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1 -Alamoa (Fernando de Noronha - PE) Na forma de uma mulher loira de pele branca, a

Alamoa encanta e atrai homens para sua morada, uma caverna no Morro do Pico. Ao
entrarem, ela se revela um pavoroso esqueleto e os tranca lá dentro para sempre.

2- Ataíde (Bragança - PA) Peludo, com ventas de porco e sujo de lama, Ataíde protege os
caranguejos da caça excessiva. Seu órgão genital é tão grande que se arrasta pelo chão ou fica
jogado por cima do ombro, e é usado para violentar invasores.

3- Boca-de-Ouro (Recife - PE) Vestindo chapéu panamá e com o rosto apodrecido, o Boca-de-
ouro tem esse nome por ter todos os dentes dourados. Aparece de madrugada, rindo alto pros
que andam sozinhos nas ruas. Os persegue até que desmaiem de exaustão

4- Boi-de-conchas (Ubatuba - SP) Boi todo branco e coberto de conchas, que surge das águas
geralmente ao ouvir música. Era um boi comum que nasceu no dia de São Pedro Pescador.
Fugiu no dia de seu abate e desapareceu no mar.

5 - Bumba-meu-boi (Maranhão) Personagem principal do auto mais famoso do país e


considerado patrimônio cultural pelo IPHAN. É morto por Pai Francisco após sua esposa,
Catirina, desejar comer sua língua. No fim, é revivido e sua volta é celebrada.

6 - Cabeça de Cuia (Piauí) Homem amaldiçoado pela mãe após agredí-la e causar sua morte.
Viverá como Cabeça de Cuia por 49 anos, capturando e devorando uma mulher com o nome
de Maria a cada 7 anos. Afoga pessoas que nadam no rio em período de enchente.

7 - Cachorra da Palmeira (Palmeira dos Índios - AL) Mulher rica de Alagoas, foi amaldiçoada e
transformada em cão após dizer que mais valia estar de luto por sua cadela que pelo famoso
Padre Cícero Romão Batista, que haviam falecido no mesmo dia.

8 - Capeta do Vilarinho (Belo Horizonte - MG) Demônio dançarino que entrou disfarçado em
um baile nas Quadras do Vilarinho, em um bairro de BH nos anos 80. Ao deixar seu chapéu
cair, revelou um par de chifres e o alvoroço foi tal que acabou fugindo.

9 - Cramondongue (Minas Gerais) Carro de bois assombrado que surge nas encruzilhadas no
período da Quaresma. Mesmo sem bois puxando ou alguém dirigindo, sai correndo em
disparada, assustando quem estiver por perto.

10 - Dom Maracujá (? ? ?) Antagonista de um conto popular, é um papão descrito como tendo


olhos em chamas e orelhas grandes. Costuma andar cantarolando "Matei tigre! Matei onça!
Matei leão! Matei serpente! Eu sou Dom Maracujá! Eu sou Dom Maracujá!"

11 - Dragão da Guabiruba (Guabiruba - SC) Uma grande e feia "ave" marrom, mas que cospe
fogo e tem escamas. Foi acusado de causar um acidente aéreo nos arredores da cidade por
volta de 1995. Vive em uma caverna de onde se ouvem vozes estranhas.

12 - Gralha-azul (Paraná) Ave símbolo do Paraná, é considerada a protetora dos pinheirais. Por
ter plantado uma floresta inteira, recebeu as penas azuis como um presente divino. Caçadores
que tentem atirar contra ela veem a própria arma explodir.
13 - João Galafuz (Ilha de Itamaracá - PE) Espírito de um não-batizado que surge de dentro das
águas na forma de fogo-fátuo para pescadores durante a noite. Mal presságio, é um arauto de
tempestades e naufrágios e não aparece em nenhuma outra ocasião.

14 - Loira do Banheiro (Todo o Brasil) Nome comum à várias fantasmas que assombram
banheiros de colégios brasileiros, a Loira do Banheiro aparece apenas quando invocada, num
rito pode envolver descargas, falar palavrão, chutar a privada, etc...

15 - Mão de Cabelo (Sul de Minas Gerais) Bicho magro, alto e com mãos totalmente cobertas
de cabelo. Invade casas durante a noite, perseguindo crianças que fizeram xixi na cama. Dizem
os pais que se ele encontrar uma, corta o genital fora.

16 - Minhocão (Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais) Ser colossal que habita o fundo dos rios e
ataca barcos. Diferente das cobras-grandes, tem características de peixe e pode se mover
tanto na água quanto em baixo da terra, abrindo enormes trincheiras.

17 - Monstro da Lagoa do Cemitério (Cruz Alta - RS) Visagem que aparecia à noite, carregando
um bebê chorando alto. A criança foi fruto de um amor proibido e foi morta afogada no lago.
O monstro desapareceu depois que um padre salvou a alma da criança.

18 - Mulher de Sete Metros (Montes Claros - MG) Visagem em forma de uma mulher de
tamanho descomunal. Aparece principalmente nas noites de Quaresma. Não é possível
enxergar seu rosto e quanto mais alguém tentar se aproximar dela, mais longe ela fica.

19 - Num-si-pode (Teresina - PI) Visagem que aparece como uma mulher esguia, vestindo uma
mortalha branca e pedindo cigarro. Se alguém perguntar seu nome ela triplica de tamanho,
dizendo "não se pode, não se pode..." e persegue a pessoa.

20 - Onça-boi (Acre e amazonas) Animal com corpo felino e patas de boi. Andam sempre em
pares e caçam humanos insistentemente. Se a vítima subir em uma árvore para escapar, a
dupla reveza a vigília do local até que a vítima se canse e caia.

21 - Onça Borges (Região do Rio São Francisco) É o Vaqueiro Misterioso que, após ser traído
pelo amigo, ficou preso na forma de uma onça enorme. Asselvajado, causou muita destruição
até finalmente ser abatido, sendo um dos caçadores o antigo amigo.

22 - Onça da mão torta (Goiás) Uma onça grande, com manchas rajadas e uma pata dianteira
deformada. É a alma penada de um vaqueiro goiano que cometeu diversas perversidades em
vida. É completamente imune à tiros.

23 - Perna Cabeluda (Recife - PE) Perna autônoma que dizem ter algum vínculo com o capeta.
Aparece saltando pelas ruas durante a noite, agredindo e até quebrando ossos de pessoas com
chutes, coices e rasteiras. Às vezes aparece com um olho no joelho.

24 - Porca dos Sete Leitões (São Paulo e Minas Gerais) Visagem que aparece como uma porca
acompanhada de sete filhotes grunhindo alto. Segue homens casados que saem à noite
querendo trair as esposas. Se a vítima olhar para trás, verá só uma rua vazia.
25 - Rasga Mortalha (Todo o Brasil) Nome alternativo da Coruja-das-torres. Não faz mal a
ninguém, mas é considerada mal presságio. Se ela passa voando por cima do telhado de uma
casa, significa que um de seus moradores morrerá nos próximos dias.

26 - Serpente Emplumada da Lapa (Bom Jesus da Lapa - BA) Serpente maligna, coberta de
penas e alada, que tentava se libertar de uma cova para devorar a humanidade. Cada oração
feita próxima à cova arranca uma de suas penas, enfraquecendo a besta.

27 - Tapiora (Amazonas e Rondônia) Predador aquático, similar à uma onça com patas e
cabeça de anta, que vive no Rio Madeira. Pescadores percebem sua aproximação pelo forte
fedor que a criatura exala.

