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BARRA DE CEREAL ADICIONADA

DA ALGA PORPHYRA TENERA:


CARACTERIZAÇÃO SENSORIAL, FÍSICO-
QUÍMICA E NUTRICIONAL
CEREAL BAR ADDED THE ALGA PORPHYRA TENERA:
SENSORY CHARACTERIZATION,
PHYSICAL-CHEMISTRY AND NUTRITION

Simone Machado Goulart1,


Allehilla Allessandra Alves-Silva2����������������������������3,
Letícia Flório Conceição4, Natália Ribeiro Oliveira

Resumo Abstract
Os alimentos funcionais são hoje priori- Functional foods are now the priority for 1
Docente do Instituto
dade de pesquisa nas áreas de nutrição e tec- research on nutrition and food technology, Federal de Ciência e
Tecnologia de Goiás.
nologia de alimentos, levando-se em conta o as far as consumer interest in healthier foods simonegoulart@yahoo.
interesse do consumidor em alimentos mais is concerned. �is project aimed to produce com.br
saudáveis. Este projeto teve como objetivo a cereal bar with added seaweed Porphy- 2
Universidade Gama
Filho (GAMA FILHO)
elaborar uma barra de cereal com adição da ra tenera, strawberry, milk and semisweet 3
Programa Nacional de
alga Porphyra tenera, morango, chocolate ao chocolates. Following completion of the bar Alimentação Escolar no
leite e meio amargo. Após a elaboração da nutritive value, sensory and nutritional la- município de Vargem
barra, foram realizadas análises bromatoló- bels were analysed. �e study was conducted Alegre, Minas Gerais
gicas, sensoriais e a rotulagem nutricional.
4
Usiminas Ipatinga,
at the Laboratory of Food Science and Tech- Minas Gerais
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório nology of the University Center, Caratinga,
de Bromatologia e Tecnologia de Alimentos Minas Gerais. Two samples were produced,
do Centro Universitário de Caratinga, Minas a traditional one and the other with the ad-
Gerais. Foram produzidas duas amostras, dition of algae. �e acceptability of the cereal
sendo uma tradicional e a outra com adição bar with added algae was satisfactory (ac-
de algas. A aceitabilidade da barra de cereal cording to 69% of the panelists), considering
com adição de algas foi satisfatória (69% dos that products made from algae are not part of
provadores), considerando que alimentos the Brazilian culture. However, taking their
à base de algas não fazem parte da cultura nutritional and functional properties into
brasileira, mas, em razão de suas proprie- consideration new products exploiting their
dades nutricionais e funcionais, devem ser bene�ts should be added. �rough physical
inseridos novos produtos explorando seus and chemical analysis, the percentage was
benefícios. Por meio das análises físico-quí- 53.27% carbohydrates; 12.19% lipids; 5.64%
micas, a porcentagem de carboidratos foi de proteins. It was observed that the product
53,27%; lipídeos, de 12,19%; e proteínas, de is rich in phosphorus, an essential mineral

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5,64%. Observou-se que o produto é rico em for the better functioning of the organism.
fósforo, mineral essencial para o melhor fun- �e algae Porphyra tenera is rich in several
cionamento do organismo. A alga Porphyra other nutrients, which were not analyzed in
tenera é rica em vários outros nutrientes, this study, because of the limitations of the
não analisados neste estudo, por causa das Laboratory of Bromatology equipment of
limitações dos equipamentos necessários do that institution.
Laboratório de Bromatologia da instituição.
Keywords: New Products, Functional
Palavras chave: Novos produtos, Ali- Foods, Porphyra tenera.
mentos funcionais, Porphyra tenera.

