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UNINGÁ – CENTRO UNIVERSITÁRIO

Curso de Farmácia EAD

SIMONE SANTOS DE LIMA


RA 104751-21

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DE ANÁLISES HEMATOLÓGICA E


BIOQUÍMICA

Irati, 2023

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1. INTRODUÇÃO

O sangue é uma suspensão de células (glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas)

em um líquido complexo, chamado plasma, constituído por água, sais minerais,

vitaminas, proteínas, glicídios e lipídios. (VERRASTRO, 2005).

O volume de sangue existente no corpo humano é de aproximadamente 7% do

peso corporal do indivíduo. O plasma corresponde a cerca de 55% do volume total

do sangue, e os 45% restantes desse volume correspondem aos chamados

elementos figurados (a parte “sólida”). Estes elementos de funções, tamanho e

formatos diferentes são: Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos, são os

elementos presentes em maior quantidade no sangue, e possuem a função de

transportar oxigênio pelos diferentes tecidos do corpo humano, Plaquetas, que são

fragmentos citoplasmáticos das células produzidos na medula óssea, e que

participam do processo de coagulação sanguínea; e leucócitos ou glóbulos brancos,

que são produzidos na medula óssea e no tecido linfático, e têm como função

principal atuar na defesa do organismo contra agentes infecciosos, por meio da

produção de anticorpos. Além disso, são divididos em: Granulócitos (basófilos,

neutrófilos e eosinófilos) e Agranulócitos (linfócitos e monócitos) (HOFFBRAND,

2013).

A coleta de sangue é um procedimento rotineiramente utilizado em laboratórios

de análises clinicas e alguns cuidados são essenciais tanto para com o paciente

como para com a amostra a ser coletada. A coleta é realizada com agulhas e

seringas estéreis descartáveis ou por meio de tubos com vácuo, adaptados a

agulhas estéreis, com ou sem anticoagulantes. O garrote deve permanecer o menor

tempo possível no braço do paciente e a amostra deve ser acondicionada no tubo

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de ensaio de maneira que não ocorra hemólise da amostra. (ZAGO et al., 2001).

Ainda de acordo com o autor, a formação de hematoma é a complicação mais

comum da punção venosa. Trata-se de uma forma rápida de obter uma grande

amostra de sangue na qual podem ser feitas várias analises diferentes. O hematoma

origina-se do extravasamento do sangue para o tecido, durante ou após a punção

sendo visualizado na forma de uma protuberância. A dor é o sintoma de maior

desconforto ao paciente, e eventualmente, pode ocorrer à compressão de algum

ramo nervoso.

A técnica laboratorial utilizada será o esfregaço de sangue, também conhecido

como distensão sanguínea ou ainda extensão sanguínea, é um teste realizado em

hematologia para a contagem e a identificação de anormalidades nas células do

sangue. O teste consiste na extensão de uma fina camada de sangue sobre uma

lâmina de microscopia que, após corada, é analisada em microscópio (KASVI, 2019).

O esfregaço sanguíneo é um hemograma confiável que determina se as células

sanguíneas como hemácias, leucócitos e plaquetas apresentam seu aspecto normal,

para assim auxiliar no diagnóstico de doenças e distúrbios que envolvem a função e

destruição das células do sangue.

Apesar dos avanços em hematologia, na área de automação e uso de

metodologias moleculares, um teste aparentemente simples como este ainda é

indispensável. O primeiro passo para se obter resultados confiáveis é a confecção

de um bom esfregaço de sangue e para tanto, é necessário empregar as técnicas

corretas (KASVI, 2019).

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2. OBJETIVOS

O presente relatório tem como objetivo aprender a técnica de coleta de sangue

fresco, juntamente com seus cuidados ao paciente e seus Epi’s necessários e

realizar a técnica do esfregaço sanguíneo para identificar os seguintes componentes

do sangue humano: linfócitos, neutrófilos, monócitos, basófilos e eosinófilos.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Na aula prática referente às técnicas de análises clínicas, conduzida pela

professora Larissa Medeiros no Laboratório, foram utilizados seringa, agulha e

máscara descartáveis, luvas, algodão, álcool 70%, garrote, um tubo de coleta de

EDTA, descarte para matérias perfuro cortantes e biológicos.

