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I CONGRESSO PAN-AMERICANO DE SOLDAGEM

XL CONSOLDA – CONGRESSO NACIONAL DE SOLDAGEM


SÃO PAULO – BRASIL – 20 – 23, Outubro, 2014
Otimização dos Parâmetros de Deposição por Aspersão Térmica HVOF de Revestimentos
FeMnCrSi+Ni+B

(HVOF Parameters Deposition Otimization of the FeMnCrSi+Ni+B Coatings)

Gustavo Bavaresco Sucharski1, Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz2, Rodolpho Fernando Vaz1, Andre
Ricardo Capra1, Ramón Sigifredo Cortés Paredes1
1
Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Curitiba, Paraná,
Brasil, gustavobavaresco@gmail.com
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Engenharia Mecânica, Ponta Grossa, Brasil

Resumo

O processo de aspersão térmica a chama de alta velocidade HVOF permite produzir revestimentos com baixa
porosidade, oxidação e alta aderência. Pequenas variações nos parâmetros deste processo podem gerar
propriedades e características diferentes nas propriedades dos revestimentos, sendo que para cada tipo de liga
depositada há combinações de parâmetros ideais. Os revestimentos produzidos pela liga do tipo FeMnCrSi são
revestimentos resistentes à cavitação com grande potencial de deposição por HVOF. Para estudar a melhor
condição de deposição deste tipo de liga alguns parâmetros de maior influência foram definidos, como a
distância de aspersão, taxa de alimentação do pó e pressão do gás de arraste. Três ligas experimentais foram
estudadas, todas contendo FeMnCrSi e variações de adição de Niquel e Boro. Para tanto, foi utilizado o
planejamento experimental de Taguchi com o arranjo ortogonal L9, onde é possível estudar 4 fatores com 3
níveis. A caracterização foi em função da porosidade, teor de óxidos e microdureza. A análise microestrutural
da seção transversal foi feita com microscopia eletrônica de varredura MEV. Também foram realizadas
medições da microdureza Vickers na seção transversal dos revestimentos. Os resultados indicaram que todos os
fatores exerceram influência significativa sobre as propriedades medidas, sendo o tipo de liga o fator mais
influente, seguido da pressão do gás de arraste, distância e taxa de alimentação. Foi observado que as ligas
contendo somente Ni apresentam menores teores de óxidos e poros, porém menores valores de dureza. Foi
realizado um experimento de confirmação, sendo aplicado o conjunto de parâmetros definido pelo
planejamento, foi observada uma grande melhoria no revestimento para todas as propriedades estudadas.
Sendo evidente a grande importância da necessidade do estudo de parâmetros para este processo, quando
aplicado ligas experimentais.

Palavras-chave: Aspersão térmica, processo HVOF; planejamento taguchi.

