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CENTRO DE HUMANIDADES
CRUSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO EM LÍNGUA INGLESA
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................... 14
2.1 A LITERATURA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS............... 14
2.2 A LITERATURA DE LÍNGUA INGLESA NOS PCNS ............................... 15
2.3 A LITERATURA NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA .............. 18
3 CAMINHOS DA PESQUISA .................................................................... 24
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................ 27
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 34
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 36
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1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A literatura é arte, ou seja, não possui uma definição, uma função, um dever
pedagógico. Pelo contrário, trata-se de expressar sentimentos, inquietações e
reflexões, como cita Cândido (2017, p. 174): “é a manifestação universal de todos os
homens em todos os tempos”. Dessa forma, só a literatura nos mostra o ser humano
e suas diversas faces e, mesmo isenta dessas “funções”, ela acarreta um enorme
aprendizado cultural, pois faz as pessoas refletirem sobre as experiências expostas,
a cultura e a época retratada, tornando os leitores mais críticos e seres mais
autônomos.
No contexto do ensino de línguas, o texto literário pode ser um interessante
recurso na sala de aula, pois como afirma Thompson (1966), a literatura tem como
essência o entretenimento, ou seja, desperta o interesse do leitor. Logo, é necessário
resgatar essa ideia nas escolas, cativar o leitor, já que o prazer pelo texto é algo
natural, inclusive um texto literário de boa qualidade pode, através da verossimilhança,
contribuir significativamente para a vida e a tomada de decisões do leitor.
Dessa forma, devemos entender que o texto literário não deve ser
abordado com um único propósito, mas que possui diversas formas de ser explorado.
Pode ser utilizado com a intenção de despertar o prazer e interesse pelo que está
sendo contado, envolvendo assim o aluno dentro da temática; pode assumir um
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caráter social, chamando atenção para um problema que exista no contexto atual;
pode ser utilizado como forma de acesso a outras culturas, possibilitando um
conhecimento de locais e épocas diferentes, ou seja, o texto literário possibilita um
pluralismo de ideias, cabendo ao professor montar a estratégia que melhor
corresponde a seus interesses.
e Bases da educação de 1996 que prevê a preparação dos jovens para o mercado de
trabalho, para a continuação dos estudos e para a formação cidadã integral. Os
PCNS+ afirmam que a competência primordial do ensino de línguas estrangeiras
modernas no ensino médio deve ser a compreensão e interpretação da leitura.
Essa competência é explorada no Exame nacional do Ensino Médio
(ENEM), nos vestibulares, na maioria dos testes de proficiência de mestrado ou
doutorado e inclusive surge como disciplina denominada inglês instrumental dentro de
cursos técnicos como administração e em um considerável número de cursos de
graduação, visto que é necessário que os alunos consigam ler e extrair informações
de outras línguas para que possam selecionar material de estudo e/ou acompanhem
o progresso da disciplina dentro do mundo globalizado.
Os PCNS+ de língua estrangeira não reservam um tópico referente ao
gênero literário. Porém, mesmo não sendo citado de forma direta, podemos ver sua
posição favorável quando cita que, no mundo atual, é essencial deter a competência
de ler nos vários níveis possíveis de leitura e que por isso é importante expor os alunos
às leituras diversificadas, podendo ser paradidáticas, extra didáticas, de cunho formal
e informal, leitura informativa, de aprendizado e de lazer. Visto essa orientação, pela
diversidade de gêneros, podemos entender que o texto literário seria bem aceito no
que concerne ao desenvolvimento de níveis de leitura.
Os documentos também sugerem que os alunos devem dominar os
conceitos de conotação e denotação para captar os sentidos ditos e os não ditos
contidos no texto. Sendo assim, a literatura também contribui para desenvolver os
sentidos da linguagem conotativa possibilitando diversas formas de trabalhar as
entrelinhas no texto, pois como afirma Eco (1991), a obra de arte é aberta porque
comporta diversas interpretações. A cada nova leitura e a cada novo leitor, ela ganha
uma ressignificação. Para o Ministério da Educação (MEC):
pago pelo poder público. Cabe ao professor o constante exercício de análise desse
material, buscando sua verdadeira proposta e intenção, bem como procurar intervir
nesse saber sistematizado para não ser apenas um robô que sabe executar os
comandos dos livros, mas utilizá-lo de forma consciente e que aproxime seu conteúdo
ao contexto de vida do aluno, suas particularidades e características regionais.
