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MESTRADO EM CONTABILIDADE E FINANÇAS

ANÁLISE CRÍTICA DE CINDO ARTIGOS CIENTÍFICOS

[“The Effect of financial education on students’ consumer choices: Evidence from a randomized
experiment.”]

[“Digital vs. in-person financial education: What works best for Generation Z?”]

[“Does financial education help to improve the return on stock investment? Evidence from
China.”]

[“Does financial education affect retirement savings?”]

[“Online or on-campus? Analysing the effects of financial education on student knowledge gain.”]

[ https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0167268121002559?via%3Dihub ]
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0167268121005096?via%3Dihub]
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0927538X23000069?via%3Dihub]
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212828X23000063]
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0149718923000502?via%3Dihub]

Ana Filipa Ferreira Martins – 2230119


Beatriz Carinha da Silva – 2230417
Mariana Filipa Duarte Coelho – 2230148

Responsável pela UC: Maria Cláudia Rocha do Couto Teixeira

Data: 28 de Dezembro de 2023


Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 2

Revisão de literatura ...................................................................................................................... 3

Metodologia .................................................................................................................................. 5

Resultados ..................................................................................................................................... 8

Conclusão .................................................................................................................................... 10

1
Introdução
O presente trabalho surgiu no âmbito da unidade curricular de Metodologias de
Investigação, do Mestrado em Contabilidade e Finanças do Instituto Superior de
Contabilidade e Administração do Porto, lecionado pela professora Maria Cláudia
Teixeira, com o propósito de realizar a análise de cinco artigos científicos, com o tema
geral de educação financeira. Assim, destacamos que todas as citações realizadas no
presente trabalho se encontram nos artigos analisados.

Foram objeto de análise os seguintes artigos: “The Effect of financial education


on students´ consumer choices: Evidence from a randomized experiment” da autoria
de Kenneth De Beckker, Kristof De White e Geert Van Campenhout, publicado no Journal
of Economic Behavior and Organization (volume 188, Agosto 2021, 962-976); “Digital
vs. in-person financial education: What works best for Generation Z?” da autoria de
Alessia Sconti, publicado no Journal of Economic Behavior and Organization (volume
194, Fevereiro de 2022, 300-318); “Does financial education help to improve the
return on stock investment? Evidence from China” da autoria de Yong Zhang,
Xiaomeng Lu e Jling Jian Xiao, publicado no Pacific-Basin Finance Journal (volume 78,
Abril de 2023, 101940); “Does financial education affect retirement savings” da
autoria de Melody Harvey e Carly Urban, publicado no The Journal of the Economics of
Ageing (volume 24, Fevereiro de 2023, 100446) e “Online or on-campus? Analysing
the effects of financial education on student knowledge gain” da autoria de Tommaso
Agasisti, Emilio Barucci, Marta Cannistrà, Daniele Marazzina e Mara Soncin, publicado
no Evaluation and Program Planning (volume 98, Junho de 2023, 102273).

A educação financeira vai além do simples controlo de gastos e inclui a habilidade


de elaborar orçamentos familiares, poupar e tomar decisões sobre investimentos. A
estabilidade financeira proporcionada por esta educação não beneficia apenas o
indivíduo, mas contribui para uma economia mais saudável e equilibrada.

Desta maneira, podemos dizer que, compreender e aplicar os princípios de


educação financeira é essencial para o bem-estar económico tanto a nível individual como
coletivo. Quando as pessoas possuem conhecimento sólido sobre como gerir as suas
finanças, estas tendem a tomar decisões mais informadas e eficientes, contribuindo,
consequentemente, para um impacto direto no funcionamento global da economia.

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Revisão de literatura

A sociedade e a economia em homogenia com o mundo encontram-se cada vez


mais integradas globalmente e sujeitas a mudanças constantes. Esta globalização resultou
numa crescente complexidade e diversidade nos mercados e nos instrumentos financeiros,
criando um ambiente financeiro consideravelmente arriscado para os consumidores. A
transformação no âmbito financeiro global, em conjunto com as mudanças demográficas,
económicas e políticas e impulsionada pelo crescimento exponencial do marketing
orientado para o consumo, constitui atualmente um dos principais desafios que as
populações e os seus cidadãos individuais enfrentam e necessitam de ultrapassar.