1. Introdução

O processo de aspersão térmica é formado por um grupo de processos que permitem depositar camadas de
materiais metálicos ou não metálicos sobre uma superfície previamente preparada, definida como substrato, com
a intenção de alterar suas características superficiais [1, 2, 3, 4]. A aplicação de revestimento, de uma forma
geral, visa principalmente aproveitar as vantagens das propriedades especificas do material depositado, e com
isso aumentar a resistência à corrosão e diminuir as taxas de desgaste e erosão em peças e componentes
estruturais sujeitos a ambientes agressivos.
Estes processos consistem em levar o material, com que se pretende produzir o revestimento, a um estado
fundido ou semi-fundido através de uma fonte de calor gerado no bico de uma pistola apropriada, sendo este
acelerado, ou seja, ganhando energia cinética, por um gás de arraste ate a superfície a ser revestida. Todavia
deve-se considerar que revestimentos aspergidos, pelas características do processo, apresentam imperfeições
como poros e óxidos. Em relação à aderência dos revestimentos depositados por aspersão térmica, o principal
mecanismo de aderência e coesão é basicamente por ancoramento mecânico [5, 6].
Diversos trabalhos têm sido realizados em revestimentos aspergidos com o intuito de se analisar a sua
resistência a diversos mecanismos de erosão. Em relação às técnicas de aspersão térmica, observou-se que os
revestimentos mais resistentes são depositados pelo processo de alta velocidade (HVOF), nos quais o melhor
comportamento tem sido atribuído a maior energia cinética das partículas projetadas, promovendo maior
aderência e coesão entre as lamelas [7 – 13].
O planejamento experimental de Taguchi é um método de desenho de experimentos que permite avaliar
como diferentes parâmetros afetam a média e a variância de uma característica de desempenho do processo. O
delineamento de experimentos proposto por Taguchi envolve o uso de matrizes ortogonais, para organizar os
parâmetros que afetam o processo, e os níveis, que devem ser variados, permitindo a coleta de dados necessários
para determinar quais os fatores que mais afetam a qualidade do produto, com uma quantidade mínima de
experimentos, poupando assim, tempo e recursos [14-16].
Neste trabalho serão estudados os parâmetros do processo de aspersão térmica de alta velocidade HVOF
(High Velocity Oxy-Fuel), sendo estes: distância de deposição; taxa de alimentação do pó e pressão do gás de
arraste do pó; para tanto foi implementado o planejamento experimental com um arranjo ortogonal L9, o qual
permite estudar as interações de 4 fatores (parâmetros de processo) com 3 níveis (três valores atribuídos aos
parâmetros). As três ligas estudas foram inseridas neste planejamento, definido como fator “liga”, tendo
composição química base FeMnCrSi, sendo elas com Ni, NiB e B.
O planejamento experimental foi realizado em duas etapas, onde inicialmente realizou-se um estudo onde é
possível verificar a influência de alguns parâmetros sobre as características do revestimento, tais como
porosidade, oxidação, aderência e microdureza. Posteriormente foi realizado um experimento de confirmação,
sendo depositado um revestimento com os parâmetros otimizados.

2. Matérias e Métodos

As ligas desenvolvidas foram fabricadas pelo processo de atomização a gás (argônio), sendo utilizado para
deposição a granulometria menor que 63µm (230mesh). Estas ligas têm como elementos principais:
Liga1: FeMnCrSi+Ni; Liga2: FeMnCrSi+Ni+B; e Liga3: FeMnCrSi+B. A Figura 1 mostra a morfologia dos pós
das ligas. A composição química específica destas ligas é preservada devido ao processo de direitos de
propriedade ainda não ter sido concluído. As ligas foram definidas em função das comparações para estudar a
influência dos elementos de liga. A Figura 1 também mostras o esquema comparativo entre as ligas, onde é visto
que a diferença de composição química entre as ligas permite estudar a influência do Boro e do Níquel.

Figura 1. Pós das ligas atomizadas em argônio: a) Liga1 FeMnCrSi+Ni, b) Liga2 FeMnCrSi+Ni+B e c) Liga3
FeMnCrSi+B.

Os substratos utilizados foram de aço carbono SAE 1020, de dimensões 150x35x3,2 mm, submetidos ao
processo de jateamento abrasivo, com óxido de alumínio branco, granulometria 500 µm (36 mesh).
A Tabela 1 apresenta o conjunto de fatores (parâmetros) e níveis (valores) definidos para este estudo, o qual
prevê identificar os parâmetros de maior influência significativa e o conjunto de melhores níveis para as
deposições por HVOF das ligas desenvolvidas. Estes dados foram os utilizados no arranjo ortogonal L9.

Tabela 1. Conjunto de fatores e níveis utilizados neste estudo.


Nível
Fator
1 2 3
Liga Liga1 Liga2 Liga3
Distância (mm) 200 275 350
Taxa de alimentação (g.min1) 25 35 45
Pressão de arraste (MPa) 0.758 0.896 1.034

À distância, a taxa de alimentação e pressão do gás de arraste são fatores que influenciam diretamente na
porosidade e oxidação do revestimento, o qual apresenta diferentes níveis para diferentes tipos de ligas e
morfologia de pós. Sendo assim, os níveis definidos neste experimento têm base nos valores recomendados pelos
fabricantes de pós de ligas similares as desenvolvidas [17], bem como nos valores utilizados em referencias de
trabalhos onde ligas similares depositadas por HVOF foram estudadas [18-27].
A pressão do gás de arraste foi definida em função dos limites de regulagem da pistola de HVOF utilizada.
A Tabela 2 apresenta o arranjo ortogonal L9 preenchido com os fatores e níveis utilizados nos experimentos
de validação de parâmetros.