Segundo Lima (2008), acredita-se que as primeiras aulas de inglês
surgiram quando a corte portuguesa veio para o Brasil. Os ingleses tiveram permissão
para abrir as primeiras casas comerciais tendo, assim, poder econômico e abrindo
vagas de emprego para os brasileiros. Nesse contexto, nasceu a necessidade de falar
a língua inglesa para que esses funcionários pudessem receber treinamentos e
instruções.
Dessa forma, o foco do ensino da língua inglesa era desenvolver a
oralidade com o intuito de suprir as necessidades dos empregados, facilitando o
acesso entre empregados e patrões. Esse foco mudou à medida em que foram
aparecendo novos objetivos. A oralidade deixou de ser prioridade quando a intenção
foi ser admitido em cursos superiores, pois nesse período a metodologia de ensino
era a tradução e gramática. Essa forma de ensino se baseava na leitura e
interpretação de texto com pouquíssimo ou nenhum trabalho da fala ou audição.
Ainda de acordo com Lima (2008), durante esse período, eram utilizados
textos literários como material de ensino até o Brasil passar pela reforma educacional
promovida pelo ministro Benjamim Constant que proferiu uma reforma no ensino
baseada nos princípios do positivismo, ou seja, substituindo a predominância literária
pela científica vindo com o tempo a excluir do currículo obrigatório as línguas
estrangeiras juntamente com o francês e o Alemão. Em 1892, após o afastamento do
ministro, as línguas vivas modernas passaram a ser obrigatórias. Porém, com a nova
reforma do ministro Amaro Cavalcanti, o Inglês, o Francês e o Alemão passam a ser
facultativos e ter novamente uma abordagem mais literária.
De acordo com Mulik (2012), na era Vargas em 1930, o ensino de LI recebe
um grande impulso recebendo mudanças não apenas no conteúdo, mas na
metodologia imperando assim o método direto que consistia no ensino da língua pela
língua e que se incentivava que o aprendiz começasse a pensar na língua alvo, sendo
importante que o léxico aprendido fosse utilizado em frases completas, ou seja, em
situações comunicativas ao invés da simples memorização de listas de vocabulário,
como acontecia anteriormente.
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didáticos, pois a produção desses materiais não diz respeito apenas a seus
conteúdos, mas revelam o propósito desse ensino refletindo o pensamento e os
anseios da sociedade dentro de um período histórico.
Segundo Paiva (2009), devemos ter em mente que existiam alguns
materiais que se destacavam devido a suas propostas inovadoras, tais como A
Gramática da Língua Inglesa publicada em Porto Alegre, em 1880, que tentava tornar
o ensino de línguas mais próximo da realidade do aluno e o The English Gymnasial
Grammar (1936) que inova ao inserir transcrições fonéticas nas listas de vocabulário
e frases para serem corrigidas. Porém, estamos avaliando os materiais didáticos no
geral levando em consideração o que prevalecia na época.
Os materiais didáticos iniciais eram importados devido à metrópole
colonizadora não permitir a existência de tipografias em território nacional. Os livros
produzidos no Brasil só chegaram a partir do século XIX. Ainda segundo Paiva (2009),
os primeiros livros didáticos tinham como foco a interpretação de textos literários
utilizando o dicionário como aliado. Já a gramática tinha destaque, já que o conceito
de língua se restringia ao de estrutura gramatical. Eram utilizadas tabelas decorativas
com as palavras e as imagens para que os estudantes pudessem estudar sozinhos.
Essa metodologia não era prazerosa ao aluno, pois sentia-se a falta de algo prático
que pudesse ser utilizado de modo efetivo.
