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Índice

O Filho Inesperado do Ex-namorado Bilionário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Quatorze

Capítulo Quinze

Capítulo Dezesseis

Capítulo Dezessete

Capítulo Dezoito

Capítulo Dezenove

Capítulo Vinte

Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois

Capítulo Vinte e Três

Capítulo Vinte e Quatro

Capítulo Vinte e Cinco

Epílogo

OUTRA HISTÓRIA QUE VOCÊ PODE GOSTAR

O bebê inesperado do bilionário alfa

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Quatorze

Capítulo Quinze

Capítulo Dezesseis

Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito

Capítulo Dezenove

Capítulo Vinte

Capítulo Vinte e Um

Capítulo Vinte e Dois

Capítulo Vinte e Três

Capítulo Vinte e Quatro

Capítulo Vinte e Cinco

Capítulo Vinte e Seis

Capítulo Vinte e Sete

Capítulo Vinte e Oito

Capítulo Vinte e Nove

Capítulo Trinta

Capítulo Trinta e Um

Capítulo Trinta e Dois

Epílogo
O Filho Inesperado do Ex-namorado Bilionário

Por Nicki Jackson

Todos os direitos reservados. Copyright 2017 Nicki Jackson.

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Capítulo Um

Romii bateu impacientemente no volante, olhando de novo para o relógio. Tirando o cabelo
escuro do rosto, olhou ao redor. Não tinha paciência naquela tarde para lidar com a faixa

exclusiva para quem compartilha carona. Com as mensalidades exorbitantes da escola privada,
era de se esperar que administração fizesse algo para resolver essa situação.
Tardiamente, ela reconheceu o número da placa da BMW prateada reluzente à sua frente, e
percebeu a atordoante motorista de cabelos loiros olhando para ela pelo espelho

retrovisor. Clarissa Mathews era a mulher mais burra e mais irritante que Romii já conhecera, e
Romii faria qualquer coisa para evitá-la — se a mulher não fosse a vice-presidente da Associação
de Pais e Mestres.
Romii sorriu sem ânimo para Clarissa e acenou de volta. Para evitar o olhar da mulher e
correr o risco de começar uma conversa ridícula sobre a venda de bolos, Romii tirou o celular da
bolsa. Tomando um gole do café que pegara no drive-thru, ela conferiu o Boston Globe, esperando
ver um plugin para o novo app que ajudou a criar no MIT.
Olhando para a estrada, xingou em voz baixa. Não tinha tempo de ficar presa nesta
pista. Tocou na tela para ir à página seis, ainda sentindo os olhos de Clarissa nela, sem dúvida

tentando descobrir uma maneira de fazer Romii ser voluntária para algum evento que estava
organizando. Podia jurar que Clarissa inventava aquelas ideias loucas sempre que a encontrava.
Romii voltou ao celular, e a imagem de um homem alto, de cabelos acinzentados, familiar, na
tela de seu iPhone, fez seu coração pular. Ela levantou os olhos bem a tempo de ver a distância
entre seu carro e o de Clarissa. Rapidamente.
"Merda!" Ela pisou no freio, seu coração batendo enquanto os pneus gritavam, seu para-
choque a um centímetro da BMW. "Merda." Romii parou o carro e olhou para o celular novamente,
sem fôlego, os olhos colados ao rosto que ela tinha segurado, beijado e amado durante a maior
parte da sua vida.

Richard Letterman ainda era capaz de fazer o coração dela parar e o corpo

estremecer. Não importava o quanto ela tentasse esquecê-lo, ele sempre conseguia aparecer em
seus pensamentos.

Richard era um dos mais jovens empresários a se tornar um bilionário, depois de sua
popularidade na indústria de tecnologia explodir quatro anos antes. Ele era extremamente social, e
suas fotos apareciam frequentemente em notícias on-line e no jornal. Hoje, ele estava entre duas
famosas cantoras de country, com as mãos naquelas cinturas nuas, enquanto sorria para uma delas.

O peito de Romii congelou ao reparar na linguagem corporal. Ele estava muito perto das
mulheres, e sua expressão parecia excessivamente familiar. Estava claramente flertando com uma
delas quando a foto foi tirada. Idiota.
Ela não se lembrava de em que momento passou de apaixonada para ressentida por tudo o
que ele era.
Uma buzina alta atrás dela tirou-a de seu devaneio. O carro de Clarissa, que ela quase
atingira momentos antes, estava agora mais distante na estrada. Romii colocou o celular no banco,
olhando para o rosto de Richard uma última vez antes de puxar a marcha.
Assim que avançou, parou novamente e pegou o celular, resmungando para si mesma sobre

a sua falta de contenção. Como se arrancasse um Band-Aid, ela rapidamente clicou na imagem e
foi direcionada para um artigo sobre o evento.
"Ótimo", murmurou frustrada, coçando a sobrancelha enquanto seu coração afundava.
Richard Letterman estava de volta à cidade. Era a primeira vez que ele voltava para a
área de Boston desde que partiu para o Vale do Silício, quase sete anos atrás. Aparentemente,
tinha comprado alguns imóveis por perto, e recentemente tinha terminado com sua namorada de
dois anos.
Romii olhou para cima, encarando o carro à frente dela enquanto processava a
informação. Então, ele estava solteiro novamente. Então, estava de volta à cidade. Ela examinou a
notícia para saber mais, e a informação era de que ele estava "à espreita". Sendo um dos solteiros

mais elegíveis do país, não ficaria sozinho por muito tempo.

"É claro que não vai", Romii murmurou desdenhosamente ao fechar o celular e colocar na
bolsa. Ela bateu no volante novamente, tentando se desvencilhar da imagem de Richard olhando

para o rosto da cantora country como se não pudesse esperar para agarrá-la. Ela conhecia
aquela expressão. Merda. Tinha sido a primeira a ver aquela expressão, considerando que tinham
perdido a virgindade juntos. Odiava ver aquela expressão para outras mulheres que ele
provavelmente pegara.

E Deus, havia muitas. Seu sangue estava furioso e ela sentiu a bile subir em sua
garganta. Ela não reconhecia o sentimento, mas tinha pressentido que isso era ciúme. O ciúme não
tinha lugar em sua vida. Estava segura, confiante, e era uma lutadora. Ela não precisava sentir
essa emoção ingênua e mesquinha. Era melhor do que isso, e o fato de que Richard Letterman
fosse capaz de fazê-la afundar a este nível a deixava mal.
Ela contraiu a mandíbula, furiosa pela invasão de sua vida, pela invasão do pequeno
pedaço do céu que ela conseguiu construir para ela e seu filho. Ela não queria que Richard
chegasse e destruísse o tranquilo santuário de sua vida.
***

O novo escritório de Richard ficava bem na frente da Boston Commons. A reforma do hotel
tinha cercado seu escritório, mas Richard não gostava do interior agora que estava lá. Não era
culpa do designer. Richard havia aprovado todos os detalhes, mas havia se distraído com o
lançamento do novo aplicativo da empresa e não tinha pensado muito nos desenhos quando o
designer pediu aprovação do projeto.
Então, Richard sentava-se agora nessa mesa de frente para vinte repórteres, em um
escritório que era demasiado rústico para seu gosto, falando sobre algo que o chateava
completamente.
A entrevista coletiva foi convocada para discutir seu novo hotel e o lançamento do aplicativo,
que iria alavancar a companhia. Mas, em vez disso, todos os repórteres queriam falar sobre sua

recente separação.

Claro, ele entendeu o valor comercial de expor a vida pessoal de Richard Letterman pelos
jornais, em vez de notícias chatas sobre apps e hotéis, mas estava muito perto de adormecer no

meio dessa discussão entediante. Sua equipe de relações públicas estava parada na extremidade
da sala, murmurando entre si.
Os olhos de Richard momentaneamente se estreitaram diante da tensão visível, mas ele se
virou para outro repórter que estava fazendo uma pergunta.

"Sr. Letterman, Sylvia Carson foi sua diretora financeira nos últimos dois anos. Agora que
vocês dois terminaram, você vai contratar uma nova diretora?"
Richard inclinou-se para frente. "A senhorita Carson continuará como minha diretora. Ela é
extremamente profissional e questões pessoais não interferem nas nossas negociações com a
EagleTech."
"Sr. Letterman, rumores sugerem que vocês dois terminaram depois que você foi visto
deixando o quarto de hotel da cantora country Cara Williams, na manhã de sábado. É seguro
assumir que a senhorita Carson tomou a iniciativa da separação?"
Richard cerrou os dentes, e mais uma vez viu a energia concisa entre sua equipe de relações

públicas. Ele também viu seu gerente, Marcus, sussurrar para a equipe, antes de fazer um sinal
para Richard e começar a falar algo indecifrável.
Richard não entendeu a dica e se voltou para responder a outra pergunta ridícula sobre
Sylvia, Cara e ele. Era frustrante ver a imprensa tentando tirar seu ânimo, fazendo perguntas
íntimas que quase o fizeram vomitar.
Ele não se importava por ter terminado com Sylvia, ou com o fato de que seu nome estivesse
ligado a Cara. Há tempos não perdia o sono por causa de um término. As mulheres iam e
vinham. Claro, ele achava Sylvia sensacional, ou nunca teria passado dois anos em um
relacionamento público com ela. Mas agora, ele estava reavaliando tudo, porque não se sentia
como se estivesse lamentando o rompimento.

Ou estava muito envolvido com o trabalho para sentir falta de Sylvia, ou ela simplesmente

não era tão importante para ele como ele pensava que era. A única relação que já tivera poder
suficiente para devastá-lo foi aquela com certa garota de olhos castanhos.

Ele sacudiu a cabeça para esquecê-la. Foi simplesmente a proximidade com Romii, depois de
todos esses anos, que fez as memórias retornarem com força tão convincente. Desde que
desembarcou em Boston pela primeira vez em sete anos, ele estava com saudades. Tudo sobre a
área de Boston lembrava Romii Scarsdale.
Capítulo Dois

Richard ainda não entendia o incrível fracasso de seu relacionamento com Romii. Ele ainda
lutava para entender. Ele e Sylvia tiveram seus problemas, que acabaram causando o término, mas

com Romii não houve problemas. Não houve nada. Em um segundo estava lá, e tinha sido perfeito,
e no segundo seguinte estava tudo acabado.
Talvez por isso ele nunca tenha sido capaz de esquecer Romii. Lamentava essa relação,
porque não tinha qualquer coisa negativa em relação a Romii. Ela nunca tinha falhado com

ele. Nunca tinha machucado seu coração. Nem sequer tinha discutido com ele ou se envolvido em
uma luta pelo poder. Eles eram sócios e amigos desde que ele tinha quatro anos de idade e ela
era sua vizinha.
Eles iam para a escola juntos, com a mãe de Romii, todos os dias. Quando uma vez ele
esqueceu a camisa de futebol na casa dela depois de um jogo, ela apareceu na sexta-feira
usando-a. Naquele dia, ele riu tanto que ela começou a usá-la todas as sextas-feiras, e parecia
tão linda que ele não podia simplesmente pedir a camisa de volta.
Ele a beijou pela primeira vez quando eles tinham treze anos. Quando estavam na escola
secundária, ela foi seu par no baile. A vida com Romii tinha sido uma partida sem fim. Ela o

conhecia melhor do que ele mesmo estava disposto a admitir. Mais tarde, eles formaram a equipe
perfeita no MIT. Não poderia ter funcionado melhor: ele tinha um dom para programação, e ela
era sensacional com design. Nunca houve dúvida de que eles iriam para Vale do Silício juntos lutar
por seus sonhos de criar aplicativos depois que se formassem.
Mas então, as coisas começaram a dar errado.
A mãe de Romii foi diagnosticada com câncer de mama, e ela ficou devastada. Foi a
primeira vez que Richard a viu chorando com uma agonia tão feroz, e a abraçou com força,
sentindo-se indefeso. Ele tentou acalmá-la com um beijo, e passou a noite inteira deitado em sua
cama, cuidando dela. Mas, quando acordaram na manhã seguinte, ela deu a notícia de que não

iria ao Vale do Silício com ele.

Ele ficou sentado, aturdido, em silêncio, enquanto por dentro, entristeceu com a notícia.
Ela era tudo o que a mãe tinha. Ela era filha única, e o pai de Romii não aparecia há anos,

então ela não teve escolha.


Enquanto falava, ele se esforçou para se conformar com a perda de sua parceira, seu
braço direito, e tentou reprogramar a mente para seguir em frente com seus planos sem
ela. Sentia-se vazio, sentia-se inútil. Sentia-se incapaz de ir sem ela.

"Eu posso ver que você não esperava isso", ela disse de forma hesitante, com os olhos
amáveis inchados pelas lágrimas.
"Claro que não. Como... o que eu faço agora?"
Ela se sentou na frente dele e apertou suas mãos. "Você continua sem mim e faz as coisas
acontecerem. Eu vou me juntar a você assim que puder."
Ele assentiu impotente, e ela forçou um sorriso.
"Eu prometo que estarei lá antes que você perceba."
Mas ela acabou não se juntando a ele afinal. Quando o aplicativo explodiu no mercado de
tecnologia, ele tinha coisas demais para lidar em vez de se preocupar em voltar para Boston. Não

havia tempo para manter contato com ela. Ele ainda ficava mal sempre que alcançava algo com
seu app, ou quando a equipe de projeto questionava algo, e tudo que podia pensar era como
Romii teria consertado as coisas antes que ele se desse conta. E como a frustração de viver sem ela
aumentou, ele ligou depois de dois meses, e deu-lhe um ultimato.
"Eu não posso mais fazer isso, Romii. Você tem que estar aqui."
"Eu não posso, você sabe disso."
"Romii..." Ele lutou para respirar fundo. "…preciso de você aqui. Eu preciso de você
comigo. Ou você pega um voo e volta para mim assim que sua mãe ficar melhor, ou..."
Ficaram em silêncio e, em seguida, Romii finalmente falou, desafiando-o a falar. "Ou o quê,
Richard?"

Richard se lembrou de como ele se sentia quando olhava para o copo de scotch em sua mão,

e cada fibra em seu corpo agitava dolorosamente ao dizer as palavras. "Ou essa relação
acabou."

Nunca mais tinha ouvido falar de Romii.


"Sr. Letterman?"
Richard emergiu de seu devaneio amargo, retornando ao hotel horrivelmente rústico com um
baque.

"Sim, desculpe. Você poderia repetir a pergunta?" Ele quase podia sentir o cheiro de Romii
no ar ao seu redor. Maldita Boston.
"Acabamos de saber que seu novo aplicativo está enfrentando problemas de
design. Gostaria de comentar sobre isso?"
Richard enrijeceu em seu assento. "Não há absolutamente nenhum problema de design com o
nosso novo aplicativo", disse ele em um tom sem sentido.
O repórter olhou para o bloco de notas. "Você tem certeza? Com o seu projetista, Joshua
Kunis, saindo da companhia essa manhã, você não espera alguns problemas de última hora? Está
sendo dito que ele se demitiu depois de alguns bugs no app..."

Richard não ouviu o que o repórter estava dizendo. Sua equipe de relações públicas estava
alerta no fim da sala com Marcus, que se enrijeceu para ocultar o pânico em seus olhos. Richard
sabia por que eles estavam sussurrando, o que Marcus estava gesticulando para ele. Eles não
poderiam interromper a coletiva sem entregar o pânico em que estavam, o que iria garantir que
todos os jornais levassem manchetes sobre o evento. Foi catastrófico. Richard limpou a garganta e
sorriu friamente.
"Os elementos de design foram finalizados meses atrás. O Sr. Kunis deixou a equipe devido
a algumas emergências pessoais de saúde, e já foi substituído." Ele acrescentou rapidamente.
Mas os repórteres viram que havia algo a mais a ser retirado da história e, de repente, sua
queixa de não ter nenhuma pergunta relacionada a negócios saiu pela janela. Os repórteres

gritaram um para o outro para fazer perguntas sobre a catástrofe do designer que desistiu, e as

razões plausíveis de por que ele teria feito isso.


Capítulo Três

Sete anos atrás.


Uma semana depois de Romii informar a Richard que ficaria em Boston para cuidar de sua

mãe, ela chegou a pensar que ele estava aceitando isso. Esteve quieto e distraído por alguns dias
e depois, numa noite de sexta-feira, foi até ela pedir desculpas. Ela se sentiu menos como uma
bruxa abandonada quando ele se desculpou por não entender o ponto de vista dela.
"Eu vou esperar você chegar lá antes de começar o nosso aplicativo. Eu vou começar

projetos menores em que tenho trabalhado, mas vou esperar por você."
"Claro que vai. Ou eu vou destruí-lo." Ela envolveu seus braços ao redor do pescoço de
Richard, e sentiu o calor reconfortante a que estava acostumada. Ela sabia que Richard era o
homem para ela desde que ele lhe deu uma margarida na primeira série. Antes de descobrir em
Richard um amigo no jardim de infância, Romii tinha estado isolada e não tinha amigos na escola.
Até que Richard a ajudou a sair da concha e a fez rir com suas palhaçadas. Ele a fez se sentir
especial naquela época, e ele a fazia se sentir especial agora.
"Você sabe o quanto você é importante para mim, não sabe?"
Ela assentiu, acariciando a parte de trás de sua cabeça. "Você sempre me fez sentir como se

não pudesse continuar sem mim."


Ele sorriu. "Talvez porque eu não possa."
Romii mordeu o lábio. "Você é perfeito. Espero que minha mãe esteja melhor em três ou
quatro meses, e então estarei bem ao seu lado."
"Aonde você pertence." Richard a puxou para o lado em seu colo, sabendo que a mãe dela
estava dormindo no quarto ao lado e que era fisicamente incapaz de sair. Sentiu-se terrível por
usá-la como garantia, mas seus dedos deslizaram pela cintura de Romii enquanto oferecia sua
boca para a garota que amava verdadeiramente.
Seu corpo subiu e endureceu sob seus quadris, e ele lembrou tardiamente por que veio vê-

la. Parando o beijo, ele deslizou os dedos em sua bochecha e se preparou para entregar a

notícia. "Eu me esqueci de te contar. Reservei meu voo para a Califórnia."


Romii sorriu e tirou seu cabelo castanho e espesso do rosto. "Sério?" Ela tentou soar casual e

não como se seu coração estivesse se partindo. Tudo estava ficando real muito rápido. "Quando
você vai embora?"
"Humm..." Richard recusou, acariciando seus braços nus e amando a visão dela contrastando
com a pele pálida dele. Podia sempre sentir seu desconforto, seus sentimentos, e ele sabia que não

importava o quão forte ela parecesse quando tomou a decisão de ficar com a mãe, ela estava
lutando com isso. "Amanhã à tarde."
O sorriso de Romii congelou, mas então ela caiu de encontro a ele, segurando seu pescoço
firmemente ao tocar os lábios em seu cabelo. Richard lentamente apertou suas costas, tensionado
com a forma como seu corpo tremia.
"Romii?"
Ela não disse nada, mas apertou-o com mais força. "Shhh. Preciso de você por um tempo."
Os braços dele se apertaram em torno da cintura estreita dela como faixas de aço e ela se
aconchegou nele, montando em suas coxas, o corpo pressionado a virilha e o volume em suas

calças. Ele sentiu o cheiro dela, respirando profundamente, e a sensação foi de que uma
eternidade havia se passado quando ela se afastou novamente.
Ela estava radiante. "Mal posso esperar para me juntar a você."
Ele sorriu e empurrou seu cabelo para trás. Estava subestimando-a. Ela era muito durona
para ficar emocional. Ela ia lidar com isso, e sairia mais forte.
"Vamos ser ótimos. Porque somos a melhor equipe que já existiu."
"Com certeza." Ela sorriu.
Ele acariciou seu braço, incapaz de se cansar dela, querendo gritar para o mundo que Romii
era dele, e que continuaria dele.
"Como foi com a Chicago Company, que estava tentando levar você ao escritório deles?"