Tabela 2. Arranjo ortogonal L9 de Taguchi para o estudo de validação de parâmetros

Distância Taxa de Pressão de


Experimento Liga Alimentação Arraste
(mm) (g.min-1) (MPa)

1 Liga1 200 25 0.758


2 Liga1 275 35 0.896
3 Liga1 350 45 1.034
4 Liga2 200 35 1.034
5 Liga2 275 45 0.758
6 Liga2 350 25 0.896
7 Liga3 200 45 0.896
8 Liga3 275 25 1.034
9 Liga3 350 35 0.758

Com esse experimento tem-se como resposta diretamente a influência da liga sobre um resultado
(porosidade, oxidação e microdureza), bem como o efeito e a abrangência dos fatores (parâmetros), devido haver
3 níveis, ou seja, um ponto médio.
As analises de variância foram realizadas para todos os fatores, testando as seguintes hipóteses:
• H0: Fator não é significativo;
• H1: Fator é significativo.
Com o auxilio do software estatístico Minitab16 foi gerado o valor-P, que representa um índice indicativo de
aceitabilidade de hipótese, onde o valor-P menor que 0,10 é rejeitada a hipótese H0 (considerando o nível de
significância de 90%).
O equipamento utilizado para a aplicação dos revestimentos por HVOF foi da marca Sulzer Metco com a
pistola Diamond Jet 2700. Os parâmetros fixados para estas deposições esta descritos na Tabela 3 e foram
definidos a partir dos valores recomendados pelo fabricante para deposição de ligas comerciais similares as
desenvolvidas [17].

Tabela 3. Parâmetros de processo fixados para as deposições.


Parâmetro Valor
Pressão de Oxigênio 1.034 MPa
Fluxo de Oxigênio 265.4 l.min-1
Pressão de Propileno 0.689 MPa
Fluxo de Propileno 71.4 l.min-1
Pressão de ar 0.517 MPa
Vazão de ar 317.0 l.min-1
Fluxo Gás de Arraste N2 60 l.min-1

Para as análises de microestrutura por MEV, foi realizada a preparação metalográfica dos revestimentos
depositados, começando pelo corte das amostras, seguindo por embutimento, lixamento e polimento. Estas
mesmas amostras embutidas são utilizadas para as medições de microdureza Vickers.
Para a análise da morfologia e distribuição dos óxidos na microestrutura foi utilizado a técnica de
mapeamento por EDS, onde é feito uma série de varreduras de EDS sobre uma determinada área, sendo
associado uma cor a cada elemento permitindo assim visualizar a distribuição dos elementos nesta área, ou seja,
é possível mapear a área analisada em função dos elementos presentes na microestrutura.
A análise de imagens para quantificar o percentual de poros e fração em área de óxidos foi realizada através
da conversão das imagens de MEV de tons de cinza com 16 bits para 8 bits, em seguida convertida para três
cores distintas: amarelo, verde e vermelho.
Com a definição de cada micro constituinte através da técnica de “treshold”, caracterizado pelos limites do
tom de cinza dos poros, óxidos e fase metálica, calcula-se a fração em área de cada fase na imagem. Nesta
técnica, utilizaram-se imagens da seção transversal, com ampliações de 500x, para analise da fração de óxidos e
2000x, para a identificação de poros na estrutura. Assim a área relativa de cada cor foi mensurada, definindo-se a
fração em área de cada micro constituinte. Para este procedimento foi utilizado o software de análise de imagens
Analysis. Os valores foram medidos através da análise de 8 imagens para cada revestimento depositado.

