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REALISMO E

NATURALISMO

Professora: Naire Albuquerque


Introdução
Por volta de 1870, assistiu-se a saturação do Romantismo. O
progresso definitivo das cidades, a industrialização, o avanço das
ciências e o florescimento de novas correntes filosóficas criaram um
ambiente hostil ao sentimento romântico. Os tempos exigiam uma arte
responsável, que registrasse a observação objetiva da realidade.
Situação histórica
O Realismo é de origem francesa. O
termo foi usado pela primeira vez em 1855
pelo pintor Gustavo Courbet, ao
denominar uma exposição de 40 telas em
Paris de O Realismo. O manifesto assinado
por Courbet , “Le Réalisme”, marcou o Gustavo Courbet – Os britadores de pedra.

início de uma campanha pela sinceridade


da arte- oposta à noção romântica de
liberdade na arte. Coubert explicou que
queria fazer uma “arte viva” , que
“retratasse os costumes, ideias e aspectos
de sua época”.
Em 1857, Gustave Flaubert impulsionou o
Realismo literário ao publicar o romance Madame
Bovary, uma análise bastante impiedosa da
ideologia burguesa romântica.

Emma Bovary, educada nas


ilusões de um falso romantismo,
casa-se com um médico estúpido e
incompetente, é seduzida por um
conquistador profissional, cai nas
mãos de outros amantes e comete
suicídio por não ter como escapar do
seu destino.
O contexto histórico e social no período do realismo foi bastante
conturbado, uma vez que grandes transformações revolucionaram a
forma como pessoas se relacionavam e entendiam a realidade ao seu
redor.
O modelo capitalista se intensificou e a classe burguesa passou a ter
maior poder de decisão, gerando um aprofundamento das
desigualdades sociais, com maior exploração da classe trabalhadora,
exposta a longas jornadas de trabalho.
Nesse período, ocorreu a Segunda Revolução Industrial e o
crescimento da urbanização, assim como da poluição nas grandes
cidades e demais problemas urbanos. Ademais, houve avanços
tecnológicos importantes, como a lâmpada e o carro movido à gasolina.
Surgiram também teorias científicas que objetivavam interpretar e
explicar o mundo, como o Evolucionismo de Darwin e o Positivismo de
Auguste Comte.
Características do Realismo-Naturalismo
• Oposição ao romantismo;
• Registro da realidade de forma objetiva e exata;
• Análise de traços de personalidade e da psique das personagens;
• Tom crítico sobre as instituições e a sociedade, sobretudo a elite
(anticlericais, antimonárquicos, antiburgueses);
• exibição de falhas de caráter, derrotas pessoais e comportamentos
duvidosos;
• Valorização de conhecimentos científicos propostos em teorias como o
Darwinismo, Socialismo Utópico e Científico, Positivismo,
Evolucionismo;
• Enfoque em temas contemporâneos e cotidianos;
• Denúncias sociais.
Realismo x Naturalismo

Apesar de muitos pontos em comum, existe uma fronteira


entre Realismo e Naturalismo. Alguns preferem ver o
Naturalismo como uma espécie de prolongamento mais forte do
Realismo. Sob essa ótica, o Naturalismo seria um Realismo mais
exacerbado, ou seja, uma forma mais aprofundada de encarar o
homem.
❑ AMBOS PROCURAM
Realismo RETRATAR O REAL;
❑ FUNDAMENTAÇÃO
Naturalismo
FILOSÓFICA
IDÊNTICA:
POSITIVISMO E
• Romance de tese DETERMINISMO. • Romance de tese
documental; ❑ APLICAM AS experimental;
• Focaliza aspectos de MESMAS TEORIAS DE • Focaliza aspectos de
interesse sociológico; MODO DIFERENTES; patología social;
• Detém a análise em ❑ ANTICLERICAIS, • Não detém a análise:
ponto determinado; ANTIRROMÂNTICAS avança até as últimas
• Interpretação E ANTIBURGUESAS; consequências;
indireta dos fatos, ❑ RETRATAM E • Interpretação direta
permitindo conclusões EDUCAM A dos fatos, expondo
ao leitor. SOCIEDADE. conclusões.
Evolução do Realismo- Naturalismo na
Europa e no Brasil
✓ Exposição de Courbet (1855);
França ✓ Gustave Flaubert: Madame Bovary (1857).

