ensino médio poderá ser
usada como mais uma opção para ingressar no ensino superior.
35. Até 80% pode ser feito a distância. Além do mais, esse caráter a distância
próprio do EJA se aplica tanto à formação geral básica quanto aos itinerários
formativos.
233
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PRIMÁRIAS
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Fausto, Boris,. História do Brasil / Boris Fausto. – 12. ed., 1. reimpr. - São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
J.M. Roberts. The History of the World. Oxford University Press, 6º edition. New
york, 2013.
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LE GOFF, Jacques. As raízes medievais da Europa. Petrópolis: Vozes
SECUNDÁRIAS
A Formação das Almas de José Murilo de Carvalho. Companhia das Letras; 1ª
edição. 2017.
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International Comparison. Cambridge University Press, 2000.
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos – O Breve Século XX (1914-1991). São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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volumes. Cambridge, MA., Harvard University Press; London, William Heinemann,
Ltd. 1919.
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-100 anos das revoluções russas:
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-Como a Segunda Guerra Mundial terminou:
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- O que é fascismo?: https://www.youtube.com/watch?v=kros-1kU1Qc
-Quem venceu os nazistas: https://www.youtube.com/watch?v=-
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- Stalingrado: https://www.youtube.com/watch?v=Ix4nU70MINU
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https://www.worldhistory.org/Rome/
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