O conceito de educação financeira abrange vários elementos, incluindo a


consciencialização e compreensão sobre finanças, produtos financeiros, competências
pessoais, habilidades na gestão financeira e planeamento económico. Diversos autores
definem a educação financeira como a capacidade de ler, analisar, gerir e comunicar
eficazmente sobre os vários desafios financeiros que afetam o bem-estar material dos
cidadãos no quotidiano (Lusards & Mitchell, 2014). A perceção acerca do conhecimento
em relação aos diferentes instrumentos financeiros, aos princípios de mercado e à sua
regulamentação são consideradas competências e aptidões essenciais na área financeira.

Em termos gerais, a evolução do conceito de educação financeira reflete a


necessidade de adaptação ao mundo moderno, especialmente diante do contínuo
desenvolvimento dos mercados financeiros. Dado o papel crucial que o entendimento
básico de finanças desempenha na vida de cada indivíduo, a aplicação prática desses
conhecimentos torna-se ainda mais essencial. Isso assegura tomadas de decisão financeira
informadas, contribuindo para a estabilidade do ciclo de vida familiar. Além disso,
transmitir esses conceitos e comportamentos às gerações seguintes também se revela
fundamental.
Com a intensificação da globalização e o progresso tecnológico, os indivíduos
desfrutam de um acesso mais alargado a produtos financeiros e serviços. No entanto, as
decisões financeiras que enfrentam tornam-se cada vez mais complexas. Para evitar
equívocos financeiros, é imperativo que as pessoas possuam um elevado grau de literacia
financeira (Dinkova et al., 2018). Apesar de as instituições e os decisores políticos
reconhecerem a importância de aprimorar os níveis de literacia financeira em escala

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global, a estratégia mais eficaz para atingir este objetivo permanece por definir de forma
clara e inequívoca.
A relevância da educação financeira para a população em geral é evidente,
sobretudo no que diz respeito às crianças e jovens. É crucial que essa literacia esteja
incorporada na formação básica das crianças, capacitando-as a adotar atitudes e
comportamentos alinhados com decisões esclarecidas e responsáveis desde a sua tenra
idade. As atitudes face às decisões financeiras, nomeadamente comprar e poupar, são
formadas numa idade jovem e os erros cometidos podem ter efeitos cumulativos ao longo
da vida.

Inquéritos internacionais indicam que muitos adultos e jovens apresentam


baixos níveis de literacia financeira (Klapper et al., 2015). A educação financeira tem sido
considerada um meio de erradicar o analfabetismo financeiro e melhorar o bem-estar
financeiro. Estas iniciativas de educação financeira vão desde cursos escolares até
iniciativas fora do contexto escolar. Muitas destas iniciativas centram-se na melhoria do
conhecimento financeiro ou no estímulo de comportamentos financeiros positivos.

Segundo Ryack (2011), as pessoas que receberam educação financeira no


ensino secundário, em particular as que participaram no mercado de ações, têm uma maior
tolerância ao risco. Xiao e Porto (2019) revelam que a educação financeira afeta a
satisfação financeira dos consumidores através da literacia financeira, do comportamento
financeiro e da capacidade financeira.

Os estudos sobre a relação entre educação financeira e o comportamento


financeiro têm-se centrado no impacto da educação na poupança individual, segundo
Berry et al. (2017), no planeamento da reforma de acordo com Smith (2016), na gestão
responsável da dívida e no investimento em ativos financeiros de risco (Zhu & Xiao,
2021).

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Metodologia
A recolha e análise de dados no âmbito da educação financeira representam uma
etapa crucial para uma compreensão efetiva do impacto e da eficácia dos programas
educacionais. Existem várias abordagens que podem ser adotadas neste processo, cada
uma proporcionando perspetivas únicas e valiosas. Na presente análise foram utilizadas
metodologias quantitativas e qualitativas.

