A amêndoa de castanha de caju é um alimento com elevada produção no
Nordeste brasileiro, nutricionalmente adequado e interessante para o desenvolvimento de novos produtos como uma alternativa para a criação de hábitos mais saudáveis, frente a dietas com alto consumo de produtos industrializados e promotoras de danos ambientais. Como alimento, a ACC é uma abundante fonte de nutrientes essenciais à dieta humana, sendo constituída predominantemente de lipídeos (36 - 45%) como os ácidos graxos mono e poli-insaturados, proteínas (22 – 25%), carboidratos (~ 23%) e vitaminas, como β-caroteno,luteína, zeaxantina, tiamina e tocoferóis A Embrapa desenvolveu pesquisas para obtenção de óleo comestível a partir das amêndoas quebradas (Leal et al., 2022). Nesse processo é gerada uma torta, ou resíduo de amêndoa parcialmente desengordurada, que pode ser utilizada na obtenção de concentrado e isolado proteico. A forma tradicional de obtenção de isolados proteicos é por solubilização dos materiais em meio alcalino para extração proteica e posterior precipitação em meio ácido, seguida de secagem (Moure et al., 2006). Esses produtos possuem propriedades tecnológicas como dispersibilidade, capacidade emulsificante, ação estabilizante de emulsões, capacidade de geleificação, que permitem sua utilização na formulação de alimentos. a indústria de alimentos está na busca constante de atender aos que desejam diminuir o consumo de carne, através de alternativas de proteínas, como plant-based, que se assemelha muito à proteína original em relação ao sabor, cor e textura. (GFI BRASIL, 2020). Atrelado às tendências alimentares, o termo plant-based, é definido como análogo de carne à base de plantas que estão sendo desenvolvidas para atender as demandas dos consumidores e a sustentabilidade (SHA; XIONG, 2020). Assim este trabalho buscar atender as necessidade de quem busca consumir alimentos plant-based com intuito de diminuir o consumo de proteína animal, e encontrar produtos que se assemelhem aos disponíveis em mercado em relação ao teor nutricional e as características sensoriais. OBJETIVO Obter e caracterizar concentrado proteico de amêndoa de castanha de caju (ACC), para aplicação e enriquecimento de produtos plant-based. OBJETIVOS ESPECIFICOS Obter e avaliar a composição centesimal da torta parcialmente desengordurada de amêndoa de castanha de caju; Obter e avaliar a composição centésima do concentrado proteico de amêndoa de castanha de caju; Aplicar o concentrado proteico em alimento plant-based; Desenvolver bebida tipo whay-protein a base do concentrado proteico de ACC; Prospectar, a partir da metodologia de Grupo Focal, com provadores que consomem produtos rico em proteína a possibilidade de inserção dos produtos formulado para mercado; Avaliar a composição centesimal, as características físicas de qualidade (cor e textura) e as características sensoriais (aceitabilidade, CATA e análise de preferência) dos produtos desenvolvidos Avaliar a Estabilidade (vida de prateleira) dos produtos formulados. METODOLOGIA Obtenção da matéria prima As amêndoas de castanha de caju (ACC) serão obtidas de um fornecedor local, situado na cidade de Aquiraz, Ceará, Brasil. As amostras serão embaladas a vácuo em sacos que as protegeram da luz direta e armazenadas a -18 °C, até o momento do uso. Obtenção do concentrado proteico Para a obtenção da torta parcialmente desengordurada, amêndoas de castanha de caju serão submetidas a um processo de torragem, 110 °C por 15 min, em estufa com circulação de ar (Marconi MA035, Brasil). Posteriormente as amêndoas assadas serão processadas em processador de facas (Robot coup) com proporção de 1:4 de amêndoas e água durante 10min. A massa obtida de ACC será pesada e submetida a centrifugação por 30min (força centrífuga relativa de 4.500 x g, por 30 min), após centrifugação será seca em estufa a 60 graus por 14h. O isolado proteico da torta parcialmente desengordurada de ACC será obtido por extração alcalina utilizando uma proporção de 1:10 de torta e água, ajustando ph para 10,0 com NaOH em concentração de 1mol/L e 15min de agitação com posterior centrifugação (força centrífuga relativa de 1.600 x g, por 30 min) Thermo Fisher Scientific Heraeus Megafuge 40, Langenselbold Alemanha). A fase sobrenadante sera submetida a precipitação acida a pH 4,0 utilizando HCL em concentração de 1mol/L com 15 min de agitação e posterior centrifugação (força centrífuga relativa de 1.600 x g, por 30 min), segundo as recomendações de Lima et al. (2019). A massa obtida será seca utilizando método de liofilização. Caracterização físico-química da torta e do concentrado