28 - Tyrytyry Manha (Amazonas) Seu nome se traduz como "mãe do terremoto". É um jacaré
primordial que leva o mundo em suas costas. Quando muda de posição, causa terremotos na
terra. Sua lenda está restrita à poucos povos e comunidades amazônicas

29 - Tutu (Todo o país) Bicho-papão sem aparência definida, apesar de na Bahia seu nome
confundir-se com o do porco caititu, lhe dando uma forma suína. Sobe nos telhados das casas
em busca de crianças que choram pra dormir.

30 - Urutau (Todo o país) Ave noturna cujo canto lembra um choro ou risada melancólica.
Muitas lendas diferentes surgiram a partir dessa ave, mas são comuns histórias onde uma
mulher perde o homem que ama e se torna um pássaro que chora eternamente.

31 - Veteranos (Universidades Federais) Estudantes universitários condenados para sempre à


forma animal, geralmente um gato. A maldição ocorre quando o estudante demora demais
para se formar, por jubilamento ou por reprovar consecutivamente Cálculo 1.

32 -Anhangá

É um espírito que não tem forma definida, mas que se popularizou na imagem de um veado
branco de olhos flamejantes. Ele defende filhotes e suas mães de caçadores, podendo causar
alucinações que fazem com que tiros e ataques de caçadores sejam desviados. Além disso, o
Anhangá pode fazer com que as pessoas tenham febre, pesadelos e pode até deixar elas
loucas, e talvez por isso tenha sido mal visto pelos colonizadores portugueses, que o
consideraram um demônio ou até o próprio Diabo.

É interessante notar que o Anhangá só assume a forma do animal, então não se preocupe, se
você se encontrar com um veado campeiro albino, o máximo que ele vai fazer é sair corendo.

33- Ao Ao

ERRATA: Apesar de considerado Guarani, não encontrei fontes literárias ou relatos que
comprovem que ele seja parte dos mitos em território brasileiro, apesar de ser famoso no
Paraguai. Caso tenha algum relato ou bibliografia para indicar, sinta-se livre para me mandar
uma mensagem!
34- Besta Fera

Besta fera é um demônio que surge depois que anoitece (alguns dizem que apenas durante a
lua cheia) e galopa por vilas rurais até encontrar um cemitério, onde simplesmente
desaparece. Durante esse percurso, é comum ser seguido por cães de rua que latem bastante.
Esse barulho, entretanto, não se sobrepõe aos grunhidos altos e assustadores da criatura.

Dizem que ele vem para coletar almas penadas e levá-las para o inferno, então a princípio não
causaria mal aos vivos. Porém, caso alguém cruze com ele e olhe para seu rosto, a pessoa
acaba ficando confusa ou até louca por alguns dias.

35- - Boitatá

A boitatá é uma criatura de fogo com o corpo ondulado como o de uma serpente. De acordo
com Simões Lopes Neto, essa serpente surgiu quando uma cobra grande, durante um grande
dilúvio, começou a devorar os olhos de todos os cadáveres, até ficar com os olhos brilhantes.
No sudeste dizem que andam aos pares e que são as almas penadas daqueles que cometeram
incesto, demonstrando uma influência cristã. Não se sabe como essa serpente nasce de acordo
com os mitos mais antigos, mas ela existe desde antes da chegada dos colonizadores.

Ataca e mata aqueles que encontra na floresta, devorando os olhos da vítima. Para escapar
desse destino terrível, a vítima precisa prender a respiração e fechar bem os olhos, até que a
serpente vá embora.

Se popularizou a ideia de que a boitatá protege as matas, mas nos locais onde é vista ninguém
fala sobre isso.

36 - Boi Vaquim

Dizem que nos pampas gaúchos vive um touro indomável, com asas e chifres feitos de ouro e
olhos que brilham como diamantes. As pessoas tinham medo do animal, que diziam poder
matar um ser humano com uma cabeçada, além de soltar fogo pelos chifres e narinas.
Alguns vaqueiros com coragem tentavam capturar a criatura, com seus melhores laços, selas e
cavalos, mas aparentemente ninguém nunca conseguiu.

37- Boto cor de rosa

Em festas perto do Rio Amazonas, às vezes surge um moço bonito, de roupa branca e chapéu,
que encanta as mulheres solteiras, as leva para o rio e as engravida. No dia seguinte, ninguém
sabe para onde o rapaz foi, apenas desapareceu.
O Boto cor de rosa das lendas é uma criatura metamórfica, que pode tomar a forma de um
homem bonito para seduzir suas "vítimas". A única falha em sua transformação é seu orifício
respiratório, que se mantém no alto da cabeça e o leva a usar seu icônico chapéu.
O mito do Boto era tão forte em algumas comunidades ribeirinhas, que muitos dos botos reais
eram caçados, seja por "vingança" de maridos traídos, quanto por acharem que conseguiriam
roubar suas habilidades sedutoras. Uma dica: Não dá muito certo.
38 - Capelobo

Dizem que essa criatura é o "lobisomem brasileiro", mas diferente do homem lobo, não existe
nenhuma maldição ou humano por trás.
O capelobo é um ser antropomórfico, com garras enormes nas mãos e coberto de pelos. Ele
vive no nordeste do país e costuma se alimentar de cães e gatos. Entretanto, ele pode atacar
humanos também, geralmente pessoas que vão para a mata acampar. Ele usa suas garras para
agarrar a vítima e abrir seu crânio, onde usa o focinho e língua compridas para sugar o cérebro
dela.
O capelobo muito provavelmente tem sua origem nas preguiças gigantes pré-históricas, e
depois comparados com tamanduás por conta das garras. Mas não se preocupem, tamanduás
comem formigas e cupins, e não irão atrás de seus cérebros (a não ser talvez que você seja
uma formiga)

39 - BOIÚNA

Essa criatura primordial da Amazônia criou o Rio Amazonas e deu a noite aos seres vivos para
que pudessem descansar.
Cobra Grande, ou Boiúna, é uma serpente gigantesca cuja existência é talvez tão antiga quanto
a dos deuses. Algumas pessoas a chamam também de mãe d'água, já que é graças aos sulcos
deixados na terra pelo seu rastejar que os rios existem.
Apesar disso, é um monstro feroz e destrutivo, que afunda barcos e devora aquilo que
encontra. Seus olhos brilham com tanta intensidade que durante a noite são confundidos com
lanternas de embarcações.
Outra lenda mais ao sul diz que as cataratas do iguaçu também foram criadas por uma grande
serpente ancestral, chamada M'boi, provavelmente a mesma cobra gigante, e apenas mais
uma amostra de seu poder.
O mito de Cobra-Grande surgiu provavelmente dos formatos ondulados dos rios e da sucuri,
uma das maiores cobras do país. A sucuri verdadeira não tem olhos brilhantes nem pode se
transformar em barcos. Mesmo assim, é uma boa ideia respeitar seu habitat natural e não
importuná-la.

40- Corpo-seco e Bradador

Dizem que havia um homem tão mal e perverso que, quando morreu, nem Deus nem o Diabo
o quiseram. A terra o rejeitou e seu corpo ficou condenado a vagar eternamente.

Corpo-secos e Bradadores são duas perspectivas pra uma mesma história. Pessoas cuja vida foi
cercada de pecados terríveis e crueldades podem receber uma dessas penitências. Rejeitados
tanto pelo céu quanto inferno, seus corpos não podem ser enterrados e suas almas não são
julgadas. Então, corpo ou a alma vagam por aí, geralmente de madrugada.
Corpos-secos costumam vagar pelas estradas e atormentar pessoas que cruzam seu caminho.
Bradadores correm mais próximos às vilas, gritando e berrando como loucos e acordando as
pessoas, que ficam apavoradas.
41 - Cuca

Quando uma criança não quer dormir na hora certa ou é muito malcriada, dizem que ela vem e
a leva embora.
A Cuca é uma das criaturas mais famosas do nosso folclore. Descrita como uma bruxa velha e
feia, com características de réptil e unhas afiadas de ave, ela tem um gosto por crianças
desobedientes. O que ela faz com suas vítimas ninguém sabe, uma vez que ela apenas o
captura e desaparece, sem deixar vestígios. A maioria das pessoas concorda que ela
provavelmente devora as crianças.