O estudo comparativo entre a educação financeira tradicional e a online foi


realizado através de um ensaio de controlo aleatório numa escola de Itália, envolvendo
alunos do ensino secundário com idades compreendidas entre os 16 e 18 anos. Foram
aplicados dois métodos: o primeiro consistiu em aulas presenciais lecionadas por um
professor e um consultor financeiro; o segundo método envolveu um curso online, com a
mesma carga horária. Os resultados da educação financeira foram acompanhados antes e
depois dos cursos, medindo o nível de literacia financeira através de um questionário
aplicado aos alunos de algumas turmas, comparando-os com turmas não submetidas aos
cursos. De notar que, antes do início do curso, foi medido o nível de literacia financeira
com um questionário para os alunos de todas as turmas.

De forma a complementar o estudo anterior, foram analisados os efeitos da


educação financeira no ganho de conhecimento dos alunos no ensino presencial ou online.
A experiência decorreu numa universidade italiana de referência nas áreas de Engenharia,
Arquitetura e Design Industrial, empregando uma abordagem de quase-experimento para
avaliar a eficácia de métodos de ensino em finanças. O Departamento de Matemática
concebeu um curso online aberto sobre conceitos fundamentais de finanças, integrando-
o no programa obrigatório de Economia Empresarial destinado aos estudantes do
primeiro ano de Engenharia Matemática. Com uma participação de 403 alunos
distribuídos entre turmas online e presencial, o estudo desdobrou-se em três fases
distintas: pré-teste, formação (com as turmas a serem submetidas a diferentes métodos de
ensino) e pós-teste. Foram implementadas medidas cautelares para assegurar a
conformidade e validade do estudo, nomeadamente a realização simultânea dos testes e o
anonimato dos alunos em relação aos resultados até ao término do experimento. Importa
salientar que o estudo prescindiu de um grupo de controlo intencional, optando antes por
comparar métodos de ensino em detrimento da eficácia do programa em si.

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No contexto do estudo, foi ainda analisado um ensaio controlado aleatório para
avaliar os efeitos causais da educação financeira nas decisões de consumo dos estudantes.
Os resultados foram medidos através de um ensaio de escolha discreta, que analisou as
preferências dos alunos em escolhas de consumo hipotéticas. A atribuição aleatória foi
efetuada ao nível da escola para evitar efeitos de contaminação. Os dados foram
recolhidos por meio de testes pré e pós-intervenção, além de um questionário
socioeconómico. O curso de educação financeira lecionado na experiência foi
desenvolvido como uma disciplina independente que as escolas disponibilizaram como
componente não obrigatória do plano curricular.

De forma a compreender se a educação financeira na adolescência tem um


impacto positivo nas poupanças a longo prazo para a reforma, foi analisado um estudo
empírico que examinava dados nacionais representativos. A metodologia deste estudo
baseava-se na análise da influência da educação financeira no ensino secundário sobre as
poupanças a longo prazo para a reforma. A abordagem adotada utilizava a variação
temporal e geográfica na implementação de cursos de finanças pessoais exigidos pelo
estado em escolas de ensino médio como um instrumento para avaliar o impacto desses
cursos sobre a probabilidade e o montante das poupanças em contas de aposentadoria na
idade adulta (25 a 40 anos). Os dados utilizados foram provenientes de fontes nacionais
representativas, assim como dados do Inquérito ao Rendimento e à Participação em
Programas que abrange amostras de indivíduos de baixos rendimentos. A análise
estatística empregava modelos de diferença em diferença de efeitos fixos bidirecionais
para avaliar os efeitos da educação financeira no ensino secundário sobre a probabilidade
de manutenção de contas de aposentadoria e outros ativos financeiros, como contas de
investimento não relacionadas à aposentadoria e propriedade de casa.

A pesquisa explora diferentes aspetos das finanças pessoais, incluindo stress


financeiro, dificuldades financeiras, planeamento financeiro relacionado com as
poupanças para a reforma, valores específicos da poupança para a aposentadoria, valor
da casa própria, características da hipoteca e património líquido. Esta abordagem
abrangente visa proporcionar uma compreensão aprofundada do impacto da educação
financeira no ensino secundário nas decisões financeiras dos adultos jovens em relação à
reforma.