Dessa forma, era um grande desafio atrair os alunos mais jovens que não
se interessavam pela forma como o inglês era ensinado. Portanto, podemos concluir
que os primeiros manuais, mesmo trazendo o texto literário, não utilizavam uma
metodologia adequada, transformando-o em um recurso não eficiente, pois só se
utilizava esse gênero textual com foco na gramática. Isso ainda acontece em alguns
materiais atuais com o uso dos textos literários apenas pelo seu caráter estrutural.
No decorrer do tempo, os textos literários deram lugar às frases
exemplificatórias. O foco ainda era na gramática, mas com o adicional da tradução.
Dessa forma, os manuais, que primavam pelo método direto, praticamente baniram o
texto literário de seus livros didáticos, pois acreditavam que esses deveriam ser
objetos de leitura por prazer, não fontes de exemplos para regras gramaticais
exaustivamente trabalhadas. Como acontecia no método predecessor, suas
atividades buscavam que os estudantes pensassem na língua alvo não tendo
explicações ou frases em língua materna. Com a instauração do método audiolingual,
que buscava uma forma rápida de se aprender a língua, utilizavam-se frases curtas e
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sem contexto com foco na língua falada através de áudios e símbolos fonéticos e na
memorização das frases. Também não houve espaço para o texto literário nos seus
livros didáticos.
Já na mudança para o sociointeracional houve uma mescla dessas
metodologias e atividades buscando extrair da melhor forma possível as qualidades
que são proporcionadas por cada metodologia. Podemos avaliar os manuais mais
atuais preocupados com a formação do estudante não apenas no conhecimento
programático, mas como ser social. O texto literário foi aos poucos inserido, porém
muitas coleções não utilizam esse recurso ou se utilizam é apenas em um capítulo do
livro com pequenos excertos ou trabalhando ainda aspectos estruturais.
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3 CAMINHOS DA PESQUISA
Temos como objeto da pesquisa o livro Alive High, que é uma das coleções
de livros didáticos aprovados pelo PNLD 2018, tendo como autores Vera Menezes,
Júnia Braga Ronaldo Gomes, Marisa Carneiro, Marcos Racilan e Magda Veloso. A
coleção é composta por 3 livros, sendo que cada um é referente a cada ano do Ensino
Médio. Cada livro possui 8 unidades e 3 seções para atividades com texto literário
que, apesar de virem separadas dos capítulos do livro, oferecem ao professor diversas
atividades que podem ser trabalhadas ao longo do ano letivo. Contém atividades
extras e, por fim, algumas sugestões de projetos interdisciplinares.
A coleção adota a proposta didático-pedagógica denominada abordagem
complexa, que pressupõe o ensino de língua não apenas
como meio de comunicação, mas também como instrumento que favorece a reflexão
e a ação social. Essa proposta está presente na maioria dos capítulos do livro, além
de mostrarem diversos gêneros textuais atuais e de interesse aos estudantes do
ensino médio. Nota-se uma preocupação dos autores em mostrar aspectos
significativos da sociedade, que estimulam o aluno a pensar e a se expressar. As
atividades beyond the lines, presentes em todos os capítulos, fomentam discussões
de aspectos sócio-histórico-político-cultural que permeiam a realidade na qual o
estudante está inserido, colaborando para a construção de seus valores como
cidadão.
A proposta gráfica é atrativa trazendo imagens coloridas, mas sem poluição
visual, ou seja, sem o excesso de figuras sem propósito educacional. A
representatividade também é contemplada, pois entre as imagens é possível perceber
deficientes físicos, negros e pessoas de diferentes nacionalidades.
Existem também quadros com dicas de vocabulário ou sugestões para
aprendizado denominado Hint que, de forma útil e prática, contribui com um adicional
de informações. Algo que se destaca como ponto positivo no LD em análise é o time
to reflect que proporciona uma autoavaliação na qual o aluno percebe seus pontos
fortes e o que é preciso melhorar. Outro ponto interessante são os símbolos fonéticos
que trazem a pronúncia dos sons parecidos e exemplos de palavras com os
respectivos fonemas.
