Desenho Técnico

Escalas

Desenvolvimento do material
Jociane da Silva Araújo
1ª Edição
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Sumário
Escalas
Para Início de Conversa... ................................................................................ 3
Objetivos .......................................................................................................... 3
1. Conceitos Básicos - Escala Natural .......................................................... 4
1.1 Formatos das folhas de desenho ...................................................... 4
2. Escalas de Redução e Ampliação ............................................................ 6
3. Ângulos em Diferentes Escalas ................................................................ 8
Referências .......................................................................................................... 9
Para Início de Conversa... Objetivos
A construção de um edifício precisa de diversos projetos, como o das ▪ Reconhecer as diferentes escalas e as formas de representação do
fundações, os arquitetos, os elétricos etc. Em geral, esses projetos são objeto.
elaborados em tamanho reduzido em relação às dimensões reais do ▪ Converter a representação dos objetos, considerando as diferentes
edifício, porque não é viável desenhar esse objeto com seu tamanho escalas.
real, e, se isso fosse feito, seriam necessárias muitas folhas de papel. ▪ Compreender as regras de escala, para diferentes ângulos.
A escala é usada justamente para representar um elemento de forma
compreensível. Colocar um desenho em escala é fazer uma relação entre
as dimensões do desenho e as dimensões reais daquilo que está sendo
representado no desenho.

Os desenhos são representados em folhas de papel com diversos

formatos, e os formatos da ISO A são normalmente os mais usados.
Determinados objetos podem ser representados em seu tamanho real
e, nesse caso, é possível usar a escala natural, mas há casos em que isto
não é possível, então, faz-se uso das escalas de redução. Há casos em
que o objeto é ampliado no desenho, e isso é muito útil para mostrar
detalhes do elemento representado no desenho. Para elaboração dos
desenhos ou para leitura, pode-se usar um instrumento conhecido como
escalímetro.

Convidamos você a conhecer as escalas e a aprender como usá-las.

Vamos lá!

Desenho Técnico 3
1. Conceitos Básicos - Escala Natural
Para iniciarmos o estudo sobre as escalas, fazemos o seguinte
questionamento: você consegue desenhar em uma folha papel A4
uma lata de refrigerante de 350 ml? Em outra folha de papel A4, você
consegue desenhar uma garrafa de refrigerante de 2 L? Ah! O desenho
deve ter dimensões reais. A lata é bem provável que você consiga, mas
a garrafa você não conseguiria em uma única folha de papel. O uso da
escala é justamente para ajudar você a representar um determinado
objeto em diversos tamanhos. A NBR 16752: 2020 define escala como
a relação entre a dimensão linear de um elemento apresentado no
desenho técnico e a dimensão linear real deste mesmo elemento.
O projeto de uma residência é desenhado e impresso em uma
determinada escala, que é diferente da real. Nesse sentido, podemos
dizer que um desenho pode estar em escala natural, escala de ampliação
ou em escala de redução.
A escala natural é aquela em que a relação é de 1:1. Isso significa dizer
que o objeto representado no desenho está com suas dimensões reais.
Há elementos que permitem sua representação gráfica em dimensões
reais, como no caso da lata de refrigerante. Agora, aqui, devemos lembrar
que a representação em tamanho real também dependerá do tamanho
Desenho Técnico
do papel. Em uma folha de papel A4, não é possível desenhar a garrafa
de 2 l em 1:1, mas, se o papel for do tipo A3, será possível. Desenhar um
carro, uma casa, um edifício em escala natural não é algo viável.
1.1 Formatos das folhas de desenho
A NBR 16752: 2020 trabalha com dois formatos de folha para desenhos,
que são as folhas de formato da série ISO-A e as folhas de formato
estendido. Em geral, é indicado trabalhar folhas de formatos menores,
mas o tamanho não pode prejudicar a interpretação do desenho, ou seja,
o tamanho deve ser suficiente para que o leitor do desenho consiga
verificar, entender e interpretar todos os seus detalhes.
a. Formatos das séries ISO-A:
O tamanho básico dessa série possui 1 m². Conforme Bareta e Webber
(2010), as folhas desse formato são retangulares e os lados das folhas
de papel da série mantém a mesma proporção com a diagonal de um
quadrado. Isso resulta em uma razão entre os lados X e Y do papel igual
a razão entre o lado e a diagonal do quadrado. Você consegue observar
melhor como ocorre essa razão observando a figura 2.
Bareta e Weber (2010) afirmam que os desenhos devem ser elaborados
em folhas com menor tamanho possível, mas esse tamanho deve
ser suficiente para preservar a clareza e a legibilidade do que foi
representado.
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 Y A Figura 2 apresenta as dimensões e formatos das folhas da série A.