Avaliar se a educação financeira pode potenciar o investimento em ações é uma


abordagem crucial para compreender de que forma o conhecimento financeiro pode
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influenciar o comportamento dos investidores. Neste sentido, procedeu-se à análise de
um estudo que investigou dados relativos a investidores nacionais representativos, através
do Inquérito ao Comportamento do Investidor Individual, focando-se, em particular, na
realidade chinesa. A metodologia empregue nesta investigação fundamentou-se na
análise do comportamento do investidor individual no que diz respeito a ações e ao seu
potencial retorno, com base nas respostas recolhidas nos inquéritos. O âmbito da pesquisa
abrangeu diversas áreas, incluindo as características dos investidores (tais como a sua
educação), o estado dos ativos (como ações e ativos invetiveis domésticos), as atitudes
subjetivas (tais como preferências financeiras), características psicológicas (sendo o
excesso de confiança um possível exemplo) e as características do comportamento de
investimento (como o ciclo de manutenção de ações). A análise destes fatores proporciona
uma compreensão mais aprofundada do comportamento dos investidores individuais face
às ações, e de que forma esse comportamento pode influenciar o retorno do investimento.

Estas múltiplas abordagens e resultados variados destacam a complexidade da


análise da educação literária, especialmente no domínio financeiro e a importância de
considerar diferentes métodos para compreender plenamente o impacto dessas
intervenções.

Através da análise dos artigos selecionados é possível identificar algumas


limitações, como a ausência de análise de quaisquer comportamentos financeiros e a
pequena dimensão da amostra em comparação com outros programas de educação
financeira na literatura. Idealmente, seria preferível acompanhar estes estudos a longo
prazo e os cursos deveriam poder ser realizados de forma mais intensiva, de modo a
aumentar a literacia financeira num contexto específico.

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Resultados

Os resultados obtidos nos estudos em análise oferecem uma perspetiva abrangente


e aprofundada sobre a eficácia da educação financeira em contextos diversos,
apresentando implicações cruciais para o desenvolvimento de políticas educacionais.
Destaca-se um impacto positivo e substancial da educação financeira na literacia
financeira. Os alunos submetidos a cursos, quer sejam tradicionais ou digitais, exibiram
níveis significativamente superiores de literacia financeira em comparação com o grupo
de controlo. A robustez desses ganhos de conhecimento é evidenciada pela sua
permanência mesmo três semanas após a conclusão do curso, consolidando a eficácia de
ambas as modalidades educativas.

Além disso, a constatação de uma diminuição na autoavaliação da literacia


financeira após o curso sugere uma convergência mais precisa com a realidade financeira.
Esta tendência aponta para a possibilidade de que os cursos digitais possam desempenhar
um papel benéfico a curto prazo, enquanto os cursos tradicionais, embora potencialmente
mais dispendiosos, oferecem vantagens sustentadas ao longo do tempo. A relevância do
papel do instrutor especializado, particularmente nos cursos tradicionais, é destacada pela
correlação positiva entre a presença de formadores com formação específica em finanças
pessoais e o desempenho dos alunos.

No que diz respeito às correlações identificadas nos estudos, a associação positiva


entre habilidades matemáticas e conhecimento financeiro geral reforça a interconexão
entre competências quantitativas e literacia financeira. A correlação negativa entre o
género feminino e o conhecimento financeiro destaca a necessidade de abordagens mais
inclusivas e personalizadas para mitigar disparidades.

No domínio dos investimentos, os resultados revelam uma associação positiva


persistente entre a educação financeira e a rentabilidade, bem como o lucro dos
investidores. Mesmo após considerar possíveis problemas de autocorrelação, a conclusão
é de que a formação financeira mantém sua relevância como indicativo significativo do
sucesso financeiro, especialmente nas áreas com menor proteção dos investidores, menor
experiência de investimento e menos ativos disponíveis para investir pelas famílias.

A relação entre a educação financeira e a rentabilidade do investimento pode dar


origem à endogeneidade, caracterizada pela possível interdependência entre as variáveis

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de um modelo económico. Nestas circunstâncias, a educação financeira dos investidores
é identificada como uma potencial fonte endógena, indicando a existência de uma relação
bidirecional entre a educação financeira e a rentabilidade do investimento.

As implicações dessas conclusões para a formulação de políticas educacionais são


significativas. Ambos os estudos convergem na importância de uma abordagem
integrada, que leve em conta uma variedade de fatores, desde currículos adaptados até
métodos de ensino inovadores e avaliações abrangentes. Estas conclusões enfatizam a
necessidade de uma resposta flexível às diversas realidades sociais e económicas, visando
promover uma literacia financeira mais ampla e, por conseguinte, um maior bem-estar
económico.