3. Resultados e Discussão

Os resultados são apresentados em função da influência do Niquel e do Boro na ligas testadas e dos
parâmetros de deposição nas propriedades a serem avaliadas, sendo elas: morfologia, porosidade, teor de óxidos
e microdureza. Considera-se morfologia do revestimento o formato das lamelas, os óxidos, presença de defeitos
e formato das porosidades.

3.1. Morfologia dos revestimentos

A Figura 2 apresenta as imagens obtidas por MEV dos experimentos 1, 4 e 7, onde é possível identificar a
formação de pequenos poros nas interfaces interlamelares, indicados pelas setas, e a morfologia característica
dos óxidos são indicadas pelas linhas pontilhadas. Ocorre a presença de partículas não fundidas totalmente,
indicando que durante a deposição não foi obtido uma temperatura adequada que gerasse melhor molhabilidade
das partículas.
Observa-se que a adição de B à Liga2 e Liga3 promoveu um pequeno aumento na molhabilidade com maior
deformação das partículas depositadas. No entanto, comparando o experimento 1 (Liga1) com o experimento 7
(Liga3), é visto que a Liga3 (sem Ni) apresenta um aumento no teor de óxidos, evidenciando a ação do Ni na
redução do teor de óxidos e na melhora geral da microestrutura.

Figura 2. Microestrutura transversal da morfologia dos revestimentos, comparação entre as ligas,


depositadas com diferentes parâmetros. a) experimento 1 (Liga1); b) experimento 4 (Liga2); c) experimento 7
(Liga3).

De uma forma geral, os revestimentos depositados apresentão grande diferença na morfológia,


principalmente em função da presença de óxidos, mesmo para os revestimentos com a mesma liga. Isto
evidencia o grande impacto dos parâmetros de processo sobre os revestimentos aspergidos por HVOF. A Figura
3 mostra esta diferença morfológica para a Liga1, comparando o experimento 2 com o 3.

Figura 3. Morfologia dos revestimentos, comparação entre parâmetros de processo, depositados com a
Liga1. a) experimento 2; b) experimento 3.
A Figura 4 mostra as mesmas regiões das imagens da Figura 3, porem apresenta os mapas de composição
química, gerados por EDS. Nestes, é possível verificar as alterações de distribuição da composição química para
o revestimento com maior presença de óxidos, onde no experimento 2 é visto que onde se concentram os óxidos
há uma má distribuição dos elementos, principalmente de Mn e Si, sendo estes os elementos que oxidaram. No
experimento 3 é visto uma menor formação de óxidos e consequentemente uma distribuição homogênea de
composição química, característica de revestimentos depositados com pós atomizados.

Figura 4. Mapas de composição química gerados pro EDS para a Liga1, depositada com dois conjuntos de
parâmetros diferentes.

A Figura 5 apresenta uma comparação esquemática do revestimento do experimento 3 como um exemplo de


aplicação da técnica de medição de porosidade e teor de óxidos por analise de imagem, onde a cor amarelo
representa a fase metálica, a cor verde os óxidos (indicado pelas linhas pontilhadas) e os pontos em vermelho os
poros.

Figura 5. Exemplo da técnica de medição de porosidade e teor de óxidos. a) antes do tratamento e b) após o
tratamento de imagem.

3.2. Porosidade e teor de óxidos

A Figura 6 apresenta os resultados da quantificação de porosidade e teor de óxidos. Neste pode ser visto que
a Liga1 (experimentos 1, 2 e 3) apresentou uma menor porosidade e oxidação, independente dos parâmetros
utilizados, indicando que a adição de Ni é realmente eficaz para a redução de porosidade.
35
Porosidade
Teor de óxidos
30

25

Porcentagem (%)
20

15

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Experimento
Figura 6. Gráfico com os resultados de porosidade e teor de óxidos.

A análise de Taguchi permite observar a variância para porosidade e é apresentado na Tabela 4.

