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COMO PROJETAR A ILUMINAÇÃO DE SALAS DE AULA?

Fonte: disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/como-projetar-a-


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Um bom projeto de iluminação é indispensável para instituições de ensino. O


desempenho dos alunos e a atuação dos professores sofrem influência direta do nível
de luminosidade dos ambientes. Em salas de aula escuras, a atenção dos estudantes
tende a ser menor, pois a ausência de luz induz o organismo a produzir hormônio
chamado de melatonina, responsável pela diminuição do ritmo biológico. Outros
problemas relacionados com a iluminação inadequada são fadiga, dores de cabeça e
irritabilidade nos olhos, que, em longo prazo, pode se tornar uma lesão ocular.

O desempenho dos alunos e a atuação dos professores sofrem influência direta do


nível de luminosidade

“Muitas informações passadas aos alunos vêm de estímulos visuais. Por isso, prover
espaços com iluminação coerente é fundamental para a qualidade do ensino”, destaca
o engenheiro Plínio Godoy, sócio-diretor da Lienco - Lighting Solutions. Mas um
projeto de qualidade não é sinônimo de instalar lâmpadas fortes indiscriminadamente.
Escolas têm variados ambientes, como auditórios, laboratórios, salas de estudo,
quadras, praças de alimentação e áreas de convívio social. Como a gama de
particularidades é grande, o projetista.
“A economia de energia é um fator importante nos estabelecimentos de ensino”,
lembra, ainda, Godoy. Ele complementa: “Para isso, a utilização de controles digitais
pode ser uma ótima solução, reduzindo muito o consumo, adequando a iluminação
aos momentos distintos de utilização dos espaços e considerando também o uso da
iluminação natural como parte dos recursos disponíveis”.

Muitas informações passadas aos alunos vêm de estímulos visuais. Por isso, prover
espaços com iluminação coerente é fundamental para a qualidade do ensino.

AMBIENTES

As salas de aula são os ambientes que representam os maiores desafios. “São distintas
as atividades realizadas nesse espaço, da projeção de vídeos até lições que usam a
lousa, passando por exercícios criativos ou provas”, fala o especialista. Como as
possibilidades são muitas, o ideal é que seja projetado um sistema de iluminação
ajustável, com controle digital para que possa se adequar às diferentes exigências. Por
outro lado, laboratórios de informática ou química, que sempre abrigarão tarefas
semelhantes, podem ter a iluminação mais simples e fixa.

“A atividade a ser realizada em cada ambiente norteará o projeto”, ressalta Godoy,


lembrando que falhas nessa etapa resultam em problemas de difícil resolução. “É
complicado corrigir ofuscamentos, sombras, brilhos ou qualquer outra característica
dos sistemas de iluminação que não estejam atendendo às necessidades visuais da
tarefa”, comenta.

A cor da luz e o posicionamento das lâmpadas são variáveis que fazem parte da
equação, já que erros nessas características interferem na capacidade de percepção de
formas e cores. “Esse tipo de problema é bastante comum em espaços não estudada
adequadamente”, completa.

IDADE DOS ALUNOS

Levar em consideração a idade dos alunos também é importante. Salas para crianças
podem contar com elementos lúdicos de iluminação, como cores e projeções. Uma
opção válida é pensar em sistemas capazes de serem controlados pelos professores.
“Os mais jovens dispõem de recursos específicos de interação com o meio, e os
docentes podem aproveitar essa característica. Por exemplo, alterando a tonalidade
da luz para azul nos momentos de relaxamento ou para uma cor amena para os
períodos de contação de histórias”, sugere o engenheiro.

É complicado corrigir ofuscamentos, sombras, brilhos ou qualquer outra característica


dos sistemas de iluminação que não estejam atendendo às necessidades visuais da
tarefa.

Por outro lado, nas universidades, a máxima produtividade deve ser buscada,
independentemente do momento do dia. É comum os alunos estudarem de manhã,
antes do trabalho, ou à noite, após o expediente. A alternativa são sistemas de
iluminação programados para minimizar os efeitos do sono matutino, do pós-horário
do almoço e do período noturno. É importante basear a automação no Ciclo
Circadiano, que designa o período de 24 horas do ciclo biológico de quase todos os
seres vivos, sendo influenciado pela variação de luz e de temperatura, entre outros
fatores.

MATERIAIS

Os tipos de lâmpadas mais recomendados para ambientes escolares são as


fluorescentes com diferentes características e potências. E tem aumentado de maneira
crescente o aproveitamento do LED, tecnologia que precisa ser especificada com
atenção. “Em um mundo digital, com os LEDs se tornando acessíveis, temos de tomar
cuidado com as características dos equipamentos, pois há muitos produtos disponíveis
e nem todos entregam qualidade para os consumidores”, alerta o engenheiro.

NORMA TÉCNICA

A ABNT NBR ISO/CIE 8995 - Iluminação de ambientes de trabalho -, que substitui a


cancelada ABNT NBR 5413 – Iluminância de interiores -, determina que a iluminância
em salas de aula deve ser de 300 lux nas escolas primárias e secundárias. Já nos
ambientes de estudos voltados para adultos ou atividades noturnas, o nível deve ser
de 500 lux. “Além disso, as certificações de eficiência energética estão, cada vez mais,
presentes nas instituições de ensino. Para atendê-las, é preciso desenvolver sistemas
de alto desempenho, com fontes de luz bastante eficazes e controles digitais
integrados”, comenta o especialista.

ILUMINAÇÃO NATURAL

O aproveitamento da iluminação natural é um capítulo especial no contexto do


projeto, já que, além de economizar energia elétrica, ela colabora para o conforto
ambiental – mas, como lembra o engenheiro, somente quando é bem planejada, uma
vez que a luz natural também traz calor para o interior da edificação.

Por isso, é preciso analisar a insolação, a temperatura e a própria luz, de modo a


decidir quais serão as técnicas usadas para alcançar um bom equilíbrio e eficiência. “A
entrada de luz natural deve ser pensada junto com a arquitetura, para definir desde o
posicionamento do edifício no terreno até aberturas, barreiras de luz, sistemas de
controle e reflexões. Enfim, tudo deve ser integrado”, conclui o profissional .

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