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(3.1) O Desenvolvimento e a Questão Demográfica

Economia C (Ensino Médio - Portugal)

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O Desenvolvimento e a Questão
Demográfica
O Processo Tecnológico e o Crescimento
Demográfico
o O conhecimento das dinâmicas populacionais, como a estrutura etária da população
ou a evolução da natalidade:
g Fornece informações relevantes a várias áreas, como aos decisores de políticas
económicas e sociais, aos políticos, aos cientistas sociais e a todos os que têm de tomar
decisões na área da agricultura, indústria e dos serviços;
g Permite conhecer tendências populacionais que constituem um aspeto fundamental para
a prever a procura de alimentos, água e energia no futuro e, assim, ser possível
tomar decisões que assegurem a satisfação das gerações do presente, sem
comprometer as do futuro;
g Permite aos decisores de políticas económicas e sociais planificarem as
dimensões das cidades e das infraestruturas disponíveis (escolas, hospitais,
estradas, etc.).

o Tendência de Envelhecimento Populacional:


g Tem se vindo a verificar nos países desenvolvidos (como Portugal), o que tem
implicações ao nível da organização dos sistemas de saúdes, de educação e de
segurança social, bem como no mercado de trabalho e nos padrões de consumo
e de poupança.
g Os impactos nos sistemas de segurança social dos países desenvolvidos têm levado
à introdução de várias reformas e ajustamentos desses sistemas de forma a torna-los
mais equilibrados em termos geracionais.

o O crescimento mais acelerado da população mundial é um fenómeno


relativamente recente na história da humanidade.
g Durante vários séculos o crescimento da população mundial decorreu a um ritmo
muito lento;
g As Nações Unidas estimam
que há 2000 anos a
população mundial
rondasse os 300 milhões de
habitantes, tendo
demorado cerca 1600 a
duplicar esse valor;
g Em 1750, estima-se que a
população mundial fosse
de 710 milhões, pelo que
foram necessários 150
anos para aumentar 150
milhões;
g Em 1900, a população mundial teria mais do que duplicado, em relação a 1750,
atingindo os 1,7 mil milhões de habitantes, centrando-se o grande crescimento na
Europa;

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g Em 2000, as Nações Unidas anunciavam que a população mundial tinha ultrapassado os


6 mil milhões de pessoas, pelo que se observa o crescimento populacional sem
precedentes do século XX;
g Prevê-se que o século XXI será ainda um período de crescimento demográfico,
embora mais abrandado que o do século anterior e que só em 2200 ocorra uma
estabilização do crescimento da população mundial.

o É a partir de 1950 que o crescimento da população começa a ser mais acelerado,


devido, sobretudo à diminuição da mortalidade, reflexo dos progressos verificados:
g na medicina, onde o avanço da vacinação permitiu a erradicação ou o controlo de
várias doenças (varíola, raiva, tuberculose, tétano, etc.);
g nas condições de vida e de higiene nas habitações e a implementação de
sistemas de esgotos, de canalização, e tratamento de águas permitiram o
controlo de doenças e epidemias;
g na melhoria da alimentação, pois com a mecanização da agricultura foi possível
aumentar a produção de alimentos e reduzir os períodos de fome, bem como melhorar a
alimentação da população em geral, através da introdução de novas variedades de
alimentos.

Distribuição da População Mundial


o Através da análise da distribuição mundial da população verifica-se que esta não
é uniforme.
g Dos 7 mil milhões de pessoas que habitavam o planeta em 2011, 60 % viviam na Ásia
e 15% em África.
g No mesmo ano, 15% da população mundial vivia no continente africano, estimando-se
que aumente a uma taxa média anual de 2,3% até 2044, apresentando uma tendência
de estabilização a partir desse ano.
g Por sua vez, a população da Ásia era de 4,2 mil milhões, prevendo-se que continue a
aumentar até meados do presente século, atingindo o seu máximo em 2052, sendo que a
partir daí deverá estabilizar;
g Em contrapartida, a população conjunta dos
continentes europeu, americano e da
Oceânia era de 1,7 mil milhões, prevendo-se
que até 2060 atinja os 2 mil milhões, diminuindo
posteriormente;
g A população do continente europeu deverá
atingir o seu máximo em 2025, prevendo-se
a sua diminuição a partir daí.

o Prevê-se que a China e a Índia continuem, até ao final do século, a apresentar-se como os
grandes gigantes populacionais.
g Até 2025, a China será o país mais populoso do mundo, sendo ultrapassada pela Índia.

