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09
dona o
ses
Es CENTRO DE LÓGICA, EPISTEMOLOGIA
E HISTÓRIA DA CIÊNCIA - UNICAMP
Editor
Itala M. Loffredo D'Ottaviano
Conselho Editorial
Newton C.A. da Costa (USP) .
ISSN: 0103-3147
Primeira Edição, 1991
Ghins, Michel
G344i A inércia e o espaço-tempo absoluto: de Newton
a Einstein / Michel Ghins. - Campinas : UNICAMP,
Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência,
1991.
IMPRESSO NO BRASIL
Coleção CLE V.09
Prefácio ....cciciiicis
reter KV
CAPÍTULO 3:
O Eletromagnetismo e a Teoria
da Relatividade Restrita ..... 121
3.1 Oéter ...... MESESE raNNDa | Sina mma 121
3.2 As equações do eletromagnetismo ......... 129
3.3 O princípio de relatividade e o princípio de
invariância da velocidade da luz .......... 134
3.4 Os axiomas da mecânica de Einstein ...... 144
3.5 O espaço-tempo de Minkowski ............ 148
3.6 A rotação na relatividade restrita ......... 153
3.7 Em que sentido o espaço-tempo de Min-
kowski é absoluto ou relativo? ........... 154
3.8 À questão da circularidade da definição
do sistema inercial na relatividade res-
trita ecc 161
1.1 Os Espaços-Tempo
s MALI EG fefri=fIaf=e)
(existência de um inverso).
Se, além disso, colocarmos:
5. (MglfgeG& feg=g*f) (comutatividade),
teremos um grupo abeliano.
Dizemos que H forma um subgrupo do grupo G se
e somente se:
1. HCG
2. Héum grupo.
1.2 Os Movimentos
A Mecânica Clássica
Logo no princípio deste segundo capítulo, já nos
deparamos com um problema metodológico. Quem, na
verdade, deve ser interrogado sobrea inércia e o espaço
absoluto? O Newton histórico, aquele que escreveu De
Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, publi-
cados em 1687? Ou os autores contemporâneos de tra-
tados de mecânica clássica, como Resnick e Halliday
(1966) ou Feynman (1963), que David Speiser propôs
serem reunidos sob a etiqueta “Newton”?
Acreditamos que é preciso, em primeiro lugar, nos
atermos à letra do texto dos Principia e estudar as
objeções que um grande contestador de Newton, Leib-
niz, dirigiu-lhe. Mas, sempre que possível, será igual-
mente necessário empreender um esforço para refor-
mular os argumentos de Newton (e de seu porta-voz,
Clarke) na linguagem mais precisa e mais familiar da
física contemporânea e examinar se são ainda aplicáveis
as objeções de um “relacionalista” inspirado por Leib-
niz.
Fe=mã=-F;
a) A experiência do balde
I H
ag-s=0 ãg-s 0
ag-r=0 de-T =0
Hm
Te-
oO! Ol
a t
4H
Figura 2.1
Coleção CLE V.09
32 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
ãs-T =
Figura 2.2
a) O sentido lógico
b) O sentido físico
c) O sentido ontológico
Se o espaço (e também o tempo) absoluto é a causa
de efeitos reais de inércia, ele deve também ser real, pois
Coleção CLE V.09
A Mecânica Clássica 49
d) O sentido empírico
IH (bR(c,d,e,f), aR'(e,d,e,1)
Se Deus não puder distinguir entre as situações L.e
II, não terá, motivo algum para criar o universo 1 ao
invés do universo II. Assim como o asno de Buridan,
ele será incapaz de agir. Já que o universo existe, Deus
o criou. Portanto, ele deve ter criado um mundo que
não contém objetos indiscerníveis. Isto é, objetos in-
discerníveis são idênticos.
