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Itajaí
2023
VINÍCIUS FRATINI DA SILVA
Itajaí
2023
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Marta e Jônis, por sempre estarem do meu lado e pelo apoio e
compreensão incondicionais.
Aos meus amigos, que estiveram ao meu lado em todas as horas, compartilhando
alegrias e tristezas e me proporcionando momentos de descontração e lazer.
Ao meu orientador, Sandro, assim como aos colegas de classe e todos os professores
que contribuíram significativamente para o meu crescimento como aluno e como pessoa
durante minha trajetória acadêmica.
Aos meus colegas de trabalho da Portobello, cuja paciência, disposição para ensinar e
auxílio foram essenciais para o meu desenvolvimento profissional, assim como para o sucesso
deste trabalho.
RESUMO
Os revestimentos cerâmicos têm origem a mais de 5000 anos atrás, no Egito. Atualmente, esses
materiais são amplamente utilizados na construção civil devido à sua durabilidade e variedade de
estampas. No Brasil, sua produção aumentou significativamente a partir da década de 80, com
investimentos em modernização e atualmente o país é considerado um importante player nesse
mercado, ocupando posições de destaque em produção, consumo e exportação. Atualmente, a
indústria de revestimentos cerâmicos enfrenta desafios na fase de embalagem e paletização,
impactando diretamente na eficiência e qualidade do processo. A escolha apropriada de suportes que
complementam embalagens específicas é crucial, mas, atualmente, é realizada através de tentativas e
erros, resultando em um processo demorado e custoso. O presente trabalho propôs a concepção de um
suporte central para paletização, empregando a tecnologia de simulação computacional. O processo
envolveu a criação de modelos de suporte, a inserção de condições de contorno e a observação das
tensões geradas nas simulações para otimizar os modelos. Novos desenhos foram propostos com o
intuito de reduzir custos, atender critérios de segurança através da resistência mecânica, e considerar
impactos ambientais na escolha do material. A partir da utilização de simulação computacional, foi
constatado que o material ideal foi o polipropileno na configuração com dois suportes, garantindo os
requisitos de projeto. A escolha de utilizar a simulação computacional demonstrou ser alinhada com os
objetivos do projeto, proporcionando resultados coerentes e insights valiosos, auxiliando a alcançar os
objetivos propostos, contribuindo com a indústria e com o campo da engenharia.
Ceramic coatings have their origins over 5000 years ago in Egypt. Currently, these materials are
widely used in civil construction due to their durability and variety of patterns. In Brazil, their
production increased significantly from the 1980s onwards, with investments in modernization, and
the country is now considered a major player in this market, holding prominent positions in
production, consumption, and export. Currently, the ceramic coatings industry faces challenges in the
packaging and palletizing phase, directly impacting the efficiency and quality of the process. The
appropriate choice of supports that complement specific packaging is crucial but is currently done
through trial and error, resulting in a time-consuming and costly process. This work proposed the
design of a central support for palletizing using computer simulation technology. The process involved
creating support models, applying boundary conditions, and observing the stresses generated in
simulations to optimize the models. New designs were proposed to reduce costs, meet safety criteria
through mechanical resistance, and consider environmental impacts in material selection. Through
the use of computer simulation, it was found that the ideal material was polypropylene in a
configuration with two supports, meeting the project requirements. The choice to use computer
simulation proved to align with the project's objectives, providing consistent results and valuable
insights, aiding in achieving the proposed goals, and contributing to the industry and the field of
engineering.