Y
X =Y 2

Figura 1: Formato da folha de desenho

Fonte: Barreto e Webber, 2010.

Observando a Figura 2, pode-se deduzir que y : x = √2: 1 = 1,414.

Dentre os formatos mais usados da série ISO - A, tem-se: A0, A1, A2, A3,
A4. As dimensões desta série estão no Quadro 1.

FORMATO DIMENSÕES (mm)

A0 841 x 1189
A1 594 x 841
A2 420 x 594
A3 297 x 420
A4 210 x 297 Figura 2: Dimensões e formatos das folhas da série A
Fonte: Wikimedia Commons.
Quadro 1: Formatos mais utilizados da série ISO - A. Fonte: Elaborado pelo autor.

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b. Formatos estendidos
Definindo a escala como uma relação da dimensão gráfica e a dimensão
real, podemos sintetizar isso em uma fórmula simples. Veja:
Escala = dimensão gráfica ÷ divisão real
E=d÷D
Atente-se ao fato de que, sempre que estiver trabalhando em escala
natural, você usará a escala 1:1. Veja o seguinte exemplo:
Desenhe uma lâmpada do tipo incandescente com potência de 40w
(Figura 1). Dados:
A altura do objeto é de 115 mm, sua base tem 85mm, seu diâmetro é 60
mm. Use a escala 1:1 (escala natural).
▪ Se você usar a escala natural, o objeto deve ser representado
em suas dimensões reais, ou seja, no papel, você deve usar
exatamente as medidas que foram fornecidas.
A escala natural é lida um para um (1:1). Se o desenho
estiver em mm, significa dizer que cada 1 mm no
desenho representa também 1 mm no objeto real.
Cada unidade do desenho tem a mesma medida
real.
Desenho Técnico
A palavra escala pode ser abreviada usando-se “ESC”, e, no desenho
técnico, ela deve ser indicada na legenda da folha. Há casos em que
mais de uma escala é usada na mesma folha, e, quando isso acontecer, é
imprescindível que as escalas sejam indicadas junto ao detalhe do que
foi desenhado.
2. Escalas de Redução e Ampliação
Quando precisamos representar um objeto com dimensões muito
grandes, usamos a escala de redução, que funciona fazendo uma relação
menor que 1:1, ou seja, a dimensão linear da representação de um
elemento apresentado no desenho técnico é menor que a dimensão
linear real deste mesmo elemento.
Para entender melhor, imagine que você deva representar a fachada de
uma residência que tem 15 m². Mesmo que utilize a folha de tamanho A0,
não seria possível que essa representação ficasse com suas dimensões
reais. Vale lembrar que o tamanho da folha A0 é 1m². Se a fachada a ser
representada tem 15 m², então você deve usar a escala de redução, que
é uma escala que reduz o tamanho do elemento.
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Fazem parte da escala de redução, por exemplo, as escalas 1:2, 1:5, 1:10,
1:20, 1:25, 1:50, 1:75. 1:100 etc. Na Figura 3, temos a planta baixa de
um determinado ambiente que está na escala 1:50 (1 para 50). Cada 1
unidade do desenho equivale a 50 unidades em relação ao objeto real.
Figura 3: Ambiente desenhado em escala 1:50
Fonte: Elaborada pelo autor.
Desenho Técnico
Perceba, na Figura 3, que a lixeira que está representada foi diminuída
50 vezes, para que o objeto pudesse ser representado em uma folha de
papel. A escala de redução é muita usada no desenho técnico, já que
vários elementos, devido às suas enormes dimensões, não conseguem
ser representados em folhas de papel.
Outra escala usada no desenho técnico é a escala de ampliação. O
conceito usado pela NBR 16752: 2020 para definir essa escala diz
que a dimensão linear da representação de um elemento apresentado
no desenho técnico é maior que a dimensão linear real deste mesmo
elemento. Sinteticamente, podemos dizer que a dimensão do desenho é
maior que a dimensão do objeto real. Na Figura 4, podemos observar a
aplicação da escala de ampliação.
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15
15
15
Escala 2:1 Escala 1:1
Figura 4: Comparação entre um desenho em escala de ampliação e escala natural Fonte:
Elaborada pelo autor.
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3. Ângulos em Diferentes Escalas
Quando você realiza um desenho técnico, pode escolher, conforme as
condições, usar a escala natural, escala de redução ou de ampliação. Se
você decide que precisa, por exemplo, reduzir um determinado objeto
em relação ao seu tamanho natural, o desenho técnico resultante dessa
redução terá as medidas reduzidas de maneira proporcional, mas os
ângulos desse objeto não sofreram alteração.
Desenhos técnicos reduzidos ou ampliados continuam com ângulos
equivalentes, e não poderia ser diferente, porque, quando usamos as
escalas, o objetivo é manter suas proporções e não fazer alterações em
sua forma. Observe que, na Figura 5, o quadrado B sofre uma ampliação
em suas medidas em relação a A, mas os ângulos continuam sendo os
mesmos (90º).
Caso ocorresse qualquer alteração de ângulo, o desenho perderia seu
formato original, e não é essa a função da escala. Então, lembre: os
ângulos permanecem inalterados e apenas os tamanhos lineares do
desenho é que têm variação.
Neste estudo a respeito de como funciona a escala, é importante
conhecer o escalímetro e saber como usá-lo. Segundo Pacheco et al.
(2017), esse instrumento é usado para auxiliar no desenho de objetos ou
para facilitar a leitura de medidas. Na Figura 6, temos em A o exemplo da
escala 1:50 (um para cinquenta); em B, temos a imagem do escalímetro.
A B
O número referente ao
tamanho do desenho