Ela deu de ombros, presunçosa. "Eu disse a eles que não podia aceitar o emprego. Eles meio

que... aumentaram a oferta um bocado. No entanto, é um trabalho fantástico."


Ele riu, seu peito subindo com orgulho. "Eles viram seu trabalho. Sabem como você é

talentosa."
Ela sorriu humildemente, rindo. "Eu me sinto tão mal. É como se eu estivesse sendo muito
orgulhosa, rejeitando todas essas empresas. A maioria dos designers cortaria o braço para
trabalhar com eles."

"Isso não fazia parte do nosso plano. Não mesmo."


"Eu sei. Ainda me faz sentir mal." Ela riu.
"Isso deve fazer você se sentir bem. Você merece totalmente ser capaz de escolher e
rejeitar."
"Eu realmente espero que sim. Porque estou sempre recusando as ofertas desses gigantes da
tecnologia e sinto que o karma vai se apoderar de mim."
"Shhh. Não é assim que funciona. Não faz parte do nosso plano trabalhar para outras
pessoas. Eu vou ajeitar as coisas na Califórnia, você estará lá antes que perceba, e então saberá
por que estava recusando todas essas ofertas de trabalho fenomenais."

Ela respirou profundamente, passando os dedos pelo rosto dele, seus olhos se lançando
sobre seus ângulos acentuados, seus profundos olhos azuis que se tornavam quase cor de cobalto
quando ele estava excitado. Estavam escurecendo agora, e o calor fluía através dela em
resposta. Inclinando-se para a frente, ela pressionou os lábios ansiosamente sobre os dele.
Estavam quentes e suaves. Ela esperou que ele tomasse conta, com pressa e desejo, assim
como ele preferia, como se não pudesse tê-la o suficiente. Mas seus lábios se demoraram
lentamente sobre os dela, depois mudaram de posição. Acariciando o lábio inferior, sua boca se
abriu sob a dela e sua respiração engatou. Quando sua língua deslizou ao longo da abertura da
boca, ela gemeu, oferecendo a língua a ele.
"Droga." Seu suspiro era um assobio suave contra seus lábios. Sua língua mexia contra a

dela, tirando-a da boca. E ela parou. Ela parou de beijá-lo, parou de prender seus lábios entre os

seus, e se rendeu ao sabor delicioso da língua dele deslizando sobre a dela.


Os lábios dela se separaram ligeiramente e ele inclinou a cabeça, a língua aveludada e

deliciosa deslizando sobre a dela outra vez. Ela sentiu os lados de sua cintura arderem. Os dedos
dele estavam cravando em sua carne, as unhas curtas apertando sua pele. Ela se afastou e depois
se aproximou, ao mesmo tempo, recebendo sua paixão, à sua vontade. Ela também sabia que
aquilo era completamente diferente do modo como ele geralmente a beijava.

Rapidamente, ele aprofundou o beijo. As línguas se enroscaram quando ele cobriu sua boca,
saboreando e mordendo, os dedos passando pelos cabelos em sua nuca para mantê-la presa
maravilhosamente. Ela se soltou, entregando-se à pressa que o dominava, entregando-se ao
desespero de seu corpo em tê-la.
Ele a empurrou de volta para o assento do sofá e ela deitou para trás, cruzando as pernas
em torno da cintura dele, que ajeitou o corpo entre elas. Quando ele interrompeu o beijo, um
gemido de protesto saiu de sua boca.
Os ombros dele eram largos, com músculos duros e implacáveis, e ela deslizou as mãos sobre
eles lentamente, esperando enquanto os olhos nublavam.

"Sairei de manhã", disse ele suavemente.


Ela tentou não sofrer tanto. Tentou não sentir que uma parte dela estava sendo arrancada
do peito. Era uma agonia, e a parte de trás de suas pálpebras formigavam com lágrimas não
derramadas que ameaçavam entrar em erupção. E, claro, como Richard sempre sentia tudo sobre
ela, ele sabia. Ele viu, e se mexeu rapidamente.
"Amor, não." Seus lábios tocaram sua boca bruscamente. "Não. Eu voltarei para te ver se
você não conseguir chegar lá em breve. Você sabe que eu não posso ficar longe, Romii." Ele estava
beijando o lado de sua boca, sua bochecha, seu pescoço, com uma fome crua e fervorosa.
A calma a dominou. Ela se agarrou a ele enquanto as lágrimas escorregavam pelos cantos
de seus olhos, mas estava sorrindo quando o beijou de volta. "Eu te amo."

A boca de Richard pressionou o pescoço de Romii, e a cabeça dela caiu para trás quando

os dentes dele morderam sua carne, tão suavemente. Ele arrastou a boca úmida ao longo do
pescoço dela, a respiração quente contra sua pele, e ela estremeceu de desejo. Sua genitália

pulsava e queimava de excitação. Ela ergueu os quadris sugestivamente, dizendo a ele o quanto o
queria. Não podia esperar.
"Isso é tortura. Preciso de você dentro de mim."
Instantaneamente, ele apoiou a virilha contra o corpo dela, a saia subindo mais alto. Ela

gemeu enquanto o duro, o ingurgitado comprimento de seu membro encaixava-se nela,


empurrando contra sua vagina através das duas camadas de roupa. Estava úmida, com a calcinha
encharcada. Quando a mão deslizou por seu corpo para apertá-lo, as coxas relaxaram
descaradamente. Ele a tocou estremecendo e ela gritou.
"Não... shhh", ele repreendeu. Não precisava explicar o porquê. A mãe dela estava
dormindo no quarto, no fim do corredor.
Os dedos de Richard encontraram uma renda molhada, úmida, e um calor que exalava
daquele lugar. "Você está tão molhada para mim, sempre tão molhada para mim", ele sibilou sem
fôlego, o rosto cada vez mais sério com seus dedos deslizando para cima e entrando na sua

calcinha.
Romii gemeu e apertou os lábios para não gritar enquanto os dedos dele passavam pelo
buraco encharcado e localizavam seu clitóris.
"Richard..."
"Eu estou bem aqui", murmurou contra a bochecha dela. Com a parte superior do corpo
tenso por se apoiar, ele acariciou o ponto escorregadio e endurecido com a ponta do dedo. Ele
olhou as expressões em seu rosto, seus lábios entreabertos e seu peito subindo e descendo em
respirações ásperas quando ela entregou seu corpo à exploração dos dedos. Por impulso, ele
rapidamente mudou a direção do dedo e o mergulhou dentro de seu corpo profundamente. Ela
gemia baixo. Suas mandíbulas abriram-se, sua testa pressionada em sua têmpora.

"Estou dentro de você, querida. Consegue sentir?" Ele deslizou o dedo para frente e para

trás, e Romii estremeceu quando o corpo apertou seu dedo grosso e familiar. Ela sentiu os dedos
dele empurrarem os lábios de sua vagina quando mergulharam mais fundo. Ela sentiu o dedo girar

dentro dela, expandindo. Seus quadris se ergueram por vontade própria, e ela alcançou os
quadris dele para atraí-lo para dentro.
"Entre em mim. Agora."
Ele balançou a cabeça lentamente, enquanto a vagina apertava seu dedo, puxando-o mais

fundo. Ele mexeu o dedo para dentro e para fora dela. "Deixe-me brincar com você por um
tempo." Seus dedos deslizaram para fora e para cima, tomando a umidade abundante ao
circundar o clitóris com três dedos.
"Deus! Eu vou gozar..." Ela apertou o pulso dele, para controlar o movimento dos dedos, mas
ele era muito forte. Ele pegou seus lábios em sua boca, e os dedos esmagaram o clitóris, repetidas
vezes, em impulsos rítmicos.
"Sim, sim..." Ela cantou em um sussurro febril e mordeu o lábio inferior. Seus quadris se
ergueram, suas coxas se separaram mais e ela moveu os quadris em sincronia com o movimento
dos dedos dele.

"Amor." Os dedos dela cravaram nos ombros dele, apertando o tecido que cobria a pele. As
costas dela arquearam e ela gemeu, seu som vibrando com o torpor, a excitação. Tudo
desapareceu, com exceção do doce tormento em seu clitóris, em seu sexo, enquanto os dedos dele
esfregavam em círculos perfeitos.
"Amor... amor", ela sibilou novamente e antes que estivesse gemendo rouca, tremendo, sua
cabeça inclinou-se lateralmente à medida que as ondas de orgasmo corriam através dela.
Ele cobriu os lábios dela com os seus, chupando o lábio superior enquanto arrastava os
dedos molhados através da coxa de Romii. Ela estava quente por toda parte e o cheiro dela era
esmagador, fazendo suas bolas levantarem de excitação só pelo toque de seu membro.
"Eu vou sentir sua falta", ele sibilou contra os lábios ofegantes dela, que estavam separados

e cheios. Apertando o eixo contra a virilha dela, ele fez seu corpo estremecer em protesto pela

estimulação pós-orgasmo. "Vou sentir falta de seu rosto e de seu corpo." As mãos dele se
arrastaram pelos lados daquela cintura estreita, sobre os quadris cheios e redondos, e então

voltaram para os seios volumosos ainda cobertos pela camisa. "Eu vou sentir falta de tirar suas
roupas, e de como sua buceta me fode tão bem."
"Droga!" Ela arrancou a camisa e o botão superior se soltou, pousando na mesa de café e
saltando, antes de cair no tapete macio sem um som. Ele estava tão apressado quanto ela. As mãos

correram para dentro da blusa dela, acariciando suas costas, então deslizando para frente e
cobrindo o volume do sutiã.
Romii sentou-se quando as mãos grandes tomaram seus seios. Empurrando seu peito para
fazê-lo recuar rapidamente, ela finalmente aliviou aquele corpo largo e musculoso da camisa
branca. Ele estava bronzeado e dourado na luz suave da lâmpada em toda a sala. Ela fez uma
pausa, as mãos parando reverentemente sobre seu contorno, os olhos colados a seu torso.
"Você é lindo, Richard."
Ele segurou as mãos dela sobre seu peito, e as arrastou para baixo, sobre seu abdômen, até
o V afiado que conduzia a seu membro preso dentro de suas calças.

A garganta dela ficou seca enquanto ele a deixava saborear seu corpo, deleitando-
se. Quando olhou para ele, podia jurar que ele sentira sua insegurança, sua agitação em vê-lo
partir sem ela.
"Eu sou todo seu", ele disse automaticamente, fazendo as lágrimas brilharem em seus olhos
novamente. "E não se esqueça...", ele se inclinou para frente, soltando as mãos enquanto lentamente
se deslocava do sofá e deslizava ambas as mãos sob ela, arrancando-a do sofá e contra seu
peito.
"...você é toda minha." Ele apertou o corpo dela contra o dele para garantir que ela
entendesse o significado. A boca de Romii se abriu sobre a dele generosamente quando ele a
levou para o quarto, e fechou a porta com o calcanhar.

Os lençóis estavam frios debaixo dela quando ele a colocou na cama. Ela se ajoelhou, e os

dedos abriram habilmente o cinto e o zíper dele, puxando as calças para baixo. Ele recuou,
chutando as calças, e avistou seu membro ereto preso na cueca. Agarrando a mão dela, ele a

pressionou sobre o tecido elástico de sua boxer.


Sorrindo, Romii deslizou os dedos pela cintura dele e acariciou seu membro. Ela observou a
mandíbula dele se contrair quando os dedos encontraram a raiz aquecida. Ela não
esperou. Arrancou com vontade a cueca, liberando o pênis, e abruptamente se inclinou para

deslizar sua língua sobre a cabeça lisa e inchada.


Ele grunhiu, agarrando seus ombros, empurrando-a para trás, rindo quando ela riu e caiu de
volta na cama.
"Quer?" Ele sorriu.
"Sim, por favor." Ela respondeu com um brilho nos olhos, mordendo o lábio inferior quando
ele arrancou sua saia fora, e sua calcinha, e assistiu hipnotizado quando ela tirou a blusa.
Completamente nu, ele ficou de pé ao lado da cama. Ela se moveu para ele, seus seios
derramando para fora do sutiã branco de renda que os segurava. A cintura era minúscula sob
seus peitos cheios e voluptuosos. "Eu amo seu corpo." Ele puxou o sutiã para baixo rudemente e

liberou seus seios. Ela teve apenas um momento para ser surpreendida antes que ele agarrasse
sua cintura e curvasse a boca para seu mamilo.
"Ohh..." A cabeça dela caiu para trás, suas mãos deslizaram sobre os lençóis para se apoiar,
enquanto a boca dele se arrastava avidamente sobre seus seios. Ele não deixou um centímetro sem
ser beijado, os dentes mordendo sobre a carne cheia, marcando o corpo dela. Os lábios dele se
fecharam sobre o bico endurecido e, quando ele chupou, o peito dela irradiava uma resposta
natural e saciada à sensação.
"Não pare", ela gemeu, deslizando a mão pelo cabelo dele. Ela tinha visto aquele rosto
bonito sobre seus seios tantas vezes ao longo dos anos, mas nunca se cansara da visão. Ele
deveria estar lá. Ele era o único homem a vê-la nua, seu estado mais vulnerável. O único homem

que provara a boca, os seios e sua vagina. E não podia sonhar em ver qualquer outro ali.

"Amor..." Ele rastejou sobre ela, as mãos debaixo de suas costas enquanto desabotoava o
fecho do sutiã e puxava-o para longe. Suas pernas se entrelaçaram, e as mãos dele

perambularam sobre ela com amor.


Era peculiar. O momento era familiar, mas também parecia ser passageiro e
temporário. Logo, ele não seria capaz de tocá-la quando quisesse. Ele não seria capaz de sentir
seu perfume e provar sua boca todos os dias.

"Maldição... eu quero você..." Ele murmurou a centímetros de sua boca, esperando que ela
não compartilhasse a sensação de naufrágio do destino que se arrastou sobre ele, que ela não
estivesse sentindo a dor do inevitável estranhamento. Mesmo que fosse apenas por um tempo,
sabia que ia ser difícil. Ele já estava lutando, e não queria que sua forte e corajosa Romii sentisse o
mesmo. Ela já tinha o suficiente pra lidar. Então ele escondeu sua paranoia para poder saborear o
momento. Mas quando viu o rosto dela de novo, podia dizer que era inútil. Ela estava tendo os
mesmos pensamentos.
"Apenas deixe tudo ir, querida. Saboreie isso. Nós estaremos de volta aqui a qualquer
momento”, ele prometeu. Ela sorriu lentamente, e ele pode perceber que acreditava nele. Ela

acreditaria em qualquer coisa que ele dissesse. Sempre o fazia. "Eu também te amo", ele
respondeu a seu silêncio com um sorriso e tentou quebrar o gelo.
Romii se rendeu. Suas mãos caíram sobre as costas enquanto ele fervorosamente acariciava
seus seios. Empurrou-o e montou sua cintura, arrastando sua fenda encharcada e lisa sobre seu
membro.
"Uau!" Os olhos dele se fecharam e seus dedos apertaram a cintura dela em resposta. O
calor do corpo dela irradiava através de suas bolas, embora ele ainda não estivesse dentro
dela. Quando ela se inclinou para mergulhar a língua descaradamente em sua boca, ele ofereceu
a dele. Suas unhas arrastaram pelo corpo dela, fazendo-a se contrair acima dele. Quando ela se
moveu mais alto e balançou os seios sobre seu rosto, ele agarrou os dois juntos e deixou seus

dentes lamberem a carne novamente. Os mamilos estavam duros e inchados, redondos como

pequenas protuberâncias, e ele os trouxe sobre sua língua, e para trás, afogando-se no perfume
dela enquanto ela continuava a friccionar seu membro.

"Pare, ou eu vou, embaraçosamente, gozar bem aqui." Ele não podia controlar seu
ardor. Esta noite tudo estava fora de sintonia.
Romii engasgou em choque quando ele a empurrou e a atirou de costas novamente. Ela abriu
as pernas, sorrindo, sua expressão descontroladamente animalesca enquanto esperava que o eixo

dele mergulhasse dentro dela.


"Mexa-se." Richard rosnou e agarrou um travesseiro, empurrando-a para baixo da parte
inferior das costas, e Romii ergueu o corpo para ele.
"Me pegue, agora." Os olhos dela se arregalaram e ela deu uma guinada quando, em vez
de empurrar o seu pênis dentro dela, baixou sua boca para o sexo dela. Ela gritou alto e a carga
de prazer a atingiu. A boca dele molhou sua vagina, e os gemidos de dor e de prazer faziam-na
delirar.
"Richard..." Seus quadris empurraram o travesseiro debaixo dela. A língua dele deslizou
sobre sua fenda descaradamente, e ela não conseguia se segurar. Seus quadris se mexiam, sua

respiração escapando em suspiros curtos. As mãos dele agarraram suas coxas, e sem pensar, ela
deslizou os dedos pelos cabelos grossos cor de areia. Agarrando suavemente, ela segurou a
cabeça dele enquanto balançava seus quadris. A barba arranhou os lábios de seu sexo. A língua
brincou com o clitóris, lambeu tudo em volta e então mergulhou nela.
"Deus! Sim!" Um sorriso de delírio apareceu. Ela fechou os olhos, lamentando e gemendo,
gritando alto quando ele a tomava com seu gesto. Ele pulsava, queimava, e o quarto parecia vivo
com os grunhidos por entre as pernas dela, e os gritos febris quando ela sentiu que o orgasmo
estava chegando novamente.
Fortes gemidos escaparam de seu peito enquanto ela tremia. Seus quadris estremeceram
quando as ondas de prazer a percorriam implacavelmente.

Richard sentiu as coxas dela tremendo em suas mãos. Elas apertaram ambos os lados de sua

cabeça. Ele sentiu seu corpo inclinando para o lado quando as ondas de prazer a dominavam, e
brincou com sua vagina enquanto se contraía sob seus lábios.

Ela ainda estava tremendo por causa de seu orgasmo quando ele levantou e seus lábios
procuraram o mamilo novamente — ele nunca poderia obter o suficiente de seus seios. Gemendo
contra seu mamilo, sua língua circulando o pico endurecido, ele estendeu a mão para seu
pênis. Agarrando a raiz na palma da mão, ele empurrou a cabeça por entre os lábios macios e

úmidos de sua vagina, encontrando o buraco.


A cabeça entrou. Os braços de Romii envolveram os ombros dele, e ela se arqueou para
trás, levantando-se um pouco, sentindo o pênis grosso dentro dela.
Ele a esticou para entrar, e parou no meio do caminho, puxando para fora, e depois
arrastando um pouco mais. Ela gemeu. Ele era grande demais para ela. Sempre foi muito grande
para ela, e tinha que se esforçar para conseguir entrar dentro dela, mesmo que ela estivesse
encharcada.
A quarta vez que ele empurrou para dentro, seu corpo o recebeu. Suas coxas relaxaram e
ela fechou os olhos quando sentiu a cabeça do membro entrar fundo nela.

"Eu te amo, Richard...", ela sussurrou, sem fôlego, suas unhas cravando nas costas dele.
Ele abandonou seu mamilo, deixando-o escapar por entre os lábios como se nunca quisesse
deixar ir. Seus olhos prenderam-se aos dela. Os lindos olhos castanhos dela queimavam
brilhantes. Seus lábios estavam inchados, suas bochechas coradas por causa do orgasmo. Ele
colocou os braços sob seus ombros para não apoiar o peso em cima dela.
Seus olhos fixaram-se aos dela quando ele penetrou. Os dedos dela apertaram seus
quadris, e, em seguida, as unhas começaram a cravar em sua pele, puxando-o mais fundo. Com a
respiração irregular, ele saboreou a sensação molhada dentro dela. Ele saboreou a umidade
abundante que o deixava em pedaços.
"Eu te amo para caralho e isso me deixa louco."

Romii sorriu, mas foi interrompida quando ele bateu mais fundo e ela gritou. Mas ele não

parou. Seus impulsos eram muito rápidos.