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
1.1 Problematização..................................................................................................................21
1.2 Objetivos.............................................................................................................................22
1.2.1 Objetivo geral...................................................................................................................22
1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................................22
1.3 Justificativa.........................................................................................................................23
1.4 Divisão do trabalho.............................................................................................................25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................26
2.1 Estado da arte......................................................................................................................26
2.2 Estática de corpos rígidos...................................................................................................30
2.3 Resistência dos materiais....................................................................................................31
2.3.1 Tensão e flexão................................................................................................................31
2.3.2 Coeficiente de segurança.................................................................................................36
2.3.3 Tensão e deformação.......................................................................................................39
2.3.3.1 Diagrama Tensão x Deformação..................................................................................41
2.4 Materiais de engenharia......................................................................................................43
2.4.1 Propriedades mecânicas dos metais.................................................................................44
2.4.2 Propriedades mecânicas dos polímeros...........................................................................45
2.4.3 Propriedades mecânicas das madeiras.............................................................................46
2.5 Método dos elementos finitos.............................................................................................47
2.5.1 Geometria.........................................................................................................................48
2.5.2 Malha...............................................................................................................................49
2.5.3 Densidade, refino e convergência....................................................................................49
2.5.4 Propriedades dos materiais..............................................................................................51
2.5.5 Condições de contorno.....................................................................................................52
2.6 Software FEA – Ansys Mechanical ®................................................................................52
2.7 Padrão de pallet...................................................................................................................53
3 METODOLOGIA................................................................................................................55
3.1 Transporte e carregamento em caminhões..........................................................................55
3.2 Considerações iniciais.........................................................................................................60
3.3 Coeficiente de segurança....................................................................................................61
3.4 Modelo de polímero............................................................................................................62
3.4.1 Modelo base.....................................................................................................................63
3.4.2 Modelo 2..........................................................................................................................67
3.4.3 Modelo 3..........................................................................................................................69
3.4.4 Modelo 4..........................................................................................................................71
3.4.5 Comparativos entre os modelos individuais....................................................................73
3.4.6 Dois suportes....................................................................................................................73
3.4.6.1 Dois suportes – modelo 2..............................................................................................75
3.4.6.2 Dois suportes – modelo 3..............................................................................................76
3.4.6.3 Dois suportes – modelo 4..............................................................................................77
3.4.6.4 Comparativos configuração com dois suportes............................................................79
3.4.5 Modelo de metal..............................................................................................................79
3.4.5.1 Modelo com chapa de 1,9 mm......................................................................................80
3.4.5.1 Modelo com chapa de 2,65 mm....................................................................................81
3.5 Análise de viabilidade.........................................................................................................82
5 REFERÊNCIAS...................................................................................................................86
13
1 INTRODUÇÃO
Um dos produtos é o 90x90 cm, cujo layout de paletização pode ser vista de acordo
com a Figura 7:
19
A Figura 9 mostra a chapa de papelão utilizada para cobrir o espaço vazio no centro do
pallet.
Após o processo de embalagem, o produto segue para o estoque da fábrica, que, apesar
de ter uma parte coberta, é colocado em um espaço que não dispõe de cobertura e pode ser
empilhado em, no máximo, três unidades.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
kg, e que sobre o pallet irão 50 caixas, o peso total do conjunto será de 1650 kg e sofrerá
diversas movimentações ao longo de seu processo até chegar na casa do cliente.
O alto valor agregado dos produtos, somado com a fragilidade do material e o peso de
um pallet fechado, fazem com que seja necessário um estudo mais detalhado para selecionar o
suporte adequado, visto que o método de tentativa e erro pode causar prejuízos sérios, não só
financeiramente para a empresa, no caso de avaria de material, mas também pode ser um risco
à saúde dos colaboradores envolvidos caso o suporte utilizado venha a romper durante algum
momento no processo.
Como solução, modelos propostos para o suporte central serão discutidos e, com o
auxílio de softwares, serão julgados para auxiliar na tomada de decisão baseada em dados e
proposições. O modelo selecionado deverá responder as seguintes questões, satisfatoriamente:
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
A paletização de alguns produtos não se limita apenas ao uso de pallets, mas também
pode envolver a utilização de suportes adicionais atuando em conjunto, que podem ser de
madeira, plástico ou metal. Esses suportes são muitas vezes projetados e selecionados através
de testes diretamente em produção, passando também por todo o processo logístico para a sua
validação. Esse processo de seleção é totalmente baseado em teste e erro, que depende do
conhecimento do projetista e pode levar muito tempo até que se tenha uma definição de sua
real eficiência. A escolha inadequada de um suporte pode apresentar limitações e desafios que
afetam a eficiência e a qualidade do processo, gerando danos aos produtos, perda de
24
O resultado de uma simulação, quando validado, tende a ter uma maior aceitação
do que a opinião de uma pessoa.
