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Aroldo Arévalo-Pinedo1, Zilda Doratiotto Salles Arévalo1, Nataly Sousa Beserra2, Abraham
Damian Giraldo Zuniga1, Ana Flávia Santos Coelho1, Rosalinda Arévalo Pinedo3
RESUMO
Este trabalho propõe, como objetivo, desenvolver e estudar a estabilidade de barras de cereais à
base de farinha seca de amêndoa de babaçu (Orbygnia speciosa). Foram desenvolvidas
formulações variando-se a concentração de farinha seca de amêndoa de babaçu de 10 e 12 % na
composição das barras de cereais. As barras de cereais apresentaram composição de: 8,45 a 8,75
% de umidade; 18,57 a 15,28% de proteínas, 10,96 a 9.52% de gorduras; 26,28 a 26,20 % de
açúcares, 0,87 a 0,91 % de cinzas, pH de 5,38 a 5,39 e 8,48 a 8,75% de acidez. Durante o
armazenamento a temperatura ambiente não se observaram mudanças significativas nas
características físico-químicas e não houve crescimento microbiano nas duas formulações.
Quanto à análise sensorial, as formulações foram bem aceitas pelos provadores, atingindo-se
altos índices de aceitabilidade para todos os atributos estudados de cor, aroma, sabor e textura,
ficando esse valor maior que 80% de índice de aceitabilidade.
ABSTRACT
This research aimed to development and studying the stability of two formulation of flour
babassu nut based cereal bars. Cereal bars were produced with 10 and 12 % of floor babassu
nut. The cereal bars was observed the following composition: moisture, 8,45 and 8,75 %;
protein, 18,57 and 15,25 %; fats 10,96 and 9,52 %; total sugars, 26,28 and 26,20 %; ash, 0,87
and 0,91 %; pH, 5.38 and 5,39 and acidity (%), 8,48 and 8,75 for formulation A and B
respectively. During storage was not observed significant changes in physicochemical
characteristics and there was no microbial growth in the two products. The products have been
well accepted, reaching high levels of acceptability for all studied attributes of color, aroma,
flavor and texture, leaving this value greater than 80 % of index of acceptability. The sensory
analysis study revealed high acceptance of flour babassu nut cereal bars.
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Desenvolvimento de barra de cereais à base de farinha de amêndoa de babaçu Arévalo-Pinedo et al. 407
foram realizadas duas formulações (Tabela 1), ingredientes secos foram misturados ao xarope
seguindo as recomendações de Freitas e Moretti de aglutinação a temperatura em torno de 95°C,
(2006) e Gutkoski et al. (2006). seguida de enformagem de prensagem para
obtenção de formato; após o resfriamento as
Processamento das barras de cereais barras de cereais foram desenformadas e
cortadas em tamanhos retangulares, de peso
A preparação do xarope de aglutinação constante de 25g cada unidade. As barras de
foi realizada em recipiente de aço inoxidável, cereais foram, então, acondicionadas
no qual os ingredientes foram aquecidos sob individualmente em embalagens de filme
agitação, com acompanhamento do teor de flexível. (PET/PEBD/AL/PEBD) (Freitas e
sólidos solúveis totais em refratômetro, até a Moretti, 2006).
obtenção de um xarope de 85-89 °Brix. Os
Ingredientes secos:
- Farinha seca de babaçu 12,0 10,0
- Proteína texturizada de soja 10,0 10,0
- Aveia em flocos 10,0 10,0
- Gérmen de trigo torrado 5,0 5,0
- Lecitina de soja 4,0 4,0
- Uva passa 3,0 5,0
- Vitamina C (ácido ascórbico) 0,5 0,5
- Flocos de arroz 8,0 8,0
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média obtida para o produto e B = nota máxima fácil digestão pelo organismo humano. O pH
dada ao produto. O IA com boa repercussão natural (6,61) da farinha de babaçu está com
tem sido considerado a 70% (Teixeira, 1987). cerca de 7, sendo classificado como produto de
baixa acidez, isto é, apresenta pH > 4,5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Portanto, os produtos formulados à base de
farinha de babaçu deverão passar por um
Composição físico-química da farinha seca de processo térmico de esterilização em
amêndoa de babaçu temperatura acima de 100 ºC ou a temperatura
de ebulição da água desde que seja acidificada a
A Tabela 1 mostra a caracterização um pH≤4,5 para evitar o desenvolvimento de
físico-química da farinha seca da amêndoa de Clostridium botulinum. Os valores de umidade,
babaçu utilizada como matéria-prima na cinzas e acidez, estão dentro dos valores
fabricação de barra de cereais. Pode-se observar reportados por Souza et al. 1986, para a farinha
analisando esta Tabela, que a farinha apresenta seca de castanha do Brasil, e por Raghavendra
altos teores de gorduras de 47,16 % e de fibras et al. 2006, para farinha seca de coco. Esta
de 24 %, passível, portanto, de ser considerada farinha também apresentou características
produto gorduroso, energético e funcional. sensoriais semelhantes às do coco ralado
Segundo Morett e Fett (1998) a gordura do comercializado industrialmente no Brasil, como
coco e do babaçu é rica em ácidos graxos cor branca, aroma e sabor agradável, suaves e
saturados de baixo peso molecular, ou seja, de característicos de coco.
Tabela 2. Valores médios da composição físico-química das barras de cereais à base de farinha de
babaçu.
Análises Formulação
A B
Umidade (%) 8,45 8,75
Proteínas (%) 18,57 15,25
Gorduras (%) 10,96 9,52
Açúcares (%) 26,28 26,20
Cinzas (%) 0,87 0,91
pH 5,38 5,39
Acidez (%) 8,48 8,75
ºBrix 71,5 72,0
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Tabela 5. Índice de aceitabilidade das barras de cereais, segundo cada atributo avaliado
Atributos Notas médias de aceitabilidade Índice de aceitabilidade
(%)
formulação A Formulação B Formulação A Formulação B
Cor 8,2 8,4 91,1a 93,3a
a
Aroma 7,5 7,9 83,3 88,8b
a
Sabor 8,0 8,1 88,8 90,0a
a
Textura 7,5 7,9 83,3 87,7b
Aceitabilidade global 8,0 8,3 88,8a 92,2b
Letras iguais na mesma linha significam que não há diferenças significativas entre os diferentes tempos de armazenamento (a nível de 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey, p<0,05).
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