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EPÍGRAFE

“Faça viver, para viver e ver prosperar.”

Joel Cafranca

III
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado a todos os educadores que compartilharam seu
conhecimento e paixão, moldando o nosso percurso acadêmico. Que esta pesquisa
contribua, de alguma forma, para o avanço do conhecimento e retribua o carinho e
confiança que recebemos.

IV
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, por nos ter dado o galardão da vida, por nos guiar e
proteger nesta nossa jornada academica.

Agradecemos aos nossos familiares: companheiros e filhos por todo apoio e


companheirismo nesta nossa jornada académica, por toda compreensão.

Agradeçemos pela confiança e comprometimento, estamos ansiosos para


compartilhar os frutos deste trabalho em breve. A todas as pessoas que de forma directa
ou indirecta deram o seu contributo para a realização deste trabalho. Mais uma,
agradecemos por ajudarem a tornar esta jornada acadêmica tão significativa.

MUITO OBRIGADO!

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ÍNDICE

EPÍGRAFE ..................................................................................................................... III


DEDICATÓRIA ............................................................................................................. IV
AGRADECIMENTOS .....................................................................................................V
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. OBJECTIVOS ......................................................................................................... 2
Objectivo Geral: ............................................................................................................ 2
Objectivos Específicos: ................................................................................................. 2
3. VARIÁVEIS ............................................................................................................. 3
3.1. VARIÁVEIS NO UNIVERSO DA CIÊNCIA ................................................... 3
3.1.1. Variáveis conceituais .................................................................................. 3
3.1.2. Variáveis empíricas ..................................................................................... 4
3.2. VARIÁVEIS DEPENDENTES E INDEPENDENTES .................................... 5
3.2.1. Variáveis dependentes................................................................................. 5
3.2.2. Variáveis independentes ............................................................................. 5
3.3. VARIÁVEIS MODERADORAS E DE CONTROLE ...................................... 6
3.3.1. Variável moderadora: conceito e identificação ........................................... 6
3.3.2. Variável de controle: conceito e aplicação ................................................. 7
3.4. VARIÁVEIS EXTRÍNSECAS E COMPONENTES ........................................ 7
3.4.1. Variáveis extrínsecas e relações espúrias ....................................................... 7
3.4.2. Variáveis componentes e apresentação em bloco ....................................... 9
3.5. VARIÁVEIS INTERVENIENTES E ANTECEDENTES ............................... 10
3.5.1. Variáveis intervenientes ............................................................................ 10
3.5.2. Variáveis antecedentes ...............................................................................11
4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 12
5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................ 13
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho enquadra-se no ramo da metodologia de investigação
científica, no qual será apresentado conceitos, definições, tipos de variáveis no universo
científico. Segundo Lipset e Bendix (In: TRUJILLO FERRARI, 1974, p. 144), citado
por Lakatos e Marconi (2017, p. 162), variável é um conceito operacional; salientam,
porém, que a recíproca não é verdadeira, visto que nem todo conceito operacional
constitui-se em variável. Para ser definida, a variável precisa conter valores.

Lakatos e Marconi (2017, p. 162), afirmam que: uma variável pode ser
considerada como uma classicação ou medida; uma quantidade que varia; um conceito
operacional, que contém ou apresenta valores; aspecto, propriedade ou fator, discernível
em um objeto de estudo e passível de mensuração. Os valores que são adicionados ao
conceito operacional, para transformá-lo em variável, podem ser quantidades,
qualidades, características, magnitudes, traços etc., que se alteram em cada caso
particular e são totalmente abrangentes e mutuamente exclusivos. Por sua vez, o
conceito operacional pode ser um objeto, processo, agente, fenômeno, problema etc.

Variáveis são aspectos, propriedades, características individuais ou factores


observáveis ou mensuráveis de um fenômeno. As variáveis são propriedades que podem
variar entre indivíduos, objectos ou coisas e outros. Uma variável pode assumir
diferentes valores, de acordo com as circunstâncias.

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2. OBJECTIVOS

Objectivo Geral: estudar os diferentes tipos de variáveis que podem ser encontrados
na pesquisa cientifica.

Objectivos Específicos:
1) Apresentar conceitos e definições de variáveis em metodologia científica.
2) Identificar os diferentes tipos de varáveis em metodologia científica.
3) Apresentar diferentes exemplos relacionados aos tipos de variáveis em
metodologia cientifica.

