Você está na página 1de 8

Aula 2- Conteúdos de Matemática para o Ensino Fundamental I

Apresentação
 A Unidade II é dedicada às unidades temáticas números e probabilidade e estatística.
Objetivo:
 Revisar, aprofundar e ampliar conhecimentos acerca do conteúdo matemático no
que se refere ao ensino dos números, da probabilidade e da estatística.
Unidade temática: números
O que ensinar?
 É uma unidade temática ampla destinada ao ensino sobre as relações quantitativas,
sistema de numeração decimal, conjuntos numéricos (naturais, racionais, positivos,
negativos etc.), operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão),
diferentes tipos de cálculos (mental, escrito e por algoritmos) e problemas.
Para refletir:
 Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, como lhe foi ensinado e como você
aprendeu os números?
 Você já parou para pensar como surgiram os números?
- É importante pensar a função social do número, ensina-lo aos poucos não é
necessariamente o modo correto.
Aspectos históricos sobre a origem dos números
 Atendimento das necessidades práticas e utilitárias em diferentes períodos
históricos.
 Registros e instrumentos pictóricos para registrar quantidades, como linhas dos
dedos, pedrinhas, entalhes em madeira ou marquinhas nas paredes.
 O homem comparava quantidades a partir de uma relação de correspondência
biunívoca.
 Realizar a correspondência biunívoca de dez animais é diferente de corresponder
mil tracinhos para mil ovelhas, por exemplo. Isso seria quase impossível!
 Como a correspondência termo a termo não podia dar conta dessas necessidades,
vários sistemas de numeração foram criados. Um deles é o sistema de numeração
decimal, utilizado por praticamente todos os povos do mundo.
Importante!
 O sistema de numeração decimal teve a sua origem na Índia e foi introduzido pelos
árabes na Europa, por isso também recebe o nome de sistema de numeração indo-
arábico.
Características do Sistema de Numeração Decimal (SND)
O SND é um sistema extremamente econômico que permite registrar infinitos números,
porém possui algumas características e regularidades que nem sempre são explícitas em
seu funcionamento. São elas:
 Algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9).
 Valor posicional- depende de onde o algoritmo se encontra no número este muda seu
valor, por exemplo 24 e 42.
 Base dez (agrupamento e reagrupamento de dez em dez).

 Princípio aditivo (254 = 200 + 50 + 4), falamos o número de modo aditivo.


 Importante! A representação escrita do sistema de numeração decimal é econômica,
pois os nomes dos números são falados aditivamente, mas escritos posicionalmente.
 Princípio multiplicativo.

Significados e usos dos números naturais


Afinal, para que servem os números?
 Quantificar; Ordenar; Medir e Codificar.
Interatividade 1- resposta (D) Ambas as asserções são verdadeiras.
Operações com números naturais
 Como você aprendeu as operações no período de escolarização?
 A abordagem atual evidencia a necessidade de compreender a aplicação prática
social das operações fundamentais no dia a dia.
 A Teoria dos Campos Conceituais, do francês Gerard Vergnaud (1996, 2009),
explica tal necessidade a partir da compreensão sobre os diferentes significados e das
relações envolvidas entre a adição, a subtração, a multiplicação e a divisão.

Campo aditivo
 As operações de adição e subtração fazem parte de uma mesma família, portanto,
existem estreitas conexões entre elas.

Campo multiplicativo
 As operações de multiplicação e divisão fazem parte de uma mesma família,
portanto, existem estreitas conexões entre elas.