Introdução
Desenvolver novos produtos é uma ta- comumente consumidos, e por isso seria
refa desa�adora da Engenharia de Alimen- plausível a sua ampla utilização na alimen-
tos. Melhorias nos processos e aumento nos tação humana. Elas são consideradas pro-
rendimentos industriais podem implicar dutos naturais, emagrecedoras, antioxidan-
diretamente alterações de ingredientes e tes, rejuvenescedoras, hidratantes bené�cas
modi�cações em produtos já existentes; por ao sistema digestivo, desde o melhoramento
outro lado, lançar no mercado alimentos da digestão e absorção até a promoção do
diferenciados que envolvam o consumidor peristaltismo pela liberação de mucilagem,
em novas experiências sensoriais torna-se além de conter altas concentrações de vita-
um desa�o que deve ser amplamente estu- minas e elementos importantes ao bom fun-
dado (SCHUMACHER, 2008). cionamento do corpo, como iodo e cálcio.
Existem muitas variáveis que afetam as Existem centenas de espécies de algas; não
propriedades e as características sensoriais são tóxicas, mas nem sempre são palatáveis,
de alguns alimentos; desta forma, abrem-se sendo necessário o uso da tecnologia de
muitas oportunidades de estudo de novas alimentos para melhorar as características
estratégias para a melhoria da qualidade sensoriais de produtos novos à base de al-
e o desenvolvimento de novos produtos gas. Muitos estudos têm sido feitos desde
(SCHUMACHER, 2008). então, com o propósito de elucidar o real
A associação entre barra de cereais e papel das algas como alimento funcional
alimentos saudáveis é uma tendência já (OLIVEIRA, 2005).
documentada no setor de alimentos, o que Na cultura oriental, à Porphyra tenera
bene�cia o mercado desses produtos (FREI- (asakusa nori), uma das mais populares al-
TAS; MORETTI, 2006). Tal preocupação gas comestíveis do Japão, relaciona-se a uma
por uma alimentação saudável, nutritiva e série de metabólitos de carotenoides de 9,
segura está crescendo mundialmente, e a 10, 11 e 13 carbonos (UENOJO et al., 2007).
ingestão de alimentos balanceados é uma Além disso, a asakusa nori seca (Porphyra
maneira de prevenir doenças e promover tenera) é fonte de cobalamina (YAMADA
a saúde. As barras de cereais atendem a et al., 1999) e �bra alimentar na dieta, mas
essa tendência e são elaboradas a partir da a alga pode alterar a digestibilidade das pro-
extrusão da massa de cereais de sabor ado- teínas e dos minerais, sendo necessários
cicado e agradável, fonte de vitaminas, sais mais estudos que comprovem essa alteração
minerais, �bras, proteínas e carboidratos (URBANO; GOÑI, 2002).
complexos (GUTKOSKI, 2007). Esse projeto teve o objetivo de elaborar
As algas possuem valor alimentar si- uma barra de cereal com adição da alga Por-
milar a muitos outros vegetais terrestres phyra tenera, morango, chocolate ao leite e

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meio amargo. Após a elaboração da barra ligada e úmida. A montagem foi feita em um
foram realizadas análises bromatológicas, refratário pequeno (16,5 cm x 21 cm) untado,
sensoriais e a rotulagem nutricional. distribuindo a massa. Foi prensado para �car
bem �rme e levado ao forno médio, pré-a-
quecido e coberto com papel alumínio por
Material e métodos
15 minutos. Retirou-se o papel, deixando por
Local e etapas do trabalho mais 10 minutos e em seguida acrescentou-se
o chocolate ao leite e o meio amargo.
O trabalho foi desenvolvido no Labo-
ratório de Bromatologia e Tecnologia de Análises físico-químicas
Alimentos do Centro Universitário de Ca-
Foram realizadas as seguintes análises
ratinga, Minas Gerais.
físico-químicas do produto �nal: umida-
Material de, açúcares totais, gordura, proteínas, pH,
fósforo e cinzas. Todas as análises foram
Os materiais utilizados foram: granola,
baseadas nas Normas Analíticas do Ins-
aveia, �ocos de arroz, margarina, água fria,
tituto Adolf Lutz (IAL, 1985) e realizadas
suco de laranja, mel, polpa de morango,
em triplicatas. A umidade foi determinada
composto alimentar sabor arti�cial de mo-
após secagem em estufa a (105 ± 3)°C, até
rango, chocolate ao leite e meio amargo e
peso constante; a determinação do pH foi
alga Porphyra tenera, também conhecida
efetuada em potenciômetro ou medidor de
como parda. Duas amostras foram produ-
pH; o teor de fósforo foi feito por espec-
zidas no laboratório – uma tradicional sem
trofotometria e a determinação do teor de
adição de alga parda (controle), e a outra,
carboidratos totais foi realizada por dife-
com adição de alga parda.
rença, sendo obtida por meio da seguinte
Métodos expressão matemática.