42 - Curupira

Acima de outras entidades que protegem áreas ou animais específicos, como Anhangá e
Boitatá, o Curupira é o guardião de toda fauna e flora do país, sendo quase como um "chefe"
dessas criaturas. É descrito como um jovem ou criança de cabelos vermelhos feito fogo e os
pés virados ao contrário, sua "marca registrada".
Sejam para travessuras ou para punir caçadores, o Curupira usa uma série de artimanhas como
assobios, trilhas falsas e suas clássicas pegadas invertidas para confundir as pessoas e fazê-los
se perderem na mata.

43- Gorjala

Gorjala é um gigante que vive nos sertões, em áreas rochosas por onde gosta de passear. É
descrito como um gigante negro com uma boca escancarada, que captura pessoas que se
perdem em trilhas e as devora lentamente. Ele as coloca debaixo do braço e as leva consigo,
devorando um pedaço por vez.
Alguns pesquisadores dizem que ele "veste" uma armadura feita com cascos de tartaruga.

44- Iara

Os rios do Brasil abrigam muitos seres misteriosos, e entre eles a Iara. Uma sereia que atrai
pescadores e homens das redondezas com uma voz que enfeitiça, e que os faz ir até a água e
se afogarem. Alguns dizem que Iara promete a esses homens um lugar ao seu lado em um
palácio submerso, mas o fato é que, na grande maioria dos casos, as vítimas apenas morre,
sem poder respirar debaixo d'água.

As Iaras começaram a ser registradas no século XVIII, diferente de seres como curupiras,
boitatás e ipupiaras, o que sugeriria que elas tenham parentesco com as sereias européias e
que tenham ganhado suas próprias características chegando nas águas doces do Brasil.
45- Ipupiara
Essa criatura precede a Iara nas lendas, aterrorizando os indígenas que precisassem navegar
pelos rios. Foi descrito por historiadores como um "homem marinho, coberto de pelos e com
um bigode comprido"
Ipupiara é praticamente o antecessor selvagem da sereia do Amazonas, apesar de ter sido
visto tanto em água salgada quanto doce. Ataca barcos pesqueiros, na tentativa de virá-los e,
quando consegue, agarra suas vítimas e as estrangula para que morram sufocadas. Apesar de
poder simplesmente matar as pessoas por matar, as vezes come os olhos e narizes delas.

46- Jaci Jaterê

EDITADO: O nome Jaci Jaterê pode ser traduzido como "pedaço da lua".É um dos principais
seres cuja narrativa contribuiu para o nascimento de outra entidade: o Saci Pererê. Jacy Jaterê,
em algumas versões, é dito ser um rapaz pequeno, de pele e cabelos claros como a Lua. Está
sempre carregando um cajado mágico que parece feito de ouro, com o qual hipnotiza crianças
que não dormem no meio da tarde, no período da sesta. Ele costuma levá-las para um lugar
secreto, onde brincam até cansar, deixando os pais em desespero pelo sumiço da criança.
Dizem que se você conseguir pegar seu cajado, ele se joga no chão e grita, feito criança, e fará
e encontrará o que você quiser em troca de ter seu objeto de volta. Alguns dizem que a fonte
de seus poderes vem de seu colar.
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No Paraguai, o Jaci Jaterê é muito conhecido como o quarto filho do espírito maligno Tau, e o
senhor das sestas (o ato de cochilar após o almoço).
Enquanto todos os seus irmãos tem formas monstruosas, ele seria o único que preserva a
forma humana. Essa versão porém, não parece ser contada entre povos indígenas do sudeste e
sul do Brasil.

47- Labatut

Labatut é um monstro conhecido nas regiões do Rio Grande do Norte e Ceará. Tem presas
como as de elefante e um pelo grosso e espinhoso como um porco espinho. Dizem ser mais
feroz e perigoso que o lobisomem, com quem compartilha alguns hábitos.
Sai durante a noite, principalmente nas de lua cheia, para tentar suprir sua fome insaciável.
Apesar de qualquer pessoa poder acabar como seu jantar, Labatut costuma preferir a carne de
crianças, por ser mais macia que a de adultos. Por isso, essa criatura também é vista como um
"bicho-papão" feito a Cuca.
Nota: Labatut na verdade existiu, apesar de não ser nenhum monstro. Pedro (Pierre) Labatut
foi um francês que serviu no Brasil como general no período entre 1822 e 1842. Lutou contra
guerrilheiros no Ceará nesse periodo e ficou conhecido por sua perversidade e brutalidade nas
batalhas. Seu comportamento levou as pessoas a incorporarem ele no folclore nacional, dando
a ele uma aparência monstruosa para combinar.
48-Lobisomem

(ERRATA: Apesar da imagem apelativa do lobisomem-guará, a figura do lobisomem Brasileiro é


bastante diferente. A maldição do lobisomem no Brasil recai sobre aquele que nasce como
sétimo filho homem.
Em sua forma humana, lobisomens estão constantemente doentes, magros, pálidos ou
amarelados, com olheiras profundas e tossindo sangue volta e meia. Esse estado moldava o
seu comportamento ao se transformar na besta.
Nas noites de quinta para sexta, fora de si, o lobisomem vai até uma encruzilhada, onde
abandona suas roupas e se transforma em animal. É interessante notar que o lobisomem
brasileiro tem uma característica interessante: A de pegar emprestado características de
animais que passaram por aquela encruzilhada. Por isso, muitas pessoas dizem ter visto um
lobisomem em forma de porco, touro, cabra, jumento ou simplesmente uma quimera negra
irreconhecível.
Depois de transformado, sai em busca de vítimas para sugar seu sangue, como um vampiro,
tentando assim repor o que perde com suas doenças.

49- Luisón

ERRATA: Apesar de considerado Guarani e ser famoso no Paraguai, não encontrei fontes
literárias ou relatos que comprovem que ele seja parte dos mitos em território brasileiro, além
de ter similaridades bastante suspeitas com o mito europeu do lobisomem que indicam uma
possível deturpação de um mito originalmente indígena. Caso tenha algum relato ou
bibliografia para indicar, sinta-se livre para me mandar uma mensagem!

50- Mapinguari

Se você acha que monstros só são um perigo durante a noite, melhor pensar de novo. Assim
como humanos e outros animais diurnos, o Mapinguari dorme durante a noite, aterrorizando
as florestas durante o dia.

É como um grande primata, com pêlos negros (as vezes descritos como vermelhos) que
cobrem todo o seu corpo e são tão espessos que o tornam à prova de balas. Sua característica
mais marcante, porém, é sua boca: Uma grande abertura que segue de seu nariz até a barriga,
uma das últimas coisas que alguém verá se capturado por ele, sendo decapitado em seguida.
51- Matinta Pereira

Matinta Pereira, também chamada de Rasga-Mortalha, é uma bruxa que atormenta as pessoas
durante à noite, gritando no telhado de suas casas.
Assim que escurece, Matinta toma a forma de uma ave e parte para vilas e aldeias, escolhendo
uma casa para pousar e ficar gritando. Faz isso até que os moradores aceitem fazer um trato:
Ela desaparece e, em troca, ganha tabaco ou fumo, os quais ela vem buscar no dia seguinte, na
forma de uma senhorinha.
Dizem que sua forma pássaro é um indicador de que uma desgraça está para acontecer, na
verdade, é apenas um método sujo de conseguir o que quer, e caso a neguem, aí sim ela traz a
desgraça em muitas formas.
Matinta Pereira como é hoje, é provavelmente baseada visualmente em corujas, harpias e
bacuraus, que assustam as pessoas, seja pelo tamanho (harpias) ou pelos sons que fazem a
noite (coruja e bacurau). Ao contrário da matinta, não há nenhuma desgraça que eles possam
trazer, fiquem tranquilos.

