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Livro Matemática Aplicada
Livro Matemática Aplicada
Matemática Aplicada
à astronomia, das comunicações ao desenvolvimento de equipamentos de Edson Carlos Chenço
precisão, enfim, em importantes áreas do dia a dia. Ao digitar senhas em caixas
eletrônicos, ao pensar na chance probabilística de ganhar na loteria, ao avaliar
riscos de um investimento, ao elaborar uma planilha orçamentária, as pessoas
estão “matematizando”, isto é, avaliando tudo que as cerca do ponto de vista
matemático.
Neste livro, houve a preocupação de mostrar a versatilidade dos conceitos
de matemática aplicada e sua utilidade. Estruturada em dez capítulos, a obra
parte dos conceitos iniciais de potenciação e radiciação, passando pelas
equações e problemas de primeiro e segundo grau, pelas progressões, matrizes
e determinantes, até finalizar com as funções polinomiais, limites e funções
derivadas. Em todos os capítulos há dezenas de exercícios resolvidos, exemplos
solucionados, aplicações em diversas áreas e, ainda, sugestões de outros
materiais que venham a enriquecer os conhecimentos do leitor.
Ter uma base sólida em matemática aplicada, portanto, possibilitará uma
formação científica de qualidade. Melhores decisões são tomadas quando se tem
acesso a informações precisas, ampliando o olhar sobre os problemas que se
manifestam no cotidiano.
IESDE
2019
© 2019 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos
direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: IESDE BRASIL S/A.
Apresentação 7
1 Fundamentos de matemática básica 9
1.1 Números inteiros e racionais 9
1.2 Potenciação 10
1.3 Radiciação 12
1.4 Razão e proporção 13
1.5 Regra de três 16
1.6 Equações do primeiro grau 18
1.7 Equações do segundo grau 22
5 Sequências e progressões 83
5.1 Sequências 83
5.2 Progressões aritméticas 87
5.3 Progressões geométricas 92
6 Análise combinatória e probabilidades 97
Mega-Sena: concurso 2120 de hoje pode pagar R$ 20 milhões 97
Números de celulares de todo o país terão nove dígitos a partir do dia 6 97
Rodízio de veículos em São Paulo é suspenso para o fim de ano 97
6.1 Conceitos introdutórios 98
6.2 Princípio fundamental da contagem 99
6.3 Probabilidade 106
8 Matrizes 133
8.1 Matrizes m x n 133
8.2 Operações envolvendo matrizes 136
8.3 Determinantes de uma matriz 139
Gabarito 197
Referências 229
Apresentação
Ter uma base sólida em matemática aplicada, portanto, possibilitará uma formação científica
de qualidade. Melhores decisões são tomadas quando se tem acesso a informações precisas,
ampliando o olhar sobre os problemas que se manifestam no cotidiano.
Bons estudos!
1
Fundamentos de matemática básica
Podemos dizer também que os números decimais estão entre os números racionais, pois, se
dividirmos uma fração, teremos como resultado um valor decimal. Vejamos os exemplos:
4 15 4
= 0, 80 7, 5 =4
5 2 1
Os números naturais também podem ser incluídos no conjunto Q, pois são expressos na
forma de fração, resultando em valor natural. O mesmo acontece com números inteiros. Nesses
casos, as frações são chamadas de frações aparentes. Vejamos os exemplos:
15 49
=5 7
3 7
Praticamente em todas as situações que envolvam medidas e contagem, os números inteiros e
racionais estão presentes. São necessários nos cálculos de engenharia, da matemática financeira, na
resolução de problemas de física, química e biologia, entre outras áreas. Como exemplo, podemos
observar o cálculo da média harmônica que envolve números inteiros, decimais e fracionários ao
mesmo tempo, demonstrando uma medida de velocidade média.
10 Matemática aplicada
1.2 Potenciação
A potenciação, também chamada de exponenciação, é uma das principais operações
desenvolvidas com os números reais, que englobam todos os conjuntos numéricos (naturais,
inteiros, racionais e irracionais). Quando desenvolvemos uma potência, um número é multiplicado
uma, duas ou inúmeras vezes por ele mesmo.
an = a . a . a . …
n vezes
O estudo da potenciação permite percebê-la como uma ferramenta fundamental para que
se possa avançar no pensamento matemático. Além de ajudar na resolução e solução de operações,
facilita a representação de números muito grandes ou muito pequenos de maneira mais objetiva.
Conhecer as regras de potenciação é, nesse sentido, pré-requisito para avançar no estudo de
conceitos e operações matemáticas, além de outras áreas do conhecimento.
Na multiplicação 3 . 3 . 3, você observa que todos os fatores são iguais. Essa mesma
representação pode ser abreviada:
3 . 3 . 3 = 33 = 27
Logo:
expoente
33 = 27 potência
base
b) Um número natural não nulo elevado ao expoente zero será sempre igual a 1. Exemplo:
80 = 1
d) Toda vez que o expoente for negativo, significa que haverá uma troca de posição entre o
numerador e o denominador.
1 1
Exemplo: 53
5 125
3
Exemplos: 52 = 5 . 5 = 25 92 = 9 . 9 = 81
Para dividir potências de mesma base, não nula, conservamos a base e subtraímos os
expoentes. Exemplo: 56 : 54 = 56 – 4 = 52 = 25
Para elevar uma potência a um novo expoente, o que chamamos de “potência da potência”:
conserve a base e multiplique os expoentes. Exemplo: (64)3 = 64 . 64 . 64 = 612 = 2176782336
12 Matemática aplicada
1.3 Radiciação
A operação inversa à potenciação se chama radiciação. Por meio das principais propriedades
da radiciação é possível resolver com mais facilidade exercícios que envolvem raízes.
Exemplo: 72 = 49 ∴ 49 = 7
n
a =b n = índice a = radicando b = raiz
Como a raiz é quadrada, não precisamos colocar o algarismo 2 no radical.
A radiciação é uma operação matemática para definir o valor de um número que, ao ser
multiplicado por ele mesmo uma ou inúmeras vezes, se transformará em outro número. Sabemos,
por exemplo, que a raiz quadrada de 16 é 4, pois se multiplicarmos o número 4 por ele mesmo, seu
resultado será 16. Nesse caso, temos um quadrado exato ou perfeito. Caso a intenção seja extrair a
raiz de um número não inteiro, como 16,7, teremos como resultado um número decimal.
Não há nenhum quadrado perfeito que resulte –4, por isso não é possível extrair a raiz.
b) Índice ímpar de uma raiz: para radicando positivo, a raiz também é positiva. Exemplo:
3
64 = 4
Para radicando negativo, o resultado mantém o sinal do radicando. Exemplo: 64 4
3
3 33
3
5 35
12 : 6 6:6
12
86 8 8
3
5 2 3 5 1 2 3 5 3 3 5
6 3 5 3 3 5 6 3 3 5 3 3 5
2
g) Exemplo de potência de um radical: 5 3 6 52 3 62 25 3 36
1.4.1 Razão
Razão, do latim ratio, significa divisão. São várias as situações na matemática em que se
utiliza o conceito de razão. Exemplos:
a) Para cada 180 passageiros, 90 eram mulheres. Logo: 90 : 180, um para dois.
b) De 1.600 ingressos, 400 eram para a plateia VIP. Logo, 400 : 1.600, um para quatro.
Então, 400 : 1.600, o antecedente é 400 e o consequente é 1600.
• Razões inversas
Observamos que, ao multiplicarmos uma razão e o seu inverso, sempre resultará em 1.
4 5
1
5 4
• Razões equivalentes
As razões equivalentes podem ser obtidas por produto ou divisão.
...×2...
2 4
=
4 8
... ×2 ...
... :2 ...
2 1
=
4 2
... :2 ...
• Grandezas de mesma espécie
Vemos que é possível relacionar grandezas representadas na mesma unidade.
Altura do armário 1 → 180 cm, logo, 1,8 m → 1
Altura do armário 2 → 540 cm, logo, 5,4 m → 3
• Grandezas de espécies diferentes
As grandezas se apresentam em unidades de medidas diferentes, mas mantêm correlação.
Distância → 180 km
Gasolina gasta → 18 litros
180
= 10km/l
18
Logo, a razão será 10 quilômetros por litro.
Vejamos outro exemplo: a distância de 750 km é percorrida por um avião em 5 horas. Qual
a razão entre essas grandezas?
750km
= 150km / h
5h
Fundamentos de matemática básica 15
1.4.2 Proporção
É uma igualdade entre duas razões. Quando observamos quatro números racionais a, b, c
e d, não nulos, é certo que formam uma proporção quando a razão do primeiro pelo segundo for
igual à razão do terceiro pelo quarto.
Logo, a : b = c : d, onde se lê a está para b, assim como c está para d.
Observe a proporção a seguir, na qual a segunda fração equivale ao dobro do valor da
primeira.
5 10
=
50 100
Produto dos meios: 50 . 10 = 500
Produto dos extremos: 5 . 100 = 500
• Termo desconhecido na proporção
Normalmente o termo desconhecido é chamado de x.
4 20
=
8 x
4 . x = 8 . 20
4x = 160, logo, x = 40
• Terceira proporcional
Na terceira proporcional, repetimos no terceiro termo o valor do denominador do
segundo termo e assim completamos a proporção.
10 20
=
20 x
10 . x = 20 . 20
10x = 400
Logo, x = 400 : 10
x = 40
• Quarta proporcional
Em a : b, assim como c : x, indicamos por x a quarta proporcional. Dados os valores 10, 20
e 12, por exemplo, determinamos a quarta proporcional do seguinte modo:
10 20
=
20 x
10x = 20 . 12
10x = 240, portanto, x = 24
Grandezas proporcionais
16 Matemática aplicada
Grandeza é aquilo que pode ser contado e medido. Superfície, volume, comprimento e
custo, por exemplo, são grandezas cujas medidas podem ser aumentadas ou diminuídas
de acordo com a situação apresentada. Diferenciamos as grandezas em diretamente
proporcionais ou inversamente proporcionais, dependendo da relação entre elas. Vejamos
os exemplos:
a) 10 operários fazem 50 metros de obra, logo, 20 operários farão 100 metros da mesma
obra.
10 : 50, assim como 20 : 100 (diretamente proporcional)
b) Para fazer uma obra, 10 operários trabalham 8 horas por dia. Se colocarmos 20 operários,
farão a mesma obra trabalhando 4 horas por dia.
10 : 8, assim como 20 : 4 (inversamente proporcional)
Operários Dias
8 20
4 X
Fonte: Elaborada pelo autor.
Logo, 4x = 20 . 8
4x = 160
x = 40 dias
12 6 x 8
Fonte: Elaborada pelo autor.
Como a incógnita x está na unidade de medida metro, todas as observações serão feitas com
base nessa medida.
• Se fazem 1.000 metros de asfalto em 5 dias, em 8 dias farão mais (direta).
• Se fazem 1.000 metros de asfalto em 8 horas, em 6 horas farão menos (direta).
• Se fazem 1.000 metros de asfalto com 10 operários, com 12 operários farão mais (direta).
18 Matemática aplicada
Portanto,
1.000 400
=
x 576
x = 1.440 metros
Os estudos de regra de três simples e composta foram essenciais para compreendermos que
na maioria das operações matemáticas há um elemento desconhecido, geralmente denominado
x. É a incógnita do problema. À medida que encontrávamos essa incógnita x na regra de três, o
problema estava solucionado.
Nos próximos temas abordados neste livro, as incógnitas estarão muito presentes. São elas que
permitem equacionar as situações-problema e estabelecer relações de igualdade. Os conhecimentos
obtidos no estudo da regra de três, então, permitem aprofundar conceitos matemáticos.
b) 5 x 2 x 2
3 3
5x 6 3x 2
3
2x = 8
x=4
Agora, observemos a equação:
2x + 8 = 3y – 4
Essa é uma equação de primeiro grau com duas incógnitas, x e y. Esse modelo de equação
pode ser representado na forma de ax + by = c, sendo que os números a e b são diferentes de zero.
Nessa equação, temos:
x e y = incógnitas b = coeficiente de y
a = coeficiente de x c = termo independente
Para resolver uma equação com duas incógnitas, x e y, é necessário que uma das incógnitas
tenha seu valor atribuído.
Por exemplo: dada a equação do primeiro grau com duas incógnitas 5x + 3y = 13, encontre
o valor de y quando x assumir valor igual a 2.
5x + 3y = 13
5 . 2 + 3y = 13
10 + 3y = 13
3y = 13 – 10
Portanto, 3y = 3 = 1
20 Matemática aplicada
x + y = 26 → questões certas
2x + 3y = 58 – pontos de acertos
Sempre indicamos o sistema por meio de uma chave:
x + y = 26
2x + 3y = 58
x + y = 26
x + 6 = 26
x = 26 – 6
Logo, x = 20 questões.
• Resolução pelo método da adição:
x + y = 26
2x + 3y = 58
Fundamentos de matemática básica 21
–2x – 2y = –52
+
2x + 3y = 58
_________________
–2y + 3y = –52 + 58
y=6
Vamos observar:
x + y = 26
x + 6 = 26
x = 26 – 6
x = 20
É possível também resolver sistemas do primeiro grau nos quais alguns valores são
representados na forma de frações ou na forma decimal. A resolução é semelhante aos exemplos
apresentados.
Resolução:
x é a idade de Marcelo
2(x + 8) é a idade de Pedro
Temos ainda que a idade de Pedro não supera o triplo da idade de Marcelo:
3x ≥ 2(x + 8)
3x ≥ 2x + 16
3x – 2x ≥ 16
x ≥ 16
A idade de Pedro é maior que 16 anos.
Onde:
a=2
b=0
c = –48
b
x
2a
3 7 3 7
x’ 2 x " 5
2 2
Agora vamos observar outras resoluções possíveis para equações incompletas.
Dada a equação x2 – 49 = 0, em que a = 1 e c = 49, temos:
x2 = 49
x = 49
x = +– 7
24 Matemática aplicada
Quando os coeficientes não são dados pelos tradicionais a, b e c, mas usadas outras letras
ou símbolos, as equações são chamadas de literais. Suas raízes serão calculadas em função de outra
letra, que poderá assumir diferentes valores. Exemplo:
4x2 – 16j2 = 0
x2 = 4j2
x = 4 j2
x = +– 2j
Hoje, temos programas computacionais que resolvem em segundos equações complexas
do segundo grau. Geralmente são suplementos em programas de administração, engenharia,
aeronáutica e astronomia. A evolução dos estudos que envolvem as equações, em especial aquelas
do segundo grau, permitiram maior precisão nos cálculos e melhora nos resultados de estudos
científicos.
2
x 19 92 62 19 81 9
x + 19 = 81 Logo, V = (62)
x = 81 – 19
x = 62
Fundamentos de matemática básica 25
b) 6x x 0
Solução: Verificação:
6 x x 6 2 2 0
2
x 4 0F
2
6x
6 – x = –x2 4 2 02 2 0
x2 + x – 6 = o 6 3 3 0
x' = 2 x" = –3 9 3 0 3 3 0 V
Logo, V = {–3}; note que 2 é uma raiz que não satisfaz essa equação irracional. Isso porque,
quando fazemos a verificação dos resultados à direita, observamos que os valores não representam
os resultados das raízes da equação.
Para a solução, o primeiro passo é isolar x ou y em uma das equações. Escolhemos a segunda
equação pela simplicidade, pois teremos que usá-la em um processo de substituição.
x=4–y
26 Matemática aplicada
Substituindo na primeira:
x2 + y2 = 10
(4 – y)2 + y2 = 10
(4)2 – 2 . 4 . y + (y)2 + y2 = 10
16 – 8y + 2y2 – 10 = 0
6 – 8y + 2y2 = 0
Podemos dividir toda a equação por 2, tendo:
y2 – 4y + 3 = 0
Para y = –3
x=1–y
x’’ = 1 – (–3)
x’’ = 1 + 3
x’’ = 4
Solução = {(–3; 4) e (4; –3)}
Considerações finais
Todos os conceitos apresentados nesse capítulo compõem os fundamentos necessários
para o início dos estudos de matemática aplicada. Além de conhecê-los e entender suas
aplicabilidades, é importante exercitá-los. Os exercícios ajudarão a diferenciar e fixar os
diversos modelos, identificar as propriedades, os casos especiais e formar, assim, uma boa
base matemática.
Nesse site você encontrará um conjunto de vídeos sobre potenciação e radiciação, com
conceitos, aplicações e muitos exercícios resolvidos. É recomendável explorar os materiais
disponibilizados.
Atividades
1. Faça a redução a uma potência:
a) [(–53)4]
3
b) 2
2
7
2. Resolva as expressões a seguir:
c) 43 : 4 . 44 : 4 . 45 : 4 : 46 – 4
d) 4 4 − 2 4
e) 1 ⋅ 62
64
f) 3 1 + 49
g)
3
16 + 3 54
3
125
h) 10 6
5 3
3. Resolva as equações do primeiro grau a seguir:
a) 1 x 2 3 x 7
5 2
Fundamentos de matemática básica 29
b) 16 7
x 7 3x
5 4
c) 20 y 4 x 20 , sendo y = 8
4. Ao fazer a soma das despesas do mês, Pedro somou duas vezes algumas contas da padaria,
apresentando um gasto de R$ 634,00. Se ele não tivesse cometido esse engano, o valor
encontrado seria de R$ 498,00. Portanto, qual é o valor correto dos gastos?
5. A soma das idades de Pedro e João é de 64 anos. Sabendo que a idade de João é o triplo da
idade de Pedro, qual é a idade de cada um deles?
a) x + y = 14 e 2x + 3y = 48
b) 3x + 4y = 51 e x – y = 10
c) 3(1 – 2x) < 2(x + 1) + x – 7
a) Considere que 10 operários, trabalhando 7 horas por dia durante 15 dias, constroem
300 metros de um muro com nível de dificuldade 2. Se aumentarmos o nível de
dificuldade para 3, com 12 operários trabalhando 8 horas por dia, durante 12 dias,
quantos metros de muro aproximadamente serão feitos?
b) Uma fábrica produz lotes de 500 aparelhos de ar-condicionado por mês, trabalhando
com 20 operários durante 30 dias, 7 horas por dia. Se a fábrica aumentar a produção para
600 aparelhos e diminuir o prazo para 20 dias, 35 operários teriam de trabalhar quantas
horas?
a) 9 x 14 2
Determine o valor de x.
b) 2x 3 x 5
Determine o valor de x.
c) x 2 y 2 20
x+y=6
2
Estudo dos conjuntos
Começamos este capítulo com a seguinte indagação: por que estudar a teoria dos conjuntos?
O estudo da teoria dos conjuntos é um dos primeiros conteúdos apresentados no ensino
médio. Apesar de parecer simples, sua compreensão formará a base para o entendimento dos
conteúdos seguintes, como as funções.
A maioria dos temas da matemática evoluiu a partir dos estudos de muitos pesquisadores.
No caso específico da teoria dos conjuntos, seu início, em meados de 1850, envolveu pesquisas de
vários matemáticos na Inglaterra, França e Índia principalmente, culminando na publicação de um
artigo por Georg Cantor, que se tornou referência na área. Segundo Cantor (1874), um conjunto “é
uma coleção de objetos claramente distinguíveis uns dos outros, chamados elementos, e que pode
ser pensada como um todo”. Por sua relevância, esse artigo influenciou outros estudiosos em toda
a Europa.
Em seus estudos, Cantor provou, por exemplo, que uma coleção de números reais e uma
coleção de números inteiros positivos não são contáveis, mas ordenáveis1. Assim, a partir dessas
novas ideias, os conceitos de progressões aritméticas e geométricas foram revistos. Neste capítulo,
portanto, veremos a definição e importância da teoria dos conjuntos.
1 John O’Connor e Edmund Robertson (1998) descrevem detalhadamente esse período histórico, entre outros da
matemática, em seu projeto MacTutor History of Mathematics Archive, que reúne informações de pesquisadores
relevantes na área. Disponível em: http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/history/. Acesso em: 2 set. 2019.
32 Matemática aplicada
Figura 1 – A B: A união B
A
Figura 2 – A B : A intersecção B
A
Símbolo Característica
Figura 4 – Representação A B
A
Outros exemplos:
• Dados os conjuntos B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}, C = {1, 3, 5, 7,9} e D = {5, 6, 7, 8, 9}, vamos obter:
a) B C.
b) B C D.
Solução:
a) B C = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9}.
b) B C D = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}.
Para uma representação A B – intersecção de conjuntos –, por sua vez, como intersecção
dos conjuntos A e B, definimos o conjunto representado por todos os elementos que pertencem a
A e B simultaneamente, isto é:
A B = { x / x A e x B}
36 Matemática aplicada
A intersecção de dois conjuntos equivale a representar somente os elementos que são comuns
a ambos os conjuntos.
Dados dois conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e B = {5, 6, 7, 8, 9}, podemos concluir que a
intersecção, representada por A B, será o conjunto {5, 6}, que se compõe de elementos que
aparecem nos dois conjuntos ao mesmo tempo.