Preparo das amostras Carboidrato= 100 - umidade - cinzas -


A quantidade dos ingredientes utiliza- proteínas - lipídios
dos foi: 100 g de granola, 4 colheres (sopa)
de aveia em �ocos �nos, ½ xícara de �ocos O teor de lipídeos foi determinado de
de arroz, 2 colheres (sopa) de margarina, acordo com o método de Soxhlet, baseado
2 colheres (sopa) de água fria, 2 colheres na solubilidade desses em solventes apola-
(sopa) de suco de laranja, 4 colheres (sopa) res, utilizando equipamento de re�uxo e
de mel, 100 g de polpa de morango, 4 co- adição de éter de petróleo PA.
lheres (sopa) de composto alimentar sabor A amostra desengordurada resultante
arti�cial de morango, 200 g de chocolate do processo de determinação de lipídeos foi
ao leite e meio amargo. utilizada para obtenção do teor de cinzas,
Na segunda amostra, foram utilizados sendo submetida a uma digestão ácida com
os mesmos materiais, porém esta contém solução de ácido sulfúrico 1,25%, seguida de
5 g de algas. digestão alcalina com solução de hidróxido
As duas preparações de barra de cereal de sódio 1,25% e �ltração a vácuo. Todo o
foram processadas de acordo com o pro- resíduo restante da hidrólise foi lavado com
cedimento tradicional de fabricação: numa água destilada, e incinerado em mu�a a
tigela, foram colocados a granola, a aveia, os 550°C até a formação de cinzas, apresen-
�ocos de arroz, o composto alimentar sabor tando coloração branca ou cinza claro.
arti�cial de morango, o mel e a margarina. As proteínas foram quanti�cadas pelo
Trabalhou-se a massa e acrescentou-se água, método de Kjeldahl. A determinação de
suco de laranja e a polpa de morango aos energia foi feita com base na composição
poucos até obter uma massa homogênea, das barras alimentícias, utilizando fatores

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de conversão de Atwater: 4 kcal/g (proteí- Considerando os benefícios nutricionais
na), 4 kcal/g (carboidratos) e 9 kcal/g (lipí- que o consumo da alga proporciona, o nível
dios), como mostra a equação. de aceitação alcançado entre os provadores
é satisfatório.
Energia= 4 × carboidratos + 9 × A barra de cereal sem a adição da alga
lipídios + 4 × proteínas Porphyra tenera (Documento suplementar.
GRAF. 3), porém, teve maior aceitação, e
Análise sensorial 86% dos provadores registraram ter gosta-
Os testes sensoriais foram realizados com do da barra (gostei ligeiramente até gostei
30 provadores não treinados de ambos os extremamente) e apenas 10% registraram
sexos, tendo sido convidados para participar não ter gostado da barra.
20 alunos do curso de Medicina, e 10, do cur- A maior aceitabilidade da barra de cere-
so de Enfermagem, do Centro Universitário al sem algas provavelmente se deve ao sabor
de Caratinga (UNEC), em Minas Gerais. mais acentuado conferido pela adição da
As amostras (barra de cereal sem algas alga, que, para muitos, pode ser negativo.
e barra de cereal com algas) foram servidas Como a diferença de aceitabilidade dos dois
aleatoriamente aos julgadores em copos plás- produtos foi pequena, em escala industrial
ticos, com quantidades padronizadas (5 g), poderão ser realizados acréscimos de ingre-
e codi�cadas com três dígitos, acompanha- dientes que amenizem esse sabor.
das de água para limpeza do palato entre a A barra de cereal tem sido apontada
avaliação das amostras. Nas amostras, foi como uma preparação de boa aceitabili-
veri�cada a aceitação em uma escala hedô- dade, de simples formulação, e a sua as-
nica de nove pontos, cujos extremos corres- sociação com alimentos saudáveis é uma
pondem a desgostei extremamente (1) e gostei tendência da tecnologia de alimentos (DES-
extremamente (9) (Documento suplementar. SIMONI-PINTO et al. 2010).
QUADRO 1). As amostras foram apresenta-
das aos julgadores, e a eles foi solicitado que Análises físico-químicas
as analisassem com relação à escala proposta.
Carboidratos totais
Rotulagem nutricional Os carboidratos totais foram determi-
Foi realizada rotulagem do produto, es- nados pelo cálculo da diferença entre 100
peci�cando todos os nutrientes presentes g de alimento e a soma total dos valores
avaliados neste estudo (carboidratos totais, encontrados para umidade, proteínas, li-
lipídeos totais, proteínas totais e fósforo). pídeos e teor de cinzas. Nesse cálculo, o
teor de �bra alimentar não foi considerado
separadamente, por causa da limitação do
Resultados e discussões
Laboratório de Bromatologia da instituição
Análise sensorial e em razão disso o resultado apresentado
Em relação à barra de cereal com adição em carboidratos totais. O valor encontrado
da alga Porphyra tenera (Documento suple- de carboidratos totais foi de 53,27%.
mentar. GRAF. 2), observa-se boa aceitação, Os carboidratos totais são os compo-
uma vez que a maior parte dos provadores nentes mais abundantes e amplamente
registrou ter gostado da barra (consideran- distribuídos entre os alimentos. Sua deter-
do desde o termo gostaram ligeiramente até minação nos alimentos é importante pelo
gostaram extremamente), correspondendo fato de eles desempenham várias funções
a 69% dos provadores. Entre os provadores, nutricionais, isto é, são adoçantes natu-
27% registraram não ter gostado da barra rais, principais compostos dos cereais e os
(desgostaram moderadamente e desgosta- principais nutrientes envolvidos no forne-
ram ligeiramente) e 4% foram indiferentes. cimento de energia ao organismo. Além de