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3. VARIÁVEIS
3.1. VARIÁVEIS NO UNIVERSO DA CIÊNCIA
Gil (2016, p. 79) identica uma fase essencialmente teórica na pesquisa social, que é
constituída pela formulação do problema e sua inserção em uma perspectiva mais
ampla, e isso, em geral, “envolve a construção de hipóteses e a identicação dos
potenciais nexos entre as variáveis”. Se pretendemos que uma proposição alcance o
status de hipótese cientíca, é necessário que ela possa ser refutada empiricamente.
Assim, suas variáveis devem ser traduzidas em conceitos mensuráveis.

Lakatos e Marconi (2017, p. 163), assumem que: podemos imaginar o universo da


ciência como constituído de três níveis: no primeiro, ocorrem as observações de fatos,
fenômenos, comportamentos e atividades reais; no segundo, encontramos as hipóteses;
finalmente, no terceiro, surgem as teorias, hipóteses válidas e sustentáveis. O que nos
interessa, na realidade, é a passagem do segundo para o primeiro nível, o que ocorre
através do enunciado das variáveis.

Na pesquisa cientifica, as variáveis correlacionam-se em dois níveis: o conceitual e


o empírico.

3.1.1. Variáveis conceituais


As variáveis conceituais são um tipo de variável utilizada em pesquisas e
metodologia científica. Elas representam conceitos abstratos ou teóricos que não podem
ser diretamente observados ou medidos de forma quantitativa. Em vez disso, essas
variáveis refletem ideias, construtos ou fenômenos mais amplos que são importantes
para a compreensão de um determinado fenômeno, mas que precisam ser traduzidos em
medidas observáveis para serem incluídos em uma pesquisa empírica.

Podemos considerar como exemplo, a "satisfação do cliente". A satisfação do cliente


é um conceito abstrato e subjetivo que não pode ser medido diretamente. No entanto, os
pesquisadores podem criar variáveis conceituais relacionadas a esse conceito, como:

1. Atendimento ao Cliente: Um construto que reflete a qualidade do serviço


prestado pela empresa aos clientes.

2. Qualidade do Produto: Uma variável conceitual que representa a percepção do


cliente sobre a qualidade dos produtos adquiridos.

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3. Comunicação Empresarial: Uma variável conceitual que captura a eficácia da
comunicação entre a empresa e seus clientes.

Essas variáveis conceituais são essenciais para a construção de um modelo teórico


que explique como diferentes fatores estão inter-relacionados e influenciam o conceito
mais amplo de satisfação do cliente. No entanto, para tornar esses conceitos úteis em
uma pesquisa empírica, os pesquisadores precisam desenvolver medidas operacionais
específicas (variáveis operacionais) que possam ser observadas e quantificadas.

3.1.2. Variáveis empíricas


As variáveis empíricas, ao contrário das variáveis conceituais, são aquelas que
podem ser medidas, observadas ou testadas de forma direta. Elas representam aspectos
tangíveis, mensuráveis e concretos do mundo real que podem ser quantificados por
meio de métodos empíricos, como observação, experimentação ou coleta de dados.

Vamos retomar o exemplo da "satisfação do cliente". Se a satisfação do cliente é uma


variável conceitual, suas correspondentes variáveis empíricas seriam as medidas
específicas que podem ser coletadas para avaliar esse conceito. Alguns exemplos de
variáveis empíricas relacionadas à satisfação do cliente podem incluir:

1. Classificação de Satisfação: Uma escala numérica ou categorias (por exemplo,


de 1 a 5 estrelas) atribuídas pelos clientes para expressar seu nível de satisfação
com um produto ou serviço.
2. Número de Reclamações: Uma medida quantitativa do feedback negativo dos
clientes, indicando possíveis áreas de insatisfação.
3. Taxa de Retenção de Clientes: A porcentagem de clientes que permanecem
fiéis à empresa ao longo do tempo, o que pode ser interpretado como um
indicador de satisfação.
4. Pesquisas de Opinião: Perguntas específicas em uma pesquisa destinadas a
capturar as percepções e opiniões dos clientes sobre diversos aspectos do
negócio.

Essas variáveis empíricas são fundamentais para a condução de pesquisas empíricas


e científicas, pois proporcionam dados mensuráveis que podem ser analisados
estatisticamente. Ao coletar dados empíricos, os pesquisadores podem testar hipóteses,
identificar padrões, fazer inferências e contribuir para o desenvolvimento do
conhecimento científico.

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3.2. VARIÁVEIS DEPENDENTES E INDEPENDENTES
3.2.1. Variáveis dependentes
Lakatos e Marconi (2017, p.163), afirmam que: Variável dependente (Y) consiste
em valores (fenômenos, fatores) a serem explicados ou descobertos, em virtude de
serem inuenciados, determinados ou afetados pela variável independente. É o fator que
aparece, desaparece ou varia à medida que o investigador introduz, tira ou modica a
variável independente. Variável dependente é ainda a propriedade ou fator que é efeito,
resultado, consequência ou resposta a algo que foi manipulado (variável independente).