Se duas coisas incompatíveis são igualmente boas e
se, tanto em si, quanto em sua combinação com as
outras coisas, uma não leva vantagem sobre a ou-
tra, Deus não produziria nenhuma das duas. (Ro-
binet 1957, p. 90)
uma outra, desde que exista entre elas pelo menos uma
“diferença lógica. Para nós, as razões divinas podem ser,
como diz Leibniz, “o mais frequentemente desconheci-
das”: não Sib omDs porque Deus julga uma situação
melhor, mas sabemos, em todo caso, que só existe pos-
sibilidade de escolha se existir pelo menos uma dife-
“rença lógica entre as situações. Em virtude da própria
definição do movimento dada por Leibniz, uma dife-
“rença lógica entre dois movimentos deve sempre ser
traduzida por uma diferença observável. Um raciocínio
idêntico se aplica à às posições espaciais.
A Aro Bº B
Lo | | E |
| | — |
Se o intervalo AB contém o intervalo A'B' e se
ambos contêm um número infinito de pontos, então
a infinidade de pontos contida em AB é maior que a
infinidade de pontos contida em A'B'. A existência
do espaço absoluto, já justificada, garante a existência
atual destes pontos. À tentativa newtoniana de redução
lógica leva, assim, a fundamentar ontologicamente, na
existência de infinidades atuais, as razões métricas. |
Infelizmente, já na Idade Média, tinham sido formu-
ladas objeções fatais à compositio ex punctis. Existe, de
fato, uma correspondência bi-unívoca entre os pontos
de círculos concêntricos.
Coleção CLE V.09
A Mecânica Clássica | 65
Figura 2.8
b) O sentido físico
c) O sentido ontológico
d) O sentido empírico
21E que não é estudado mais que isto por Cassirer, mesmo
em sua exposição dos conceitos newtonianos (1907, II, 7 83a).
Segundo Cassirer, Newton postula a priori a existência do espaço
e do tempo absolutos como “pressupostos certos e indiscutíveis,
dos quais depende toda determinação dos fenômenos”.
Coleção CLE V.09
84 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto |
N; mi= ce
(vé a velocidade instantânea)
Ny Fe = ma
(a é a aceleração instantânea)
Nur Fa=-Fr.
U=ttto (234)
T=0T+U+T (235)
ds = (gudzida*)!/? (2.3.6)
32Ver também Stein (1967). Para uma exposição mais técnica,
pode-se consultar Havas (1964) e Friedman (1983, pp. 87-91). .
“Segundo a convenção de Einstein, a soma se efetua sobre
os índices que aparecem ao mesmo tempo em cima e em baixo.
O que resulta em: ds = (gudzldr! + goade? dx? + gasde? dr? +
2gr;de! de? + Qgoade? dr? + 2ga;drda!)!/2,
Coleção CLE V.09
90 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
d(A, B) = [ds E a
Para o espaço euclidiano, é possível encontrar um sis-
tema global de coordenadas (para o espaço em sua to-
“talidade) tal que gx = 6; (com dk = lsei=ke
ô»=0sei£k)emtodo ponto:
of(ndeidotr=0 (238)
Esta última equação admite como solução em duas di-
mensões:
da” —= a, de onde:
Zi pd =o az* +»,
az |
Porténto, dE E A já que m é uma constante:
nã
dz =mêe
| = Cc.
| F'=ma'
| = nes
dt? .
Fa=mã
Fr = Fa =-ma . (2.3.11)
-—. e
—s A.
4 nicemf
RR: 2 E FR
E FA
Figura 2.4
Coleção CLE V.09
96 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
Fa=-Fa
F=-F,
A ausência de velocidade radial (ao longo do raio
realizado fisicamente pela corda) resulta das condições:
F,=-Fa
se
K
C
AN
S
NS .
BY
o!
R
| -
A /
en
S'
Figura 2.5
Fa=mã .
ma=0.
Mas, em S” a bola é animada por um movimento
uniformemente acelerado do centro para a periferia.