Estratégias e técnicas para calcular adições


Cálculos:
 Comutar: em vez de 2 + 7 = 9, calcular 7 + 2 = 9.
 Decompor: ao resolver 5 + 8 = 13, calculamos 5 + 5 = 10 e depois acrescentamos ao
resultado 3 (10 + 3 = 13).
 Compensar: acrescentar e retirar. Por exemplo: para 3 + 5 = 8, calculamos 4 + 4 = 8.
Neste caso, “o resultado é o mesmo porque retiramos 1 do 5 para acrescentá-lo ao 3”.
 Arredondar: na adição 9 + 8 = 17, como só falta 1 para o 9 ser 10, podemos
adicionar 10 + 8 = 18 e retirar 1 do resultado (18 – 1 = 17), obtendo o total de 17.
Técnicas operatórias:

Estratégias e técnicas para calcular subtrações


Cálculos:
 Descontar: para encontrar o resultado de 11 – 3, desconta-se 3 de 11 e considera-se a
quantidade que sobrou, 8.
 Contar acrescentando (sobrecontagem): para encontrar o resultado da subtração 14 –
9, conta-se acrescentando de um em um a partir do número menor, ou seja, do 9 até
chegar no 14, que dá 5.
 Contar retirando: inversa à anterior. É realizada uma contagem decrescente, do
maior para o menor, contando-se retirando de um em um de 14 a 9, cujo resultado
também dá 5.
Técnicas operatórias:

Estratégias e técnicas para calcular multiplicações


 Comutar: 9 x 4 = 36, podemos encontrar o mesmo resultado em 4 × 9 = 36.
 Dobrar: ao multiplicar por 2, por exemplo, 9 × 2, podemos calcular o dobro de 9,
recorrendo ao fato básico da adição, ou seja, 9 + 9 = 18.
 Decompor: para 6 × 5, podemos calcular primeiro 5 × 5 = 25 e, depois, acrescentar
mais 5 ao resultado, para obter o produto 30.
 Compensar: para multiplicar 5 × 8, calculamos quanto dá 10 × 4, ou seja, o dobro do
primeiro e a metade do segundo, chegando ao mesmo resultado.
 Arredondar: 9 × 7, basta multiplicar 10 × 7 e subtrair 7 do resultado: 9 × 7 = (10 ×
7) – 7 = 70 – 7 = 63.
Técnicas operatórias:

Estratégias e técnicas para calcular divisões


Cálculos:
 Por adição: para calcular 26 : 4, realizamos 4 + 4 = 8, 8 + 4 = 12, 12 + 4 = 16, 16 +
4 = 20 e 20 + 4 = 24. Depois, contamos a quantidade de vezes que o 4 foi repetido.
Assim, o quociente é 6, porque podemos adicioná-lo 6 vezes ao 4 para obter 24, ou seja,
o número mais próximo a 26. Neste caso, o resto é 2, porque 26 – 24 = 2.
 Por subtração: para calcular 26 : 4 subtraímos o 4 tantas vezes possíveis e depois
contamos o número de vezes que foi subtraído. Por exemplo: 26 – 4 = 22, 22 – 4 = 18,
18 – 4 = 14, 14 – 4 = 10, 10 – 4 = 6 e 6 – 4 = 2. Assim, é possível chegar ao quociente.
 Por consulta à tabuada.
Técnicas operatórias:

Interatividade- resposta (B) Multiplicativo, comparação.


Usos e representações dos números racionais
Você já observou que no contexto social existem diferentes tipos de representações
numéricas? Quais são elas?
Podemos identificar várias maneiras de comunicar ideias relacionadas a quantidades,
além daquelas diretamente associadas aos números naturais, por exemplo:
 12:00, 15:20 e 9:05, que representam horas e frações de hora;
 R$ 20,00, R$ 3.480,50 e R$ 756,00, números que expressam valores associados ao
sistema monetário brasileiro;
 1/2 e 1/4 kg, números fracionários que se referem às partes da unidade de medida
de massa;
 10%, 25% e 35%, que representam porcentagem.
Todas essas representações numéricas são números racionais!
 Os números racionais são aqueles que expressam unidades e/ou partes de uma
unidade. Podem ser escritos em forma de frações, como ½ e ¼, ou em forma decimal,
como 3,10 e 4,45.
 Fração: permite compreender razões, escalas e porcentagens.
 Decimal: presente nas informações da mídia e nos negócios.
 Em muitas situações cotidianas, os números naturais não são suficientes para
resolver todos os problemas que surgem no dia a dia.
 Assim, o trabalho com os números racionais no 1º ao 5º ano deve envolver os seus
significados, leitura, escrita, comparação, ordenação, representações fracionárias e
decimais de uso frequente.
Significados dos números racionais
 Relação parte-todo: por exemplo, comi dois oitavos de uma pizza, ou seja, 2/8 (dois
pedaços de oito que representa o todo).
 Quociente: divisão do todo em partes iguais. Por exemplo: se uma pizza for dividida
entre quatro crianças, cada uma irá comer, igualmente, 2/8 (0,25 ou ainda 25%).