52- Mboi Tu'í

ERRATA: Apesar de considerado Guarani e ser famoso no Paraguai, não encontrei fontes
literárias ou relatos que comprovem que ele seja parte dos mitos em território brasileiro.

53- Moñai

ERRATA: Apesar de considerado Guarani e ser famoso no Paraguai, não encontrei fontes
literárias ou relatos que comprovem que ele seja parte dos mitos em território brasileiro.

54- Mula sem cabeça

A mula sem cabeça é uma criatura famosa no país inteiro. Trata-se, na verdade, de uma
mulher, amaldiçoada por ter relações com um padre. Se transforma em uma mula de pelagem
escura, com a cabeça envolta em chamas, o que faz com que alguns digam que ela
simplesmente não tem cabeça.

Ela tem uma sina similar ao lobisomem, aliás, é tão destrutiva quanto. Em noites de quinta
para sexta, se transforma na criatura e sai cavalgando velozmente por vilas, sete, para ser
exato. Mas assim como o homem lobo, o problema é que, além do percurso, ela causa danos
por onde passa: Atropela pessoas e as rasga com cascos afiados, ou simplesmente as queima
com o fogo que solta.

Existe uma maneira de livrar a mulher da maldição: A mula carrega um freio de ferro
incandescente em sua boca. Se alguém for corajoso o suficiente para arrancá-lá, a Mula voltará
a ser mulher, nunca mais se transformando.
55- Negro D'Água

Diferente das outras criaturas aquáticas, que tem como prioridade matar suas vítimas, o Negro
D'água é mais um pregador de peças.
É visto em rios do nordeste ao sudeste fazendo as mais variadas "brincadeiras": Vira barcos,
solta peixes dos anzóis ou os amarra em pedras, entre outras táticas para enganar pescadores.
Vez ou outra pratica brincadeiras mais pesadas, como levar crianças distraídas para o meio dos
rios, apavorando as mães.
É um adorador de bebidas, então quando um pescador não quer ter sua atividade atrapalhada
pelo negro d'água, costuma trazer pinga ou cachaça numa garrafa e jogar no rio, para que a
criatura fique satisfeita.

56- Onça Celeste

A Onça Celeste, é uma entidade pertencente a algumas culturas indígenas. Para alguns povos
Guarani, essa onça, chamada de Anhã, persegue o Sol e a Lua e está determinada à matá-los
por conta de uma rivalidade antiga. Ela está praticamente todas as noites ao encalço da Lua,
tentando abocanhá-la. As fases da lua nada mais são do que ela conseguindo arrancar um
pedaço de seu alvo, que precisa então desaparecer do céu por um tempo para que seu irmão,
o Sol, a ajude a se recuperar.
Algumas vezes os ataques são mais claros, já que a lua fica vermelha pelo sangue perdido.
Nesses momentos, segundo o povo Tupinambá, diz-se que a Onça Celeste, chamada por eles
de Charia, está bem mais perto de alcançar seu objetivo. Para tentar evitar a escuridão total,
as pessoas tentam gritar e fazer todo o barulho que podem, para assustar e atrapalhar a onça
primordial.
A onça é uma figura muito comum em mitos antigos, do Brasil até a américa central. Nem
sempre são representadas como um ser maligno, tendo histórias onde ajudam pessoas ou até
mesmo são deuses.

57- Papa-figo

O Papa-figo, em alguns casos, se mistura ao mito do Homem-do-saco, um velho mal vestido


que anda com um saco para poder colocar suas vítimas e levá-las para longe.
O que dizem é que o Papa-figo sofre de uma doença incurável, parecida com a hanseniase
(lepra), gerando feridas na pele, tornando seu sangue impuro e danificando permanentemente
seu fígado.
Em busca de uma cura, ele costuma atrair crianças, seu único alvo, com palavras bonitas e
promessas de presentes e outras fontes de diversão. Ele então a sequestra para que possa
comer seu fígado e tomar seu sangue, já que busca uma cura nos órgãos jovens e saudáveis
das vítimas.
Existem outras versões onde Papa-figos são homens ricos e poderosos mas que, acometidos
pela doença incurável, usam os Homens-do-saco como capangas para capturar suas vítimas.
58- Pisadeira

Ela espera em cima dos telhados, atenta a quem vai dormir de barriga cheia ou de barriga para
baixo e então perturbar seu sono.
A pisadeira é a nossa manifestação física da paralisia do sono. Uma senhora magra e alta, com
cabelos desgrenhados, unhas pontudas... Seus olhos focados te encaram ininterruptamente,
enquanto mantém um sorriso macabro.
Achada a vítima, a Pisadeira vem e senta em seu peito, imobilizando e sufocando a pessoa, que
acorda sem poder se mexer e entra em pânico.

59- Quibungo

Quibungo é como um primo do Mapinguari. Uma criatura esfomeada com uma enorme boca
em um local inusitado.
Veio para o Brasil com os escravos negros, vindos do Congo e Angola, e aqui se estabeleceu na
Bahia e manteve ali seu território. Alguns gostam de usá-lo como homem do saco ou Cuca,
dizendo que ele gosta de comer crianças desobedientes, mas ele não tem necessariamente
essa preferência, devora qualquer um que se apresentar a ele, pegando a vítima com a mão e
a jogando para trás, onde a abocanha com a boca das costas.
Diferente de muitos outros monstros, não tem nenhuma invulnerabilidade ou super
resistência, se ferindo como qualquer outro animal.

60- Teju Jagua

ERRATA: Apesar de considerado Guarani e ser famoso no Paraguai, não encontrei fontes
literárias ou relatos que comprovem que ele seja parte dos mitos em território brasileiro.
Existem, porém, narrativas sobre o mito da Teiniaguá e do Jaguarão que indicam possíveis
parentescos com essa criatura da cultura paraguaia, mas cuja similaridade se mantém
basicamente no nome

61- Saci Pererê

O Saci Pererê é provavelmente o maior ícone folclórico brasileiro, famoso por andar por aí
criando redemoinhos e atazanando a vida de todas as pessoas e animais.
Dizem que nasce de brotos de bambu, um menino negro, de uma perna só, que está sempre
fumando um cachimbo e usando um gorro vermelho que lhe concede habilidades mágicas,
como a criação de redemoinhos e poderes de teleporte ou invisibilidade. Outras características
variam muito dependendo da região.
Sai por aí fazendo todo o tipo de travessura, invade cozinhas e troca os recipientes de sal pelos
de pimenta, faz a comida queimar. Do lado de fora, faz com que objetos sumam (ele não os
rouba, vale ressaltar), assusta viajantes e gosta de trançar crinas de animais.
É possível capturar um Saci preparando uma armadilha, retirando seu gorro e o prendendo em
uma garrafa. A partir disso, ele atenderá seus pedidos como um gênio da lâmpada. Mas
cuidado, se ele conseguir escapar e recuperar seu gorro, pode ter certeza que ele irá se vingar,
e não será com suas brincadeiras inofensivas.
62 - - Zaori

Dizem que homens que nascem numa sexta-feira santa podem desenvolver um brilho
misterioso nos olhos, que parecem brilhar e emitir uma aura mística. Esses olhos podem
enxergar além da terra e das paredes, e encontram qualquer tipo de riqueza escondida. Veios
de ouro, tesouros Incas, baús escondidos por missionários, nada escapava dos olhos dos Zaori

O termo Zaori parece ter relação com o termo árabe “zahari”, nome dado à pessoas que,
através da geomancia (método de adivinhação que utiliza a terra) , revelavam tesouros
escondidos para seus contratantes.