Caso dois conjuntos ou mais não tenham elementos comuns, a intersecção entre eles será
um conjunto vazio.
Figura 5 – Representação A B
A
• Dados os conjuntos A = {0, 1, 5, 7, 9}, B = {0, 2, 5, 7}, C = {4, 6, 7, 9} e D = {0, 1, 6}, vamos
definir:
a) A B
b) A C
c) A B D
Solução:
a) A B = {0, 5, 7}
b) A C = {7, 9}
c) A B D = {0}
Vejamos um exemplo:
• Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} e B = {2, 4, 6}, obtenha:
a) A – B
b) B – A
Solução:
a) A – B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} – {2, 4, 6} = {1, 3, 5, 7}
b) B – A = {2, 4, 6} – {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} = { Ø }
Por exemplo:
Sejam A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} e B = {4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}, temos:
A B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
A B = {4, 5, 6, 7}
Gráfico 1 – Representação A . B
12
10
C F
6
B E
4
A D
0 2 4 6 8 10 12
Solução:
A . B = {(1, 2); (2, 2); (3, 2); (4, 2); (1, 3); (2, 3); (3, 3); (4, 3)}
B . A = {(2, 1); (2, 2); (2, 3); (2, 4); (3, 1); (3, 2); (3, 3); (3, 4)}
Estudo dos conjuntos 39
x
0 1 2
Vimos, portanto, que uma relação binária é um conjunto em que todos os pares ordenados
são pertencentes ao conjunto cartesiano. Importa reforçar ainda que o produto cartesiano é o
resultado de pares ordenados, nos quais a abscissa deve pertencer ao conjunto A e a ordenada, ao
conjunto B.
40 Matemática aplicada
2.4 Intervalos
Segundo Dante (2013), outra representação dos conjuntos pode ser feita com o uso de
intervalos, que são subconjuntos do conjunto R, determinados por desigualdades. Os intervalos
são classificados em abertos e fechados, podendo serem representados da seguinte forma:
• Intervalo aberto: ]a,b[ ou {x Є R / a < x < b}
• Intervalo fechado: [a,b] ou {x Є R / a ≤ x ≤ b}
• Intervalo fechado em a e aberto em b: [a,b[ ou {x Є R / a ≤ x < b}
• Intervalo aberto em a e fechado em b: ]a,b] ou {x Є R / a < x ≤ b}
• Semirreta esquerda aberta ou fechada em a: ]– ∞, a[ ou ] – ∞, a]
• Podendo ser representado {x Є R / x < a} ou {x Є R / x ≤ a}
• Semirreta direita aberta ou fechada em a: ]a, + ∞[ ou [a, + ∞[
• Podendo ser representado {x Є R / x > a} ou {x Є R / x ≥ a}
a b
]a, b[
a b
[a, b]
a b
[a, b[
a b
]a, b]
a
]–∞, a]
a
]a, + ∞[
Fonte: Iezzi; Murakami, 2013.
–3 3
Fonte: Iezzi; Murakami, 2013.
A = {x R / –3 < x ≤ 4}
B = {x R / 1 ≤ x < 7}
Logo, A – B ?
–3 4
1 7
Estudo dos conjuntos 41
Portanto, A – B é:
–3 4
a) ]–∞, 2]
b) ]1, 5[
1 5
c) {x R / 3 < x ≤ 7}
3 7
Os intervalos na reta real também são muito utilizados para representar os resultados das
inequações. Vimos, portanto, que uma reta na qual cada um dos infinitos números reais pode ser
representado é chamada de reta real. Vimos também que em toda reta real os números são sempre
organizados de maneira crescente, do menor para o maior.
1. Uma docente de estatística aplicou em uma turma uma enquete rápida de modelo quantitativo
para saber por quais clubes os alunos torciam e chegou ao seguinte resultado:
Vamos chamar de A o conjunto dos torcedores do São Paulo, de B o conjunto dos torcedores
do Palmeiras e de C o conjunto dos torcedores do Atlético Paranaense, logo, A B C = Ø.
Quantos alunos participaram da pesquisa?
Solução:
A = São Paulo
B = Palmeiras
C = Athletico Paranaense
18 + 5 + 6 + 4 + 17 = 50, logo, 50 alunos participaram da pesquisa.
42 Matemática aplicada
0 18
17
0
6 5
Solução:
A – C = {0, 1, 2, 3} → Esse é o conjunto de todos os elementos de A que não pertencem a B.
B – C = {7} → Esse é o conjunto de todos os elementos que pertencem a B e não pertencem
a C.
Logo, a intersecção entre (A – C) (B – C) é vazia, visto que nenhum número se repete
nesses dois conjuntos.
3. Seja A = {1, {3}, {1,3}}, considere as afirmações e avalie se são verdadeiras ou falsas.
(I) 1 A
(II) 3 A
(III) Ø A
(IV) {1,3} A
Solução:
Para chegar à resposta correta dessa questão, lembre-se das relações de pertinência e das
relações entre subconjunto e conjunto.
(I) Veja que 1 é elemento de A e o símbolo usado (pertence) para relacionar está correto,
então o item I é verdadeiro.
Estudo dos conjuntos 43
(II) Note que 3 não é elemento do conjunto A, portanto, não pertence ao conjunto A. Logo,
o item II não está correto. Observe que {3} é elemento de A. Há uma diferença entre 3 e
{3} – enquanto 3 indica que o elemento 3 não pertence ao conjunto A, {3} indica o conjunto
composto pelo elemento 3, e este conjunto pertence a A. O item IV é semelhante.
(III) Uma das propriedades de inclusão (por definição de subconjunto) diz o seguinte: o Ø
(vazio) está contido em qualquer conjunto, portanto o item III está correto.
(IV) Aqui vemos que {1,3} é um elemento de A e não um subconjunto, logo, a afirmação
não está correta, pois deveria ser usado o símbolo de pertence. Nesse caso, o símbolo estaria
correto se, em vez de {1,3}, tivéssemos {{1,3}} – observe que uma chave a mais indica o
subconjunto composto pelo elemento {1,3}.
4. Sabendo que x = {1, 2, 3, 4}, y = {4, 5, 6} e z = {1, 6, 7, 8, 9}, podemos afirmar que o conjunto
(x y) z é dado por?
Solução:
Todos os elementos dos conjuntos fazem parte do conjunto união e não há necessidade de
se repetir o mesmo elemento.
(x y) = {4} e z = {1, 6, 7, 8, 9}
(x y) z = {1, 4, 6, 7, 8, 9}
5. Felipe e Márcia têm uma filha chamada Mariana. Eles se programam para viajar sempre no
mês de janeiro. Felipe sai de férias do escritório nos dias 2 a 28, e Márcia, 5 a 30. As férias
de Mariana na faculdade ocorrem nos dias 1º a 25. Como eles poderão viajar de modo que
possam otimizar os três calendários?
Solução:
Observamos a necessidade de fazer uma intersecção:
Felipe = {2, 3, 4, 5, …, 25, 26, 27, 28}
Márcia = {5, 6, 7, …, 25, 26, 27, 28, 29, 30}
Mariana = {1, 2, 3, 4, 5, …, 25}
Note que Márcia só pode viajar a partir do dia 5, assim como podem Felipe e Mariana.
Observe que a família só poderá estar unida no período de {5, 6, 7, …, 23, 24, 25}, ou seja,
durante 21 dias. Lembre-se de não excluir o dia 5, pois está incluso no período de férias.
44 Matemática aplicada
Solução:
Nos nossos cálculos, consideramos que todos os alunos (30) gostam de pelo menos uma
disciplina, certo? Em momento algum, no entanto, o enunciado afirma isso. Você está de
acordo?
Podemos ter alguns alunos que não gostam de nenhuma dessas disciplinas, o que aumentaria
o número de alunos que gostam de ambas.
Exemplos:
Por essa razão, o número de alunos que gostam de Língua Portuguesa e Geografia será no
mínimo 6.
Solução:
10 + 2 + x = 15 ↔ x = 3 consumidores
Considerações finais
É pertinente e interessante observar como a teoria dos conjuntos revolucionou a matemática
moderna. Os conceitos de funções, de progressões aritméticas, geométricas e muitos outros de
estatística, como seleção e organização de informações, representações gráficas e correlações, têm
como base fundamental a teoria dos conjuntos. Além de Cantor, outros matemáticos foram
importantes nessa teoria, como o inglês John Venn, que, para facilitar o entendimento das relações
de união e intersecção entre conjuntos e seus elementos, criou os chamados Diagramas de Venn2.
• O HOMEM que viu o infinito (The man who knew infinity). Direção: Matt Brown. Reino
Unido: Diamond Films, 2015. 1 filme (108 min.).
O filme apresenta a história real de Srinivasa Aiyangar Ramanujan (1887-1920), um dos
maiores gênios e mais influentes matemáticos do século XX. De origem humilde e sem
formação acadêmica, Ramanujan contribuiu para a matemática com diversos trabalhos,
entre eles a teoria dos conjuntos, números e séries infinitas.
2 “Diagrama de Venn é um sistema de organização de conjuntos numéricos, onde os elementos são agrupados em
figuras geométricas, facilitando a visualização da divisão feita entre os diferentes grupos” (SIGNIFICADOS, 2018).
46 Matemática aplicada
Atividades
1. Durante cinco anos, um cavalo deve tomar pelo menos duas vacinas para se manter saudável.
Então, um haras vacinou todos os seus cavalos, 80% contra a raiva e 60% contra o tétano.
Determine o percentual de animais que foram vacinados contra as duas doenças equinas.
Podemos dizer que função é um caso particular de relação entre os elementos de dois
conjuntos A e B, em que cada elemento do conjunto A se relaciona com somente um elemento do
conjunto B. Dizemos que é um caso particular porque nem todas as relações são funções, apenas
aquelas que se enquadram nessa definição.
Se em um barzinho para um happy hour, por exemplo, o garçom explica que uma tulipa
custa R$ 3,00, porém 10 custarão R$ 25,00, entenderemos que o valor de y a ser pago para o garçom
vai depender da quantidade x de tulipas que as pessoas beberem.
Logo, o valor y será obtido de acordo com a quantidade x consumida. Podemos dizer que
y = 3,00 . x, ou ainda, y = f (x). Assim, acabamos de criar uma função.
Da mesma forma, à medida que o preço do carro sobe, o valor do consórcio também sobe –
portanto, o valor do consórcio sobe em função do valor do carro, de modo que podemos dizer que
y se modifica em função de x.
Observe que o estudo das funções será relevante para a resolução de situações-problema
presentes na matemática aplicada. Por isso, um dos objetivos do estudo deste capítulo em relação
às funções é partir de informações que já sabemos para aquelas a conhecer.
A cada bimestre, observamos um preço para o produto “X”. Logo, podemos afirmar que cada
preço (p) está associado a um bimestre (t). O preço, portanto, vai depender do bimestre escolhido.
Nesse caso, podemos também substituir cada bimestre por um número, como uma associação
entre duas variáveis numéricas. Vejamos a Tabela 2 a seguir.
48 Matemática aplicada
Bimestre (t) 1 2 3 4 5 6
Preço (p) R$ 6,70 6,75 6,80 6,88 6,95 7,01
Fonte: Elaborada pelo autor.
Observe que cada valor da variável “bimestre” está associado a um único valor da variável
“preço”; é isso que caracteriza uma função matemática.
A variável t, nesse caso, é chamada de independente, e a variável p é chamada de dependente.
A variável t independente é o domínio, e a variável p dependente é a imagem. Vamos ver essas
informações no Gráfico 1, a seguir.
Gráfico 1 – Representação do preço do produto “X” em Curitiba
7,01
6,98 7,01
6,95
Preço
6,85 6,88
6,08
6,73 6,75
6,07
6,06
1 2 4 5 6
Bimestre
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observamos, então, que o eixo y representa a imagem (variável preços) e o eixo x representa
o domínio (bimestres). O resultado gráfico é uma correlação ou função linear. Podemos dizer
também que trata de uma série temporal, pois a variável independente x está representando
um período expresso em bimestres. Ainda, vemos uma evolução de preços na série histórica de
bimestres, por isso avaliamos ser um gráfico bastante positivo.
Na função de primeiro grau existe uma lei de formação que define a estrutura dela. Nesse
caso, a lei de formação é dada por: y = ax + b, sendo que a e b são sempre números reais e diferentes
de zero.
Vamos ver, nas próximas seções, que todos os tipos de função têm uma lei de formação
exclusiva.
R$ 600,00
y Comissões
R$ 500,00
R$ 400,00
R$ 300,00
R$ 200,00
R$ 100,00
R$ 1.000,00 R$ 2.000,00 R$ 3.000,00 R$ 4.000,00 R$ 5.000,00 R$ 6.000,00
x Vendas
Fonte: Elaborado pelo autor.
50 Matemática aplicada
38
25
13
0
0 15 30 45 60
Fonte: Elaborado pelo autor.
y y
b b
x x
Em resumo:
Existem, ainda, casos particulares da função afim. Apresentamos, a seguir, alguns deles.
52 Matemática aplicada
Função identidade
• Definida por f(x) = x
• Condições: a = 1 e b = 0
Passará exatamente no cruzamento dos eixos x e y, no ponto (0,0). Ela intersecta a origem do
plano cartesiano. Vejamos, no Gráfico 5 a seguir, um exemplo da função identidade y = 2x.
Gráfico 5 – Representação da função identidade y = 2x
8 Eixo y
Eixo x
0
0 1 2 3 4
Fonte: Elaborado pelo autor.
Função constante
• Definida por f(x) = b
• Condições: a = 0
Eixo x
0
0 1 2 3 4
Fonte: Elaborado pelo autor.
Funções: gráficos e aplicações 53
Função linear
• Definida por f(x) = ax, com b = 0.
Sua característica principal é o gráfico sempre intersectar a origem do plano cartesiano e
apenas a inclinação da reta variar, dependendo do valor de a. Vamos representar as funções lineares
y = 1 / 2x, 2x e 4x, e observar os comportamentos.
Gráfico 7 – Representação da função linear
eixo y
16 16
15,5 y = 4x
15
14,5
14
13,5
13
12,5
12 12
11,5
11
10,5
10
9,5
9 y = 2x
8,5
8 8 8
7,5
7
6,5
6 6
5,5
5
4,5
4 4 4 y = 0,5x
3,5
3
2,5
2 2 2
1,5
1 1,5
0,5 1
0,5
0
0 1 2 3 4
Fonte: Elaborado pelo autor.
Considere a função: y = 4x + 8
Se tomarmos y = 0, temos:
4x + 8 = 0
4x = –8
x = –2
6.8
4.5
2.3
0
0 2 4 6 8
O diagrama de dispersão revela os pontos obtidos por meio da correlação das variáveis x e
y. Perceba que eles estão ajustados na linha gráfica ou muito próximos dela. Isso indica que existe
uma relação bastante forte entre as variáveis. Podemos, assim, ajustar um modelo que torne essa
linha perfeita.
Funções: gráficos e aplicações 55
Para isso, cabe considerar que o ajuste do modelo de regressão linear simples é dado por:
y=α.x+β+ε
Em que:
• y é o valor observado (variável dependente);
• x é a variável explicativa (variável independente);
• α ou a é o coeficiente angular (inclinação da reta);
• β ou b é o intercepto (coeficiente linear).
Podemos também exprimir de uma forma mais conhecida como equação da reta:
y = ax + b
Vamos aplicar essas teorias a um exemplo e construir o modelo passo a passo. Observe a
relação a seguir:
O valor de um carro é a variável independente em relação a um consórcio, pois os valores de
um consórcio variam em função do preço do carro.
Tabela 3 – Relação entre as variáveis carro e consórcio
30 3
40 4
50 5
60 6
Fonte: Elaborada pelo autor.
Média x = ∑x Média y =
∑y
n n
20 30 40 50 60 23 456
40 4
5 5
Agora, em um segundo passo, vamos fazer alguns cálculos auxiliares para encontrar o
coeficiente angular:
Tabela 4 – Dados para encontrar o coeficiente angular
Σx Σy Σx² Σxy
20 2 400 40
30 3 900 90
40 4 1600 160
50 5 2500 250
60 6 3600 360
900 800
a
9000 8000
a = 0,1
O terceiro passo implica desenvolver a equação ajustante da reta:
y=a.x+b
y = 0,1 . x + 0, que é uma função de primeiro grau.
Ou y = 0,1 . x
Agora, já podemos fazer, por exemplo, uma projeção: quando x for igual a 65, qual será o
valor de y?
y = 0,1 . x
y = 0,1 . 65
y = 6,5
Q (un.) P (R$)
80 120
95 110
100 92
115 84
125 79
130 75
Fonte: Elaborada pelo autor.
Solução:
Média x = 107,5 Média y = 93,33
Cálculo auxliar:
Σx = 645 Σy = 560 Σx2 = 71.175 Σx . y = 58.535
a) Coeficiente angular a:
58535 60200
a
71175 69337, 5
1665 a = –0,90 (função decrescente)
a
1837, 5
Coeficiente linear b:
b = média y – a . média x
b = 93,33 – (–0,90) . 107,5
b = 93,33 + 96,75
b = 190,08
b) Equação ajustante:
y = ax + b
y = –0,90 . x + 190,08
a) A lei de formação que mostra o valor da tarifa cobrada em função dos quilômetros de
duração da viagem.
b) Qual será o valor do pagamento ao final da corrida.
Solução:
Considerando P o preço da tarifa, temos:
P(x) = ax + b
P(x) = 3,20 . x + 5,20
Logo:
P(x) = 3.20 . 9 + 5,20
P(x) = R$ 34,00 a corrida
Solução:
G(x) = ax + b
G(x) = 120 . x + 3.000
G(x) = 120 . 30 + 3.000
Logo:
G(x) = R$ 6.600,00
Q CT (R$)
0 40,00
50 140,00
100 240,00
150 340,00
200 440,00
250 540,00
300 640,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Funções: gráficos e aplicações 59
Com base nessas informações, calcule o custo médio unitário (CMU) da produção.
Solução:
Tabela 7 – Custo médio dos salgados produzidos
Q CT (R$) CMU
0 40,00
Concluindo:
• Quando observamos o custo fixo unitário, chegamos à conclusão de que é variável,
diminuindo à medida que o volume de produção aumenta.
• Quando vemos o custo variável unitário, percebemos que é fixo, em R$ 2, durante certo
tempo.
60 Matemática aplicada
• Logo, podemos dizer que os custos fixos são fixos no total, mas variáveis quando
observados individualmente. Já os custos variáveis são variáveis no total, mas fixos
quando olhamos unitariamente durante certo tempo.
Nesse contexto, nossa função pode ser criada.
A função afim mostra que f(x) = ax + b, então podemos dizer que:
C(x) = CV . x + CF ou
CT = 2 . x + 40
Vamos acrescentar mais uma informação: o preço da venda de cada unidade é de R$ 4,50.
Logo, defina a função receita total (RT):
RT(x) = preço de venda . quantidade
Função RT = 4,50 . x
Podemos dizer que nosso lucro foi de: R$ 1.350,00 – R$ 640,00 = R$ 710,00.
Ou, podemos também fazê-lo utilizando a função lucro total (LT):
LT(x) = RT – CT
LT(x) = 4,50 . x – (2x + 40)
LT(x) = 4,50 . x – 2x – 40
LT(x) = 2,50 . x – 40
E ainda podemos determinar o ponto de nivelamento, que mostrará o volume a ser produzido
para cobrir os custos totais. Para isso, basta calcular:
RT = CT
4,50 . x = 2x + 40
4,50 . x – 2x = 40
Funções: gráficos e aplicações 61
2,50 . x = 40
x = 40 : 2,50
x = 16 unidades
4. Uma fábrica produz resistores com cada unidade custando R$ 37,00. O custo fixo é de
R$ 5.000,00 para uma produção de 0 a 250 unidades. O preço de venda de cada unidade é
de R$ 97,00.
Solução:
a) CT(x) = ax + b
CT(x) = CV . x + CF
CT(x) = 37 . x + 5.000
CT = 37.250 + 5.000
CT= R$ 14.250,00
Considerações finais
O estudo das funções permitiu observar o comportamento de duas ou mais variáveis por
meio de cálculos e gráficos. Permitiu também aplicar esses conceitos a problemas práticos. Uma
aplicação bastante comum na gestão ocorre na avaliação de séries históricas relativas a custo,
receita, demanda, oferta e lucro.
É possível, ainda, avaliar o comportamento dessas séries históricas e temporais e
compreender sua evolução ao longo do tempo.
Atividades
1. Atribuímos valores para x na função a seguir. Construa a reta do gráfico utilizando os valores
de y que você encontrou.
y=x+2
x y
0
b) Sabendo que seu salário em um mês foi de R$ 1.915,00, quantos planos ele vendeu?