Tabela 4. Analise de variância da porosidade para os fatores, com nível de significância de 90%.
Soma de Quadrados
Fator G.L. F Valor-P
Quadrados Médios
Liga 2 23,9940 11,9970 40,08 0,000
Distância 2 5,1185 2,5593 8,55 0,001
Taxa de alimentação 2 8,8456 4,4228 14,78 0,000
Pressão gás de arraste 2 8,5410 4,2705 14,27 0,000
Erro Residual 27 8,0815 0,2993
Total 35 54,5806

Segundo análise de variância, para todos os fatores o valor-P é menor que 0,10, rejeitam-se as hipóteses H0.
Sendo assim todos os fatores estudados são significativos para o percentual de porosidade nos revestimento, ou
seja, todos os fatores exercem influência sobre os percentuais de porosidade.
Para identificar qual fator exerce maior influência, é possível classificar (ranquear) cada fator em função da
diferença (delta) entre os valores médios de cada nível, tornando assim conhecido qual fator é mais influente em
função desta maior diferença. A Tabela 5 mostra o ranqueamento para as médias dos efeitos principais de
porosidade percentual (ranque igual a 1 significa que este é o fator mais influente para o menor percentual de
porosidade).

Tabela 5 – Ranque de influência dos fatores para a porosidade média, condição ‘menor melhor’.
Taxa de Pressão gás
Nível Liga Distância
alimentação de arraste
1 0,5500 1,5425 2,3592 1,6408
2 2,0592 1,3083 1,1842 2,3000
3 2,4408 2,1992 1,5067 1,1092
Delta 1,8908 0,8908 1,1750 1,1908
Ranque 1 4 3 2

Tem-se que o fator ‘Liga’ se mostrou mais influente, seguido de forma próxima pela ‘Pressão de gás de
arraste’, ‘Taxa de alimentação’ e por ultimo a ‘Distância’.
A Figura 7 apresenta graficamente a influência de cada parâmetro, ou seja, o efeito de cada nível para cada
fator sobre o percentual de porosidade nos revestimentos.
Efeitos principais sobre as médias
Liga Distância
2,5

2,0

1,5

Porosidade média (%)


1,0

0,5
Liga1 Liga2 Liga3 200 275 350
Tx. De Alimentação Pressão N2
2,5

2,0

1,5

1,0

0,5
25 35 45 0.758 0.896 1.034
Figura 7 – Efeitos principais sobre as médias do percentual de porosidade.

Foi feito o teste de comparação de médias pelo método de Tukey, considerando um nível de confiança de
90%. Este teste permite determinar a diferença significativa entre os níveis. As setas indicam o nível que
representa os melhores parâmetros para os menores níveis de porosidade.
No caso do fator ‘Liga’ tem-se que o nível significativamente diferente é o 1 (Liga1) e é o que apresenta
menor percentual de porosidade por apresentar a menor média, sendo que os níveis 2 e 3 não apresentam
diferença significativa.
Para o fator ‘Distância’ tem-se que os níveis 1 e 2 não apresentam diferença significativa, sendo estes as
menores médias para o percentual de porosidade. Isto indica que estatisticamente não existe diferença
significativa entre estes dois parâmetros, ou seja, para este intervalo de distância, entre 200 e 275 mm, os
deposições não apresentaram diferenças significativas de porosidade.
O fator ‘Taxa de alimentação’ apresentou comportamento semelhante a ‘Distância’, sendo que os níveis 2 e 3
apresentaram os menores valores médios de porosidade, não apresentando diferença significativa entre si. Ou
seja, menores níveis de porosidade são alcançados entre as taxas de alimentação de 35 a 45 g.min-1.
O fator ‘Pressão de gás de arraste’ apresentou um comportamento diferente, sendo que todos os níveis são
significativamente diferentes, ficando evidente que o nível 3 é responsável pelo menor percentual de porosidade,
ou seja, com pressão de 1.034 MPa é obtido a menor porosidade.
A análise de variância para o teor de óxidos é apresentado na Tabela 6.