A Transição Demográfica
o Teoria da Transição Demográfica:
g Constitui um modelo de interpretação das grandes transformações demográficas
ocorridas ou a ocorrer nos diferentes países.

o Fase 1 – Regime Demográfico Primitivo:

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g Caracterizado por um crescimento lento da população, dada a existência de uma


elevada natalidade, mas igualmente de uma mortalidade geral e infantil elevada.

o Fase 2 – Declínio da Mortalidade:


g Devido aos progressos verificados na alimentação, na saúde, na higiene e no
saneamento, os níveis de mortalidade baixam;
g No entanto, permanecem elevados os níveis de fecundidade e de natalidade,
conduzindo a uma aceleração do crescimento natural da população.
o Fase 3 – Declínio da Fecundidade:
g Verifica-se uma diminuição dos níveis de fecundidade e de natalidade,
continuando a mortalidade a baixa, embora a um ritmo lento;
g O crescimento natural da população diminui de intensidade.

o Fase 4 – Regime Demográfico Moderno:


g O crescimento natural da população tende para zero, verificando-se baixos níveis
de mortalidade, acompanhados igualmente de baixos níveis de fecundidade e de
natalidade.

o Principais fatores que estão na base da redução da natalidade:


g Redução da taxa de mortalidade infantil (provoca uma menor necessidade de as
famílias terem muitos filhos);
g Aumento da urbanização (alteração do papel das crianças que deixam de constituir
uma fonte de trabalho e rendimento, como ocorria nas sociedades agrárias);
g Aumento do grau de escolarização das mulheres e a sua crescente integração
no mercado de trabalho;
g Divulgação de métodos contracetivos (mais modernos e eficazes, a um preço mais
baixo, aumentando o seu uso e o conhecimento das pessoas acerca dos mesmos).

o Segundo os defensores da teoria, todos os países passaram ou irão passar por cada
uma destas fases de evolução demográfica.
g Contudo, não se trata de um processo mecânico, ou seja, os países não percorres ao
mesmo tempo este processo;
g Prevê-se que os países africanos sejam os que irão entrar mais tardiamente na
fase 4.

o O processo de transição demográfica iniciou-se nos países mais desenvolvidos


da Europa Ocidental, na segunda metade do século XVIII.

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g Nos finais do século XIX e início do século XX, o processo estendeu-se a todos os países
europeus.

o Atualmente, pode-se afirmar que todos os países desenvolvidos se encontram na


fase 3 de transição, sendo que muitos deles já atingiram a fase 4.

o Os países em desenvolvimento encontram-se na sua maioria a percorrer a segunda


fase, embora alguns já se encontrem na terceira fase, sendo possível dividi-los em
dois grupos A e B.
o Grupo A:
g Apresentam níveis de mortalidade e de fecundidade mais baixos, uma vez que
houve uma melhoria das condições de vida;
g Países: Taiwan, Coreia do Sul, China, Cuba, Sri Lanka e Costa Rica, ...

o Grupo B:
g Apresentam uma redução das taxas de mortalidade, no entanto, permanecem
elevadas as taxas de fertilidade e de natalidade.
g Países da África Subsariana e do Médio Oriente.

A Diversidade de Estruturas Demográficas


o Estrutura Demográfica:
g Constitui uma forma de análise da população segundo determinadas
características demográficas;
g Pode observar-se de acordo com a composição por sexos e idades, por estado civil, por
níveis de escolaridade ou por ocupação na atividade económica.

o Pirâmide Etária:
g Utilizada em estudos demográficos pois engloba a análise do sexo e da idade,
permitindo analisar e comparar a importância relativa dos diferentes grupo
etários.
g Pirâmide em Urna: pirâmide típica dos países desenvolvidos, que se encontram na
última fase da transição demográfica, os níveis de mortalidade e de natalidade são muito
baixos, o que implica que a base da pirâmide seja reduzida e o topo bastante
empolado.
g Pirâmide em Acento Circunflexo: pirâmide típica dos países em desenvolvimento,
onde a mortalidade e natalidade são mais elevadas, o que lhes configura uma base
mais larga e um topo com efetivos reduzidos.

Estrutura Etária dos Países Desenvolvidos


o Pirâmides Etárias:
g O peso do grupo etário dos jovens é baixo, devido à redução dos níveis de
fecundidade e de natalidade;
g Há um aumento do peso do grupo de pessoas com idades mais avançadas, como
resultado do declínio da natalidade e do aumento da esperança média de vida.

o A partir da segunda metade do século XX, começou a surgir um fenómeno novo nos países
desenvolvidos, o envelhecimento demográfico.
g O envelhecimento traduz o aumento sustentado da proporção de pessoas de idades
avançadas em relação ao total da população.