Vieira (2006) também cita casos de sucesso envolvendo o emprego da simulação nas
indústrias onde os principais resultados foram:
Este trabalho é dividido em 6 seções, sendo elas: introdução, onde será feita uma
apresentação e contextualização da indústria de revestimentos cerâmicos; problematização,
que destacará a importância e necessidade do estudo, definição de objetivos que o trabalho irá
buscar; fundamentação teórica, onde serão explorados conceitos e padrões utilizados no
trabalho; metodologia, onde foram feitas as considerações para as condições de contorno e
realizadas as simulações; Análise de viabilidade, onde foram estudadas as viabilidades
produtivas e financeiras dos modelos; Conclusão, onde foi feita uma análise completa do
trabalho, bem como a configuração selecionada através de requisitos do projeto e a indicação
para trabalhos futuros.
26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
consegue ser transportado ao mesmo tempo além da maior segurança nas atividades de
carregamento e descarregamento. A Figura 12 ilustra como os painéis de vidro são
armazenados, já preparados para o transporte.
A indústria de mármore e granito é outra que utiliza cavaletes com suporte central para
o armazenamento e transporte de material. A Figura 14 mostra um armazém de peças de
mármore, onde os produtos são armazenados escorados sobre o cavalete.
A Figura 18 mostra uma vista mais próxima da estrutura utilizada para esse tipo de
embalagem.
Como o assunto é derivado da relação das forças internas e forças externas agindo
sobre um corpo, os conceitos utilizados em estática dos corpos rígidos, como o diagrama de
corpo livre e a aplicação das leis de Newton, também são utilizados nas análises das tensões
sobre os corpos.
Um conceito de grande importância se tratando de componentes estruturais de
projetos, como eixos e vigas, é a flexão (HIBBELER, 2010). A flexão pura é observada
quando elementos são submetidos a momentos fletores M e M’ iguais e opostos atuando no
mesmo plano longitudinal, como ilustra a Figura 23.
A máxima tensão normal de flexão ocorre nas extremidades mais afastadas da linha
neutra, fenômeno que é descrito através da equação (3).
Mc
σ max= (3)
I
Onde:
deverá ser consideravelmente menor que o valor da carga-limite (ou carga de ruptura), sendo,
essa diferença de valores, responsável pela garantia do desempenho do elemento com
segurança.
Beer et al. e Hibbeler definem, assim, o coeficiente de segurança, que é uma relação
entre as carga-limite (ou carga de ruptura) e a carga admissível, ilustrado pela equação (5):
carga−limite
Coeficiente de segurança=C . S .= (5)
carga admissível
limite de tensão
Coeficiente de segurança=C . S .= (6)
tensão admissível
3. Incerteza nas cargas atuantes: Por ser uma estimativa de engenharia, não é
possível determinar com certeza quais e quantas cargas irão atuar no objeto
projetado durante sua vida útil. Alterações futuras ou mudanças no uso também
mudam as quantidades e tipos de cargas atuantes.
4. Tipo de falhas que podem ocorrer: Devido às diversas variações que podem
existir no processo, principalmente se tratando da estabilidade do material
escolhido, diversas falhas podem ocorrer de forma súbita, como escoamento do
material, flambagem e perda de estabilidade. Quando maior a chance de o objeto
sofrer falha súbita, maior deve ser o coeficiente de segurança utilizado nos cálculos.
8. Risco de vida: Itens que têm relação direta com a integridade física de pessoas
precisam ter um coeficiente de segurança maior do que itens cuja falha causaria
somente danos materiais.
Beer et al. (2011) complementa informando que muitos coeficientes de segurança para
usos específicos já foram definidos e especificados através de normas técnicas redigidas por
comitês de engenheiros com experiência, desenvolvidas em conjunto com indústrias e
agências estatais. Hibbeler (2010) aponta que essas especificações padronizadas de
coeficientes de segurança buscam, também, manter um equilíbrio entre garantir a segurança
pública, ambiental e oferecer soluções economicamente viáveis a projetos.