Tabela 6 - Analise de variância do teor de óxidos para os fatores, com nível de significância de 90%.
Soma de Quadrados
Fator G.L. F Valor-P
Quadrados Médios
Liga 2 452,87 226,44 46,92 0,000
Distância 2 508,72 254,36 52,71 0,000
Taxa de alimentação 2 0,93 0,46 0,10 0,909
Pressão gás de arraste 2 118,42 59,21 12,27 0,000
Erro Residual 27 130,30 4,83
Total 35 1211,24

Segundo análise de variância, para os fatores ‘Liga’, ‘Distância’ e ‘Pressão do gás de arraste’ o valor-P é
menor que 0,10, então rejeitam-se as hipóteses H0, sendo estes fatores significativos, ou seja, exercem influência
sobre o teor de óxidos.
Para o fator ‘Taxa de alimentação’ o valor-P é maior que 0,10, então aceita-se a hipótese H0, sendo assim
considera-se que este fator não é significativo para o teor de óxidos nos revestimentos.
Para identificar qual fator exerce maior influência, assim como para os resultados de porosidade, foi feito um
ranqueamento. A Tabela 7 mostra o ranqueamento para as médias dos efeitos principais de teor de óxidos
(ranque igual a 1 significa que este é o fator mais influente para o menor teor de óxidos).

Tabela 7 – Ranque de influência dos fatores para a média de teor de óxidos, condição ‘menor melhor’.
Taxa de Pressão gás
Nível Liga Distância
alimentação de arraste
1 15,15 15,02 19,68 21,85
2 23,75 24,20 19,72 20,14
3 20,52 20,22 20,03 17,44
Delta 8,60 9,18 0,36 4,41
Ranque 2 1 4 3
Tem-se que a ‘Distância’ apresentou-se como sendo o fator mais influente para a fração de óxidos, seguido
pela ‘Liga’, ‘Pressão do gás de arraste’ e por ultimo a ‘Taxa de alimentação’.
A Figura 8 apresenta graficamente a influência de cada parâmetro, ou seja, o efeito de cada nível para cada
fator sobre o teor de óxidos nos revestimentos.

Liga Distância
25,0

22,5

20,0
Teor de Óxidos (%)
17,5

15,0
Liga1 Liga2 Liga3 200 275 350
Tx. De Alimentação Pressão N2
25,0

22,5

20,0

17,5

15,0
25 35 45 0.758 0.896 1.034
Figura 8 – Efeitos principais sobre as médias do teor de óxidos.

Foi feito o teste de comparação de médias pelo método de Tukey, considerando um nível de confiança de
90%. No caso do fator ‘Liga’ tem-se que o nível 1 é significativamente diferente (Liga1) e é o que resulta em
menor teor de óxidos por apresentar a menor média. Os níveis 2 e 3 também apresentam diferença significativa,
porem são para teores de óxidos elevados.
Para o fator ‘Distância’ tem-se que os níveis 1, 2 e 3 apresentam diferença significativa, sendo que o nível 1 é
o que apresenta menor média para o teor de óxidos. Isto indica que estatisticamente com a distância de 200 mm
as deposições apresentaram menores teores de óxidos. O fator ‘Taxa de alimentação’, alem de não ser um fator
significativo, não apresentou diferença significativa entre seus níveis.
O fator ‘Pressão de gás de arraste’ apresentou um comportamento diferente, sendo que os níveis 1 e 2 não são
significativamente diferentes, ficando evidente que o nível 3 é responsável pelo menor teor de óxidos, ou seja,
com pressão de 1.034 MPa.

3.4. Microdureza

A Figura 9 apresenta os resultados das medições de microdureza Vickers, sendo estes na forma de valores
médios e respectivo desvio padrão.

550

500

450
Microdureza Vickers (HV 0,3)

400

350

300

250

200

150

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9
Experimento
Figura 9. Microdureza Vickers dos revestimentos.

A análise de variância para o teor de óxidos é apresentado na Tabela 8.