"Amor... amor..." Os dedos apertaram o volume musculoso de sua bunda. Uma de suas mãos

deslizou para cima, segurando a parte inferior das costas. As costas dela arquearam em direção
a ele, oferecendo-lhe o seu corpo para que penetrasse ainda mais profundamente.
Ela encontrou seu ritmo, seus quadris movendo-se junto com sua pélvis. O som de suas bolas
batendo contra ela ressoou na sala. Tomado pela vontade de tê-la, ele afundou-a no colchão

macio, no travesseiro que estava embaixo, e o corpo dela se levantava a cada penetração.
"Deus!" Seu clitóris queimava repetidamente, e o simples pensamento de gozar mais uma vez
a fez derreter em um suor que era metade negação e metade tentação. "De novo não."
Ele resmungou sem fôlego, sua boca abaixando até a dela, beijando-a na ganância
desenfreada enquanto seu pênis continuava mergulhando dentro dela, desta vez em círculos,
tocando seu inchado clitóris com a própria raiz de seu membro. Suas bolas estavam
encharcadas. Sentia cada gota escorrendo para fora dela até seu pênis.
A língua dele entrou em sua boca, e ele afastou seu cabelo do rosto brevemente, antes de
agarrar seus ombros por baixo de seu corpo. Quando ele empurrou de novo, ela gritou contra

seus lábios, interrompendo o beijo. A cabeça de seu pênis bateu muito profundo. Então, ela estava
gemendo, com gotas de suor na testa e em seus lábios. Sua pele brilhava sob a iluminação suave e
seu corpo estremeceu fracamente, o som de soluços escapando de seu peito enquanto as batidas a
engoliam.
"Droga, Romii..." Richard assobiou. Seu interior apertou, engolindo todo o comprimento dele e
puxando-o mais profundo. Ele ficou tenso, seu corpo cedendo aos espasmos convulsionados dela, e
ficando chocado por gozar tão cedo. Ele puxou seu pênis para fora dela enquanto o sêmen
jorrava, e caía sobre ela. Seus corpos estavam úmidos de suor, aquecidos, e ele se virou para o
lado, arrastando-a com ele.
Capítulo Quatro

Richard tentou não fazer uma careta para o design de seu escritório. De primeira, ele

simplesmente não tinha gostado da aparência. Agora, ele odiava completamente. Parecia um
prelúdio para as catástrofes que estavam em seu caminho.
A mídia estava tendo um dia de pesquisa a respeito de sua vida pessoal e de sua
empresa. Não era o bastante que sua ex, que também era sua diretora financeira, estivesse sendo

extremamente irracional e pouco profissional sobre o término. Agora, o seu designer havia deixado
o país sem dizer uma palavra, e a mídia estavam especulando que a EagleTech era um local de
trabalho tóxico, no qual Richard não poderia manter seus empregados.
Ele recostou-se na cadeira que odiava e respirou fundo.
"Richard?"
Ele abriu os olhos, irritado. Marcus estava na porta com um tablet.
"Sua secretária diz que você não quer ser incomodado, mas eu gostaria de fazê-lo
reconsiderar isso. Precisamos de um designer para nosso aplicativo, isso se conseguirmos terminá-lo
até a data de lançamento que já foi anunciada. Caso contrário, estamos ferrados."

Richard fez uma careta. Marcus não era só seu gerente, mas também um amigo de
confiança, que poderia testar a paciência de Richard, às vezes.
"Claro." Ele fez um gesto com a mão. "Sinto muito pelo design incrivelmente brega do meu
escritório. A minha decoradora provavelmente estava bêbada quando decidiu que isso ia ficar
bonito."
"Você não tinha aprovado de antemão?", perguntou Marcus. Richard olhou para ele com
firmeza e Marcus entendeu o recado, deixando morrer o assunto. "Ok, então depois que
terminarmos de escolher os candidatos a designer para corrigir os erros no aplicativo, vou notificar
a equipe de RP do hotel para vir se encontrar com você."

"Claro", ele resmungou e tentou ignorar o sorriso maroto de Marcus.

Não era segredo que Marcus tentava controlar Richard toda vez que ele perdia o
rumo. Marcus sempre tentava segurar Richard quando ele queria enterrar a cabeça debaixo da

areia para se esconder de seus problemas. Esse era um daqueles dias — só que passou a ser
muito pior do que qualquer dia que eles tinham tido como a equipe antes.
"Então, entramos em contato com os headhunters e as empresas de recrutamento para nos
trazerem os melhores candidatos."

"Discretamente, eu espero", disse Richard, desinteressado.


"Absolutamente. Uma candidata que cada empresa coloca no topo da sua lista é Romii
Scarsdale. Ela é de Boston, e ela é sensacio..."
"O quê? Quem?" Os olhos de Richard arregalaram, e ele não se importou que Marcus quase
tivesse caído da cadeira.
"Romii Scarsdale. Você sabe, o nome dela já cruzou nossa mesa antes? Recentemente, ela
colaborou para o app do MIT? E o..."
Richard interrompeu-o novamente. "Eu sei. Eu sei de cada projeto maldito que ela tenha
trabalhado", disse ele miseravelmente.

Marcus fez uma careta. "Isso significa que você não quer considerá-la?"
Richard engoliu em seco e desviou os olhos. "Ela é a melhor nesse negócio, não é?" Ele
perguntou, quando a familiar dor de cabeça voltou. Ele a afastou com determinação. Romii não
tinha mais lugar em sua vida. Tinha sido um erro, um erro pelo qual ele tinha duramente pago, e
ele não queria cometer esse erro novamente.
Mas... e se minha vida dependesse disso? Ele se perguntou. Não a minha vida, mas meu traseiro,
toda a minha carreira.
Richard esfregou sua testa. "Eu sei que ela é incomparável em design de tecnologia e
interfaces. Ela é muito boa."
"Ótimo. Você está familiarizado com o trabalho dela. Podemos chamá-la. Eu espero

que possamos. Ela tem um preço alto, mas estamos pendurados por um fio aqui, então isso

realmente não importa neste momento. Devo marcar uma entrevista amanhã?"
Richard se engasgou com uma risada. "Não."

"Não...?" Marcus olhou para ele. "Tem certeza de que está tudo bem? Você está agindo muito
estranho, mesmo para você."
"Muito engraçado, Marcus. Eu quis dizer que preciso de algum tempo para me preparar."
"Você precisa se preparar para entrevistar uma designer? Você precisa se preparar, sério?"

Ele olhou para Marcus para fazê-lo parar. Preparar, sim. Preparar-me mentalmente. Preparar-
me emocionalmente.
Ele iria encontrar Romii em vinte e quatro horas. Não tinha visto seu rosto em sete anos. Não
tinha ouvido sua voz em sete anos.
"Podemos garantir que ela vai ser capaz de solucionar os problemas do aplicativo, no tempo
que temos?" Richard perguntou para distrair a linha de pensamento que fazia seu coração
martelar.
"Estamos torcendo para isso, mas nunca poderemos ter certeza. Mas considerando a
quantidade de referências que ela está recebendo de todos os meus contatos, eu acho que a

margem de sucesso é grande."


Valeria a pena? Valeria a pena o constrangimento, o mal-estar, e as emoções indesejáveis se
ele concordasse em encontrá-la e ela corrigisse o erro?
Lembrou-se de como Romii era boa com qualquer coisa relacionada ao design. Em sete anos,
ela criou um caminho para si mesma, sozinha. Ele cerrou seus dentes em ressentimento.
Não importa. Isso não pode importar.
Ele era adulto. Tinha quase trinta anos de idade. Tinha visto e feito coisas nos últimos sete
anos que ela não teria aprovado também, mas eles não se importavam mais um com o outro. Ela
decidiu ficar sozinha, e seus rancores não importariam, desde que o aplicativo fosse lançado em
tempo — sem os bugs que seriam um desastre para a sua empresa.

"Então, o que você está sugerindo agora, Marcus?"

"Vou tentar marcar uma entrevista para amanhã à tarde. Vamos ver se ela se encaixa com
os nossos valores organizacionais."

"Oh, ela vai se encaixar." Richard zombou de si mesmo. Foi ela quem criou a ideia deste
negócio, muito antes de ele sequer existir.
Assim que Marcus saiu, Richard virou-se para pegar seu telefone. Sua mente gritava para
que ele desistisse dessa ideia maluca. O pânico infiltrou em seus ossos. Ele estava desenterrando o

passado que tinha sido agoniante na última vez. Não tinha certeza se estava pronto para lidar
com isso.
E se ele conseguisse evitar toda a catástrofe? E se simplesmente continuasse esperando não
encontrar com Romii em Boston, ou na empresa, ou em qualquer uma das conferências de
tecnologia onde ambos fossem obrigados a ir ao mesmo tempo?
"Foco. Foco no que é importante", sussurrou para si mesmo.
De repente, ele foi tomado por lembranças. Romii acenando para ele no aeroporto com um
sorriso, seus olhos com as pálpebras pesadas enquanto ela fingia que não estava com o coração
partido. Lembrou-se do quanto ele sentia falta dela, quantas vezes eles falaram ao telefone tarde

da noite, separados pela primeira vez desde que se tornaram amigos no jardim de
infância. Sentia-se como se uma parte dele tivesse sido arrancada.
E então ela o abandonou completamente. Ela desistiu dele e seguiu em frente. Ele se lembrou
de como ficara destruído. Nunca tinha realmente superado a forma como ela o deixou de repente
e silenciosamente, como se ele não significasse nada.
Ela é uma das melhores designers do país. Ele se assegurou. Você sabe disso. Você sabia disso
há séculos.
Ela era a única que poderia chamar para cuidar do aplicativo nesse momento sombrio,
corrigi-lo, e terminá-lo. Ele tinha poucas opções. Tinha que deixar o passado ir, e tudo iria dar
certo.

***
Na manhã seguinte, no entanto, Richard estava tendo um momento difícil recordando suas

conversas estimulantes e inspiradoras. Seu coração batia forte enquanto tomava banho.
O encontro com Romii tinha sido confirmado. Não tinha como ela não saber que a EagleTech
era dele. Não havia maneira de ela não saber com quem estaria se encontrando. Mas ainda assim,
ela concordou. Isso significava que ela estava sendo mais adulta sobre a situação do que ele

estava sendo no momento.


Pela primeira vez em sua vida, ele encontrou-se obcecado com o que vestir. Mas depois de
um tempo, percebeu o quão ridículo se sentia. Estava furioso consigo mesmo por dar a Romii
Scarsdale muito poder sobre ele, e rapidamente pegou um terno azul profundo do armário.
***
Às 10 horas, Richard teve que lidar com a crise no escritório, tendo pouco tempo para se
preocupar com a próxima entrevista.
Pelo menos, o novo hotel estava funcionando perfeitamente. Se apenas Richard pudesse
encontrar uma maneira de redecorar seu escritório da noite para o dia, ele se sentiria muito melhor

— a decoração de casa de campo rústica o estava desanimando completamente.


"Vou trazê-la em três minutos", Marcus disse na porta da sala executiva de Richard.
Richard balançou a cabeça, esperando. Ele olhou para a porta fechada, seus ombros e
pescoço tensos.
Algo não estava certo. Estava ansioso para vê-la. O sentimento era tão profundo e
intrínseco, não podia evitar. Empurrou a cadeira para trás, caminhando em direção à porta e a
abriu. Ele parou de caminhar perto da porta, lentamente, deslizando as mãos nos bolsos enquanto
seu coração ameaçava explodir em seu peito.
Romii estava no final do corredor, olhando diretamente para ele.
Ele controlou o desejo de caminhar em direção a ela quando seu coração pulou. Calor e

afeto traiçoeiramente atingiram todo o seu corpo, chocando-o em sua intensidade.

"Jesus", ele sussurrou baixinho. Ela tinha um sorriso suave no rosto, que era familiar, mas
também totalmente diferente. Era contido, profissional. Ao contrário de qualquer um dos sorrisos

que lhe tinha dado antes. O blazer azul ficava justo logo abaixo de seus seios fartos. Seu corpo
estava mais maduro, sua silhueta em forma de ampulheta mais impressionante do que ele poderia
ter imaginado. Sua saia azul era confortável, na altura do joelho, as pernas incrivelmente bem
torneadas. A pele brilhava com saúde, e um tom rosa manchava suas bochechas. Ele tinha certeza

que ela tinha ficado rosada pela mesma alegria que estava sentindo, ou assim ele secretamente
esperava que fosse.
Engolindo em seco, ele deu um passo para a frente, forçando-se a sorrir de volta
desapaixonadamente, mas só conseguindo apertar os maxilares ainda mais. E então ela estava
bem na frente dele.
"Olá, Richard."
A voz, exatamente a mesma da que ele se lembrava, saindo para fora de seus
pensamentos. Um lento sorriso se espalhou por seu rosto, e ele estendeu o braço para um aperto
de mão, quando ela se inclinou para a frente.

Ele rapidamente abriu os braços e eles se envolveram em torno dos ombros dela. Ela se
acomodou em seu peito, familiar, mas tão diferente. Foi breve, quase fraternal, e quando ela deu
um passo atrás, ficou claro que ele era o único que queria desviar o olhar.
Porra, essa mulher estava confiante. Ela não vacilou, e ele foi pego de surpresa, pasmo com
sua presença. "É bom vê-la", disse ele sem pensar.
"É muito bom estar aqui."
Richard ignorou Marcus apontando para ele e abriu a porta de seu escritório, pedindo-lhe
para ir na frente, e, em seguida, fechou a porta atrás deles.
Capítulo Cinco

"Como você tem estado?"


Romii não esperava que ele agisse tão familiarizado com ela. Ela tinha uma imagem

diferente dele em sua mente, na qual ele era uma celebridade, e namorou supermodelos e
cantoras country. Automaticamente, ela mudou para um modo mais profissional, já que não tinha
certeza se poderia lidar com qualquer coisa que não fosse destacada e impessoal.
"Eu estive bem. Vamos começar?"

Richard pareceu fazer uma pausa ao falhar em sua tentativa de conversa. Ela queria ir
direto para o trabalho, e nada mais. Ele entendeu a mensagem.
O coração dela batia descontroladamente, mas sabia que estava escondendo bem. Era uma
arte que ela aperfeiçoou anos atrás. Quando seus sonhos e seu mundo desabaram, aprendeu a ter
cartas na manga. Ela não daria a ninguém a oportunidade de confundir suas emoções com
fraqueza, quanto mais sua autoridade e talento.
O homem que uma vez sentiu suas emoções só de olhar para seu rosto agora parecia não
ver a tempestade dentro dela, e ela estava feliz por ter passado no teste final. Ela estava
vencendo a batalha.

Quando ele se sentou na cadeira de frente para ela, as sobrancelhas dela franziram. Ele
estava evitando encontrar seus olhos. O riso triunfante de satisfação borbulhou dentro
dela. Richard Letterman estava nervoso, e ele não sabia como esconder isso.
"Humm, então eu tenho certeza que Marcus te contou por que precisamos da sua ajuda. Eu
só preciso..." Ele limpou a garganta e Romii se divertiu ainda mais. "...dos seus pontos de vista sobre
a forma como você acha que pode nos ajudar... dentro do prazo, é claro."
"Bem, eu não sei sobre os detalhes do projeto, ou quais são exatamente suas necessidades
para o aplicativo, mas é claro que eu ouvi a notícia. A mídia está espalhando tudo não só sobre o
seu rompimento recente, muito público..." Ela começou, animada. "...mas também sobre seu designer

voltando para a Ásia no meio do lançamento do seu aplicativo."

Richard encontrou seu olhar. Por que ela não estava perturbada, mas ele sim? Por que ele
era o único a ter problemas para formar uma frase coerente, enquanto ela estava estranhamente

equilibrada?
Ele não se lembrava de Romii sendo tão cruel, mas combinava com ela. Ele estava tendo uma
ereção sentado na frente dela, e estava feliz porque tinha a mesa para esconder sua humilhação.
Ele precisava de um minuto para lidar com esse detalhe inesperado. Desajeitadamente,

infantilmente, ele desejava que pudesse tomar um tempo apenas para respirar. Estava nervoso
sobre o encontro com Romii, a velha Romii, mas essa nova versão o estava fazendo perder a
cabeça. Não estava preparado para isso.
Ela era fenomenal. Não era surpresa que ela conseguira crescer em Boston. Não era
surpresa que ela te deu um pé na bunda como um idiota, assim que teve a chance, ele pensou
sadicamente.
"O que temos...", ele disse em uma voz mais forte, determinado a definir o equilíbrio
certo. Ele era o chefe aqui. E continuou: "...são algumas falhas que precisam ser corrigidas, mas é
imperativo que nós resolvamos rapidamente. Temos três semanas até a data de lançamento

anunciada, e não pretendemos estendê-la. Então, se você acha que pode fazer isso a tempo, nós
adoraríamos tê-la a bordo."
Nós. Sua organização. Ela percebeu o que ele estava tentando fazer.
"Ok." Ela se inclinou para a frente. "Primeiro, eu acho que você precisa ser honesto sobre a
quantidade de problemas que tem."
As sobrancelhas de Richard levantaram-se. "O quê?"
"Você me ouviu." Ela se inclinou para trás. "Temos que ser honestos um com o outro — isso é
para os dois lados, Richard. Você e eu sabemos que o seu aplicativo está em apuros, e precisa da
minha ajuda para corrigi-lo ou vai dar de cara com problemas esperando por você. Então, que tal
nós discutirmos detalhes sobre isso, em vez de tentar manter sua reputação na frente da única

pessoa que pode ajudá-lo?"

Richard fez uma pausa, surpreendido pela forma como ela falou. Sua frieza e seu fascínio
não deixavam de surpreendê-lo cada vez que ela abria a boca. O corpo inteiro ficou tenso em

resposta àquela mulher forte e inabalável na frente dele.


A mulher que usava sua camisa toda sexta-feira. Ele empurrou o pensamento para longe. Essa
Romii tinha ido embora. Mas ela está muito mais desejável.
"Ok, se isso te faz feliz..." Ele se inclinou para a frente, derrotado. "...nós estamos na

merda. O aplicativo está cheio de erros, e a razão pela qual o nosso designer fugiu do país é
porque ele é um merda e não consegue corrigi-los. Ele foi incompetente e eu cometi um erro ao
contratá-lo."
Richard começou a falar sobre cada pequeno detalhe que precisava de uma correção, e
logo se esqueceu de quão intimidante sua antiga paixão era enquanto ela absorvia intensamente
cada palavra.
Esta situação entre eles tinha que dar certo. Era questão de sobrevivência, e ele tinha que
ignorar a ereção pulsante torturando-o por baixo da mesa.
"Então bem. Agora você tem todos os detalhes. O que você diz? Temos três semanas até o

lançamento. Isso significa que você tem duas semanas para corrigi-lo."
De repente, Romii estava cheia de perguntas. Ela perguntou, e ele respondeu. Ela pegou o
celular e colocou em cima na mesa. "Você se importa se eu gravar isso?"
Ele deu de ombros e ela ligou o gravador de voz, começando a soltar várias questões
rápidas. Seus olhos estavam ao nível dos dela agora, e o movimento dos lábios dele a distraía com
frequência, mas ela estava animada com o aplicativo.
Era exatamente o tipo de coisa que ela queria fazer, mas era difícil deparar-se com algo
parecido. Era uma oportunidade única, um novo método de pagamento que iria revolucionar a
forma como as pessoas compravam. O barulho em torno do app era merecido, e trinta minutos mais
tarde, ela finalmente parou de fazer perguntas.

Respirando fundo, ela preparou sua mente para mais. Ela queria muito trabalhar no

aplicativo. Não se atreveu a mostrar seu entusiasmo, porque planejava negociar muito sobre seu
preço para salvar o traseiro de Richard. Mas também não estava prestes a deixar algum outro

designer tirar essa oportunidade dela.