Nada escapa aos olhos dos zaori. Porém, encontra tesouros apenas para os outros, não
podendo nunca manter os achados para si. Essas pessoas foram muito requisitadas durante o
ciclo do ouro no Brasil, no século XVIII.

63- Vaqueiro Misterioso

Qualquer região rural do país pode receber, em algum momento, a visita de um homem alto,
de meia-idade, com a pele morena e uma barba espessa. Vestido com roupas de couro
surradas e montado em uma égua decadente, não impressiona ninguém a primeira vista. Mas
basta surgir um desafio que as opiniões mudam.
O Vaqueiro misterioso não tem um nome, embora os nomes Ventura e Borges sejam
constantemente associados ao homem. Independente disso, todos o conhecem por suas
habilidades. Às das vaquejadas, imobiliza qualquer animal sem esforço, percorre kilômetros
em minutos. Já domou um touro enfurecido sozinho, correu na mesma velocidade que o
animal a pé e o acalmando apenas usando as mãos. Sequer precisou amarrá-lo ou ferí-lo. Fazia
sucesso onde passava, impressionava homens, encantava mulheres, mas não se vinculava a
ninguém, sumindo de repente e sem deixar rastros.
Além de vaqueiro, muitos atribuem a ele poderes mágicos. O mais famoso lhe custou a vida: A
habilidade de se transformar em Onça. Foi para facilitar uma caçada que fazia com seu
primeiro e último discípulo. Para voltar à forma humana, precisava que o jovem pegasse um
punhado de folhas verdes e colocasse na boca da onça, mas ele se apavorou e fugiu. O
vaqueiro ficou preso nessa forma para o resto da vida, e com o tempo passou a ser chamado
de Onça-borges. Tinha um tamanho fora do comum e era extremamente feroz. Dizem que
terminou morto por fazendeiros.

64 - Touro Encantado dos Lençóis

Na ilha de Lençóis, no Maranhão, surge, nas sextas-feiras com lua cheia, um enorme touro
negro com uma estrela brilhante na testa. Esse animal passeia pela praia e some assim que
amanhece.
Dizem que o Touro Encantado da ilha dos Lençóis é na verdade o antigo rei português Dom
Sebastião, um rei que assumiu o trono de Portugal muito cedo e que morreu em circunstâncias
misteriosas, em uma batalha no continente africano. A partir disso, Dizem que ele reapareceu
em Lençóis na forma de um touro, e também que possui uma enorme cidade encantada sob a
ilha. Ele aguarda ser desencantado para que retorne à sua forma humana e proclame tudo que
lhe pertence novamente. Dizem que quando isso acontecer, a cidade enterrada virá a
superfície.

65 - Teiniaguá (Salamanca do Jarau)

Teiniaguá é um lagarto encantado, que chama atenção pela grande e bonita pedra que leva
em sua cabeça. A pedra é chamada de carbúnculo e é dita como detentora de propriedades
mágicas. Teiniaguá vive hoje em um local chamado Cerro do Jarau, na fronteira entre o estado
do Rio Grande do Sul e o Uruguai.

Contam que Teiniaguá é uma feiticeira vinda de Salamanca, na Espanha. Aqui, teria sido
enfeitiçada por um espírito chamado Anhangá-pitã e ficado presa na forma de lagarto durante
o dia. Certa vez um sacristão, rapaz responsável por cuidar da igreja, encontrou a teiniaguá em
um lago. Sabendo da magia do carbúnculo, o rapaz pegou o animal e o levou para seu
quartinho na igreja.

De noite, a criatura assumiu a forma humana, pedindo por algo pra beber. O rapaz foi
imediatamente buscar um vinho sagrado para agradá-la. Além disso, começou a negligenciar
seus serviços de sacristão até que os sacerdotes descobriram o motivo. Teiniaguá se
transformou em lagarto fugiu, enquanto o rapaz foi capturado e condenado à morte.
No dia da execução, porém, segundos antes do coitado ser morto, o chão rachou, abrindo
buracos enormes. Teiniaguá saiu das profundezas para resgatar o amigo, o levando embora
consigo para uma caverna grande no Cerro do Jarau.
Dizem que ambos vivem desde então na caverna, imortais e cercados de riquezas.

66- Sanguanel

Sanguanel é um tipo de duende autor de travessuras, tal qual um Saci. Ele se instalou na região
do Rio Grande do Sul, trazido do exterior por imigrantes italianos. É uma criatura pequena e
vermelha, que vive nas copas das árvores.

Ele é conhecido por sequestrar crianças e as levar para a copa de árvores, onde ficam num
estado de sonolência. Ele não faz mal algum a elas, e inclusive as alimenta com mel e entrega
água se elas sentirem sede, usando uma folha grande como copo. O grande problema é que os
pais das crianças ficam desesperados atrás dos filhos desaparecidos, e os procuram por todos
os cantos até os encontrarem, lá no topo das árvores, em ninhos feitos pelo sanguanel.

67- Romãozinho

Alguns o confundem com um tipo de saci, mas se trata de uma entidade muitíssimo mais
sádica. O Romãozinho é uma entidade comum no Centro-Oeste que dizem aparecer envolto
em chamas azuis, desaparecendo rapidamente.Tem prazer em perturbar e colocar suas vítimas
em situações humilhantes. Atira pedras em telhas e janelas das pessoas, se faz de curupira e
caipora, assobiando e fazendo as pessoas se perderem.
Dizem que Romãozinho um dia foi criança. Um menino perverso que desde pequeno torturava
galinhas e machucava outros bichos. A gota d’água, porém, foi o dia em que sua mãe lhe pediu
que levasse uma marmita para seu pai, que trabalhava na roça. Contrariado, Romãozinho
parou no meio do caminho e comeu todo o frango que tinha no almoço, devolvendo os ossos e
seguindo o caminho até o pai. Quando o pai perguntou por que a marmita estava naquele
estado, o menino disse "Deram a mim a comida já assim ... Eu penso que minha mamãe comeu
a galinha com o homem que vai sempre a nossa casa quando o senhor sai para trabalhar”.
Enfurecido, o homem voltou para casa e esfaqueou a esposa. Pouco antes de morrer, vendo o
filho sorrindo diante da situação, a mãe amaldiçoou Romãozinho, dizendo que enquanto
houvesse uma alma viva na terra, o filho não teria o direito de morrer.

68 - Princesa Encantada de Jericoacoara

Em Portugal são muitos os contos sobre as “mouras encantadas”, mulheres presas em uma
forma ofídica e destinadas a guardar tesouros. Com isso, não é surpresa que lendas de
mulheres encantadas tenham imigrado para o Brasil.

A Princesa encantada de Jericoacoara vive em uma caverna próxima do farol dessa cidade do
Ceará. Dizem que guarda um portão e que, depois dele, existe uma cidade encantada repleta
de tesouros. A mulher está presa à uma forma de serpente de escamas de ouro, mas que
mantém a cabeça e os pés em forma humana.

