Você está na página 1de 47

Sumário

Malala, uma menina muito corajosa


Sumário
Iqbal, um menino muito corajoso
Colofon
Malala/Iqbal
A história de Iqbal Masih permaneceu comigo desde que li
seu obituário, em 19 de abril de 1995, três dias depois que
ele foi baleado. Tomei conhecimento sobre sua vida e sua
coragem de protestar contra o trabalho escravo infantil
ligado ao comércio de tapetes no Paquistão.
Quando li, no dia 9 de outubro de 2012, que Malala
Yousafzai levara um tiro por defender o direito das meninas
de frequentarem a escola no Paquistão, me lembrei
novamente de Iqbal.
Duas crianças corajosas, cuja bravura transcendeu a
pouca idade, se juntaram em minha mente — e resultaram
neste livro.
— J. W.

Editora: Raïssa Castro


Coordenadora editorial: Ana Paula Gomes
Copidesque e revisão: Ana Paula Gomes
Capa e projeto gráfico: Ann Bobco e Vikki Sheatsley
Ilustrações de capa e miolo: Jeanette Winter

Título original: Malala: A Brave Girl from Pakistan / Iqbal: A Brave Boy from Pakistan

ISBN: 978-85-7686-740-1

Copyright © Jeanette Winter, 2014


Todos os direitos reservados.
Edição publicada mediante acordo com Beach Lane Books, selo da Simon & Schuster Children’s Publishing Division, 1230
Avenue of the Americas, New York, NY 10020.

Tradução © Verus Editora, 2015


Direitos reservados em língua portuguesa, no Brasil, por Verus Editora. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida
ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou
arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da editora.

Verus Editora Ltda.


Rua Benedicto Aristides Ribeiro, 41, Jd. Santa Genebra II, Campinas/SP, 13084-753
Fone/Fax: (19) 3249-0001 | www.veruseditora.com.br

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

W745m

Winter, Jeanette, 1939-


Malala, uma menina muito corajosa / Iqbal, um menino muito corajoso [recurso eletrônico] / Jeanette
Winter ; ilustração Jeanette Winter ; tradução Silvia M. C. Rezende. - 5. ed. - Campinas, SP : Verus, 2018.
recurso digital

Tradução de: Malala: a brave girl from Pakistan / Iqbal: a brave boy from Pakistan
Formato: epub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-85-7686-740-1 (recurso eletrônico)

1. Yousafzai, Malala, 1997-- Biografia. 2. Masih, Iqbal, 1982-1995 -- Biografia. 3. Mulheres jovens -
Educação - Paquistão. 4. Direitos das mulheres - Paquistão - Literatura infantil. 5. Livros eletrônicos. I.
Rezende, Silvia M. C. II. Título.

18-52868
CDD: 808.899282
CDU: 82-93(81)

Vanessa Mafra Xavier Salgado - Bibliotecária - CRB - 7/6644


Revisado conforme o novo acordo ortográfico
NOTA DA AUTORA

Duas crianças paquistanesas protestaram contra a injustiça no


mundo delas. Sua bravura diante de um grande perigo é motivo de
inspiração para todos que conhecem sua história.