Richard estava esperando, e depois de um minuto a vendo perdida em pensamentos,
perguntou. "Então, o que você acha?"
"Shhh. Espere." Ela levantou a mão, olhando para o topo da mesa enquanto sua mente

girava. Já estava mentalmente trabalhando nas falhas, imaginando cenários possíveis, avaliando
quanto tempo e esforço seriam necessários para tê-lo funcionando sem qualquer falha. Não era
apenas a reputação da EagleTech que estaria em jogo se ela assumisse este trabalho, era a dela
também. Mas Romii nunca tinha se esquivado de um desafio.
Ela era extremamente competitiva. Romii sabia que tinha o que era preciso para ter sucesso
no design de aplicativos, e seu histórico provava isso. Quando ficou em casa para cuidar de sua
mãe, ela sabia que estava fazendo um grande sacrifício. A indústria de tecnologia estava
receptiva, mas quando ela ficou grávida soube que tinha chegado a um ponto fraco
emocionalmente. Depois de um tempo, questionou se poderia voltar ao mercado de design.

Romii tinha passado por um verdadeiro desastre emocional, mas a gravidez — não
planejada e não desejada naquele momento — tinha conseguido fazê-la seguir ainda mais
forte. Ela lutou, e lutou, e nada iria deixá-la para baixo, e Romii estava orgulhosa de si mesma.
Como mãe solteira, com seu filho, ela conseguiu se tornar um dos principais nomes do design
de apps no país, e tinha feito isso sozinha. Ela não precisava de ninguém, nem mesmo de Richard
Letterman — que a abandonou quando ela mais precisava dele.
Uma sensação de enjoo subiu em sua garganta quando ela olhou para ele agora, rodeado
por suas conquistas. Ele ainda estava esperando pacientemente. Sabia o que fazer. É assim que ela
planejava. Em silêncio, sua mente trabalhando com plena capacidade, inundada com ideias e
conceitos. Aquilo não tinha mudado, pelo menos.

Romii se ressentia do fato de que ele a conhecia. Ela não queria que ele a conhecesse tanto

assim. Mas, mesmo quando tentou se convencer disso, estava cobiçando seus olhos azuis, a boca
fina, o queixo angular. Ele parecia mais severo desde que o vira pela última vez. Mais velho, sábio,

mais bem sucedido. A aura dele estava diferente. Ela não tinha certeza de que conhecia esse
cara, da mesma forma que ele não a reconhecia mais.
Era a primeira vez que tinha estado em Boston, desde que havia partido há sete anos. Não
havia dúvida de que este recém-solteiro CEO e fundador da EagleTech era a peça mais quente na

cidade. Quando ela descobriu sobre seu retorno durante a carona compartilhada para escola de
seu filho, prometeu simplesmente evitá-lo antes que ele fugisse novamente. Mas ela era muito
gananciosa para virar as costas para esse app só porque tinha uma história com o homem.
"Ok", ela disse, sinalizando que seu planejamento silencioso tinha acabado. "Você tem mais
perguntas para mim?"
Ele se encolheu. "Você foi a única a fazer a todas as perguntas."
"Sim. Você tem alguma para mim agora?"
Richard apertou os lábios. Ela estava jogando duro. "Entendo. Quando você pode começar?"
"Depende de em quanto tempo poderemos chegar a um acordo sobre a remuneração."

"Tudo certo. Cinquenta mil dólares."


Romii fez uma careta. "Você está brincando comigo?"
Richard inclinou-se e deu uma risadinha. "Romii, é um projeto de três semanas."
"Sim", ela zombou. "E isso também não só vai salvar milhões de dólares para a sua empresa,
mas também está pagando boa vontade. Você não pode colocar um preço nisso."
Richard ficou tenso quando ela calmamente se recostou na cadeira e juntou as mãos. "Você
sequer sabe se consegue corrigi-lo?"
"Oh, Richard, eu consigo corrigi-lo. A ironia é que você sabe melhor do que eu que posso
corrigi-lo."
Ela estava certa. Richard teria se zangado por dentro se, na verdade, não estivesse tão

orgulhoso dela.

"Tudo certo. Vamos dobrar isso. São três semanas, Romii. Será que estamos de acordo?"
"Trezentos mil dólares, além da metade dos lucros."

Richard riu alto. "Você não pode estar falando sério."


Romii de repente ficou preocupada que talvez o estivesse pressionando. Ela queria trabalhar
no aplicativo, tanto quanto ele queria, mas já havia dado o tiro, não podia recuar sem perder o
seu orgulho.

"Eu realmente não brinco com negócios."


Richard riu, reverente. Passando a mão pelo cabelo, seus olhos ficaram colados aos dela. Ela
não estava blefando. Sabia o seu valor. Ia conseguir o que queria, ou ele ia ter que entrevistar
outro designer que poderia ou não ser capaz de corrigir seus problemas no aplicativo. Além disso,
agora que pensava nisso, não confiaria em mais ninguém para fazê-lo.
"Você pode precisar ligar para seu departamento de RH para isso", ela brincou. "Eu não
acho que você possa negociar algo assim em seu próprio país."
"Romii, querida", disse causticamente, seu temperamento queimando enquanto ela o
provocava. "Eu não preciso de RH para lidar com você."

Romii deu de ombros. "Se você prefere acreditar nisso."


Ela podia ver que ele estava fervendo, porque estava certa. Ele não tinha certeza de como
lidar com ela. Seus olhos azuis brilhavam. O coração dela bateu forte e, por um momento, ela
perdeu o escudo protetor que tinha construído para proteger suas emoções.
Lembrou-se de outras vezes que seus olhos tinham mudado de cor assim. Quando ela tinha
treze anos, seus olhos tinham brilhado assim quando ele a beijou pela primeira vez. Quando ela
tinha quinze anos, e ele tirou sua virgindade, aqueles olhos estavam com o mesmo azul
profundo. Cada vez daquele dia em diante, quando ele fazia amor com ela, seus olhos tinham o
mesmo tom escuro de azul em chamas.
A última vez que fizeram amor para se despedir, seus olhos estavam incomodados, aflitos, e

no mesmo tom azul-cobalto. Ela se lembrou de como ele prometeu esperar por ela, como ele

sussurrou que a amava, como sua boca tinha chupado seu corpo com vontade. Como ele segurou
suas mãos para baixo na cama, prendendo-a enquanto a penetrava, como se fosse o dono dela.

O que ele realmente foi.


Quando ela ainda acreditava que ele era o único homem para ela — não, tinha certeza
disso. Estava errada, mas isso não mudava o fato de que o homem era fenomenal na cama.
No início, ela acreditou que fantasiava tanto sobre seu corpo porque não tinha ninguém para

comparar com ele. Sua experiência com sexo só tinha sido com Richard, e dois anos depois que ele
deixou Boston, atirou-se então para o lance de encontros.
Ela deixou sua colega de trabalho arranjar um encontro, e o homem era um advogado lindo
e charmoso, que a fez sorrir e tudo o mais. Após dois meses o encontrando, Romii dormiu com ele, e
a decepção tinha sido entorpecente. Ela terminou na mesma noite.
Depois disso, ela passou a conhecer vários homens, mas transou com apenas mais um. Nesse
ponto, Romii parou de tentar se convencer de que só fantasiava com Richard e seu corpo porque
não tinha qualquer referência. Mesmo quando conseguira alguém para comparar, ninguém era
bom o suficiente. Finalmente, ela concordou com o fato de que não importava com quem ela

estivesse, nunca seria possível competir com Richard na cama.


Seu corpo se agitou por dentro, enquanto ela se lembrava de como o tamanho dele a
deixava completamente aberta, como ele era capaz de fazê-la gozar várias vezes, a toda
hora. Lembrou-se da emoção de poder dizer o quanto amava o homem que fazia amor com
ela. Nunca tinha experimentado isso novamente depois de Richard, e silenciosamente se perguntou
se amaria assim uma última vez.
Ela desviou os olhos para respirar, e os fechou por um momento.
Não. Não pense nisso, Romii. Ela se advertiu, e então a voz tornou-se mais impaciente. Não
pense nisso!
Não adiantava. Quando olhou para ele novamente, ela sabia que não ia ser tão indiferente

a ele como inicialmente tinha pretendido. Ela havia superestimado sua força. Queria tanto

trabalhar no aplicativo, mas também desejava aquele homem.


Ela atirou-se da cadeira. "Podemos nos encontrar amanhã para discutir isso melhor."

"Não."
Romii pausou. "Não? Você prefere por em perigo a estreia de um dos maiores aplicativos da
década, de me pagar um pouco mais dos lucros que iriam acumular se eu o arrumasse?"
Richard se levantou, respirando fundo enquanto estava em sua frente. Ela teve que inclinar a

cabeça para trás para encontrar seu olhar. Seu rosto era suave e fresco, os anos tinham lhe feito
bem. Ela estava mais bonita do que jamais imaginou que fosse enquanto ele esteve desaparecido.
"Não, não temos tempo a perder. Nós não vamos discutir isso amanhã. Quando você pode
começar?"
Romii tentou esconder a euforia, e assentiu profissionalmente. "Assim que você me der o
contrato para eu assinar, sou toda sua."
Capítulo Seis

Richard duvidou da sanidade mental de sua decisão. Que droga.


Seu novo escritório, que estava um caos desde o primeiro dia, de repente ficou tão atraente

que ele poderia dormir lá. Ele chegou ao trabalho cedo, e logo encontrou Romii trabalhando no
novo escritório espaçoso, que tinha sido disponibilizado a ela. Foi originalmente concebido para a
diretoria financeira, mas Richard tinha pensado que era melhor entregá-lo à especialista em design
linda que se juntaria a ele pelas próximas três semanas.

Romii não ficava lá muitas vezes, no entanto. Ela gostava de sair para trabalhar no salão
movimentado, com cubículos espaçosos cheios de especialistas em software e gerentes. O escritório
tinha uma sensação diferente, desde que ela chegara. Tudo estava vibrante, mais divertido, e
Richard constantemente procurava a jovem baixinha e morena, que ele tinha medo de admitir que
era o amor de sua vida.
Três dias depois de ela começar a corrigir o design, ele olhava por cima de sua mesa
enquanto ela rebolava até o escritório e ficava de costas para ele. Então ela começou a falar, a
levantar pontos, questões que eram tão inteligentes, que a saudade tomou sua mente
novamente. Por um momento, ele pensou que, se respirasse, ela poderia desaparecer.

Seus longos cabelos emolduravam o rosto em ondas suaves. Seus olhos verdes brilhantes e
inteligentes. Enquanto ela falava apaixonadamente, ele ficava pensando em como ela era todas as
manhãs quando ele a esperava à sua porta, na caminhada para a escola.
Toda sexta-feira, ela usava uma camisa que era muito grande para ela, uma camisa que era
dele. Agora, enquanto fazia uma pausa em sua discussão apaixonada, ele a imaginou em outra de
suas camisas. Hoje. Suas pernas nuas. Seus quadris livres por baixo da camisa, enquanto passeava
pelo seu apartamento. Seu cabelo de preferência bagunçado, o rosto sem qualquer maquiagem.
"O quê?" Ele pulou internamente quando percebeu que a mulher com quem estava
fantasiando olhava para ele de forma estranha.

"Eu disse — se você parasse de me cobiçar assim — que eu apreciaria algumas respostas."

"Eu, bem..." Ele olhou para longe, cerrando os olhos, tentando ser racional, limpando a
mente. "O que você estava perguntando exatamente?"

Romii fez uma careta, e riso borbulhou dentro dela. Era prazer, alegria. Ela sabia que ele
estava achando difícil trabalhar ao lado dela depois de todos esses anos, e ela estava feliz,
porque estava delirando com as tentativas de afugentar o corpo dele de sua mente.
"Você não ouviu uma palavra do que eu disse?"

"Eu estava pensando no novo projeto de investimento que começou em Wyoming. Estamos
enfrentando alguns problemas lá." Ele desenhou uma respiração profunda, encontrando seu olhar
para que ela pudesse acreditar em sua mentira descarada. "Há um monte de problemas naquele
lugar, isso me distrai um pouco."
Romii fez uma pausa, sem expressão, os olhos lançando-se sobre o seu rosto. Então, ela riu
em voz alta. "Ok."
"O quê?"
Ela desejou que ele corasse. Isso a faria feliz. Mas ele estava acima disso. Manteve a
compostura, e ela deu de ombros, querendo falar sobre o trabalho para que pudesse parar de

pensar sobre o quão maravilhoso ele cheirava no primeiro dia, quando ela o abraçou. Quando seu
rosto se enterrou em seu peito largo, parecia o lugar mais forte e seguro no mundo, da mesma
forma que sempre pareceu.
"Nada." Ela pegou no celular e tocou a tela. "Eu gravo todas as nossas conversas oficiais
para que possa voltar a elas se precisar de qualquer referência."
Ele ouviu atentamente enquanto a voz dela ressoava através dos alto-falantes do iPhone. Ele
evitou olhar para ela até que finalmente conseguiu se concentrar em suas perguntas. Dando
respostas enérgicas para todas as perguntas registradas em seu telefone, ele lançou um olhar ao
seu perfil enquanto ela estava sentada com a cabeça inclinada para a frente, fervorosamente
fazendo anotações em um pequeno bloco de notas azul.

Sua mente vagou novamente. Se ao menos ele pudesse de alguma forma tê-la de volta em

sua vida, da forma como teve há um tempo não tão longo assim. Mais do que o sexo, ele perdera
sua parceira. Ela sempre estava lá para ele. Ela sempre sabia o que ele queria sem que ele

tivesse que dizer. Ela era sua alma gêmea e, de repente, ele foi amaldiçoado a passar a vida com
alguém que não era sua alma gêmea. Porque a sua alma gêmea era muito orgulhosa, muito fria e
muito cruel, e ela o deixou assim que surgiram alguns quilômetros entre eles.
Romii tomava notas, sentindo os olhos dele a fitarem, mas não se atrevia a olhar para

cima. Três dias, e ela já estava tentando evitar entrar em seu escritório. Satisfeita com as respostas
às suas perguntas, ela falou. "Ok, ótimo." Pegou o celular e o notebook, e se levantou. "Vou voltar
ao trabalho."
"Romii", Richard chamou enquanto ela se afastava. Quando ela se virou, ele fez uma
pausa. Não sabia o que dizer. Por que a chamara, afinal?
As sobrancelhas de Romii se levantaram impacientes. "Sim?"
"Humm..." Ele se levantou, ganhando tempo. "Você não gosta do escritório que lhe dei?" Ele
tocou em uma questão sensível de perguntar.
Ela encolheu os ombros. "É legal. Mas eu não gosto de trabalhar de forma isolada, e o

corredor é mais movimentado. Eu sou mais produtiva lá."


Ele sorriu. "Claro. Como é que eu me esqueci disso?"
Romii sorriu, encarando os ângulos agudos de seu maxilar, a força de seu nariz, e então
engoliu. "Você esqueceu um monte de coisas." Seu rosto caiu em resposta, e sua garganta fechou
em pânico com o que ela tinha acabado de falar.
"Não, eu não esqueci. Eu me lembro de tudo."
"Humm." Pare agora! O coração de Romii gritou. Ou sabia que poderia cair de joelhos em
agonia com o que ela tinha perdido. "Então é isso?"
"Você sabe que pode trabalhar aqui, se quiser."
Romii fez uma careta. "Com você? Aqui?"

"Sim. Nós trabalhávamos juntos o tempo todo. Além disso, você sabe com certeza que era

muito produtiva comigo ao redor."


Ela sorriu, o medo se estabeleceu em seu coração. Ela precisava falar algo, e rápido. "Vou

pensar sobre isso. Mas eu acho que é melhor nós não cairmos em velhos hábitos."
"É claro", disse ele vários momentos depois, mas ela já tinha saído, sua expressão dura.
Ele se odiava por ter passado daquele limite.
***

No dia seguinte, ele prometeu a si mesmo que não falaria qualquer coisa sobre o
passado. Estava contando os dias que tinha disponíveis para passar com ela, e ele queria que eles
estivessem livres de estresse.
Romii olhou por cima do espaço que tinha negociado com o gerente do escritório, e sorriu
para o homem que a contratou, seu chefe, seu ex-amante, seu ex-melhor amigo.
"Ei, você aí, chefe." Escolheu o termo mais adequado.
"Oi. Você está linda."
"Obrigado", disse ela lentamente. Casual. É um elogio casual, aleatório.
"Você quer almoçar comigo hoje?"

A cabeça de Romii virou e ela sorriu. "Você está me convidando para sair? Porque eu não
vou me envolver com meu chefe."
Ele riu, empurrando as mãos nos bolsos da calça, divertindo-se imensamente. "Marcus vai se
juntar a nós, se estiver tudo bem." Ele improvisou rapidamente para ter certeza que ela não
entendesse errado.
"Oh! Um almoço de trabalho."
"Sim, um almoço de trabalho."
"Soa como um plano." Ela queria desviar o olhar, mas não conseguiu. Ela estava
viciada. Tentou controlar a tentação enquanto segurava seu olhar, mas nada veio à mente. Uma
energia invisível fez seus olhos se agarrarem aos dele, e ela teve dificuldade para respirar

quando ele se elevou acima dela.

Seu peito largo, suas maçãs marcantes e masculinas... lembrou-se de arrastar suas unhas por
aqueles ombros enquanto as bolas roçavam entre as pernas. Ela claramente se lembrava de estar

ofegante contra aquele pomo de Adão enquanto o montava em seu quarto.


Suas orelhas estavam quentes e, tardiamente, ela percebeu que estava corando. Desviou o
olhar abruptamente, mas não havia nenhuma maneira de que ele não notasse. Este era o homem
que a tinha visto corar desde sempre.

Não era justo. Richard Letterman tinha uma vantagem injusta, e ela queria arrancá-la para
longe dele e se esconder. Já estava difícil o bastante.
"Então, te vejo lá."
Ela mordeu o lábio, balançando a cabeça, não arriscando tirar os olhos do laptop. Não
deixou de notar, no entanto, o fato de que ele parecia extremamente satisfeito consigo mesmo. Tolo.
Ela pensou em não ir ao almoço e arrumar uma desculpa. Qualquer desculpa. Não
importava se fosse plausível ou não. Mas era um almoço de trabalho, e Richard tinha deixado isso
muito claro. Romii não queria se preocupar. Ia dar certo, se ele acreditasse que ela era
perfeitamente indiferente se ele estivesse ou não ao seu redor. Para conseguir isso, ela estava

disposta a se esforçar — desde que sobrevivesse a essas três malditas semanas sem se fazer de
idiota.
***
Chegando ao café movimentado onde eles concordaram em se reunir, ela admitiu algo que
era imutável, não importava o quanto ela odiasse: Richard Letterman seria parte de sua vida, para
sempre. Eles estavam unidos por uma ligação muito mais forte do que meras memórias e de uma
infância passada brincando juntos. Não importava o quanto ela o evitasse, a união era
inquebrável. Ela teria que chegar a um nível de maturidade que fosse capaz de lidar com ele sem
cair aos pedaços emocionalmente, cada vez que pensasse nisso.
Ela resolveu manter a calma de agora em diante. Ela não ia permitir que ele a dominasse de

jeito nenhum.

Romii o viu na extremidade do café, ao lado da janela de vidro. Sorrindo enquanto acenava
brevemente, ela deslizou a cadeira em sua frente.

"Ei. Onde está o Marcus?"


"Marcus acabou de ligar. Ele não vai conseguir vir."
E assim, ele a dominara. "Você está brincando comigo", ela disse, sem rodeios.
Richard fez uma careta. "Você queria conhecê-lo?"

Ela queimava, em seu rosto bonito e perfeito. Estava furiosa encarando seus olhos azuis com
cílios tão espessos, que qualquer mulher sacrificaria qualquer coisa por eles.
"Eu não vou sair com você, Richard. Tudo o que você está tentando fazer aqui não vai
acontecer. Ponto."
"Ei, ei, ei." Ele ergueu as mãos em sinal de rendição, rindo enquanto olhava ao redor. "Eu
sabia que você ia entender mal a situação. Sério, eu teria cancelado a coisa toda se soubesse que
ele não viria, mas ele simplesmente ligou logo antes de eu te avistar."
"Isso é muito conveniente, não acha?"
"Também é muito verdadeiro", ele disparou de volta, sua fúria crescente.