O livro aproxima a cultura brasileira sem levantar questões de valor, ou
seja, não mostrando como uma cultura se sobressai a outra, mas mostrando artistas,
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costumes, e lugares brasileiros como forma de chamar a atenção dos alunos para
coisas que eles já conhecem. O livro acompanha um CD com os áudios de diversos
gêneros assim como atividades de entonação e pronúncia, as faixas estão escritas
nas próprias questões, facilitando assim a procura na hora da aula, um ponto negativo
é a pouca diversidade de variação da língua inglesa nos áudios.
O livro traz a seção turn the jukebox, abordando sempre uma música que
contemple o assunto da aula. Geralmente, contém uma temática interessante ao
público jovem e também é possível vermos expressões idiomáticas e gírias que fazem
parte do mundo da música. Da mesma forma, há atividades de produção escrita que
apresentam orientações de como elaborar um determinado gênero estudado na
unidade levando em consideração características como: para quem, com que
propósito e em que contexto.
No aspecto gramatical, o livro recorre às situações a partir dos textos
trabalhados nas unidades. Assim, o foco é no reconhecimento daqueles aspectos
linguísticos comparando-os com um ponto que já foi trabalhado na unidade anterior.
O livro não possui atividades com caráter de repetição de estrutura, mas de prováveis
usos em situações diferentes. As explicações dos pontos gramaticais aparecem no
final do livro, tornando-se opcional ao professor.
Por fim, temos o manual do professor, que é uma réplica do livro do aluno
que traz em suas páginas finais sugestões e orientações sobre as unidades bem como
material complementar para enriquecer o conhecimento do professor sobre os
conteúdos das unidades. Um ponto negativo é que nem todas as unidades trazem
essas orientações. Outro ponto é que as respostas das atividades não são
referenciadas nas questões do livro, fazendo o professor ter que procurar no final do
livro as respostas sem nenhuma indicação prévia.
O presente trabalho traz considerações pertinentes sobre a presença do
texto literário como ferramenta de ensino, evidenciando suas principais contribuições
para o aprendizado da língua inglesa. A pesquisa se trata de uma análise descritiva e
bibliográfica que tem como corpus de estudo o material didático referente ao 1º ano
do ensino médio que pertence à coleção Alive High aprovada pelo PNLD 2018 que
está em uso em diversas escolas públicas estaduais.
De acordo com Araújo (2018), pesquisas quantitativas são aquelas em que
envolvem procedimentos de coleta de dados que resultam em dados numéricos que
são analisados por métodos estatísticos. É um estudo caracterizado pela neutralidade
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A coleção Alive High foi a coleção que mais deu ênfase ao texto literário
entre as coleções aprovadas pelo PNLD 2018. A coleção passeia entre os diversos
gêneros literários apresentando assim poemas, contos, excertos de romances e
narrativas dramáticas. As atividades propõem o foco nos textos, ou seja, são de cunho
interpretativo, possibilitando assim estudar o próprio texto e suas características, não
apenas explorar tópicos gramaticais em um corpus literário. Outro ponto notável é a
seleção dos textos, que fogem a autores considerados “cânones literários” geralmente
compostos por homens brancos, que primam pelo sotaque inglês ou norte-americano.
comparação aos outros textos do livro, ele torna-se prazeroso devido a sua temática
que, apesar de simples, tem um caráter irônico.
A obra conta a história de um homem zelador de uma igreja que perdeu o
emprego porque não sabia ler. No entanto, em decorrência dessa demissão, teve a
ideia de colocar uma loja. Cada vez mais, sua loja foi crescendo e abrindo filiais,
deixando-o rico. Então, o bancário, pedindo para que o homem lesse e assinasse
alguns contratos, ficou abismado quando soube que o empresário não sabia ler. O
bancário ficou pensando se esse homem sem saber ler conseguiu tornar-se rico e o
que ele teria feito se tivesse aprendido. Fazendo essa pergunta ao empresário, ele
sorriu e disse: se eu tivesse aprendido, hoje eu seria zelador.
