RESUMO: A CIRUGIA DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL E ALTERÇÃO DE NOME
DE PESSOAS TRANSSEXUAIS A cirurgia de redesignação sexual e a alteração de nome são aspectos fundamentais no processo de adequação de gênero para pessoas transsexuais. Estas intervenções representam passos significativos na busca pela congruência entre identidade de gênero e características físicas, proporcionando bem-estar psicológico e social. No contexto brasileiro, a evolução legal tem sido notável, com avanços que reconhecem o direito das pessoas trans de realizar a cirurgia de redesignação sexual e de alterar seu nome de acordo com sua identidade de gênero autodeclarada. A primeira cirurgia de mudança de sexo, genital em uma mulher trans foi realizada no Brasil em dezembro de 1971, seguida pela primeira operação em um homem trans seis anos depois. No dia 29 de janeiro de 2004, foi criado o Dia Nacional daVisibilidade Trans no Brasil. Nesta data, transexuais e travestis se reuniram no Congresso Nacional em Brasília para reivindicar seus direitos. O Ministério da Saúde formalizou o compromisso com a saúde da população LGBTQIA+ e criou um Comitê Técnico para atender às necessidades dessas pessoas. Em 2006 a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde permite que travestis, transexuais e transgêneros sejam chamados pelo nome social em qualquer serviço da rede pública de saúde do Sistema Único de Saúde. Dois anos depois, em 2008 o Sistema Único de Saúde passou a oferecer atendimento especializado a pessoas trans, incluindo cirurgia de redesignação sexual, por meio de uma rede de acolhimento com equipe multidisciplinar. O reconhecimento da orientação sexual e identidade de gênero tornou-se determinante na saúde, graças às portarias 1.707 e 457 do Ministério da Saúde. A Defensoria Públicada União pediu em 2016 ao Conselho Nacional de Justiça que pessoas trans sem cirurgia possam retificar seus registros de nascimento. Em São Bernardo do Campo, São Paulo, uma mulher trans conseguiu mudar seu nome e gênero sem avaliação médica ou atestado, pela primeira vez. O Supremo Tribunal Federal no ano de 2018 decidiu que pessoas trans podem mudar seu nome e gênero diretamente no cartório, sem precisar obter autorização judicial ou apresentar laudos médicos ou mudanças físicas. A Primeira Cirurgia De Redesignação De Sexo No Brasil. Foi em 1971 o cirurgião plástico Roberto Farinarealizou, de forma pioneira, uma cirurgia de redesignação sexual. Considerada a primeira no Brasil, a cirurgia que transformou Waldir em Waldirene gerou um processo criminal. No ano de 2008 Procedimento Se torna Permitido pelo SUS. A cirurgia de redesignação sexual (CRS) é o procedimento cirúrgico pelo qual as características sexuais/genitais de nascença de um indivíduo são mudadas para aquelas socialmente associadas ao gênero que ele se reconhece. É parte, ou não, da transição física de transexuais e transgêneros. Outros termos para CRS incluem: cirurgia de redesignação de gênero, cirurgia de reconstrução sexual, cirurgia de reconstrução genital, cirurgia de confirmação de gênero e, mais recentemente, cirurgia de afirmação de sexo. Os termos comumente usados "mudança de sexo"ou "operação sexual" são considerados imprecisos. Os termos genitoplastia de feminilização e genitoplastia de masculinização são mais usados na literatura médica, em alguns países. Apesar dos avanços, o acesso a esses procedimentos ainda enfrenta desafios, incluindo questões burocráticas e barreiras sociais. A importância da cirurgia de redesignação sexual vai além da esfera médica, sendo um marco na jornada de autodescoberta e aceitação para muitas pessoas trans. A alteração de nome, por sua vez, representa um reconhecimento social da identidade de gênero escolhida. Esta evolução no cenário legal e médico no Brasil reflete uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com a diversidade de identidades de gênero, mas também destaca a necessidade contínua de avanços para garantir o pleno acesso e respeito aos direitos das pessoas transsexuais no país.