Soltando a bola, suprimimos a força F4. Em S”, tudo
O ca
ocorre como se a bola sofresse a ação de uma força F,
que seria responsável pela aceleração:
Rise mu? - o
PF =- Cp=mã .
r
Quando o movimento é não-uniforme no sistema iner-
cial, eleé uniforme no sistema não-inercial e vice versa.
É preciso, pois, distinguir cuidadosamente dois movi-
mentos:
dv'*
vio! (1,9,k = 1,2,3).(2.3.13)
Fa ="
Coleção CLE V.09
A Mecânica Clássica 103
Fr=-mã , (2.3.12)
Va
Figura 2.6
2.4 O Espaço-Tempo
Quase-Newtoniano Absoluto
a) O sentido matemático
b) O sentido lógico
Earman afirma:
(...) temos a aceleração espacial absoluta no con-
texto do espaço-tempo quase-newtoniano; a ace-
leração não deve, pois, ser definida como uma ace-
leração em relação ao espaço absoluto. Acredito
que a razão pela qual tenha sido tão dificil no-
tar esta objeção decorre do fato de Newton e, ao
mesmo tempo, seus críticos, terem interpretado a
doutrina da relatividade do movimento de tai ma-
neira que os valores de Y, assim como os de X, na
fórmula “X está em movimento em relação a Y”,
tenham sido tomados entre os objetos!*. Logo, se
X está em aceleração absoluta, ele deve estar ace-
lerado em relação a um objeto — para Newton o
“objeto” é o espaço absoluto; mas se X está ace-
lerado em relação a um objeto Y, X deve ter uma
posição e uma velocidade em relação a Y. (1970,
p. 297)
d) O sentido físico
e) O sentido empírico
2.5 Conclusão:
O Alcance das Objeções
dos Relacionalistas Leibniz e Mach
31 O Éter
3.2 As Equações do
Eletromagnetismo
é eb
Shó = —— = By
v é a velocidade uniforme de um sistema de coordenadas em
relação a um outro. Ás transformações de Lorentz são as rotações
no espaço-tempo hiperbólico de quatro dimensões.
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O Eletromagnetismo e a Relatividade Restrita 131
Pe P.
Pu-m
Coleção CLE V.09
144 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
ou, fixando c= 1:
uv?
dT =1-5 dt.
l dx* dx*
P* = To E == mo = const. ,
a
k =1,2,3.
dt
Formando o componente temporal Mac, obtemos um |
T
quadrimomento:
Pr =
( camedt cmdat =0,1,2,3.
o Mo Ç dr dr ) P "o
Er: P” = const.
E a segunda: o | (3.4.1)
En: drP"= pr
onde os F* correspondem aos três componentes das
Coleção CLE V.09
148 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
dt? — de? = 0,
de onde
dz
di tl=+e.
AN
dt? s O
NY
V
x
Figura 8.1
transformações contínuas:
6 / dr =0.
mt
16413
15
ul
13
2h
nt
10
9+
7k
6t
4L
5 / / .
f o nr
5 E,
(1DS (402 — (4x2)?
1+ fp” ”
ememsnçaomenmendom [ E 1
O 1234
6 78910
5 x.
Figura 3.2 (Taylor e Wheeler 1966, p. 33)
Coleção CLE V.09
160 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
= At <Ar=(A?- Ad,
com: | |
dr = (qudz* de”)?
Quando estamos em um sistema inercial, podemos de-
terminar a trajetória inercial entre dois pontos, calcu-
lando a distância espaço-temporal Ar entre estes pon-
tos. À trajetória inercial corresponde ao tempo próprio
máximo. Ela é a linha reta que liga estes pontos.
Baseando-nos aqui na implicação:
mos [ ds = 0» PÉ = const.
não era verdadeira.