Esse texto abre espaço para uma reflexão sobre o conceito das múltiplas
inteligências de Gardner, pois não cabe desvalorizar o conhecimento formal, mas
mostrar que existem diversas formas de inteligência e que elas merecem ser
potencializadas. O excerto foi resumido, mas o livro didático oferece um endereço de
e-mail onde ele pode ser consultado integralmente.
As perguntas são de interpretação primando pela busca de informações
específicas. Os autores do livro didático chamam a atenção para o uso da variação
linguística presente no conto, o que sugere ao professor trabalhar esse aspecto com
a turma a partir de o que o conto é, como é empregado, sua importância,
principalmente em relação a classe social. É interessante mostrar aos alunos que os
escritores utilizam dessa variação propositalmente para compor seus personagens,
assim como levantar questões sobre o “prestígio” e o “estigma” linguístico que
acontecem na linguagem oral. O livro finaliza comparando a música que compõe a
trilha sonora do filme My Fair Lady e o conto de Maughan.
Interpretação; preencher as
1 Poesia Ritmo/ Diversão lacunas com palavras que
rimam e escrever uma
“Limerick”
Interpretação; identificar
2 Excerto de Abuso sexual informações específicas;
romance gírias e aspectos
sociolinguísticos
Questões Interpretação e questões
Drama Existencialistas/ sobre prestígio e estigma
linguísticos
3 E Múltiplas
Conto inteligências
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização desse trabalho, foi possível concluir que as seções time
for literature, apesar de aparecerem como algo opcional ao professor e de não
trazerem dicas atraentes ou atividades lúdicas para se trabalhar o texto literário,
mostram uma clara preocupação não apenas com o ensino da língua, mas também
com a reflexão e ação social. A combinação de temáticas polêmicas com textos de
entretenimento é algo enriquecedor, pois além de engrandecer a cultura do aluno, o
cativa pela especificidade da literatura, que é justamente envolver e despertar o
interesse do leitor pela sua estética.
Também foi possível concluir que os autores dão bastante importância ao
uso desse gênero como ferramenta de ensino, disponibilizando ao professor diversas
opções de obras, estilos e autores para serem trabalhados nas aulas. É válido
destacar que a escolha dos autores em trabalhar os excertos das obras é algo positivo,
pois é possível termos acesso a textos autênticos mostrando ao aluno a estética do
autor original, diferentemente das suas adaptações ou traduções que, mesmo partindo
do texto original, são outros textos.
Contemplar a representatividade dos grupos postos à margem como é o
caso das mulheres e negros também foi algo interessante presente na coleção, pois
mostrou o compromisso em problematizar questões como a formação do cânone
literário, que geralmente é formado por textos de homens, brancos, heterossexuais e
europeus. Ao fazer isso, o livro agregou textos clássicos aos textos de cultura popular,
algo benéfico ao desenvolvimento dos estudantes oferecendo, assim, uma
diversidade de propostas de ensino.
Também foi possível termos acesso sobre o que os parâmetros curriculares
nacionais de língua estrangeira colocam sobre o texto literário que, mesmo
indiretamente, apoiam seu uso como uma ferramenta para o aprendizado de língua
estrangeira, como também conhecer mais a fundo a elaboração e transformação dos
livros didáticos ao longo do tempo observando a presença desse gênero nos materiais
de ensino, inclusive as mudanças da história do ensino de língua inglesa no Brasil.
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Por fim, concluímos que o Livro didático Alive High oferece os gêneros
literários de forma eficiente, explorando suas características de arte, mas chamando
atenção para a reflexão humana. Os autores conseguiram unir a literatura ao ensino
de línguas através de atividades atrativas e temáticas interessantes e importantes ao
público jovem. Portanto, a coleção analisada auxilia o professor no que tange o ensino
de literatura inglesa, assim como é um material profícuo para o uso na sala de aula.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes. Escolha e produção de material didático para
um ensino comunicativo de línguas. Contexturas – ensino crítico de Língua
Inglesa, Campinas, v. 2, p. 43-52, 1994.
CÂNDIDO, Antônio. Vários Escrito. 6. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2017.