100 1.000,00
200 1.800,00
300 2.600,00
400 3.000,00
4. Uma empresa tem um custo fixo de R$ 15.000,00 e um custo por unidade produzida de
R$ 28,00. A produção varia de 0 a 500 unidades. O preço de venda de cada unidade é de
R$ 88,00. Determine:
x y
2 1
5 2
6 5
8 7
9 8
Determine:
a) A média de x e de y.
b) O cálculo auxiliar para obter a e b.
c) Obtenha a e b.
d) Faça a equação ajustante da reta.
e) Estabeleça o valor para y quando x = 13.
f) Estabeleça o valor para x quando y = 6,17.
4
Funções: outros modelos
b2
x
2a
b b2 4ac
x
2a
E, considerando que se deve encontrar duas raízes, pode-se indicar x’ e x’’ do seguinte
modo:
b e b
x1 x2
2a 2a
5. O número de raízes ou pontos em que a parábola toca o eixo x dependerá do
discriminante, o que significa que:
• Se ∆ > 0, temos duas raízes reais distintas, x1 ≠ x2, indicando que a parábola cortará o
eixo x em dois pontos distintos.
• Se ∆ = 0, temos duas raízes reais iguais, x1 = x2, indicando que a parábola tocará o eixo
x em um único ponto.
66 Matemática aplicada
b 0 b
x x
2a 2a
• Se ∆ < 0, não existem raízes reais, isto é, a parábola não cruza o eixo x.
3 3
x; v 1, 5
2 1 2
y; v
4a
b2 4ac
3 4 1 2
2
98 1
Logo :
1
v; y
0, 25
4
Portanto, o ponto resultante da correlação entre (x;v) e (y;v) será o vértice da parábola.
Gráfico 1 – Observando o vértice da função y = x2 – 3x + 2
19
17
15
13
Eixo y
11
9
7
5
3
1
–1 5
–5 0
Eixo x Vértice da função
Fonte: Elaborado pelo autor.
Funções: outros modelos 67
0
–4 –2 0 2 4
–2
–4
Fonte: Elaborado pelo autor.
0
–4 –2 0 2 4
–2
–4
–6
–8
–10
–12
Solução:
a) a = –3, b = 75 e c = 450
b) A concavidade é voltada para baixo, pois a < 0.
c) A parábola corta o eixo P em c = 450, pois se q = 0, temos:
P(0) = –3 . 02 + 75 . 0 + 450
P(0) = 450
A parábola corta o eixo q quando P = 0, isto é: –3q2 + 75q + 450 = 0. As raízes serão
obtidas usando a fórmula de equação de segundo grau:
∆ = b2 – 4ac
∆ = 752 – 4 . (–3) . 450
∆ = 5.625 + 5.400
∆ = 11.025
Logo, ∆ > 0
Já podemos obter as duas raízes distintas:
b
q1 e q 2
2a
75 105
q1 5
6
75 105
q2 30
6
Ao calcular os valores das raízes, determina-se onde a parábola cruza o eixo x. Nesse
caso, no ponto (–5; 30).
b
V ;
2a 4a
eixo p
Eixo de simetria
900
800
700
600
500
400
300
200
y = –3x2 + 75x + 450
100
0
–10 0 10 20 30
eixo q
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observe que o eixo de simetria é uma reta que liga 918,75 em P com 12,5 em q, dividindo
a parábola em dois lados iguais. Esse eixo é obtido com a definição dos valores do vértice.
80
60
40
20
0
0 2 4 6 8
– 20
Fonte: Elaborado pelo autor.
1.5
0.5
0
–5 0 5 10 15
Fonte: Elaborado pelo autor.
Queremos apresentar a população do bairro como uma função do ano, sendo 2015 o ano
inicial. É importante que, de 2015 a 2019, o crescimento da população do bairro seja semelhante
aos dados na Tabela 1.
Para avaliar se essa situação pode ser representada por uma função exponencial, faremos as
seguintes divisões:
2016 : 2015 → 60.690 : 57.800 = 1,05
2017 : 2016 → 63.724 : 60.690 = 1,04999999 = 1,05
2018 : 2017 → 66.911 : 63.724 = 1,05
2019 : 2018 → 70.256 : 66.911 = 1,04999999 = 1,05
Observamos que os resultados são aproximadamente iguais, por isso temos uma função
exponencial cuja base é dada por a = 1,05; o coeficiente b será obtido substituindo em y = b . ax, o
valor de a = 1,05. Tomamos um dos pares ordenados x e y, como (x : y) = (4; 57.800):
57.800 = b . 1,054
57.800 = b . 1.21550625
b = 47552
Logo, a função população será dada por y = 47552 . 1,05x. Observe a situação a seguir.
Em um depósito, as sacas de café, com o tempo, começaram a carunchar e as condições de
consumo decaíram, de acordo com um modelo exponencial. Na sequência, a Tabela 2 revela dois
períodos e a quantidade de sacas de café que ainda apresentam condições de serem vendidas e
consumidas.
Tabela 2 – Períodos e quantidade de sacas em condições de venda/consumo
O primeiro passo envolve mostrar a quantidade aproveitável de café como uma função do
ano após a estocagem. Pelo enunciado, sabemos que o modelo é exponencial e que os pares (2; 680)
e (6; 248) precisam satisfazer a expressão y = b . ax, logo:
x = 2 e y = 680, então temos: 680 = b . a2
x = 6 e y = 248, então temos: 248 = b . a6
Resolvendo o sistema de equações, temos:
b a 6 248 a 6 248
b a 2 680 a 2 680
a 4 0, 3647058
a 4 0, 3647058
Portanto, a = 0,77711
Substituindo a = 0,77711 em b . a2 = 680, obtemos b:
b . 0,777112 = 680, portanto, b = 1126,2
Agora já temos a função exponencial: y = 1126,2 . 0,77711x.
Vejamos, agora, alguns exercícios resolvidos.
Solução:
M(1) = 15.000 + 10% do valor inicial
M(1) = 15.000 + 10% de 15.000
M(1) = 15.000 + 10 : 100 . 15.000
M(1) = 15.000 + 0,10 . 15.000
Solução:
V(1) = 500.000,00 – 20% do valor inicial
V(1) = 500.000,00 – 0,20 . 500.000,00
V(1) = 500.000,00 . (1 – 0,20)x
V(1) = 500.000,00 . 0,80
V(1) = 400.000,00
Portanto, a função exponencial é y = 500.000 . 0,80x.
Funções: outros modelos 73
x y
1/4 –2
1/2 –1
1 0 2
1 2 3 4
2 1
4 2
1/4 2
1/2 1
1 0
2 –1 1 2 3 4
2
4 –2
1
Fonte: Elaborado pelo autor.
74 Matemática aplicada
Nos gráficos, é possível perceber que as concavidades estão diferentes. No primeiro, em que
a > 0, a curva do gráfico está à direita do eixo y, porém, quando a função está entre 0 e 1, 0 < a < 1,
nota-se que há uma inversão em relação à função exponencial. Por esse motivo, y pode assumir
todas e quaisquer soluções reais a partir de sua imagem.
Com base nos estudos na área, chegamos à conclusão de que as funções logarítmicas são
uma função inversa da função exponencial, conforme indica os gráficos comparativos a seguir:
Gráfico 9 – Comparação entre a função exponencial e logarítmica para: a > 1 e 0 < a < 1
a) a > 1
y
1
y = ax
1 x
y = logax
b) 0 < a < 1
y
y = ax
1
1 x
y = logax
Definições:
• loga 1 = 0
• loga a = 1
• loga an = n
• alog ab = b
Propriedades operatórias:
• loga (M . N) = loga M + loga N
• loga (M : N) = loga M – logna
• loga MN = N . loga M
• Mudança de base:
loga b = logc b : logc a
loga b . logc a = logc b
loga b = 1 : logb a
A B
f
A B
–1
–1
1
0 2
1
3
Dada uma função f: A → B injetora, chamamos de função inversa de f a função f–1: B → A, tal
que, para todo (x, y) f, há (y, x) f–1.
Funções: outros modelos 77
A B A B
f
A B
–1
1
7
2
A B
Nesse caso, não sobra elemento no contradomínio (sobrejetora) e cada imagem possui uma
única associação (injetora). As associações são únicas, logo, nunca teremos um valor relacionado
a mais que um no outro conjunto.
Vejamos um exemplo, dados os conjuntos A = {0, 2, 4} e B = {–1, 3, 7}. Vamos determinar a
função f: A → B definida pela lei y = 2x – 1.
x=0 x=2 x=4
y=2.0–1 y=2.2–1 y=4.2–1
y=0–1 y=4–1 y=8–1
y = –1 y=3 y=7
Figura 6 – Representação referente aos conjuntos A = {0, 2, 4} e B = {–1, 3 , 7}
A B
0 –1
3
2
7
4
Considerações finais
Neste capítulo, avançamos muito no estudo das funções. Vimos que nem todas as relações
são funções, somente aquelas em que cada elemento de um conjunto se relaciona com um, e
somente um, elemento de outro conjunto. Outra observação bastante interessante é que as funções
podem ser estudadas, independentemente de seu tipo e comportamento. Podem ser exponenciais,
inversas, logarítmicas etc., e todas podem ser aplicadas a atividades e ações empresariais.
• VISUALLY. Premium Content Creation for Better Marketing. 2019. Disponível em:
https://visual.ly/. Acesso em: 11 out. 2019.
Uma das formas mais interessantes de estudar as funções é por meio dos gráficos,
considerando terem recursos como cores, formas, organização bidimensional e outros
que facilitam entender como as informações se comportam e variam à medida que
atribuímos ou substituímos novos valores. O Microsoft Excel traz uma área exclusiva
com variadas opções de gráficos, inclusive os mais usados em estudos de funções, como
o linear e o de dispersão. Porém, existem também outros programas com muitos recursos
para a construção precisa de gráficos, como o Venngage, que inclusive associa gráficos a
imagens e reproduz movimentos, e os aplicativos Infogram e Visually, que são excelentes.
Atividades
1. Um gerente de loja acompanhou durante 21 dias as vendas de televisores 4K. Ele notou que
o número de televisores vendidos, dado por N, em relação ao número de dias, dado por t,
pode ser obtido por N = 0,25t – 4t + 16. Com essas informações:
a) os coeficientes da função;
b) a forma da concavidade;
c) as características da parábola e suas raízes;
d) o vértice;
e) o valor da ação após um ano, ou seja, no último mês (12) de avaliação.
3. O montante de uma dívida no decorrer de n meses é dado por M(n) = 25.000 . 1,07x.
Determine o montante final nos meses 7 e 9.
Funções: outros modelos 81
4. O montante de uma dívida no decorrer de x meses é dado por M(x) = 10.000 . 1,05x.
Determine após quanto tempo o montante será de R$ 40.000,00.
5. A população de uma cidade é de 480 mil habitantes e cresce 2,75% ao ano. Determine a
expressão da população (P) como função do tempo.
6. Um carro com valor inicial de R$ 42.000,00 sofre uma depreciação de 12,5% ao ano.
Determine a expressão do valor (V) como função do tempo (t).
a) log16 64
b) log5 (0,000064)
c) log49 3
7
11. Um capital C é aplicado a uma taxa anual de 8%, com juros capitalizados anualmente.
Considerando que não foram feitas novas aplicações ou retiradas, em quantos anos o capital
acumulado será o dobro do capital inicial?
12. Verifique se a função f(x) = log5 (3x – 6) é crescente ou decrescente e determine seu domínio.
14. Determine a inversa da função f(x) = (2x + 3) : (3x – 5), para x ≠ 5/3.
5
Sequências e progressões
Desde o século XVII a.C., existem relatos do uso de sequências e progressões nos papiros de
Ahmés. Mas, além dele, outros importantes matemáticos e filósofos já tratavam do assunto, como
os pitagóricos Euclides e Diofanto de Alexandria, Leonardo Fibonacci e Carl Friedrich Gauss.
Nos estudos do som, os pitagóricos (585 a.C.) chegaram à conclusão de que o movimento
das cordas produzia uma sequência que, observada atentamente, era vibratória e podia ser medida.
Mais à frente, Fibonacci criou sequências numéricas que ampliavam os estudos sobre
progressões, utilizadas em várias pesquisas. Gauss, também chamado de príncipe da matemática,
deu continuidade às pesquisas introduzindo os cálculos matemáticos definitivamente no estudo
das sequências e progressões.
É interessante observar a aplicabilidade desses conceitos e cálculos como ferramentas
matemáticas. Juros simples e compostos, por exemplo, nada mais são do que progressões aritméticas
e geométricas muito utilizadas na matemática financeira e na gestão de negócios. As sequências
estão presentes no nosso dia a dia, sendo notáveis, por exemplo, em calendários e datas de eventos
especiais que se repetem periodicamente, como as Olimpíadas, a Copa do Mundo etc.
Podemos citar ainda outros importantes estudos, como os de Charles Darwin, que
apresentam uma complexa teoria sobre a evolução das espécies. Sequências e progressões, portanto,
são conceitos utilizados em muitas áreas, algumas vezes também mencionados em livros como An
essay on the principle of population de Thomas Malthus, economista britânico (1803, tradução livre):
“as populações crescem em progressão geométrica ao mesmo tempo que as reservas alimentares
crescem apenas como uma progressão aritmética”.
5.1 Sequências
Podemos chamar de sequência ou sucessão numérica a representação de uma função dentro
de um grupo de números. A sequência é, portanto, uma ordem em um conjunto, podendo ser
classificada em finita ou infinita.
• Exemplo de sequência finita: (1, 3, 5, 7, 9)
• Exemplo de sequência infinita: (1, 3, 5, 7, ...)
Para simbolizar que uma sequência é infinita, observe que usamos reticências no final dela.
Vamos considerar a sequência em que foram realizadas as edições da Copa do Mundo FIFA
a partir de 1994:
• Estados Unidos: 1994
• França: 1998
• Coreia do Sul e Japão: 2002
84 Matemática aplicada
• Alemanha: 2006
• África do Sul: 2010
• Brasil: 2014
• Rússia: 2018
Organizando esses dados, temos: (1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014, 2018). Os parênteses
demonstram que estamos dispondo essas informações em uma sequência que, nesse caso,
apresenta-se em ordem crescente. Essa é uma forma de organizar esse conjunto de informações.
Cada um desses elementos é chamado de termo de uma sequência e pode ser representado
também pela letra a, acompanhada de um índice que mostra sua ordem ou posição, logo: (a1, a2,
a3, a4, ..., an).
Na sequência de anos em que ocorreu a Copa do Mundo, por exemplo, temos:
• Primeiro termo: a1 = 1994.
• Segundo termo: a2 = 1998.
• Terceiro termo: a3 = 2002, e assim sucessivamente.
O termo an, que representa o enésimo termo, será a data de 2018, última medição, que
representa a Copa do Mundo realizada na Rússia.
...
Analisando a sequência de setas, podemos dizer que a figura a ocupar a oitava posição é:
Sequências e progressões 85
f(1) = 5 . 1 = 5
f(2) = 5 . 2 = 10
f(3) = 3 . 3 = 15 e f(n) = 5n
Para encontrar uma única lei de formação dessa sequência, ou a fórmula do termo geral, é
necessário observar um mesmo padrão de comportamento para todos os termos.
Logo:
Se n = 1, então a1 = 4. Portanto, 4 . 1 = 4.
Se n = 2, então a2 = 8. Portanto, 4 . 2 = 8.
Se n = 3, então a3 = 12. Portanto, 4 . 3 = 12.
É possível, dessa forma, observar qual é o padrão. O número 4 aparece em todos os termos,
logo, podemos dizer que o enésimo termo dessa sequência será dado por an = 4n. Assim, por
exemplo, a15 = 4 . 15 = 60.
Em algumas sequências, encontrar o termo geral pode ser mais complicado e demandar
certa lógica. Observemos a sequência: (1, 5, 9, 13, 17, ...).
Se n = 1, temos a1 = 1 = 4 . 1 – 3 = 1
Se n = 2, temos a2 = 5 = 4 . 2 – 3 = 5
Se n = 3, temos a3 = 9 = 4 . 3 – 3 = 9
Para encontrar a relação entre os termos e identificar o termo geral foi necessário um pouco
mais de atenção e raciocínio lógico. Nesse caso, temos an = 4n – 3.
Cada elemento ou termo an será calculado em função da sua posição n na sequência. Vejamos
um exemplo: quais serão os três primeiros termos da sequência em que o termo geral é an = n + 10?
a1 = 1 + 10 = 11
a2 = 2 + 10 = 12
a3 = 3 + 10 = 13
Podemos dizer que a sequência com termo geral an = n + 10 será igual a (11, 12, 13, …).
5.2.1 Notação
As notações são símbolos e abreviações que ajudam na apresentação de determinados
assuntos, uma generalização. Existem muitas notações que são representadas da mesma forma em
todo o mundo, fortalecendo o fato de a linguagem matemática ser um grande facilitador.
A seguir, vamos demonstrar a notação do termo geral de uma PA.
PA (a1, a2, a3, a4, ..., an)
Em que:
a1 = primeiro termo da PA.
an = último termo, termo geral ou enésimo termo.
n = número de termos (se essa PA for finita).
r = razão.
Exemplo:
PA = (4, 8, 12, 16, 20, 24)
a1, a2, ... an ou a6
a1 = 4 → representa o primeiro termo.
an = a6 = 24 → representa o último termo.
n = 6 → representa o número de termos.
r = 4 → representa a razão.
Podemos observar que os elementos necessários para caracterizarmos uma PA foram
demonstrados com a finalidade de esclarecer os conceitos e facilitar o entendimento. Porém
aprofundaremos esses conceitos, visto ser um tema amplo, pois uma PA pode apresentar diversas
classificações importantes para a resolução de problemas.
5.2.2 Classificação
Podemos classificar uma PA como finita ou infinita. Com relação ao seu crescimento, ainda,
observando sua razão, podemos defini-la como crescente, decrescente ou constante.
5.2.3 Propriedades
As propriedades de uma PA auxiliam a antecipar passos na resolução de problemas, bem
como a simplificar as resoluções ajustando algumas etapas.
10 18
14
2
Solução:
O primeiro passo é observar quais são os dois primeiros termos e achar a razão.
a1 = 3
a2 = 6
r = a2 – a1 = 6 – 3 = 3
Logo:
a5 = a1 + r + r + r + r
a5 = 3 + 3 . 4
a5 = 15
Solução:
Como já sabemos que o terceiro termo é 6 e a razão é –2, para definir o oitavo termo
seguiremos dois passos.
a) Definimos a1:
6 = a1 + (3 – 1) . (–2) → a1 = 10
Sequências e progressões 91
a1 + a10 = 3 + 21 = 24
a2 + a9 = 5 + 19 = 24, e assim com todos até a5 + a6 = 11 + 13 = 24
Logo, confirmamos que a soma dos termos é equidistante (24) e apareceu 5 vezes nessa PA.
Em vez de somarmos termo a termo, podemos calcular 5 . 24 = 120. Então, soma10 ou S10 = 120.
Podemos simplificar utilizando a fórmula:
n
Sn = (a1 + an) .
2
Vamos para mais algumas aplicações a partir dos exemplos propostos:
Solução:
a1 = 2
r = a2 – a1 = 6 – 2 = 4
a60 = a1 + 59r = 2 + 59 . 4 = 2 + 236 = 238
S60 = (2 + 238) . 60 : 2
S60 = 240 . 30
S60 = 7.200
92 Matemática aplicada
Solução:
a1 = 10
r = a2 – a1 = 8 – 10 = –2
a5 = a1 + 4r = 10 + 4 . –3 → 10 – 12 = –2
S5 = (10 – 2) . 2,5
S5 = 20 km
Observe que o crescimento foi geométrico. Vamos ver o que ocorre se representarmos isso
em um gráfico:
Gráfico 1 – Crescimento geométrico da produção
Unidades
400
375
350
325
300
2014 2015 2016 2017 2018
5.3.2 Classificação
A classificação da PG, analogamente à PA, pode se organizar em:
94 Matemática aplicada
• Finita
Exemplo: (3, 6, 12, 24) → apresenta um número finito de termos com q = 2.
• Infinita
Exemplo: (2, 8, 32, 128, 512, ...) → número infinito de termos, indicado por reticências
(...) e q = 4.
• Decrescente: o termo posterior é menor que o anterior. Para que isso aconteça, é necessário
e suficiente que a1 > 0 e 0 < q < 1, ou a1 < 0 e q > 1.
Exemplos: (8, 4, 2, 1, ½, ...); q = ½ e (–1, –2, –4, –8, ...); q = 2
• Oscilante: todos os termos são diferentes de zero e dois termos consecutivos quaisquer
têm sinais opostos. Para que isso aconteça, é necessário e suficiente que a1 ≠ 0 e q < 0.
Exemplo: (3, –6, 12, –24, 48, –96, ...); q = –2
• Quase nula: o primeiro termo é diferente de zero e todos os demais são iguais a zero, isto
é, a1 ≠ 0 e q = 0.