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o Depois do período “baby-boom” (forte natalidade), que se verificou no pós-guerra (até


1965), segue-se um período conhecido por “baby-crash” (forte decréscimo da
natalidade), dando origem ao fenómeno atual de “papy-boom” (envelhecimento
populacional).

o Causas do envelhecimento populacional:


g Declínio da natalidade (provoca a diminuição da percentagem de população jovem
relativamente ao total da população);
g Aumento da esperança de vida (existe um maior número de população idosa).

o Europa:
g Foi a primeira região do mundo a entrar na terceira
fase do processo de transição demográfica, no início
do século XX, verificando-se uma diminuição da taxa de
natalidade e um aumento da longevidade;
g É atualmente o continente mais envelhecido, prevendo-
se que esta tendência se mantenha no futuro.

o Características do envelhecimento populacional:


g Aumento da percentagem de pessoas muito idosas
(80 e mais anos), relativamente ao grupo dos idosos;
g Feminização da terceira idade, visto que a
percentagem de mulheres idosas é superior à de homens
idosos, isto porque a esperança de vida feminina é superior
à da masculina.

o Nota: Quando não se verifica uma taxa de natalidade capaz de renovar as gerações
anteriores, à medida que o grupo de adultos vai avançando na idade, o grupo de idosos
vais aumentando o seu peso no total da população.

Estrutura Etária dos Países em Desenvolvimento


o Estrutura Etária:
g Muito jovem, pois combina taxas elevadas de fecundidade e de natalidade com
uma esperança de vida reduzida, apesar do recuo verificado nas taxas de
mortalidade geral e infantil;
g Contudo, a redução da mortalidade tem-se realizado a um ritmo inferior ao da natalidade
e da fecundidade, reforçando o carácter jovem das populações.

o Países em desenvolvimento:
g Alguns já se encontram numa fase mais avançada no processo de transição demográfica,
registando uma pirâmide etária menos jovem como o Brasil;
g É sobretudo na África Subsariana que se encontram as estruturas etárias mais
jovens, onde as pirâmides têm bases mais largas e
topos estreitos. Nestes países também se verifica uma
taxa de fecundidade adolescente muito elevada.

o Fatores que impulsionam a gravidez na


adolescência:

g Casamentos de crianças e jovens antes dos 18;


g Fortes desigualdades de género;

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g Pobreza;
g Violência sexual e coerção;
g Políticas nacionais que restringem ou proíbem o uso de métodos contracetivos;
g Ausência ou acesso muito difícil a serviços de saúde reprodutiva;
g Reduzido investimento na educação feminina e no seu capital humano.

o Os países em desenvolvimento são responsáveis por 97% do crescimento


populacional verificado no mundo atualmente, prevendo-se que esta tendência
continue a verificar-se no futuro, devido às elevadas taxas de natalidade e de fertilidade
registadas.

Consequências Económicas da Questão


Demográfica
o Migração:
g Corresponde ao movimento de uma população, definitivo ou temporário, de um
local físico para outro.
g Entre as diferentes regiões do mundo, estabelecem-se fluxos migratórios.
g Em geral, os fluxos migratórios dirigem-se das regiões de elevado crescimento
populacional para as de baixo crescimento populacional.

o Emigração:
g Corresponde ao processo pelo qual as pessoas deixam o seu país para se estabelecerem
noutro;
g Funciona, em parte, como uma forma de escape para a pressão demográfica
sentida nos países em desenvolvimento em direção aos países desenvolvidos,
respondendo à desaceleração do crescimento populacional sentida nestes países.

o Imigração:
g Corresponde ao movimento de entrada de pessoas para um país, onde se estabelecem;
g Para os países de menor crescimento demográfico, a imigração só provocará um
aumento da população se o valor do fluxo de entradas for superior ao valor do
fluxo de saídas.

o Países em desenvolvimento:
g A pressão do crescimento populacional está associada à incapacidade destes países
responderem às necessidades da população crescente, de criarem emprego,
infraestruturas adequadas e de melhorarem o nível de vida das populações.

o Migrantes Internacionais:
g Todas as pessoas que possuem uma nacionalidade de origem diferente daquela
dos habitantes dos países em que vivem.