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fornecerem energia, os carboidratos desem- Os resultados evidenciaram teor ligeiramente
penham outras funções como preservar a maior de cinzas na barra de cereal com a adi-
massa muscular através do fornecimento ção de algas, que contém grandes quantida-
de energia aos músculos, facilitar o meta- des de K, Na, Ca e Mg, pequenas quantidades
bolismo das gorduras e garantir o melhor de Al, Fe, Cu, Mn e Zn e traços de Ar, I, F e
funcionamento do sistema nervoso central outros elementos (CECCHI, 2003).
(CECCHI, 2003).
Teor de fósforo
Teor de umidade A função metabólica do fósforo é re�e-
Na determinação de umidade da barra tida em sua distribuição nos alimentos. Os
de cereal com alga, encontrou-se teor de alimentos vegetais que derivam de raízes
27,13%. Na barra de cereal sem alga, en- apresentam elevados níveis de fósforo, cerca
controu-se teor de umidade relativamente de 400 mg/100 g. Nas regiões em que há de-
menor, ou seja, 22,44%. �ciência de fósforo no solo, há necessidade
A determinação do teor de umidade é de suplementação na dieta (GONÇALVES;
uma medida fundamental na caracterização SANTOS, 2007).
dos alimentos, uma vez que a umidade de Os níveis de fósforo foram maiores na
um alimento está relacionada com sua es- amostra com alga, que apresentou 195,94
tabilidade, qualidade e composição, e pode mg de fósforo em 100 g do alimento. A
afetar diretamente o período de estocagem, amostra sem alga apresentou 108,33 mg
bem como a embalagem e o processamento de fósforo em 100 g de alimento.
dos alimentos (CECCHI, 2003). O metabolismo de todos os principais
A RDC nº 263, de 22 de setembro de substratos metabólicos depende do P como
2005, da ANVISA permite teor de umidade cofator de uma variedade de enzimas e como
máximo de 15%, signi�cando que os teo- principal reserva de energia metabolizável,
res obtidos nas análises das barras foram na forma de ATP, creatinina-fósforo e fos-
superiores ao exigido. As barras foram ela- foenolpiruvato (COSTA; PELUZIO, 2008).
boradas artesanalmente e sem a utilização
de secagem especí�ca industrial, conforme Proteínas
é realizado na produção de alimentos em O valor de proteína encontrado na amos-
larga escala; entretanto, isso não impede tra com alga foi de 5,64%. Esse baixo valor
seu uso caseiro e rápido. era esperado, já que o produto avaliado não
contém ingredientes de alto valor proteico.
Potencial hidrogeniônico (pH)
A amostra de barra com alga apresentou Lipídeos totais
pH de 6,39. Já a amostra sem alga apresentou Os lipídeos são componentes do alimento
pH de 6,61, mostrando pequeno aumento em insolúveis em água e solúveis em solventes or-
relação à barra de cereal com alga. O pH se gânicos, tais como éter de petróleo, acetona,
aproximou da neutralidade. A análise de pH clorofórmio, benzeno e álcoois. Esses solven-
é fundamental para garantir a qualidade do tes apolares extraem a fração lipídica neutra
produto, uma vez que esse parâmetro possi- que incluem ácidos graxos livres, mono, di,
bilita o controle microbiológico, de acordo triacilgliceróis, e alguns mais polares como
com a RDC nº 12 (BRASIL, 2001). fosforolipídeos, glicolipídeos e es�ngolipídeos
(GONÇALVES; SANTOS 2007).
Teor de cinzas Tal macronutriente responde pela maior
No que diz respeito ao teor de cinzas, parte de nossas demandas energéticas e,
encontrou-se na amostra da barra com alga quando em excesso, contribui para a in-
porcentagem de 1,76%; já na amostra da barra desejável carga supér�ua de tecidos adi-
sem alga, a quantidade de cinzas foi de 1,66%. posos. Então, o consumo lipídico para um