Exemplo: (9, 0, 0, 0, 0, ...); q = 0
Solução:
a1 = 2
q=4:2=2
an = a1 . qn – 1
a10 = a1 . q9
a10 = 2 . 29
a10 = 210 = 1.024
Solução:
a1 = 3
Sequências e progressões 95
q=6:3=2
an = 768
an = a1 . qn – 1
768 = 3 . 2n – 1
256 = 2n – 1
28 = 2n – 1
8=n–1
n=9
Considerações finais
Nesse capítulo foi possível perceber como o estudo de sequências, progressões aritméticas
e geométricas, além de ser muito interessante, permite inúmeras aplicabilidades, facilitando a
resolução de problemas. No cotidiano, observa-se a progressão aritmética em estudos de áreas
afins, na organização do calendário etc. Por sua vez, a progressão geométrica pode ser encontrada
em relações comerciais, taxas de crescimento populacional, entre outros. Portanto, o estudo de
sequências é um importante passo para o entendimento dos conceitos matemáticos presentes no
dia a dia.
Atividades
1. Uma sequência numérica infinita (a1, a2, a3, ..., an, ...) é tal que a soma dos n termos iniciais é
igual a n2 + 7n. Qual será o terceiro termo dessa sequência?
2. A senha da sua TV por assinatura possui seis números, sequenciais e menores que 100. Você
lembra apenas dos números: (32, 28, ..., 33, 42, 38). Como existe uma lógica nessa sequência,
descubra o terceiro número.
3. A soma de três espaços consecutivos é igual a 20. Cada um dos espaços vazios deve ser
preenchido por um número inteiro e positivo. Logo, no espaço definido pela letra G, qual
número deverá ser escrito?
a1 = 4
an + 1 = an + 7 . n (n pertence a N*)
9. Um número é divisível por 9 se a soma dos algarismos for igual a um número que seja
múltiplo de 9. Determine então quantos múltiplos de 9 existem entre 200 e 1000.
11. Em uma progressão de 6 termos, a razão é igual a 5. O produto do primeiro termo com o
último é 12.500. Determine o valor do terceiro termo.
12. Calcule a soma dos 10 primeiros termos da progressão geométrica (2, 4, 8 ...).
15. Sendo o terceiro termo de uma progressão geométrica dado por 10 e o sexto termo dado
por 80, a razão dessa PG será?
6
Análise combinatória e probabilidades
1 Método para obter resultados rápidos, envolvendo a resolução de problemas por meio da implantação de uma
cultura de melhoramento contínuo dos processos, reduzindo sua variabilidade e evitando desperdícios.
2 Pierre de Fermat, advogado e oficial francês, propôs um sistema de geometria analítica. Seus estudos em teoria
de número são amplamente lembrados. Blaise Pascal, filósofo e matemático francês, inventou a primeira máquina de
calcular para processos de adição e subtração. Juntos, por meio de cartas, estabeleceram os fundamentos da Teoria das
Probabilidades.
3 A família Bernoulli é reconhecida por se compor de notáveis cientistas das áreas de matemática e física.
4 Matemático, astrônomo e físico francês, Pierre Simon Laplace formulou muitas teorias que ainda são válidas, como
o fato de que o movimento planetário, conforme seus cálculos matemáticos demonstraram, não levaria os planetas a se
chocarem.
Análise combinatória e probabilidades 99
• Subtração
6! – 3!
(6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1) – (3 . 2 . 1) = 120
• Multiplicação
2! . 4!
(2 . 1) . (4 . 3 . 2 . 1)
2 . 24 = 48
• Divisão
6 ! 6 5 4 3 2 1 720
30
4! 4 3 2 1 24
Podemos calcular com mais agilidade quando compomos o fatorial de cima até o fatorial
de baixo. Fatoriais iguais no numerador e denominador podem ser simplificados, uma vez que
representam o mesmo número. Vejamos:
6! 6 5 4 !
30
4! 4!
Análise combinatória e probabilidades 101
Mais um exemplo:
7 ! 7 6 5 4 3 2 1 5040 5040
35
4 ! 3 ! 4 3 2 1 3 2 1 24 6 144
Observe que também podemos agilizar os cálculos quando simplificamos 4 com 4, que
são os fatoriais maiores, e distribuímos o segundo fatorial até 1. Sobram, então, apenas produtos
comuns para resolver:
7 5 4 7 6 5 210
35
4 ! 3 2 1 3 2 1 6
Solução:
n → número de elementos que podemos utilizar: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 (total 8).
p → para termos números distintos devemos usar sempre quatro algarismos diferentes, sem
repetição.
2. As senhas da TV a cabo de uma operadora são formadas por 3 vogais distintas e 4 números
inteiros, de 2 a 9, também distintos. Quantas senhas podem ser formadas, de modo que o
número 7 ocupe sempre a “casa” da dezena de milhar?
Solução:
___ ___ ____ ____ ____ 7 _____
Vogais distintas. Números distintos: 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9.
n = 5 n=7
p = 3 p = 3, pois o número 7 já está fixado.
n! n!
A
n p ! n p !
5! 7!
A
5 3! 7 3!
5! 7 !
A
2! 4!
9!
C
5! 9 5!
9! 3024
C
5! 4 ! 24
2. Quantas vitaminas de 3 frutas distintas podemos elaborar com laranja, coco, banana, uva,
goiaba, abacaxi e mamão?
Solução:
n=7
p=3
n! 7! 7!
Cn;p
p ! n p ! 3! 7 3! 3! 4 !
Logo, é possível preparar 35 vitaminas distintas.
Pn = n!
a) Anagramas distintos?
b) Anagramas distintos iniciados por vogal?
c) Anagramas distintos em que a quinta letra é a?
d) Anagramas distintos iniciados por q e terminados por r?
e) Anagramas em que as letras av apareçam sempre juntas, nessa ordem?
Solução:
Perceba que, na permutação, anagramas aparecem em muitos problemas. Referem-se a
jogos de letras, de modo que, a partir de uma palavra, se pode formar outras novas palavras,
podendo ter sentido na língua portuguesa ou não.
a) No primeiro item solicitado na atividade, portanto, faremos apenas a permutação das
letras, sem restrição:
__ __ __ __ __ __ __
P7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040 anagramas distintos
104 Matemática aplicada
b) Agora, como a palavra possui apenas 3 vogais, permutamos as outras letras e multiplicamos
por 3.
A __ __ __ __ __ __
I __ __ __ __ __ __
O __ __ __ __ __ __
3 . P6! = 3 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 3 . 720 = 2.160 anagramas distintos
c) Fixamos, então, a letra a, conforme pedido no enunciado, e permutamos as letras
restantes.
__ __ __ __ A __ __
P6! = 720 anagramas distintos
d) A restrição agora pede que os anagramas sejam iniciados por q e terminados em r, então
essas letras ficam fixas e permutam-se as demais.
q __ __ __ __ __ r
P5! = 120 anagramas distintos
e) Por último, o item pede que as letras av fiquem sempre unidas e na mesma ordem.
Portanto, elas se tornam um único elemento, pois serão permutadas juntas e poderão
ocupar qualquer um dos 6 lugares indicados a seguir:
A V __ __ __ __ __
__ A V __ __ __ __
__ __ A V __ __ __
__ __ __ A V __ __
__ __ __ __ A V __
__ __ __ __ __ A V
Solução:
Se colocarmos os 5 números em ordem crescente e distinta, teremos:
1ª posição: 23.589
2ª posição: 23.598
3ª posição: 23.859
Logo, __? posição será 95.831
Análise combinatória e probabilidades 105
Cr n p
n p 1 !
p ! n 1 !
Vamos considerar este exemplo: você está em um pequeno mercado e resolve comprar
sucos para o final de semana. Pode escolher entre laranja, abacaxi ou goiaba, e pode
comprá-los da forma que desejar. De quantas formas você pode comprar 5 sucos?
106 Matemática aplicada
Solução:
n – tipos de suco = 3
p – agrupamento = 5
Cr n p
n p 1!
p ! n 1 !
Cr3;5
3 5 -1 !
5 ! 3 - 1 !
7!
Cr3;5
5!2 !
7 6 5! 7 6
Cr3;5 21
5 ! 2 1 2 1
6.3 Probabilidade
Na introdução deste capítulo, notamos que a curiosidade em compreender os fenômenos,
principalmente aqueles que envolvem possibilidades, sempre acompanhou a sociedade. Assim
surgiu a probabilidade e, como vimos, os conceitos de análise combinatória e princípio fundamental
da contagem, os quais ajudam a fundamentar este estudo.
Análise combinatória e probabilidades 107
Em resumo:
Considere, então, o evento A: ocorrência de um número menor que 7 e maior que 0. Todos os
números que compõem o espaço amostral, nesse caso, satisfazem o evento. Por isso, temos:
A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Podemos dizer, assim, que A é um evento certo.
Não existe, no espaço amostral apresentado inicialmente, nenhum número 7, o que faz com
que a resposta seja vazia.
B=Ø
Dizemos, então, que B é um conjunto vazio, pois não existe lado com valor 7 em um dado.
Análise combinatória e probabilidades 109
número de ocorrências de A
P(A) =
número de elementos de Ω
ou
nA
PA
n
Solução:
n(A) = 1 n(Ω) = 2
1
Logo: P A 0, 50 ou, ainda, 50%
2
2. No lançamento de um dado não viciado, qual a probabilidade de sair um número menor
que 4?
Solução:
Espaço amostral Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Evento menor que 4 = 3, 2, 1
Logo, 2 1 ou 0, 33 , ou, ainda, 33% aproximadamente
A 6 3
Análise combinatória e probabilidades 111
Solução:
C = cara
K = coroa
Ω = {C, C, C; C, C, K; C, K, K; K, K, K; K, C, C; K, K, C; C, K, C; K, C, K) = n(Ω) = 8
Pelo menos duas caras: Exatamente duas caras:
C, C, C C, C, K
C, C, K K, C, C
K, C, C C, K, C
C, K, C
Logo, 4 = 1 ou 0,50, ou, ainda, 50% Logo, 3 ou 0,375, ou, ainda, 37,5%
8 2 8
Considerações finais
Nesse capítulo, avançamos no estudo das probabilidades aplicando as propriedades mais
importantes, em especial, a união e intersecção. Diferenciamos o que são eventos probabilísticos e
eventos certos, o que é muito importante principalmente na tomada de decisões. Também vimos
as diferentes formas de ocorrência dos eventos e seus resultados quando utilizados em situações
práticas.
Atividades
1. Quantas centenas distintas de 3 algarismos podemos formar com os números 2, 4, 5, 6, 7, 8
e 9?
a) Anagramas distintos?
b) Anagramas distintos terminados por consoante?
c) Anagramas distintos iniciados por G e terminados por O?
d) Anagramas distintos em que as letras UR apareçam sempre juntas em qualquer ordem?
5. Dois técnicos de futebol e quatro jogadores vão tirar uma foto. Os jogadores devem ficar
entre os técnicos. De quantas formas distintas eles podem tirar essa foto?
7. Qual é o número de senhas de 5 letras que não se repetem e que podem ser obtidas com as
10 primeiras letras do alfabeto?
8. Se participar de uma loteria com um jogo simples, qual será a chance de ganhar o prêmio
maior?
Análise combinatória e probabilidades 113
a) Ímpar?
b) Par?
c) Múltiplo de 6?
d) Múltiplo de 4?
e) Maior que 780?
10. Vamos considerar todos os números naturais de 4 algarismos distintos que se podem formar
com os algarismos 1, 3, 4, 7, 8 e 9. Escolhendo um deles ao acaso, qual é a probabilidade de
sair um número que comece em 3 e termine em 7?
11. Joga-se um dado “honesto” três vezes: qual é a probabilidade de sair a face 6, em seguida a
face 2 e na terceira jogada a face 4?
12. Jogando-se dois dados “honestos” ao mesmo tempo, qual é a soma de todas as faces voltadas
para cima?
14. Ao retirar uma carta de um baralho de 52 cartas, qual é a probabilidade de ser vermelha ou
um ás?
7
Probabilidades – Distribuições
Neste capítulo vamos aprofundar um pouco mais os conceitos iniciais de probabilidade que
vimos anteriormente. Para isso, abordaremos os seguintes temas: distribuições discretas, contínuas,
polinomiais e outros modelos, além das aplicações para a esperança estatística, também chamada
esperança matemática.
Quando estudamos uma variável com resultados ou valores que tendem a mostrar variação
de uma observação para outra, dizemos que temos uma variável aleatória. Isso ocorre em razão de
fatores importantes relacionados, como a chance.
Sempre é interessante que a definição de uma variável aleatória esteja associada à um
experimento ou uma amostra para que seus possíveis resultados sejam numéricos. Se não forem
numéricos devemos ajustá-los codificando para uma linguagem numérica – em vez de chamarmos
os eventos de cara (C) ou coroa (K), por exemplo, podemos chamar cara de (1) e coroa de (0).
• Uma empresa, sobre a venda de fogões a gás de quatro bocas, registrou os dados
apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Venda de fogões a gás de quatro bocas
xi p(x)
1 0,30
2 0,30
3 0,20
Fonte: Elaborada pelo autor.
Solução:
E(x) ou u = 0,20 . (0) + 0,30 . (1) + 0,30 . (2) + 0,20 . (3) =
= 0 + 0,30 + 0,60 + 060 = 1,50
Considerando que a empresa não pode vender 1,5 fogões em nenhum dia, pois a variável
é discreta e consiste em números inteiros, como devemos interpretar esse valor? Podemos
dizer que esse valor esperado é uma média a longo prazo.
No próximo exemplo temos uma situação que envolve jogos de azar, como o lançamento de
dados, muito comum nos estudos de probabilidade.
• Se jogarmos um dado “honesto”, qual o valor esperado em uma jogada? Se há seis jogadas
possíveis, qual pode ser o valor esperado?
Solução:
Em uma jogada: 1
6
6
Em seis jogadas:
1 1 1
1 2 .......... 6 3, 5
6 6 6
Podemos dizer que 3,5 é um evento impossível para uma única jogada, mas pode
perfeitamente representar a média probabilística para um grande número de jogadas.
Portanto, o valor esperado E(x) ou u é igual a 3,5.
Podemos calcular o valor esperado mesmo que não tenhamos observações amostrais.
Observe o exemplo a seguir, que mostra uma situação desse tipo.
• Um aplicador avalia que tem 0,30 de probabilidade de ganhar R$ 30.000,00 e 0,70 de
perder R$ 20.000,00 em um investimento. Logo, de quanto será o seu ganho esperado?
Solução:
0,70 . 30.000 + 0,60 . (–20.0000)
2.100 – 1.200 = 900,00
O ganho esperado ou médio do aplicador será de R$ 900,00.
Probabilidades – Distribuições 117
Os cálculos apresentados até aqui norteiam as aplicações dos diferentes tipos de variáveis.
Nosso próximo passo será utilizar essas variáveis para o entendimento do que são distribuições
discretas e contínuas.
2 72 : 300 0,24
3 42 : 300 0,14
4 12 : 300 0,04
5 3 : 300 0,01
Total – 1,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
0.4
0.35
0.3
Probabilidade
0.25
0.2
0,15
0.1
0,05
0
0 1 2 2 4 5
Uma boa razão para definir a tabela e o gráfico de uma variável aleatória é que, uma vez
conhecida, fica mais fácil determinar a probabilidade de uma série de eventos que podem ser
interessantes a um gestor ou a autoridades competentes. Nesse caso, as informações apresentadas
podem ajudá-lo a entender o processo comercial de vendas da empresa analisada.
A = (4, 5, 7, 4, 5) = média 25 : 5 = 5
B = (1, 2, 2, 7, 13) = média 25 : 5 = 5
Observe que A traz uma média bem representativa, pois a maioria dos valores está centrada
(próxima) à média. Por sua vez, B traz uma média pouco representativa, pois a maioria dos
elementos está distante (dispersa) em relação à média. Logo, podemos dizer que a média é útil para
avaliar os fenômenos representados por medidas ou valores, porém não deve ser analisada sozinha,
visto que pode levar a uma interpretação errônea dos dados.
Além da média há duas outras medidas de dispersão: a mediana e a moda. O papel da mediana
é estabelecer o meio da distribuição. O fato de um valor estar no meio não necessariamente fará
dele a média. Observe:
Probabilidades – Distribuições 119
A = (4, 5, 7, 4, 5)
O primeiro passo é colocar os dados em ordem crescente:
A = (4, 4, 5, 5, 7)
A mediana é 5, que está exatamente no centro. Nesse caso também é o mesmo valor da
média.
Observando agora em B:
B = (1, 2, 2, 7, 13)
Vemos que agora a mediana é 2 e a média, 5. Estar no meio, portanto, não é o mesmo que
estar na média.
Por fim, temos a moda. Ela é o valor mais representativo de um conjunto, ou seja, aquele
com maior número de repetições. Por isso a moda pode impactar a média sem, necessariamente,
influenciar o valor da mediana. Observe:
B = (1, 2, 2, 7, 13)
A moda da distribuição é 2.
Dessa forma, vemos que o valor esperado ou a média esperada de uma variável aleatória é
uma medida normalmente central e de posição. A expressão matemática para obtê-la é dada por:
E(x) = u = Σx . f(x)
Voltando à nossa tabela, vamos acrescentar o valor esperado ou a média:
Tabela 3 – Valor esperado ou média
A Tabela 3 revela que, associando cada valor da variável venda de motocicletas distribuída
nos 300 dias, foi possível determinar o valor esperado.
A variância e o desvio-padrão são medidas de dispersão absolutas, e recebem esse nome por
se expressarem na mesma unidade de medida em que está a variável. Já o chamado coeficiente de
variação (CV) expressará essa dispersão de forma relativa.
Para compreendermos melhor o papel dessas medidas, vamos fazer os cálculos considerando
os valores do exemplo presente na seção anterior, a loja de motocicletas.
O primeiro passo é definir a variância. Para isso, construiremos nova tabela e aplicamos a
fórmula da variância:
var(x) = s2 = Σ(x – u)2 . f(x)
Tabela 4 – Cálculos para a definição da variância
x f(x)
2 0,25
4 0,50
6 0,25
Fonte: Elaborada pelo autor.
Solução:
Tabela 6 – Cálculos auxiliares para encontrar os valores enunciados
Portanto:
a) u = 4,00
b) Variância = 2,00 variável2
c) 2, 00 = 1,414
d) CV = 1,414 : 4 = 0,285 ou 28,5%
122 Matemática aplicada
Regular 9% 0,25
n
P x px 1 p
nx
x
Ou ainda:
Cn; x p q
x n- x
Onde:
n!
Cn; x
x ! n x !
Solução:
6!
Cn; x p q 0, 50 0, 50
x nx 3 6 3
3! 6 3!
65 4
0,125 0,125
3 2 1
2. Uma pesquisa de marketing foi feita à porta de um supermercado para avaliar o novo sabor
de um produto. Nove consumidores foram entrevistados. A probabilidade de que o novo
sabor seja um sucesso é de 60%. A distribuição se comporta como uma binomial. Determine:
Solução:
a)
9! 987
0, 60 0, 40
3 6
0, 216 0, 004096
3! 9 3! 3 2 1
0, 0743 ou 7, 43%
b)
9!
0, 60 0, 40 ...
7 2
7 ! 9 7 !
9!
0, 60 0, 40 ...
8 1
8 !9 8 !
9!
0, 60 0, 40
9 0
9 !9 9 !
c)
9!
0, 609 0, 40 1 0, 0100 1 0, 001007 1, 007%
0
9 !9 9 !
d)
9!
0, 600 0, 40 1 1 0, 0002621 0, 0262
9
0 !9 0 !
Probabilidades – Distribuições 125
Por meio desses exemplos é possível observar como a distribuição binomial pode colaborar
com os gestores nas análises estatísticas das empresas. Os indicadores oferecem a possibilidade de
adotar ou ajustar ações estratégicas, de acordo com as necessidades da gestão.
e x
Px x 0,1, 2,..., n
x!
As medidas média (u), variância (S2) e desvio-padrão (S) de Poisson são dadas por:
u
S2 2
S 2
Vamos fazer nova aplicação da distribuição de Poisson para praticar. Observe o exemplo:
• O número de defeitos em peças de automóvel de uma empresa ocorre como uma
distribuição de Poisson, com λ = 3. Determine a probabilidade de uma peça apresentar
mais que quatro defeitos.
126 Matemática aplicada
Solução:
e3 34
P x 4 1
4!
27, 718283 34
P x 4 1
4!
P x 4 1 0,1680
P x 4 0, 832 ou 83, 2%
1. Em uma rifa de 100 números está sendo ofertado um prêmio de R$ 2.000,00. Cada aposta
custa R$ 30,00. O comprador do bilhete está realizando uma aposta considerada razoável?
Solução:
Número de ocorrências: 100
Custo do bilhete: R$ 30,00
Valor do prêmio: R$ 2.000,00
Se o comprador pagou R$ 30,00, porém sua esperança de recebimento é R$ 10,00, essa não
é uma aposta razoável.
Probabilidades – Distribuições 127
Perguntas x 0 1 2 3 4 5 6 7 8
P(x) 0,02 0,02 0,06 0,06 0,08 0,22 0,3 0,16 0,08
Fonte: Elaborada pelo autor.