Romii o encarou, seu peito subindo e descendo em respirações rápidas. "Seja o que for que
você esteja tentando fazer..."
"Eu não estou tentando nada!" Ele riu exasperadamente. "Eu só queria ser cordial, depois de
todas as coisas que tivemos, é estranho não ser capaz de falar com você sobre coisas aleatórias. E
não ser capaz de lhe perguntar como seu dia está indo, ou como sua mãe está. Isso era tudo parte
da minha vida, e agora estou de volta e parece errado não perguntar como a tia Ruby está. O
que você está tentando insinuar? Por que você quer fazer desse momento algo difícil para nós
dois? O que nós tivemos, Romii, foi maravilhoso."
"Foi mesmo? Foi maravilhoso?"
Ele recuou, sem palavras. "Não foi?"

Romii viu o choque e a dor nos olhos dele. O homem orgulhoso estava cambaleando. Ela

estava questionando a validade do que eles tiveram. Não podia olhar para ele um segundo a
mais, porque alguma coisa dentro dela a deixava agoniada por colocá-lo dessa forma.

"Eu não quero falar sobre isso."


Richard zombou, lembrando-se de como ela o abandonara assim que teve a chance. "Claro
que não quer."
Romii pegou sua bolsa e se levantou. "Acabei de me lembrar que eu tenho algo urgente

para discutir com o seu diretor de tecnologia. Vejo você no trabalho."


Richard queria explodir. Rugir. Gritar. Ele fora detonado de uma forma que não achava que
fosse possível. Queria impedi-la. Queria que as coisas fossem cordiais, e queria ser capaz de falar
com ela sem se sentir fingindo.
Romii estava dura, pedindo à sua mente traidora para que pensasse em qualquer coisa
menos em Richard Letterman, a quem ela abandonara sentado no café. Enquanto andava para
frente e para trás dentro do escritório, esse contrato já se transformava no maior arrependimento
de sua vida.
Capítulo Sete

Richard abriu a porta de trás do seu SUV e se virou para o som de saltos batendo em
direção a ele. O vestido vermelho, o mesmo que ela usava para o almoço marcado mais cedo

naquele dia, dançava na brisa. Os cabelos se agitaram em seu rosto, e ela tentou contê-los com
uma mão. As grandes pérolas brancas em suas orelhas estavam lindas contra sua pele reluzente.
"Posso falar com você?"
Ele não respondeu. Machucava que ela parecesse tão impecável no final de um dia de

trabalho. Não tinha como Romii Scarsdale estar solteira. Ela era a mulher mais inteligente e
interessante que ele já conhecera. Sua cintura era fina, os seios volumosos, seus grandes olhos
emoldurados por cílios grossos. Suas bochechas estavam coradas, da corrida, ou talvez porque
Deus fosse gentil com ela. Parecia uma miragem, e ele ainda estava ressentido por ela ter
desafiado o que eles tiveram uma vez, insinuando que não significava nada.
"É sobre o trabalho?" Ele respondeu friamente.
"Não, não é." Ela estava inquieta. Ele nunca tinha estado zangado com ela em todos os anos
que eram amigos e, em seguida, amantes. Hoje, porém, ele parecia perigosamente chateado. Ela
não se intimidou, mas ele estava maravilhoso e piorava ainda mais seu estado de

arrependimento. "Eu queria pedir desculpas."


As sobrancelhas se levantaram, ironicamente. "Mesmo?"
"Sim. Eu... humm... eu encontrei Marcus, que se desculpou por não conseguir ter ido ao
almoço. E, bem, eu fui muito rude, é claro, e exagerada."
Richard respirou profundamente. Não importava. Nada importava. Ele não esperava nenhum
mar de rosas, enquanto trabalhasse com ela.
"Quando te contratei, eu sabia que isso podia acontecer."
"Mas essa é a questão. Isso não tem que acontecer." O vento jogou os cabelos dela de forma
tentadora em seu rosto novamente. Ele estava hipnotizado, reprimindo a vontade de deslizar os

dedos em sua bochecha e alisar o cabelo para trás. O vento aumentou, e seu vestido esvoaçou

enquanto ela tentava segurá-lo com uma mão. "Nós somos adultos. O que aconteceu, aconteceu, e
está no passado."

"Acredite em mim, quando eu decidi voltar para Boston, eu não vim aqui para tornar as
coisas difíceis para você."
"Eu sei." Romii desviou o olhar. Oh! Mas as coisas se tornaram muito difíceis. Eu preciso que
você vá embora. Mas não podia dizer isso em voz alta. Desde a discussão no almoço, estava um

verdadeiro desastre emocional. "Eu só quero que sejamos cordiais. E o que aconteceu no passado
não pode se tornar esse bicho de sete cabeças."
Ela fez uma pausa, perdendo o equilíbrio pela forma como Richard estava observando
extasiado, seus olhos lançando-se sobre o rosto dela como se não pudesse vê-la o suficiente. O
homem a tinha amado. Ela não podia tirar seus sentimentos e nem os dela. Ela tinha que encontrar
uma maneira de lidar com isso. Dependia dela.
"Então, estávamos juntos." Ela chorou frustrada. "Então, nós estávamos apaixonados. Grande
coisa. Nós crescemos, mudamos. E daí? Nós conversamos sobre isso. Agora podemos seguir em
frente."

Mas Richard não queria seguir em frente. Ele queria ficar nesse momento para sempre: vê-la
como uma fantasia inatingível no vestido tão sedutor, e as pérolas em suas orelhas que a faziam
parecer delicada, jovem e fresca.
"Ótimo. Nós não somos mais crianças", ele finalmente respondeu.
"Exatamente", disse ela um pouco alto demais, tentando colocar alguma determinação em seu
tom, apesar de seu coração se rebelar contra a afirmação. "Então", ela forçou um sorriso, "o que
você disse?"
Richard apertou os dentes. Ela estava oferecendo uma trégua. Mesmo que quisesse envolvê-
la em seus braços, e esmagar o corpo dela em seu peito, e tocar suas costas nuas, e a apertar
enquanto ela gemia e gozava, ele aceitou a trégua. Isso daria tranquilidade a eles, um lugar

seguro.

Em um movimento ousado, Richard deslizou a mão pela nuca dela e a apertou, vendo o
choque momentâneo em seu rosto impecável quando ele inclinou a cabeça, e pressionou os lábios

contra sua testa.


A respiração dela prendeu em sua garganta. Não houve resistência em seu corpo. Ela
desejou se afastar, mas o momento era muito reconfortante. Seus lábios estavam quentes,
familiares, macios, e acariciavam sua pele. Ela se derreteu, os joelhos quase cedendo, enquanto

aceitava o toque, o consolo e a paz dele.


Quando ele se afastou, ela estava queimando. Suas coxas tremiam e se contraíam. Um calor
emanava por entre as pernas e descia em sua calcinha. Seus olhos baixaram para a boca dele,
mas ela foi rápida e voltou para seus olhos novamente. Ele sorriu para ela, e o momento durou
mais tempo do que deveria. O vento levou seus cabelos curtos para a testa. Ficaram ali, um homem
alto de pele branca e seu primeiro amor em vermelho diante dele. Mas a distância entre eles era
incompreensível, e grande, e incapaz de ser atravessada.
"É bom ver você de novo, de verdade."
Romii sorriu em resposta, tentando suprimir o desejo que fluía através dela, a vontade

grande de seu corpo. Não se atrevia a deslizar as mãos pelo peito, mesmo que estivesse morrendo
de vontade. Não se atrevia a se levantar nas pontas dos pés e beijá-lo, mesmo que estivesse
morrendo de vontade. Não se atrevia a ouvir seu coração batendo, e se afogar no som e no
sentimento.
"Posso te dar uma carona?"
E o momento foi quebrado. Ela se afastou, prendendo os cabelos atrás das orelhas. "Não,
obrigado. Eu tenho carro."
Ele assentiu. "Vejo você amanhã, então."
"Sim." Ela mordeu o lábio e o observou entrar no carro e partir. O sorriso forçado e falso no
rosto desapareceu abruptamente. Enquanto caminhava até o carro, ela não tinha certeza do que

tinha realmente conseguido deixando o assunto de lado, porque parecia que o monstro de sete

cabeças, até agora ignorado, tinha estado melhor assim.


Agora ele estava lá. Vivo. Pulsando.

Agora, tudo o que ela queria era voltar no tempo e lhe contar. Dizer tudo o que estava
acontecendo em sua vida, e ver como teriam sido as coisas se ele soubesse o seu segredo.
Capítulo Oito

Romii verificou seu rosto no espelho na parte de trás do elevador. As olheiras sob seus olhos
eram prova de uma noite sem dormir, sonhando e revivendo memórias de sua vida com

Richard. Ela estava determinada a ser cordial com ele, e nunca mais agir sob o impulso estúpido de
discutir qualquer coisa sobre seu passado.
O rosto dele foi o primeiro que ela viu quando entrou no escritório, e deu o melhor show de
indiferença.

"Bom dia, Richard. Como você está?" Parecia vazio e desajeitado, mas com sorte Richard não
veria a tempestade crescendo dentro dela.
"Ótimo, muito obrigado."
Ela sorriu educadamente e se voltou para seu escritório. Isso não era tão ruim...
Romii planejava trabalhar em completo isolamento no seu escritório a partir de agora. Se isso
significava que ela poderia evitar dar de cara com aquela terrível tentação, que estava causando
estragos em sua vida calma, estava pronta para assumir o desafio.
De canto do olho, Richard a viu fechar a porta do escritório. Alguns momentos depois, ela
fechou as cortinas, bloqueando sua visão completamente. Ele não sabia o que pensar, mas sabia

que havia alguma coisa acontecendo. Ela odiava trabalhar isolada, aquilo ele sabia bem, mas
odiava estar longe dela ainda mais. Havia se passado apenas alguns minutos e ele já estava
ansioso para ir lá falar com ela novamente. Sobre qualquer coisa, o tempo, sua vida, seu dia,
desde que a viu no vestido plissado verde impressionante que abraçava suas curvas.
Em vez disso, ele se jogou no trabalho, tentando esquecer o quão linda ela estava no dia
anterior, com o vestido vermelho esvoaçante. Ela se parecia mais com uma estrela de cinema
glamurosa do que com uma designer de software genial e, depois de um tempo, ele desistiu de
tentar reprimir seus pensamentos. Sua mente só podia se concentrar em pegar o corpo dela na
mesa do escritório.

Na hora do almoço, ele não conseguiu dominar mais a vontade. Richard caminhou direto

para o escritório dela, entrou sem bater e esperou que ela o notasse. Romii estava absorta em seu
trabalho, e levou vários segundos antes de perceber que ele estava lá. Quando ela o fez, deu um

salto.
"Eu não vi você aí."
"Desculpe incomodá-la. Como está indo?"
"Bem, até agora. Eu lidei com a falha na interface, e acabei de pedir a Marcus para marcar

uma reunião com dois dos bancos que temos parceria para os pagamentos."
Richard assentiu friamente. "Ótimo. Você precisa de alguma ajuda?"
"Bem, se você se juntasse a mim na reunião, seria ótimo. Você tem mais conhecimento sobre o
aplicativo, e você conhece os bancos."
"Certo. Sem problemas." Richard não disse que não tinha se encontrado com nenhum dos
bancos antes, mas seria um idiota se perdesse a oportunidade de passar algum tempo com
ela. Encorajado, ele pressionou. "Você quer almoçar comigo?"
Romii congelou. "Eu... não tenho certeza se tenho tempo."
"Ah, qual é? Você precisa comer. E devo dizer de antemão, seria apenas você e eu. E não,

não seria um encontro", brincou.


Romii riu e relaxou um pouco. Fazia anos desde que ela tinha comido com ele, e queria
aceitar o convite — apesar de parecer uma péssima ideia.
Ela fechou seu laptop e pegou sua bolsa. "Então o almoço é por minha conta."
Eles caminharam lado a lado para fora do escritório e para o mesmo lugar, do outro lado
da rua, como no dia anterior. Mas o clima era muito diferente desta vez. Claro, ainda era um
pouco estranho, mas ela já estava fazendo uma lista de tópicos em sua mente de coisas
apropriadas para se falar. Nada que pudesse desenterrar memórias antigas.
Eles falaram sobre o trabalho, e quando Richard perguntou sobre sua mãe, Romii endureceu
e respondeu rapidamente, trazendo a conversa de volta ao trabalho. Ela não queria escorregar, e

não queria que ele falasse sobre sua vida pessoal. Se isso acontecesse, era apenas uma questão

de tempo antes que ela estivesse em seus braços novamente. Depois de passar anos tentando
superá-lo, não estava disposta a jogar tudo fora e cair em sua armadilha novamente.

Richard, entretanto, não conseguia tirar os olhos dela, embora tentasse ser discreto. Ele notou
as olheiras sob os olhos dela que não estavam lá antes, mas se recusou a assumir que elas estavam
lá por causa dele.
Ele tinha passado a noite em claro pensando em uma maneira de chamá-la para sair

novamente.
Durante toda a noite ele ensaiou consigo mesmo, mas agora, com ela sentada em frente a
ele, seus seios modestamente envoltos em um vestido sexy, não conseguiu se lembrar porque ainda
achava que ia conseguir. Cada fibra de seu ser queria correr o risco, lutar por ela, enganá-la,
qualquer coisa para que ela o visse do jeito que costumava fazer.
Richard queria Romii de volta.
Quando ele estava prestes a deixar escapar qualquer besteira, algo estalou dentro
dele. Romii trabalharia para ele durante três semanas. Assim que esse tempo acabasse, ele iria à
casa dela. Iria seduzi-la, beijá-la, qualquer coisa que pudesse para mostrar a ela como se sentia.

Era perfeito. Dessa forma, eles não discutiriam no escritório, e ele teria uma chance melhor
de conquistá-la novamente.
Satisfeito com seu plano, ele mergulhou na conversa como não tinha feito nos momentos
anteriores, em que se sentira forçado. Ele fez piadas, contou histórias de seus dias de startup, e
Romii estava envolvida no papo. Ela estava claramente desesperada por detalhes de sua vida
depois que eles se separaram. E mesmo que mantivesse a compostura e estivesse se esforçando
para parecer casual, ele podia ver a fome em seus olhos. Ela estava desesperada para ser
preenchida com os detalhes de sua vida na Califórnia.
E ele estava disposto a lhe contar tudo.
***

Pelos próximos três dias, Richard pontualmente apareceu no escritório de Romii e a arrastou

para almoçar, e eles finalmente estavam se dando bem. Ele já não se incomodava de chamá-la
para sair, porque sabia que ia fazer isso assim que o contrato terminasse. Até lá, ele sutilmente a

lembraria de quão bons eles eram juntos, como uma equipe. Talvez ela até quisesse trabalhar para
ele permanentemente. Ela era a melhor no negócio, afinal, e podia facilmente levar EagleTech para
outro nível de sucesso.
Mas, no final da primeira semana, tudo estava começando a entrar em colapso. Ele

encontrou Romii na pequena cafeteria do escritório conversando com Marcus. Isso era ótimo, exceto
pelo fato de que Richard conhecia Marcus. Marcus era um velho amigo que Richard tinha
encontrado novamente quando ele começara nos negócios. Richard conhecia sua linguagem
corporal, seu sorriso, a forma como ele se inclinava um pouco demais perto de Romii quando
falava, tudo queria dizer apenas uma coisa.
Marcus estava a fim de Romii.
Enfurecido mentalmente, Richard encontrou Marcus em seu escritório uma hora mais tarde, e
fechou a porta, puxando as cortinas.
"Você está bem?" Marcus perguntou lentamente, notando a rigidez na expressão de

Richard. Mas Richard não respondeu. Fechou as persianas e, em seguida, caminhou até a mesa
onde Marcus se sentou.
"Então, eu vejo que você encontrou um novo interesse dentro do escritório?"
As sobrancelhas de Marcus se levantaram com desdém, e Richard observou com desprezo,
pela primeira vez, que o gênio mexicano de pele escura não era feio. Seu ciúme queimava demais
e ele apertou a mandíbula.
"Você quer dizer Romii?", disse Marcus com um sorriso. Richard levantou uma sobrancelha,
desafiando-o a dizer mais. "Ela é muito legal, e é inteligente, e ela é definitivamente gostosa."
Richard bateu a palma da mão contra uma pilha de arquivos empilhados ordenadamente ao
lado da sua mesa. Saiu voando papel em todas as direções.

Marcus ficou boquiaberto com Richard. "Você está louco! O que deu em você?"

Richard ferveu, inclinando-se mais perto. "Se você olhar pra ela novamente, e eu vir aquela
expressão de desejo doente em seu rosto, eu juro por Deus, você é um homem morto."

Marcus fez uma pausa, as sobrancelhas franziram e, em seguida, começou a rir. "Richard,
pelo amor de Deus, quando você vai parar de sair com mulheres no trabalho? Isso nunca funciona
com você. Lembra como foi ótimo com a Sylvia?" Ele disse sarcasticamente.
"Eu não estou saindo com a Romii." Richard falou por entre os dentes, perguntando o quanto

era seguro contar. Ele não gostava de falar sobre Romii com ninguém. Foi por isso que, apesar de
Marcus ser o único verdadeiro amigo que Richard tinha, ele não sabia nada sobre Romii.
"Então, você quer sair com ela e você quer que eu fique longe?"
Richard zombou. "Será que você não me ouviu? Não me deixe pegá-lo olhando para ela
daquele jeito de novo."
"Por quê?"
"Porque..." Richard sussurrou e fechou os olhos, derrotado. "Ela está fora dos limites,
homem. Apenas não."
Mas Marcus estava claramente desfrutando o jogo. "Por quê? você não aprendeu a lição

com o desastre da Sylvia? Não é uma boa ideia misturar negócios com prazer."
Richard encarou Marcus e ele fez uma pausa momentânea, sentindo a tensão estalando no
ar.
"Romii não é apenas uma designer que passou a vir em nosso escritório porque todos na
empresa a recomendam", Richard começou. "Eu cresci com Romii. Eu a conheço desde o jardim de
infância. Nós crescemos juntos. E eu sei o tipo de cara que você é, e você pode brincar com
qualquer uma, mas não com ela." Ele apontou para o corredor fora do escritório.
"Então você está agindo como um irmão mais velho agora? Protegendo a honra dela?"
Richard gemeu, esfregando as têmporas, querendo dizer a Marcus, mas parando a si
mesmo. Oh, que merda! "Ela é minha."

A alegria de Marcus desapareceu. "Você está apaixonado por ela?"