✓ Questão Coimbrã (1865);


Portugal ✓ Eça de Queirós: O crime do padre Amaro (1875);
✓ Abel Botelho: O barão de Lavos (1891)

✓ Abolição da escravatura (1888); República (1889);


Brasil ✓ Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881);
✓ Aluísio de Azevedo: O mulato (1881).
Realismo- Naturalismo em Portugal
O Realismo português iniciou-se em 1865 com a Questão Coimbrã e
entrou em decadência em 1890. Terminou em 1900 com a morte de Eça
de Queirós.
O movimento português está ligado ao surgimento de um grupo de
intelectuais- a geração de 70- liderado por Antero de Quental, do qual
faziam parte Teófilo Braga e Guerra Junqueiro, entre outros.
Foi bastante influenciado pelo Realismo francês, profundamente
anticlerical, antiburguês e antirromântico.
Situação histórica
Uma polêmica literária travada pelos jornais em 1865 ficou
conhecida como Questão Coimbrã. Tudo teve inicio quando o poeta
romântico Castilho, ao elogiar seu protegido pinheiro Chagas,
agrediu o estilo poético da “escola coimbrã”, citando nomes de
Antero de Quental e Teófilo Braga. Foi o quanto bastou para uma
resposta que deu início à polêmica. Antero de Quental respondeu-lhe
com folhetos denominados Bom senso e bom gosto, e logo se
formaram grupos partidários ambos os lados. Românticos pregando
a tradição; realistas, a revolução.
Estudo crítico dos
autores
Antero de Quental
Antero de Quental nasceu em 18 de abril de 1842, em Ponta
Delgada, na ilha portuguesa de São Miguel. Fez faculdade de
Direito em Coimbra, mas depois trabalhou como tipógrafo na
França, o que o aproximou da realidade dos operários. Assim, em
1875, foi um dos fundadores do Partido Socialista Português.

Pertencente à geração de 70, participou do famoso debate


intelectual conhecido como a Questão Coimbrã, e seu texto Bom
senso e bom gosto foi grande destaque nessa discussão. Apesar de
ter sido um dos introdutores do realismo em Portugal, o autor, que
cometeu suicídio em 11 de setembro de 1891, produziu obras que
também apresentam traços românticos.
Obras
Poesia: Odes modernas; Primaveras românticas; Sonetos complexos;
Raios de extinta Luz.
Prosa: Prosas dispersas; Prosas.
MAIS LUZ!

Amem a noite os magos crapulosos,


E os que sonham com virgens impossíveis,
E os que inclinam, mudos e impassíveis,
À borda dos abismos silenciosos...

Tu, lua, com teus raios vaporosos,


Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis,
Como aos longos cuidados dolorosos!

Eu amarei a santa madrugada,


E o meio-dia, em vida refervendo,
E a tarde rumorosa e repousada.

Viva e trabalhe em plena luz: depois,


Seja-me dado ainda ver, morrendo,
O claro Sol, amigo dos heróis!

Quental, A. de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro, Agir, 1967.


Entendendo o poema:

01 – Em resposta a Antônio Feliciano de Castilho, que o criticara (e também


fizera críticas a outros poetas), Antero de Quental respondeu, em 1865,
no folheto conhecido como Bom senso e bom gosto: “O escritor quer o
espírito livre de jugos, o pensamento livre de preconceitos e respeitos
inúteis, o coração livre de vaidades, incorruptível e intemerato”. É
possível encontrar algum ponto de contato entre esse parecer de Antero
de Quental e o soneto Mais Luz!?

02- Tendo em vista as características da poesia romântica ou até mesmo


comparado poemas românticos presentes neste livro, faça um pequeno
painel comparativo a partir do soneto Mais Luz!
Respostas
1. O ponto de contato existe no próprio conteúdo
(e não na forma). O “eu” do soneto apregoa que
prefere as ideias claras e expostas à luz e o
parecer do folheto diz, praticamente, a mesma
coisa.
2. A poesia romântica está voltada para a
melancolia, para a hora noturna, para o amor
impossível, preza a lua, as horas sombrias, a
solidão. O soneto Mais Luz! está pregando
exatamente o contrário de “hora romântica”.
Abomina a escuridão, as viagens impossíveis, a
magia da lua. Prefere o dia claro e as ideias
expostas.
Eça de Queirós
Eça de Queirós, escritor português, é um dos
prosadores mais importantes de Portugal. Suas obras,
como O crime do Padre Amaro e O Primo Basílio, escritas à
luz do Realismo, escandalizaram a sociedade portuguesa
do século XIX, principalmente em razão do teor crítico
com que eram retratados os personagens.
Ainda hoje, no século XXI, suas narrativas fazem-se
atuais, já que denunciam as hipocrisias e os falsos
moralismos humanos, vícios atemporais, o que faz das
obras de Eça de Queirós clássicos da literatura ocidental.