3. Uma fábrica produz caixas de cotonetes a um custo de R$ 50,00 cada. Em uma primeira
fase das caixas produzidas, 90% apresentam cotonetes perfeitos. As caixas com cotonetes
imperfeitos vão para uma segunda fase para tentar corrigi-los, na qual existe um custo
adicional de R$ 30,00. Mas somente 60% dessas caixas ficam perfeitas. O restante continua
com defeito. Sabendo que cada caixa perfeita é vendida por R$ 90,00, e que a fábrica ainda
consegue vender as caixas com defeito por R$ 25,00, em média, qual o lucro ou prejuízo
esperado? E ainda, valeu a pena a fábrica ter feito a segunda fase (retrabalho)?
Solução:
Primeira fase
Custo: R$ 50,00
Venda: R$ 90,00
Lucro x = 40,00 – Prob. 0,90
Logo, R$ 40,00 . 0,90 = R$ 36,00
b) Defeituosa (D)
Custo: R$ 80,00
Venda: R$ 25,00
Prejuízo x: (R$ –55,00)
Prob.: 0,04
Logo, (R$ –55,00) . 0,04 = R$ –2,20
128 Matemática aplicada
O enunciado, porém, também pergunta se valeu a pena o retrabalho. Para calcular, basta
limitar os dados apenas à primeira fase (P e D).
Assim, vemos que o retrabalho valeu a pena, pois o ganho médio é maior: R$ 33,50.
4. Em um caça-níqueis com dois discos que giram simultaneamente, o apostador, para fazer
uma única jogada, paga R$ 80,00. Ele roda os dois discos e, se aparecerem as imagens de
duas maçãs, ganha R$ 40,00. Se aparecerem duas bananas, ganha R$ 80,00. Se forem duas
pêras, ganha R$ 100,00, e se forem duas uvas, R$ 160,00. O caça-níqueis tem em cada disco,
no seu desenho original, 4 maçãs, 3 bananas, 2 pêras e 1 uva. O que é possível de acontecer
com esse apostador nessas condições, ganhar ou perder dinheiro?
Solução:
Primeiro vamos observar as probabilidades de cada uma das frutas surgir:
O caça-níqueis, contudo, roda sempre com duas frutas. Logo, vamos calcular duas frutas
selecionadas ao mesmo tempo:
Vale considerar, ainda, que podem sair frutas diferentes ao rodar o caça-níqueis e a
probabilidade de isso acontecer será dada por 1 – (0,16 + 0,09 + 0,04 + 0,01) = 0,70.
Frutas
–80 0 –80 0,70 –80 . 0,70 = R$ –56,00
dif.
– – – – – u = perda de R$ 60,60
Fonte: Elaborada pelo autor.
Considerações finais
Probabilidade é um tema complexo, repleto de fórmulas e propriedades, mas, ao mesmo
tempo, enriquecedor e importante para a resolução de problemas nas atividades do cotidiano de
empresas e pessoas. Vimos como as distribuições de Poisson, binomiais e esperança matemática
são excelentes ferramentas para problemas que envolvem probabilidades. Hoje, essas ferramentas
são utilizadas em testes de mercado para avaliação de novos produtos, em análises de gestão da
qualidade e diminuição de perdas nas empresas, na avaliação de pesquisas médicas e no cotidiano
das pessoas, como no processo de criação de senhas para movimentação bancária.
Os estudos de probabilidade também são muito utilizados nas novas tecnologias
computacionais, auxiliando, por exemplo, nos estudos de previsões climáticas, agricultura e
astronomia. Aproveite para conhecer mais e aprofundar seus estudos.
Atividades
1. Uma empreiteira construirá um prédio e faz as seguintes estimativas.
20 dias 0,20
28 dias 0,50
130 Matemática aplicada
Qual será o prazo médio para a execução dessa obra, de acordo com as estimativas
apresentadas?
3. Em um programa de TV, o jogador tem uma chance de levar o maior prêmio. Porém só
leva se, ao jogar dois dados “honestos”, a soma das faces voltadas para cima for 11. Qual a
probabilidade de ganhar o prêmio maior?
y f(x)
3 0,25
6 0,50
9 0,25
Carteira 1
Cenário Retorno x% f(x)
Ótimo 15 0,28
Bom 9 0,25
Regular 6 0,35
Ruim 3 0,12
Carteira 2
Cenário Retorno x% f(x)
Ótimo 14 0,30
Bom 10 0,40
Regular 7 0,20
Ruim 4 0,10
7. Para contratar um seguro de vida, uma seguradora cobra a taxa de R$ 1.500,00 e, em caso
de acidente, paga R$ 35.000,00 para o segurado. A probabilidade de um segurado sofrer
acidente é de 4%. Quanto ganha em média a seguradora por cada apólice comprada?
8. Em cinco jogadas de uma moeda “honesta”, sendo P(x < 2) a probabilidade de caras esperadas,
determine P(0) + P(1).
12. No vestibular, uma prova se apresenta com 60 questões independentes. Cada questão
tem 5 alternativas de resposta, mas somente uma é correta. Um aluno resolve assinalar
aleatoriamente as respostas. Será que ele consegue tirar nota 5?
13. Em uma agência do INSS, uma enquete observou que o número médio de segurados
atendidos é de 6 por hora. Determine a probabilidade de, em uma hora qualquer do dia, os
guichês atenderem 8 segurados.
14. Uma pesquisa mostra que um número médio de 6 clientes por hora abastece seus veículos
com etanol em determinado posto. Pergunta-se:
8.1 Matrizes m x n
Uma tabela retangular formada por linhas e colunas que organizam informações numéricas
é chamada de matriz. Dessa forma, é possível realizar simultaneamente uma série de operações e
cálculos, utilizando todos os dados que as colunas e linhas apresentam.
Em matrizes, os números são os elementos. As linhas são classificadas de cima para baixo (1,
2, 3, ...n) e as colunas, da esquerda para a direita (1, 2, 3, ...n). Vejamos um exemplo na Tabela 1 a
seguir, a qual mostra as notas atribuídas a três funcionários em quatro competências.
Tabela 1 – Notas atribuídas a três funcionários
F2 9 6 7 8
F3 7 8 6 9
Fonte: Elaborada pelo autor.
Os dados dessa tabela permitem fazer inúmeras avaliações a respeito desses funcionários,
visto estarem organizados por categorias em cada coluna: agilidade, qualidade, cooperação e
finalização. A matriz presente nessa tabela é identificada como 3 x 4, e nela podemos selecionar,
por exemplo, a nota especificamente atribuída ao funcionário 2 (F2) na categoria qualidade:
8 7 9 8
9 6 7 8
7 8 6 9
As matrizes com m linhas e n colunas, sendo m e n números naturais diferentes de zero, são
chamadas de matrizes m x n. Observe os exemplos:
134 Matemática aplicada
Matriz 2 x 3
8 7 9 8
9 6 7 8
Matriz 2 x 2
8 7
9 6
As matrizes são representadas sempre por letras maiúsculas e seus elementos por minúsculas.
Elas vêm acompanhadas por dois índices numéricos, chamados i e j, os quais representam,
respectivamente, a linha e a coluna que cada elemento está ocupando.
7
A 4
8
• Matriz quadrada
Toda matriz quadrada tem uma diagonal principal e uma diagonal secundária, sendo a
principal formada pelos elementos aij, em que i = j. Na diagonal secundária, temos i + j =
n + 1. Por exemplo:
Matriz 2 x 2, ou seja, matriz quadrada de ordem 2.
4 7
A
3 5
Matrizes 135
Observe:
a11 a12 a1n
a 21 a 22 a 2 n
A m x n a 31 a 32 a 3 n
a
m1 a m 2 a mn
1 0
A2 x 2
0 9
Por sua vez, também do tipo quadrada, na matriz identidade todos os elementos da
diagonal principal são representados pelo elemento 1 e os demais são representados por
zero.
1 0
Id2 x 2
0 1
• Matriz transposta
Chamada de A– ou At, obtida a partir da matriz original A, a matriz transposta troca de
forma ordenada as linhas por colunas ou colunas por linhas.
Assim, se a matriz A é do tipo m x n, a matriz inversa At será do tipo n x m. Observe que
a primeira linha da matriz A corresponde à primeira coluna na matriz At.
4 3 5
A log o,
2 1 6
4 2
A 3 1
t
5 6
136 Matemática aplicada
• Matriz simétrica
Sendo A igual a At, chamamos de matriz simétrica de ordem
4 2 4
A 2 1 6
4 6 2
Observe que: a12 = a21 = 2; a13 = a31 = 4; e assim por diante. Logo, aij = aji.
• Matriz oposta
Nessa matriz, troca-se o sinal de todos os elementos da matriz A.
4 2
A
2 7
4 2
Logo A
2 7
4 0
A
2 b
4 c
B
2 5
Portanto, c = 0 e b = 5.
8 7 1 3 8 1 7 3 7 10
9 6 2 4 9 2 6 4 11 10
Matrizes 137
Propriedades da adição:
• Cumulativa: matrizes A + B = B + A
• Associativa: matrizes (A + B) + C = A + (B + C)
• Elemento oposto: matrizes A e –A → A + (–A) = (–A) + A = 0
• Elemento neutro: matriz A e 0 → A + 0 = 0 + A = A
A B A B
3 0 2 5
5 4 1 3
3 0 2 5
5 4 1 3
3 2 0 5 1 5
5 1 4 3 6 7
Propriedades do produto:
Se duas matrizes forem do mesmo tipo e seus números reais, são válidas as propriedades
apresentadas na sequência.
• Associativa: x . (yA) = (xy) . A
• Distributiva de um número real em relação à soma de matrizes: x . (A + B) = x · A + x · B
• Distributiva de uma matriz em relação à soma de dois números reais = (x + y) . A = x · A
=y·A
• Elemento neutro: x · A = A
138 Matemática aplicada
2 3 5 5 2 10
2 4 8 5 5 25
1 3 3 4 2 8
15 33
1 4 4 4 5 20 A B
11 24
2 1
3 1 4
A B 5 3
1 6 3
0 1
3 3 1 1 2 1 1 6 2 4 1 3
5 3 3 1 5 1 3 6 5 4 33
0 3 1 1 0 1 1 6 0 4 1 3
7 4 11
18 13 29
1 6 3
Matrizes 139
2 1
3 1 4
BA 5 3
1 6 3 0 1
1 4
BA
32 28
a11 a12
M
a 21 a 22
Sendo uma matriz de ordem 2, o determinante associado a M por definição é dado por:
a11 a12
det M
a 21 a 22
8 6
M
6 5
Det M = 8 . 5 – 6 . 6 = 40 – 36 = 4
a11 a12
M
a 21 a 22
a11 a12
M
a 21 a 22
a 22 a 23
MC11
a 32 a 33
Logo : a 22 a 33 a 23 a 32
a 21 a 23
MC12
a 31 a 33
Logo : a 21 a 33 a 23 a 31
Matrizes 141
Observe que, na matriz de ordem 3, o desenvolvimento será um pouco maior, pois sobrará
uma linha com 3 elementos e uma coluna com 3 elementos em cada uma das operações realizadas.
Perceba, ainda, que cada resultado determinante obtido será uma matriz 2 x 2.
Considerações finais
Vimos como o estudo de matrizes e determinantes é interessante e facilitador na resolução
de problemas matemáticos. Se comparado a outros estudos matemáticos, é possível perceber
que ele é bastante recente, com aproximadamente 150 anos. Por outro lado, parece ser o campo
mais promissor da matemática aplicada, pois vários estudiosos continuam ampliando as suas
aplicabilidades e grande parte dos modelos computacionais já utiliza as matrizes como base para o
desenvolvimento de novos projetos.
Atividades
1. Dadas as matrizes 1 e 2, determine uma nova matriz que resulte da soma dessas duas.
1 3 4
1 2 5 1
2 2 1
3 3 5
2 2 3 1
4 0 2
142 Matemática aplicada
4 6 9
5 0 8 2
6 2 3
3. Determine o valor das incógnitas que aparecem nas matrizes e os seus valores.
x y x 10 8 2
4 8 t 3z 6 12
1 3
A
1 0
3 4
B
5 6
3 1 1 y
A B
x 6 1 2
12 10
M
8 10
8 4 7
M 5 6 3
4 9 1
9
Sistemas lineares
Com a aplicação dos conceitos de sistemas lineares, é possível resolver problemas mais
complexos, que envolvem inúmeras incógnitas. Os sistemas são utilizados no cálculo de projeções
financeiras, na construção de projeções estatísticas, na estruturação de modelos computacionais e
em outras aplicações.
Para iniciarmos os estudos sobre sistemas lineares, no entanto, será necessário avançar em
alguns pré-requisitos fundamentais ao entendimento do assunto.
a11 a12
A
a 21 a 22
Os complementos ou cofatores relativos aos elementos a11 e a12 da matriz A serão:
a11 a13
A22 1 1 a11a 33 a13a 31
22
a 31 a 33
a11 a13
A23 1 1 a11a 32 a12 a 31
23
a 31 a 32
a12 a13
A31 1 1 a12 a 23 a13a 22
3 1
a 22 a 23
Como vimos no Capítulo 8, quando suprimimos a linha e coluna aij de uma matriz M, de
ordem n > 1, compreendemos isso como menor complementar (MC).
Tanto o complemento algébrico quanto o menor complementar são muito utilizados nas
aplicações desenvolvidas neste capítulo, por isso a importância dessa revisão.
Para encontrar o determinante de matrizes, são necessárias regras e teoremas específicos. De
modo a aprofundar o que estudamos anteriormente, portanto, apresentamos a seguir uma regra de
relevante conhecimento.
144 Matemática aplicada
Logo, a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32
Agora, fazemos o mesmo, porém colocando as diagonais secundárias:
Logo, – (a13 a22 a31 + a11 a23 a32 + a12 a21 a33)
Ao juntarmos esses elementos, temos:
= – (a13 a22 a31 + a11 a23 a32 + a12 a21 a33) + (a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32).
A regra de Sarrus, junto às demais já apresentadas, objetiva facilitar os cálculos de
uma determinante. É algo de grande relevância, considerando que em áreas de pesquisa e
desenvolvimento é a ampla aplicabilidade de matrizes, como nos códigos de linguagem de
programação de computadores.
Sistemas lineares 145
3x + 2y – z = 0
2x + y + z = 8
–3x + y + z = 3
146 Matemática aplicada
Esse sistema linear resultará em uma matriz incompleta, pois não acrescentamos os valores
colocados à frente da igualdade, apenas os valores que acompanham as incógnitas. Observe:
3 2 1
A2 1 1
3 1 1
Para transformá-la em uma matriz completa, precisamos acrescentar uma coluna formada
pelos termos independentes das equações do sistema. Em uma matriz, os termos independentes
são aqueles colocados após o sinal de igual e que não estão acompanhados de incógnitas. Também
podem ser chamados de termos resultantes. Após inserirmos a quarta coluna com os termos
independentes, chamaremos essa matriz de B:
3 2 1 0
B 2 1 1 8
3 1 1 3
Um sistema em que todos os termos independentes são nulos é chamado de homogêneo.
Vejamos um exemplo:
5x + 4y – 3z = 0
–4x + 7y – 8z = 0
x2 – y + 3z = 0
x+y=6
3x – y = 2
x=6–y
Substituindo na segunda equação, 3 . (6 – y) – y = 2, então: 18 – 3y – y = 2. Isso resultará em
–4y = –16, logo, y = 4.
Substituindo na primeira equação, x + 4 = 6, logo x = 2.
Ao resolver esse sistema, encontramos como solução o par ordenado (2,4). Nesse caso, há
apenas essa única possibilidade de solução. Por isso, é um sistema possível e determinado.
Vejamos um sistema mais complexo:
x+y=6
2x + 3y = 14
Sistemas lineares 147
x=6–y
Substituindo na segunda equação, 2x + 3y = 14: 2 . (6 – y) + 3y = 14. Portanto, 12 – 2y + 3y
= 14, resultando em: –2y + 3y = 14 – 12. Logo, y = 2, o que permite calcular: x + y = 6, isto é, x + 2
= 6. Por fim, encontra-se: x = 4.
Podemos ter inúmeros pares ordenados resultantes do sistema, como (2,4). São infinitas as
soluções, de modo que esse é um sistema classificado como possível e indeterminado.
Agora, observe o próximo sistema:
x + y = 10
–x – y = 10
Nesse caso, ao tentar a resolução, eliminamos x e y. Logo vemos que nenhum par ordenado
satisfaz ao mesmo tempo as equações. Esse sistema não tem solução, sendo impossível resolvê-lo.
x–y+z=3
2x + y – z = 0
3x – y + 2z = 6
m.n=3
1 1 1
D 2 1 1 3 0
3 1 2
a + 5b + 2c = 1
–2a + b + c = –2
–x + 4b + 3c = –1
D = 0; Da = 0; Db = 0; Dc = 0
a + 2b + c = 1
2a + b – 3c = 4
3a + 3b – 2c = 0
1 2 1 1 2 1
D 2 1 3 0 Da 4 1 3 35 0
3 3 2 0 3 2
S1 = 4x + y = 6 S2 = x+y=8
x+y=4 x–y=4
O par ordenado (x,y) = (2,2) satisfaz a ambos os sistemas. Portanto, dizemos que S1 e S2 são
equivalentes.
Sistemas lineares 149
Ajustamos para:
–x – 3y = –5
x–y=1
–4y = –4
x – 3y = 5
–4y = 4
• Método da adição
Adiciona-se membro a membro das equações com o objetivo de calcular uma das
incógnitas. Exemplo:
x+y=7
x – 3y = –1
O primeiro passo nessa equação será multiplicar a segunda equação por (–1) e, assim,
eliminar a incógnita x. É importante ter a percepção de que qualquer operação que
consiga anular uma das incógnitas irá facilitar o cálculo.
x + y = 7 e –x + 3y = 1
Perceba que x será anulado nessa operação e sobrarão apenas as incógnitas y para serem
calculadas.
4y = 8
y=2
x+y=7
x+2=7
x=5
Portanto, x = 5; y = 2
• Método da substituição
O primeiro passo é escolher uma das equações dadas para isolar uma das incógnitas e, em
seguida, substituir em outra equação. Exemplo:
x + 2y = 9
3x + y = 7
3 . (9 – 2y) + y = 7
27 – 6y + y = 7
–5y = 7 – 27
5y = 20
y=4
Sistemas lineares 151
x + 2y = 9
x+2.4=9
x+8=9
x=1
Portanto, x = 1; y = 4
2x – 3y – z = 4
x + 2y + z = 3
3x – y – 2z = 1
Devemos trocar de posição a primeira equação com a segunda, para que o primeiro
coeficiente x seja igual a 1.
x + 2y + z = 3
2x – 3y – z = 4
3x – y – 2z = 1
Agora, fazemos a segunda posição pela soma da primeira equação, multiplicada por –2, com
a segunda equação.
x + 2y + z = 3
–7y – 3y = –2 → (–2)
3x – y – 2z = 1
A seguir, trocamos a terceira equação pela soma da primeira, multiplicada por –3, com a
terceira equação.
x + 2y + z = 3
–7x – 3z = –2 → (–3)
–7y – 5z = –8
152 Matemática aplicada
x + 2y + z = 3
–7x – 3z = –2 → (–1)
–2z = –6
Com isso, já encontramos o valor de z na última equação, que é 3. Agora, basta substituí-lo
para encontrar y.
–2z = 6, logo, z = 3
–7y – 3 . (3) = –2
–7y – 9 = –2
y = –1
x + 2 . (–1) + 3 = 3
x–2+3=3
x=2
Portanto, x = 2, y = –1 e z = 3.
Vamos avançar, agora, para um sistema mais complexo, com três equações e quatro incógnitas.
Dado o sistema:
a+b+c–d=6
2a + b – 2c + d = –1
a – 2b + c + 2d = –3
Observe que o número de equações é menor que o número de incógnitas. Logo, m < n.
Anulamos todos os coeficientes da primeira incógnita a partir da segunda equação. Então,
trocamos a segunda equação pela soma do produto da primeira equação por –2 com a segunda
equação. Vejamos:
a+b+c–d=6 a+b+c–d=6
2a + b – 2c + d = –1 → (–2) → –b – 4c + 3d = –13
a – 2b + c + 2d = –3 a – 2b + c + 2d = –3
Sistemas lineares 153
Trocamos a terceira equação pela soma do produto da primeira equação por –1 com a
terceira equação.
a+b+c–d=6 a+b+c–d=6
–b – 4c + 3d = –13 → (–1) → –b – 4c + 3d = –13
a – 2b + c + 2d = –3 –3b + 0d + 3d = –9
a+b+c–d=6 a + b + c – 3d = 6
–b – 4c + 3d = –13 → (–3) → –y – 4c + 3d = –13
–3b + 0d + c = 9 12c – 6d = 30
Dessa forma, está feito o escalonamento do sistema. Como m < n, sabemos que o sistema
é possível e indeterminado, por isso admitem-se infinitas soluções. Chamamos de grau de
indeterminação (GI) a diferença entre o número de incógnitas e o de equações de um sistema
nessas condições.