"Desde que tinha cinco anos de idade", Richard cuspiu. "Apenas recue."
Marcus parecia que tinha visto um fantasma. Ele nunca tinha ouvido Richard mencionar a

palavra amor nos oito anos que tinham sido amigos, e estava surpreso.
"Alguma vez já a namorou?"
Richard engoliu. Não era fácil falar sobre isso, mesmo que Marcus estivesse sendo sensível
— o que era incomum para ele. "Sim. Até o momento em que fui para a Califórnia, ela e eu

estávamos juntos. Eu não vou te dar mais detalhes. Só sei que Romii não está disponível. Mesmo se
eu não estiver por perto, ou ela e eu nunca voltarmos a ficar juntos, ou mesmo se eu morrer..." Ele
fez uma pausa para olhar para seu amigo. "...você não pode tê-la."
Marcus assentiu. "É toda sua, cara."
Richard fechou a porta com um baque alto atrás dele.
Capítulo Nove

Romii estava sofrendo. Uma semana do contrato de três semanas e ela não podia lidar com
a maneira como Richard estava se comportando. Como se ela fosse uma amiga, uma velha

amiga. Ele estava lá para ela no trabalho, e sendo ele mesmo, e ela estava desmoronando. Não
tinha certeza se poderia continuar sem entrar em colapso com a pressão de estar tão perto dele.
Ela estava tão perto de deixar escapar algo que sabia que iria se arrepender para o resto
de sua vida. Sabia do que Richard era capaz. Ele tinha cortado todos os laços com ela. Ele não

tinha entendido suas lutas e suas batalhas. Ele não tinha estado lá quando ela mais precisava dele,
e não tinha certeza se o queria de volta. Se ele soubesse de sua vida pessoal, ela sabia que ele
iria irromper como uma tempestade, e arrancar tudo que ela trabalhou tão duro para construir.
Então, ela se recusou a almoçar com ele na segunda-feira, citando o trabalho, a pressão e o
fato de que tivera um grande café da manhã e não estava com fome. Seu estômago roncou em
protesto quando ela disse isso, mas ela se manteve firme, e Richard escondeu o descontentamento
debaixo de um sorriso charmoso e saiu.
Richard voltou para seu escritório, seu apetite ligeiramente morto, e decidiu continuar com
algumas tarefas que recebera. Ele tinha programado ir a uma festa de gala de arrecadação de

fundos na quinta à noite, e era um passo monumentalmente importante para interagir com os "mais
mais" da área de tecnologia de Boston.
Pensou sobre o fora no almoço e sabia que isso era um pouco estranho. Ele a viu entrando
no refeitório do escritório, e retornando dois minutos depois com um saco transparente com um
sanduíche dentro. Então, ela está me evitando agora.
Claramente, ela tivera uma quantidade suficiente de almoços com ele, e queria uma pausa.
"Você quer uma pausa, você pode fazer uma pausa." Ele não estava preocupado. Ela não ia
a lugar nenhum. Seriam apenas mais duas semanas até que ele tentasse puxá-la de volta para sua
vida, de qualquer forma.

Ele endureceu quando viu Marcus a poucos metros de Romii. Viu Romii olhar para ele, e

Marcus habilmente se afastar antes que ela falasse com ele, desaparecendo no estoque. Richard
sufocou uma risada. Aquilo foi um pouco exagerado, mas claramente Marcus entendeu a

mensagem.
Richard viu a luz piscando em seu telefone na mesa e apertou uma tecla, trazendo a voz da
secretária.
"Senhorita Margaret Cyrus ligou e deixou uma mensagem para você."

"Continue."
"Ela disse que tinha uma emergência familiar e que está partindo para Minnesota em uma
hora. Ela não será capaz de ir à festa de arrecadação de fundos na quinta à noite."
Richard lançou o botão do interfone e cruzou os braços sobre o peito, descansando o quadril
na borda da mesa. "Perfeito", ele sussurrou para si mesmo. "Simplesmente perfeito."
Ao mesmo tempo, seus olhos seguiram os movimentos de Romii no outro lado do corredor. Ela
nem sequer tentou esconder o fato de que ainda estava comendo, apesar de lhe dizer que não
estava com fome, como se quisesse que Richard soubesse que ela não se importava com os
sentimentos dele. Ela deliberadamente o afastara, e ele queria entender.

"Por mais duas semanas, Romii", disse ele em voz alta, com grande satisfação.
Mas, por enquanto, ele tinha uma festa para ir sem qualquer acompanhante.
Marcus entrou direto na sala e recuou com a expressão no rosto de Richard. Ele ergueu as
mãos assustado. "Juro por Deus, Richard. Virei para o outro lado, assim que a vi."
Os olhos de Richard se estreitaram. "Você não se virou para o outro lado, você desapareceu
no armário do zelador. Pedi para não dar em cima dela, não para iniciar uma série de comédia
Evitando Romii Scarsdale."
Marcus estava contente que Richard viu humor na situação. Ele riu e colocou dois potes de
macarrão do restaurante em sua mesa. "Eu vi Romii com um sanduíche na mão, então presumi que
você não tinha comido com ela."

"Sim." Richard abriu a caixa e tirou um garfo do saco plástico. "Ela disse que não estava com

fome."
"Oh, droga. E lá está ela, comendo bem na sua frente." Ele gargalhou.

"Eu sei."
Marcus parou de rir. "Então o que você pretende fazer agora? Você vai convidá-la de
novo?"
"Ela não quer sair comigo."

Marcus virou a cabeça, com uma expressão incrédula. "E você me proibiu sem nenhum
motivo? Isso é irracional e injusto."
"Cale a boca." Richard disse sem expressão e Marcus riu. "Ela vai ver a razão. Ela mal pode
esperar para me tocar."
"Mesmo? E você está assumindo isso com base na esmagadora vontade dela de estar com
você?"
"Eu a conheço. Às vezes melhor do que ela mesma se conhece. Ela está me evitando porque
ela me quer, e eu vou deixá-la fazer como quiser por mais duas semanas."
"E então você vai convidá-la?"

"Não." Richard deu uma garfada no macarrão enquanto ambos se levantavam, com os
quadris apoiados na mesa de Richard, olhando através do vidro para Romii, enquanto ela ria de
algo que o estagiário disse.
"Você não vai convidá-la depois?"
"Não. Eu vou para a casa dela, seduzi-la."
As sobrancelhas de Marcus arquearam. "Belo plano", ele começou, a voz cheia de sarcasmo,
"não há necessidade de ser respeitável sobre o assunto, apenas 'seduzi-la'. E eu sou o idiota com
as mulheres?"
"Eu sei que ela é teimosa, ok? Ela vai continuar me evitando se eu chamá-la para sair
comigo. Ela e eu já passamos disso. Eu já a vi brincando com Barbies. Ela é toda minha. Vou fazê-

la me beijar e, então, toda essa cena que ela está fazendo vai acabar."

Marcus assentiu, enfiando outra garfada na boca. "Você se importa que eu esteja olhando
para ela agora?"

"Não. Eu sei que suas intenções não são ruins agora. Além disso, você valoriza a sua vida."
Marcus riu. "Por que vocês terminaram então, se tudo foi tão forte entre vocês?"
Richard engoliu sua mordida. "Eu dei a ela um ultimato. Ir para a Califórnia, como ela
prometeu, ou terminaríamos."

"E ela terminou?"


"Sim. Ela nunca voltou para mim, então eu presumi que ela escolheu a última opção."
"Ai, isso é difícil."
"Humm." Romii saiu da linha de visão e Richard olhou para dentro da tigela descartável na
mão. "A propósito, eu não tenho nenhuma companhia para a festa."
"Sua vida está realmente virando, não é? Quem teria pensado que o Richard Letterman não
teria companhia? Eu acho que Boston traz má sorte para você. O que aconteceu com Margaret?"
"Margaret acabou de cancelar. Eu tenho que descobrir quem vai agora."
"Leve Romii."

"Eu não posso. Ela deixou claro que precisa de seu espaço, e eu vou lhe dar isso."
"Mas é para o trabalho."
"Não, não é para o trabalho." Richard virou-se e baixou a tigela de isopor em cima da
mesa. "Eu estou indo nessa festa porque é importante entrar no círculo de tecnologia daqui. E
Margaret conhecia todo mundo. Agora, eu provavelmente irei sozinho e vou parecer um idiota."
"Leve Romii. Vou convidá-la em seu nome, se quiser."
"Você perdeu a cabeça? Que tipo de perdedor você acha que eu sou?"
"Nossa, acalme-se. Eu estava apenas tentando ajudar."
"Eu não vou levá-la. Eu não vou perguntar a ela, nem você vai perguntar a ela por mim. Pior
ideia que já teve, aliás."

"Só estou tentando ajudar", disse Marcus com uma careta.

"Eu não quero que ela pense que estou carente na minha vida pessoal desastrosa. Eu posso
conseguir um encontro, se eu quiser um."

"Sim, você consegue. Mas você precisa de alguém que conheça os investidores e os gigantes
da tecnologia por aqui, e Romii..."
"Eu não vou levá-la, Marcus. Você a viu. A mulher está me evitando como uma praga. Você
quer que eu vá pedindo-lhe um braço para segurar em uma festa de arrecadação de fundos? De

jeito nenhum."
"Então encontre você mesmo alguém."
"Que tal Martha? A... humm..., a programadora que nós contratamos. Ela é daqui."
Marcus se encolheu. "Ela também é bem mais baixa do que você e ela não fala —
grita. Como você acha que ela vai apresentá-lo para as pessoas que conhece?"
"Não seja mau. Ela não grita."
"Ela não vai combinar, pelo amor de Deus. Ela vai parecer uma cortesã. Você vai parecer um
desesperado."
"Foda-se, Marcus. Você está me enchendo!" Richard resmungou quando seu amigo caminhou

de volta para fora da sala.


"Leve a Romii." Marcus sussurrou pela porta, e então se foi.
Capítulo Dez

Na tarde seguinte, Romii saiu ao meio-dia para ir a uma reunião de pais e mestres na escola
de Trevor. Ela estava presa no trânsito, no caminho de volta, quando seu alerta no Google mostrou

"Richard Letterman" em seu celular. Satisfazendo seu orgulho, ela abriu as notificações
ansiosamente.
Um artigo era sobre como o design de seu aplicativo estava com bugs e ele não seria
lançado. Ela sabia que era uma brincadeira, porque estava fazendo o projeto, e o aplicativo

definitivamente seria lançado. Outro artigo mencionava uma das espetaculares estruturas
arquitetônicas de sua empresa em Miami. A terceira e última notificação era sobre Richard
Letterman não ter uma companhia para uma das maiores festas de arrecadação de fundos em
Boston.
"Uau!" Ela não tinha certeza se isso era verdade, porque a página seis não era
confiável. Havia pouca informação na notícia, e repetia a mesma coisa uma e outra vez.
Depois de romper com a diretora Sylvia Carson, foi relatado que Richard Letterman está
extremamente deprimido e tendo uma vida difícil. "Ele ainda não está pronto para um novo
relacionamento, as feridas são muito recentes", diz um amigo próximo.

"Quanto lixo." Ela riu alto. "De onde eles tiram essas coisas?"
Ela não podia imaginar Richard tendo feridas, particularmente de desgosto. O coração do
homem era frio. Nada o penetrava. Depois de anos dizendo que a amava, ele saiu de sua vida e
seguiu em frente como se ela não significasse nada para ele. Tudo o que importava para ele era o
seu trabalho, e sua empresa preciosa, e o sucesso. Romii duvidava que um relacionamento de dois
anos com alguma piriguete loira poderia deixá-lo com feridas tão profundas que não pudesse sair
com mais ninguém.
Mas quando ela voltou ao trabalho meia hora mais tarde, não pode evitar sentir que não
era justo. Os repórteres locais eram duros com ele. Devia estar esgotado com todo aquele

drama. Ele nunca foi o tipo fútil ou exibido, e o fato de que sua vida estava constantemente

exposta nos jornais, como se fosse uma espécie de novela, devia ser difícil.
Romii quase deu um passo em direção a ele quando parou, lembrando a maneira como

recusou o almoço do dia anterior. Ela queria que ele soubesse que não estava interessada em sair
com ele fora do trabalho. Ela queria que ele se sentisse rejeitado e idiota por chamá-la para sair,
mas agora, tudo o que ela sentia era culpa.
Claramente, Richard estava passando por um mau bocado. Seus problemas com o aplicativo

estavam fora de controle, sua vida privada estava uma bagunça, e agora sua tentativa de se
integrar com o cenário tecnológico local fora comprometida antes mesmo de acontecer. Richard
definitivamente poderia conseguir com ela pegando leve com ele.
Mas quando ela olhou para o homem alto e bonito, que estava enfiando as mãos nos bolsos
da calça, parecendo um guerreiro selvagem na forma em que seus músculos inchavam debaixo de
seu terno fantasticamente ajustado, ela reavaliou a direção de seus pensamentos.
Richard Letterman não precisava de ninguém para salvá-lo. Ele era o cara, e dava conta do
recado.
Seu peito implodiu com medo, agonia e dor. Ela desviou os olhos, ofegante, olhando para o

chão enquanto vislumbrava um Richard de seis anos, sorrindo para ela toda sexta-feira, quando
ela usava sua camisa. Esse momento de criança permaneceria para sempre como a coisa mais
íntima que se lembrava dele, além de um pequeno garoto que ele a deixara.
A criança tão preciosa que não conseguia respirar sem ela. A criança que lembrou a ela
todos os dias do que tivera com seu pai quando eram mais jovens, menos cansados, e cheio de
planos e esperanças.
Endireitou a saia de seu vestido plissado, avistou-o junto ao cubículo do gerente
digital. Quando ele a viu, ela sorriu calorosamente.
Richard foi pego de surpresa por aquele sorriso genuíno. Pela primeira vez desde que a
contratou, o sorriso alcançou seus olhos. Foi a primeira vez que ela parecia não estar escondendo

a si mesma e suas emoções, e não se defendendo de algo que ele não fizera.

Seus olhos se arrastaram sobre seu vestido cinza ardósia.


"Posso falar com você por um momento, em particular?"

O coração de Richard bateu contra as costelas e ele se castigou instantaneamente. Mesmo


enquanto caminhava para seu escritório ao lado dela, ele não podia deixar de criar mil cenários
diferentes sobre o que ela ia dizer.
Eu quero você de volta, Richard.

Senti sua falta. Eu não suporto estar perto de você e não te ter.
Senti sua falta. Podemos nos dar outra chance?
Mas quando a porta se fechou atrás deles, ele balançou a cabeça para limpar tudo isso. O
que havia de errado com ele? Ele estava agindo como um adolescente apaixonado, sem qualquer
sentido. Ele tinha que parar. Ele ia passar vergonha.
"Então, eu vou direto ao ponto."
"Parece ótimo." Ele fez sinal para ela se sentar em uma cadeira e descansou seu quadril
sobre a mesa, cruzando os braços sobre o peito.
"Ouvi dizer que você não tem companhia para a festa de arrecadação de fundos."

Richard queria rir. Mas ele manteve a calma, fingindo serenidade. Então seus lábios se
curvaram em ironia. "E?"
Romii corou, reavaliando se iria adiante com isso. Não era tarde demais para parar. Ela
poderia se poupar disso. O homem não precisava de ninguém, mas ela estava lhe oferecendo uma
companhia. Estrague tudo. Pergunte.
"E eu pensei que seria uma boa ideia se você e eu fôssemos juntos."
A cabeça de Richard inclinou-se para o lado e sua alegria desapareceu. "Você está me
convidando para sair?"
Romii revirou os olhos, rindo nervosamente. "Muito engraçado. Eu estou te salvando."
Ele sorriu. "Eu planejava ir sozinho. Não é exatamente um convite só para casais."

"Sim, mas o ponto principal disso é entrar em contato com as pessoas importantes na

indústria. Eu conheço essas pessoas. Se você quiser, a oferta está de pé."


Ela se levantou e ele ficou feliz por ela ter tomado a iniciativa. Ele sabia que ela se

importava. Isso é o que ele poderia dizer da situação. Ela se importava, e, tanto quanto ela tentou
esconder, não podia suportar vê-lo em apuros. Poderia ser uma ilusão, mas ele estava praticamente
contando com isso.
Ela estava quase na porta quando ele a deteve. "Ei, Romii."

Ela se virou, seu cabelo ondulado caindo sobre as costas, enquanto ela ergueu as
sobrancelhas.
Mas o sorriso em seus lábios lhe disse que já sabia o que ia dizer.
"Já que você está insistindo muito, eu vou com você."
Mas ela já estava rindo e ele também. Ela saiu e acenou. "Eu te busco amanhã às seis."
***
Romii passou o resto do dia feliz. Sorrindo para todos, sentindo como se um peso tivesse sido
tirado de seus ombros. Mesmo que tivesse almoçado com ele muitas vezes durante a última semana,
Romii tinha sido cautelosa. Hoje foi diferente. Ela viu um vislumbre do velho Richard, sarcástico,

engraçado, fácil de lidar. E ela estava com saudade.


Sua mente estava girando em círculos na volta para casa, enquanto tentava nervosamente
pensar no que vestir para a festa. Seu guarda-roupa tinha muitos vestidos novos ainda com as
etiquetas, mas nenhum era espetacular o suficiente para ser digno de ser usado ao lado de
Richard.
Incapaz de se conter, ela estacionou na frente de sua loja favorita. Enquanto saía do carro
com a bolsa na mão, continuava dizendo a si mesma para não ficar tão irracionalmente
empolgada por sair com Richard. Mas ela percebeu que nada poderia parar a alegria que
estava correndo em suas veias.
Capítulo Onze

Richard se forçou a parar de procurar por Romii novamente. Desde que ela saíra, ele estava
constantemente à procura de uma visão dela.

Hoje, ele não poderia ser responsabilizado, porque a mulher que ele amava estava usando
o vestido branco mais sensacional que ele já tinha visto. Brilhava em contraste com sua pele
impecável. Por várias vezes, Richard teve que parar seus devaneios, e tentar se concentrar em
deixar seu corpo excitado em um estado aceitável para a festa de arrecadação de fundos.

Ele queria que ela já tivesse voltado, novamente ao seu lado. Desejou que ela agarrasse seu
braço novamente, e ele pudesse apertar seus dedos enquanto eles conversavam.
"O que há com você, sério?"
Richard apertou a mandíbula. "Marcus." Pelo tom de sua voz, Richard poderia dizer que
Marcus sabia. Marcus o conhecia muito bem, mantinha um olhar atento sobre ele em todos os
momentos, então não havia nada a esconder dele. "Do que você está falando?"
"Você." Marcus disse com um sorriso falso no rosto. "Você a está seguindo como um
cachorrinho."
Richard revirou os olhos. "Não estou."

"Controle-se." Marcus assobiou em meio a um sorriso congelado. "Você está sendo muito
óbvio. Você deveria estar triste com seu término."
Richard se assustou. "Você disse aos repórteres que eu estava triste?"
"Por favor. Quem acreditaria nisso? Eu simplesmente li da mesma forma que você. E
provavelmente ela também. Sabe quantos repórteres estão aqui? Eles podem capturar a sua
frustração sexual neste momento."
"Eu realmente pareço que a estou seguindo?"
"Não. Eu estou apenas te provocando. Mas você continua procurando em volta por ela,
completamente notável."

Richard balançou a cabeça. "Não é minha culpa. Você já olhou para ela hoje?"

"Impressionante. Absolutamente arrebatadora."


Richard congelou seu olhar para Marcus. "Nós já falamos sobre isso."

Marcus colocou as mãos para cima. "Você que me perguntou. Ela é toda sua. Ela está sendo
legal?"
"Muito." Richard endireitou sua jaqueta. "Ela é sensacional. Eu pensei que ela poderia tentar
desistir, mas está realmente conseguindo. Ela conhece todo mundo aqui, e eles falam com ela como

se fossem velhos amigos. Estou impressionado. Ela é incrível para socializar e fazer contatos, e é
tão boa para os negócios."
"Realmente. Ela está vindo, vou nessa."
Richard acenou para Marcus quando Romii chegou com um sorriso, os olhos brilhantes, sua
pequena mão no braço de outro homem. O peito de Richard ficou imóvel como se um balde de
água gelada tivesse sido derramado sobre ele. Esse ciúme frenético era loucura.
"Richard, eu gostaria que você conhecesse Gerard Cornwall. Ele dirige a empresa de
software onde eu comecei a trabalhar no meu aplicativo."
E Richard relaxou. Apenas um colega de trabalho. Apenas um colega de trabalho. Seu coração

se afundou de alívio. Ele não sabia nada sobre a vida pessoal de Romii. Até onde sabia, ela
poderia estar indo para casa com um cara diferente toda noite. Ele só sabia do fato de que ela
não era casada. Ela poderia, no entanto, ter um noivo. Poderia estar planejando usar o pagamento
contratual da EagleTech para fazer um casamento bonito, aquele em que ela usaria um vestido
branco deslumbrante enquanto outro homem a carregasse para longe. Dele. Para sempre.
Ele deslizou o braço em volta da cintura dela, possessivo e autoritário. Romii pausou
enquanto falava, virando a cabeça em direção a ele sem entender.
Suas bocas estavam a centímetros de distância, e seus olhos caíram para os lábios
dela. Levantando as sobrancelhas, ele a desafiou para que se afastasse. Ela não o fez, e todo o
seu corpo enrolou com a vontade de abraçar essa mulher ao seu lado, e marcar seu território.