São compostos por diversos materiais, cujas propriedades mecânicas variam de acordo
com o metal analisado (NORTON, 2013). O Quadro 2 ilustra essa gama de diferentes valores
de propriedades dentro dos metais.
De acordo com Azevedo (2003), o MEF (Método dos Elementos Finitos) é usado com
a finalidade de determinar os estados de tensão e deformação dos sólidos sob efeito de ações
42
externas. Esse método é uma ferramenta matemática que auxilia em projetos estruturais,
normalmente relacionados a Engenharia Mecânica e Engenharia Civil, que dá início a análises
e modificações que objetivam alcançar uma solução satisfatória, tanto em âmbito econômico
quanto em âmbito de verificação de pré-requisitos funcionais ou regulamentares.
Alves Filho (2013) descreve o método como uma subdivisão do corpo
analisado em um número finito de partes (elementos) que são conectados entre si através de
pontos, chamados de nós. Uma viga dividida em elementos finitos com a forma semelhante a
paralelepípedos pode ser visualizada na Figura 30.
2.4.1 GEOMETRIA
simplificada for a geometria, maior vai ser a qualidade final a malha resultante (PINTO
FILHO, 2003).
Pinto Filho (2003) cita algumas simplificações eliminando algumas estruturas, que
aumentarão a qualidade da malha gerada. São elas:
2.4.2 MALHA
Norton (2013) e Pinto Filho (2003) citam a geração da malha como a parte mais
complexa do procedimento de análise por MEF, porém, com a evolução computacional e dos
softwares FEA (Finite Elements Analysis), as malhas são geradas automaticamente,
facilitando o trabalho de análise. O trabalho do usuário é o de garantir a qualidade da malha
gerada através de alterações na sua densidade, refino e verificação de convergência.
A Figura 34 mostra uma malha de uma placa plana com um furo central, pode-se
perceber o refino da malha ao redor do furo, onde os elementos têm tamanho menor.
Pinto Filho (2003) avalia que, nas análises FEA, os materiais são considerados
homogêneos e isotrópicos, ou seja, que suas propriedades serão uniformes em toda a extensão
do corpo e que independem da orientação ou da direção em que o corpo é analisado. De
acordo com a análise desejada, as propriedades necessárias à caracterização de um modelo
podem ser: módulo de Young, coeficiente de Poisson, módulo de cisalhamento, densidade,
condutividade térmica e calor específico. O autor complementa apontando que, além das
propriedades dos materiais, também pode ser necessário especificar as propriedades do
elemento como área da seção transversal e momentos de inércia, porém, as bibliotecas
internas dos programas comerciais possuem essas informações para perfis comerciais.
Pinto Filho (2003) define que as condições de contornos não fazem parte do modelo,
mas são atribuídas para tentar deixar o elemento o mais próximo possível da realidade como
carregamentos e restrições de movimento. Os carregamentos podem ser na forma de força,
momento, pressão, gravidade, entre outras e as restrições podem impedir rotações ou
deslocamentos.
Por ter um produto diferenciado com alto valor agregado, os pallets que a empresa
utiliza na distribuição de seus produtos também é customizado. Seus tamanhos variam de
acordo com o tamanho do produto acondicionado, porém a base do pallet segue o padrão
definido pela empresa, descrito a seguir:
As tábuas são fixadas entre si através de pregos ou grampos e variam de acordo com a
escolha cada fornecedor.
3 METODOLOGIA
As condições às quais o pallet estará sujeito são definidas de acordo com as diretrizes
de carregamento e manuseio do produto da Portobello. A primeira etapa do transporte do
pallet embalado ocorre por meio de empilhadeiras, permitindo que o pallet seja deslocado
tanto pela frente quanto pela lateral, conforme especificado no capítulo 2.7. Em conformidade
com os protocolos de segurança da empresa, a maioria das operações de empilhadeira é
realizada com as lanças passando pela parte frontal do pallet. Além disso, também como parte
51
das normas da empresa, os pallets deverão ser carregados nos caminhões com a parte frontal
voltada para fora, e no máximo dois pallets desse produto podem ser empilhados um sobre o
outro.