GI = n – m = 4 – 3 = 1
Se o grau de indeterminação é 1, atribuímos a uma das incógnitas um valor ᾱ, supostamente
conhecido, e resolvemos o sistema em função desse valor. Sendo d = ᾱ, substituindo esse valor na
terceira equação, por exemplo, teremos:
12c 6 ᾱ = 30
30 6ᾱ 5 ᾱ
12c 30 6 ᾱ c
2 2
5 ᾱ
b 4 3 ᾱ = 13
2
b 10 2 ᾱ 3 ᾱ = –13
b ᾱ 13 10
b ᾱ 3
b ᾱ 3
154 Matemática aplicada
5 ᾱ
a ᾱ 3 ᾱ= 6
2
2a 2ᾱ 6 5 ᾱ 2ᾱ = 12
2a 2ᾱ 11 12
2a 1 ᾱ
a 1 ᾱ :2
Os sistemas lineares podem ser ainda maiores, como 4 x 4, 5 x 5 etc. Porém, quanto maiores,
mais complexos são em suas resoluções. Atualmente, temos ferramentas computacionais que
facilitam o trabalho de resolução de grandes sistemas.
Para entender melhor esse método, vejamos alguns exemplos resolvidos.
1. Escalone e resolva os seguintes sistemas lineares:
a) Sistema linear básico tipo 2 x 2.
x + 3y = 0
3x + 5y = 0
Solução:
Multiplicamos a primeira equação por (–3):
–3x + 9y = 0
3x 5y 0
4 y 0
Substituindo na primeira equação:
x + 3y = 0
x + 3 . (–4) = 0
x – 12 = 0
x = –12
S = (–12;0)
a + 2b + c = 9
2a + b – c = 3
3a – b – 2c = – 4
Sistemas lineares 155
Solução:
a + 2b + c = 9
2a + b – c = 3 ← multiplicamos por (–2)
3a – b – 2c = –4 ← multiplicamos por (–3)
a + 2b + c = 9
–3b – 3c = –15
–7b – 5c = –31
a + 2b + c = 9
–3b – 3c = –15 ← divisível por (–3)
–7b – 5c = –31
a + 2b + c = 9
a + 2b + c = 9
b+c =5
–7b – 5c = –31 ← multiplicamos por 7
a + 2b + c = 9
b+c =5
2c = 4
c=2
Substituindo na primeira e na segunda colunas, teremos b = 3 e a = 1, portanto
S = (1,2,3).
Agora, para facilitar a compreensão, vamos proceder com a aplicação da regra de Cramer,
determinando x e y na equação:
x + 2y = 9
3x + y = 7
1 2 x 9
3 1 y 7
156 Matemática aplicada
det A x
x
det A
y
det A y
det A
1 2
det A 1 1 2 3 5
3 1
Para obter a matriz Ax, é necessário substituir a primeira coluna da matriz A, na qual estão
os coeficientes de x, pela coluna da matriz C.
9 2
Ax 9 1 2 7 5
7 1
Agora, façamos o mesmo com a matriz Ay, substituindo a segunda coluna da matriz A:
1 9
Ay 1 7 9 3 20
3 7
det(A x ) 5
x 1
det(A) 5
det(A y ) 5 1
y
dett(A) 20 4
Os exercícios apresentados foram resolvidos de forma mais fácil quando lançamos mão
do uso de determinantes. Os determinantes são uma importante propriedade das matrizes e têm
especial relevância para os conceitos apresentados até então.
Considerações finais
As matrizes e determinantes, quando aplicadas à engenharia, à estatística e a outras áreas
complexas do conhecimento, reduzem demasiadamente o tempo para se chegar à solução de
situações-problema. Cálculos de medição, como os utilizados na construção de um prédio, por
exemplo, irão demandar a análise de múltiplas equações ao mesmo tempo. Ainda, essa análise
é importante para estabelecer a equação ajustante de uma parábola em estatística, em que se faz
necessário elaborar sistemas de equações com muitas incógnitas.
Sistemas lineares 157
• EXCEL trabalhando com matrizes. 2015. 1 vídeo (19 min.). Publicado pelo canal Wesley
Matos – Excel Man. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nJ1t8qbVA9s.
Acesso em: 3 out. 2019.
Vale a pena conhecer as videoaulas sobre matrizes e determinantes desenvolvidas pelo
professor de computação gráfica Wesley Matos. Com exemplos práticos, o professor
apresenta o passo a passo da construção de matrizes e determinantes utilizando a
ferramenta Microsoft Excel.
Atividades
1. Obtenha matriz transposta Bt a partir da matriz B:
1 2
B 4 1
0 3
1 4
A
4 1
3 3 6 2
M N
2 5 1 4
6 3 1 2
AB
3 4 7 0
8 7
B 3
6 5
158 Matemática aplicada
3x + y = 13
x + 2y = 16
3x + y = 11
x + 2y = 7
8. Usando a resolução por meio de determinantes, com a regra de Cramer, resolva o mesmo
sistema anterior.
3x + y = 11
x + 2y = 7
x+y+z=9
3x – 2y – z = –4
2x – 3y + 2z = 3
x + 2y + z = 0
2x – y + 3 = 1
–x + 3y + z = –2
10
Funções polinomiais, limites e derivadas
Este capítulo está organizado em três partes. A primeira tratará das funções polinomiais,
que é um pré-requisito de pré-cálculo para desenvolvermos as duas etapas finais, denominadas
limites e derivadas. Nosso objetivo será descrever o comportamento de uma ou mais funções à
medida que seu argumento se aproxima de determinado valor. Entende-se por argumento o ângulo
formado pelo eixo positivo do plano cartesiano e a função.
Na segunda parte deste capítulo veremos técnicas para o cálculo de limites e propriedades
relevantes. Finalmente, na terceira parte chegaremos às derivadas. É válido observar que o conceito
de derivadas relaciona-se à taxa de variação instantânea de uma função e que, na prática, está
muito presente no cotidiano das pessoas e empresas. As técnicas de derivação possibilitam, por
exemplo, a análise da taxa de crescimento de uma população, a variação de custos e demandas em
uma empresa. Logo, os três temas são fundamentais e aplicáveis.
10 x y
0 1
8
1 3
2 5
6
3 7
4 4 9
0
0 1 2 3 4 5
Fonte: Elaborado pelo autor.
3 1 –2
0 –2
2
–1 0
1
–2 4
0
–4 –2 0 2 4
–1
–2
–3
Fonte: Elaborado pelo autor.
Funções polinomiais, limites e derivadas 161
x y
4
2 10
1 –3
2 0 0
–1 –2
–2 –34
–4 –2 0 2 4 6
–2
–4
(x – 1)5 = 0, logo (x – 1) . (x – 1) . (x – 1) . (x – 1) . (x – 1) = 0
Então, temos cinco raízes.
Exemplo 1:
Na equação (x – 4)2 . (x + 3)3 . (x – 1) = 0, teremos:
(x – 4) . (x – 4), logo, 4 é uma raiz dupla ou de multiplicidade 2.
(x + 3) . (x + 3) . (x + 3), então, –3 é uma raiz tripla ou de multiplicidade 3.
(x – 1), portanto, 1 é uma raiz simples ou de multiplicidade 1.
162 Matemática aplicada
Exemplo 2:
Vejamos a equação p(x) = 8 . (x + 4) . (x – 7) . (x – 5) . (x + 4) . (x – 7) . (x + 4)
8x + 32 = 0
8x = –32
Logo, x = –4
x – 7 = 0, portanto, x =7
x – 5 = 0, portanto, x = 5
x + 4 = 0, portanto, x = –4
x – 7 = 0, portanto, x = 7
x + 4 = 0, portanto, x = –4
Assim, p(x) é o produto da constante 8 por 6 fatores de primeiro grau. Podemos dizer que é
de sexto grau e as raízes são: –4, 7, 5, –4, 7 e –4.
Em que:
–4 é raiz tripla ou de multiplicidade 3.
7 é raiz dupla ou de multiplicidade 2.
5 é raiz simples ou de multiplicidade 1.
Então: p(x) = 8 . (x + 4)3 . (x – 7)2 . (x – 5)
Qual será o plano mais interessante para uma pessoa que utilizará 7 horas? E se o utilizar
acima de 30 horas, esse plano continuará interessante?
Solução:
Podemos definir as funções de cada plano utilizando as funções polinomiais de primeiro
grau.
Solução:
O monômio com maior grau é o que tem o elemento x5. Logo, para o grau dessa função
ser igual a 5, m2 – 4 deve ser diferente de zero.
m2 – 4 será igual a zero quando m2 = 4, logo m = +–2.
Quando m é igual a –2, o grau de p(x) = 4.
Quando m for igual a +2, o primeiro e segundo termo somem, então, o termo que terá
maior grau será 3x2. Logo, o grau de p(x) = 2.
E se m for ≠ de –2 e +2, o (m2 – 2)2 será ≠ 0. O grau de p(x), então, será igual a 5.
Solução:
P(x) = [x2(x – 1) + 1(x – 1)]30
P(x) = [(x – 1) . (x2 + 1)]30
P(x) = (x – 1)30 . (x2 + 1)30 = 0
Como (x – 1)30 = 0, temos que 1 é raiz de multiplicidade 30.
A essa altura, podemos observar um padrão de construção. É bem provável que a regra a
balizar essa construção descreva que a soma dos n primeiros números ímpares será igual a n2. Para
validarmos essa regra, contudo, teríamos que testá-la para todos os naturais, o que seria praticamente
impossível. Para testar esse padrão, há várias maneiras. A mais comum, que conheceremos a seguir,
chama-se princípio da indução finita.
Imagine-se posicionando peças de um dominó em pé, construindo uma reta ou curva. Se a
distância entre as peças for adequada, ao empurrar uma, poderemos vê-la derrubando a peça à sua
frente, que derrubará outra, e outra, até o fim da série. Essa imagem nos ajuda a entender o que é a
indução finita, cujo princípio se baseia em duas ideias.
A primeira ideia se chama passo indutivo. Em analogia ao dominó, significa dizer que se
uma peça cair sobre outra, então essa também cairá. Essa afirmação, é claro, não garante que todas
as peças venham a cair.
A segunda ideia se chama base, que se refere, nesse exemplo, à primeira peça de dominó que
cairá. Juntando ambas as ideias, podemos garantir que todo o dominó cairá. Mas a base não precisa
ser necessariamente a primeira peça, poderia ser a sétima ou qualquer outra.
Voltando ao nosso problema inicial, vamos usar o princípio da indução finita para demonstrar
que a soma dos primeiros números naturais ímpares é dada por n2. Reescrevendo essa afirmação
em linguagem matemática, temos:
1 + 3 + 5 + ... + (2n – 1) = n2, sendo (2n – 1) o enésimo termo.
Base = 1, então 12.
Hipótese: podemos avaliar que essa propriedade funciona para um determinado valor de n,
ou seja, n = k.
Tese: se funcionar para k, funcionará também para k + 1.
Vamos observar agora outro exemplo:
12 = 1
12 + 22 = 5
12 + 22 + 32 = 14
12 + 22 + 32 + 42 = 30
Se estendemos essa soma para uma quantidade n de números naturais, o resultado será:
n n 1 2n 1
12 22 ... n2
6
Vamos testar:
n soma
n n 1 2n 1 1 1 1 2 1 1
1 1
6 6
2 2 1 2 2 1
2 5
6
Funções polinomiais, limites e derivadas 165
O fato de testarmos e ter dado certo para os dois primeiros n, no entanto, não significa que
possamos afirmar que dará certo para todos os números naturais. Como essa é uma propriedade
associada aos números naturais, um bom método para verificar se funciona a todos os números é
usar também o princípio da indução finita.
Primeiramente, vamos verificar a base como fizemos no primeiro exemplo.
1 1 1 2 1 1
Base: para n 1
6
Hipótese: admitir que a fórmula funciona para um determinado número natural, que
k k 1 2k 1
chamaremos de k. Assim, se somarmos 12 22 32 ...k 2
6
Logo, 1 2 3 ... k k 1
2 2 2 2 2
k k 1 2k 1
k 1
2
k k 1 2k 1 6 k 1
2
k 1 k
Portanto, 2k 1 6 k 1
6
k 1 2k 2
3k 4 k 6
6
k 1 k
2x 3 2 2k 3
6
k 1 k 2 2k 3
Observe que essa expressão representa nossa regra inicial, substituindo o n por (k + 1).
n n 1 2n 1 k 1 k 2 2k 3
Portanto,
6 6
Dessa forma, mostra-se que a regra vale para 1 e, se vale para o natural k, vale para k + 1.
Logo, funcionará para qualquer número natural.
Agora vamos aplicar o princípio da indução finita para resolver dois problemas de igualdade.
1. O primeiro deles será provar que 3 divide 5n + 2 . 11n. Ou seja, expressões nesse formato
são sempre divisíveis por 3.
Base: n = 1, então 5 + 2 . 11 = 27, que realmente é divisível por 3. Na base, portanto,
funcionou.
166 Matemática aplicada
Hipótese de indução: admitimos que essa expressão é divisível por 3 para um determinado
número natural, que podemos representar por k. Assim, podemos escrever: 5k + 2 . 11k
será divisível por 3.
Agora vamos provar que 5k + 1 + 2 . 11k + 1 também é divisível por 3.
5 . 5k + 2 . 11 . 11k
5 . (5k + 2 . 11k) + 6 . 2 . 11k
Divisível por 3 Com certeza
por indução divisível por 3
Logo, se a expressão é divisível por 3 por um número inteiro positivo (6), será também
divisível o sucessor. Ou seja, o fato de valer para k demonstra que vale também para k + 1.
2. Agora vamos para mais uma aplicação com uma soma curiosa, usando os fatoriais:
1 . 1! = 1
1 . 1! + 2 . 2! = 5
1 . 1! + 2 . 2! + 3 . 3! = 23
1 . 1! + 2 . 2! + 3 . 3! + 4 . 4! = 119
Em todas essas linhas, o resultado obtido é sempre uma unidade a menos do que o
próximo fatorial, ou seja:
1 . 1! = 1 → 2! – 1
1 . 1! + 2 . 2! = 5 → 3! – 1
1 . 1! + 2 . 2! + 3 . 3! = 23 → 4! – 1
1 . 1! + 2 . 2! + 3 . 3! + 4 . 4! = 119 → 5! – 1
Dizemos, assim, que essas expressões podem ser dadas por (n + 1)! – 1.
Vamos provar que:
n
k k ! n 1! 1
k 1
Base: (n = 1)
Hipótese: 1 . 1! + 2 . 2! + ... + p . p! = (p + 1! – 1)
Nosso objetivo é demonstrar que essa mesma propriedade vale para o próximo, ou seja,
p + 1.
1 . 1! + 2 . 2! + ... + p . p! + (p + 1) . (p + 1)!
Logo, (p + 1) – 1 + (p + 1) . (p + 1)!
Funções polinomiais, limites e derivadas 167
Colocando em evidência:
(p + 1)! . (1 + p + 1) = 1
= (p + 2)! – 1
Para praticar um pouco mais esses conceitos, vamos analisar alguns exercícios resolvidos
por indução finita a seguir.
1. Provar por indução matemática que:
1 + 3 + 5 + ... + (2n – 1) = n . n ≥ 1
Solução:
O primeiro passo é definir a base e a hipótese que queremos demonstrar.
Solução:
Base: para n = 1, então 2 . 1 = 2 e 12 + 1 = 2. Logo, verdadeira.
Hipótese: 2 . 1 + 2 . 2 + 2 . 3 + ... + 2k = k2 + k = k . (k + 1) com k ≥ 1.
Vimos como as induções matemáticas são importantes para testar raciocínios lógicos na
avaliação das proposições. Uma indução é usada, portanto, para demonstrar a verdade de um
número infinito de proposições.
10.4 Limites
Para iniciar o entendimento de limites é necessária uma compreensão prévia do conteúdo
de funções, que são a base para esse estudo. Os limites são muito utilizados em geografia, cálculos
populacionais, de território, computação, engenharia, economia etc., de modo a serem um conceito
de importante domínio.
Observe a função A = f(x) = x2.
Gráfico 4 – Representação da função parábola f(x) = x2
10
eixo y
9 9
9
5
4 4
4
3
2
1 1
1
0
0
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
eixo x
Fonte: Elaborado pelo autor
Essa parábola está representando a área da função. Agora vamos atribuir para x o valor 3 e,
calculando o resultado, teremos f(3) = 32 = 9.
A seguir, a parábola representada com as novas informações:
Gráfico 5 – Parábola f(x) = x2, delimitada por x = 3
10
eixo y
9 9
9
5
4 4
4
3
2
1 1
1
0
0
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
eixo x
Fonte: Elaborado pelo autor
Funções polinomiais, limites e derivadas 169
10
eixo y
9 9
9
5
4 4
4
3
2
1 1
1
0
0
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
eixo x
Fonte: Elaborado pelo autor.
Você percebeu que essas aproximações foram feitas a partir de valores menores que 3, ou
pela esquerda, mas essa aproximação também poderá se dar pela direita, pois podemos ter valores
de x que são maiores que 3, mas que irão cada vez mais se aproximar de 3. Observando o gráfico
novamente, vamos perceber uma área maior partindo um pouquinho acima de 3 até acima de 9
no eixo y.
170 Matemática aplicada
16 16
16
eixo y
15
14
13
12
11
10
9 9
9
8
7
6
5
4 4 4
3
1 2
1
1
0
0
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
eixo x
Fonte: Elaborado pelo autor.
Cada vez mais que o x se aproximar de 3 pela direita, mais próxima a área ficará de 9 em y.
Finalizando, então, podemos dizer que quando o limite da função y = x2 tende para 3, seu resultado
será igual a 9. Se essa função representasse uma folha de alumínio de 3 cm em um dos lados, a área
que é dada por x2 se aproximaria de 9 cm2 como limite para a função. Logo, utilizando a notação
matemática, temos:
lim x 2 9
x 3
Em que a notação “x → 3” indica que x tende para 3 e “lim” representa limite de.
Sendo lim f (x ) e lim g(x ), e considerando c um número real qualquer (constante), então:
x→a x→ a
b. lim [c f x ] c lim f (x )
x a x a
Funções polinomiais, limites e derivadas 171
A forma de fazer o item c) é muito parecida com o item a). É a separação dos dois limites.
Dizemos então que o limite do produto de duas funções é igual ao produto dos limites dessas
funções. No item d), o denominador precisa ser diferente de 0 para não anular toda a função.
e. lim [f x ]n [lim f x ]n
x a x a
Nessa propriedade temos o limite da potência de uma fração. Todo o limite da função f(x)
estará elevado à potência n.
f. lim
n
f x n lim f x
x a x a
Se lim f x 0,
x a
n é um inteiro positivo. Mas se o limite da função for menor ou igual a zero, n será um
inteiro positivo ímpar.
g. lim | f x | | lim f x |
x a x a
Vistas as propriedades de limites, observe como elas facilitam os cálculos ao serem utilizadas
na resolução dos exercícios a seguir. Vale ressaltar que, para maior praticidade, sempre que há um
limite tendendo a determinado valor significa que ele se aproxima daquele valor. Por isso a função
se aproximará do valor que se obtém substituindo x. Porém não é isso que ocorre. Não podemos
dizer que há uma substituição, e sim que os valores tendem para um valor infinitesimalmente
próximo de um x qualquer dado.
a) lim [3 f (x ) 2 g(x )]
x 3
172 Matemática aplicada
Solução:
Note que no interior dos colchetes o que temos é a adição de duas funções. Logo, o primeiro
passo é separá-las:
lim 3 f (x ) lim 2 g(x ) 3 lim f ( x) 2 lim g( x)
x 3 x 3 x 3
Solução:
Observe que no radicando temos duas funções: f(x) e g(x). Logo, se f(x) = 9 e g(x) = 4, temos:
c) lim [| f (x ) : g(x ) |]
x→ 3
Solução:
Temos duas funções sendo divididas e modulares.
Logo: | lim f (x ) : g(x ) |
x→ 3
Como temos o limite relacionado a uma fração, ele será o limite tanto da função quanto do
denominador. Vejamos na forma de fração para facilitar o entendimento:
| lim f (x ) | : | lim g(x ) | | 9 : 4 | 9 : 4
x 3 x 3
2. Resolva a função: lim 4 t 2 5t 7
t 2
Solução:
4 lim t 2 5 lim t 7
3. Resolva a função:
x 4 x2 1
lim
x 2 22 5
Funções polinomiais, limites e derivadas 173
Solução:
Como é uma função polinomial simples, basta substituir a variável x pelo limite x → 2.
x 4 x 2 1 16 4 1 19
lim
x 2 22 5 45 9
4. Resolva a função:
y 2 5y 3
lim 3
x 2 y2 1
Solução:
32 5 3 3
3
32 1
9 15 3 3 27 3
3
9 1 8 2
a b x
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observamos que o Gráfico 8 mostra função na qual a tem valor menor que b, e essa função
está definida apenas para esses valores de x. Esses valores, porém, não são nem a nem b. Por essa
razão, o intervalo é aberto.