Tabela 8 - Analise de variância da microdureza Vickers para os fatores, com nível de significância de 90%.
Soma de Quadrados
Fator G.L. F Valor-P
Quadrados Médios
Liga 2 30667 15333 12,54 0,000
Distância 2 14060 7030 5,75 0,008
Taxa de alimentação 2 74220 37110 30,35 0,000
Pressão gás de arraste 2 90457 45229 36,99 0,000
Erro Residual 27 33009 1223
Total 35 242413

Segundo análise de variância, para todos os fatores o valor-P é menor que 0,10, rejeitam-se as hipóteses H0.
Sendo assim todos os fatores estudados são significativos para na microdureza, ou seja, todos os fatores exercem
influência sobre a microdureza Vickers dos revestimentos.
A Tabela 9 mostra o ranqueamento para as médias dos efeitos principais de microdureza Vickers.

Tabela 9 - Ranque de influência dos fatores para a média de microdureza Vickers, condição ‘maior melhor’.
Taxa de Pressão gás
Nível Liga Distância
alimentação de arraste
1 276,0 344,5 253,0 343,5
2 330,1 303,2 356,4 246,3
3 343,5 302,0 340,2 359,8
Delta 67,5 42,5 103,4 113,6
Ranque 3 4 2 1

Tem-se que a ‘Pressão do gás de arraste’ se mostrou o fator mais influente, seguido pela ‘Taxa de
alimentação’ e ‘Liga’. Por ultimo a ‘Distância’, significativo, porém menos influente.
A Figura 10 apresenta graficamente a influência de cada parâmetro, ou seja, o efeito de cada nível para cada
fator sobre a microdureza nos revestimentos.

Liga Distância

350

325
Microdureza Vickers (HV 0,3)

300

275

250
Liga1 Liga2 Liga3 200 275 350
Tx. De Alimentação Pressão N2

350

325

300

275

250

25 35 45 0.758 0.896 1.034


Figura 10. Efeitos principais sobre as médias de microdureza Vickers.

Foi feito o teste de comparação de médias pelo método de Tukey, considerando um nível de confiança de
90%. No caso do fator ‘Liga’ tem-se que o nível 1 é significativamente diferente (Liga1) e é o que resulta em
menor microdureza. Ou seja os níveis 2 e 3 apresentam maior microdureza Vickers e não apresentam diferença
significativa, indicando que a adição de Boro foi muito eficaz para o aumento na microdureza dos revestimentos.
Para o fator ‘Distância’ tem-se que o nível 3 apresenta diferença significativa, sendo este a maior média de
microdureza. Isto indica que estatisticamente com a distância de 200 mm as deposições apresentaram maior
microdureza Vickers. O aumento de dureza com menor distância de deposição é explicado pela menor
porosidade e melhor coesão entre as lamelas, confirmando as análises anteriores.
No fator ‘Taxa de alimentação’, o nível 1 é significativamente diferente, porem para menores valores de
microdureza. Os níveis 2 e 3 (35 e 45 g.min-1) são responsáveis pelos maiores valores de microdureza e não
apresentam diferença significativa entre si, situação esta já verificada para a porosidade e fração em área de
óxidos.
O fator ‘Pressão de gás de arraste’ apresentou um comportamento diferente, sendo que os níveis 2, um valor
intermediário, é significativamente diferente dos níveis 1 e 3, porem é responsável pelos menores valores de
microdureza, ou seja, não existe uma tendência linear neste fator. Sendo que os níveis 1 e 3 não são
significativamente diferentes entre si.

3.5. Parâmetros otimizados e teste de confirmação

Considerando todos os resultados obtidos, temos que o fator mais influente foi a liga, sendo os melhores
resultados de porosidade e teor de óxidos foram obtidos com a Liga1, porem foi a liga que apresentou os
menores valores de microdureza.
O fator “pressão do gás de arraste” se mostrou o segundo mais influente, sendo evidente que a pressão de
1,034 MPa apresenta os melhores resultados para todas as propriedades analisadas.
A “distância” é o terceiro fator mais influente, sendo a menor distância, 200 mm, a que produz revestimentos
com os melhores resultados.
O quarto fator mais influente no processo, tão bem como significativo, é a “taxa de alimentação do pó”, onde
a maior taxa, de 45 g.min-1, produz uma melhoria nos revestimento em relação às propriedades estudadas.
Um experimento de confirmação foi realizado, utilizando a combinação de parâmetros otimizada, conforme a
Tabela 10.

