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e o mesmo tentava aproximar a poesia da música, dando ênfase nos

fonemas, trabalhando com as sinestesias.


Outra característica presente nesse poema como em outros
poemas, é uma predisposição para a formação de imagens através
das palavras. O poeta brinca com as palavras, nos fazendo imaginá-
las em nossa mente a partir da significação no contexto em que estão
inseridas. Como quando o poeta inicia o poema, enfatizando as
formas alvas, brancas, as formas do amor. Remetem-nos claramente
ao termo Simbolismo, relacionado ao signo icônico, semiótico,
símbolo e pensamento por imagem.
No plano temático apresenta características relacionadas à
morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério,
o sagrado, o conflito entre matéria e espírito, a escravidão, atenção
especial por brilhos e pela cor branca, a angústia e a sublimação
sexual. No plano formal, as sinestesias, imagens surpreendentes, a
sonoridade das palavras (expressam desejos), a predominância de
substantivos, utilização de letras maiúsculas, com a finalidade de dar
um valor absoluto a certos termos.

Cruz e Souza, o poeta do idealismo e do desencantamento

“Antífona” de Cruz e Sousa: a cor e a dor na poesia simbolista do sé


culo XIX

No dia que se festeja o nascimento do poeta, a colunista Luzia Alme


ida nos traz a beleza de seus versos, em prosa
(foto: fotogram: Internet)

Publicado em 24/11/2023
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
/ De luares, de neves, de neblinas!...
/ Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
/ Incensos dos turíbulos das aras...”. A primeira estrofe do poema
“Antífona” de Cruz e Sousa (1861-
1898) remete a lugares espirituais onde há vasos com incensos que
imando (turíbulos) nos altares
(aras). Estas manifestações espirituais combinadas com
“formas brancas” são próprias da escola simbolista que fez oposiçã
o ao materialismo e à crítica social
(engajamento) e optou pelo individualismo e pelo isolamento.

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