Coleção CLE V.09
O Eletromagnetismo e a Relatividade Restrita 161
e Figura 8.3
Coleção CLE V.09
164 Á Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
A Teoria Geral da
Relatividade
41 A Apresentação de Einstein
mi=km, + (4.1.2)
A proporcionalidade entre a massa gravitacional ca.
massa inercial torna. impossível, para um observador
dentro de uma cabine : sem janela e “submetido a uma
força gravitacional externa, decidir através de expe-
riências mecânicas apenas (não ópticas) se esta força
resulta de uma aceleração em relação a um sistema
inercial ou da presença de um campo gravitacional uni-
forme (homogêneo e estático) no interior da cabine.
Istoé, os fenômenos da mecânica não permitem distin-
guir um campo inercial uniforme de um campo gravi-
tacional uniforme. o observador no interior da cabine
não pode decidir através de experiências mecânicas se
ele está em movimento uniformemente acelerado em
relação a um sistema inercial ou, ao contrário, se ele
está em repouso em um sistema inercial, mas subme-
tido à influência de um campo uniforme. As situações
1 e 2, esquematizadas abaixo, são indiscerníveis, ou di-
namicamente equivalentes. Na primeira situação, uma
força externa puxa o elevador para cima, tendo como
consequência o encurvamento da trajetória de um corpo
livre neste sistema. Na segunda situação, o elevador
permanece imóvel em relação a uma massa gravitaci-
onal situada abaixo dele, o que tem igualmente como
efeito o encurvamento da trajetória da bola.
Coleção CLE V.09
172. A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
Figura 4.1 o
Figura 4.2
Se colocarmos agora as bolas ao longo da mesma li-
nha de campo, a distância que as separa aumentará na
segunda situação, já que a força de gravitação é inver-
samente proporcional à distância, enquanto que per-
manecerá constante se a cabine for puxada para cima
(situação 1).
1. E o 2
Figura 4.3
Em um campo de gravitação espacialmente não-ho-
mogêneo, medidas suficientemente finas permitem dis-
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176 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
|
a
Figura 4.5
Ea
2
Figura 4.6
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A Teoria Geral da Relatividade 189
PE + PGR
PC
PRP
Obtemos a tes
dd à 1 dat dg”
é
er, pa dg dg” 9.
dr À E dr dr
“e
ag x dg! dg “dg dg" cn
= qro tg ar +
a
- dr? + ww dr
| a dg” dg”
dr
(43.9)
Na ausência de gravitação, ou em um campo uni-
forme, a curvatura (o tensor de Riemann) R,,, é nula
e as duas equações acima podem se escrever em coor-
denadas cartesianas:
Px
= 0
dr?
“Mas apenas a segunda equação (4 3.2) satisfaz ao
princípio de equivalência, porque em um campo de gra-
vitação não-uniforme a curvatura não é nula em to-
dos os lugares. Se a curvatura é diferente de zero em
um ponto, ela o será para todos os sistemas de coor-
denadas. E impossível fazer desaparecer a curvatura
com uma simples mudança de coordenadas. Em com-
pensação, em virtude do princípio de equivalência, é
12Weinberg (1972, Pp. 133). sr representa o spin e f é um
escalar.
Coleção CLE V.09
A Teoria Geral da Relatividade 214
“PCW | > PC
Iax Rar — a .
Ss . 'Quvr
R= —3T
m; = km, E
Amir;
m) = constante (:= 1,2,...,n) ,
nãdt L 35m;
onde | é a massa de um dado corpo, os m; são as massas
presentes no universo e os r; representam as distâncias
do centro de gravidade destas massas em relação ao da
massa 4. Notemos que a soma é finita. Como esta
soma, mesmo finita, não pode ser realizada na prática,
Mach se encontra em uma situação semelhante àquela
na qual se encontrava Newton: o conjunto das estre-
las e o espaço absoluto são igualmente inacessíveis à
observação efetiva, mesmo que a inobservabilidade das
estrelas seja somente de facto e a do espaço absoluto
de jure. Além disso, como Mach reconhece na citação
acima, esta nova lei de inércia é tão inverificável quanto
a de Newton. Não podemos na prática fazer variar
as condições (modificar a velocidade das estrelas, por
exemplo); do mesmo modo que não poderíamos ani-
quilar as estrelas, para ver se a lei de Newton seria
verdadeira no espaço absoluto.