3.2.2. Variáveis independentes


Lakatos e Marconi (2017, p.163), nos mostram que: Variável independente (X) é
aquela que inuencia, determina ou afeta outra variável; é fator determinante, condição
ou causa para determinado resultado, efeito ou consequência. É o fator manipulado
(geralmente) pelo investigador, na sua tentativa de assegurar a relação do fator com um
fenômeno observado ou a ser descoberto, para vericar que inuência exerce sobre um
possível resultado.

Podemos então concluir que, a variável independente é o antecedente e a


variável dependente é o consequente. Os cientistas fazem predições a partir de variáveis
independentes para variáveis dependentes. Quando, ao contrário, querem explicar um
fato ou fenômeno encontrado (variável dependente), procuram a causa (variável
independente).

Para melhor compreensão da diferença entre as variáveis dependentes e


independentes, vamos analisar quatro exemplos que foram apresentados por Lakatos e
Marconi (2017, p. 164).

Exemplos:

a) Se dermos uma pancada no tendão patelar do joelho dobrado de um indivíduo,


sua perna se esticará:
X = pancada dada no tendão patelar do joelho dobrado de um indivíduo;
Y = o esticar da perna.
b) Os indivíduos cujos pais são débeis mentais têm inteligência inferior à dos
indivíduos cujos pais não são débeis mentais:
X = presença ou ausência de debilidade mental nos pais:
Y = grau de inteligência dos indivíduos.

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c) Em época de guerra, os estereótipos relativos às nacionalidades – dos
participantes do conito – tornam-se mais arraigados e universais:
X = época de guerra;
Y = características dos estereótipos mútuos.
d) Os indivíduos cujos pais possuem forte preconceito religioso tendem a
apresentar esse tipo de preconceito em grau mais elevado do que aqueles cujos
pais são destituídos de preconceito religioso:
X = presença ou ausência de preconceito religioso nos pais;
Y = grau de preconceito religioso dos indivíduos.

3.3. VARIÁVEIS MODERADORAS E DE CONTROLE


3.3.1. Variável moderadora: conceito e identificação
Lakatos e Marconi (2017, p. 171), afirmam que: Variável moderadora (M) é um
fator, fenômeno ou propriedade, que também é condição, causa, estímulo ou fator
determinante para que ocorra determinado resultado, efeito ou consequência, situando-
se, porém, em nível secundário no que respeita à variável independente (X) e
apresentando importância menor do que ela. É selecionado, manipulado e medido pelo
investigador, que se preocupa em descobrir se ela tem inuência ou modica a relação da
variável independente com o fator ou fenômeno observado (variável dependente Y).

Tuckman (In: KÖCHE, 2015, p. 113) citado por Lakatos e Marconi (2017, p. 171)
apresenta um exemplo da atuação da variável moderadora: “entre estudantes da mesma
idade, a inteligência, o desempenho de habilidades está diretamente relacionados com o
número de treinos práticos, particularmente entre os meninos, mas menos
particularmente entre as meninas”:

X = número de treinos práticos;

Y = desempenho de habilidades;

M = sexo dos estudantes (que modica a relação entre X e Y).

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3.3.2. Variável de controle: conceito e aplicação
Lakatos e Marconi (2017, p. 173), nos mostra que: Variável de controle (C) é o fator,
fenômeno ou propriedade que o investigador neutraliza ou anula propositadamente em
uma pesquisa, com a nalidade de impedir que interra na análise da relação entre as
variáveis independente e dependente. A importância da variável de controle aparece na
investigação de situações complexas, quando se sabe que um efeito não tem apenas uma
causa, mas pode sofrer inuências de vários fatores. Não interessando ao investigador, ou
não sendo possível analisar todos em determinado experimento, torna-se necessário
neutralizá-los para que não interram, ou não exerçam inuência sobre o fenômeno
estudado. Em uma etapa posterior, ou mesmo em outro estudo, tais fatores poderão ser
pesquisados. Em muitos casos, através de trabalhos anteriores, tem-se conhecimento de
sua inuência no fator ou fenômeno investigado, e se quer dar um passo adiante: além do
fenômeno que exerce inuência na variável dependente, existem outros fatores? Assim,
anulam-se ou neutralizam-se os primeiros, para estudar a inuência dos demais.