Para a realização da coleta de sangue, primariamente, faz-se a higienização das

mãos e, em seguida, deve-se calçar as luvas, para maior segurança, eliminando os

riscos de contaminação. Posteriormente, no braço da colega voluntária, foi feito o

garroteamento, não excedendo o tempo máximo de 1 minuto, em torno de 8 a 10 cm

do local de punção. Com o dedo indicador, realiza-se a palpação, de forma a auxiliar

na distinção entre veia e artéria, feita a localização da veia mais calibrosa, é feita a

assepsia do local, utilizando um algodão umedecido com álcool 70%, com

movimentos circulares de dentro para fora. Feita a assepsia, não se deve mais

encostar no local da coleta. Posteriormente, pede-se para que a colega feche a mão,

facilitando a localização do local apropriado para a punção venosa e, após isso, foi

feita a introdução da agulha com a abertura do bisel voltada para cima, evitando o

rompimento do vaso em um ângulo de 25 º, feito isso, soltamos o garrote, puxou-se

o embolo (no caso da seringa), até o sangue completar a quantidade desejada,

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coloca- se um algodão seco sobre o braço da voluntária para a retirada da agulha,

devendo-se auxiliá-la a pressionar de leve o local, o sangue coletado é colocado em

tubo de EDTA, contendo a tampa roxa, utilizado na maioria das análises

hematológicas, contendo um anticoagulante, o sangue é despejado nas

extremidades do tubo, até a marca. O tubo é armazenado e os demais materiais são

descartados nos materiais perfuro cortantes.

O sangue (material fresco) é pingado utilizando uma pipeta próximo a uma das

extremidades da lâmina (aproximadamente a um ou dois centímetros da

extremidade da mesma). Coloca-se uma segunda lâmina com a qual se fará o

esfregaço, sobre a face superior da primeira lâmina, de modo que se forme um

ângulo de 45º. Faz-se um ligeiro movimento da segunda lâmina para trás, até

encostar-se no sangue, deixando que este material se difunda uniformemente, ao

longo de toda a borda. Leva-se a segunda lâmina para frente, de forma que ela

carregue o material, que se estenderá numa camada delgada e uniforme sobre toda

a extensão da primeira lâmina. É essencial escorregar a segunda lâmina sem deter-

se. O movimento de extensão deve ser uniforme. O material deverá ser puxado pala

segunda lâmina e não empurrada pela mesma, afim de que sejam evitados danos

às células. A seguir, seca imediatamente o esfregaço, agitando a lâmina no ar ou

com o auxílio de um ventilador. A dissecação rápida é indispensável para uma boa

conservação morfológica dos glóbulos e outros elementos, eventualmente

existentes. Não se deve esquecer o esfregaço para secá-lo. Secado à temperatura

ambiente e submetido à coloração Panótico Rápida, ou seja, 30 segundos no corante

1 (fixador), escorrer o excesso do corante e em seguida colocar no corante 2

(vermelho) por 30 segundos e por último 30 segundos no corante 3 (azul). Lavar

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rapidamente em água. Secar à temperatura ambiente. Colocar óleo de imersão e

colocar no microscópio na objetiva de 100x.

.
.

Fig 1: Técnica de esfregaço

Quanto a leitura da lâmina, a cabeça é a região imediatamente após o local em

que estava a gota sanguínea. Nessa região, com frequência, há aumento do número

de leucócitos (principalmente de linfócitos). O corpo da lâmina é a região

intermediária entre cabeça e cauda. É nessa região que os leucócitos, hemácias e

plaquetas estão distribuídas de forma mais homogênea. É a área de escolha para a

análise qualitativa e quantitativa da distensão sanguínea. A cauda da lâmina é a

região final da distensão sanguínea. Nessa região, há encontro de alguns esferócitos

e elevação de monócitos e granulócitos, que podem apresentar maior distorção

morfológica.

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A contagem das células utiliza-se para tal contagem um esfregaço de boa

qualidade corado pelos corantes panótico rápido que é levado ao microscópio para

observação. No primeiro momento, a avaliação da lâmina é feita com uma objetiva

de menor aumento (10x a 40x) e depois, com uma objetiva de imersão de maior

aumento (100x). A contagem de células é realizada da metade para o fim da borda

do esfregaço, contando 50 células na parte superior e 50 + células na parte inferior

do esfregaço ou percorrendo o esfregaço de uma borda a outra totalizando a

contagem de 100 células.

Fig 2: Lâmina Microscopia: 1 – Cabeça, 2 – Corpo e 3 – Cauda

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a pratica realizada no laboratório, foi efetuada a técnica de

esfregaço sanguíneo e a técnica de coloração tipo panótica. A técnica de esfregaço

teve como objetivo produzir uma monocamada de células sobre a lâmina e a técnica

de coloração panótica obteve o intuito de promover uma visualização diferenciada

de todos os elementos sanguíneos, porém, o resultado final não foi considerado

satisfatório. Considerando que esses procedimentos laboratoriais precisam ser

executados adequadamente, pode-se afirmar que houve algum erro analítico nas

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técnicas realizadas no laboratório quando analisados os resultados finais obtidos no