MALALA YOUSAFZAI
1997–

Malala nasceu em uma cidadezinha chamada Mingora, no vale do


Swat, no Paquistão. Ela morava com a mãe, o pai e dois irmãos.
Malala iniciou cedo seus estudos, na escola onde seu pai era diretor,
e se destacou entre os alunos.
O Talibã, um grupo religioso extremista, ganhou poder no vale
do Swat e proibiu as meninas de frequentarem a escola. Malala
perguntou a seu pai:
— Por que eles não querem que as meninas estudem?
— Eles têm medo da caneta — respondeu ele.
Quando tinha apenas onze anos, Malala falou em público pela
primeira vez sobre a importância da educação para as meninas.
Mesmo quando o Talibã se tornou mais agressivo, ela seguiu
protestando. As ameaças continuaram, mas isso nunca deteve a
menina — até que um dia um membro do Talibã atirou em Malala
quando ela estava voltando para casa no ônibus escolar. A bala
atravessou a cabeça e o pescoço e se alojou no ombro. Malala
recebeu tratamento em vários hospitais, por último no Hospital
Rainha Elizabeth, em Birmingham, na Inglaterra, onde mora
atualmente com a família.
Malala recebeu diversos prêmios por sua bravura, incluindo o
Prêmio Internacional da Criança, o Prêmio Nacional da Paz da
Juventude, do Paquistão, o Prêmio Internacional Memorial Madre
Teresa para a Justiça Social e o Prêmio Romano pela Paz e Ação
Humanitária. Em 2014, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio
Nobel da Paz, por sua luta pelo direito de todas as crianças à
educação. Ela dividiu o prêmio com o indiano Kailash Satyarthi,
agraciado por sua luta contra a opressão de crianças e jovens.
Malala segue se recuperando e protestando.
Não rezemos para ser protegidos dos
perigos, mas para não ter medo de
enfrentá-los.
— RABINDRANATH TAGORE
— Quem é Malala? — pergunta o membro do
Talibã, olhando dentro do ônibus escolar.
Malala é a menina que não tem medo.
— Vou me fortalecer com o conhecimento — diz ela.
— Não vão para a escola — dizem os Talibãs para as
meninas do vale do Swat.
— Não leiam — eles ordenam.
As meninas não obedecem.
Elas são corajosas.
A sala de aula garante a elas um lugar ao sol e bloqueia
as sombras ameaçadoras.
Mas, fora da escola, uma nuvem escura as segue por
toda parte.
Todos os dias o Talibã transmite seus alertas.
— Nada de escola para as meninas — dizem eles.
Mas Malala é uma menina corajosa e protesta.
— Eu tenho direito a educação.
Eu tenho direito de brincar.
Eu tenho direito de cantar.
Eu tenho direito de conversar.
Eu tenho direito de ir ao mercado.
Eu tenho direito de PROTESTAR.
As meninas corajosas do vale do Swat enganam os
Talibãs vestindo roupas normais para ir à escola. O
uniforme fica escondido em casa.
Malala segue protestando.
— Eles não podem me deter.
Eu vou estudar, seja em casa, seja na escola ou em
qualquer outro lugar.
Não há paz no vale do Swat.
O Talibã bombardeia e incendeia as escolas.
Mesmo assim, Malala continua protestando.
— Os extremistas têm medo dos livros e das
canetas.
Eles têm medo das mulheres.
Como o Talibã ousa roubar meu direito básico a
educação?
Ir à escola se torna cada vez mais perigoso. Por
segurança, as meninas vão e voltam de ônibus escolar.
Até que, um dia, um membro do Talibã para o ônibus,
dá uma olhada lá dentro e pergunta:
— Quem é Malala? Apareça, ou eu atiro em todas vocês.
E ele atira em Malala.
O ônibus a leva às pressas para o pequeno hospital do
vale do Swat.
Um helicóptero a leva para um hospital maior, mais
distante.
Um avião cruza o oceano para levá-la a um hospital
ainda maior.
Em cada um dos lugares, os médicos se esforçam para
salvá-la.
O mundo todo fica sabendo que Malala levou um tiro.
Meninas e meninos, mulheres e homens rezam por ela.
Aos poucos, Malala acorda do pesadelo.
Ela abre os olhos, segura um livro e sorri.
E sua voz retorna.
No dia de seu aniversário de dezesseis anos, diante de
líderes do mundo inteiro, Malala protesta novamente,
ainda mais forte do que antes.
— Eles pensaram que balas iriam nos calar, mas eles
falharam…
Uma criança, um professor, um livro e uma caneta
podem mudar o mundo.
O planeta todo ouve a voz dessa menina corajosa do
Paquistão e a escuta.
A história de Iqbal Masih permaneceu comigo desde que li
seu obituário, em 19 de abril de 1995, três dias depois que
ele foi baleado. Tomei conhecimento sobre sua vida e sua
coragem de protestar contra o trabalho escravo infantil
ligado ao comércio de tapetes no Paquistão.
Quando li, no dia 9 de outubro de 2012, que Malala
Yousafzai levara um tiro por defender o direito das meninas
de frequentarem a escola no Paquistão, me lembrei
novamente de Iqbal.
Duas crianças corajosas, cuja bravura transcendeu a
pouca idade, se juntaram em minha mente — e resultaram
neste livro.
— J. W.
NOTA DA AUTORA

Duas crianças paquistanesas protestaram contra a injustiça no


mundo delas. Sua bravura diante de um grande perigo é motivo de
inspiração para todos que conhecem sua história.