Exemplo: Voltando ao estudo citado por Tuckman, sabe-se que tanto a idade da
criança quanto seu grau de inteligência têm inuência no desempenho de habilidades;
deseja-se, agora, correlacionar este fator (desempenho de habilidades) com os treinos
práticos: daí a necessidade de exercer controle sobre a idade e o grau de inteligência. Se
isso não fosse feito, não se poderia avaliar e analisar a relação entre o número de treinos
práticos e o desempenho de habilidades. Resumindo: idade e grau de inteligência foram
selecionados como variáveis de controle e neutralizados (entre estudantes da mesma
idade e inteligência…) para analisar a relação entre variável independente e dependente
(o desempenho de habilidades está diretamente relacionado com o número de treinos
práticos…):

C = idade (C1) e grau de inteligência (C2);

X = número de treinos práticos;

Y = desempenho de habilidades.

3.4. VARIÁVEIS EXTRÍNSECAS E COMPONENTES


3.4.1. Variáveis extrínsecas e relações espúrias
Lakatos e Marconi (2017, p. 175), demonstram que: A primeira e a mais crucial
dúvida de um investigador que encontra relação entre duas variáveis refere-se à questão:
“trata-se de uma relação real”? Em outras palavras, trata-se de uma ligação inerente

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entre as duas variáveis, ou ela é devida a uma conexão acidental com uma variável
associada? Quando este último caso ocorre, diz-se que a relação é espúria (na realidade,
espúria é a interpretação da relação e não a relação em si). O que acontece é que, à
primeira vista, a relação é assimétrica, mas, perante uma análise mais profunda, revela-
se simétrica; esta signica que nenhuma das variáveis exerce inuência sobre a outra, por
serem indicadores alternativos do mesmo conceito, efeitos de uma causa comum,
elementos de uma unidade funcional, partes ou manifestações de um sistema ou
complexo comum, ou estão fortuitamente associadas.

Hyman (1967, p. 402-403) apresenta dois exemplos de relações espúrias:

a) Encontrou-se correlação entre a profundidade do sono e a espécie de humor que


a pessoa tinha no dia seguinte. Entretanto, uma análise mais aprofundada revelou que o
resultado era falso, pois a facilidade de sono é que era determinada pela espécie de
humor com que o indivíduo ia para a cama, e que a má disposição permanecia de um dia
para outro. Esquematicamente: Em vez de “profundidade no sono” (X) → “tipo de
humor no dia seguinte” (Y), o que havia era:

O investigador não necessita abandonar a pesquisa por ter constatado que a relação
original era espúria; pode deslocar seus estudos para questões de como o mau humor
perturba o sono. Portanto, analisa a relação E – X.

b) Constatou-se que, na Suécia, existia correlação entre o número de cegonhas


existentes em determinada área e a taxa de natalidade da mesma área. Não há
necessidade de pensar duas vezes se há relação entre a variável independente (número
de cegonhas) e a dependente (número de crianças), pois é óbvio que ambas se devem a
uma terceira.

Novamente, o resultado, no caso absurdo, da relação original, pode levar a outras


investigações. Como não há mistérios no fato de a zona rural conter maior número de
cegonhas, interessa vericar por que essas regiões são caracterizadas por alta taxa de
natalidade. Passamos, portanto, ao exame da relação E – Y. São raros, porém, os casos
em que a relação X – Y, sendo espúria, mostra-se tão absurda como no caso anterior.
Muitas vezes, estudos bem fundamentados são publicados com sobejas provas para se
acreditar numa relação assimétrica, signicativa e inerente, entre as variáveis
independente e dependente. E cabe a outros investigadores levantarem dúvidas sobre os

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resultados, procedendo a novas pesquisas, que demonstram a espuriedade da relação
indicada.

3.4.2. Variáveis componentes e apresentação em bloco


Segundo Lakatos e Marconi (2017, p. 179) “As variáveis sociológicas (assim como
as das demais Ciências Sociais) têm a característica de se apresentarem em blocos, isto
é, indivíduos, grupos, associações, regiões etc. podem ser caracterizados em termos de
uma pluralidade de dimensões. Por exemplo, vários estudos comprovaram que os
operários são mais alienados do que os escriturários. Todavia, as palavras (conceitos)
operários e escriturários signicam apenas uma diferença no trabalho executado? Ou os
operários diferem dos escriturários em vários outros aspectos? Como a resposta à
segunda questão é positiva, temos entre eles diferenças de nível de escolaridade (grau de
educação), de salário, de quocientes de inteligência, de capacidade de abstração de
pensamento; são mais liberais ou menos liberais em questões econômicas, políticas e
sociais; diferem também no estilo de vida, nas opções de lazer, incluindo a frequência
de leitura de livros, revistas e jornais; originam-se também de famílias mais ou menos
numerosas, e assim por diante. Dessa forma, o que, especicamente, na condição de
operário, o leva a uma maior alienação? Dito de outra maneira, qual das variáveis
componentes (P) do conceito global de operário é a responsável (ou a maior
responsável) pelo efeito observado?”