Para se ter acesso a toda essa fortuna, deve-se ir até a serpente e desenhar, com sangue, um
sinal de cruz em suas escamas. Isso quebrará o encantamento e fará o portão abrir as portas.
O grande porém, é que o sangue precisa vir de um sacrifício, e ninguém até hoje se ofereceu
para morrer enquanto outra pessoa fica com todo o tesouro. A princesa permanece em sua
caverna então, guardando as portas para um reino dourado repleto de riquezas

69 - Pé-de-garrafa

No centro-norte do país, existem histórias de pessoas que, ao andarem perto das florestas,
escutam gritos agonizantes de pessoas. Ao entrar na mata para resgatar o dono da voz, as
pessoas passam a escutar esses mesmos gritos vindos de várias direções ao mesmo tempo e,
tentando encontrar a origem, acabam se perdendo, muitas vezes demorando dias para achar o
caminho de volta para casa. Essas pessoas foram vítimas do Pé-de-garrafa

O nome da criatura vem do fato de que suas pegadas são perfeitamente circulares e com um
calombo no centro, como se alguém realmente tivesse afundado uma garrafa ali. Raramente
aparece para as pessoas, uma vez que seu rastro mais confunde do que guia. As poucas
pessoas que viram o Pé-de-garrafa dizem que é uma criatura cíclope, muito peluda, com um
grande chifre na testa e que o corpo parece humano, mas termina em uma perna só.

Apesar de causar muito medo, não existem provas de que o Pé-de-garrafa se alimente de seres
humanos ou os façam de vítimas propositalmente.
70 - Pai do Mato

A quilômetros de distância pode-se ouvir o urro dessa criatura, tão grande que apenas suas
garras ultrapassam os dez metros. O Pai do mato é uma criatura colossal que vive em locais
relativamente isolados da região de Alagoas e em algumas regiões de Pernambuco.

Fora o tamanho descomunal, o Pai do Mato também é conhecido pelo cabelo comprido e
emaranhado, às vezes sendo usado de adjetivo para meninos com cabelo grande e bagunçado.
Costuma ter também uma barbicha, pernas peludas e enormes garras nas mãos. No umbigo
existe uma espécie de anel ou roda, e é o único ponto fraco da criatura, uma vez que todo o
resto do corpo é invulnerável a qualquer lâmina ou bala.

Se o Pai do Mato é maldoso ou não, não é descrito com clareza. Porém, há quem diga que ele
devora qualquer pessoa que aparecer na sua frente. Mesmo que não comesse, o simples fato
de esmagar tudo em seu caminho enquanto anda já é motivo de cautela.

71 - Norato (Honorato)

Cobra-Norato, ou Honorato, é uma serpente encantada, filho de uma mulher com uma
entidade mágica das águas, que uns dizem ser o boto e outros dizem ser a Boiúna, a Cobra-
Grande. Ao nascer, já como serpente, foi deixado para viver no rio junto da irmã, Maria
Caninana, onde cresceram e se tornaram cobras gigantes.

Enquanto a irmã fazia fama por ser agressiva e por destruir e atacar sem motivo, Norato
conquistava as pessoas de forma que realmente parecia um filho de boto. Como serpente,
ajudava embarcações e defendia as pessoas de criaturas perigosas que viviam no rio, inclusive
da própria irmã, que acabou sendo morta por ele depois que tentou acordar a cobra gigante
da Igreja de Obidos, criatura que, se acordasse, faria uma cidade inteira desmoronar.

Durante a noite, o enorme corpo da cobra-norato seguia até a praia, e de dentro dele saia um
rapaz bonito, vestindo branco, que ia para as festas da cidade dançar e se divertir. Como
humano, fazia amizade com todos e visitava a mãe sempre que podia. Também aproveitava
esse tempo em terra para pedir ajuda, pois se alguém tivesse coragem de ir até a carcaça da
serpente, despejar 3 gotas de leite na boca do monstro e a acertá-lo com uma lâmina virgem,
Norato viraria homem para sempre. Muitas pessoas desistiam quando ficavam de frente para a
serpente gigante, mesmo que Norato dissesse que nada aconteceria. Somente depois de
muitas pessoas tentarem, um soldado conseguiu realizar o ritual, livrando Norato do estado
encantado de serpente e possibilitando que ele vivesse entre as pessoas até o fim de sua vida

72 - O Negrinho do Pastoreio

O Negrinho do Pastoreio é uma entidade que auxilia aqueles que buscam por algo perdido.
Basta acender uma vela, que será dedicada à Nossa Senhora, e dizer ao Negrinho o que foi
perdido, que ele encontrará. Porém, o Negrinho foi, antes de tudo, um jovem escravo,
pertencente à um senhor autoritário e cruel.

Dentre os vários abusos de poder, houve uma vez em que foi castigado por perder uma corrida
onde o senhor havia apostado muito dinheiro. Além de chicotadas, foi obrigado a cuidar dos
animais, sem poder se abrigar da chuva e do vento. Em algum momento acabou desmaiando
de sono e, quando acordou, viu que todos os animais haviam sido roubados. Depois de mais
muitas chicotadas por conta do incidente, foi obrigado a encontrar todos os animais roubados
e trazê-los de volta. Acendendo uma vela para Nossa Senhora, quem considerava sua
padroeira, conseguiu encontrar todos os bichos, mas ao descansar depois da jornada, o filho
do senhor, não querendo o sucesso do menino, espantou todos novamente. A surra que levou
pela terceira vez foi tão brutal que o negrinho não resistiu, e como se não bastasse, seu senhor
não achou necessário enterrá-lo, jogando o corpo em um formigueiro para que as formigas o
devorassem.

Depois de vários dias de pesadelo desde o assassinato do Negrinho, o senhor foi até o
formigueiro e encontrou o menino vivo e intacto, junto de todos os animais perdidos e da
própria Nossa Senhora. O ex-dono se ajoelhou, totalmente arrependido, e o Negrinho partiu
montado no melhor cavalo do homem. Desde então, ele ajuda todos aqueles em busca de algo
perdido

73 -Maria Caninana

No Pará aconteceu de uma mulher ribeirinha engravidar magicamente. Alguns dizem que o
responsável foi o Boto, outros atribuem a causa à Cobra-Grande. De qualquer forma, a mulher
deu a luz à duas serpentes, uma delas recebeu o nome de Maria Caninana. Ela e seu outro
irmão serpente foram deixados para viver no rio.

Maria cresceu e se tornou uma cobra gigantesca, e passou a destruir e atacar pessoas,
completamente ciente do mal que causava. Certa vez tentou acordar a Cobra que dormia em
baixo da Igreja em Obidos, no Pará, mordendo sua cauda que chegava até o rio. Felizmente
esta apenas se mexeu um pouco, causando pouco mais que uma rachadura nas paredes da
igreja onde ficava a cabeça.

Depois de tantos acidentes e fatalidades, Maria Caninana foi morta pelo próprio irmão, para
que não fizesse mais mal algum.

74 - Mãozinha-preta

Antigamente bem comum no estado de São Paulo, a mãozinha-preta é uma mão mágica e
autônoma que ajuda nos serviços de casa de seu dono. Ela também possui força e resistência
sobrenaturais, e podem ser usadas para violência, atacando até que o dono diga "Chega,
mãozinha da justiça!", como também é chamada.

Principalmente no período de escravidão, outro fator que chamava atenção era o fato de que
a mãozinha nunca fazia qualquer mal aos escravos negros, e poderia inclusive se voltar contra
o dono em tais ocasiões.

Conta-se que uma senhora branca, indignada com a escrava que passou a receber ajuda da
mãozinha, pediu que a criatura batesse nela. Não só a mão não obedeceu, como assim que a
escrava pediu que fosse protegida, a mãozinha da justiça se virou contra a dona e a encheu de
bolachas.

75 - Mão-pelada

Pertencente à fauna de Minas Gerais e outros estados ao sul, chegando até à Argentina, o
mão-pelada é uma besta de pelo alaranjado e com um tamanho não muito maior que um
bezerro. Seu nome vem do fato de uma de suas patas da frente não tem pelos, e que costuma
ficar encolhida junto ao corpo quando ele anda.