Figura 4.1
LA
|
O
| add
|
|
|
|
4 |
NLZ
I | o
| d
| |
|
“A l
Interpretação 1 Interpretação 2
Figura 4.8
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A Teoria Geral da Relatividade 233
E
I A
hn nm
E: | Ei
“ | . .
| .
| .
| .
esquema:
Exigência empirista
J
Causalidade empírica
1
Relatividade dinâmica
!
“Rejeição do espaço absoluto
| Exigência empirista
Relatividade empírica
“do movimento Causalidade empírica
(relatividade cinemática.) T
Relatividade Rejeição da
dinâmica teoria de Leibniz
Rejeição do espaço
absoluto
movimentos.
À simplicidade analítica não basta, entretanto, para
caracterizar sem ambiguidade os sistemas inerciais en-
tre o conjunto dos sistemas de coordenadas. De fato,
sabemos que é possível escrever as equações do mo-
vimento em um sistema de coordenadas cartesianas,
polares, cilíndricas, etc. Segundo a configuração do.
sistema físico estudado, será mais simples escolher co-
ordenadas polares ou cilíndricas, ao invés de coorde-
nadas cartesianas. Existem sistemas de coordenadas
privilegiados que refletem a simetria do sistema físico
pelo qual nos interessamos. e :
Admitamos que para uma dada configuração mate-
rial seja mais simples descrevê-la. em coordenadas po-
lares. Nestas “coordenadas, será sempre mais simples
escrever as equações em um sistema inercial. Mas nada
garante a priori que as equações que descrevem este sis-
tema físico será o mais simples em um sistema inercial
de coordenadas cartesianas que em um sistema não-
inercial de coordenadas polares. É preciso, pois, es-
pecificar « o privilégio dos sistemas inerciais da seguinte
maneira: para todo sistema. físico, a descrição de seu
movimento será sempre mais simples em um sistema
inercial que em um sistema não-inercial, contanto que
não se mude o tipo de coordenadas quando se passa de
um sistema para outro (é preciso conservar as coorde-
nadas polares, por exemplo). | Es
Porém, ainda há mais. Tomemos uma partícula
em repouso em um sistema não-inercial de referência.
Neste sistema de referência, suas equações tomarão uma
forma particularmente simples (0=0ea=õ0). Em
compensação, em um sistema de referência inercial,
Coleção CLE V.09
“A Teoria Geral da Heletividade o 24
e e
x
No sistema inercial Z:
dz? G mm
m-— = .
dt? |z — xo|?
Mas no sistema não-inercial T”:
mer CG mm dx Mm
=G—— ss =m—— Ar -
dt? ja! — 24)? dt? º
Vemos assim que o termo suplementar em a, apa-
rece também quando a partícula é submetida a uma
força. Se escolhermos o sistema não- -jnercial de maneira
dºx
que dy = ao? em um dado instante (Já que a força gra-
o o, dig!
vitacional não é constante), fexemos mp S 0. Por-
tanto, se a aceleração de um móvelé instantaneamente
nula em um sistema não-inercial, interpretá-la-emos di-
zendo que a resultante das forças (uma força externa
somada a uma força interna, dita fictícia) é nula?!
21E preciso evitar que se confunda isto com o princípio de
equivalência. Mesmo se este último não fosse verificado (m +
m*), poderíamos escrever em 7”:
“on! . 2 o
cp = m (GE -0)=0 .
Je — 2h dt?
Coleção CLE V.09
A Teoria Geral da Relatividade . 243
a) de Sitter
=1 ; | = (1)
—1J.
—rºw e pt
4 o
| 902 = (k war?
