Os movimentos migratórios

em Portugal
Da emigração à imigração

Geografia A 10.⁰ ano – Isabel Costa ꞏ Liliana Rocha

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Enquadramento temático

1. População: evolução e diferenças regionais

1.1. A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA A PARTIR

DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX

1.2. As estruturas e os comportamentos sociodemográficos

1.3. Os principais problemas sociodemográficos

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1.4. O rejuvenescimento e a valorização da população as 50 as
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ual.

Aprendizagens essenciais
Analisar questões geograficamente relevantes do espaço português:
-Comparar a evolução do comportamento de diferentes variáveis
demográficas, recolhendo e selecionando informação estatística e
apresentando conclusões.
- Identificar padrões de distribuição de variáveis demográficas e suas causas
próximas, utilizando mapas a diferentes escalas.
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A emigração portuguesa

Portugal é, desde há séculos, um país de ção

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A emigração portuguesa

A emigração portuguesa atravessou várias fases, reflexo da evolução da

conjuntura política, económica e social do país ao longo do tempo.

2014
Saída de 134 624
1966 portugueses
Saída de 120 239
portugueses
Milhares de emigrantes

Anos

Evolução do número de emigrantes portugueses, total e por tipo de emigração, 1960-2019.

Fonte: INE, Pordata, 2020.

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A emigração portuguesa

Tendência Destinos
Fases Duração Contexto político e económico
Evolutiva principais
- Guerra colonial.
- Portugal vive um regime
Predomínio
1960-1973 Rápido ditatorial opressivo, os salários
da emigração
crescimento são baixos e a pobreza
permanente
generalizada.

- Crise económica na Europa

França, resultante da subida dos preços
Alemanha, do petróleo;
Luxemburgo e - Restrições à imigração nos
Crescimento
Suíça. países de destino;
da emigração
1974-1986 temporária e - Aumento do desemprego na
Decréscimo
diminuição Europa Ocidental.
da - Fim da Guerra Colonial e
permanente. democratização da sociedade
portuguesa.
- Entrada de Portugal na CEE.

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A emigração portuguesa
Tendência Destinos
Fases Duração Contexto político e económico
Evolutiva principais
- Livre circulação no espaço da União
Europeia;
Crescimento Suíça, França,
1987-201 - Assinatura do acordo de Schengen;
moderado, Alemanha,
0 - Desaceleração económica de alguns dos
com Espanha e
principais destinos da emigração
oscilações Luxemburgo
portuguesa

- Fraco crescimento económico e forte

Predomínio
Reino Unido, aumento do desemprego em Portugal,
da emigração
2011-201 Suíça, que conduziu a um período de assistência
Rápido temporária.
4 Alemanha, financeira e consequente imposição de
crescimento
França e políticas de austeridade financeira.
Espanha.

- Retoma do crescimento económico em

Reino Unido,
Após Portugal, com um crescimento do
Alemanha,
2014 Decréscimo emprego e uma descida da taxa de
França, Suíça
desemprego.
e Espanha.

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A emigração portuguesa
Séc. XX Vs Séc. XXI
….Duração, destino, motivações e características sociodemográficas dos
emigrantes
Desde a segunda metade do século XX até à atualidade Portugal atravessou
duas grandes vagas de emigração, mas de características muito distintas.

1960-1973
Áreas de partida: espaços rurais
do interior do país.
Duração: predomínio da
emigração permanente.
Áreas de destino: países da
Europa Ocidental, sobretudo
França.
Características dos emigrantes:
jovens, maioritariamente homens,
com baixas habilitações literárias.
2011-2014
Áreas de partida: indiferenciadas - todo o
território nacional.
Duração: predomínio da emigração
temporária.
Áreas de destino: países da Europa
Ocidental, sobretudo Reino Unido.
Características dos emigrantes:
diferentes escalões etários, de ambos os
sexos, com diferentes habilitações
literárias, desde mão-de-obra pouco
escolarizada até à altamente qualificada.

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A emigração portuguesa

Fuga de cérebros?
Fuga de cérebros…
A fuga de cérebros tornou-se uma
realidade portuguesa no século XXI.
Portugal conheceu, nos últimos dez
anos, um significativo aumento das
partidas de jovens qualificados,
sobretudo para os países da UE. A
proposta de redução de 50% no IRS,
avançada pelo governo português,
não é suficiente para cativar a atenção
de jovens emigrantes, como os
próprios admitem, preferindo insistir
na diferença salarial, na estabilidade
ou nas condições para exercer
funções com forte componente
tecnológica.

Fonte: Revista Visão, 29/10/2018, adaptado.

Cartoon retirado de revista SÁBADO, 25/02/2009

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A imigração em Portugal

Os anos 80 trouxeram a Portugal uma nova realidade, a imigração.

Portugal passa a ser, não só emissor, mas recetor de migrantes.

1980 - 2010
- Crescimento contínuo da imigração

2010 - 2015
- Quebra do crescimento imigratório

A partir de 2015
- Crescimento acelerado do n.º de imigrantes
2019 representa o maior
n.º de sempre de
estrangeiros titulares de
autorização de residência
em Portugal.

Evolução da população estrangeira em Portugal com estatuto legal de residente, 1980-2019.