A B 1:100
O número referente
ao tamanho do
objeto desenhado

Figura 6: Como ler o escalímetro

Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 5: Objeto com escala diferente e mesmo ângulo
Fonte: Elaborada pelo autor.

Desenho Técnico 8
Representar um objeto na escala 1:50 significa dizer que o objeto real é Estudamos, também, que quem trabalha com desenho técnico,
50 vezes maior do que o representado no desenho. Conforme Pacheco et normalmente, faz uso do escalímetro, uma régua triangular que
al. (2017), cada unidade marcada nas escalas do escalímetro corresponde possui três faces; para cada face, você tem dois tipos de escalas. Esse
a um metro. instrumento é muito usado na elaboração e na leitura dos desenhos e,
com o escalímetro, é possível fazer a conversão das medidas reais em
Em lojas que vendem materiais escolares, é provável que você encontre
maiores ou menores.
o escalímetro de dois tamanhos, 30 cm e 15 cm, e também opções de
diferentes formatos e para diferentes aplicações. Essa ferramenta, quando
bem cuidada, dura muitos anos, mas é importante escolher uma marca
boa, por questões não apenas de durabilidade, mas, principalmente, de
Referências
precisão. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 16.752
Desenho técnico: requisitos para apresentação em folhas de desenho.
Neste capítulo, vimos que a escala é uma relação entre a dimensão
Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
gráfica e a dimensão real do objeto, então, se um desenho estiver
usando a escala 1:100, podemos dizer que uma unidade de medida BARETA, D. R; WEBER, J. Fundamentos do desenho técnico. Caxias do Sul:
desse desenho representa 100 unidades de medida no tamanho real. EDUCS, 2010.
O uso da escala em desenho técnico é fundamental para a representação PACHECO, B. A.; CONCÍLIO, I. A. S.; FILHO, J. P. Desenho Técnico. Curitiba:
dos objetos. Há objetos que precisam mostrar detalhes, então, a escala Intersaberes, 2017. [livro eletrônico].
é usada para ampliação, mas há casos em que os objetos são muito
grandes, sendo necessário reduzi-los de tamanho. É possível ainda
usar uma escala natural e, nesse caso, o desenho mantém as mesmas
dimensões do objeto. Um desenho que está em escala mantém as
proporções lineares e os ângulos do objeto jamais mudam.

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