Obras: O Crime do Padre Amaro; O Primo Basílio; O


Mandarim; A Relíquia ; Os Maias; Uma Campanha Alegre; A
Ilustre Casa de Ramires; Correspondência de Fradique
Mendes.
“– A verdade, meus senhores, é que os estrangeiros invejam-nos… E o que vou a dizer
não é para lisonjear a vossas senhorias: mas enquanto neste país houver sacerdotes
respeitáveis como vossas senhorias, Portugal há de manter com dignidade o seu lugar na
Europa! Porque a fé, meus senhores, é a base da ordem!
– Sem dúvida, senhor conde, sem dúvida, disseram com força os dois sacerdotes.
– Senão, vejam vossas senhorias isto! Que paz, que animação, que prosperidade!
(…) Tipoias vazias rodavam devagar; (…) nalguma magra pileca, ia trotando algum moço
de nome histórico, com a face ainda esverdeada da noitada de vinho; pelos bancos de
praça gente estirava-se num torpor de vadiagem; um carro de bois, aos solavancos sobre
as suas altas rodas, era como o símbolo de agriculturas atrasadas de séculos (…).
E o homem de Estado, os dois homens de religião, todos três em linha, junto às grades do
monumento (a estátua de Camões), gozavam de cabeça alta esta certeza gloriosa da
grandeza do seu país (…).”
Crime do padre Amaro
Comentário
Esse é um exemplo da ironia destrutiva de Eça, que contrapõe o discurso ufanista do
conde de Ribamar, do padre Amaro e do cônego Dias com a descrição de um cenário
sórdido em Lisboa, muito diferente do período de esplendor que Portugal teve na época
de Camões.
Bons estudos!
REALISMO E
NATURALISMO
NO BRASIL

Professora: Naire Albuquerque


Implantação do Realismo-Naturalismo
no Brasil

O Realismo-Naturalismo tem início, no Brasil, com as


publicações de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de
Assis, e O mulato, de Aluísio de Azevedo, ambos em 1881.
Estendeu-se até o início do século XX, quando Graça Aranha, em
1902, publicou Canaã.
Situação histórica
O início do movimento realista-naturalista esteve muito ligado à figura
de Tobias Barreto, o ideólogo da “Escola Recife”, que divulgou para o Brasil
as ideias estéticas, científicas e filosóficas do Realismo europeu, provocando
grande repercussão. Tobias Barreto procurava conciliar o determinismo
positivista com princípios da liberdade humana: foi um discípulo fiel de
Augusto Comte e de Hipolyte Taine, e influenciou os seus contemporâneos
Sílvio Romero, Capistrano Abreu e, mais tarde, Euclides da Cunha, Graça
Aranha e outros.
As ideias que entraram no Brasil entre 1868 e 1878 foram o Positivismo
(corrente filosófica desenvolvida por Augusto Comte que defendia que
apenas os conhecimentos científicos eram verdadeiros), o Darwinismo
(teoria proposta por Charles Darwin baseada nos princípios da seleção
natural e da ancestralidade comum para explicar como ocorre a evolução
das espécies), o Cientificismo (doutrina filosófica que afirma ser a ciência
superior a qualquer outro conhecimento), e Determinismo (corrente de
pensamento que defende a ideia de que as decisões e escolhas humanas não
acontecem de acordo com um livre-arbítrio).
O Brasil vive um período de mudanças econômicas, políticas e sociais, entre as quais se
destacam:
• O enfraquecimento do governo de D. Pedro II - intensificação dos ideais republicanos;
• O crescimento da campanha abolicionista;
• Uma economia agrária - concentração da renda nas mãos dos fazendeiros do açúcar e do
café;
• Em 1888, a Abolição da Escravatura;
• em 1889, a Proclamação da República;
• O início do processo de modernização da sociedade brasileira - dinamização da vida
social e cultural, principalmente no Rio de Janeiro, sede do governo:
• Aumento da atividade comercial;
• Aumento do funcionalismo público;
• Melhoria no transporte urbano;
• Surgimento da iluminação elétrica e do cinema;
• Aumento do número de estradas de ferro;
• chegada de outras religiões, além do Catolicismo - vinda dos anglicanos, metodistas e
presbiterianos - fundação das primeiras escolas protestantes, a partir de 1870;
• Maior desenvolvimento da cultura - matemáticos, economistas, médicos, historiadores,
além dos escritores;
• Clima propício à absorção, pelas artes, das novas ideias vindas da Europa e lá já
consolidadas - o liberalismo, o socialismo e as teorias cientificistas.
Estudo crítico dos
autores
Machado de Assis
Machado de Assis (1839-1908) foi um escritor brasileiro, um dos nomes
mais importantes da literatura brasileira do século XIX. Destacou-se
principalmente no romance e no conto, embora tenha escrito crônicas,
poesias, crítica literária e peças de teatro.
Machado de Assis escreveu nove romances. Os primeiros – Ressurreição,
A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia -, apresentam alguns traços
românticos na caracterização dos personagens.
A partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas, teve início sua fase
propriamente realista quando revelou seu incrível talento na análise do
comportamento humano, descobrindo, por trás dos atos bons e honestos,
a vaidade, o egoísmo e a hipocrisia.