Tabela 10. Parâmetros utilizados no experimento de confirmação.


Taxa de Pressão de
Experimento Liga Distância
Alimentação Arraste
-1
Confirmação Liga1 200 mm 45 g.min 1.034 MPa

No experimento de confirmação a morfologia obtida com parâmetros otimizados apresentam ótimo aspecto,
com revestimento compactado, constituído de panquecas de partículas bem deformadas, com finos filmes de
óxidos interlamelares e baixa porosidade aparente. A Figura 11 mostra uma imagem de MEV deste revestimento.

Figura 11 - MEV do revestimento obtido com os parâmetros otimizados. Em a) visão geral do


revestimento; em b) a mesma região com ampliação de 2000x.

As medições de porosidade e teor de óxidos foram realizadas da mesma forma que na etapa de análise de
parâmetros, sendo aplicada a técnica de análise de imagens em tons de cinza sobre seis (6) imagens obtidas em
MEV. Os resultados obtidos são valores médios de porosidade e de teor de óxidos menores aos encontrados
anteriormente. E as medições de microdureza apresentaram valores intermediários entre as durezas encontradas
entre os revestimentos depositados segundo o planejamento de Taguchi, isso é esperado, sendo que menores
teores de óxidos reduzem a microdureza dos revestimentos aspergidos.
A Tabela 11 apresenta os valores médios obtidos para as propriedades analisadas, bem como uma
comparação com os resultados obtidos durante a planejamento de Taguchi.

Tabela 11. Resultados obtidos com o revestimento de confirmação.


Melhor
Desvio Redução
Propriedade Média resultado
Padrão percentual
anterior
Porosidade 0,05 0,02 0,31 83%
Teor de óxidos 8,94 1,70 12,27 27%
Microdureza 366 22 441 17%

Estes resultados confirmam a melhoria nas propriedades estudadas com a deposição utilizando os parâmetros
otimizados. Onde é visto uma redução representativa na porosidade do revestimento, uma redução no teor de
óxidos de óxidos e uma pequena queda na microdureza.
4 . Conclusões

Foi obtido um revestimento melhorado após o teste de confirmação pela aplicação dos parâmetros
otimizados.
O emprego do planejamento experimental de Taguchi se mostrou como uma ótima ferramenta para analisar o
processo de deposição por HVOF para os revestimentos das ligas desenvolvidas e testadas. Tornando possível a
tomada de decisão com um alto nível de confiabilidade.
A análise morfológica dos revestimentos, que envolve porosidade e teor de óxidos, mostrou que existe
diferença significativa entre os fatores e grande sensibilidade nas variações dos níveis testados, sendo que ficou
evidente a influência significativa destes nos resultados obtidos.
As variações de composição química de Niquel e de Boro nas ligas atomizadas promoveram uma influência
significativa nas propriedades dos revestimentos, os quais apresentam características especificas para cada tipo
de liga.
As ligas atomizadas com Boro produzem revestimentos com maior nível de porosidade e a adição de Níquel
promoveu uma redução no nível de oxidação quando comparadas as ligas com e sem a presença de Boro.
A adição de Boro promoveu a formação de revestimentos com maior dureza.
As ligas com Níquel, de uma forma geral, apresentaram os melhores resultados para todas as propriedades
estudadas.
Os fatores ‘Pressão de gás de arraste’ e ‘Distância’ apresentaram uma forte influência nas propriedades dos
revestimentos, sendo destacada a pressão de 1,034 MPa para o gás de arraste e 200 mm de distância de
deposição, como sendo os valores otimizados de deposição.
A ‘Taxa de alimentação’ é um fator significativo para o aumento da eficiência de deposição e com pouca
influência na porosidade e, sendo que os melhores resultados estão para as maiores taxas de alimentação.

6. Referências Bibliográficas

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