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Eleições no Confea/Crea/Mútua em plena pandemia

Flávio Domingues
É engenheiro civil. Atual como consultor de projetos de incorporação
imobiliária e é corretor imobiliário. Trabalhou na Celpe foi consultor na
Compesa e em projetos do Prodetur na Prefeitura do Recife. Foi Gerente
Comercial e Diretor de Relações Institucionais da Habiserve Incorporações e
Gerente de Incorporações da Construtora Conic.

“Se quisermos um mundo de paz e de


justiça, devemos colocar decididamente
a inteligência a serviço do amor” –
Antonie de Saint-Exupéry (1)

Não somos políticos. Somos engenheiros.


A eleição 2020 do sistema Crea/Confea/Mútua está sendo tratada como se fosse uma eleição
para presidente da República, mas deve ser de uma República de Bananas porque só em Bananas se
pensa eleição diante do quadro devastador da pandemia do coronavírus.

Falamos da eleição de um Conselho de classe. É um despróposito continuar com o processo


eleitoral em hora tão difícil para todo o planeta, onde milhares de vidas são perdidas para a Covid-19
e ainda não há previsão de quando sairemos da quarentena, determinada pelas autoridades sanitárias.

Vejo tratores da política da engenharia pretendendo ganhar a eleição passando por cima de
tudo, aproveitando a oportunidade, a impossibilidade da maioria tomar ciência das propostas e de
participar do pleito. Seria colocar à mostra uma esperteza daqueles que dominam o sistema e querem
se perpetuar?

Disse a amigos, em chats no Whatsapp, e confirmo escrevendo: não tive ligações políticas
com o Crea-PE. Só procurei o Crea-PE para solicitar Autorização de Responsabilidade Técnica
(ART) pelo trabalho que realizava em obras. Pela primeira vez me engajo em uma eleição e entendo
com clareza os motivos que não me levaram a ter uma participação ativa na política do Conselho que
congrega meus colegas de profissão, aquela que escolhi ainda novo na minha formação acadêmica.

Apóio a chapa “Crea para Todos” com os engenheiros Adriano Lucena para a presidência do
Crea-PE, Luiz Antonio e Rosely Monteiro para a direção geral e diretoria administrava da Mútua-
PE, respectivamente.
Não é ético, não é moral, não é justo com os nossos colegas engenheiros que eles sejam
aviltados no mais sagrado que há na democracia, a participação. Duvido até que seja legal continuar
um processo eleitoral maculado por duas coisas fundamentais em uma eleição:

. A impossibilidade levar informação ao eleitor (engenheiro), olho no olho; e


. A possibilidade de cerceamento do voto pelo medo de sair de casa, que deve persistir.

Fui rotariano e lá aprendi com a Prova Quádrupla, cartilha do bom rotariano, guia para os
relacionamentos pessoais e profissionais dos integrantes de Rotary International, que é necessário
responder às seguintes perguntas diante dos desafios e oportunidades da vida:

1. É a VERDADE?
2. É JUSTO para todos os interessados?
3. Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?
4. Será BENÉFICO para todos os interessados?

Ainda, mais, aprendi com meu pai, rotariano desde o início dos anos 1970, lições de Paul
Harris e aqueles que fundaram o movimento mundial. Meu pai sempre dizia, filho, primeiro "dar de
si, sem pensar em si" (2).

Não é isso que vemos na eleição do Crea. Defender uma eleição nesta situação de pandemia
é, antes de tudo só PENSAR EM SI. Não é postura de um bom rotariano, de um bom cidadão.

Se temos que trabalhar para eleger o candidato que tem as melhores condições e propostas
para nós, para mudar a forma de se fazer o Crea-PE, sigamos. Apesar da pandemia e a necessidade
de isolamento social pelas nossas vidas, de nossos familiares e de toda a sociedade, trabalhemos em
dobro. Mesmo dentro de casa, mesmo sem poder encontrar nosso amigo engenheiro de tantos anos
de amizade para falar das propostas e a ele pedir o voto para os candidatos da chapa Crea para
Todos.
Se temos que lutar, vamos ganhar.

(1) http://domdapazstellamaris.blogspot.com/2010/07/profissao-projeto-de-vida.html
(2) https://my.rotary.org/pt/guiding-principles
(3) https://www.rotary.org/pt/history-rotary-mottoes

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