Vamos imaginar que tomando um valor de x entre a e b, e substituindo o valor na função f,
encontraremos a imagem da função.
174 Matemática aplicada
f(x) f
a x b x
Fonte: Elaborado pelo autor.
f(x)
a x b x
Fonte: Elaborado pelo autor.
Cada vez que aproximarmos o valor f(x) de a, mais próximo também ficará de L. Então
podemos dizer que L é o limite da função à direita, quando x tende para a. Logo, os valores de x
serão sempre maiores que o valor a por estarem à direita.
No estudo dos limites não nos interessa saber o que ocorre quando a função é exatamente
a. Só interessa saber como se dão as aproximações em relação ao valor a. De maneira análoga,
procedemos com o mesmo raciocínio para a esquerda, e aí escrevemos lim f (x ) L .
x a
Vamos acompanhar alguns exemplos de observação:
1 x
Funções polinomiais, limites e derivadas 175
Os valores de x tendem ao valor 1 pelo lado direito, isto é, estão cada vez mais próximos ao
valor 1. Portanto, podemos dizer que: lim x se x tende a 1 pelo lado direito, quando o seu
valor será: lim x 1
x 1
1 x
Logo, lim x 1
x 1
Temos, então:
lim x 1 e lim x x 1
x 1 x 1
A função f(x), portanto, será igual a –x quando x for representado por valores menores que 1.
Se organizarmos essas informações no plano cartesiano, temos:
Gráfico 11 – Representação de lim x 1
x 1
f(x) = x
1 x
No Gráfico 11, a função f(x) é uma função identidade que passa por 0,0. Interessa-nos, no
entanto, apenas o valor 1 ou os valores maiores que 1. Portanto, bolinha fechada.
f(x) = x
f(x) = –x 1
1 x
–1
f(x) = –x 1
1 x
–1
f (x) x 2
Solução:
O primeiro passo é observamos o comportamento dos valores em cada linha de representação.
Primeiro para x → 2+ e, em seguida, para x → 2–.
2 x
2 x
Neste caso temos um limite lateral positivo que vale 0 e um limite lateral negativo que não
existe.
Observação: não existe no conjunto dos números reais uma raiz quadrada
de número negativo. Mas, vale ressaltar, a raiz quadrada de números
negativos pode existir no conjunto dos números complexos, chamados
de números imaginários e aplicados em várias áreas – engenharia, física
etc. Vamos observar um exemplo:
9 9 1
9 1 3 i
a) Representação: x → +∞ b) Representação: x → –∞
x f (x) x f (x)
1 0 –1 2
1 3
2 –2
2 2
2 4
3 –3
3 3
3 5
4 –4
4 4
99 101
100 –100
100 100
999 1.001
1.000 –1.000
1.000 1.000
Observe que nas representações tendendo a mais infinito os valores de x ficam cada vez
maiores. À medida que o valor de x tende a ir a mais infinito, f(x) tende ao valor 1. Cada vez mais,
o valor do numerador se aproxima do denominador.
Se observarmos os valores de x tendendo a menos infinito, observaremos que, ao usarmos
valores suficientemente grandes, porém negativos, também f(x) tenderá ao valor 1.
Graficamente, temos a seguinte representação:
Gráfico 14 – Observação para x = ∞+ e x = ∞–
y
x
–1
2
g(x)
–2
No Gráfico 15, vemos que à medida que o x caminha para mais infinito, ou seja, tende ao
infinito pela direita, mais a função se aproximará do valor 2. Logo, podemos dizer: o limite da
função g(x) = 2, quando x tende a +∞. Observando o contrário, vemos que o valor de x tende a
menos infinito, se o seu limite se aproximar do valor –2.
10.5 Derivadas
Segundo Boyer e Merzbach, em sua obra História da matemática (2012), Pierre de Fermat,
cientista francês magistrado, produziu ensaios que até hoje são muito relevantes. Fermat, um dos
pioneiros no estudo das funções, demonstrou as limitações do conceito da reta tangente em uma
curva como aquela que encontrava a curva em um único ponto.
Na mesma época, outros matemáticos, como Gotfried Leibniz e Isaac Newton, desenvolviam
estudos paralelos que, juntos, deram origem às derivadas.
Para que possamos entender os conceitos de derivadas, é preciso voltar a alguns pré-requisitos
importantes.
Sejam A (x1, y1) e B (x2, y2) dois pontos distintos do plano cartesiano, o coeficiente angular
m do segmento de reta AB é dado por:
y y y
m 2 1
x 2 x1 x (variação de y em função da variação de x) = tangente θ ou tangente do
ângulo teta.
Vamos imaginar dois pontos no plano cartesiano, conforme representação gráfica a seguir.
y y1 y
Gráfico 16 – Linha gráfica de 2
x 2 x1 x
Y
YB B
YA A
XA XB X
O coeficiente angular está diretamente relacionado com a inclinação de uma reta ou com
a inclinação de um segmento de reta. É a variação na vertical, ou seja, no eixo y pela variação
horizontal no eixo x.
Se nós completarmos esses segmentos de reta, teremos um triângulo retângulo. Vejamos:
Gráfico 17 – Representação da área dada pela função e os segmentos yB – yA e xA – xB
YB B
∆Y = YB – YA
YA A
∆X = XB – XA
XA XB
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ângulo teta
Y
YB B
∆Y = YB – YA
YA A
∆X = XB – XA
XA XB
Em relação à tangente do ângulo teta, podemos dizer que ela é exatamente igual ao
coeficiente angular. Se prolongarmos a reta gráfica para baixo e para cima, o ângulo teta cruza o
eixo x. Portanto, o ângulo teta é formado pelo eixo x com a reta.
Logo, a tangente do ângulo teta será dada por: cateto oposto (∆y) dividido pelo cateto
adjacente (∆x), isto é, ∆y . Acompanhemos um exemplo:
∆x
• Determine o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos: A (–2, 1) e B (3, 4).
Solução:
y
m
x
y 2 y1
m
x 2 x1
1 4 3 3
m
2 3 5 5
Portanto, já temos o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos A e B, que é m = 3 .
5
Gráfico 19 – Representação do coeficiente angular nos pontos A e B
4 B
5 3
A –1
–2 3 X
Portanto, para definir a equação da reta que se deseja, será necessário ter o coeficiente e os
valores (coordenadas) de, pelo menos, um ponto que passa por ela. Por exemplo:
• Escreva uma equação da reta que passa pelo ponto (3, 2) com inclinação −3 .
2
Solução:
y y 0 m(x x 0 )
3
y 2 (x 3)
2
2 y 4 3x 9
= 2y
2 y + 3x
3x
– 13
13 = 0, isto é, chegamos à equação geral da reta. Isolando y, temos:
3x 13
y
2 2
Então, a equação reduzida da reta é dada por y = mx + n. O elemento m = −3 é o nosso
2
coeficiente angular, e o valor n é o coeficiente linear. Observando graficamente:
Gráfico 21 – Representação dos coeficientes linear e angular
Y
13
2
2 Ângulo teta
3 X
Como temos um coeficiente angular negativo, a reta ficou decrescente. Logo, a tangente do
ângulo teta vale −3 . O valor 13 é exatamente onde a reta cruza o eixo das ordenadas y.
2 2
Vejamos mais um exemplo:
• Escreva a equação para uma reta que passa pelos pontos: (–3, –2) e (4, 3).
Solução:
O primeiro passo é determinar o coeficiente angular m = ∆x .
∆y
m
2 3 5 5
3 4 7 7
O próximo passo é encontrar a equação da reta:
y – y0 = m (x – x0)
Vamos substituir y0 e x0, também colocando as coordenadas de um dos dois pontos:
5
y 3 ( x 4)
7
7 y 21 5x 20
p
Y1
y = f(x)
X1 X
p
Y1 y = f(x)
X1
A única certeza é que essa reta passa por p e possui as coordenadas (x1, y1).
Vamos considerar no gráfico outro ponto qualquer, que chamaremos de q. Esse ponto q terá
coordenadas (x2, y2).
Gráfico 24 – Observação das coordenadas
Reta tangente
Y
Y1 p
q Reta secante
y = f(x)
X1
Essa nova reta (p, q) está cortando o gráfico em dois pontos. Podemos dizer que é uma
reta secante à curva y = f(x). Para saber seu coeficiente angular m, usamos a fórmula já estudada:
y y y
m 2 1 .
x 2 x1 x
f ( x 2 ) f (x1 )
Logo, m .
(x 2 x1 )
O coeficiente angular da reta secante é dado por:
f (x1 x ) f (x1 )
m
x1 x x1
f (x1 x ) f (x1 )
m
x
184 Matemática aplicada
O ponto q sempre tenderá para zero, isto é, cada vez mais a inclinação da reta secante ficará
muito próxima da reta tangente. O ponto q irá se deslocar sobre a curva, diminuindo as distâncias
em relação ao ponto p.
Portanto, se considerarmos o coeficiente angular da reta secante e fizermos com que ∆x
tenda a zero, o ponto q irá exatamente tender a p. O coeficiente angular da reta tangente, então,
será dado por:
f (x x ) f (x )
m t lim
x 0 x
Solução:
f(x) = x2 – 6x + 8
f(x1) = x12 – 6x1 + 8
f(x1 + ∆x) = (x1 + ∆x)2 – 6(x1 + ∆x) + 8
Podemos simplificar os termos anulando-os, de modo que todos os demais termos estarão
acompanhados de ∆x.
x12 2 x1 x (x )2 6 x1 6 (x ) 8 x12 6 x 8)
Logo,
x 0 x
Colocamos ∆x em evidência:
x (2 x x 6)
x 0 x
Temos: 2x + 6, então m = 2x + 6.
Solução:
f (x x ) f (x )
m t lim
x 0 x
(x x )3 2(x x )2 (x x ) 7 (x 3 2 x 2 x 7)
x 0 x
Funções polinomiais, limites e derivadas 185
Como há um termo ao cubo, precisamos fazer a distribuição: o cubo do primeiro mais três
vezes o primeiro ao quadrado pelo segundo, mais três vezes o primeiro pelo segundo ao
quadrado mais o cubo do segundo.
Portanto, a3 + 3 . a2 . b + 3 . a . b2 + b3
Logo, x 3 x x 3 x x x 2 x x x x x 7 x x x 7
3 2 2 2 3 2 3 2
x 0 x
x 3 3 x 2 x 3 x x x 2 2 x x x x x 7 x 3 x 2 x 7
2 3 2
x 0 x
3 x 2 x 3 x x 2 x x x x
2 3 2
x 0 x
x(3x 2 3x x x 2 x x 1)
2
x 0 x
x(3x 3x x x 2 x x 1)
2 2
x 0 x
Sobrou m = 3x2 + 2x – 1.
Podemos chamar essa relação de razão incremental, que também pode ser dada por:
y f (x ) f (x 0 )
x x x0
Solução:
y f (x ) f (x 0 )
x x x0
y 3x 1 (3 x 0 1 )
x x x0
3x 1 (3 2 1)
x 2
3x 1 (5)
x 2
y 3x 6
x x 2
2. Usando a razão incremental, dada a função f(x) = 3x2 + 2z – 1, encontre f ’(3). Aproveite para
utilizar a fórmula geral:
f (x x ) f (x )
lim
x0 x
f (3 x ) f (3)
lim
x0 x
Logo:
f(3) = 3 . 32 + 2 . 3 – 1 = 32
f(3 + ∆x) = 3 . (3 + ∆x)2 + 2 . (3 + ∆x) – 1
= 3 . (9 + 6 . ∆x + (∆x)2) + 6 + 2∆x – 1
= 27 + 18 . ∆x + 3 . (∆x)2 + 6 + 2∆x – 1
= 32 + 20∆x + 3 . (∆x)2
Portanto:
32 20x (3x )2 32
lim
x0 x
20x (3x)2
lim
x0 x
lim 20 3 0
x0
f ’(3) 20
Derivar y = 7; f (x) = 10
Portanto, y = 7 → y ‘= 0; f(x) = 10 → f ‘(x) = 0
Exemplo:
Dada a função f(x) = 8 . u(x), em que u(x) = 4x + 3, obtenha f ‘(x).
Solução:
Para u(x) = 4x + 3, a derivada é u ‘(x) = 4
Portanto, f ‘(x) = 8 . u’(x) → f ‘(x) = 8 . 4 = 32
10.5.6.5 Potência de x
Dada a função f(x) = xn, em que n é um número real, sua derivada será: f ‘(x) = n . xn – 1. Ou
ainda, de modo simplificado, y = xn = n . xn–1.
Exemplos:
a) f(x) = 4x → f ’(x) = 4x . ln 4, que também pode ser escrita da seguinte forma: f ‘(x) =
(ln 4) . 4x.
b) D(x) = 4.000 . 1,03x → D’(x) = 4.000 . ln 1,03, que também pode ser escrita como D ‘(x)
= 4.000 . (ln 1,03) . 1,03x.
a) f(x) = 7 ex → f ‘(x) = 7 ex
b) y = –3ex + xe + 4e → y’ = –3ex + exe–1 + 0 → y’ = –3ex + exe–1
Observe que a derivada de xe é obtida pela regra da potência de x, e que a derivada de 4e é
zero, pois 4 é uma constante.
Dada a função obtida pelo logaritmo do módulo de x, define-se esse módulo por |x| = x, se x
≥ 0, e –x, se x < 0. Logo, por exemplo, |3| = 3, pois 3 ≥ 0 e |–3| = – |–3| = 3, visto que –3 < 0.
Consideremos a função f(x) = ln |x|; a derivada será f ‘(x) = 1 ou, de modo simplificado, a
1 x
função y = ln |x| → y’ = .
x
190 Matemática aplicada
Portanto, f ‘(x) = 2 . (x3 – 20) + (2x + 4) . 3x2. Logo, f ‘(x) = 2x3 – 40 + 6x3 + 12x2 → f ’(x)
= 8x3 + 12x2 – 40
b) y = x3 . 4x
u = x3
u’ = 2x2
v = 4x
v’ = 4x . ln 4 ou (ln 4) . 4x
y’ = 2x2 . 4x + x3 . (ln 4) . 4x
y’ = 4x . [(ln 4). x3 + 2x2]
u(x ) 50 x 300
u ’(x) 50
v(x) x 5
v ’(x) 1
Portanto:
50 (x 5) (50 x 300) 1
f ’(x )
(x 5)2
50 x 250 50 x 300
f ’(x )
(x 2 10 x 25)
50
f ’( x) 2
x 10 25
a) y = 8x7 + 5
Solução:
y’ = 8 . 7 . x8 – 1
y’ = 56x7
Solução:
y’ = 3 . 33–1 + 2 . 2x2–1 + 1 . 2x1–1 + 0
y’ = 9x2 + 4x + 2
c) q = 9
Solução:
Derivada de constante é 0.
192 Matemática aplicada
Solução:
q’ = 4 . (–2) . p4–1 + 3 . 12p3–1 – 2 . 5 . p2–1 – 1 . 8 . p1–1 + 0
q’ = –8p3 + 36p2 – 10p – 0
e) y = x
Solução:
y’ = 1 . x1–1
y’ = 1 . x0
y’ = 1
Solução:
Se y = 6 . u(x), então y’ = 6 . u ‘(x)
Para u(x) = 4x + 4, teremos u ‘(x) = 4
Portanto, y’ = 7 . 4 = 28
g) Dada a função f(x) = u(x) + v(x), em que u(x) = 7x + 6 e v(x) = 8x + 12, obtenha a
derivada.
Solução:
u = 7x + 6
u’ = 7
v = 8x + 12
v’ = 8
Logo, y’ = u ‘(x) + v ‘(x) = 7 + 8 = 15
h) Dada a função f(x) = u(x) – v(x), em que u(x) = x + 8 e v(x) = 5x, obtenha a derivada.
u=x+8
u’ = 1
v = 5x
v1 = 5
Logo, f(x) = u ‘(x) – v ‘(x) = 1 – 5 = –4
q = 100
A taxa de variação média de C(q) para o intervalo de 100 até 100 + h corresponde a:
C(100 h) C(10)
h
C(100 h) C(100)
C ’(100) lim 8450
h0 h
1. Em uma fábrica de calças jeans, o custo em reais para produzir q calças é dado por C(q) =
0,001q3 – 0,2q2 + 42 q + 4.900.
2. Em uma fábrica de baterias, o preço da bateria de lítio é dado por p = –0,5q + 500, para uma
produção de 0 a 500.
3. Dada a função custo igual a 80q + 28.000 e a função receita, –0,4q2 + 400q, determine a
função lucro, o lucro marginal e o lucro para uma produção de 200 unidades.
L(q) = RT – CT
L(q) = (–0,4q2 + 400q) – (80q + 28.000)
L(q) = –0,4q2 + 400q – 80q – 28.000
L(q) = –0,4q2 + 320q – 28.000
Lm(q) = –0,4 . 2q + 320
Lm(q) = –0,8q + 320
Considerações finais
Este capítulo contemplou três assuntos muito complexos e interligados: função polinomial,
limites e derivadas. O tema é amplo, sendo possível avançar mais nas particularidades e nos casos
que o envolvem. Os conceitos elementares apresentados, e suas devidas aplicações, servem como
estímulo para que você avance nos estudos futuros.
Atividades
1. Sejam f(x) = 2x – 3, g(x) = –4 – x e h(x) = x2 – x – 1, determine p(x) = f(x) . g(x) + h(x).
2. Sejam f(x) e g(x), tais que f(x) = ax2 + (b – 1) x + 3 e g(x) = bx2 + (–a + 2) x – 1, determine a
e b, de modo que f(x) + g(x) seja independente de x.
196 Matemática aplicada
3. Sejam f(x) = ix e g(x) = 3x + 2i, determine a, b e c que verifiquem f(x) . g(x) = ax2 + bx + c.
5. Prove por indução matemática que a soma dos primeiros n números ímpares é igual a n2.
Isto é, 1 + 3 + 5 + ... + (2n – 1) = n2.
1 1 1 2
5 ...
2 3 (2n 1) (2n 1) 2n 1
Para qualquer n ≥ 0.
7. Resolva os itens:
x 3
a) lim
x3 x 3
x 1
b) lim
x 1 x 1
1
9. Determine o limite para: lim x 3 2 3 x
x0 x2
a) y = 7x3 – 9x2 + 8x
b) y x x 9
y = 4x3 + 2x2 – 7x + 5
12. Em uma fábrica de cadeiras de madeira, o custo para produzir q unidades é de: C(q) = 4q2 +
180q + 400. Determine o custo marginal para a produção de 10 unidades.
13. Em uma empresa de banquetas, o preço do tipo mais exclusivo é dado por p = –0,5q + 700
para uma produção que varia de 0 a 1.000 unidades. Obtenha a função receita e a receita
marginal para a venda de 200 banquetas.
14. Dadas as funções custo = 10q2 + 27q + 500 e receita = 18q2 + 30q, determine:
a) A função lucro.
b) A função lucro marginal.
c) O lucro marginal para 250 unidades.
Gabarito
a) (–5)3 . 4 = (–5)12
2 3 6
2 2
b) =
7 7
2.
25
a) 16 9 : 25 1
25
b) [(–32)2] = 32 . 2 = 34 = 81
c) 43 – 1 + 4 + 5 – 1 – 6 – 4 = 43 – 4 = 60
d) 4 4 2 4 4 2 4 2 2 4
e) 1 62 64 62 62 1 1
64 62 36
f) 3
1 49 3 1 7 3 8 3 23 2
g)
3
16 3 64 23 2 33 2
3
125 5
3
2 3
5 = 2
5
h) 10 6 2 2
5 3
3.
a) 2 x 20 13x 70
10
2x + 13x = –20 – 70
15x = –90
x = –6
b) 4 x 7 7 3x
5 4
16 x 140 35 60 x
20
16 x 60 x 35 140
34 x 175
175
x
34
198 Matemática aplicada
c) 20 . 8 – 4x = 20
160 – 4x = 20
–4x = –140
x = 35
4.
498 + 2x = 634
2x = 634 – 498
2x = 136, portanto, x = 68
Logo, 498 + 68 = R$ 566,00
5.
3x + x
João = 3x e Pedro = x
4x = 64, logo, x + 16
Portanto, Pedro tem 16 anos e João tem 48 anos.
6.
a) x + y = 14
2x + 3y = 48
Podemos optar por eliminar x, então multiplicamos toda a primeira linha por (–2).