A Figura 39 mostra uma imagem do caminhão carregado com pallets vazios para
visualização do sentido do pallet na hora do carregamento.
Para o devido estudo, o pallet será considerado como se estivesse carregado virado,
mostrado na Figura 41, visto que as forças de movimento do caminhão na aceleração e
frenagem terão que ser absorvidas pelo suporte sem colapsar caso o carregamento tenha que
ser feito dessa forma.
Além de sua robustez, é fundamental que o suporte seja de fácil e rápida instalação,
uma vez que ele integra um processo produtivo que lida com produtos de peso considerável.
Quanto mais ágil for o encaixe do suporte, maior será a segurança dos colaboradores
envolvidos. Com o objetivo de otimizar a agilidade e a praticidade, o design do suporte foi
concebido para ser inserido e encaixado no centro do pallet. O modelo base para o suporte
pode ser visto na Figura 42 e seu encaixe no pallet será demonstrado a seguir.
53
Uma alteração também foi considerada no pallet, com a retirada da ripa superior
central, e a aproximação das adjacentes, deixando uma distância entre elas de 60 mm,
conforme a Figura 43.
V =V ❑0+ a .t
Onde:
V =80 km/h=22 , 2 m/s;
V 0=0 km/h ;
t=5 s ;
Substituindo, temos:
F r=m . a
F r=660∗(−4 , 44)
Logo,
F r=−2930 , 4 N
Onde o sinal negativo indica somente a direção que a força será aplicada.
57
O polipropileno foi o material escolhido para o projeto do suporte de plástico, por ser
um material que apresenta baixa densidade entre os plásticos e mesmo assim gerar peças
resistentes (PETRY, 2011). Além disso, o autor Petry destaca outras qualidades notáveis deste
material, tais como: Excelente resistência ao impacto, custo acessível, segurança em termos
de atoxicidade, facilidade de moldagem, usinagem e soldagem.
O material também é amplamente utilizado pela indústria Catarinense, onde o estado é
destaque na quantidade de empresas e geração de empregos no setor, sendo o terceiro com o
maior número de empresas e o segundo com maior geração de empregos do país no setor,
ficando atrás apenas de São Paulo e Rio Grande do Sul (ABIPLAST, 2021). A participação
nacional das empresas Catarinenses pode ser visualizada na Tabela 1.
58
Santa Catarina também é o segundo estado com maior geração de empregos do país no
setor (ABIPLAST, 2021). A comparação com os outros estados é mostrada na Tabela 2.
Propriedade Valor
Densidade 0,903 g/cm³
Módulo de Young 1461 MPa
Módulo de cisalhamento 518,56 MPa
Razão de Poisson 0,4087
59
Para a primeira simulação, com a finalidade de uma análise inicial dos modelos, uma
força de 2.930,4 N foi aplicada em direção do centro de massa do suporte, mostrado na Figura
50, fazendo com que toda a lateral, em vermelho, também sofra a ação dessa força.
Conforme indicado pelos resultados, essa é a região com maior acúmulo de tensões.
Onde a tensão máxima gerada foi de 13,674 MPa, onde, dividindo a tensão máxima de
escoamento com tensão máxima gerada, o coeficiente de segurança foi de 2,5. Como padrão,
todos os suportes irão seguir a mesma lógica de malha, fixação, carregamento e coeficiente de
segurança.
3.4.2 MODELO 2
Esse modelo apresentou um volume de 652,654 cm³ e massa 0,589 kg, equivalente a
53,08% de redução em massa e em volume quando comparado ao modelo inicial.
A malha desse modelo apresentou 109.144 nós e 70.179 elementos, pode ser vista na
Figura 55.
3.4.3 MODELO 3
O terceiro modelo foi desenhado a partir do modelo 2, com adição de material na parte
inferior do corpo para aumentar a área da seção transversal do pescoço. Pode ser visualizado
na Figura 57.
3.4.4 MODELO 4
Modelo Massa [kg] Volume [cm³] Redução Tensão máx. [MPa] Coef. Seg.
Inicial 1,256 1390,920 - 16,674 2,5
2 0,589 652,654 53,08% 36,629 0,873
3 0,703 778,516 44,03% 29,142 1,18
4 0,728 806,200 42,04% 21,555 1,605
Fonte: Autor (2023).