Fonte: INE, Pordata, 2020.

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A imigração em Portugal

1980 - 2010
- Crescimento contínuo da imigração

- Revolução de Abril e democratização da sociedade.

- Independência dos territórios ultramarinos.
- Maior estabilidade política e social.
- Adesão de Portugal à União Europeia: construção e
modernização das infraestruturas do país apoiadas pelos fundos
estruturais e de investimento europeus, que ditou um forte
crescimento do emprego.
- Globalização da economia.

Países de origem:
- 1.ª vaga de imigrantes - PALOP, resultantes das relações históricas,
culturais e linguísticas com Portugal.
- 2.ª vaga de imigrantes (final da década de 90 e início século XXI) -
Brasil e países da Europa de Leste, que passam a constituir as
principais comunidades de imigrantes em Portugal.

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A imigração em Portugal

2010 - 2015
- Quebra do crescimento imigratório

- Saída de quase 68 mil imigrantes do país.

- Período de crise económica e financeira.
- Desemprego.
- Assistência financeira a Portugal e fortes medidas de
austeridade para os contribuintes.

A partir de 2015
- Crescimento acelerado do n.º de imigrantes

- Fim do período de crise económica e financeira no país.

- Políticas de restrição à imigração adotadas por muitos
países europeus.
- Perceção de Portugal como destino seguro.
- Vantagens fiscais concedidas pelo Governo a residentes não
habituais.

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A imigração em Portugal

Nacionalidades mais representativas

Principais comunidades de imigrantes residentes em Portugal em 2019 e variação face a 2018.

Fonte: SEF, 2020.

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A imigração em Portugal - contrastes espaciais

A maioria da população
estrangeira reside na faixa
litoral do país, sendo que cerca
de 70% do total está registada
nos distritos de Lisboa, Faro e
Setúbal

Reforço dos contrastes

socioeconómicos existentes
entre o litoral e o restante
território nacional

Distribuição espacial da população estrangeira residente em Portugal em 2019 e variação face a 2018.
Fonte: SEF, 2020.

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Saldo migratório
SM Positivo
Forte vaga imigratória, com o
regresso de portugueses:
- residentes na Europa (restrições à
emigração para a Europa - choque
petrolífero de 1973).
- residentes das antigas colónias
após a Revolução de Abril de 1974.
SM negativo
Forte vaga emigratória para a
Europa Ocidental: fuga à
Guerra Colonial, à ditadura
de Salazar e busca de
melhores condições de vida.
Evolução do saldo migratório em Portugal, 1961-2019.
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SM Positivo
Entrada de imigrantes oriundos,
numa 1.ª fase dos PALOP, depois
do Brasil e, mais tarde, da Europa
de Leste, atraídos por um
período de crescimento da
economia e do emprego.
SM negativo
Saída de muitos
portugueses para a Europa,
devido à abertura de
fronteiras decorrentes da
entrada de Portugal na UE.
Fonte: SEF, 2020.
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Saldo migratório

SM Negativo
Saída de milhares de portugueses em
virtude da falta de emprego e de fortes
medidas de austeridade financeira
motivadas por uma crise económica e
financeira.
SM Positivo
Tendência contínua de decréscimo da
emigração e crescimento da imigração,
sobretudo motivada pela evolução
favorável da conjuntura económica
nacional.

Evolução do saldo migratório em Portugal, 2010-2016.

Fonte: SEF, 2020.

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Saldo migratório - contrastes espaciais

Taxa de crescimento migratório

Evolução da taxa bruta de crescimento migratório em Portugal por NUTS II, 2019.
Fonte: INE, Pordata, 2020.

A taxa bruta de crescimento migratório em 2019 revela um forte aumento face aos
anos anteriores, especialmente visível nas NUTS do Alentejo e do Centro. Estas
regiões, juntamente com a Área Metropolitana de Lisboa, são aquelas onde se
verifica o maior contributo da via migratória para o crescimento da população.

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Crescimento efetivo

QUE FUTURO?

Desde a segunda metade do século XX até à atualidade é possível individualizar

diferentes ritmos de crescimento demográfico que resultam, em larga medida, da
variação do saldo migratório, já que o saldo natural se apresenta em declínio.

Evolução do crescimento efetivo em Portugal, 1961-2019. Fonte: INE, Pordata, 2020.

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Crescimento efetivo
QUE FUTURO?

Evolução do crescimento efetivo em Portugal, 1961-2019 (estimativas) 2019-2080 (projeções).

Fonte: INE, Pordata, 2020.

🡺 A segunda década do século XXI caracteriza-se por um contínuo decréscimo da

população portuguesa, já que o crescimento natural tem sido cada vez mais negativo.

🡺 O ano de 2019 quebra a tendência de quase uma década de recuo demográfico, na

sequência do forte aumento do saldo migratório, componente que, nos últimos anos
tem impedido uma maior quebra demográfica.
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Crescimento efetivo
QUE FUTURO?

🡺 O dinamismo do saldo migratório não será suficiente para, nas décadas futuras,
evitar o decréscimo e o envelhecimento da população portuguesa.

População residente em Portugal, 1991-2018 (estimativas) e 2019-2080 (projeções).

Fonte: INE, Pordata, 2020.

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Fim da apresentação

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