Seu tamanho pode não ser tão ameaçador quanto o de outras criaturas, mas o mão-pelada
compensa isso com seus atributos mágicos. Seus olhos e seu pelo brilham num azul faiscante,
que fazem com que a presa seja hipnotizada e atraída para um local mais afastado onde pode
ser morta com mais facilidade. Quando caçado, enfrenta os cães de caça e os faz voltar aos
donos com o rabo entre as pernas.

76 - Mãe D'ouro

A mãe d'ouro é uma entidade que vive sempre em locais onde existe ouro, servindo como uma
espécie de guardiã. Alguns dizem que possui forma feminina, com a cabeça quase
imperceptível em meio às chamas. Também dizem que ela aparece como uma grande esfera
incandescente.

Ficou muito popular durante o ciclo do Ouro, principalmente na região Sudeste e Sul.
Garimpeiros buscavam pelos sinais que a mãe d'ouro deixava: estrelas cadentes ou raios nada
mais eram que manifestações dela, que caía no local onde havia o tesouro.

Da mesma forma que tesouros seduzem as pessoas, alguns dizem que a mãe d'ouro encantava
alguns homens de tal forma que eles abandonavam suas famílias, em busca das riquesas
vigiadas por ela.
77 - Lobisomem

A maldição do homem que vira fera existe em várias partes do mundo, cada qual com suas
características físicas e uma razão específica para a transformação.
No Brasil, o lobisomem é, majoritariamente, o sétimo filho a nascer, embora em alguns casos
mais ao sul, a maldição acometa aquele que comete incesto. Em forma humana, o lobisomem
é aquele rapaz magro, com olheiras fundas, orelhas grandes e a pele pálida, quando não
amarelada. Parece estar sempre cansado e doente, boceja muito e anda devagar.
Nas noites de quinta para sexta-feira, o lobisomem sai em transe até uma encruzilhada, onde
tira suas roupas, dá sete nós na camiseta e rola no mato, como um animal. Feito esse ritual, o
homem vira monstro.
A aparência do lobisomem no Brasil é meio confusa: parece um porco ou um cachorro, com
pelos negros que não cobrem todo o corpo, olhos vermelhos e as patas traseiras mais
compridas que as da frente. Ele sai em disparada, cruzando 7 encruzilhadas, 7 cemitérios ou 7
igrejas, atacando e bebendo o sangue de qualquer um que estiver em seu caminho.

78 - Famaliá (Diabinho da Garrafa)

Muitos magos e bruxos na Europa se utilizam dos chamados familiares, espíritos diversos com
quem fazem um acordo. Esses espíritos são invocados quando necessário e então auxiliam na
execução de magias e feitiços. Entretanto, é possível utilizar espíritos que não só auxiliem,
como façam todo o trabalho necessário e ainda em um grau muitíssimo maior.

Os Famaliás, popularmente conhecidos como “diabinhos da garrafa”, são entidades que ficam
confinadas em um recipiente, que não precisa necessariamente ser uma garrafa, e que
atendem a qualquer desejo feito por aquele que o possuir, parecido com um gênio. São
criados a partir de um ritual específico dedicado a alguma entidade maior que esteja ligada à
magia negra (geralmente dito como sendo Lúcifer).

Mas é claro, magias grandiosas com um custo tão baixo não são realmente possíveis, e o
Famaliá nada mais faz do que deixar para que tudo seja cobrado ao fim da vida da pessoa,
onde sua alma é levada como pagamento para o “lúcifer” que lhe entregou o diabinho.

79 - Cumacanga

Ser Cumacanga, ou Curacanga, é outra possibilidade de maldição de uma mulher que é a


sétima filha, e é mas comum no Pará e no Maranhão. Dizem também poder ser uma variação
da maldição da Mula-sem-cabeça, que acomete mulheres que se relacionam com padres.
À noite, enquanto a mulher dorme, a cabeça desprende do corpo e, agora acessa como uma
bola de fogo, passa a agir de forma autônoma. Começa assim uma jornada noturna, passando
por vários lugares e assustando pessoas que cruzam com ela. Apesar do susto, a Cumacanga
não é descrita como agressiva, assustando meramente pela súbita aparição.
80 - Cupendiepes

Muito tempo atrás, ao norte do que hoje é o Tocantins, um grupo de indígenas apinajé saiu
para caçar em um local que diziam ser perigoso. Acamparam por ali e, de madrugada, uma
criança que acompanhava o grupo acordou, ouvindo cantos vindos de uma caverna não longe
dali. Assustado, se escondeu, e isso o salvou: Pouco depois, dezenas de criaturas aladas
desceram dos céus e decapitaram o grupo que dormia, usando machados de pedra em forma
de meia lua.

Os Cupendiepes (de kupen = tribo estranha dyêb = morcegos) são homens alados, híbridos de
homem e morcego, que viviam naquela região. Não tinham piedade alguma de quem entrasse
em seu território, e se aproveitavam de seus hábitos noturnos para atacar de surpresa, sempre
atingindo direto na cabeça, com machados de pedra. Contam os Apinayés que todas as aldeias
da região se reuniram para por fim aos ataques dos "indígenas alados". Procuraram todas as
entradas da caverna onde viviam e encheram de mato e folhas, ateando fogo. A maioria dos
cupendiepes não morreu, por conseguirem fugir por uma abertura no teto da caverna, mas
foram forçados a fugir. Seguiram em direção ao sul e desde então não se sabe o paradeiro
deles.

81 - Cumadre Fulozinha

A Cumadre Fulozinha, as vezes chamada de Flor do Mato, é provavelmente uma variante de


caipora (mas não a confunda com um se a encontrar, pois isso a deixa furiosa). É do Nordeste,
famosa em Pernambuco e em Recife. Tem a aparência de uma menina nova, de no máximo 12
anos, com cabelos tão compridos que se arrastam pelo chão.

Ela também é "dona" da mata, e logo, deve-se sempre lhe oferecer algo, geralmente fumo ou
mingau. Diferente dos caiporas, que recebem oferendas específicas para que permitam a caça,
Fulozinha exige oferendas pelo simples ato de entrar em sua mata, ou caso se dê de cara com
ela, também é exigido um presente. Ela anuncia sua chegada com um assobio alto, e se você
não possuir nada para dar quando ela aparecer, ela vai te espancar, simples assim. Também
bate naqueles que entregam oferendas com pimenta, comida que ela odeia.

Há quem diga que ela usa o próprio cabelo como chicote, quando não usa uma vara de alguma
planta. Também dizem que ela tem uma força descomunal para seu tamanho.

82 - Cobras de Igreja

Na cidade de Óbidos, no Pará, existe uma grande serpente cuja cabeça se encontra no
subterrâneo da principal igreja da cidade, enquanto o corpo se estende até o rio. Em
Araraquara, São Paulo, outra cobra-grande tem sua cabeça no subsolo da Igreja Matriz local,
mas seu corpo se estende até um cemitério. Itacotiara, no Amazonas, também tem uma
serpente com características similares
Essas cobras-grandes não necessariamente tem as mesmas origens (a de Araraquara, por
exemplo, é uma criança transformada em cobra), mas todas tem importantes prédios
religiosos como palco principal. Geralmente estão em um constante estado de hibernação, e
quando se mexem costumam causar tremores e rachaduras nos prédios. É dito que, quando
elas acordarem, poderão destruir uma cidade inteira num grande tremor, apenas por saírem
de onde estão.

83 - Chibamba

O Chibamba é, assim como Cucas, Cabras cabriolas e Quibungos, um papão. Vive na região sul
do estado de Minas Gerais e é um monstro devorador, coberto dos pés à cabeça com uma
trama de folhas de bananeira. Anda sempre em um ritmo constante, como uma dança, e
emitindo um som alto, como ronco de um porco.