o Em 2013, as Nações Unidas estimavam que o número de migrantes internacionais


era de 232 milhões de pessoas, sendo que 59% viviam em países desenvolvidos e
41% em países em desenvolvimento.
g Dos 59% de migrantes internacionais a viverem em países desenvolvidos, 60% eram
oriundos de um país em desenvolvimento, sendo que os restantes 40% eram oriundos de
um país desenvolvido;

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g Relativamente à origem dos migrantes internacionais a viverem em países em


desenvolvimento, verifica-se que 86% são oriundos de um país em desenvolvimento,
enquanto que os restantes 14% são pessoas nascidas num país desenvolvido.

o Uma das caraterísticas atuais dos


movimentos migratórios
internacionais é o facto de estes
se realizarem, sobretudo, no
interior da mesma área/região,
ou seja, grande parte dos
migrantes internacionais nasceu
na mesma área/região onde
residem, embora em países
diferentes.

o Stock de Migrantes Internacionais por País:


g Ao longo do período de 2000-2013, os EUA eram o país que albergava o maior número
de migrantes internacionais;
g Em 2013, habitavam nesse país 46 milhões de migrantes, seguindo-se a Federação
Russa, com 11 milhões, e a Alemanha com 10 milhões.

o Stock de Migrantes Internacionais por Sexo:


g Verifica-se que, em 2013, as mulheres representavam, nos países desenvolvidos,
52% do total de migrantes internacionais e 48% nos países em
desenvolvimento.

o Embora a principal razão das migrações internacionais seja a procura de trabalho,


migrantes económicos, existem outras razões que levam as pessoas a sair do seu país
de origem (ex: Refugiados por motivos religiosos, políticos e étnico-culturais).

o Refugiados:
g De acordo com a Convenção de Genebra de 1951, um refugiado é uma pessoa que,
“receando com razão ser perseguida em virtude da sua raça, religião,
nacionalidade, filiação em certo grupo social ou das suas opiniões políticas, se
encontre fora do país de que tem a nacionalidade e não possa ou, em virtude
daquele receio, não queira pedir a proteção daquele país.”
g As Nações Unidas estimam que, em 2013, o número total de refugiados em tudo o
mundo representava 7% dos migrantes internacionais (15,4 milhões de pessoas);
g A grande maioria dos refugiados é oriunda do continente asiático, verificando-se
igualmente que é esse continente que a maioria se desloca e se fixa.

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Consequências dos Fluxos Migratórios – Países de Origem


(Países em Desenvolvimento)
o Estrutura Demográfica:
g Emigram principalmente os jovens e os adultos em idade de procriar, pelo que a
taxa de natalidade baixa e, consequentemente, acelera o processo de
envelhecimento da população.

o Mercado de Trabalho:
g Pois é a população em idade ativa que emigra, acabando por provocar escassez de
mão de obra, especialmente de trabalhadores qualificados e altamente
qualificados (brain dain), que procuram melhores oportunidades, retardando o
processo de desenvolvimento do país.

o Distribuição regional da População:


g As regiões mais afetadas pela emigração, em geral onde as condições de vida são mais
baixas, veem consecutivamente a sua população sair, provocando a desertificação de
certas regiões, geralmente as zonas rurais mais desfavorecidas.

o Contas Externas:
g Verifica-se uma melhoria do saldo da Balança Corrente devido à entrada de
divisas provenientes das remessas dos emigrantes;
g Essas remessas, ao aumentarem os rendimentos das famílias dos emigrantes
possibilitam a melhoria do seu nível de vida e a realização de investimentos na educação
ou na saúdes dos seus filhos.

Consequências dos Fluxos Migratórios – Países de Destino


(Países Desenvolvidos)
o Rejuvenescer a sua estrutura demográfica:
g Os maiores fluxos de imigração dirigem-se para os países desenvolvidos, onde o índice
de envelhecimento é elevado, permitindo contrariar a tendência de
envelhecimento demográfico que se verifica nestes países.

o Responder à necessidade de mão de obra:


g Existe uma grande necessidade de mão de obra nos países desenvolvidos e que
atinge determinadas atividades, desde as que requerem menores qualificações até às
que exigem maior especialização, permitindo, assim, a estes países assegurar o
crescimento económico e a competitividade das suas economias.

o Reforçar os sistemas de segurança social:


g Estes sistemas encontram-se em crise nos países desenvolvidos, em virtude do
envelhecimento populacional;
g A imigração surge como uma oportunidade de aumentar o número de
contribuintes e de, assim, reequilibrar o orçamento da segurança social.

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