Para Rosenberg (1976, p. 64), uma das mais poderosas variáveis na análise
sociológica é, por exemplo, o conceito de classe social. Com marcante coerência, a
classe social aparece ligada a uma ampla diversidade de variáveis dependentes […]. A
classe social compõe-se, todavia, de numerosos elementos (variáveis componentes).
Não se pode presumir, em consequência, que, estando a classe social relacionada a X e,
também, a Y, o mesmo aspecto da classe social exerça efetiva influência.

Exemplos: Na relação entre classe e envolvimento em programas públicos, talvez o


nível de educação seja o elemento crucial; na relação entre classe e propriedade
imobiliária, talvez seja a renda; no que se refere à relação entre classe social e
autoestima, é provável que seja o prestígio social; se a classe social se relaciona ao
liberalismo econômico, talvez o fator de inuência seja a liação a sindicatos; se a classe
está relacionada com a integração de certos grupos, talvez a tradição de família seja o
fator responsável; se a classe se relaciona a certas atitudes, talvez os fatores ligados ao
estilo de vida tenham implicação fundamental.
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3.5. VARIÁVEIS INTERVENIENTES E ANTECEDENTES
3.5.1. Variáveis intervenientes
A variável interveniente (W) é a que, numa sequência causal, se coloca entre a
variável independente (X) e a dependente (Y), tendo como função ampliar, diminuir ou
anular a inuência de X sobre Y. É, portanto, encarada como consequência da variável
independente e determinante da variável dependente.

Para armar que uma variável é interveniente, requer-se a presença de três relações
assimétricas:

a) A relação original, entre as variáveis independente e dependente (X – Y).


b) Uma relação entre a variável independente e a variável interveniente (X – W),
sendo que a variável interveniente atua como se fosse dependente (efeito da
independente).
c) Uma relação entre a variável interveniente e a variável dependente (W – Y),
atuando a interveniente como independente (causa da dependente).

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3.5.2. Variáveis antecedentes
Lakatos e Marconi (2017, p. 183) afirmam que: A variável antecedente (Z) tem por
nalidade explicar a relação X – Y. Ela se coloca na cadeia causal antes da variável
independente, indicando uma inuência ecaz e verdadeira; não afasta a relação X – Y.

a) As três variáveis, antecedente, independente e dependente, devem relacionar-se


(Z – X – Y).
b) Quando se exerce controle sobre a variável antecedente, não deve desaparecer a
relação entre as variáveis independente e dependente.
c) Quando se exerce controle sobre a variável independente, deve desaparecer a
relação entre as variáveis antecedente e dependente

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4. CONCLUSÃO
Em conclusão, a compreensão e definição cuidadosa das variáveis desempenham
um papel crucial na condução de pesquisas científicas. As variáveis conceituais
fornecem a base teórica, representando ideias abstratas essenciais para a construção de
modelos explicativos. Por meio da diferenciação entre variáveis independentes,
dependentes e de controle, os pesquisadores conseguem formular e testar hipóteses,
examinando causas e efeitos em seus estudos.

A inclusão de variáveis moderadoras enriquece a análise, reconhecendo que certos


fatores podem influenciar a relação entre a variável independente e a dependente. Além
disso, as variáveis intervenientes contribuem para a compreensão dos mecanismos
subjacentes aos efeitos observados, enquanto as variáveis antecedentes contextualizam o
estudo, considerando influências prévias.

Ao aplicar esses conceitos em pesquisas empíricas, as variáveis operacionais


tornam-se instrumentos mensuráveis, permitindo a coleta de dados tangíveis. Este
processo robusto, que envolve a definição clara e a manipulação criteriosa das variáveis,
contribui para a validade e confiabilidade dos estudos científicos.

Em síntese, a articulação e compreensão precisa das variáveis, em suas diversas


formas, capacitam os pesquisadores a explorar, analisar e interpretar fenômenos
complexos, proporcionando uma base sólida para o avanço do conhecimento científico.

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5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: GEN:
Atlas, 2016. Cap. 8.

Marina de Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos. Fundamentos de metodologia


científica – 8. ed. – São Paulo : Atlas, 2017.

HYMAN, Herbert. Planejamento e análise da pesquisa: princípios, casos e processos.


Rio de Janeiro: Lidador, 1967.

ROSENBERG, Morris. A lógica da análise de levantamento de dados. São Paulo:


Cultrix: Edusp, 1976.

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