 Medida: está associado à representação da medida de diferentes grandezas, como


comprimento, massa, capacidade, tempo etc. Essa noção é estabelecida a partir de um
termo comparativo para grandezas de mesma natureza, denominado unidade de medida.
 Razão: envolve a noção de relatividade. Por exemplo: em uma caixa há duas fichas
azuis e quatro fichas vermelhas. Se eu retirar da caixa uma ficha, sem olhar, qual é a
probabilidade de que seja uma ficha azul? Ora, se temos no total 6 fichas e 2 delas são
azuis, logo, temos a razão 2/6, ou seja, entre seis possibilidades, tenho duas “chances”
de retirar uma ficha azul da caixa.
 A proposta é que todos os significados – parte-todo, quociente, medida e razão –
recebam a mesma atenção e tratamento didático, contribuindo para a familiarização e
ampliação do repertório dos estudantes quanto aos números racionais.
Interatividade 3- resposta (E) Razão.
Unidade temática: probabilidade e estatística
 Probabilidade: atendimento de uma demanda social (nas tomadas de decisões em
problemas do cotidiano, como clima, investimentos, saúde etc.). Envolve o raciocínio de
incerteza, inerente ao pensamento probabilístico. A probabilidade é uma maneira de
interpretar, modelar, criar e recriar a realidade.
 Estatística: as informações estatísticas, por meio de uma linguagem própria,
transmitem à população dados numéricos e informações de uma maneira diferenciada,
organizada, ordenada e agrupada (símbolos, listas, gráficos e tabelas).
 Letramento probabilístico e estatístico!
Ideias probabilísticas
Ensinar ideias probabilísticas a partir de aplicações práticas no cotidiano que
contribuam para reflexões que ocorrem por meio de duas perspectivas:
 Frequentista: observação da frequência em que os eventos acontecem.
 Subjetiva: a partir da análise e conclusões particulares sobre um determinado
fenômeno.
 A probabilidade surgiu na história da humanidade por meio do conceito de acaso,
muito discutido em situações de jogos de azar.
 Previsões futuras!
 A Teoria das Probabilidades é um modelo matemático fundamentado na ideia do
acaso. Ela estuda fenômenos que envolvem os conceitos de incerteza, validando-os
por meio de cálculos matemáticos. Esses fenômenos podem ser denominados como
aleatórios e estocásticos não determinísticos, ou seja, situações que se repetidas em
condições exatamente iguais produzem resultados diferenciados, não sendo possível
determinar com precisão o seu resultado, cuja natureza é aleatória.
 Noções probabilísticas:
 aleatoriedade;
 certezas e incertezas;
 eventos prováveis e improváveis, possíveis e impossíveis de acontecer.
Coleta, organização, representação e interpretação de dados estatísticos
 Estatística: modo particular de quantificar, organizar e divulgar informação
denominado estatística.
 A proposta é que nos anos iniciais do Ensino Fundamental os estudantes vivenciem
situações em que seja necessário coletar informações e organizar os dados coletados,
representando-os graficamente em tabelas e gráficos, para então interpretar e
compreender as informações transmitidas por meio da linguagem estatística:
 coletar;
 organizar;
 representar;
 interpretar.
Representação de dados estatísticos
Interatividade 4 - resposta (E)Probabilidade

Você também pode gostar