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indivíduo saudável não deverá ultrapassar Referências
de 25% a 30% do valor calórico total diário.
BRASIL. Resolução – RDC nº 12. Brasília/DF:
A porcentagem de lipídeos totais encon- Ministério da Saúde, 2001.
trada na amostra com alga foi de 12,19%.
BRASIL. Resolução – RDC nº 263. Brasília/DF:
Ministério da Saúde, 2005.
Energia
CECCHI, H. M. Umidade e sólidos totais. In:
O valor energético total dos alimentos foi
CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práti-
estimado considerando-se os fatores de con- cos em análise de alimentos.. 2. ed. Campinas:
versão, sendo que 1 g de proteína tem 4 kcal; Editora da Unicamp, 2003. p.37-48.
1 g de carboidrato tem 4 kcal; e 1 g de lipídeo COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição
tem 9 kcal. O valor calórico total do alimento básica e metabolismo. Viçosa: Ed. UF, 2008.
foi de 344, 96 kcal em 100 g de produto. DESSIMONI-PINTO, N. A. V. et al. Caracterís-
ticas físico-químicas da amêndoa de macaúba e
Rotulagem nutricional seu aproveitamento na elaboração de barras de
A rotulagem nutricional foi realizada em cereais. Alim. Nutr., v. 21, n. 1, p.77-84, 2010.
uma porção de 25 g (1 unidade) (Documen- FREITAS, D. G. C.; MORETTI, R. H. Caracte-
to suplementar. QUADRO 2), apresentando rização e avaliação sensorial de barra de cereais
o valor energético total, carboidratos totais, funcional de alto teor proteico e vitamínico. Ci-
lipídeos totais, proteínas e fósforo. ênc. Tecnol. Aliment., v. 26, n. 2, p.318-324, 2006.
GONÇALVES, M. A.; SANTOS T. M. Análise
química da multimistura distribuída em Ca-
Conclusão ratinga e Ipatinga, Minas Gerais. Caratinga:
Centro Universitário de Caratinga – UNEC, 2007.
Os alimentos funcionais constituem
hoje prioridade de pesquisa nas áreas de GUTKOSKI, L. C. et al. Desenvolvimento de barras
de cereais à base de aveia com alto teor de �bra
Nutrição e Tecnologia de Alimentos, levan-
alimentar. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 27, n. 2, 2007.
do-se em conta o interesse do consumidor
IAL. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas ana-
em alimentos mais saudáveis.
líticas do instituto Adolfo Lutz (IAL). 3a. ed. (Volu-
A adição da alga Porphyra tenera à barra me 1, Métodos Químicos e Físicos para Análise de
de cereal, apesar de in�uenciar na aceitabili- Alimentos). São Paulo: Instituto Adolfo Lutz,1985.
dade, que diminuiu de 86% para 69%, ainda
OLIVEIRA, F. S. Disciplina: Estresse oxidativo
pode ser considerada satisfatória. em sistemas biológicos propriedades das algas no
A qualidade do produto melhorou, uma balanço oxidativo. Porto Alegre: UFRGS, 2005.
vez que houve aumento signi�cativo do teor SCHUMACHER, A. B. Desenvolvimento de um
de fósforo, mineral essencial para o melhor chocolate meio amargo com maior percentual de
funcionamento do organismo; o teor da maio- proteína. Porto Alegre, 2008. 91 f. Dissertação
ria dos demais componentes estudados (car- (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos)
boidratos, lipídeos, proteínas, pH) não variou, – Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos,
mantendo o valor calórico da barra de cereais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A alga Porphyra tenera é ainda rica em UENOJO, M. et al. Carotenoides: Propriedades,
vários outros nutrientes como K, Ca, Mg, aplicações e biotransformação para formação de
compostos de aroma. Quím. Nova, v. 30, n. 3, 2007.
Fe, Mn, Zn, não analisados neste estudo.
Entretanto, o teor de umidade na barra com URBANO, M. G.; GOÑI, I. Bioavailability of nu-
alga aumentou 4,7%. Considerando que a trients in rats fed on edible seaweeds, Nori (Por-
phyra tenera) and Wakame (Undaria pinnati�da),
barra de cereal sem alga já apresentava valor as a source of dietary �bre. Food Chem., v. 76, n.
superior ao permitido, é necessária atenção 3, p.281-286, 2002.
no sentido de diminuir a umidade.
YAMADA, K. et al. Bioavailability of dried asaku-
É importante, então, a continuidade sanori (Porphyra tenera) as a source of Cobalamin
deste estudo visando à produção de um (Vitamin B12). Int J Vitam Nutr Res., v. 69, n. 6,
alimento diferenciado. p.412-418, 1999.

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