Ela não se moveu. Ficou ao seu lado enquanto Richard negociava uma área geográfica que

sua empresa tinha ainda a explorar. Estava dando certo, e Richard já estava pensando em
oferecer a Romii uma posição permanente em sua empresa quando eles saíssem da festa. Ele não

ia deixar alguém tão experiente e influente em negócios como Romii ser arrebatada por seus
concorrentes. De jeito nenhum. E ele tinha a sensação de que ia mesmo precisar do RH para
negociar, como ela sugerira inicialmente. Ele sorriu, olhando para ela. Ela era sensacional, e ele
estava orgulhoso dela.

Quando não estavam socializando, estavam juntos e discutiam o aplicativo.


"Seus olhos se iluminam quando você discute o trabalho." Richard resistiu ao impulso de
acariciar o rosto dela com carinho. "Diz muito sobre como isso agrada emocionalmente a você."
"Eu amo o que faço. Eu não posso imaginar fazer outra coisa."
Seus olhos corajosamente percorreram os ângulos do rosto dela, a forma como o vestido
branco acentuava sua tez. "Branco é definitivamente a sua cor."
Romii sorriu enquanto tomava um gole de bebida. "Obrigado. Foi algo que eu tive por um
tempo e não sabia onde usá-lo."
Richard fez uma pausa. Havia algo sobre a maneira como ela disse isso, que a fez soar um

pouco desonesta. E ele reprimiu uma risada. "Foi esse?"


"Foi esse o quê?"
Ele estreitou os olhos. "O vestido. Você já o tinha há algum tempo?"
Romii ficou horrorizada, e corou. Tinha esquecido o quão bem ele a conhecia. "Sim. Quatro
semanas, para ser exata." Ela mentiu.
"Oh!" Ela realmente lembrava. "Quatro semanas, bem antes de eu chegar a Boston?"
"Sim. Você está certo. E sua matemática é boa." Ela mudou de assunto. "Desculpe-me, preciso
ir ao banheiro."
"Claro." Ele a viu fazer seu caminho no fluxo de pessoas, e levou sua bebida aos lábios.
Romii retocou sua maquiagem no espelho do banheiro e, em seguida, verificou

obsessivamente suas costas para ver se tinha deixado a etiqueta por acidente. Irritada, ela teve

que pedir para uma senhora olhar. Finalmente convencida de que Richard era apenas um bom
adivinhador, ela voltou. Instantaneamente, seu caminho foi bloqueado. Ela estava sendo parada por

colegas do aplicativo do MIT, no qual trabalhara recentemente. No momento em que fez seu
caminho de volta para Richard, ela suspirou de alívio, até ver o que ele estava fazendo.
A mulher com quem ele estava falando acariciava as lapelas de sua jaqueta. Romii congelou
e seu cérebro racional disse a ela para virar e ir embora. Mas se conteve, a raiva crescendo

dentro dela.
Esse era o problema. Ela se ressentia naquele momento. Tão feliz, lamentavelmente em
êxtase por receber um pouco da atenção de Richard Letterman. Ela não era melhor do que a
garota que estava lá. Romii não tinha lugar nos assuntos com os quais Richard estava preocupado.
Mas ela caminhou para frente, um sorriso nos lábios, uma parte dela querendo que a
situação fosse um mal-entendido.
"Romii", disse Richard, o que soou como alívio genuíno. Ele agarrou a pequena e pálida mão
na frente de sua jaqueta, arrastando-a polidamente para fora de seu corpo.
Romii assumiu que era por se sentir culpado com o flagrante, ou apenas desinteresse na

mulher.
"Romii, esta é Alicia Hammock. Ela está na cidade para a estreia de seu novo filme."
"Oh!" Romii reconheceu a menina, provavelmente na casa dos vinte anos, os seios apertados
em um impressionante vestido verde-esmeralda.
"Você é a nova diretora financeira da EagleTech?" Alicia cantarolou enquanto sua mão
voltava para o peito de Richard.
Romii encontrou os olhos de Richard, e ignorou quando ele fez uma cara de derrotado,
enquanto apertava mais uma vez a mão da mulher e a deslizava para fora de seu peito
suavemente.
Enquanto Alicia falava sobre seu filme e como conheceu Richard na África, quando estava

de férias com seu ex-namorado, Romii ficou extremamente agitada. Desculpou-se e pediu licença

na primeira pausa da conversa, e se obrigou a não olhar para Richard.


Os olhos de Richard encontraram os de Marcus, ao examinar a multidão por um sinal de

Romii. Marcus fez uma cara decepcionada, e riu, apontando para a esquerda dele e ajudando
Richard a encontrar o que ele estava procurando.
Romii estava falando com os criadores de um dos seus contratos passados, a quem Richard
tinha sido introduzido anteriormente, mas ela estava franzindo a testa enquanto falava. As linhas

profundas entre as sobrancelhas eram prova do quão absorta ela estava na conversa. Quando
seus olhos se levantaram e encontraram os dele, ela desviou o olhar de repente para evitar o
contato.
Sua cabeça se voltou para Alicia. Ela estava deslizando as mãos pelo peito dele, inclinando-
se para frente.
"O que você acha de sair daqui? Eu estou tão cansada." Ela sussurrou sem fôlego perto de
sua boca. "Eu gostaria de voltar para o meu quarto de hotel e tirar esse vestido."
"Alicia", ele empurrou as mãos fora delicadamente. "Se você quiser uma carona de volta
para o seu hotel, posso pedir ao meu motorista para levá-la."

"Você não vem?" Ela fez beicinho, de mau humor.


Richard teve vontade de adotá-la e então ensinar um pouco de auto-respeito. Ele recuou e
sua expressão se suavizou. "Nós não vamos a lugar algum juntos."
"Desculpe-me, você já terminou? Porque eu gostaria da minha companhia de volta."
Richard virou-se para a voz familiar que era suave, mas eriçada de raiva. Assim fez Alicia.
Romii estava lá como um anjo furioso, os olhos brilhantes, um sorriso fingido colado nos
lábios. Em seguida, ela propositadamente deslizou um braço atrás de Richard e, gentilmente,
puxou-o para longe de Alicia.
"Eu acho que você bebeu demais, Sra. Hammock, para não conseguir manter suas mãos fora
do homem de outra mulher."

A voz de Romii repercutiu e Alicia parecia envergonhada enquanto os convidados nas

proximidades olhavam em sua direção. Richard examinou os arredores, onde algumas pessoas
tinham ouvido a explosão de Romii. Ele poderia ter corado se seu corpo fosse capaz disso — ver

as duas o disputarem foi cômico.


Richard apertou a mão de Romii, confuso, mas aceitando. Quando Alicia abruptamente disse
adeus e se virou, Romii agarrou seu braço mais apertado e discretamente o levou em direção ao
corredor que seguia para fora do salão, em direção aos elevadores.

Assim que eles estavam fora da vista dos convidados, ela empurrou o braço dele. "O que há
de errado com você? Não consegue ficar uma noite sem colocar suas mãos em cada mulher que
vê? Parece que ainda está na escola." Romii reclamou.
"O quê?"
"Você me ouviu.", Ela sussurrou.
Richard ficou sem palavras. Seu belo rosto estava contorcendo-se de desgosto e fúria. Ela
estava sempre composta e calma, no controle de suas emoções e de sua vida. Ele cobiçava aquela
habilidade dela.
"Por que você está brigando aqui? Pelo que me lembro, você acabou de me chamar de seu

homem." Seu corpo se endureceu instantaneamente, assim que disse aquelas palavras.
Romii corou, mas se recusou a parar. Ela podia sair dessa. Não podia?
"Você está com ciúmes de Alicia?"
Ela riu friamente, sem alegria. "Isso é ridículo. Estou brava. Tecnicamente sou seu par esta
noite, e você sai e flerta com outra pessoa?"
"Eu não estou flertando com ninguém, Romii", disse ele calmamente. "Ela deu em cima de
mim."
"Sim, e ela não devia."
"Eu tentei impedi-la." Sua voz vibrou em uma confusão frustrada, sua resistência começou a
desmanchar, pedaço por pedaço. Ele levantou a mão e deslizou a parte de trás de seus dedos ao

longo de seu braço nu. Ela se afastou.

"Não me toque." Mas faltou determinação em sua voz. Ela baixou os olhos para o chão,
respirando com dificuldade, tentando tomar coragem para dizer alguma coisa.

Ele tirou a mão, mas quando ela ergueu os olhos para ele, eles estavam fechados. Ele viu,
tão claro quanto o vestido que ela usava. "Você me quer."
"Não, eu não quero", disse ela desapaixonadamente.
Richard deslizou ambas as mãos até os braços dela, respirando lentamente. Seus olhos se

fecharam e ela estremeceu, mas não o impediu novamente. As mãos dele deslizaram sobre os
ombros nus até seu pescoço, e seus dedos correram sua nuca antes apertá-la. Ela gemeu
suavemente, com os olhos fechados, o pescoço virando lentamente.
"Richard..."
Ele acariciou sua pele, o corpo endurecendo e suas bolas pulsando com o sangue correndo
pelo corpo. Ele se aproximou e cheirou o perfume dela.
"Você tem um cheiro tão familiar." Romii cerrou os olhos e ele segurou os lados de seu rosto,
inclinando-o para cima. "Romii, olhe para mim."
Romii não respondeu. Apenas se concentrou em respirar, porque estava com medo de que

esquecesse como. Ela estava perdida em um mar de prazer ameaçador.


Seus lábios estavam fechados, rosados e úmidos e ele percebeu como os cílios projetavam
sombras sobre suas maçãs do rosto salientes. "Romii, você pode olhar para mim, por favor?"
Ela balançou a cabeça, e ele não pode deixar de sorrir. Era isso. Depois de passar duas
semanas sendo torturado por ela, esperando que o contrato acabasse para que pudesse seduzi-la,
tinham chegado a isso. Ele não tinha que seduzi-la. Ela o queria o bastante para esquecer o
passado e lutar por ele.
"Você quer que eu pare, querida?" Seus polegares deslizaram por suas maçãs do rosto.
Ela assentiu com a cabeça, os olhos ainda fechados, não confiando em sua voz o suficiente
para dizer isso em voz alta.

Engolindo em seco, ele se aproximou, seus lábios muito próximos dela. "Tem certeza?" Ele

respirou em seus lábios e os olhos dela se abriram. Na fração de segundos em que seus olhos se
encontraram, o coração bateu forte. Romii se levantou nas pontas dos pés, seus lábios cobrindo os

dele no doce desejo.


Ele gemeu, enterrando os dedos em sua nuca, para os lados de sua cabeça, beijando com
ainda mais força. O beijo foi selvagem, explodindo no momento em que seus lábios se
encontraram.

Romii não conseguia entender os sentimentos que a percorriam. Queria sentir o gosto dele,
tudo dele, ali mesmo. Era tudo inconstante e temporário e ela se agarrou a ele. Suas mãos
deslizaram por peito dele, e ela agarrou a gola do casaco, os dedos apertando o tecido e seu
corpo contra o dele.
Seus seios cheios e volumosos estavam ainda mais tentadores do que antes, pressionados
contra o peito dele. Ele a puxou para mais perto, segurando um punhado de seus cabelos,
enquanto encontrava a pressa frenética de sua boca. Ele mordeu o lábio inferior e o sugou, e
quando ela gemeu e empurrou a parte inferior do corpo contra sua virilha, ele grunhiu e
mergulhou a língua em sua boca.

Romii ritmava com o movimento de seus lábios, dentes e língua. Estava tudo perfeitamente
sincronizado. Era exatamente do mesmo jeito que ela se lembrava. Selvagem, com fome e
insaciável. O tipo de beijo que acendia um fogo dentro de você. Ela não tinha algo assim em
anos. Ela nunca teve isso com ninguém, além de Richard. E, mesmo que seu coração e sua mente
gritassem, dizendo para parar, ela não podia parar. Seu corpo tinha vontade própria. Ele estava
ligado e queria Richard, e ela não podia controlar, presa em seu próprio corpo sem mente.
"Richard." Ela engasgou quando ele a empurrou para o lado, esmagando-a contra a parede
e, em seguida, empurrando seu corpo sobre o dela.
Ela deslizou as mãos debaixo da jaqueta e sobre os músculos rígidos do peito dele. Estava
quente debaixo daquela camisa branca engomada.

Ele interrompeu o beijo, sua boca percorreu a bochecha dela até a orelha, onde sua

respiração úmida a trazia para ele quase que instantaneamente.


"Eu estive fantasiando com isso desde o momento em que você entrou pela porta do meu

escritório."
O corpo de Romii aqueceu de forma diferente. Não era apenas o desejo apaixonado e
fervente que a consumia. Era outra coisa. Memórias, nostalgia, sentimentos. Queria agarrá-lo e
absorver sua força dentro dela. Ela mordeu a orelha dele, enquanto ele mordiscou seu ombro. E

quando ele puxou a alça de seu vestido, sua cabeça caiu para trás e ela cedeu às suas mãos.
A boca dele não parou. Tomou conta de cada polegada. Arrastou com força em sua pele,
mordiscando, mordendo, lambendo cada parte ardente. Sua mão deslizou para a parte inferior
das costas e a puxou para mais perto, e mais uma vez, o comprimento duro de seu membro tocou
seu umbigo e a fez ofegar e o agarrar. Seus dedos se enroscaram no paletó, enquanto ela
saboreava sua boca.
"Vem comigo..." Ele se soltou e deu um passo para trás, respirando com dificuldade, seus
olhos selvagens. Romii conhecia sua expressão. Ela puxou a alça do vestido de volta no lugar, e o
deixou guiá-la para fora do salão, até a recepção. Ele falou em um murmúrio abafado que era

urgente e autoritário, e recebeu um cartão de acesso dentro de segundos.


Romii tremia enquanto caminhava até o elevador com ele. Assim que a porta se abriu, ele a
puxou para dentro e junto ao seu corpo. Sua boca inclinou-se para a dela, o desejo o deixando
selvagem. As mãos ásperas dele deslizavam sobre seu corpo, seus quadris, os lados de sua cintura,
chegando aos seios. Ele acariciou as laterais dos seios suavemente, e ela gemeu, levantando nas
pontas dos pés, as pernas tremendo de desejo e vontade.
Ele a soltou abruptamente quando o elevador parou, passando a mão pelo cabelo, e
evitando olhar para ela quando duas mulheres de idade entraram. Elas olharam para Romii e, em
seguida, para Richard. Romii invejou Richard. Por ser tão equilibrado, parecendo completamente
controlado, apenas sua respiração ofegante dava sinal do que eles estavam fazendo antes de as

senhoras entrarem.

Por outro lado, ela estava tremendo, segurando os braços para suportar o próprio peso em
suas pernas. Suas coxas tremeram, e sua calcinha de renda frágil estava

completamente encharcada. Sentir as mãos de Richard em seu corpo novamente a deixou com
tesão. Richard pegou sua mão e a levou para fora do elevador no andar de cima, e Romii parou a
centímetros dele.
O que ela estava fazendo? O que ela fez? Por que ela não tinha qualquer autocontrole

quando esse homem estava perto? Ela não podia simplesmente pular de volta na cama com
ele. Mas seu corpo estava quente, com o calor das memórias, de lembrar como era o corpo dele, e
de como era bom quando ele a penetrava profundamente.
Richard se virou para deixá-la entrar, e a viu congelada no lugar, com os olhos
arregalados. "O que aconteceu?"
Romii sacudiu a cabeça. "Nós não devemos fazer isso, certo? Nós não devemos."
O coração de Richard bateu em pânico. Ele estendeu a mão e agarrou o queixo dela. "Você
quer que eu concorde com você sobre isso?"
Ela assentiu fervorosamente, desesperada.

Ele balançou sua cabeça. "Nós somos adultos, Romii. E você claramente também quer. Eu
quero você."
"Não."
Ele estava prestes a insistir, mas depois parou, balançando a cabeça. Soltou seu queixo, e
disse brevemente. "Ok."
Romii esperou por alguns segundos antes de perceber que ele estava esperando que ela
saísse. Ela se virou abruptamente e seus pés pararam. Ela não podia andar mais longe. Cerrando
os olhos e querendo que a vontade de partir sumisse tão rápido quanto seus pés podiam levá-la,
ela se viu voltando-se para ele e envolvendo os braços em volta de seu pescoço, os lábios o
beijando fervorosamente.

"Só desta vez." Ela murmurou em sua boca. E era como se nunca tivesse parado. Richard

abraçou-a, recuando para dentro do quarto e chutando a porta aberta. Romii nem sequer olhou
em volta. Ela iria para onde ele a levasse. Ele sempre assumia o controle quando estavam juntos —

quando as coisas eram mais fáceis e menos complicadas — e foi isso o que aconteceu.
Ela deixou seu corpo ser esmagado contra a parede. A mão dele deslizou pelo corpo dela e
depois para cima, levantando o vestido, acariciando suas coxas nuas. Ela gemeu e levantou a
perna um pouco e ele a empurrou para o lado, sua mão fechando-se sobre o ponto encharcado

entre as pernas.
"Droga, Romii..." Ele gemeu em seus lábios, antes de parar os beijos. "E você queria que eu
acreditasse que você não me quer mais?"
"Você é um idiota, se acreditou nisso." Ela engasgou e encontrou seu olhar, os dedos dele
brincando com o cós de seu fio dental antes de levar a mão para baixo da calcinha.
Sua cabeça caiu para trás, contra a parede. Richard gemeu quando sentiu seus fluídos, e
agarrou a parte de trás da cabeça dela com a mão livre, acariciando-a carinhosamente, e inclinou
a cabeça tomando a boca de Romii em outro beijo intenso. Sua língua se enroscou com a dela,
deslizando sobre ele, enquanto seus dedos deslizaram através da fenda entre as pernas,

encontrando as partes inchadas.


"Você está ainda mais quente do que eu me lembrava..." Por trás dela, ele desceu o zíper do
vestido, que caiu no chão perto de seus tornozelos. Puxando-o para trás, ele se ajoelhou no chão.
Romii engasgou de surpresa, suas mãos descansando em seus ombros, sentindo-se nua. O
sutiã era sem alças, lutando para segurar o peso de seus seios. Quando ele olhou para seu corpo,
foi o momento mais erótico que já tinha visto. Suas mãos deslizaram sobre a barriga dela, na parte
da frente das coxas, antes que ele reverentemente deslizasse as mãos sobre sua bunda.
"Richard..." Ela parou quando seus dedos cravaram gentilmente em seus quadris, e seus olhos
inflamaram visivelmente, olhando para ela com tal agonia, que ela esqueceu onde estava. Ela se
inclinou e beijou o canto de sua boca, mas ele virou o rosto, e pressionou a boca para as coxas.

Romii gemeu, fechando os olhos enquanto deixou a cabeça rolar na parede. A boca dele

traçou um caminho quente pelas suas coxas e pela barriga, e as mãos apertaram seus seios, quase
ao mesmo tempo em que a boca chegou. Finalmente, Romii teve o suficiente.

Ela agarrou os lados de seu rosto e pegou os lábios em um beijo. Puxando-o para cima,
empurrando-o de volta com seu corpo.
Ele deixou, dando um passo para trás, segurando sua cintura para manter o equilíbrio
enquanto ela o levava para cama. Suas pernas tocaram a borda do colchão e ela o empurrou de

volta, montando em sua cintura instantaneamente.


"Pare de brincar comigo", ela resmungou. Seus seios, ainda em seu sutiã, quase caíram para
fora de forma tentadora e Richard aproveitou a visão se desdobrando em cima dele,
impotente. Ele olhou para o rosto dela, hipnotizado, enquanto ela se inclinou e pegou seu lábio
inferior entre os dentes.
A contenção de Richard estalou com um gemido de dor. Ele puxou a parte inferior do corpo
dela sob seu membro, que estava duro e preso em suas calças. Ela gemeu em protesto quando ele
a esmagou com sua virilha, e então ele a empurrou de costas, tirando a camisa em um puxão
rápido, e suas mãos alcançaram o zíper.