–2x – 2y = –28 Isso resultará em:
2x + 3y = 48 y = 20
c) 3 – 6x < 2x + 2 + x – 7
–6x –2x – x > + 3 – 7 +2
–9x > –2
x> 2
9
Gabarito 199
7.
a)
O H D ND M
10 7 15 2 300
12 8 12 3 x
300 3.150
3.150 x 300 2.304 x 219m
x 2.304
b) AP OP D H
500 20 30 7
600 35 20 x
8.
a) 9 x 14 2
9x – 14 = 4
9x = 4 + 14
9x = 18
x = 18
9
x=2
200 Matemática aplicada
b) 2x 3 x 5
2x 3 x 5
2 2
2x + 3 = x – 5
x = –8
c) Isolando x ou y na segunda equação do sistema:
x+y=6
x=6–y
Substituindo o valor de x na primeira equação:
x² + y² = 20
(6 – y)² + y² = 20
(6)² – 2 . 6 . y + (y)² + y² = 20
36 – 12y + y² + y² – 20 = 0
16 – 12y + 2y² = 0
2y² – 12y + 16 = 0 (dividir todos os membros da equação por 2)
y² – 6y + 8 = 0
∆ = b² – 4ac
∆ = (–6)² – 4 . 1 . 8
∆ = 36 – 32
∆=4
a = 1, b = –6 e c = 8
y’ = 4 e y’’ = 2
80 – x x 60 – x
Gabarito 201
80 – x + x + 60 – x = 100
140 – 2x + x = 100
– x = 100 – 140
– x = – 40
x = 40
O percentual de animais vacinados contra as duas doenças é de 40%.
2.
3.
A B = (1, 2, 3, 4, 5)
y=x+2
x y
0 0+2=2
1 1+2=3
2 2+2=4
3 3+2+5
4 4+2=6
5 5+2=7
202 Matemática aplicada
7 y=x+2
5
R2 = 1
4
Y
0
0 1 3 4 5
X
2.
S = ax + b
S = 15x + 1.000
Logo, 1.915 = 15x + 1.000
915 = 15x
x = 61 planos
3.
Q Custo Custo médio unitário Custo fixo unitário Custos variáveis unitários
0 400,00
4.
a) CT(x) = 28 . x + 15.000
CT = 28.500 + 15.000
CT = R$ 29.000,00
b) RT(x) = 88 . x
RT = 88 . 500
RT = R$ 44.000,00
d) RT(x) = CT(x)
88 . x = 28 . x + 15.000
88 . x – 28 . x = 15.000
60 . x = 15.000
x = 250 unidades
e) LT(x) = 60 . x – 15.000
40.000 = 60 . x – 15.000
40.000 + 15 . 000 = 60 . x
55.000 = 60 . x
x = aproximadamente 917 unidades
5.
5 2 25 10
6 5 36 30
8 7 64 56
9 8 81 72
30 23 210 170
204 Matemática aplicada
30 23 b = 4,6 – 1,066 . 6
170
a 5
30
2
b = 4,6 – 6,396
210
5
a 32
30
a 1, 066
d) Equação da reta:
y = ax + b
y = 1,066 . x – 1,796
e) y = 1,066 . 13 – 1,796
y = 12,062
t
4
2 0, 25
t=8
Logo, podemos dizer que a parábola “toca” o eixo t no ponto t = 8.
2.
4.
5.
6.
V = b . at
12, 5
a=1–
100
a = 0,875
Logo, V = 42.000 . 0,875x
7.
a)
log16 64 = x
64 = 16x
26 = (24)x
6 = 4x
x = 6/4
x = 3/2
b)
log5 (0,000064) = x
0,000064 = 5x
64
= 5x
1.000.000
26
= 5x
106
(2/10)6 = 5x
(1/5)6 = 5x
5–6 = 5x
x = –6
Gabarito 207
c)
log 49
3
7 =x
71/3 = (72) x
71/3 = 72x
1/3 = 2x
x = 1/6
8.
log5 x = 2, logo, x = 52, que é igual a 25.
log10 y = 4, logo, y = 104, que é igual a 10.000.
Substituindo esses valores na expressão apresentada, temos:
k = log20 10.000
25
k = log20 400
k = log20 202
k = 2 . log20 20
k=2
9.
f(81) = log3 x = 81
3k = 81
3k = 34
Logo, k = 4
10.
f(6) = 2 log6 62
f(6) = 2 . 2 log6 6
f(6) = 4
11.
C . (1 + i)t = M
C . (1 + i)t = 2C
(1 + i)t = 2
(1 + 0,08)t = 2
1,08t = 2
Log 1,08t = log 2
t . log 1,08 = log 2
t = log 2 : log 1,08
t = 0,301 : 0,033
t = 9,12 ou aproximadamente 9 anos.
208 Matemática aplicada
12.
13.
x = y²
x = y2
x =y
y= x
A função f(x) = x² terá inversa f –1(x) = x
14.
x = (2y + 3) : (3y – 5)
x . (3y – 5) = 2y + 3
3yx – 5x = 2y + 3
3yx – 2y = 5x + 3
y . (3x – 2) = 5x + 3
y = (5x + 3) : (3x – 2), para x ≠ 2/3
5 Sequências e progressões
1.
n2 + 7n
Dois primeiros termos: 22 + 7 . 2 = 4 + 14 = 18
Três primeiros termos: 32 + 7 . 3 = 9 + 21 = 30
Logo, 30 – 18 = 12. Esse é o terceiro termo da sequência.
2.
3.
A B C D E F G H
8 _ _ _ _ _ ? _
A soma dos três espaços consecutivos é igual a 15:
(1) 8 + B + C = 15
(2) B + C + D = 15
8 + E + F = 20
E + F + G = 20
E + F + G – 8 – E – F = 20 – 20
G–8=0
G=8
4.
5.
n=1
a2 = a1 + 7 . 1
a2 = 4 + 7 = 11
n=2
a3 = a2 + 7 . 2
a3 = 11 + 14 = 25
n=3
a4 = a3 + 7 . 3
a4 = 25 + 21 = 46
210 Matemática aplicada
6.
a4 = 20
r = –4
a7= a4 + 3r
a7 = 20 + 3 . (–4)
a7 = 20 – 12
a7 = 8
7.
a1= 3
r = a1 – a2 = 6 – 3 = 3
a70 = a1 + 69 . r
a70 = 3 + 69 . 3 = 3 + 210
S70 = (3 + 210) . 35
S70 = 213 . 35 = 7.455
8.
2, -----, -----, -----, 18
a1 = 2
an = a5 = 18
a5 = a1 + 4r
18 = 2 + 4r
18 – 2 = 4r
16 = 4r
r=4
Logo, a PA será (2, 6, 10, 14, 18).
9.
a1 = 207
an = 999
r=9
an = a1 + (n – 1) . r
999 = 207 + 9n – 9
999 – 207 + 9 = 9n
9n = 801
n = 89
Gabarito 211
10.
a6 = 40 + (6 – 1) . (–6) S = (40 + 10) . 3
a6 = 40 + 5 . (–6) S = 50 . 3
a6 = 40 – 30 S = 150 km
a6 = 10
11.
a1 . a6 = 12.500
q=5
a1 . a1 . q5 = 12.500
a12 . 55 = 12.500
a12 . 3125 = 12.500
a12 = 4
a1 = 2
a3 = a1, qn – 1
a3 = a1 . q2
a3 = 2 . 52
a3 = 50
12.
a1 q n 1
Sn
q 1
2 210 1
S10
2 1
S10 = 2 . (1.024 – 1)
S10 = 2.046
13.
Temos agora uma PG infinita, logo:
a1 = 1
q=(1 ):1
2
a
S 1
1 q
1
S
1
1
2
S=2
212 Matemática aplicada
14.
q = a2 : a1
q=3:1
q=3
a1 q n 1
Sn
q 1
1 310 1
Sn
3 1
59049 1
Sn
2
Sn 28524
15.
a6 = a3 . q3
80 = 10 . q3
q3 = 8
q=2
n=7
p=3
7! 7!
A 7 6 5 210 centenas distintas
7 3! 4 !
2.
n=8
p=3
8! 8 ! 8 7 6 5 ! 336
C =5656comissões
3 ! 8 3 ! 3 ! 5 ! 3 2 1 5 ! 6
3.
n=3n=4
p=2p=2
Logo, C3 ; 2 , C4 ; 2
3! 4! 3! 4 !
C = 3 . 6 = 18 comissões distintas
2 ! 3 2 ! 2 ! 4 2 ! 2 !1! 2 ! 2 !
Gabarito 213
4.
5.
T1 __ __ __ __ T2
T2 __ __ __ __ T1
2 . P4! → 2 . 4 . 3 . 2 . 1 = 48.
6.
__ __ __ 8 __ __ __
vogais milhar
5! 9!
A
5 3! 9 3!
5! 9 !
2! 6!
7.
10 !
10 ! : 5 ! 10 9 8 7 6 30.240
10 5 !
8.
C60,6 = 60 . 59 . 58 . 57 . 56 . 55 : 6! = 10 . 59 . 29 . 19 . 14 . 11 = 50.063.860.
9.
3 ___ ___ 7
A6 ; 4 = 360
A4 ; 2 = 12
P(A) = 12 ou 1 ou 0,033, ou, ainda, 3,33%.
360 30
11.
1
Face 6 =
6
1
Em seguida, face 2 =
6
1
Por fim, face 4 =
6
1 1 1 1
Logo, P ou 0,00462, ou, ainda, 0,462%.
6 6 6 216
12.
13.
n(Ω) = 52.
Evento A: a carta é vermelha → n (A) = 26
Evento B: a carta é ás → n (B) = 4
n(A B) = 2
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B)
26 4 2
52 52 52
7 Probabilidades – Distribuições
1.
2.
3.
4.
5.
– – u = 4,00 – – = 2,00
Portanto:
a) Média probabilística ou resultado esperado: 4,00
b) Variância probabilística: 2,00
c) Desvio padrão probabilístico: 2, 00 = 1,414.
6.
Carteira 1
– – – u = 8,91 – – s² = 17,821
Carteira 2
– – – u = 10 – – s² = 10,2
a)
Carteira 1 = ganho médio de 8,91% Carteira 2 = ganho médio de 10%
Variância 1 = 17,82 Variância 2 = 10,2
Desvio padrão 1 = 4,22 Desvio padrão 2 = 3,16
A carteira 2 apresenta melhor retorno médio esperado e menor desvio padrão, isto é, menor
risco.
Gabarito 217
b) Com base no ganho médio e o nível de risco envolvido (desvio), a carteira 2 é a melhor
opção de investimento.
7.
Prob.
Cenários S. paga S. ganha x x . Prob. (x)
(x)
Sofrer acidente R$ –35.000,00 R$ +1.500,00 R$ –33.500,00 0,04 R$ –1.340,00
8.
P 0 1 1 0, 03125
5!
P 1 0, 50 0, 50
1 4
1! 5 1 !
P 1 5 0, 50 0, 0625
18, 75%
9.
6!
0, 25 0, 75
3 3
3! 6 3!
6!
0, 015625 0, 4218
3!3!
0,1318 ou 13,18%
10.
10 !
P 2 0, 20 0, 80
2 8
2 ! 10 2 !
10 !
0, 04 0,1677
2 !8 !
45 0, 00670 0, 3020
30, 20%
218 Matemática aplicada
11.
S np 1 p 7 0, 25 0, 75
S 1.3125 S 1,145
12.
60 !
P 30 0, 20 0, 80
30 30
30 ! 60 30 !
13.
e6 68
P x 8
8!
P 0,1 ou 10%
14.
a)
e6 68 0, 53568
P x 3 0, 089 ou 8, 9%
8! 6
b)
e 6 66 0,115660
P x 6 0, 000160
6! 720
8 Matrizes
1.
1 3 3 3 4 5 4 6 9
2 2 5 3 1 1 0 8 2
2 4 2 0 1 2 6 2 3
Gabarito 219
2.
5 4 5 6 5 9 20 30 45
5 0 5 8 5 2 0 40 10
5 6 5 2 5 3 30 10 15
3.
x+x=8 y + 10 = –2
2x = 8 y = –2 – 10
x=4 y = –12
4+t=6 8 + 3z = 12
t=6–4 3z= 12 – 8
t=2 3z = 4, logo, z = 4
3
4.
1 3 3 5 1 4 3 6
AB
1 3 0 5 1 4 0 6
18 14
AB
3 4
3 1 4 1 3 3 4 0
BA
5 1 6 1 53 60
1 9
BA
11 15
5.
3y + 1 . 2 = 0 x.1+2.1=0
3y = 12 x=2
y=4
3 1
AB
x 6
Portanto,
1 4 3 1 1 4 4 5
1 2 2 1 6 2 3 8
220 Matemática aplicada
6.
12 . 10 – 8 . 10 = 120 – 80 = 40
7.
9 Sistemas lineares
1. Nesse exercício, você deverá usar a regra da matriz transposta.
1 4 0
Bt
4 1 3
1 4
A
4 1
3 6 3 2
P
2 1 5 4
9 1
P
3 9
4. Associamos cada termo da matriz à esquerda com o respectivo termo da matriz à direita, na
mesma ordem.
6 3 1 2
3 4 7 0
6 1 3 2
3 7 4 0
5 1
4 4
Gabarito 221
24 21
xA
18 15
– 5x = –10, portanto x = 5.
3x + y = 13
3 . 5 + y = 13
15 + y = 13
y = 13 – 15
y = –2
S = (5,–2)
7. Para esse exercício de sistema linear, usamos o método da substituição solicitado. Esse
método será muito útil quando o sistema não for linear.
3x + y = 11 → temos: y = 11 – 3x
x + 2y = 7
x + 2 . (11 – 3x) = 7
x + 22 – 6x = 7
–5x = –15
x=3
222 Matemática aplicada
Agora, para acharmos y, podemos usar qualquer equação, inclusive aquela na qual isolamos
a variável.
y = 11 – 3x
y = 11 – 3 . 3
y=2
S = (3,2)
8. Utilizando a regra de Cramer, vamos resolver o mesmo sistema por meio de determinantes.
3 1
det 3 2 1 1 5
1 2
11 1
det x 11 2 7 1 15
7 2
3 11
det y 3 7 1 11 10
1 7
det y 10
=x = =2
det 5
S = (3,2)
I→x+y+z=9
II → 3x – 2y – z = –4
III → 2x – 3y + 2z = 3
II + I = 4x – y = 5
2 . II + III = 8x – 7y = –5 → multiplicamos a equação II por 2 para eliminar z.
Portanto, agora temos um sistema 2 x 2:
–8x + 2y = –10
8x – 7y = –5
– 5y = –15, logo y = 3
Gabarito 223
4x – y = 5 → 4x – 3 = 5
4x = 8 → x = 4
E agora determinamos z:
x+y+z=9
4 + 3 + z = 9 → z = 9 – 7, logo z = 2
S = (4,3,2)
10. Nossa meta agora é resolver o sistema por escalonamento utilizando a regra de Cramer. O
primeiro passo é definir os determinantes:
1 2 1 1 2
Det 2 1 1 2 1 3 8 5
1 3 1 1 3
0 2 1 0 2
Det x 1 1 1 2 1 1 4 5
2 3 1 1 3
1 0 1 1 0
Det y 2 1 1 2 1 3 (3) 0
1 2 1 1 2
1 2 0 1 2
Det z 2 1 1 2 1 0 (5) 5
1 3 2 1 3
Det x 5
x 1
Det 5
Det y 0
y 0
Det 5
Det z 5
z 1
Det 5
S 1, 0, 1
224 Matemática aplicada
2. Vamos somar as duas funções polinomiais, já reduzindo os termos que são semelhantes:
f(x) + g(x) = (a + b) x2 + (b – a + 1) . x + 2
Para que seja independente de x, os coeficientes de x2 e x precisam ser nulos. Logo, (f) + (g)
devem ter grau zero, ou seja, é necessário serem uma função constante.
Portanto, a + b = 0 e b – a + 1 = 0
a+b=0
b–a+1=0
Logo:
a+b=0
–a + b = –1
1
2b = –1, então b
2
Para determinar a:
a = –b, logo:
1 1
a
2 2
3.
Podemos reescrever:
= 3ix2 – 2x
Logo, a = 3i; b = –2; e o termo independente c não aparece, de modo que é zero.
4.
O primeiro passo é mostrar que, para n – 1, a proposição é verdadeira. Isso significa admitir
que a PA possui apenas um termo, logo:
a1 = (2n – 2) . n
4 = (2 . 1 + 2) . 1
4=4
Gabarito 225
Vamos supor que a proposição é válida para n – x, então podemos provar que é verdadeira
também para n = x + 1? Vejamos:
5.
Hipótese: 1 + 3 + 5 + 5 + ... + 2p – 1 = p2
Logo, 1 + 3 + 5 + 7 + ... + 2p – 1 + 2(p+1) – 1 = (p + 1)2, que desejamos demonstrar.
= p2 + 2p – 2 – 1 = p2 + 2p + 1 = (p + 1)2
Base: n = 1
1 1
(2 1)
2 1 3
E do lado direito:
1 1
2,1 3 3
Agora, vamos aplicar a hipótese da indução supondo que a nossa igualdade é válida para n.
1 1 1 n
3 5 ...
2 3 (2n 1) (2n 1) 2n 1
Desejamos chegar a:
1 1 1 1 n 1
3 5 ...
2 3 (2n 1) (2n 1) (2n 1) (2n 3) 2n 3
(n 1) (2n 1) n 1
(2n 1) (2n 3) 2n 3
Sobrará:
n 1 n 1
2n 3 2n 3
7.
x 3
lim
x3
x 3 x 3
Simplificando, temos:
1 1 1
x 3 3 3 2 3
Racionalizando, temos:
1 3 3
2 3 3 6
b)
x 1
lim
x 1 x 1
Não podemos simplesmente substituir, pois o resultado será 0 . Logo:
0
1 1
lim
x 1 x 1 2
x 1 x 1
x 1 x 1
x x x 1 x 1
(x 1) ( x 1) (x 1) ( x 1)
Gabarito 227
1 1 1
x 1 1 1 2
8.
lim f (x ) lim x 2 1 22 1 3
x 2 x 2
lim f (x ) lim x 1 2 1 1
x 2 x 2
lim f (x )
x2
9.
1
lim x 3 lim 23 x lim
x0 x0 x2
x0
0 0
Logo: +∞
10.
a) y = 7x3 – 9x2 + 8x
y’ = 3 . 7 . x3–1 + 2 . 9 . x2–1 + 1 . 8x1–1
y’ = 21x2 + 18x + 8
b) y x x 9
1
y x1 x 2 9
3
y x2 9
3
3 1
y ’ x2
2
1
3
y ’ x2
2
3
y’ x
2
228 Matemática aplicada
11.
y 4 x3 2x2 7 x 5
f (x x ) f (x )
y ’ lim
x 0 x
4(x x )3 2 (x x )2 7(x x ) 5 (4 x 3 2 x 2 7 x 5)
y ’ lim
x 0 x
y ’ 12 x 2 4 x 7
12.
Cm = 8q + 180
Para 10 unidades = 8 .10 + 180 = 80 + 180 = R$ 260,00
13.
p = –0,5q + 700
Como R = p . q
Receita marginal:
R’(m) = –0,5 . 2 q + 700
R’(m) = –1q + 700
a) LT = RT – CT
LT = (18q2 + 30q) – (10q2 + 27q + 500)
LT = 18q2 + 30q – 10q2 – 27q – 500
LT = 8q2 + 30q – 500
b) L(m) = L’ = 2 . 8q + 3
L(m) = 16q + 3
ÁVILA, G. Cálculo de funções de uma variável. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998.
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Blucher, 2012. (Tradução da 3. ed. Americana).
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Brasília, DF, 29 out. 2016. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-10/
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230 Matemática aplicada
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SIGLER, L. Fibonacci’s Liber Abaci: a translation into modern English of Leonardo Pisano’s book of calculation.
Springer New York; Softcover reprint of edition, 2003.
Matemática Aplicada
à astronomia, das comunicações ao desenvolvimento de equipamentos de Edson Carlos Chenço
precisão, enfim, em importantes áreas do dia a dia. Ao digitar senhas em caixas
eletrônicos, ao pensar na chance probabilística de ganhar na loteria, ao avaliar
riscos de um investimento, ao elaborar uma planilha orçamentária, as pessoas
estão “matematizando”, isto é, avaliando tudo que as cerca do ponto de vista
matemático.
Neste livro, houve a preocupação de mostrar a versatilidade dos conceitos
de matemática aplicada e sua utilidade. Estruturada em dez capítulos, a obra
parte dos conceitos iniciais de potenciação e radiciação, passando pelas
equações e problemas de primeiro e segundo grau, pelas progressões, matrizes
e determinantes, até finalizar com as funções polinomiais, limites e funções
derivadas. Em todos os capítulos há dezenas de exercícios resolvidos, exemplos
solucionados, aplicações em diversas áreas e, ainda, sugestões de outros
materiais que venham a enriquecer os conhecimentos do leitor.
Ter uma base sólida em matemática aplicada, portanto, possibilitará uma
formação científica de qualidade. Melhores decisões são tomadas quando se tem
acesso a informações precisas, ampliando o olhar sobre os problemas que se
manifestam no cotidiano.