Essa criatura não vai atrás de crianças malcriadas, como costuma acontecer com a maioria dos
papões, e sim atrás de crianças que choram na hora de dormir. Por isso, as pessoas costumam
cantar para as crianças “Êvém o Chibamba, nêném, ele papa minino, cala a boca!”.

É inegável sua semelhança visual a algumas vestimentas ritualísticas de culturas da África,


como algumas existentes em países como a Angola, o que sugere que ele tenha se instalado no
Brasil pela influência dos escravos vindos de lá.

84 - A Carruagem de Ana Jansen

Nas noites de quinta pra sexta feira, nas ruas de São Luís, você pode se deparar com uma
carruagem fantasma, puxada por cavalos e um cocheiro sem-cabeça. Essa carruagem pertence
a uma mulher cruel que foi condenada a vagar por aí.

Ana Jansen foi uma mulher rica e influente no estado do Maranhão. Dona de uma grande
quantidade de escravos, era conhecida por ser severa em relação às punições deles, e muitas
vezes por motivos fúteis.

Após a morte, a alma de Ana se manteve na terra, e agora ela anda pelas ruas em sua
carruagem assombrada que emite sons assustadores. Se a carruagem cruzar com alguém ela
para, e a própria Ana sai, entregando à pessoa uma vela. Assim que amanhece, essa vela se
transforma em ossos de cadáver, exatamente como ocorre com a Procissão das Almas, outra
história onde espíritos entregam velas de ossos para os vivos que encontram.

85 - Caruara
Ao pesquisar em um dicionário, diz-se que "caruara" é, coloquialmente, uma dor nos membros
inferiores, nas articulações. Esses são, de fato, os focos dessas criaturas.
Ditos como invisíveis, os caruaras vivem em áreas da Amazônia e são como bichos-de-pau, que
andam pelas matas armados de flechas envenenadas. Tem uma aversão especial à mulheres
em período de menstruação. Por isso, se vêem alguma andando pelas roças ou pelo mato, vão
atrás delas. Atiram suas flechas sempre em locais como joelhos e tornozelos, causando uma
dor terrível, como uma artrite.

86 - Carneiro Encantado

Certa vez um grupo de ladrões, encontrando um monge seguindo pela estrada, resolveram
atacá-lo, afinal, aquele era o tipo de pessoa que andava com bastante dinheiro.
Assassinaram o monge, mas se arrependeram logo depois por terem feito aquilo contra uma
figura religiosa. O enterraram junto de seu tesouro, perto de um rio.
O Carneiro encantado, ou carneiro de ouro, é a alma desse homem, que vaga por aí. Alguns
dizem que ele tenta mostrar o caminho do tesouro, mas que quando se aproximam ele
desaparece.

87 - Cabra Cabriola

♫Eu sou a Cabra Cabriola, que come meninos aos pares. Também comerei a vós, uns
carochinhos de nada…♪

Assim vem cantando a Cabra Cabriola, monstro papão que emigrou de Portugal direto para o
litoral do Nordeste. Esse monstro, como o nome diz, se assemelha a uma cabra, com uma
cabeça grande e dentes extremamente afiados. Seu prato predileto, assim como para os
Quibungos e Cucas, são as crianças.

Diz-se que ela invade casas à noite em busca daqueles que não se comportam. Difere um
pouco da lenda em portugal, onde ela mostrou a habilidade de imitar vozes, fazendo com que
crianças, ouvindo a voz da mãe, abrissem a porta e acabassem sendo devoradas.

88 - Caipora

Quando pessoas caçam mais do que o necessário, podem receber, no meio da mata, a visita de
uma criatura peluda e de baixa estatura, mas montando um enorme porco do mato.
Caiporas, costumam ser constantemente confundidos com Curupiras, mas não costumam ter
pés virados para trás ou “cabelos de fogo”. São criaturas anãs, troncudas e peludas, que
geralmente andam por aí montadas em animais. São como donos da mata, e por isso deve-se
pedir a permissão deles para caçar e estar de acordo com suas regras. Respeitando isso e
oferecendo um pouco de fumo (pois são famosos por fumar) ou cachaça, caiporas se tornam
bons amigos e inclusive podem ajudar nas caçadas. Por outro lado, desrespeitar o trato
significa punição, que pode vir de várias formas: às vezes o animal abatido é simplesmente
revivido pela caipora, outras vezes o infrator é surrado. As vezes passa a ter azar em tudo.
89 - Cachorrinha D'água

No rio São Francisco vive uma criaturinha pequena, de pelagem branca e com uma estrela feita
de ouro em sua testa. Ela vive nadando, mas de vez em quando para pelas margens do rio para
tomar sol.

Ao cruzar as águas do rio, dizem para se prestar atenção em suas margens e procurar pela
Cachorrinha d’água, pois aquele conseguir ver essa criaturinha simpática, terá felicidade plena
e riquezas para o resto da vida!

90 - Bruxa

As bruxas brasileiras são descendentes diretas das portuguesas, com costumes e fadários
similares. São mulheres de várias idades que possuem ligação direta com demônios e até com
o próprio capirotão, sr. Lúcifer. Costumam agir apenas durante a noite já que, durante o dia
vivem como pessoas comuns. Causam vários tipos diferentes de males e infortúnios, como
sumir com animais, enlouquecer viajantes e sugar o sangue, ou a força vital, de crianças, as
deixando doentes.

Essas bruxas possuem uma variedade absurda de habilidades: Se metamorfoseiam


(principalmente em mariposas), voam, transformam pessoas em animais e podem até alterar a
realidade, fazendo com que as pessoas enxerguem o ambiente à sua volta de formas
assustadoras e distorcidas.

Deve-se tomar muito cuidado para não confundir qualquer praticante de magia com uma
bruxa! Essas bruxas são especificamente vítimas de maldição, e embora possam sucumbir a
esse estado corrompido, cumprem uma sina da mesma forma que lobisomens e mulas-sem-
cabeça, não necessariamente concordando com as próprias ações.

91 - Barba-ruiva

Muito tempo atrás, no estado do Piauí, uma mulher, querendo se desfazer de seu filho recém-
nascido, o colocou em um tacho e o jogou no rio. A criança iria morrer afogada, mas uma mãe
d’água o resgatou e criou como seu próprio filho.
Desde então, tanto ele quanto o riacho se tornaram encantados. Do dia para a noite as águas
subiram, criando a Lagoa de Parnaguá, que virou palco de visagens, luzes e vozes
desconhecidas. Alguns anos depois, passou a ser ocupada por um homem de aparência
confusa, as vezes jovem, as vezes adulto. Ele tem uma barba comprida que uns dizem ser ruiva
e outros dizem ser branca, dependendo do horário.
O Barba-ruiva ignora completamente os homens, às vezes apenas voltando para o lago quando
seguido. Já com o sexo feminino, costuma aparecer de surpresa, tentando abraçá-las e beijá-
las. Apesar de nunca fazer nada além disso com elas, não é espanto o porquê de mulheres
terem medo de ir até o lago sozinhas.

92 - Arranca-Línguas

Na década 30, os fazendeiros do estado de Goiás ficaram muito preocupados com a crescente
morte do gado da região. Alguma coisa parecia vir durante a noite e arrancar a língua de bois e
vacas.

Com o tempo, descrições do possível culpado foram surgindo: Um primata enorme muito
peludo, forte e bruto, que comia apenas línguas. Tinha um urro assustador e media cerca de 3
à 4 metros de altura, dadas supostas pegadas de cerca de 60 cm encontradas próximas dos
locais atacados. As notícias desse “arranca-línguas” saíram em jornais e foram para além do
Goiás, e ele foi batizado pela população como King-Kong, em homenagem ao filme que tinha
sido lançado naquela década.

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