A restrição de movimento seguiu a mesma lógica dos suportes individuais e pode ser
vista na Figura 64 nas regiões em amarelo.
70
Para a configuração com dois suportes, o primeiro modelo testado foi o 2. A malha
desse modelo apresentou 106.817 nós e 68.653 elementos e pode ser vista na Figura 65.
A malha desse modelo apresentou 104.783 nós e 69.917 elementos e pode ser vista na
Figura 67.
72
A malha desse modelo apresentou 118.294 nós e 80.685 elementos e pode ser vista na
Figura 69.
Por ser um material usinável, soldável e por ser barato de ser produzido, somado com
sua boa ductilidade e tenacidade (Callister, 2000), o material selecionado para o modelo de
metal é o aço SAE 1020
75
Propriedade Valor
Densidade 7,85 g/cm³
Módulo de Young 212,4 GPa
Razão de Poisson 0,29
Tensão limite de escoamento 293,5 MPa
Fonte: Ansys Mechanical® (2023).
Esse modelo apresentou um volume de 230,637 cm³ e massa de 1,811 kg. A malha
desse modelo apresentou 84.227 nós e 43.187 elementos. Aplicando as condições de
contorno, a simulação do suporte pode ser visualizada na Figura 72, com unidades em MPa,
onde a maior tensão gerada foi de 126,83 MPa, alcançando um coeficiente de segurança de
2,31.
77
Esse modelo apresentou um volume de 245,979 cm³ e massa de 1,936 kg. A malha
desse modelo apresentou 76.302 nós e 43.120 elementos. Aplicando as condições de
contorno, a simulação do suporte pode ser visualizada na Figura 73, com unidades em MPa,
onde a maior tensão gerada foi de 83,363 MPa, alcançando um coeficiente de segurança de
3,52.
Para alcançar uma nova configuração de paletização que trará maior eficiência
logística, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um suporte central para
paletização utilizado na indústria de revestimentos cerâmicos. Para isso, utilizou-se da
modelagem e simulação computacional para o projeto alcançar os requisitos de segurança,
financeiros e de meio ambiente necessários, realizando alterações no desenho, material e
quantidades de suportes necessários por pallet.
5 REFERÊNCIAS
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<https://loja.arcelormittal.com.br/chapa-de-aco-fina-a-quente-1-2-3-m-2-65-mm/\>. Acesso
em: 05 out. 2023.
ALVES FILHO, Avelino. Elementos Finitos a base da Tecnologia CAE. Saraiva Educação
SA, 2013.
BEER, Ferdinand P. et al. Mecânica dos materiais. Porto Alegre: Amgh, 2011.
BRAUN, Jair Rempel. Aplicação do método dos elementos finitos para análise da
influência da geometria de furos em chapas sob carregamento alternado. 2022.
CALLISTER, William. Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma introdução. 5. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2000.
ESSS. Site oficial da ESSS. Disponível em: https://www.esss.co/. Acesso em: 19 maio 2023.
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Girlanda Fratelli. 25000kg Slab holder wagon with stand. Disponível em:
https://www.girlandafratelli.com/en/our-products/marble-transport-trolleys/carro-porta-lastre-
con-paletti-1. Acesso em: 30 junho 2023.
LAW, Averill M.; KELTON, W. David; KELTON, W. David. Simulation modeling and
analysis. New York: Mcgraw-hill, 2007.
MELADO, Bethina de Arruda Mota. Madeira como material de construção. 2014. Faculdade
Sudoeste Paulista, Itapetininga.
82
MERIAM, James L.; KRAIGE, L. Glenn. Mecânica para engenharia: estática. LTC, 2009.
PINTO FILHO, Rômulo Rossi et al. Concepção, projeto e otimização de uma estrutura para
aplicação em veículo de uso misto. 2004.
SHIGLEY, Joseph E.; BUDYNAS, Richard G.; NISBETT, J. Keith. Elementos de máquinas
de Shigley. AMGH Editora Ltda, 8ª ed, São Paulo, Brasil, 2011.