Numa síntese dos estudos específicos, o primeiro destaque para a educação


financeira obrigatória no ensino secundário aponta para efeitos limitados na reforma, mas
salienta benefícios em áreas como crédito e endividamento. O segundo, focado na eficácia
de cursos de curta duração, especialmente na modalidade online, destaca ganhos
significativos de conhecimento, ressaltando o potencial benéfico da tecnologia na
promoção da educação financeira. Ambos os estudos sublinham a necessidade de
abordagens específicas e adaptações curriculares para maximizar o impacto da educação
financeira, sustentando a importância de uma abordagem multifacetada para enfrentar os
desafios económicos e sociais.

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Conclusão
Através da análise exaustiva e da leitura aprofundada dos vários artigos referidos
na introdução deste trabalho, foi possível alcançar uma compreensão abrangente da
magnitude e relevância do tema em foco: a educação financeira. A leitura rigorosa e a
análise detalhada de cada um dos cinco artigos permitiu integrar os seus insights de
maneira coesa, proporcionando uma visão mais abrangente e percetível do objetivo
central desta pesquisa.

Através da ligação dos diversos pontos abordados nos diferentes artigos, foi
possível uma compreensão mais ampla sobre a importância da educação financeira. Cada
artigo contribuiu de maneira única para a construção de um quadro integrado, que destaca
a necessidade de promover a conscientização e um melhor entendimento financeiro em
diversos contextos.

A análise destes artigos não ressalta apenas a importância da educação financeira,


como também destaca as nuances e perspetivas abordadas pelos diferentes autores. A
abordagem integrada adotada neste trabalho visa fornecer uma visão completa, de forma
a permitir que os leitores percebam a complexidade do tema e compreendam melhor os
benefícios associados à educação financeira.

A análise combinada dos artigos destaca a relevância da educação financeira como


uma componente crucial para capacitar indivíduos e comunidades a tomarem decisões
informadas e sustentáveis em relação às finanças. Este trabalho busca consolidar as
descobertas e perceções obtidas a partir da leitura minuciosa dos artigos, contribuindo
assim para a disseminação do conhecimento e promoção da educação financeira em
diversos âmbitos. Assim, a integração dessas perspetivas visa enriquecer a compreensão
sobre a importância vital da educação financeira na sociedade contemporânea.

Em resumo, a análise dos artigos destacou que a educação financeira tem um


impacto positivo e significativo na literacia financeira em diferentes contextos. Tanto os
cursos convencionais quanto os cursos digitais foram eficazes, proporcionando ganhos de
conhecimento que persistem mesmo após o término do curso. No entanto, os cursos
digitais mostraram uma diminuição na autoavaliação da literacia financeira, que sugere
uma maior precisão com a realidade financeira.

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A importância do papel do professor na educação financeira foi enfatizada pelos
benefícios sustentados dos cursos tradicionais conduzidos por instrutores especializados.
Existiu ainda uma conexão positiva entre habilidades matemáticas e conhecimento
financeiro, destacando a interconexão entre competências quantitativas e a literacia
financeira. A correlação negativa entre o género feminino e o conhecimento financeiro
ressalta a necessidade de abordagens mais inclusivas.

A relação persistente entre a educação financeira e a rentabilidade demonstra a


importância da formação financeira no sucesso financeiro, especialmente em áreas com
menor proteção aos investidores. As implicações para as políticas educacionais destacam
a importância de uma abordagem integrada que leve em consideração diversos fatores,
como currículos adaptados, métodos de ensino inovadores e avaliações abrangentes.

A educação financeira obrigatória no ensino secundário teve efeitos limitados,


mas mostrou benefícios em áreas específicas. Por outro lado, os cursos online de curta
duração destacaram ganhos significativos de conhecimento, mostrando o potencial
benéfico da tecnologia na promoção da educação financeira.

Todos os estudos ressaltam a necessidade de abordagens específicas e adaptações


curriculares para maximizar o impacto da educação financeira, sublinhando a importância
de uma abordagem multifacetada para enfrentar os desafios económicos e sociais e
promover um maior bem-estar económico.

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