IQBAL MASIH
1982–1995

Iqbal Masih nasceu no vilarejo de Muridke, perto de Lahore, no


Paquistão. Quando tinha apenas quatro anos, seus pais, muito
pobres, fizeram um empréstimo de doze dólares com o dono de uma
fábrica de tapetes. Em troca, Iqbal se tornou um trabalhador
escravo, acorrentado todos os dias a um tear até que a dívida fosse
paga. Ele ganhava vinte centavos por dia.
Aos dez anos, Iqbal foi libertado pela Frente de Libertação do
Trabalho Forçado do Paquistão. Depois de conquistar a liberdade,
ele protestou bravamente contra o trabalho infantil.
Os relatos dos horrores vividos por Iqbal se espalharam. Ele
viajou para vários lugares do mundo para contar sua história.
Iqbal discursou em uma conferência internacional sobre o
trabalho em Estocolmo. Em Boston, recebeu um prêmio da
Fundação Reebok de Direitos Humanos. O Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Direitos Humanos condecorou Iqbal como
um “defensor da luta no Paquistão contra as formas
contemporâneas de escravidão, que afetam milhões de crianças no
mundo todo”.
Iqbal queria estudar direito. A Universidade Brandeis, nos
Estados Unidos, ofereceu uma bolsa de estudos integral assim que
ele estivesse pronto para iniciar a faculdade.
Em sua cidade natal, Iqbal recebia ameaças de morte de pessoas
ligadas à indústria do tapete. Quando ele e dois primos estavam
andando de bicicleta pelo vilarejo onde moravam, em 16 de abril de
1995, Iqbal levou um tiro e morreu. Ele tinha doze anos. As
circunstâncias de sua morte não foram esclarecidas.
Não rezemos para ser protegidos dos
perigos, mas para não ter medo de
enfrentá-los.
—RABINDRANATH TAGORE
Doze dólares!
Até que o empréstimo de doze dólares de seus pais seja
pago, Iqbal, de quatro anos, será obrigado a trabalhar
na fábrica de tapetes. Doze dólares pela liberdade de
um menino.
— Nada de pipas aqui! — berra o chefe enquanto
arrasta Iqbal para a fábrica escura.
A única janela do ambiente tem barras de ferro.
Iqbal é acorrentado ao tear para que não tente fugir.
Iqbal vê fileiras de crianças acorrentadas como ele,
tecendo tapetes na penumbra sufocante.
Dedos pequeninos são capazes de tecer estampas
intrincadas, tão complexas que o chefe nem percebe
Iqbal tecendo a sua pipa em um pedaço do tapete. Suas
mãos trabalham enquanto seu pensamento voa.
Iqbal vive na escuridão.
Ele vai para a fábrica antes de o sol nascer, trabalha o
dia todo na penumbra e volta para casa depois que o sol
se põe.
Numa noite, voltando para casa, Iqbal vê um cartaz em
um muro — anunciando uma reunião sobre peshgi, os
empréstimos que escravizam crianças como ele.
Iqbal vai à reunião e fica sabendo que peshgi passou a
ser ilegal — todas as dívidas estão perdoadas.
O dono da fábrica de tapetes não é mais seu dono.
Iqbal está livre.
Ele corre até a fábrica escura, agitando a notificação e
gritando:
— Vocês estão livres! Nós estamos livres!
Menino livre, Iqbal começa a frequentar a escola.
Menino inteligente, ele vai bem nos estudos.
Menino corajoso, protesta por outras crianças como
ele.
As ameaças dos donos das fábricas não assustam esse
garoto de dez anos.
Iqbal visita fábricas de tapetes por todo Paquistão.
Ele espalha a mensagem de liberdade para mais de três
mil crianças escravizadas.
E cruza o oceano para discursar nos Estados Unidos.
— Eu gostaria de fazer o que Abraham Lincoln fez.
Eu gostaria de fazer isso no Paquistão.
Eu gostaria de libertar as crianças da escravidão.
Quando ele volta para casa, as ameaças continuam.
Mas elas ainda não assustam esse menino, agora com
doze anos.
Iqbal vive livremente.
Até o dia em que uma bala tira sua vida quando ele está
andando de bicicleta.
Em seu funeral, oitocentas pessoas choram pela morte
desse menino corajoso do Paquistão.
Este e-book foi desenvolvido em formato ePub
pela Distribuidora Record de Serviços de Imprensa S. A.
Malala/Iqbal
Página da autora no site da editora:
http://www.simonandschuster.com/authors/Jeanette-Winter/64041479

Goodreads da autora:
https://www.goodreads.com/author/show/64206.Jeanette_Winter
Índice

Malala, uma menina muito corajosa


Sumário
Iqbal, um menino muito corajoso
Colofon
Malala/Iqbal

Você também pode gostar