A observação [trata-se de uma observação de efeitos
dinâmicos] mostra que o valor correto de g99 neste
sistema é wr?. Temos, pois:
k — Wa — 0.
(1917a, p. 530)
Já que no raciocínio acima k é uma constante que
vale w;—w, onde w representa a velocidade angular rela-
tiva Terra/estrelas (portanto, uma grandeza observável),
obtemos: w —w — wo, = 0. Ou ainda: w = w, — wo.
Se partirmos de novo da solução geral (goz = kr?)
considerando que k é uma variável cujo valor muda de
um sistema para outro, teremos em cada um dos siste-
mas:
Ka | g02=(w—-w)r? k=w-w(=w)
Kúwr=0 902 — —wr? =—W
!
Coleção CLE V.09
A Teoria Geral da Relatividade 253
b) Reichenbach e Tonnelat
wr? dO
2,,2 —2 TT
art = do? (1- TE)
c?
1— —& Tl
di | gy?
] c?
Coleção CLE V.09
A Teoria Geral da Relatividade . 261
| r2do?
do” = dr? + — rw?
+ dz” .
| — c?
Figura 4.10
| 4w
M=SS (4.6.1)
onde $ é a superficie circunscrita pelo trajeto dos raios
luminosos. As diferenças de tempo são independentes
das posições da fonte e do interferômetro. Além disso,
elas não mudam se o interferômetro ou a fonte esti-
verem ligados ao laboratório ou ao disco em rotação.
O disco é constituído de vidro, água ou de ar nas ex-
periências de Harres, Pogany ou Sagnac, respectiva-
mente. O At não depende do índice de refração.
cal”, mas sua conexão com a experiência não é mais imediata que
a utilizada ao se recorrer à relatividade restrita e e ao princípio de
equivalência.
Uma primeira justificação repousa sobre a generalização das
idéias de Helmholtz, que tinha enunciado uma série de axiomas
(entre os quais a livre mobilidade das barras rígidas), da qual
pode-se deduzir. uma métrica espacial tridimensional, particu-
larizável para as três geometrias de curvatura constante (Eu-
clides, Riemann, Lobatchevski) (Cohen 1977). Lie retomou,
em seguida, esta idéia, 'generalizando-a para regiões infinita-
mente pequenas do espaço-tempo. Dos axiomas generalizados de
Helmholtz, ele consegue deduzir a forma quadrática fundamental
guvda"da” (ver Weyl 1963, p. 137). Este teorema de Helmholtz-
Lie resolve o que Weyl chama de probléma do espaço(-tempo) e
que ele define da seguinte maneira: quais são as condições (axio-
mas) a priori dos quais podemos deduzir a métrica. Em seguida,
trata-se de fundamentar estes axiomas na experiência. Ora, as
barras rígidas infinitesimais são desprovidas de sentido empírico
imediato, como observou Reichenbach (1969).
Uma segunda justificação da métrica quadrática de Riemann
foi proposta por Weyl (1963, p. 137). Somente ma força
quadrática permile exprimir as forças de inércia em função dos
símbolos de Christoffel. E, sem isto, seria impossível ligar as tra-
Jetórias inerciais à distribuição, em princípio observável, das fon-
tes. Mas, como vimos, este programa só é realizado em parte, já
que a inércia não é determinada de modo univoco pelo conteúdo
material.
Coleção CLE V.09
272 — A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
vo Figura 4.11
Coleção CLE V.09
278 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
. 4.7 .1 Os movimentos.
4.7.2 Os espaços-tempo
Adler, R. 101
Alexander, G. 53
Ampére, A.M. 130
Aristóteles 17, 26, 80, 194, 224n, 280.