proteico de acc Para torta parcialmente desengordurada e o concentrado proteico serão determinados os seguintes parâmetros: umidade, cinzas, lipídeos totais, proteínas e carboidratos totais (por diferença, em base seca) (Instituto Adolfo Lutz, 2008). A cor das amostras será analisada usando colorímetro (Chroma Meter CR-400, 9 Konica Minolta Sensing Inc., Osaka, Japão) e o sistema CIELab (L*a*b*). O rendimento em massa (%) do processo de obtenção do concentrado proteico será calculado considerando o peso seco final do concentrado e o peso seco inicial da torta parcialmente desengordurada. As determinações serão realizadas em triplicata e os resultados serão avaliados por meio de Análise de Variância (ANOVA) e teste F com 5% de significância para comparação das médias. Caracterização funcional tecnológica do concentrado proteico de amêndoa de castanha de caju A solubilidade proteica em meio aquoso e a capacidade de formação de espuma serão determinadas segundo Glória e Regitano-d´Arce (2000). A capacidade de absorção de água e de óleo serão determinadas segundo Lin et al. (1974). As análises funcionais tecnológicas serão realizadas em triplicata e os resultados reportados como médias ± desvio padrão. Desenvolvimento de bebida tipo whay-protein a base de concentrado proteico de ACC, aplicação de grupo de foco e estabilidade (vida de prateleira) A bebida tipo whay-protein devera ser fórmula levando em consideração os percentuais de proteínas dos whay’s já comercializados. Será utilizado o método qualitativo chamado Grupo Focal (Focus Group) (KRUEGER, 2014), com estudantes e profissionais da área esportiva, para avaliar as formulações desenvolvidas da bebida e definir a possibilidade da utilizações do concentrado proteico de ACC como bebida tipo whay-protein. As sessões serão realizadas presencial e serão gravadas. Cada voluntário recebera uma porção de 100 mL da bebida, envasada em recipientes de vidro higienizado com hipoclorito de sódio (200 ppm). Cada sessão devera ter duração de no máximo 60 min com no máximo 12 participantes. O grupo será composto por um moderador, e um ouvinte. será aplicado análise sensorial com 120 provadores utilizando metodologia ABNT (2016). Para avaliação da aceitação sensorial e intenção de compra do empanado, será utilizada uma escala hedônica estruturada de 9 pontos, variando de “Gostei muitíssimo” = 9 a “Desgostei muitíssimo” = 1. E uma escala de 5 pontos com variação de “Certamente compraria” = 5 a “Certamente não compraria” = 1. Em adição, também foi aplicado o teste Check-All-That-Apply (CATA) (PLAEHN, 2012). Para isso, os provadores receberão uma lista com termos descritores sensoriais (previamente selecionado por pesquisa bibliográficas) com objetivo de caracterizar o empanado vegetal, levando em consideração aparência, aroma, sabor, textura e sensações. Para vida de prateleira será utilizada a metodologia de análise sensorial em 8 tempos diferentes. O material será armazenado em câmara de congelamento a -18ºC. as análises sensoriais serão aplicadas a cada 45 dias durante 1 ano. Análises microbiológicas de salmonela sp, bolores e leveduras e contagem total de mesofilos serão realizadas nas amostras antes de cada sensorial. Os provadores irão avaliar, aparecia, sabor, aroma, textura e intensão de consumo. Análises de cor, teor de acidez e peroxido serão feitas em conjunto as sensoriais.
Aplicação do concentrado proteico de amêndoa de castanha de caju, em
empanado vegetal de ACC, avaliação sensorial e estabilidade (vida de prateleira). Serão desenvolvido empanados vegetais a partir de torta de ACC, lentilha e fibra de caju com adição de concentrado proteico em diferentes concentração (quais concentrações). será aplicado análise sensorial com 120 provadores utilizando metodologia ABNT (2016). Para avaliação da aceitação sensorial e intenção de compra do empanado, será utilizada uma escala hedônica estruturada de 9 pontos, variando de “Gostei muitíssimo” = 9 a “Desgostei muitíssimo” = 1. E uma escala de 5 pontos com variação de “Certamente compraria” = 5 a “Certamente não compraria” = 1. Em adição, também foi aplicado o teste Check-All-That-Apply (CATA) (PLAEHN, 2012). Para isso, os provadores receberão uma lista com termos descritores sensoriais (previamente selecionado por pesquisa bibliográficas) com objetivo de caracterizar o empanado vegetal, levando em consideração aparência, aroma, sabor, textura e sensações.
EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DO ARROZ PRETO (Oriza Sativa L.) E DA QUIRERA DO ARROZ PRETO, APLICAÇÃO EM PRODUTOS CÁRNEOS E AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE