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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

JONAS DIEGO TARELHO MARTINS

Trabalho de Estágio
VIABILIDADE DE IMPORTAÇÃO DE
DISPLAYS DA CHINA PARA A EMPRESA
VEICO IND. E COM. LTDA

ITAJAÍ
2011
JONAS DIEGO TARELHO MARTINS

Trabalho de Estágio
VIABILIDADE DE IMPORTAÇÃO DE
DISPLAYS DA CHINA PARA EMPRESA
VEICO IND. E COM. LTDA

Trabalho de Estágio desenvolvido


para o Estágio Supervisionado do
Curso de Comércio Exterior do
Centro de Ciências Sociais
Aplicadas – Gestão da Universidade
do Vale do Itajaí.

Orientador: Profª. Esp. Dannielly


Freitas Voges

ITAJAÍ
2011
Agradeço a Deus por ser motivo de
força, perseverança e por tudo que
me concedeu até hoje, sendo a
principal delas minha família e
amigos.

Agradeço de todo meu coração a


minha família, pela educação a mim
passada, confiança depositada,
incentivos, apoio financeiro, força
nos momentos difíceis, e por
acreditarem sempre em meu
sucesso.

Agradeço ao meu irmão Mateus, que


por ser mais novo, me faz tentar ser
exemplo e me dedicar ao máximo
possível.

Agradeço a minha namorada Paula,


por todo o apoio e ajuda cedida
neste trabalho, bem como paciência
e dedicação nos momentos em que
eu mais precisava de um conforto.

Agradeço muito aos meus amigos,


pelos momentos de descontração e
todo o auxílio prestado com seus
conhecimentos.

Meu maior agradecimento vai para


minha orientadora, professora,
pessoa há qual muito admiro
Dannielly Freitas Voges, por toda
dedicação, paciência, suporte,
esclarecimentos, incentivos e por
sempre manter a esperança na
realização de um ótimo trabalho.
3

“Não confunda derrotas com


fracasso nem vitórias com sucesso.
Na vida de um campeão sempre
haverá algumas derrotas, assim
como na vida de um perdedor
sempre haverá vitórias. A diferença
é que, enquanto os campeões
crescem nas derrotas, os
perdedores se acomodam nas
vitórias.” (Roberto Shinyashiki).
EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário
Jonas Diego Tarelho Martins

b) Área de estágio
Sistemática de Importação

c) Orientador de conteúdo
Profª. Esp. Dannielly Freitas Voges

d) Supervisor de campo
Nicholas de Oliveira Zen

e) Responsável pelo Estágio


Profª. Msc. Natalí Nascimento
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

a) Razão Social
Veico.com.br Indústria e Comércio Ltda

b) Endereço
Rua João Voss Junior, 23 – Guarani – Brusque – SC

c) Setor de Desenvolvimento do Estágio


Importação

d) Duração do estágio
mais de 300 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo


Nicholas de Oliveira Zen – Diretor

f) Carimbo e visto da organização


RESUMO

O Brasil vive um momento propício para a prática de importação, com taxas de câmbio favoráveis,
economia estável, além da intensificação das relações comerciais entre as nações. Alinhados a este
quesito, o avanço da tecnologia, bem como o desenvolvimento dos mercados de lazer e automação
residencial, no qual a empresa Veico está inserida, fomentam a realização deste trabalho na busca
de novos fornecedores e produtos com melhores condições de preços, para a empresa continuar
competitiva e atendendo cada vez melhor seus clientes. Diante disto, o presente trabalho trouxe como
objetivo verificar a viabilidade de importação de displays da China para a empresa Veico Ind. e Com.
Ltda. Para atingir tal objetivo, foi necessário descrever as características do produto a ser importado,
buscar novos fornecedores; tanto no mercado chinês, quanto no Brasil; apresentar os aspectos
administrativos para importação de displays da China, assim como traçar uma comparação de custos
entre importar os displays da China ou adquirí-los no Brasil. No que diz respeito à metodologia
utilizada neste trabalho, esta teve caráter qualitativo, forma exploratória, através de pesquisa
bibliográfica e documental, com seu resultado analisado através de um quadro comparativo. Através
da pesquisa realizada pode-se perceber que a importação de displays acaba se tornando mais
recomendada neste momento, por ser um produto com preço muito menor na China, e ainda com
todos os custos de importação, não atinge o preço do mercado brasileiro. Sendo assim, este trabalho
demonstrou que o processo de importação de displays da China pode ser uma prática a ser adotada
pela empresa Veico, por ter se mostrado viável.

Palavras-chave: Displays. Importação. Viabilidade.


LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 – Desenvolvimento Comércio Exterior Brasileiro. ..... .......................... 20


Figura 2 – Exemplo Aplicação do SH e NCM ..................................................... 24
Figura 3 – Sistemática de Tratamento Administrativo ........................................ 26
Figura 4 – Estrutura Organizacional da Empresa Veico ..................................... 37
Figura 5 – Modelo de Display Gráfico ..................................... .......................... 48
Figura 6 – Modelo da Display TFT ... ................................................................. 49
Figura 7 – Modelo de Display OLED .... .... .... .... .... .... .... ............................. 51
Figura 8 – Principais Países Fornecedores do Brasil – Janeiro-Junho-2011 ..... 52
Figura 9 – Comparação do Preço Médio das Importações Brasileiras da China
e do Mundo ................................................... ............................................... .... 53
Figura 10 – Principais Produtos Exportados pelo Brasil para a China ............... 54
Figura 11 – Principais Produtos Importados pelo Brasil da China ..................... 54
Figura 12 – Ícone Gold Supplier ......................................................................... 56
Figura 13 – Ícone Trade Manager ...................................................................... 57
8

LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 – Balança Comercial do Brasil, período 2010/2007........................... 23


Quadro 2 – Potencialidade de Consumo Brasil 2009 x Potencialidade de
Consumo Veico 2009 ..................................... .................................................. 42
Quadro 3 – Informações Básicas das Empresas Chinesas Selecionadas ......... 59
Quadro 4 – Detalhes Produto Escolhido da Elsun . . .. ..................................... 60
Quadro 5 – Detalhes Produto Escolhido da Techstar ........................................ 61
Quadro 6 – Detalhes Produto Escolhido da Tinsharp .... .... ............................. 63
Quadro 7 – Proposta Orçamentária da AGTechnologies ...... ...... .................... 65
Quadro 8 – Proposta Orçamentária da CL Comercial ........................................ 66
Quadro 9 – Proposta Orçamentária da Cika Eletrônica...... ............................... 68
Quadro 10 – Comparativo Orçamentário das Empresas .................................... 68
Quadro 11 – Descrição da NCM Utilizada........................................................... 71
Quadro 12 – Características da Mercadoria ....................................................... 74
Quadro 13 – Comparativo Nacional x Importado ............... .................... .......... 77
9

LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ALADI – Associação Latino-Americana de Integração
ANAPP – Associação Nacional dos Fabricantes Construtores de Piscinas e
Produtos
AURESIDE – Associação Brasileira de Automação Residencial
AWB – Air Waybill
B2B – Business to Business
BACEN – Banco Central do Brasil
B/L – Bill of Lading
BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
CAMEX – Câmara de Comércio Exterior
CF – Constituição Federal
CI – Comprovante de Importação
CIF – Cost, Insurance and Freight
CNPJ – Cadastra Nacional de Pessoa Jurídica
COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CRT – Conhecimento de Transporte Rodoviário
DEC – Departamento Econômico
DECEX – Departamento de Comércio Exterior
DECOM – Departamento de Defesa Comercial
DI – Declaração de Importação
DIA – Declaração de Importação de Admissão
DIN – Departamento de Integração
DPR – Direção-Geral de Promoção Comercial
DTA – Declaração de Transito Aduaneiro
ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
EUA – Estados Unidos da América
FCA – Free Carrier
FIESP – Federação das indústrias do Estado de São Paulo
FOB – Free On Board
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
10

I.I. – Imposto de Importação


INCOTERMS – International Commercial Terms
I.P.I. – Imposto sobre Produto Industrializado
LCD – Liquid Crystal Display
LI – Licenciamento de Importação
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MC – Ministério das Comunicações
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
MF – Ministério da Fazenda
MRE – Ministério das Relações Exteriores
NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul
OLED – Organic Light-Emitting Diode
PCP – Planejamento e Controle de Produção
PIS/PASEP – Programa de Integração Social
RA – Regulamento Aduaneiro
RADAR – Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos
Intervenientes Aduaneiros
SDA – Secretaria de Defesa Agropecuária
SECEX – Secretaria de Comércio Exterior
SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior
SH – Sistema Harmonizado
SPC – Secretaria de Produção e Comercialização
SRAM – Static Random Access Memory
SRF – Secretaria da Receita Federal
TFT – Thin Film Transistor
TIF – Transporte Ferroviário Internacional
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................13
1.1 Objetivo geral .................................................................................................14
1.2 Objetivos específicos......................................................................................14
1.3 Justificativa da realização do estudo ..............................................................14
1.4 Aspectos metodológicos.................................................................................15
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados .........................................................16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................18
2.1 Comércio Internacional...................................................................................18
2.2 Importação......................................................................................................21
2.3 Classificação Fiscal de Mercadoria ................................................................23
2.4 Tratamento Administrativo..............................................................................25
2.5 Documentos na Importação............................................................................28
2.5.1 Fatura Proforma ..........................................................................................28
2.5.2 Fatura Comercial.........................................................................................29
2.5.3 Romaneio de Embarque – Packing List ......................................................29
2.5.4 Certificado de Origem .................................................................................30
2.5.5 Conhecimento de Embarque ......................................................................31
2.5.6 Licenciamento de Importação (LI)...............................................................32
2.5.7 Declaração de Importação (DI) ...................................................................33
2.5.8 Comprovante de Importação (CI)................................................................33
3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO.........................................................35
3.1 Histórico..........................................................................................................35
3.2 Ramo de atividade..........................................................................................35
3.3 Estrutura organizacional .................................................................................36
3.4 Visão...............................................................................................................38
3.5 Missão ............................................................................................................38
3.6 Valores ...........................................................................................................38
3.7 Produtos .........................................................................................................38
3.8 Mercados........................................................................................................41
4 RESULTADOS DA PESQUISA..........................................................................44
4.1 Produto ...........................................................................................................44
4.1.1 Mercado de automação residencial ............................................................45
4.1.2 Modelos de display .....................................................................................46
4.1.2.1 Display gráfico .........................................................................................46
4.1.2.2 Display TFT .............................................................................................48
4.1.2.3 Display OLED..........................................................................................50
4.2 A China como mercado fornecedor ................................................................52
4.2.1 Busca por potenciais fornecedores chineses..............................................55
4.2.1.1 Elsun Technology CO., LTD....................................................................59
4.2.1.2 Shenzhen Techstar Electronics Company Ltd.........................................61
4.2.1.3 Guangzhou Tinsharp Industrial Co.,Ltd ...................................................62
4.3 Fornecedores Nacionais.................................................................................64
4.3.1 AGTechnologies LCD Display Ltda.............................................................65
4.3.2 CL Comercial e Importadora Ltda ...............................................................66
4.3.3 Cika Eletrônica do Brasil Ltda .....................................................................67
4.4 Comparativo cotações nacionais/internacionais.............................................68
12

4.5 Preparação para importar...............................................................................69


4.5.1 Habilitação do Importador ...........................................................................70
4.6 Classificação Fiscal de Mercadoria/Tratamento administrativo ......................71
4.6.1 Aspectos administrativos ............................................................................72
4.7 Custos para a importação...............................................................................73
4.8 Quadro comparativo .......................................................................................77
5 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO ...........................................................80
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................82
REFERÊNCIAS.........................................................................................................84
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................88
13

1 INTRODUÇÃO

O Brasil tornou-se nos últimos anos um país com volume de importações


significante perante as exportações. Isto é reflexo da importância e dos benefícios
que as importações podem trazer à economia brasileira, a qual se trata de forma
geral, uma economia sólida e volumosa, porém, sustentada pela cultura voltada à
produção e comercialização de commodities, ou seja, produtos primários, básicos,
de grande importância comercial, cujo preço não é definido pelo produtor.
Para o consumidor, adquirir produtos importados no Brasil acaba sendo por
vezes, pouco atrativo pela grande carga tributária que estes recebem ao tornarem-se
nacionalizados, isso como reflexo das barreiras tarifárias e das restrições impostas
pelas barreiras não tarifárias instituídas pelo governo.
De qualquer forma, as organizações brasileiras não podem desconsiderar as
compras no mercado internacional como fator de competitividade.
É neste contexto que a empresa Veico, objeto de estudo neste trabalho,
procura verificar possibilidades de importações de insumos e outros itens que podem
ser interessantes para o desenvolvimento de suas atividades.
A empresa atua no segmento de piscinas, desde linhas de acessórios,
manutenção e limpeza, até linhas mais elaboradas como conjuntos filtrantes,
aquecimento solar e iluminação.
Com um portfólio de produtos bem elaborados, a Veico procura as melhores
opções de matéria prima e insumos para oferecer melhores produtos e serviços aos
seus clientes.
Portanto este trabalho teve como foco, a análise de viabilidade de importação
de insumos para a produção de controladores eletrônicos que compõe a linha Veico,
isso vislumbrando futuros projetos da empresa na área de automação residencial e
aprimorando conhecimentos sobre o processo de importação de produtos neste
segmento, juntamente com os custos envolvidos.
Se fez necessário ainda o levantamento de informações sobre o grande
mercado chinês como fornecedor, com a ideia de identificar parceiros potenciais que
pudessem oferecer produtos com melhores preços para a empresa Veico.
O intuito foi obter dados de fabricantes chineses para avaliar a possibilidade
de compra, destacando todos os passos necessários para a importação,
14

contrastando tudo isso com a compra no mercado nacional de displays para


montagem de controles para automação residencial.

1.1 Objetivo geral

Verificar a viabilidade de importação de displays de origem chinesa para a


empresa Veico Indústria e Comércio Ltda.

1.2 Objetivos específicos

• Descrever as particularidades do produto objeto de estudo.


• Identificar potenciais fornecedores de displays no mercado chinês.
• Destacar os aspectos administrativos para a atividade de importação com
base na legislação brasileira.
• Traçar uma comparação de custos entre componentes importados de
origem chinesa e componentes eletrônicos adquiridos no Brasil.

1.3 Justificativa da realização do estudo

Neste mercado tão competitivo, cujo comércio internacional de bens e


serviços cresce continuamente ao passar dos anos, a busca pela melhor
oportunidade de sobrevivência e sucesso econômico para uma organização, pode
ser encontrada na atividade de importação.
Para a organização, no caso a empresa Veico Ind. e Com. Ltda, este trabalho
abre portas para possíveis negociações, com intuito de ampliar seu ramo de
atividade, otimizar custos e maximizar resultados com novos fornecedores e novos
mercados.
15

Para a sociedade, este projeto serve como uma nova fonte de consulta para
outros profissionais, empresas ou até mesmo interessados no assunto, que queiram
obter conhecimento detalhado sobre a importação de componentes eletrônicos
chineses voltados à automação residencial.
Para a Universidade do Vale do Itajaí, o trabalho fica como parte do seu
acervo, dispondo de mais informações específicas sobre importação, apresentando
um grande ponto como a verificação de viabilidade de um negócio, despertando
para mais acadêmicos o espírito empreendedor, e colaborando para o alcance de
novos objetivos, tanto acadêmicos quanto profissionais.
Para o acadêmico, o projeto teve como grande objetivo elencar todos os
meios para verificação da real viabilidade da importação de displays, apontando os
pontos positivos e negativos a serem considerados. Foi ainda de fundamental
importância na construção da vida profissional e inserção no mercado, servindo
como um suporte e banco de dados para início de um empreendimento,
aproveitando ao máximo o que a universidade pode proporcionar.
A necessidade do estudo se fez pela grande inserção de componentes
eletrônicos como os displays em geral no Brasil, e o momento de tendência que vive
o setor de automação residencial, no qual a Veico está inserido, gerando assim, uma
grande vantagem na busca de informações através de pesquisa bibliográfica,
contato com fornecedores chineses e brasileiros, e disponibilidade de dados na
Internet.

1.4 Aspectos metodológicos

Este item apresenta um detalhamento do tipo de pesquisa utilizado para o


desenvolvimento do trabalho de estágio, como o tipo de estudo, forma de
abordagem, objetivos/fins e procedimentos de coleta de dados/meios para a
pesquisa.
A pesquisa é uma atividade humana, cujo propósito é descobrir respostas
para indagações ou questões significativas. Para isso, o investigador utiliza-se de
16

conhecimento, métodos, técnicas e outros procedimentos, a fim de obter resultados


pertinentes às suas inquisições. (FERRARI, 1982).
Marconi e Lakatos (1996, p.16) complementam afirmando que “a pesquisa
tem importância fundamental no campo das ciências sociais, principalmente na
obtenção de soluções para problemas coletivos”.
Quanto à forma de abordagem do problema, o trabalho foi desenvolvido sob o
método de pesquisa qualitativa. Esta abrange várias formas de pesquisa e ajuda a
compreender e explicar o fenômeno social tendo como fonte direta de coleta de
dados o ambiente natural e a compreensão dos agentes. (GODOI, MELLO E SILVA,
2006).
Já do ponto de vista dos objetivos/fins, a pesquisa foi exploratória, a qual tem
por finalidade proporcionar maiores informações sobre determinado assunto; facilitar
a delimitação de uma temática de estudo; descobrir um novo enfoque para o estudo
que se pretende realizar, como também o aprimoramento de ideias ou a descoberta
de intuições. (Unileste-MG, 2005).
No que diz respeito ao ponto de vista dos dados/meios, foram utilizadas
pesquisas bibliográficas e documental.
Segundo Ferrari (1982), “a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer
as contribuições científicas que se efetuaram sobre determinado assunto”.
Já a pesquisa documental é realizada, em geral, sobre materiais já
elaborados. Trata-se de fontes acabadas que ainda não receberam um tratamento
analítico ou possuem margem para novas contribuições e tem por finalidade reunir,
classificar e distribuir os documentos de todo gênero dos diferentes domínios da
atividade humana. (FERRARI, 1982).

1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados

A pesquisa se utilizou tanto de dados secundários, que foram coletados


basicamente por pesquisa bibliográfica e documental, através de sites, livros,
revistas, artigos científicos e receberam do pesquisador o tratamento adequado.
17

A análise dos dados qualitativos coletados no trabalho se deu por meio de um


quadro comparativo entre os produtos nacionais e internacionais e a narrativa das
particularidades para se iniciar a atividade de importação.
18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo é reservado para os aspectos que possibilitam o embasamento


teórico para atingir os objetivos propostos neste trabalho. Neste apresentam-se
fundamentos teóricos de comércio internacional, importação, tratamento
administrativo e documentos necessários na importação.

2.1 Comércio Internacional

Partindo-se da premissa que nenhum país do mundo consegue ser


autossuficiente e que procuram atender suas necessidades comercializando
internacionalmente, logo tem-se esta relação de troca entre os mercados,
caracterizando a ideia de interdependência dos países.
Os países então, se moldam para produzir mais e melhor determinados
produtos, tornando-se especialistas em certas atividades. Sendo assim, o excedente
dessa produção, é utilizado para trocar por produtos necessários para atender toda
sua população. É dessa maneira, que empresas maximizam sua produção, tornando
seus produtos competitivos para serem colocados em novos mercados. (SOUSA,
2009).
Apoiando esta definição, Krugman e Obstfeld (2005, p. 3) afirmam que: “O
comércio internacional também permite que os países se especializem na produção
de uma gama mais restrita de bens, dando a eles maior eficiência na produção em
larga escala”.
No entanto, para Keedi (2008, p. 19) o comércio internacional, em resumo, é:

[...] movido por relacionamentos entre os países, que precisam trocar


mercadorias pelas mais diversas razões, e elas poderão não estar
relacionadas à abundância ou à falta de recursos, clima, capital, trabalho,
etc. A importância dos relacionamentos transcende os motivos materiais,
podendo estar relacionada a motivos comerciais em que a compra e a
venda de mercadorias podem fazer parte de um conjunto mais abrangente
de contatos e ações entre os países. A importância política também é
relevante nas transações comerciais, podendo determinar o volume de
negócios entre os países.
19

Sendo assim, nota-se que não é apenas o excedente ou a necessidade por


demanda que faz o comércio internacional existir. Existem vários outros motivos
quando se trata de relacionamento econômico internacional, como interesses
políticos, atividade econômica complementar e diluição de riscos.
Com o comércio internacional possibilitando o crescimento das nações, estas
têm a preocupação e o objetivo de se tornarem internacionalmente bem vistas,
formando uma imagem positiva através de seus negócios e políticas, definindo
interesses e necessidades próprias. Em um mundo capitalista em sua grande
maioria, os países estabelecem uma consciência coletiva para atenderem os
interesses de cada um, possibilitando que se faça comércio internacional. (MORINI,
SIMÕES e DAINEZ, 2006).
A importância do comércio internacional se faz pela diversificação de
mercadorias, sendo que na exportação aumentam-se as possibiliadades de
mercados compradores, aumentando vendas e produção, reduzindo riscos de crise
de mercado, tais como, redução de preços; consumo, mudança de hábitos e política
governamental, além de aprimoramento de recursos humanos, assim como
tecnológicos, e entrada de moeda forte no país.
Na importação, a relevância também tem como característica a diversificação
de mercados, aumentando seu leque de fornecedores. Com mais fornecedores, há
uma maior competitividade e consequentemente, por vezes, uma redução de preços.
Com a importação, abre-se espaço também para inserção de novas tecnologias e
know how internacional, aprimorando a produção do país importador. (KEEDI, 2008).
Neste cenário, não apenas o país em si se beneficia com a compra e venda
internacional, mas também organizações e consumidores.
Empresas encontram no comércio internacional grandes chances de
comercialização, tendo em vista um campo maior de atuação, com muitas
oportunidades em potencial para explorar. São oportunidades que resultam em
crescimento e desenvolvimento se bem aproveitadas, afinal estatisticamente pode
ser muito mais fácil e melhor, ter opções de um mundo inteiro para negociar, do que
apenas limitar-se em um único país.
Reforçando esta idéia, Guidolin (1991, p.42) enaltece que: “Os países
dependem sem dúvida, do comércio internacional, do que ganham através dele, do
movimento de capitais e de mão de obra, com as modificações no status econômico,
20

social e político [...]”. Este pensamento é notável nos últimos anos até os dias atuais,
uma vez que o mundo é um grande mercado internacional, com volumes de
exportações e importações crescendo, em geral, em todos os anos, conforme a
Figura 1.

Figura 1 – Desenvolvimento Comércio Exterior Brasileiro


Fonte: MDIC (2010)

O pequeno recuo entre os anos de 2008 e 2009 se deu por conta da crise
mundial, atingindo com grandes proporções inúmeras economias. Mas no período
de 2009 e 2010,considerando apenas os meses de Janeiro a Setembro, já houve
novamente um aumento, tanto nas exportações como nas importações, que por sua
vez, aumentaram mais que as exportações, fazendo que o saldo entre elas
acabasse diminuindo.
No próximo item, o trabalho aborda mais detalhadamente a operação de
importação, com seus conceitos, importância, impacto para o país, para empresas e
para o consumidor.
21

2.2 Importação

De modo geral, importação corresponde à introdução de mercadorias num


país, procedentes de outros. A importação pode ser tanto de produtos como também
de serviços e caracteriza-se, por exemplo, pela compra de um carro em outro país,
que será trazido para o território nacional, como também pela compra de uma
assessoria ou consultoria proveniente do exterior.
No sentido comercial, importação é o ato de adquirir em outro país, bens ou
serviços que sejam do interesse do país importador, atendendo a necessidade de
sua população, seu desenvolvimento e crescimento. (KEEDI, 2008).
Já no que diz respeito ao fator cambial, em relação à importação, Keedi
(2008, p.24) afirma que:

[...] a mercadoria poderá entrar no país com pagamento ou livre de


pagamento, o que significa, tecnicamente, que pode ser com ou sem
cobertura cambial. A primeira, com cobertura cambial, é entendida como
uma importação que será paga ao exportador, representando a saída de
divisas do país do importador. A importação com cobertura cambial implica
que haverá uma contratação de câmbio, isto é, a compra, pelo importador,
da moeda estrangeira contra a entrega da contrapartida em moeda
nacional, de um banco autorizado a operar câmbio [...]. A segunda, sem
cobertura cambial, é aquela em que o importador não efetuará qualquer
pagamento ao exportador, o que significa uma importação não onerosa e
sem o dispêndio de divisas por parte do país importador.

Diante desta definição, as importações brasileiras são predominantemente


com cobertura cambial, uma vez que ocorre importação sem cobertura em casos
específicos, tal como importação de amostras, doações, artigos de feiras, etc.
Atualmente, o Brasil vive um excelente momento para as importações. Com o
Real valorizado é possível importar mercadorias com um preço competitivo e em
muitos casos com maior qualidade e diversidade do que a disponível no mercado
nacional.
Dado o entendimento do que é importação, é preciso analisar suas
vantagens, sua importância e seu impacto dentro de um país, tal como para suas
empresas e consumidores.
A importação traz como pontos importantes a questão da diversificação de
mercado, no sentido de ter acesso a um número maior de fornecedores, um número
22

maior de produtos e de opções de preços. Também traz mais segurança em


momentos de crises, já que pode diminuir a vulnerabilidade da empresa com relação
a práticas comerciais de fornecedores no mercado interno.
As importações podem gerar mais competitividade e trazer mais tecnologia e
avanço para o mercado interno. Outro ponto importante, é que a operação de
compra acaba refletindo nas exportações, abrindo caminhos de renegociação e
parceirias comerciais, sem mencionar que o produto importado pode sofrer
agregação de valor, e posteriormente ser exportado. (KEEDI, 2008).
Desse modo, as empresas terão maior facilidade e oportunidades para
trabalhar, e o consumidor terá uma gama maior de produtos para escolher na hora
de comprar, atentando para bons preços e para a chance de obter produtos
mundialmente famosos e de qualidade única.
Carnier (1996, p. 27) reforça a idéia que importar não é meramente um ato,
afirmando que:

A importação, na verdade, possui aspectos até mais importantes do que a


própria exportação, pois representa um investimento direto no aumento da
produção nacional, por exemplo, na aquisição de equipamentos e
máquinas. As matérias-primas ou componentes em geral, de origem
estrangeira constituem-se em uma opção vantajosa, pois a aquisição
daqueles insumos evita a importação de produto acabado, contribuindo,
portanto, para a maior participação do agregado nacional sobre o produto
final.

Porém, um país com volume maior de importação do que exportação possui


uma balança comercial deficitária. Isto acontece porque egressa mais divisas do
país com as importaçõs do que ingressa com as exportações. O Quadro 1 faz o
comparativo com exportações e importações brasileiras entre os anos de 2010 e
2007, com valores referentes à entrada e saída de divisas, assim como a variação
da porcentagem de aumento ou diminuição do montante e do saldo entre exportação
e importação.
23

Quadro 1 – Balança Comercial do Brasil, período 2010/2007


Fonte: MDIC (2010) – Adaptada pelo Estagiário

De acordo com o quadro, o Brasil, até 2010, ainda não se encontra em uma
posição de déficit comercial, mas os números mostram que essa margem positiva
vem diminuindo, não porque as exportações diminuíram, mas sim, devido
principalmente ao aumento de 50% das importações ao longo desses quatro anos.
Para poder importar, faz-se necessário uma série de requisitos e regras,
como o conhecimento do tratamento administrativo da mercadoria, documentos
necessários, legislação, etc. Estes assuntos serão trabalhados nos itens seguintes.

2.3 Classificação Fiscal de Mercadoria

A classificação fiscal de mercadoria existe principalmente para estabelecer


uma padronização de linguagem para os itens comercializados e é feita através de
códigos numéricos.
A classificação fiscal brasileira de mercadorias tem como base o Sistema
Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, ou simplesmente
Sistema Harmonizado (SH), que é um método internacional de classificação de
mercadorias baseado em uma estrutura de códigos e respectivas descrições. Com a
formação do MERCOSUL definiu-se uma Nomenclatura Comum do Mercosul
(NCM), de oito dígitos. Desta forma, a NCM carrega como base o SH, e dos oito
24

dígitos que a compõem, os seis primeiros são formados pelo SH e os dois últimos
correspondem aos desdobramentos atribuídos no MERCOSUL. (SOUZA, 2009).
O Sistema Harmonizado veio a fim de acelerar, facilitar e agilizar o comércio
exterior, como trata-se de uma linguagem universal, os processos fluem de forma
muito mais rápida. A Figura 2 exemplifica, de maneira resumida, a aplicação do SH e
NCM.

Figura 2 – Exemplo aplicação do SH e NCM.


Fonte: Unesp (2003)

Comentando as informações apresentadas, nota-se quanto mais dígitos vão


se acrescentando, mais específica vai ficando a nomenclatura, a descrição do
produto.
A composição dos 6 dígitos do SH é baseada no princípio fundamental de
que as mercadorias são classificadas segundo o que as constitui; segundo suas
características específicas, como origem, materiais que compõe o produto, e
aplicação. Os produtos são organizados hierarquicamente em ordem numérica
lógica e segundo o grau de processamento e sofisticação. (SOUZA, 2009).
O enquadramento incorreto de um produto na NCM em uma operação de
comércio exterior no Brasil pode ser punível com multa, a qual, de acordo o Art. 711
do Decreto nº 6759/09 (RA):

Aplica-se multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria:


I – classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do MERCOSUL,
nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos
para a identificação da mercadoria;[..].
25

A classificação fiscal de uma mercadoria é um procedimento que requer muito


cuidado, além de muito conhecimento técnico do produto e ainda das regras para a
devida identificação do código correspondente, pois este vai nortear os passos da
empresa dentro de uma operação.

2.4 Tratamento Administrativo

O tratamento administrativo de forma geral é a análise de todos os


procedimentos pelos quais a mercadoria comprada ou vendida será submetida nas
operações de comércio exterior. Isto vai desde a escolha correta da Classificação
Fiscal, passando pela análise e anuência que deverá ser realizada pela SECEX ou
pelos outros órgãos e agentes governamentais intervenientes nas operações de
importação e exportação.
Com isso, também é possível identificar se existe tratamento especial para a
mercadoria que será importada ou exportada, se precisa ou não de licenciamento de
importação não automático, e como proceder até o processo ser efetivado, entre
outros procedimentos.
A Secretaria da Receita Federal (2011) traz a seguinte definição:

É chamado de Tratamento administrativo a análise e anuência realizadas


previamente à exportação pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e por
outros órgãos e agências governamentais. [...] Como regra geral, as
importações brasileiras estão dispensadas de controle administrativo
(licenciamento), devendo os importadores tão somente providenciar o
registro da declaração de importação (DI) no Sistema Integrado de
Comércio Exterior (Siscomex), com o objetivo de dar início aos
procedimentos de despacho aduaneiro junto à unidade local da SRF onde
se encontrar a mercadoria.

Desta forma, torna-se possível a realização de forma correta de todo e


qualquer processo de importação ou exportação.
A Figura 3 traz a sistemática possível de ocorrer no que se refere a um
processo de importação após o conhecimento de tratamento administrativo da
mercadoria.
26

Figura 3 – Sistemática de Tratamento Administrativo


Fonte: MDIC (2010)

A Figura 3 demonstra passo-a-passo o que pode ocorrer após a consulta do


tratamento administrativo. De início verifica-se por intermédio da Nomenclatura
Comum do Mercosul se a mesma possui licenciamento de importação. Caso for
constatado dispensa de licenciamento, o procedimento avança diretamente para a
Declaração de Importação (DI), dando sequência no processo, passando pela
parametrização até concluir o desembaraço aduaneiro.
Caso a mercadoria possuir algum tratamento especial, será solicitada uma
licença para que a importação possa ocorrer. Isto passará por análise de algum
órgão anuente e este poderá indeferir a licença, fazer alguma exigência para que ela
ocorra, ou então deferi-la. Com o deferimento por parte do órgão responsável, o
processo avança para DI passando a sofrer o mesmo processo descrito com a
dispensa do licenciamento.
Os órgãos que de alguma forma intervêm no processo descrito, fazem parte
estrutura do comércio exterior brasileiro que é composta por vários deles,
distribuídos por diversos ministérios, cada qual com seus interesses e importância.
(KEEDI, 2008).
27

Morini, Simões e Dainez (2006), elencam os principais órgãos que de alguma


forma intervém no comércio exterior brasileiro. São eles:
- Presidência da República; Conselho Monetário Nacional; Câmera de
Comércio Exterior (CAMEX); Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC); Ministério da Fazenda (MF); Ministério das Relações Exteriores
(MRE); Ministério das Comunicações (MC); Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA); Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT);
Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA); Secretaria de Produção e
Comercialização (SPC); Secretaria de Comércio Exterior (SECEX); Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Secretaria da Receita Federal
(SRF); Banco Central do Brasil (BACEN); Coordenação-Geral do Sistema Aduaneiro
(COANA); Departamento Econômico (DEC); Direção-Geral de Promoção Comercial
(DPR); Departamento de Integração (DIN); Departamento de Comércio Exterior
(DECEX); Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior
(DEPLA); Departamento de Negociações Internacionais (DEINT); Departamento de
Defesa Comercial (DECOM)
Segundo Lopez (2001), os órgãos anuentes são todos os que efetuam análise
complementar de uma operação de comércio exterior, dentro de sua área de
competência, visando a análise do processo com o fim de aprovar ou negar
operações de exportação ou importação.
Os órgãos intervenientes são de grande importância por possuírem inúmeras
competências para auxiliar ao máximo o desenvolvimento do comércio exterior.
É com o tratamento administrativo que se consegue obter conhecimento
também do tratamento tributário a ser aplicado ao produto importado. Segundo a
Secretaria da Receita Federal (2011), o importador ou exportador deverá sempre
consultar o Siscomex, a fim de verificar o tratamento administrativo a que se
subordina a sua operação. Também é possível consultar o tratamento administrativo
através do Simulador do Tratamento Tributário e Administrativo das Importações,
disponível no site da SRF. Para simular o tratamento administrativo e tributário de
uma importação é necessário informar:
- a classificação fiscal da mercadoria (NCM);
- o valor aduaneiro estimado da mercadoria; e
- a moeda correspondente ao valor aduaneiro informado.
28

Dessa forma, é possível visualisar as alíquotas vigentes dos tributos que


podem incidir sobre uma determinada importação, assim como o montante desses
tributos, calculada com base nos dados fornecidos. (SRF, 2011).
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) e o Decreto n° 6759/09 (RA),
fornecem os dados necessários de cada tributo incidente na operação.

2.5 Documentos na Importação

Este capítulo abrangerá os documentos necessários em uma operação de


importação, relatando suas definições, objetivos, informações contidas e quem os
emite.

2.5.1 Fatura Proforma

A fatura Proforma exerce a função de um orçamento, descrevendo a


mercadoria e os termos de venda, servindo para fins de cotação e formalizando o
que foi tratado pelas partes.
Morini, Simões e Dainez (2006, p. 345) afirmam que fatura Proforma é “[...]
documento que faz o papel de orçamento ou proposta, emitido preliminarmente à
fatura comercial. Sua não-aceitação não implica penalidades, pois, como uma oferta,
pode ser recusada, aceita ou renegociada”.
Keedi (2008, p. 121) complementa descrevendo que: “A fatura Proforma
deverá ser feita e assinada pelo vendedor e posteriormente aceita e assinada pelo
comprador, se este considerar satisfatória e que atende ao negócio proposto, a fim
de caracterizar o aceite de ambos os lados em relação à transação”.
Sendo assim, verifica-se que a fatura Proforma é emitida pelo exportador e
posteriormente enviada ao importador para que este faça a análise da mesma em
relação às características da importação a ser feita, tal como quantidades, valores,
prazos, e demais condições oferecidas.
29

Por fazer parte do processo de negociação a fatura Proforma antecede a


fatura comercial.

2.5.2 Fatura Comercial

Conhecida também como Commercial Invoice, a fatura comercial já adota as


características de uma “nota fiscal” internacional, pois formaliza a transferência da
propriedade da mercadoria, atestando o que está sendo embarcado e os termos
negociados, bem como as características do produto vendido.
Para Keedi (2008), a fatura comercial é:

[...] o documento que representa o faturamento ou cobrança de uma


exportação. Emitida pelo exportador, contra o importador, descreve a
mercadoria embarcada com todos os seus detalhes [...] e realiza a função
de cobrança da exportação realizada. É um documento de muita
importância, pode-se dizer que é o único que não pode faltar a qualquer
operação de compra e venda no mercado internacional, utilizado também
para o despacho aduaneiro de importação.

As informações que devem constar em uma fatura comercial são nomes e


endereços completos do importador e exportador; descrição detalhada da
mercadoria; marca e número de referência dos volumes; quantidade e espécie dos
volumes; peso bruto e líquido dos volumes; país fabricante; país de aquisição e país
de procedência; preço unitário e total de cada espécie de mercadoria; condições de
pagamento e moeda; Incoterm, e outras informações exigidas. (MORINI, SIMÕES E
DAINEZ, 2006).

2.5.3 Romaneio de Embarque – Packing List

Conhecido também como romaneio de carga, instrui o embarque e


desembarque da mercadoria, especificando as características da carga, como sua
30

embalagem, acondicionamento, volumes, etc. Este documento contem também


dados como destinatário, marcas, e peso da carga.
Para Morini, Simões e Dainez (2006, p. 345), o packing list é “um documento
de natureza logística, emitido pelo exportador, não é um documento contábil. O
romaneio de carga é utilizado pelos transportadores para fins de verificação de
espaço físico a ser reservado ou utilizado na unidade de transporte”.
O packing list segundo Keedi (2008, p.122), “deve mencionar dados de
embarque, como exportador, importador, locais ou portos de embarque e
desembarque, veículo transportador, mercadoria, quantidade, peso, embalagem,
especificações, etc”.
O packing list é de fundamental importância no auxílio da conferência da
mercadoria, tanto na hora de embarcar, como quando for recebida pelo comprador,
isso para sua separação e estocagem.

2.5.4 Certificado de Origem

O Certificado de Origem atesta o local de fabricação da mercadoria, do país


exportador e especifica as normas de origem negociadas e estabelecidas nos
acordos comerciais entre países.
Maluf (2000, p. 154) enaltece o conceito de Certificado de Origem afirmando
que:

[...] Certificado de Origem é um documento que confirma a natureza,


quantidade, valor e outros dados da mercadoria, objeto da exportação,
incluindo também uma declaração formal de que as mercadorias são
originárias de determinado país. O Certificado de Origem tem como
finalidade atender às exigências de Acordos Comerciais firmados entre o
país exportador e o país importador, no sentido de reduzir ou dispensar os
direitos aduaneiros, evitar a triangulação de mercadorias, realizar o controle
estatístico aduaneiro e comprovar a origem das mercadorias.

Este certificado contém informações como origem, qualidade, peso, sanidade,


sustentabilidade, determinações culturais e governamentais, entre outras.
31

Quanto à emissão, Morini, Simões e Dainez (2006) detalham que podem ser
emitidos por entidades credenciadas, como associações, entidades de classe,
federações de indústria, comércio e agricultura, muitas vezes recebendo o
reconhecimento das Câmaras de Comércio.
Exemplos de Certificados de Origem: Certificado de Origem do Mercosul,
Certificado de Origem da Aladi.

2.5.5 Conhecimento de Embarque

O Conhecimento de Embarque é emitido pela empresa transportadora ou


agente de carga com base nas informações repassadas pelo exportador e/ou
importador. Sua principal função é identificar os principais dados característicos de
uma remessa transportada e serve também para transferir a propriedade de carga,
além de constituir a prova de embarque e função de contrato de transporte.
Para Morini, Simões e Dainez (2006, p. 346), conhecimento de embarque é:
“[...] um título de crédito. Constitui prova de posse de mercadoria e comprova que a
mercadoria está a bordo do meio de transporte e pode ser transferido para
terceiros”.
Cada modalidade de transporte possui um modelo de conhecimento de
embarque específico. No transporte aéreo é o Air Waybill – AWB, no transporte
marítimo é o Bill of Lading – B/L, no rodoviário é o conhecimento de transporte
internacional por rodovia – CRT e no ferroviário denomina-se carta de porte
internacional/declaração de trânsito – TIF/DTA. (KEEDI, 2008).
É preciso destacar ainda que neles são apresentados os dados básicos de
uma empresa, como dados do remetente e destinatário, CNPJ das empresas
brasileiras, quantidade, tipo, peso, dimensões, cubagem, tarifas, rotas, destinos,
entre outros dados que se fizerem necessários.
32

2.5.6 Licenciamento de Importação (LI)

Como mencionado anteriormente, o conhecimento do tratamento


administrativo para a importação de um produto é muito importante, pois através do
mesmo é possível confirmar a necessidade ou não de LI.
As importações brasileiras, em sua maioria, são dispensadas de
licenciamento, sendo somente necessário o registro da Declaração de Importação
(DI) no SISCOMEX. Porém, algumas mercadorias ou operações sujeitas a controles
especiais necessitam do LI, o qual deverá ocorrer em alguns casos previamente ao
embarque da mercadoria no exterior ou desembaraço no Brasil. (MDIC, 2011).
O LI é um documento emitido pelo importador por intermédio do SISCOMEX e
pode ser classificado como LI automático e LI não-automático.
Quando trata-se de LI automático, o mesmo é realizado no ato do
desembaraço que antecede o registro da DI. Já no caso de LI não-automático, este
deve ser registrado e deferido pelo órgão competente e depois ser vinculado a uma
DI no momento do desembaraço, para fins de análise do órgão competente.
(MORINI, SIMÕES E DAINEZ, 2006).
Morini, Simões e Dainez (2006, p. 351) relatam que:

As informações constantes no LI dizem respeito ao país de origem, unidade


da Receita Federal de despacho e de entrada, dados do fabricante/produtor,
classificação fiscal de mercadoria, se a mercadoria é usada ou não,
quantidade, peso líquido, incoterm, valor unitário, regime de tributação,
acordo tarifário (se houver algum específico), modalidade e esquema de
pagamento e campo para informações complementares.

O tipo de LI necessário para a importação deve ser analisado


cuidadosamente, algum descumprimento de alguma regra referente o seu uso pode
acarretar em multa para o importador. A multa, de acordo com o Decreto nº 6759
(RA), pode ser de “[...] trinta por cento do valor aduaneiro das mercadorias
importadas, no caso de descumprimento de obrigação [...] se relativo aos
documentos obrigatórios de instrução das declarações aduaneiras”.
Uma observação mais detalhada das multas pode ser constatada no
Regulamento Aduaneiro, o qual contém todos os detalhes.
33

2.5.7 Declaração de Importação (DI)

A DI também é um documento emitido eletronicamente via SISCOMEX pelo


importador, sendo exigida em toda importação.
O despacho aduaneiro de importação ocorre baseado na declaração a ser
entregue junto à unidade aduaneira que estiver no controle da mercadoria, contendo
informações como identificação do importador, bem como a identificação,
classificação, valor aduaneiro e a origem da mercadoria. (SRF, 2011).
A IN SRF n° 680/06 disciplina o despacho aduaneiro de importação,
abordando também a Declaração de Importação, trazendo em seu Art. 4°, através
de um anexo único, informações a serem prestadas pelo importador.
A DI possui algumas opções de registro, entre elas a DI para importação
definitiva; a Declaração de Importação de Admissão (DIA ou DA) para importação
não-definitiva; e a Declaração Simplificada de Importação, para pequenas
importações como doações, bagagem desacompanhada, etc. (MORINI, SIMÕES E
DAINEZ, 2006).
Com o registro da DI, a mesma passa pela parametrização, podendo cair em
canal verde, amarelo, vermelho ou cinza. No canal verde, a mercadoria é liberada
diretamente, no amarelo analisa-se os documentos de importação, no vermelho é
feita análise documental e conferência física da carga, enquanto no cinza, é feito o
mesmo processo dos demais juntamente com um controle aduaneiro com intuito de
verificar possíveis indícios de fraude. (BIZELLI, 2001).
Após procedimentos de parametrização, cumprida as formalidades, ocorre a
emissão do Comprovante de Importação (CI), caracterizando o fim do desembaraço
aduaneiro.

2.5.8 Comprovante de Importação (CI)

O importador emite o CI diretamente no SISCOMEX, sendo disponibilizado


pela SRF, e nele constam informações como número da DI, data do registro da
34

mesma, dados do importador, dados da carga e dados do canal de parametrização.


É o CI que comprova que a importação foi desembaraçada, ou seja, que a
mercadoria está liberada. (MORINI, SIMÕES E DAINEZ, 2006).
Com o CI, encerra-se o assunto documentação bem como este capítulo,
partindo para a caracterização da organização.
35

3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Neste capítulo, são apresentadas informações referentes à empresa Veico


Indústria e Comércio Ltda., tais como: histórico; ramo de atividade; estrutura
organizacional; visão; missão; filosofia, produtos e mercados.

3.1 Histórico

A Onda D’água, agora Veico, foi fundada no ano de 2005 na cidade de Três
Coroas, na serra gaúcha. Oferecendo as mais diversas soluções em artigos para
piscinas, a empresa inovou e trouxe para o mercado novas tecnologias aliadas à
qualidade e preços competitivos.
Em 2007, com a entrada de novos sócios, a empresa ganhou ainda mais
força e mudou-se para Brusque, Santa Catarina. Com uma área de mais de 2 mil
metros quadrados, a empresa conta com ferramentaria completa e toda a linha de
injeção plástica, tornando-se em curto espaço de tempo, referência na produção de
artigos para manutenção de piscinas e acessórios, atendendo seus clientes de
forma ágil e transparente através de uma equipe de representantes e distribuidores
em todo território nacional.

3.2 Ramo de atividade

A Veico atua no segmento de lazer, mais direcionado para o ramo de


piscinas, sendo fabricante de produtos e acessórios, atendendo à lojistas e
distribuidores por todo o Brasil.
Este ramo possui uma Associação Nacional dos Fabricantes Construtores de
Piscinas e Produtos Afins (ANAPP), sendo o órgão que em parceria da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e outros grupos vem se consolidando junto
36

ao mercado e empresários do setor na busca pela normatização de produtos e


serviços.
A ANAPP serve como referência para os empresários associados, mantendo
estes bem informados de novas tendências e produtos, auxilia no desenvolvimento e
crescimento do mercado de piscinas e afins, fornece informações técnicas,
propagação dos associados, através de mídia impressa (Revista ANAPP) e
promoção de eventos, cursos, palestras, seminários e feiras como a EXPOLAZER.
É um ramo em crescente desenvolvimento, englobando as áreas de lazer,
decoração, Spa, construção e paisagismo.

3.3 Estrutura organizacional

A empresa Veico possui uma política interna bem elaborada e clara onde
preza pela satisfação do colaborador. A estrutura organizacional conta com seu
Diretor, acompanhado de três gerências: a de produção, a comercial e a
administrativa/financeira. O gerente de produção atua com cinquenta e nove
colaboradores e também é responsável pelos departamentos de Planejamento e
Controle de Produção (PCP); compras; projeto e desenvolvimento; ferramentaria;
linhas de injeção, montagem e a manutenção predial e industrial.
O gerente comercial coordena os colaboradores que atuam com vendas
externas e internas; é responsável pelo marketing da empresa; expedição, pós-
venda e a logística das mercadorias. O gerente administrativo/financeiro é
responsável pelo departamento de contas a pagar, a receber, recursos humanos,
faturamento, contabilidade e controladoria interna.
Através da Figura 4, pode-se visualizar a estrutura organizacinal da Veico
através de seu organograma.
37

Figura 4 – Estrutura Organizacional da Empresa Veico.


Fonte: Elaborado pelo Estagiário com base em informações da empresa.
38

3.4 Visão

Ser excelente e líder no mercado de produtos para piscinas.

3.5 Missão

Fornecer produtos e serviços com qualidade e inovação, atendendo de forma


sustentável clientes, colaboradores e fornecedores.

3.6 Valores

Ética, transparência, honestidade, responsabilidade social e respeito ao meio


ambiente.

3.7 Produtos

A Veico passou por um processo evolutivo ao longo dos anos, assim como
sua linha de produtos e acessórios para piscina. No início da história da empresa,
ainda situada no Rio Grande do Sul e denominada Onda D’água, possuía um mix de
aproximadamente 15 produtos. Com a mudança da fábrica para Santa Catarina e
um novo quadro societário, passou a contar com aproximados 60 itens e um novo
catálogo de vendas.
Em 2009 já somavam-se mais de 120 produtos, criou-se então a identidade
visual Veico e teve sua primeira participação em uma feira, a EXPOLAZER.
Atualmente a Veico conta com aproximados 200 itens e processos de
melhoria em vários produtos.
39

A empresa possui ferramentaria interna, produzindo e fazendo manutenção


de seus próprios moldes de injeção. Estes moldes são utilizados no setor de injeção,
que tem o plástico como é matéria prima de muitos produtos e componentes do mix
Veico. Há também um departamento de Engenharia e Desenvolvimento, outro
departamento de eletrônica e linha de montagem.
A Veico subdivide seu portfólio de produtos em 7 linhas. São elas:
• Linha Limpeza e Manutenção;
• Linha Skimmers;
• Linha Acessórios;
• Linha Dispositivos;
• Linha Aquecimento;
• Linha Filtros e Bombas; e
• Linha Iluminação.
Será apresentado um breve panorama de cada linha detalhadamente.
Começando pela Linha Limpeza e Manutenção, esta abrange produtos desde
aspiradores, escovas, peneiras, cloradores, mangueiras de sucção, adaptadores de
mangueira e kits medidores de PH e Cloro próprios para o uso em piscinas. Os
produtos pertencentes a esta linha geralmente possuem um valor agregado inferior
as outras linhas.
Estes produtos são apenas para limpeza e manutenção, servindo para tirar
impurezas de dentro da piscina, escovando suas laterais, sempre dando mais
longevidade ao uso da piscina.
A Linha Skimmers, compreende produtos de maior dimensão que devem ser
instalados anexo ao lado externo da piscina, exercendo a função de coletar a água,
passando por um cesto coletor para remover impurezas mais densas, como folhas e
sujeiras.
A Linha de dispositivos exerce a função de sugar e recolocar a água da
piscina, alguns dando o mesmo efeito que o encontrado em hidromassagens.
A Linha Aquecimento abrange os coletores solar Veico e seus kits de
instalação. As placas coletoras para aquecimento solar Veico, são uma fonte de
energia renovável, inesgotável e não poluente. Desenvolvidas com a finalidade de
aquecer grandes volumes de água com o máximo de economia e praticidade.
40

Mesmo sendo o Brasil um país tropical, possui dimensões continentais, onde


em algumas regiões o período de utilização de piscinas torna-se reduzido em função
da temperatura da água.
Pensando nisso, o departamento de engenharia e desenvolvimento da Veico,
através de seu corpo técnico, direcionou seus recursos tecnológicos, pesquisa e
produção, para atender a crescente demanda do mercado de aquecimento para
piscinas, com um produto de baixo custo, sem manutenção, alta eficiência e
resistência a ação do tempo.
O conjunto coletor é composto pelas calhas de alimentação e retorno
montados nas extremidades inferior e superior da série de mangueiras expostas a
radiação solar, que após captada, transforma esta energia em aquecimento da água
contida em seu interior.
A circulação da água no interior das placas coletoras é feita através do
bombeamento controlado através da temperatura desejada.
Para evitar a perda de calor atingida pela captação da energia solar pelos
coletores, recomenda-se o uso de uma capa térmica, também disponibilizada pela
Veico, que diminui as perdas do aquecimento durante os períodos em que não há
insolação (noite e dias chuvosos).
A instalação dos módulos deverá ser feita preferencialmente no nível mais
elevado possível, geralmente no telhado, e voltados para o Norte, por ser a direção
que mais tempo recebe luz solar. E a quantidade de placas recomendadas é de
100% a 130% da área total da piscina (m²).
A Linha Filtros e Bombas representa um lançamento da Veico em 2010, e
compreende 7 tamanhos disponíveis - quanto maior a piscina, maior deve ser o filtro
e de maior potência deve ser a bomba – fazendo com grande eficiência a filtragem
da água, mantendo-a sempre em um estado próprio para uso.
Os Filtros Veico série FV são fabricados pelo processo de Rotomoldagem
utilizando como matéria prima Polietileno micronizado na cor verde com aditivos anti
UV. A válvula seletora de 6 posições e produzida em termoplásticos de engenharia
reforçada com fibra de vidro, as partes metálicas internas da válvula são fabricadas
em aço inox e as externas, como parafusos, são de aço bicromatizado para evitar
oxidação, tornando todo o conjunto anticorrosivo.
As Bombas Veico são projetadas de acordo com a norma NBR10339, e
garantem alta eficiência, além de reter partículas livres na água, tais como folhas,
41

insetos ou outros detritos que possam entupir ou danificar os componentes da


bomba. Construída somente com materiais inertes a ação de produtos químicos
utilizado no tratamento de piscinas, também resiste à ação de agentes oxidantes,
permitindo seu uso até mesmo com água salgada. Possui incorporada em seu
conjunto um pré-filtro que permite reter partículas maiores em seu cesto coletor que
pode ser visualizado facilmente através do visor de policarbonato que é fixado
através de uma flange roscada.
A Linha Iluminação compreende os produtodos da área eletrônica da Veico,
sendo composta por Refletores Led, Refletores Dicróica e Painéis de Controle
destes refletores, como também hidromassagem, aquecimento e bomba.
Os Refletores Led Veico são disponíveis em 3 dimensões. Os de 42
lâmpadas led, os de 72 e de 141 lâmpadas led, disponíveis nas cores brancas, azuis
e RGB (sigla em inglês para vermelho, verde e azul).
Instalados na borda da piscina, dão um efeito de destaque nas piscinas,
passando a cor do refletor para todo o volume de água.
O aquecimento, filtros e bombas e os refletores led são os carros chefes da
Veico, considerados os produtos “estrela” para a empresa em 2010.
O objeto de estudo deste projeto está relacionado à linha de iluminação, a
qual concentra os produtos eletrônicos tendo como componentes as lâmpadas led,
circuitos, fontes, e claro os displays.

3.8 Mercados

Segundo informações da ANAPP (2011) para a Revista PISCINAS &


CHURRASQUEIRAS de edição nº 51, o segmento de piscinas atinge anualmente
cerca de 6% de crescimento, movimentando quase 4 bilhões de Reais.
A Veico atua em território nacional, tendo como seus principais mercados os
estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná, conforme Quadro 2, tendo como
clientes apenas distribuidores e lojistas.
42

Quadro 2 – Potencialidade de consumo Brasil 2009 x Potencialidade de consumo Veico 2009 (%).
Fonte: Fornecida pela empresa.

Cerca de 28% do faturamento Veico é referente às vendas para São Paulo,


quase 17% representa as vendas para Santa Catarina e mais de 11% destina-se ao
Paraná. A coluna “PESQUISA” da tabela refere-se à potencialidade de consumo de
artigos para piscina dos estados brasileiros, demonstrando que ainda há muito
mercado para ser explorado, e outros já com uma boa presença da marca Veico.
Porém, a dificuldade se dá também pela grande quantidade de concorrentes
tradicionais e outros novos que surgem a todo o momento motivados pelo
crescimento do setor.
Reflexo disso é a situação econômica atual, a qual há anos atrás, comprar
uma piscina era quase como comprar um carro, sendo visto como artigo de luxo que
poucos podiam adquirir. Hoje a realidade é outra, os preços estão mais acessíveis e
as condições de pagamento mais flexíveis. Isto faz com que as classes B e C
também consigam adquirir piscinas, assim como produtos e acessórios.
43

Apesar de ser um mercado em crescimento, um dos pontos negativos é a


sazonalidade, fazendo com que as vendas no verão sejam ótimas, e durante o
inverno sofram uma queda.
44

4 RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo são apresentadas informações referentes ao perfil dos


potenciais fornecedores chineses, estatísticas comerciais entre Brasil e China, como
também, dados de fornecedores brasileiros. O capítulo abrangerá também,
informações sobre os componentes em estudo, tal como, sua classificação fiscal e
aspectos administrativos para a importação.
Será demonstrado também, um panorama do mercado de automação
residencial no Brasil, mercado este que a Veico já atua, na industrialização de
produtos no segmento de piscinas.
Por fim, será apresentado um quadro comparativo entre as despesas e todos
os serviços necessários para importação de componentes, em contraste com a
opção de compra dos mesmos produtos no Brasil.

4.1 Produto

O produto de estudo deste trabalho trata-se de um componente eletrônico,


conhecido como display. No português, display pode ser traduzido para mostrador,
um dispositivo que permite a visualização de imagens.
A Veico possui em sua Linha Iluminação, os painéis controladores,
responsáveis pelo manuseio das funções referentes ao funcionamento dos sistemas
de iluminação, sistemas de filtro e bomba, sistemas de aquecimento solar e sistema
de hidromassagem para piscinas.
Alguns controladores possuem pequenos displays numéricos, relativamente
simples, porém, que atendem as necessidades atuais dos controladores.
Projetos de melhoramento destes controladores, como também projetos
futuros de novos controladores mais modernos, exigem o uso de um display de
melhor performance.
45

Esta necessidade foi que impulsionou o desenvolvimento deste estudo de


viabilidade de importação para este tipo de componente, ajudando a empresa a se
preparar e aprimorar seus produtos.

4.1.1 Mercado de automação residencial

De uma forma simples entende-se por automação residencial o uso da


tecnologia para atender necessidades e desejos dentro de residências, resultando
em economia; comodidade; sofisticação; segurança, aperfeiçoamento de tarefas e
realização pessoal.
Sistemas de automação residencial, exemplificando, são compostos por um
ou mais centros de controle, podendo ser um computador, controle remoto, tablet, ou
até mesmo celulares, que permitem realizar atos como: acender as luzes; controlar o
sistema de gás; controlar os aparelhos eletrônicos; portões; aparelhos de ar
condicionado; sistemas de aquecimento, som ambiente e as funções da piscina da
casa, tudo de forma integrada, formando o modelo da “casa inteligente”.
Atualmente, automação residencial no Brasil tem o apoio da AURESIDE
(Associação Brasileira de Automação Residencial), que tem como missão fomentar a
adoção de tecnologias da automação residencial no país, divulgar informações entre
os atuantes deste mercado, realizar cursos, homologar produtos e serviços na área
por meio da estampa do seu selo, realização e organização de eventos, e
disponibilizar materiais relativos ao assunto. (AURESIDE, 2011).
A Veico se insere no segmento de piscinas já possuindo um sistema
integrado para as funções que uma piscina pode ter. O objetivo da Veico é aprimorar
este sistema e avançar no sentido tecnológico. Estímulo para isso não falta, uma vez
que este mercado está em grande ascensão.
Atualmente, ter um sistema de automação residencial já não é mais privilégio
de milionários. O preço está mais acessível e outras classes se veem na
possibilidade e oportunidade para adquirirem sistemas inteligentes em suas casas.
O crescimento da construção civil incentiva as construtoras a investirem em
46

sistemas integrados residenciais, atitude essa que já é sinônimo de competitividade


entre as construtoras. (FOLHA DE S. PAULO, 2011).
Em matéria para a Revista FINESTRA (2011), o Gerente Comercial da Home
Sense (empresa de automação residencial no Brasil), Bruno Andrade, comenta
sobre automação residencial e afirma que “a perspectiva para 2011 é que haja um
crescimento de 37% e, em 2012, a expansão deverá ser de 65%”.
Diante de tal expectativa, a Veico, sente a necessidade de crescimento e
desenvolvimento, buscando por novos mecanismos para continuar se
aperfeiçoando.

4.1.2 Modelos de display

Existem vários tipos e modelos de display e, para o estudo, a empresa


selecionou algumas características para facilitar a seleção de fornecedores. Como
os displays serão apenas um componente presente em um produto Veico, estes
serão de tamanho pequeno, com resolução de imagem variando de 128 x 128 até
340 x 240 pixels por polegada quadrada. Os modelos de interesse da empresa para
este estudo se classificam como display gráfico, display TFT e display OLED.
Estes modelos estão descritos a seguir, com as características específicas de
cada um, juntamente com pareceres cedidos pelo técnico em eletrônica da Veico,
Sr. Ederson Batista Berti.

4.1.2.1 Display gráfico

O display gráfico é feito com a tecnologia LCD (Liquid Crystal Display), a qual
basicamente utiliza molécula de cristais líquidos que são polarizados, posicionados
em diferentes camadas de cores RGB. O sistema de cores RGB é o utilizado em
meios eletrônicos, o qual faz com que essas três cores: vermelho, verde e azul,
formem, em combinações, outras cores. Isso faz com que se formem os
47

denominados pixels, que são os vários pontos que em um grande grupo formam
uma imagem.
Sendo assim, cada um dos pixels exibe uma distinta variação da gama de
cores, que são as combinações entre 0% a 100% do azul, 0% a 100% do verde e
0% a 100% do vermelho. A combinação dessas variações dentro de cada molécula
resulta em uma cor específica, dependendo da carga energética enviada para a
mesma.
O display Gráfico possui vantagens em relação aos displays mais comuns,
como os de Caractere (modelo de display que possibilita a visualização apenas de
letras e números) e os de Sete Segmentos (modelo de display composto por um
número 8, formado por sete linhas, possíveis de reproduzirem números de 0 a 9),
por possuir recursos de apresentação de gráficos, imagens, mesmo sendo de baixa
resolução.
Em contra partida as desvantagens são bem consideráveis, os pixels de LCD
não produzem luz própria, existe uma luz traseira que ilumina toda a tela, o que
exclui a possibilidade de cores reais, e uma variação grande da tonalidade de cores
para cada tipo de fabricante, além da falta da cor Preta real (em todos modelos). O
display tem o ângulo limitado a uma visão perpendicular (90º), sofrendo com o
problema do black light e white light, facilmente notado em notebooks, por exemplo.
Se a tela não está posicionada bem de frente de quem está olhando, a imagem fica
muito escurecida ou esbranquiçada, embora isso aconteça apenas em modelos mais
antigos.
Os custos de produção são elevados devido aos bancos de memória (onde os
dados são armazenados) necessários para o funcionamento do display, por ser um
tipo caro de memória, conhecido como SRAM (Static Random Access Memory, ou
Memória Estática de Acesso Aleatório, em Português). Este tipo de display ainda é
bastante robusto, dificultando a utilização em alguns projetos, como por exemplo,
equipamentos de tecnologia móvel.
Os displays gráficos têm como característica uma imagem mais
computadorizada, como demonstrado na Figura 5.
O display gráfico, entre os modelos em análise neste estudo, é considerado
um display caro pelos recursos que disponibiliza, justamente pelo seus custos de
produção, além de não possuir capacidade de gerenciar imagens próximas da
48

realidade com perfeição. São bastante utilizados em aplicações que não necessitam
de um display de maior tecnologia, como calculadoras, por exemplo.

Figura 5 – Modelo de Display Gráfico


Fonte: AGTechnologys, 2011

Para aplicações onde é preciso uma interface gráfica com imagens sem a
necessidade de alta qualidade, o display de LCD Gráfico se torna adequado.

4.1.2.2 Display TFT

Os displays TFT (Thin Film Transistor) também são fabricados com tecnologia
LCD e são compatíveis em aplicações que necessitam de imagens de alta definição
e qualidade. A tecnologia TFT é um novo padrão de fabricação de monitores, telas
de laptop e outros dispositivos. Displays TFT podem mostrar textos com maior
nitidez, cores vivas, animações rápidas e gráficos complexos.
São denominados displays TFT LCD, pois se trata de um tipo especial de
transistor (componente eletrônico) que melhora a qualidade da imagem. Cada pixel
49

desta tela é apoiado por um único transistor. Atualmente os transistores encontrados


no mercado são de alta tecnologia, tamanhos reduzidos e com baixo consumo de
energia, isso torna possível a utilização das telas TFT até mesmo em aplicações
portáteis usando baterias.
Atualmente na indústria eletrônica tornou-se possível produzir equipamentos
portáteis com longa duração de bateria com o advento do TFT, o grande exemplo é
a duração de carga da bateria de um celular atualmente em relação aos celulares
produzidos no final dos anos 90.
A Figura 6 enaltece as características de um display TFT LCD, sendo possível
visualizar a grande diferença entre esta tela e um display gráfico, no que diz respeito
a qualidade de imagem.

Figura 6 – Modelo de Display TFT


Fonte: AGTechnologys, 2011

A característica de telas de TFT é o rápido desempenho oferecendo textos


nítidos, cores vibrantes e um melhor tempo de resposta favorecendo o uso em
50

aplicações multimídias como jogos, vídeos ou qualquer forma de multimídia onde


necessita-se de alta resolução e resposta de amostragem.
Este modelo chega a ser mais barato que o display Gráfico por ser produzido
em larga escala uma vez que tomou conta do mercado pela utilização em
dispositivos móveis, e necessitar de menos matéria prima para produção.
Porém, necessitam de maior conhecimento técnico para serem aplicados,
pois exigem uma programação bem mais avançada do que os displays Gráficos.

4.1.2.3 Display OLED

O display OLED (Organic Light-Emitting Diode) ou Diodo Orgânico Emissor de


Luz, em português, trata-se de uma tecnologia desenvolvida em 1980 pela Kodak
Company. Esta nova tecnologia vem chamando a atenção de grandes empresas
para substituir os atuais monitores de LCD e Plasma por serem bem mais leves, por
não utilizarem compostos metálicos e cristais líquidos, tornando-os mais finos, mais
flexíveis, leves e baratos, além de estar preservando o meio ambiente.
A caracterização como tecnologia ecologicamente correta que se dá aos
novos displays OLED, é devido a suas vantagens e avanços, tais como elevada
eficiência de conversão de energia elétrica em luz, que implica em economia de
energia e ainda em pouca perda por geração de calor, além de economizarem
espaço, sendo extremamente finos, podendo ter 2mm de espessura ou até mesmo
sendo impressos sobre plásticos, como é o caso dos OLEDs flexíveis. (NODDtech,
2011).
A última palavra em tecnologia de display, baseada no uso de micro-Leds,
possui células que produzem luz própria, excluindo a necessidade de uma
iluminação traseira consumindo menos energia, além de serem bem mais finas e
flexíveis, mas por um custo maior de fabricação. As telas OLED têm um contraste
incomparavelmente melhor que os demais, independente do ângulo que se olhar, as
cores são sempre as mesmas e possuem uma tonalidade de preto real, tornando a
exibição de vídeos, imagens e textos muito mais confortável e agradável.
51

De uma forma bem clara, é possível notar que as telas OLED são bem
superiores às de LCD, mas devido ao alto custo de produção, elas ainda são pouco
encontradas no mercado, mas é uma tendência para a próxima geração de
equipamentos móveis e televisores.
A Figura 7 demonstra as características de um display OLED, sendo visível a
diferença de material em que é produzido, tal como sua espessura.

Figura 7 – Modelo de Display OLED


Fonte: AGTechnologys, 2011

O Display OLED ainda está adentrando ao mercado e não possui demanda


como os demais tipos de display, justamente por ser uma tecnologia relativamente
nova, pouco acessível no sentido financeiro, mas que certamente entrará como uma
forte tendência em futuros projetos.
Este tipo de display, juntamente com o display Gráfico e o TFT, estão entre os
mais conhecidos e utilizados. Entre os três, a Veico se interessa mais pelo modelo
TFT, por sua funcionalidade.
52

4.2 A China como mercado fornecedor

Cada vez mais a China vem mostrando sua força no comércio internacional,
sendo apontada como uma das nações que mais importam e exportam no mundo.
Não é diferente quando se compara os números para com o Brasil. A Figura 8
aponta a posição ocupada pela China como uma das principais fornecedoras do
nosso país.

Figura 8 – Principais Países Fornecedores ao Brasil – Janeiro-Junho - 2011


Fonte: MDIC (2011) – Adaptada pelo Estagiário

A China detém tal posição principalmente por conseguir produzir com um


preço muito competitivo diversos produtos, além de possuir fortes laços comerciais
com o Brasil, uma vez que é um dos maiores compradores dos produtos brasileiros,
na sua maioria produtos básicos e/ou semimanufaturados.
A Figura 9 demonstra bem essa diferenciação de preço médio entre as
importações provenientes da China e das importações do resto do mundo.
53

Figura 9 – Comparação do preço médio das importações brasileiras da China e do Mundo


Fonte: FIESP (2011)

A diferença em alguns casos chega a bater na casa dos 90%, como é o caso
das lâmpadas, tubos elétricos e faróis. Isso mostra o porquê da China conseguir ser
tão competitiva e inserir seus produtos em muitos países.
O quadro também demonstra que os maiores produtos importados pelo Brasil
da China acabam sendo semimanufaturados e manufaturados, ao contrário das
exportações brasileiras, que têm como principais produtos as comoditties, como
minério de ferro, soja e óleo bruto de petróleo, por exemplo.
Pode-se analisar isto melhor nos quadros 4 e 5, que elencam os principais
produtos comercializados entre Brasil e China.
Na Figura 10, que representa os principais produtos brasileiros exportados
para a China, é claro a predominância dos produtos básicos, que representaram no
ano de 2010 cerca de 84% da pauta, enquanto os produtos semimanufaturados e
manufaturados representaram 12% e 5% respectivamente.
54

Figura 10 – Principais Produtos Exportados pelo Brasil para a China


Fonte: FIESP (2011)

Esta visão é reflexo da característica do Brasil no comércio internacional,


dando um grande exportador de produtos primários e um grande importador de
produtos com valor agregado. Com a China não é diferente, a grande parceria
formada entre os dois países carrega os traços das economias de cada um deles.
A Figura 11 já destaca a pauta de importação brasileira proveniente da China,
destacando os principais produtos importados pelo Brasil.

Figura 11 – Principais Produtos Importados pelo Brasil da China


Fonte: FIESP (2011)

A Figura 11 destaca muito bem e deixa claro a grande incidência de produtos


da área de eletrônica na pauta de importação brasileira da China. Este cenário é o
55

que chamou a atenção da Veico e do acadêmico para realizar o estudo de análise


da viabilidade da importação de componente eletrônico da China.
A empresa acredita que a China pode ser um grande fornecedor, e essa idéia
ainda é compartilhada pelo Diretor da Veico, Sr. Nicholas Zen que já teve a
oportunidade de visitar o país com interesses profissionais. Este fato contribuiu para
comprovar o fato de que há algum tempo a China já se desvinculou da imagem de
qualidade inferior à de outros países, ao menos neste segmento, e possui grandes
empresas instaladas, contando com tecnologia de ponta para sua cadeia produtiva.
Na visão da empresa, existe uma grande oportunidade no fornecimento
destes tipos de displays por parte da China, e através do auxílio deste estudo é
possível verificar a real potencialidade disto.

4.2.1 Busca por potenciais fornecedores chineses

A busca por fornecedores chineses iniciou-se pela Internet, com auxílio de


sites B2B (Business to Business). No caso, o site mais utilizado foi o Alibaba.com, no
qual foram encontrados vários fornecedores de display. O site Alibaba é uma das
fontes mais procuradas tanto por fornecedores como por compradores internacionais
por ser confiável e altamente eficaz.
Existem dois tipos de cadastros em seu domínio, o gratuito e o pago, este
último com mais ferramentas de auxílio para o cadastrado, oferecendo mais detalhes
quanto às informações de interesse do dono da conta. Visto como um ambiente de
negócios virtual, o Alibaba.com representa uma ferramenta de ajuda para encontrar
potenciais compradores e fornecedores no âmbito internacional, ao menos em
etapas preliminares de uma pesquisa de mercado.
No início, tamanha quantidade de fornecedores chineses identificados, foi
realizada uma pré-seleção dos mesmos considerando como primordial a oferta de
produtos dentro da necessidade da Veico.
Nessa pré-seleção, foi dada prioridade para os fornecedores que possuíam o
status de “Gold Supplier” (Fornecedor Dourado). Classificação Premium dos
membros de fornecedores no Alibaba.com, providenciando desta forma um extenso
56

número de oportunidades extras para maximizar sua exposição e retorno de


investimento. Para ser qualificado como Gold Supplier, o fornecedor precisa
completar o processo de autenticação e verificação por um serviço terceirizado de
segurança de reputação apontado pelo Alibaba.com. Uma vez aprovado, o novo
membro da classificação Gold Supplier está autorizado a fazer o uso do símbolo
ícone, conforme Figura 12, para demonstrar sua autenticação.

Figura 12 – Ícone Gold Supplier


Fonte: Alibaba.com, 2011

Este processo foi feito com fornecedores de display OLED, TFT e Gráfico.
Apesar de haver fornecedores que se encaixam na pesquisa (resolução 128 x 128 a
320 x 240 ou 240 x 320), estes são a minoria. Há uma vasta oferta de displays de
tamanhos maiores, mais utilizados para televisões, computadores, sinalizadores e
até mesmo outdoors eletrônicos. Algumas empresas oferecem os 3 tipos de
displays, outras, apenas um dos modelos.
Feito um levantamento prévio com possíveis fornecedores, que se
enquadravam dentro dos interesses da empresa, iniciou-se um contato via Trade
Manager tool, ferramenta utilizada para conversar em tempo real com
fornecedores/compradores, disponível gratuitamente para aqueles que se
cadastraram no sistema Alibaba.com. Ao compor a lista selecionadora de
fornecedores, há um ícone ao lado dos nomes de cada empresa, (Figura 13)
demonstrando estarem online para início de chat ou offline, que muda de azul para
cinza, conforme login no sistema.
57

Figura 13 – Ícone Trade Manager


Fonte: Alibaba.com, 2011

Durante a pesquisa, dos sete fornecedores consultados, a maioria respondia


prontamente ao contato, alguns, demoravam dias e até semanas, entretanto
nenhum contato deixou de responder os e-mails enviados.
Quanto ao nível da comunicação, os termos utilizados para designar os
interesses de negócios eram em sua maioria técnicos. Sendo assim, a contribuição
por parte dos chineses para o entendimento foi maior, atingindo os objetivos
principais sem muita demora.
A maioria das empresas contatadas se mostravam interessadas e prestativas,
procurando desenvolver a negociação, oferecendo apenas os produtos de real
interesse e posteriormente abriam toda a linha produzida dentro do que foi escolhido
como produto principal.
Uma forma de aprimoramento de prestação de serviço utilizada por eles era
solicitar informações sobre a empresa Veico para que assim, pudessem fazer uma
análise da real necessidade e por vezes, oferecendo uma fabricação de produtos
exclusivos, serviço comumente conhecido como Private Label1.
Diante de alguns contatos realizados nessa etapa de pré-seleção, a Veico
determinou a escolha de apenas 3 potenciais fornecedores chineses. A escolha foi
feita com base nos seguintes critérios:
• Produto de acordo com as características de interesse da Veico;
• Preço competitivo;
• Condições de pagamento;
• Capacidade de entrega;
• Tempo de entrega;

1
Trabalho Privado – Serviço que a empresa oferece exclusivamente para cada cliente em particular.
Por exemplo, a manufatura de um produto que não é comum na sua linda de produção.
58

• Tamanho da empresa;
• Relações com o Brasil;
• Certificação ISO.
As empresas que atenderam a estes critérios e foram selecionadas para
orçamento e continuidade na pesquisa com a Veico, foram:
1 – Elsun Technology CO., LTD.
2 – Shenzhen Techstar Electronics Company Ltd.
3 – Guangzhou Tinsharp Industrial Co.,Ltd
O contato com todas as companhias foi estabelecido por e-mail após uma
análise dos seus web sites e respectivos produtos. Diante dos produtos que cada
uma das três empresas ofereceram, foram feitos e-mails diferentes, cada qual
direcionando o interesse ao produto que melhor atendia a necessidade, tudo de
forma técnica e formal, evidenciando a educação e ética empresarial.
As três empresas forneceram catálogos e relações de todos os seus
produtos, agradecendo o interesse da Veico, e solicitando que escolhessemos em
seus catálogos, ou até mesmo pelos web sites, o produto exato que a Veico
desejasse negociar.
Mais informações sobre cada contato em particular com cada uma das três
empresas contatadas, estão apresentadas nos próximos títulos.
Para melhor visualização das características de cada uma das três empresas
selecionadas, disponibiliza-se o Quadro 3, o qual demonstra informações básicas
sobre cada companhia, tais como: nome; os produtos com que trabalham; número
de empregados; se já se relacionou comercialmente com o Brasil; a média de
faturamento anual; o percentual da produção exportado; tamanho da empresa, e
quais certificações ISO possuem.
Os preços, condições de pagamento e de entrega serão detalhados adiante,
separadamente entre as empresas.
59

Quadro 3 – Informações básicas das empresas chinesas selecionadas


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

Neste quadro, já constam alguns dos critérios pré-estabelecidos pela Veico,


para que a empresa fosse considerada apta a estar presente neste estudo de
viabilidade. Todas são empresas de médio à grande porte, possuem os produtos
desejados pela Veico, são exportadoras e já trabalharam com América do Sul,
inclusive com o Brasil, além de possuírem certificações ISO.
Dados como quantidade de empregados, área fabril e faturamento anual
contribuem na formação de pressupostos sobre cada potencial fornecedor
selecionado, refletindo se a empresa está bem estruturada, se possui vendas
alavancadas, etc.
Este tipo de levantamento de dados ajuda a aumentar a confiabilidade nas
empresas assim como nos dados que foram passados, atentando principalmente
pela qualidade do produto a ser importado, item primordial nos interesses da Veico.

4.2.1.1 Elsun Technology CO., LTD

A empresa Elsun Technology desenvolveu longas explicações sobre os


produtos que foram perguntados, deixando as informações de forma completa e
satisfatória. Diferenciou-se das demais por oferecer o desenvolvimento de um
produto exclusivo sob medida para a real necessidade da Veico, deixando claro que
60

para o fornecimento, exigia-se uma quantidade potencial mínima a ser cotada


posteriormente.
O produto escolhido pela Veico, a ser cotado na Elsun trata-se de um display
LCD TFT de 2,4” com resolução de 240x320.
O Quadro 4 traz os detalhes do produto e informações adquiridas com a
própria Elsun sobre preço; pagamento; tempo de entrega; garantia e a quantidade
mínima a ser adquirida.

Quadro 4 – Detalhes produto escolhido da Elsun


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

A empresa Elsun solicitou algumas informações para chegar ao melhor preço


possível, como: potencial quantidade anual que a Veico necessitaria e qual a
aplicação do display.
Após transmitir todas as informações solicitadas pela Elsun, o orçamento foi
encaminhado para a Veico. Este orçamento, apresentado sob uma Proforma foi feito
para uma quantidade de 2000 displays, e chegou ao valor unitário FCA de US$ 3,20,
totalizando então, US$ 6.400,00 para 2000 peças.
61

4.2.1.2 Shenzhen Techstar Electronics Company Ltd

Dentre as três empresas selecionadas, Shenzen Techstar Eletronics foi a


única que apresentou informações mais detalhadas sobre si mesma, evidenciando
suas qualidades tais como: seu estabelecimento em 1998, principais produtos
fabricados e especializações, oferecendo-se para estudar as necessidades da Veico
para melhor atendê-las. Após a troca de informações sobre o tipo de produto que a
Veico mostrou interesse, a Techstar enviou um catálogo para que fosse selecionado
o produto, com seu código e características específicas.
Na Techstar, o produto cotado foi um display TFT, de 2,3” com resolução de
240x320, conforme demonstrado no Quadro 5.

Quadro 5 – Detalhes produto escolhido da Techstar


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011
62

A Techstar também solicitou uma quantidade aproximada que a Veico


necessitaria anualmente e cotou seu produto para 2000 unidades.
O melhor preço que a Techstar consegui atingir foi de US$ 5,50 por peça,
totalizando US$ 11.000,00 as 2000 unidades, sendo que este deveria ser pago à
vista, por transferência bancária no momento de embarque da mercadoria.

4.2.1.3 Guangzhou Tinsharp Industrial Co.,Ltd

A Guangzhou Tinsharp Industrial apesar de ter sido extremamente objetiva,


atendeu diretamente ao questionado, respondendo com uma tabela demonstrativa
na qual constavam todas as informações inicialmente requisitadas. Quanto aos
custos, passou a cotação via e-mail após a Veico selecionar na tabela enviada o
item desejado, juntamente com a quantidade desejada.
Conforme Quadro 6, o produto cotado com a Tinsharp trata-se de um display
Gráfico, de 2,4”, com resolução de 320x240. No caso da Tinsharp, dos três modelos
de display que a Veico se interessa (Gráfico, TFT e OLED), esta empresa trabalha
apenas com o Gráfico, sendo este o tipo de display que está cotado, diferenciando
de Elsun e Techstar, que apresentam o TFT.
63

Quadro 6 – Detalhes produto escolhido da Tinsharp


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

O Tinsharp exige uma quantidade mínima de apenas 100 peças, porém,


como as duas empresas anteriores foram cotadas 2000 peças, foi decidido que a
cotação da Tinsharp também seria para 2000 peças para melhor comparação,
mesmo se tratando de um modelo diferente das outras duas.
Sendo assim, a cotação da Tinsharp para 2000 unidades de display Gráfico,
chegando ao valor unitário de US$ 18,90, com um resultado de US$ 37.800,00 para
os 2000 displays.
64

4.3 Fornecedores Nacionais

Por determinação da Veico, os fornecedores nacionais foram selecionados


dentro das referências que a empresa possuía, tratando-se de fornecedores já
conhecidos pela mesma, que possuem os produtos presentes no trabalho.
Os fornecedores nacionais selecionados foram contatados juntamente com o
departamento de compras, para o levantamento de todos os orçamentos descritos
adiante.
Para padronizar o trabalho, e como costume do próprio departamento de
compras da empresa de orçar suas compras com três ou quatro fornecedores
diferentes, foram determinadas apenas três empresas. São elas:
• AGTechnologies LCD Display Ltda;
• CL Comercial e Importadora Ltda;
• Cika Eletrônica do Brasil Ltda.
Entre as três empresas selecionadas, a AGTechnologies é uma indústria
nacional, que produz LCDs, localizada no município mineiro de Santa Rita do
Sapucaí, considerado o Vale da Eletrônica Brasileira. Além da matriz em Minas,
possui escritório de vendas em São Paulo e na Região Sul.
A CL Comercial e Importadora, compra no mercado internacional e distribui
displays, localizando-se em Porto Alegre, trabalha com marcas como: Winstar;
Epcos e Photonic.
A empresa Cika Eletrônica também é uma distribuidora de displays de marcas
como: LINPO Technology e Holtek, mas não trabalha apenas com displays,
possuindo um catálogo com diversos componentes eletrônicos.
Na busca de fornecedores nacionais junto ao departamento de compras,
representado pela Srtª Eunice Martins, foi observado certa dificuldade em encontrar
fornecedores de displays, por serem poucos os que fornecem os tipos de displays
descritos neste trabalho.
Para encontrar os potenciais fornecedores nacionais, o acadêmico utilizou-se
de pesquisa pela Internet, listas telefônicas, banco de dados da empresa, e
recomendações do técnico em eletrônica da Veico.
Os pareceres coletados com apoio do departamento de compras sobre o
cenário que a Veico se encontra com relação à compra de display no mercado
65

nacional enriquecem o estudo de viabilidade, mostrando a necessidade e interesse


da Veico em ampliar seu campo de busca de fornecedores de display para o cenário
internacional, com intuito encontrar mais opções e melhores preços.
Os preços, condições de pagamento e de entrega estão apresentados
adiante, separadamente por empresa.

4.3.1 AGTechnologies LCD Display Ltda

Esta empresa se mostrou a mais organizada e atenciosa em atender ao que


foi solicitado pela Veico. A AGTechnologies é especializada em displays e trabalha
com vários modelos, entre eles, o display Gráfico, TFT e OLED.
A cotação foi solicitada para display TFT de 2,4” e resolução 320x240. O
fornecedor retornou com os valores deste modelo, e mencionou mais outros três
tamanhos do mesmo display, conforme Quadro 7.

Quadro 7 – Proposta orçamentária da AGTechnologies


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

Os valores cotados pela AGTechnologies foram para apenas 1 peça. Cotação


para maiores quantidades estão sujeitas a negociação, para chegar a um preço mais
baixo. A empresa não trabalha com grandes quantidades em estoque, e sim, para
demanda de pedidos, portanto, caso a Veico solicitasse 2000 peças, o tempo de
entrega seria de aproximadamente 20 dias.
66

O display cotado de interesse é o de 2,4”, com valor unitário de R$ 85,00 mais


IPI de 15% a incluir. A este preço, 2000 peças totalizariam um valor de R$
195.500,00.
Além do quadro de valores, a AGTechnologies detalhou outros itens em seu
orçamento. Segue adiante:
• Preços em R$: Com ICMS (12%) já incluso e IPI (15%) à incluir;
• Prazo de entrega: Itens 1, 2 e 3 possuem prazo de 5 dias úteis após a
confirmação de pedido - Item 4 entrega em 30 dias. - Quantidades
maiores: Sob consulta;
• Frete: por conta do cliente na planta da fábrica da AGT em Santa Rita
do Sapucaí-MG;
• Embalagem: caixa de papelão;
• Suporte técnico: Engenharia da AGT em Santa Rita do Sapucaí-MG.
Sendo uma indústria brasileira, a AGT tem como vantagens a assistência
técnica da própria fábrica aqui no Brasil; qualidade nacional, tempo de entrega,
melhor suporte, entre outros.

4.3.2 CL Comercial e Importadora Ltda

A CL Comercial é uma distribuidora e trabalha apenas com marcas


importadas. A cotação com a CL foi feita com display do tipo Gráfico. Esta retornou
com a cotação apresentada no Quadro 8.

Quadro 8 – Proposta orçamentária da CL Comercial


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011
67

A empresa CL passou cotação para apenas uma peça por não trabalhar com
grandes quantidades de estoque. Sendo assim, o valor unitário de um display
Gráfico é R$ 152,5011, possuindo prazo de entrega imediato. Porém, para
quantidades maiores, o prazo, preço e condição de pagamento são novamente
consultados e renegociados entre as partes.
Além dos valores e informações elencados no Quadro 8, o orçamento da CL
Comercial veio acompanhado de algumas informações demonstradas adiante.
• Os valores estão em R$. ICMS incluso e IPI não incluso;
• Os preços informados são baseados na atual legislação tributária e
estão sujeitos a alterações conforme a mesma;
• Para pagamento em 28 dias, acrescentar 2,9% de custo financeiro;
• A cotação tem validade de 20 dias a contar da data de emissão da
mesma;
• Os preços informados estão sujeitos a reajustes conforme os
fabricantes;
• Valor mínimo para emissão de NOTA FISCAL R$ 150,00;
• Mercadoria FOB – Porto Alegra/RS;
• Preços cotados em Reais com base no Dólar do dia 19/10/2011 (data
da cotação) a R$ 1,7751.
A empresa passa a cotação com base no seu preço, que é em dólar. Desse
modo, quando a mesma comercializa os produtos no Brasil, ela repassa o valor
original da mercadoria, convertido para Real na data que for passado a cotação.
As marcas representadas pela CL Comercial são conhecidas pelo
departamento de Eletrônica da Veico, e possuem reputação de boa qualidade.

4.3.3 Cika Eletrônica do Brasil Ltda

A empresa Cika não possui displays de TFT, e por isso a cotação foi feita com
display Gráfico. O departamento Comercial da Cika retornou o pedido orçamentário
via e-mail com as informações descritas no Quadro 9.
68

Quadro 9 – Proposta orçamentária da Cika Eletrônica


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

O display cotado na Cika é do tipo Gráfico, de 2,4” e resolução 320x240. O


preço ficou em R$ 218,5640 por unidade com o IPI já incluso e a empresa possuía
um estoque de 5 peças. Para uma compra maior, os valores poderão ser
negociados, assim como os termos de entrega e pagamento. A empresa não
detalhou no momento de cotação maiores informações como as duas anteriores.

4.4 Comparativo cotações nacionais/internacionais

Para uma melhor comparação entre os orçamentos levantados, o Quadro 10


elenca as principais informações de cada item orçado de cada empresa.

Quadro 10 – Comparativo orçamentário das empresas


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011
69

Os valores descritos no preço unitário das empresas internacionais foram


passados em Dólar (EUA) e convertidos para Real com a taxa do dia 19/10/2011,
mesma taxa utilizada pelas empresas nacionais, para melhor comparação.
Este Quadro é apenas para comparar a diferença de preço com que displays
são vendidos na China e no Brasil, chegando a mais de 1000% de diferença, como é
o caso dos displays TFT fornecidos pela Elsun, empresa chinesa e dos displays
fornecidos pela AGTechnologies, indústria brasileira.
Os valores das empresas internacionais são os que foram apresentados pelas
empresas no Incoterm FCA, e, portanto, ainda não estão embutidos toda a carga
tributária sofrida pela importação, tampouco os custos de prestadores de serviço e
afins, como: frete internacional, seguro internacional, despesas portuárias e
honorários de despacho e demais serviços internos.
Os valores destas despesas, assim como um quadro comparativo entre
importar ou comprar no Brasil o mesmo modelo de display estão apresentados
adiante nos próximos títulos.

4.5 Preparação para importar

Com intuito de preparar a empresa Veico para trabalhar futuramente com


comércio exterior, faz-se necessário uma prévia análise dos passos e medidas a
serem feitas para poder operar nestes moldes. Sendo assim, a seguir encontram-se
informações sobre como obter a habilitação de importador, bem como os
documentos necessários que devem ser encaminhados junto aos órgãos
competentes.
70

4.5.1 Habilitação do Importador

Para operar no Comércio Exterior, a empresa deve solicitar sua habilitação


para utilizar o SISCOMEX, assim como o Ambiente de Registro e Rastreamento da
Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR).
Todo despacho aduaneiro, em regra geral, deve ser trabalhado no
SISCOMEX, porém, para que seja efetuada no sistema uma importação ou
exportação, a parte interessada deve primeiramente providenciar junto à SRF a sua
habilitação, e, posteriormente, o credenciamento dos representantes legais da
empresa para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao despacho
aduaneiro. (SRF, 2011).
Existem quatro modalidades de habilitação, que são: Ordinária, Simplificada,
Especial e Restrita. Cada uma possui suas particularidades para melhor se
enquadrar a tipos diferentes de empresas e interesses. Cada modalidade, bem como
os procedimentos de habilitação no SISCOMEX se encontram na Instrução
Normativa da SRF nº 650, de 12 de maio de 2006.
O acadêmico sugere a princípio, que a Veico, utilize-se da modalidade
simplificada, a qual em uma de suas aplicações descreve que cabe às pessoas
jurídicas que atuem no comércio exterior em valor de pequena monta, conforme
definido no artigo; 2º, §§ 2º e 3º, da própria IN SRF nº 650/06.
O valor de pequena monta descrito no referente artigo acima citado da IN
SRF nº 650/06, é de até cento e cinquenta mil dólares norte-americanos ou o
equivalente em outra moeda para as importações CIF. Valor este que é suficiente
para as importações de displays que a Veico pretende fazer se caso realmente vier a
efetuar compra no exterior.
71

4.6 Classificação Fiscal de Mercadoria/Tratamento administrativo

A Classificação Fiscal de Mercadoria foi realizada com base em informações


cedidas pelo exportador chinês, além de um estudo realizado com apoio do técnico
em eletrônica da Veico, e dados das importações de displays realizadas pelo Brasil,
verificando a particularidade do tipo de display que este estudo representa.
Desta forma, a NCM para os displays feitos com cristal líquido é 8541.50.20, a
qual está representada pelo Quadro 11.

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes; aparelhos de


85 gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de
reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios
Diodos, transistores e dispositivos semelhantes semicondutores;
dispositivos fotossensíveis semicondutores, incluídas as células
85.41
fotovoltaicas, mesmo montadas em módulos ou em painéis; diodos
emissores de luz; cristais piezelétricos montados.
8541.5 Outros dispositivos semicondutores
8541.50.20 Montados
Quadro 11 – Descrição NCM utilizada
Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

Com a NCM formada, foi verificado o tratamento tributário, o qual resultou em


um I.I. de 0%, um I.P.I de 5%, PIS de 1,65%, COFINS de 7,6% e ICMS de 17%, pela
empresa estar situada no Estado de Santa Catarina.
Foi verificado também, que não há a incidência de Antidumping, nem de Cide,
tampouco de Medidas Compensatórias.
Porém, para essa NCM existem duas notas no tratamento administrativo:
1 – MATERIAL USADO: Se mercadoria for usada, sujeita à anuência do
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIA E COMERCIO EXTERIOR;
2 – DESTAQUE DE MERCADORIA: Se o destaque da NCM for igual a 555
(PRODUTO AMPARADO INCISO V ART. 4 DEC. 5171/04.), mercadoria sujeita a
anuência do MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIA E COMERCIO
EXTERIOR.
Contudo, a importação que o trabalho trata não cabe a nenhuma destas
notas, pois a mesma não se trata de material usado e nem se enquadra no destaque
72

555 por não utilizar substância que constou no Protocolo de Montreal (CFC) e por
não ser direcionado à indústria cinematográfica.

4.6.1 Aspectos administrativos

Com vista nos documentos para importação, abordados na fundamentação


teórica, a fim de instruir a empresa neste sentido, faz-se necessário primeiramente o
uso de uma Fatura Proforma, instrumento feito para as primeiras negociações entre
o fornecedor e a empresa importadora, onde o objetivo final é orçar o montante da
mercadoria que será comprada.
As informações mais relevantes são as designações feitas de cada
mercadoria e respectivos detalhes como: quantidade, preço unitário e total, nome e
endereço do exportador, do fabricante, forma de pagamento e dados bancários.
Após a confirmação de que todas as informações são satisfatórias, produz-se
então baseado na proforma, outra fatura que confirma a negociação, formalizando-a
e tornando-a assim, uma “nota fiscal” internacional, a Commercial Invoice.
O Packing List, também conhecido como Romaneio de Carga, quem emite é
o exportador, para instruir o embarque e o futuro desembaraço da mercadoria,
quando ela chegar no país do importador. Há de constar obrigatoriamente neste
documento, informações como quantidade de cada produto, peso líquido e bruto
unitário e total, cubagem, embalagem e marca, isso facilita o processo de separação
e estocagem para a Veico.
Quanto aos demais documentos, tais como Licenciamento de Importação,
este não será necessário, pois segundo a uma nota publicada no site do Ministério
do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, há uma exceção para partes e peças
referentes ao capítulo 85. Portanto, como os displays se encaixam nesta exceção,
não necessitam de L.I..
Referente ao Certificado de Origem, como não há acordos entre Brasil e
China referente à classificação do produto a ser importado, este documento não se
faz necessário.
73

Juntamente com toda a documentação feita pelo exportador referente à carga


a ser importada, há outros papéis que permitem que a mercadoria chegue ao seu
destino. Como o procedimento será feito por transporte aéreo, neste caso a ser
contratado pelo importador, o Conhecimento de Embarque será referente à este
modal, caracterizado como AWB (Air Way Bill), cujas informações essenciais são
dados do remetente e destinatário, o CNPJ da empresa a qual a mercadoria está
sendo destinada, quantidade, pesos, cubagem, embalagem, rota, destino, entre
outras.
Após a chegada da mercadoria no Brasil, é dado início ao Despacho
Aduaneiro e o documento que o formaliza é a Declaração de Importação, que
através do SISCOMEX consolida as informações cambiais, tributárias, fiscais,
comerciais e estatísticas de uma operação de importação de bens. É neste momento
que é efetuado o pagamento dos tributos federais.
O Comprovante de Importação finaliza o processo de liberação aduaneira e é
definido como a comprovação de que todas as informações contidas no SISCOMEX
estavam de acordo com a documentação apresentada e com a conferência
aduaneira, se for o caso, e que tudo está em conformidade com a legislação
aduaneira vigente, assim, é possível pagar as demais despesas aduaneiras para
retirada da mercadoria do recinto alfandegado onde se encontra.

4.7 Custos para a importação

Neste item, estão apresentados todos os custos levantados na pesquisa


pertinentes à uma importação de display da China. Para tornar possível essa
verificação, ela foi feita apenas com a empresa Elsun, cujo produto determinado foi o
Display TFT 2,4” 240x320. Produto este que por ser TFT e ter apresentado o melhor
preço no levantamento de cotação, é o que desperta maior interessa por parte da
Veico.
O Quadro 12 demonstra o valor FCA da mercadoria tratada com a empresa
Elsun, trazendo também a quantidade de displays cotados para importação.
74

CARACTERÍSTICAS DA MERCADORIA
PRODUTO DISPLAY LCD TFT 240X320 2,4"
QUANTIDADE 2000
PREÇO UNITÁRIO US$ 3,20
VALOR TOTAL US$ 6400,00
EMBALAGEM CAIXAS DE PAPELÃO
QUANT. POR CAIXA 125 DISPLAYS
CUBAGEM POR
CAIXA 0,35 X 0,35 X 0,55 = 0,067375 m³
CUBAGEM TOTAL 1,078 m³
PESO POR CAIXA 22 Kg
PESO TOTAL 352 Kg

Quadro 12 – Características da mercadoria


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

O primeiro lote da encomenda de mercadorias a ser trazido da empresa Elsun


seria uma quantidade de 2000 peças pelo Incoterm FCA (Free Carrier), tendo estas
o custo final unitário de USD 3,20, resultando em um total de USD 6.400,00.
Quanto à embalagem, foi decidido que seriam caixas de papelão por sua
resistência e proteção ao material armazenado, medindo 0,35x0,35x0,55 metros
cada uma, totalizando 16 caixas, pesando 22 Kg cada, resultando em um lote de
352 Kg com 1,78 m³, informações importantes para levantar os custos do frete
internacional, por exemplo.
A partir destes dados primários foi feito um levantamento de outros custos
envolvidos na importação. O seu valor aduaneiro seria de USD 6.920,90, resultado
obtido com o valor FCA (Free Carrier) de USD 6.400,00 somado ao valor do frete
aéreo de USD 488,96, cotado através de uma empresa de Assessoria e Consultoria
na área de comércio exterior baseado em informações da mercadoria como peso e
cubagem; e valor do seguro internacional, USD 32,00, cujo valor é resultado de
0,5% sobre o valor da mercadoria.
Como visto anteriormente no tratamento administrativo, os tributos incidentes
são: Imposto de Importação (I.I.), neste caso de valor 0%; Imposto sobre Produtos
Industrializados (I.P.I.), com alíquota de 5%; Programa de Integração Social
(PIS/PASEP), com 1,65%; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
75

(COFINS) de 7,6%; Taxa de Utilização do SISCOMEX (T.U.S), que resulta de uma


Declaração de Importação de R$ 185,00 e a sua Adição de mercadoria de R$ 29,50,
totalizando o valor de R$ 214,50. E por fim, o ICMS incidindo com 17%.
As despesas aduaneiras referentes à esta importação incluem diversos
procedimentos, estes citados como Liberação do AWB (Air Way Bill), neste caso
feito pelo transportador, custando R$ 200,00; transporte interno; Armazenagem
Infraero; Sobretaxa de Combustível, taxa cobrada pelo agente de carga; A taxa de
manuseio de carga no aeroporto (CHD), pago para o agente de carga; Sindicato dos
Despachantes Aduaneiros, valor arrecadatório de R$ 614,00 e os honorários pagos
ao próprio Despachante Aduaneiro, que recebe uma base de um salário mínimo por
processo, sendo assim, R$ 545,00.
A Tabela 1 apresenta todos os custos formados pelo acadêmico para a
importação de 2000 displays TFT 2,4” 240x320 da China para o Brasil, via modal
aéreo.
76

Tabela 1 – Custos do processo de importação

VALOR ADUANEIRO US$ R$


Mercadoria FCA 6.400,00 11.360,64
Frete Internacional 488,96 867,95
Seguro Internacional 32 56,80
TOTAL VA 12.285,39

TRIBUTOS DE NACIONALIZAÇÃO % R$
I.I. 0 0,00
I.P.I. 5 614,24
PIS/PASEP 1,65 271,41
COFINS 7,6 1250,13
TUS 214,50
ICMS (SC) 17 2997,67
TOTAL TRIBUTOS 5.347,95

DESPESAS OPERACIONAIS US$ R$


Liberação de AWB 200,00
Armazenagem INFRAERO 200,00
Sobretaxa de Combustível (despesa agente de carga) 145,60
CHD - Charge Handling Delivery (despesa agente de carga) 72,80
SDA - Sindicato dos Despachantes Aduaneiros 614,00
Fechamento de Câmbio (Carta de crédito) 200,00 355,02
Honorários Despachante 545,00
TOTAL DESPESAS OPERACIONAIS 2.132,42

CUSTO TOTAL DA OPERAÇÃO (TOTAL VA + TOTAL TRIBUTOS + TOTAL OP) 19.765,76


CUSTO POR UNIDADE DO PRODUTO 9,88
Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

Com todos os custos somados, o resultado do desembolso financeiro para


esta importação é de R$ 19.765,76, e o valor por unidade de display importado
ficaria em apenas R$ 9,88.
Com o auxílio da tabela, é possível perceber quais valores referem-se à
mercadoria, bem como o quanto seria gasto com as despesas operacionais. Mesmo
com taxa de I.I. a 0%, os custos com tributos chegam a 27% de todo o desembolso
financeiro.
77

Os dados referentes a custos como: frete internacional, seguro internacional e


demais despesas operacionais foram verificados junto com uma empresa de
Assessoria e Consultoria em Comércio Exterior, pertencente à família do Diretor da
Veico, Sr. Nicholas Zen. Por motivos éticos, o nome da mesma não será citado no
trabalho.

4.8 Quadro comparativo

Para atingir o quarto objetivo específico proposto no trabalho, fez-se


necessário uma comparação direta entre o produto adquirido no Brasil e o produto
importado da China. O Quadro 13 elenca informações que auxiliam na formação de
uma comparação entre as duas compras, descrevendo as empresas, quantidade de
peças, valor unitário em Real de cada display, assim como o valor total da compra,
prazo de entrega e condições de pagamento.

PRODUTO COMPRADO NO BRASIL PRODUTO COMPRADO NA CHINA


EMPRESA AGTechnologies ELSUN
QUANTIDADE 2000 PC 2000PC
VALOR UNITÁRIO 97,80 9,88
VALOR TOTAL 195.614,50 19.765,76
PRAZO DE ENTREGA 20 DIAS 30 DIAS
COND. PAGAMENTO 30/60/90 DIAS CARTA DE CRÉDITO À VISTA

Quadro 13 – Comparativo Nacional x Importado


Fonte: Elaborado pelo acadêmico, 2011

O valor da mercadoria citado no quadro referente à mercadoria de origem da


AGTechnologies está acrescentado do frete interno, que corresponde ao
deslocamento do produto desde a empresa fornecedora em Minas Gerais até à
empresa Veico. O valor do frete portanto, é de R$ 114,50, cotado com uma empresa
transportadora que já trabalha e possui cadastro com a Veico.
O Quadro deixa nítida a diferença de preço entre cada fornecedor. O produto
da Elsun da China chega a ser 888% mais barato do que os displays da
78

AGTechnologies, de Minas Gerais, e isso chamou muito a atenção, tanto do


acadêmico, como da empresa Veico.
Quanto ao prazo de entrega, os produtos provenientes da China, como
esperado, possuem um prazo maior do que os fornecidos pela AGT, cerca de 10
dias a mais, sem contar o transit time do transporte aéreo, que pode girar em torno
de uma semana e ainda a liberação na chegada da mercadoria. Porém, isso não
seria um grande empecilho na hora de escolher entre uma ou outra empresa, ao
menos para a Veico, a qual tem como ponto forte seu planejamento estratégico, e
isto faria com que as compras fossem pré programadas para não interferir numa
possível falta de componentes na linha de produção da empresa.
As condições de pagamento são um fator que pode intervir como critério de
decisão, dependendo da segurança que a empresa terá nesse pagamento, ou qual
prazo para pagamento que cada empresa cede. No caso apresentado, por ser um
valor bem inferior ao outro, a importação ficaria próxima aos R$ 20.000,00, o qual
comparado aos R$ 195.614,50 da compra nacional é muito mais viável , mesmo
sendo necessário efetuar o pagamento à vista.
Já a AGT cede uma pagamento em até 3 vezes, e cada parcela ficaria em
torno de R$ 65.000,00, valor este 3 vezes maior do que o valor da importação
inteira. Logo, o comprometimento financeiro que a Veico faria de R$ 19.784,69 seria
muito mais aconselhável do que desembolsar quase R$ 200.000,00 em uma compra
mesmo sendo no Brasil.
Um fator como a qualidade do produto também influencia muito em uma
decisão de compra, e para isso, a análise de amostras pode ser fundamental.
No que diz respeito à assistência técnica, suporte, espera-se, que por ser
mais próxima, a empresa brasileira ofereça mais comodidade e tempo de resposta
mais rápido em relação à chinesa.
Porém, a empresa Elsun tem como um diferencial a manufatura de produtos
especiais, de acordo com uma necessidade levantada pela empresa compradora.
Por exemplo, se a Veico solicitasse um display de tamanho diferenciado, com outros
recursos como toutch screen, para uma programação específica, a Elsun se dispõe
a estudar a proposta e produzir este display diferenciado. Prática esta que a AGT
não dispõe.
79

Diante de tais dados, a compra no exterior parece a mais viável para a Veico,
tendo como ponto mais impactante em uma tomada de decisão, o valor da
mercadoria, que está muito abaixo do mercado brasileiro.
80

5 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO

A primeira sugestão do acadêmico para a empresa Veico, é que a mesma


fomente em si a curiosidade de analisar bem a fundo este trabalho, o qual pode ser
muito útil caso a empresa realmente venha exercer práticas de importação. O
trabalho servirá como um norte, com indicações de potenciais fornecedores
chineses.
Para tal, fica também como sugestão, que a organização comece a pensar na
formação de um setor para trabalhar especificamente com comércio exterior, seja na
prospecção de fornecedores, tratativas comerciais, bem como monitoramento dos
processos envolvidos no comércio exterior, desde a saída da mercadoria da origem
até sua chegada e desembaraço no Brasil.
Sugere-se a Veico, que solicite amostra dos produtos em estudo, tanto da
empresa nacional, quanto da chinesa Elsun, para que o setor de eletrônica possa
verificar todos os pontos relevantes do produto, qualidade, durabilidade, aplicação, e
demais itens a critério da própria empresa.
Quanto à viabilidade do trabalho, devido ao resultado, fica a sugestão para a
Veico trabalhar com o mercado internacional, efetuando compra dos displays na
China com um valor bem abaixo do mercado nacional, sendo esta a opção mais
barata e também, começar a ter uma vivência internacional, mais experiência
comercial com outras culturas, o que poderia resultar em contatos até mesmo com
outros países além da China, e, posteriormente, adentrando a possibilidade de
exportar seus produtos com conhecimentos de comércio exterior mais refinados.
Logo, outra sugestão é o cadastramento da Veico junto aos órgãos
competentes, bem como a solicitação para operar com comércio exterior, possuindo
senha no RADAR e no SISCOMEX.
O acadêmico sugere ainda, a participação da organização em feiras
internacionais, feiras de automação residencial e de tecnologias para
acompanhamento do setor e do desenvolvimento de produtos similares aos da Veico
e suas partes e componentes. Do mesmo modo, a participação em feiras
internacionais, com ênfase na China, aproximaria a empresa de potenciais
fornecedores e maior conhecimento dos produtos chineses de interesse da Veico.
81

Na mesma linha de raciocínio, fica como sugestão, a visita do Diretor da


Veico até a China, o qual poderá analisar pessoalmente o perfil de relação comercial
do país, bem como o perfil dos fornecedores, a qualidade dos produtos, e possíveis
visitas às empresas de display chinesas.
A última sugestão fica a cargo da empresa analisar posteriormente a
viabilidade de importação de outros componentes eletrônicos chineses que
compõem os produtos Veico, uma vez que os displays se mostraram viáveis. Porém,
recomenda-se apenas a compra de componentes, e não do produto pronto, para
não conflitar com a essência da empresa Veico, a qual é uma indústria, e deve
continuar aproveitando sua capacidade produtiva.
82

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O comércio internacional de fato oferece diversas oportunidades, aproxima e


estreita os laços comerciais entre as nações, sustenta a economia mundial e atende
as necessidades específicas de cada país. O Brasil vive um momento de
estabilidade econômica, o Real está valorizado e isso deixa o país forte em poder de
compra.
Este acaba sendo o momento propício para a importação no Brasil, e faz com
que anime ainda mais a empresa Veico a começar a trabalhar com o mercado
internacional, atrás de novas oportunidades e expansão do seu campo de atuação.
A pesquisa teve seus objetivos alcançados, com um panorama geral dos
produtos Veico, mais especialmente os tipos de displays que a empresa se interessa
e pretende utilizar em seus novos projetos. Passando pelos displays Gráficos, os
displays TFT e os displays OLED, cada qual com suas particularidades, vantagens,
desvantagens e recomendações para utilização.
Com a realização da pesquisa viu-se a diferença de preço e as características
de cada um, sendo o display TFT o de maior custo benefício, desde que haja
recursos técnicos suficientes para sua aplicação, assim como visto no display
Gráfico, o qual tende a ser utilizado em aplicações que não necessitam de um
grande desempenho de imagem. O display OLED, por sua vez, é uma tecnologia
recente, ainda muito cara, porém, de uma performance fantástica. Acredita-se que
em alguns anos esta será uma das mais baratas tecnologias de displays e
monitores.
Em relação à procura de fornecedores no mercado chinês, conseguiu-se
encontrar e contatar alguns potenciais fornecedores, os quais apareceram ao longo
da pesquisa, e foram destacados os que obedeceram os critérios estabelecidos pela
própria Veico. Os de maior destaque foram contatados e um relacionamento entre o
acadêmico e as empresas chinesas se fez, a fim de obter informações acerca dos
displays que cada uma disponha.
Não houve grandes dificuldades em contatar os chineses e nem de manter
este contato, além do fuso horário distinto de cada país, a troca de e-mails se deu
em bom tempo e clareza absoluta.
83

Com informações obtidas sobre os produtos a serem comprados, fez-se


necessário à classificação dessa mercadoria para fins de importação, bem como
posteriormente a consulta do tratamento administrativo que a mesma exige, além de
obter conhecimento de toda carga tributária incidente na NCM aplicada.
Para atingir o objetivo da comparação de custos e então verificar a viabilidade
de importação dos displays chineses, todos os custos referentes ao valor da
mercadoria, custos tributários e despesas operacionais foram somados a fim de
colocar lado a lado com o produto nacional.
Isto mostrou claramente a diferença pecuniária que há entre importar displays
e comprá-los diretamente no Brasil. Logo, verificou-se que é viável a importação de
displays provenientes da China e isto influenciará muito na formação de custo do
produto final que a Veico aplicará os displays importados, conseguindo assim,
disponibilizar um produto com menor preço no mercado, alavancando sua
competitividade, sem deixar cair seu alto padrão de qualidade.
84

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<http://www.unilestemg.br/fapemig/index.html>. Acesso em 16 jun 2011.

UNIVALI, Roteiro dos estágios 2011 – Disponível em:


<http://univali.br/modules/system/stdreq.aspx?P=3093&VID=default&SID=62668350
4519285&S=1&A=close&C=32081>. Acesso em: 16 jun 2011.

VEICO. Catálogo Manual 2010. Disponível em: <http://www.veico.com.br>. Acesso


em 03 jun 2011.

VEICO. Produtos/Empresa. Disponível em: <http://www.veico.com.br>. Acesso em


03 jun 2011.
DECLARAÇÃO DO TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO

ITAJAÍ, 03 de novembro de 2011.

A empresa Veico.com.br Indústria e Comércio Ltda declara, para os


devidos fins, que o(a) estagiário(a) Jonas Diego Tarelho Martins, aluno(a) do
Curso de Comércio Exterior do Centro de Educação de Ciências Sociais Aplicadas -
Gestão, da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, cumpriu a carga horária de
estágio prevista para o período de 23/02/11 a 01/12/11, seguiu o cronograma de
trabalho estipulado no Estágio e respeitou as normas internas do Estágio
Supervisionado do Curso de Comércio Exterior.

__________________________________

Nicholas de Oliveira Zen


ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário
Jonas Diego Tarelho Martins

Orientador de conteúdo
Prof. Esp. Dannielly Freitas Voges

Supervisor de campo
Nicholas de Oliveira Zen

Responsável pelo Estágio


Profª. MSc. Natali Nascimento

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