Arnaud, À. 66n
Bazin, M. 101
Bentley, R. 63
Berkeley, G. 40, 57n, 116
Biarnais, M. F. 36
Birkhoff, G. D. 267
Bonola, R. 12
Born, M. 133n
Boutroux, É. 53, 60
Bridgman, P. W. 221
Broad, C. D. 48
Bunge, M. 193n
Buridan, J. 55
Cantor, G. 65n
Carnap, R. xv, xvili
Cartan, E. 93n
Cassirer, E. 75n, 81, 83n
Christoffel, E. B. 153, 192, 196, 202, 203, 206, 214, 215, eim,
287
Clairaut, A.C. 104
Clarke, 5. 21, 48, 49, 51-59, 63, 223
Clavelin, M. 85n
Cohen, R.S. 27Iin
Coriolis, G.G. 103, 104, 180, 276
“Costabel, P. 60n
Coulomb, €. A. 170
d'Abro, À. 122n, 130-133, 136, 137
Coleção CLE V.09
308 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto
Debever, R. 93n
Descartes, R. 33n, 35, 274
de Sitter, W. 248-260, 267, 273, 277
Dicke, R. 185, 278
Dijksterhuis, E. J. 26n
Dorling, J. 161, 164-168
Dugas, R. 60, 60n
Earman, J.S. 89, 91, 91n, 113, 234, 264n
Eddington, A. S. 86n, 217
Einstein, A. xv, 89n, 100, 114, 133-137, 138n, 139, 149, 144,
145, 148, 152-155, 167, 169, 172-218, 239, 245, “o
249-253, 270-274, 280-286, 290-293
Eotvos, R. 185
Euclides 12, 21, 50, 63, 87n, 109, 271n
Euler, L. xv, 51, 74-82, 101
Feynman, R. 21, 97, 10ln
Fizeau, H. 121, 126
Foucault, L. 262, 275, 277
Fresnel, A. 121, 125
Friedlander 276
Friedman, M. 89n, 138n
Galileu 15, 19, 36, 84n, 85-90, 94, 108, 112, 131, 133, 136,
-— 138, 144, 170n, 199
Gauss, C. F. 206
Gerhardt, C. I. 59, 66, 68
Ghins, M. 26n, 34n, 57n, 236n
Gódel, K. 283 |
Grúnbaum, A. 63, 65n, 84n, 87n, 134n, 152n, 265, 266,:
267, 272, 274, 290n |
Halley, E. 119
Halliday, D. 21, 97, 107n
Hamilton, W. R. 104
Harres 261, 263
Coleção CLE V.09
Indíce Onomástico 309
Havas, P. 89n
Hawking, 5. 293n
Heath, T.L. 21
Herivel, J. 26n
Hertz, H. 122, 133, 134
Hesse, M. 123
Hubble, E. 273
Huygens, C. 121, 125
Jammer, M. 40, 84n
Kennedy, R.J. 141, 142
Kerr, R. 2759n |
Kichenassamy, S. 26In
Klein, F. 11, 12
Koyré, A. 170n
Kursunoglu, B. 26In
Lacey, H. 34n, 40
Lagrange, J. L. 104
Lebedew, P. 122
Leibniz, G.W.F. xv, 3, 17, 21, 50-62, 65-74, 77, 78, 100,
106, 116-118, 167, 192, 193, 220, 223, 235, 236
Lense, J. 276, 277
Lenz, H. 130
Lie, S. 207n, 269n
Lobatchevski, N. 11, 12, 64, 27In
Lorentz, H.A. 16, 19, 130-138, 142- 148, 156, 157, 167, 172,
179, 212, 216, 287
Mach, E. xv, 40, 42, 50, 101, 104, 105, 117-120, 172, 183,
193, 219-239, 246, 248, 256, 257, 266, 278, 282, 284
Maxwell, J. C. 122, 129-132, 136, 197 o
Mc Mullin, E. 25n, 26n
Mendeleiev, D. 186
Mercator, G. 183
Merleau-Ponty, J. 222
Coleção CLE V.09
310 A Inércia e o Espaço-Tempo Absoluto