Obras: Memórias Póstuma de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial
de Aires.
Contos: Papéis avulsos, Histórias sem data, Várias histórias, Relíquias da casa velha, Missa de
Galo.
poesia: Ocidentais.
"Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para
dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de
dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos
de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam
não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro,
como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado,
agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos
espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía
delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e
tragar-me.”
“Dom Casmurro”, Machado de Assis.
Aluísio Azevedo
Aluísio Azevedo nasceu na cidade de São Luís, Maranhão, em 14 de abril de 1857.
Quando jovem ele fazia caricaturas e poesias, como colaborador, para jornais e revistas
no Rio de Janeiro. Seu primeiro romance publicado foi: Uma lágrima de mulher, em 1880.
Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras e crítico social, este
escritor naturalista foi autor de diversos livros, entre eles estão: O Mulato, que provocou
escândalo na época de seu lançamento, Casa de Pensão, que o consagrou e O Cortiço,
conhecido com sua obra mais importante.
Este autor, que não escondia seu inconformismo com a sociedade brasileira e com suas
regras, escreveu ainda outros títulos: Condessa Vésper, Girândola de Amores, Filomena Borges,
O Coruja, O Homem, O Esqueleto, A Mortalha de Alzira, O livro de uma Sogra e Demônios.
Durante grande parte de sua vida, Aluísio de Azevedo viveu daquilo que ganhava como
escritor, mas ao entrar para a vida diplomática ele abandonou a produção literária.
Faleceu em Buenos Aires (Argentina), aos 56 anos, no dia 21 de janeiro de 1913.
João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um
vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura
taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que
ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe
deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que
estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.
Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação
ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que
afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da
própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de
estopa cheio de palha. A comida arranjava-lhe, mediante quatrocentos réis
por dia, uma quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula trintona, escrava
de um velho cego residente em Juiz de Fora e amigada com um português que
tinha uma carroça de mão e fazia fretes na cidade.
“O cortiço”, Aluísio de Azevedo.
Raul Pompeia
O escritor nasceu em 12 de abril de 1863, em Angra dos Reis, no
Rio de Janeiro. Mais tarde, fez faculdade de Direito em São Paulo, foi
professor de Mitologia na Escola de Belas Artes e diretor da
Biblioteca Nacional. Era republicano e abolicionista, mas partidário
do presidente Floriano Peixoto.
O autor, que cometeu suicídio em 25 de dezembro de 1895, foi um
dos principais nomes do naturalismo brasileiro. Suas obras,
portanto, são caracterizadas pelo antirromantismo e determinismo.
O seu romance mais conhecido é O Ateneu, o qual critica o ambiente
de colégios internos do século XIX.
“Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros
que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores.
Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a
compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam,
alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica
de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas,
um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao
crepúsculo - a paisagem é a mesma de cada lado, beirando a estrada da
vida.”
“O Ateneu”, Raul Pompeia.
Dedicatória:
Ao verme que primeiro roeu as
frias carnes do meu cadáver
dedico como saudosa lembrança
estas memórias póstumas.

Brás Cubas

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