microscópio. Esses erros podem ter sido ocasionados por um ou diversos fatores

considerando a inexperiência dos alunos em banca, assim, considerando diferentes

momentos da prática pode-se atribuir os possíveis erros como no momento de

deslizar a lâmina extensora sobre a outra, sabendo-se que não houve a habilidade

necessária no movimento produzido, pode-se considerar que houve ali um

comprometimento do esfregaço, justificado pela obtenção de uma lâmina de sangue

mais espessa que o indicado e curta. Também é preciso considerar que os

componentes de coloração estavam suscetíveis à contaminação microbiana e

química uma vez que estavam abertos durante um longo período de tempo. Ou ainda

as lâminas não foram totalmente secas antes de iniciar o processo de identificação

no microscópio óptico. Ou o microscópio não foi totalmente focado, podendo ser

considerado a falta de habilidade dos executantes, assim como o mal

funcionamento do equipamento.

Diante disso, ao executar essas técnicas no laboratório necessita-se que tenha

cuidado no momento de deslizar uma lâmina sobre a outra, sucedendo-se de forma

ágil para que o sangue não coagule ou seque, observar a qualidade e estabilidade

dos componentes de coloração, deixar que o esfregaço seque sem nenhuma

interferência antes de iniciar a identificação no microscópio, e é importante lembrar

que a espessura da película de sangue deve ser contínua. Por isso fizemos várias

lâminas com a técnica do esfregaço até uma ficar boa para a visualização no

microscópio.

Através da visualização das lâminas do esfregaço sanguíneo no microscópio

óptico, foi possível identificar alguns elementos que fazem parte do sangue. Após o

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reconhecimento da imagem percebeu-se que os elementos mais presentes no

esfregaço foram os glóbulos vermelhos (eritrócitos) e os leucócitos que são

elementos figurados do sangue e têm como função de defender o organismo contra

organismos estranhos (alergias, agente infeccioso e tóxico). Esses leucócitos são

produzidos na medula e existem cinco tipos na corrente sanguínea, tais são:

neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos. Cada um é responsável por

impedir que a doença se estale no organismo, atuam na destruição efetiva dos

agentes invasores pelo processo de fagocitose e formam anticorpos que podem

destruir o agente invasor. Os basófilos são os mais difíceis de encontrar, pois

representam apenas 1% do total de leucócitos que existe no sangue, e os linfócitos

e neutrófilos foram visualizados pelo esfregaço sanguíneo realizado na pratica

estabelecida.

5. CONCLUSÃO

Levando em consideração o exposto neste presente relatório de aula pratica,

juntamente com os resultados alcançados e os objetivos descritos, foi possível

compreender a importância das técnicas de esfregaço sanguíneo, coloração e

fixação utilizadas para a seguinte identificação dos elementos celulares que compõe

o sangue no microscópio óptico, ressaltando a importância de seguir as normas

pré-estabelecidas, preparando a lâmina com precisão com um bom esfregaço

sanguíneo para que a qualidade da amostra não seja comprometida, podendo

assim, identificar os elementos com clareza no microscópio óptico, sem que haja

comprometimento visual da amostra de sangue.

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6. REGISTRO FOTOGRÁFICO

Fig 03: Coleta de sangue venoso.

Fig 04: Técnica de esfregaço.

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Fig 05: Técnica de coloração panótico e secagem.

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monocito

neutrofilo

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BIBLIOGRAFIA

BAIN, B. Células Sanguíneas. São Paulo: Artes Médicas, 1997.

BERNARD, J. Manual de Hematologia. São Paulo: 3 ed. Masson do Brasil,1986.

HOFFBRAND, V.; MOSS, P. Fundamentos em Hematologia. 6 ed. Porto Alegre:


Artmed, 2013.

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em:<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe3ZQAB/relatorio-esfregaco-
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KASVI. Hematologia: Como é realizada a técnica de esfregaço de


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Acesso em: 10 de setembro de 2023.

LORENZI, T. Manual de Hematologia: propedêutica e clínica. 2 ed. São Paulo:


Medsi, 1999.

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SÁ, J. Resumo básico sobre os leucócitos. Disponível


em:<http://omundodapatologiaclinica.blogspot.com.br/2012/09/resumo-basico-
sobre-os-leucocitos.html> Acesso em: 10 de setembro de 2023.

VERRASTRO, T. Hematologia e hemoterapia. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.

VIVAS, W. Manual Prático de Hematologia. Disponível


em<http://www.aa.med.br/upload/biblioteca/Manual%20de%20Hematologia.pdf>
Acesso em 9 de setembro de 2023.

WILLIAMS; et al. Hematologia. São Paulo: Guanabara Koogan, 1976.

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