Romii sentou-se rapidamente e pegou sua boca novamente. Ela não podia ter o suficiente
dele. Não podia parar.
Ele interrompeu o beijo e saiu da cama, empurrando as calças para fora de seu corpo.
Sua boxer branca apertava as coxas musculosas. Seu pênis saltava na lateral. Romii alcançou
suas próprias costas com as mãos e, quando ele puxou sua boxer e a tirou, ela soltou o sutiã e
deixou os seios expostos.
"Jesus, Romii..." Agarrou seu tornozelo e a arrastou em direção a ele. Ela gritou em choque e
tentou manter o equilíbrio. Mas quando ela se inclinou para trás, Richard habilmente se inclinou
para tocar seu mamilo com a ponta do seu nariz. "Por que você vai para longe de mim?"
A mente de Romii cambaleou com as palavras. Claramente não foi o que tinha acontecido, e

sim o contrário. Mas então ele chupou duramente seu mamilo e o prazer disparou pelo sangue. Ela

gemeu e agarrou a parte de trás de sua cabeça, trazendo-o contra seus peitos. Ele pegou a carne
cheia em ambas as mãos e apertou, enquanto chupava o bico inchado. Seus dentes feriam seu

mamilo gentilmente. Ele lambeu e parou, e ela se viu de costas novamente.


Richard afundou ainda mais para baixo, segurando suas coxas e as separando, antes de
abaixar a boca para o lugar latejante entre as pernas dela.
Romii não esperava ser tomada tão rapidamente. Ela gritou enquanto a boca dele se fechou

sobre a vagina pulsante e quente. Seu interior queimava enquanto expandia e contraía de
excitação.
"Richard..." Ela engasgou enquanto a língua dele lambia, brincando com os lábios de sua
vagina e depois passando rapidamente por seu clitóris inchado. "Oh..." A euforia tomou conta muito
rapidamente, ao contrário de qualquer coisa que ela tinha sentido — desde que ele tinha ido. Ela
tentou se segurar. Ela tentou lutar contra as ondas que corriam sobre ela, mas estava
desesperada. Ele conhecia seu corpo muito bem. Ele sabia exatamente o que iria torturá-la.
Ela gemeu longo e baixo, e seu corpo estremeceu, seus quadris ondulando para escapar da
estimulação que ameaçava deixá-la louca.

"Você está exatamente do mesmo jeito que estava há sete anos..." Ele sussurrou de
brincadeira, cobrindo seu corpo com o dele e mordendo a curva de seu pescoço. Ela estava
ofegante, com a pele coberta de suor, embora o quarto estivesse fresco.
"Eu não estou..." Ela se rebelou, mesmo sabendo que não era páreo para suas mãos e boca
hábeis.
Ele riu suavemente e se levantou mais, posicionando seu membro e o pressionando para
dentro da abertura dela.
Tudo parou. Ela sabia que nunca admitiria para ele, mas ela passou anos fantasiando sobre
esse momento sempre que ia para a cama. Toda noite, ela imaginava o rosto de Richard acima
dela, no controle e completamente cheio de desejo ao mesmo tempo. A excitação queimava em

seus olhos enquanto ele se lançava para seu corpo. A forma como os ombros estavam flexionados

e seus bíceps inchavam, e como ela os acariciava e sussurrava: "eu te amo".


Romii mordeu o lábio para evitar dizer melancolicamente as palavras para ele

novamente. Ela não podia se permitir ser tão frágil. Mas quando ele empurrou um pouco de seu
membro dentro dela, todo o medo desapareceu. Ela aceitou que isso não era coisa de uma vez,
como tinha se forçado a acreditar. Ela sabia que estava mentindo, pensando que poderia ficar
longe de Richard.

Richard era uma parte dela, e quando seu pênis a abriu, e o corpo esticou por dentro para
acomodar seu tamanho, ela passou os braços em volta dos ombros e se viu em ruínas no calor do
momento.
"Eu fantasiei com isso por tanto tempo."
Sua voz ressoou na sala, enviando arrepios para a espinha dele. Richard fez uma pausa
apenas momentaneamente. Suas bolas pressionaram o corpo dela encharcado, seu pênis
completamente dentro dela, e então ele se lançou com toda a força.
O grito febril de Romii era alto e inflamado. Ele gemeu o nome dela enquanto batia em seu
corpo, apoiando o peso sobre os cotovelos para não machucá-la. Os olhos dele encaravam seu

rosto enquanto ela se contorcia em deleite, seu belo rosto corado e selvagem. Suas mãos correram
sobre os ombros, como sempre fizeram. Ela se agarrou a seus bíceps, assim como ele se
lembrava. E quando ele começou a bater seus quadris dentro dela profundamente, sem pressa, ela
abriu os olhos.
"Richard... não de novo."
Richard sorriu conscientemente. Era algo que ele a ouviu falar muitas vezes antes. Ele
também sabia que ela não esperava que ele parasse agora. Seus seios balançavam cada vez que
ele empurrava dentro dela. Ele pressionou os lábios em seu ombro, arrastando beijos em sua pele
febril. Seus quadris bateram ainda mais fundo e Romii se agarrou a ele, gemendo em suspiros
indulgentes e familiares quando ele queimava seu clitóris com a própria raiz de seu membro.

Agarrada a ele, as pernas prenderam-se em torno de sua cintura, e ela se levantou para

recebê-lo ainda mais fundo. "Richard..." A euforia da satisfação a atingiu, e ela choramingou, suas
unhas cravando em suas costas.

Ele abafou os gemidos em sua boca. Seus quadris batiam furiosamente dentro dela, fazendo
com que seu corpo deslizasse na cama, como os anos de frustrações, desejo, remorso e de amor
explodindo entre eles.
Romii encontrou a batida ritmada, enquanto a língua combinava com o tempo, deslizando

contra a língua dele em um ritmo similar. Ela o beijou descontroladamente. Enquanto ele grunhia
ferozmente em sua boca, ela se agarrou a ele mais apertado, levantando os quadris para atender
a corrida quente de sêmen derramando dentro dela.
Seus corações bateram juntos enquanto ele empurrava duas, três vezes, o calor deixando
seu corpo preencher o dela. Ele parou o beijo e sua boca percorreu a curva do pescoço, sentindo
o cheiro dela. Romii sorriu, satisfeita e contente, com ele ainda dentro dela quando se virou para o
lado e a levou junto.
Tinha sido um longo tempo desde que ela havia ficado nessa situação — o rescaldo do
sexo. O que ela deveria fazer? Enrolar-se com o homem, como se nunca tivessem

terminado? Deitar-se sobre ele, como se não tivessem se amado loucamente antes, e depois se
separado?
Richard sentiu o corpo dela enrijecer ao lado dele e rapidamente colocou seu braço em
volta, segurando-a com firmeza. "Nem pense nisso. Você não vai a lugar nenhum."
Romii hesitou, mas, em seguida, olhou para ele no recanto de seu ombro. "Por quê?"
Ele deslizou as pontas dos dedos pela testa, as suas maçãs do rosto, e deixou o polegar
acariciar seu lábio inferior. "Porque você vai ficar aqui comigo esta noite."
Romii forçou um sorriso e seu coração gritou em protesto. Esta noite. "Claro."
"Não, não." Ele se agarrou a ela com mais força. "Não me entenda mal. Temos anos de
drama e de problemas para lidar, de qualquer forma. Não precisamos de mais problemas entre

nós."

"O que você quer dizer?"


"Fique comigo. Por um tempo. Hoje à noite nós ficaremos aqui nesta cama, e amanhã eu

quero você na minha própria cama, na minha casa."


"Para quê?", ela disse, brincando, e ele riu.
Curvando-se sobre ela novamente, ele agarrou os lados de sua cabeça e cobriu seus lábios
com os dele. Os movimentos eram leves, enquanto ele memorizava as curvas, e então baixou a

boca para seu peito. "Para eu me acostumar com esse seu corpo."
Os olhos de Romii fecharam quando ele agarrou as mãos, apertando-as ao lado do corpo
sobre a cama, a boca presa ao seu mamilo.
Debaixo dele, ela cedeu o corpo para as suas mãos, e admitiu — apenas um pouco
desanimada — que não tinha nenhuma restrição quando Richard estava ao seu lado.
Capítulo Doze

Segunda-feira sempre era um dia estressante para Richard. Nessa segunda-feira não foi
diferente. Mesmo que Romii estivesse conseguindo corrigir os problemas de design do aplicativo a

tempo, o departamento de marketing estava empacado com alguns aspectos do projeto. Então,
Richard convocou uma reunião e tomou a decisão indesejada de adiar o lançamento do
aplicativo. Como Romii havia argumentado, um aplicativo perfeito entregue com atraso era melhor
do que um imperfeito lançado a tempo.

Ele a viu conversando com Marcus e não sentiu nenhuma inveja. Sabia o segredo de
Romii. Ela tinha ficado louca por ele desde que o vira, assim como ele tinha ficado por ela. Ela o
queria como ele a queria.
Os dois haviam passado cada noite juntos desde a festa. Quatro noites passadas acordados
e ofegantes, seus corpos unidos enquanto ambos silenciosamente tentavam compensar os anos
perdidos.
Romii o pegou olhando para ela e sorriu. O queixo de Richard cerrou-se e seu coração
explodiu de emoção. Eu não vou deixar você ir, ele sussurrou em seu coração, e ela sorriu mais
largo, como se tivesse lido sua mente. Ele suprimiu o desejo de pegá-la nos braços, esmagar seu

pequeno corpo contra o dele, absorvê-la para ele, assim nunca teria de ficar longe dela
novamente.
Ele estava drogado. Ele estava viciado nela completamente. O que deu nele para deixá-la ir
tão facilmente durante todos esses anos? Ele basicamente a deixou terminar com ele, e não fez
nada para impedir. Não tinha lutado por ela.
E agora ele iria. Piscou para ela discretamente, e ela sorriu enquanto Marcus tomava um
gole da xícara de café e fingia que não estava vendo a exibição pública de afeição entre patrão
e funcionária.
Uma hora mais tarde, Richard chamou Romii para uma reunião com seu executivo de

marketing, para discutir alguns tópicos, e, logo depois, foi chamado para uma videoconferência

com seu escritório em Nova York.


"Sinto muito por ter que ir, caras", ele disse a todos. "Eu preciso disso."

"Está tudo bem se nós almoçarmos mais cedo, enquanto você faz a chamada?" Romii
perguntou em um tom que era totalmente profissional.
Ele adorava isso nela, sua capacidade de separar a vida profissional de seus
sentimentos. Ele desejou ser tão hábil.

"Claro, podem ir. Vai demorar um pouco."


Ela se virou para a porta assim que ele começou a se preparar para aprovar a
convocação. "Você quer que eu pegue alguma coisa para você?"
"Não, eu estou bem. Preciso resolver isso."
"Claro." Ela sorriu, e ele se sentou com o cursor em cima do botão de Aprovar a Chamada,
deixando o calor e a possessividade da expressão dela tomarem conta dele.
Mal podia esperar pelo lançamento do aplicativo. Ele nunca tinha se ressentido de qualquer
um de seus aplicativos. Eles sempre foram seus bebês, seus queridinhos, mas esse foi apenas
ficando no caminho. Ele queria levar Romii para descansar em algum lugar distante, fazê-la

acreditar que ela não podia viver sem ele também.


Quinze minutos depois, ele estava no meio de uma conversa detalhada descrevendo o
software que tinham desenvolvido para o Governo de Omã, quando o telefone tocou
estridentemente em seu escritório.
Sem parar seu discurso, ele olhou em volta e viu o culpado — o iPhone preto de Romii. Ele se
levantou da mesa, desligando o som e olhando para a tela. Trevor foi o nome que
apareceu. Richard desligou o telefone, continuando com sua reunião.
Mas quem quer que fosse Trevor, ele era extremamente impaciente para falar com
Romii. Richard rejeitou a chamada três vezes antes de fazer uma pausa na reunião. "Com
licença. Eu preciso de um minuto."

Ele precisava atender a chamada. Quem quer que fosse, era ou um homem muito impaciente

que queria falar com Romii, ou alguém chamando por alguma emergência. Em ambos os casos, ele
precisava atender a chamada por sua própria sanidade.

"Olá?"
"Posso falar com senhorita Scarsdale, por favor?"
"Ela saiu para almoçar. Quer deixar recado?" Ele disse, impaciente. Estava contente que esse
"Trevor" não era um homem a chamando de sua namorada, soava como uma senhora de meia-

idade.
"Sim, por favor. Diga a ela que Trevor tem passado mal desde cedo, e ele está ficando
perturbado e pedindo por sua mãe. Ela precisa pegá-lo o mais rapidamente possível."
Richard estava casualmente rolando o peso de papel entre os dedos e congelou.
Isso era um engano. Certamente, alguém ligara para o número errado.
"Você está aí?", perguntou a mulher.
"Sim, sim." Ele limpou a garganta. "Você está ligando mesmo para a senhorita Romii
Scarsdale?"
"Sim. Seu filho Trevor estuda na nossa escola. E nós apreciaríamos se você pudesse entregar

a mensagem para ela o mais rapidamente possível."


Richard desligou a chamada, e olhou para o peso de papel na outra mão. Depois do que
pareceu uma eternidade perdido em pensamentos, ele olhou para a tela de videoconferência.
"Desculpe, eu esqueci que você estava aqui. Podemos fazer isso amanhã? Surgiu uma
emergência." Ele não esperou por uma resposta, fechando a tela do laptop, e olhando para o
telefone de Romii.
Sua mente estava correndo com os pensamentos. Nada mais fazia sentido. Foi ridículo sequer
tentar entender o telefonema.
Ele olhou para a parede de vidro que separava o escritório do resto do local de
trabalho. Romii não voltaria pela próxima meia hora, pelo menos.

Seu filho, Trevor. Ele repetiu as palavras da mulher em sua cabeça. O filho de Romii,

Trevor. Ela tem um filho. Será que ela também tem um marido para acompanhar o filho?
Ele passou os dedos pelo cabelo. Disseram que Romii não era casada. Talvez ela tivesse um

parceiro. Talvez ela fosse divorciada. Talvez ela fosse mãe solteira. É por isso que ela tentou ficar
longe dele, quando tão obviamente queria ficar com ele? Será que ele convencera uma mulher
casada a trair seu marido?
Ele tinha sido cortado de todos os aspectos da sua vida por tanto tempo.

Mas ela teria mencionado. A urgência da situação o atingiu. Romii tinha um filho. E o filho
estava doente, e Romii precisava pegá-lo o mais rapidamente possível.
Ele se levantou da cadeira, guardou o celular de Romii no bolso, e correu para fora do
escritório. "Peça ao motorista para ficar pronto!" Ele virou-se para Marcus quando passou,
apertando o botão do elevador.
O elevador estava no porão, subindo lentamente. Richard cerrou os dentes e virou à
esquerda, correndo para baixo os quatro lances de escadas.
Ele viu o motorista abrir a porta de trás do seu SUV para ele, mas o pânico que escoava em
seus ossos era selvagem. Ele não conseguia se concentrar. Buzinas soaram em torno dele pela

forma imprudente que disparara. Ele precisava chegar a Romii e, em seguida, levá-la para a
escola de seu filho.
Chegou até a cafeteria e a viu. Ela sorriu para ele, antes de reparar na severidade em seu
rosto. "O que…"
"Vamos, Romii. Isso é uma emergência."
Os olhos de Romii procuraram seu rosto por uma resposta. "Está tudo bem?" Ela pegou sua
bolsa em cima da mesa e se levantou, enquanto ele a pegou pelo braço e ignorou as perguntas do
resto de sua equipe.
Levando Romii para fora do lugar, ele a conduziu direto para a porta traseira aberta do
SUV. "Entre."

Romii entrou, mas assim que a porta se fechou e ele se sentou ao seu lado, ela agarrou seu

braço. "O que está errado? Está tudo bem? Você está se sentindo bem?"
Richard se virou para ela, engolindo. Ele não tinha certeza se deveria estar irritado com o

segredo sobre seu filho, ou magoado com o fato de que ela pudesse ter um parceiro. Não lhe
incomodava que ela provavelmente estivesse traindo outro homem para ficar com ele. Ele poderia
racionalizar aquilo, de alguma forma doente, distorcida. Ela fora sua, desde sempre.
Ele puxou o iPhone de seu casaco e entregou a ela, limpando a garganta para tomar

coragem. "O telefone não parava de tocar, por isso, eu atendi."


Confusa com o tom de voz e a maneira como ele evitou seu olhar, Romii olhou para ele e
desbloqueou seu celular para verificar o registro de chamadas. Seu coração parou e os olhos o
fitaram.
Ele estava esperando por ela para entender. A expressão dela lhe mostrou que ele não
estava enganado. "Por que você não me contou?"
O peito de Romii contraiu-se em uma mistura perturbadora de medo e dor. Ela imaginou
Richard dizendo essas palavras milhões de vezes, tinha até mesmo sonhado com o momento, mas
nunca assim desse jeito. Mas ela tinha uma sensação de que Richard soubesse parte da história.

"O que eles queriam? A escola?"


"Eles disseram que ele é... Trevor, certo?" Ela balançou a cabeça lentamente. "Sim, ele está
doente e está perguntando por você."
"Ok..." Romii ficou boquiaberta com seu celular, seu coração batendo fora do peito,
certamente prestes a explodir. O silêncio se estendeu.
"Por que você não me contou?"
Romii respirou fundo para acalmar os nervos. "Que eu tenho um filho?"
"Sim. Que você tem um filho."
Ele estava falando tão suavemente, não entendera o segredo real. Mas enquanto se distraía
dando direções para o motorista, Romii sabia que ela estava amarrada a uma bomba-

relógio. Estava acontecendo. O que ela tinha temido por seis anos estava finalmente acontecendo,

e ela ainda não estava preparada para isso.


Capítulo Treze

Richard não podia perguntar a ela sobre o pai de seu filho. Ele ainda estava tentando se
recuperar do choque. O silêncio era torturante no carro, e a corrida parecia muito longa. Ela

olhava para fora da janela, pensativa, e ele foi ficando cada vez mais impaciente. Ela estava
saindo com alguém? Ela não estava saindo com alguém? Ele precisava saber, mas não conseguia
reunir a energia necessária para perguntar.
Dando uma respiração profunda, ele se virou para ela novamente. "Você está casada com o

pai do menino?"
Romii sorriu, finalmente encontrando seu olhar. "Não, eu não estou."
"Ufa." Ele suspirou, sorrindo timidamente de alívio. "É bom ouvir isso."
"É?" Ela resmungou e manteve o sorriso em seu rosto quando olhou para fora. Não era uma
pergunta, realmente. Ela estava um pouco agitada pela dor irônica que a questão tinha evocado.
"Você mora com o pai dele?"
Ela intencionalmente fez que não entendeu. Ela não estava pronta para ir a escola de
Trevor. Mesmo sabendo que Trevor estava seriamente doente para estar perguntando por ela,
Romii não estava pronta para Richard encontrar Trevor. Não assim.

"Não, não moro. O pai de Trevor e eu não estamos juntos", ela murmurou friamente e, de
repente, nada mais importava. Nem mesmo as últimas quatro noites passadas conversando, rindo e
fazendo amor.
Richard tinha partido. Ele partiu, e a abandonou, e, em seguida, teve a ousadia de lhe dar
um ultimato. O que ela estava fazendo sentada ao lado dele? Por que ela estava tão obcecada
por Richard? Por que não podia seguir em frente? Por que não podia se convencer de que a
relação estava perdida e que não tinha a capacidade emocional de passar por isso de novo?
Com o pânico infestando seus ossos, ela prendeu a respiração à medida que atravessavam
as portas gigantes que levavam ao estacionamento, vago naquele momento do dia. O carro parou

em frente à entrada da escola. Romii saiu rapidamente, desejando que Richard ficasse no

carro. Mas é claro que ele saiu e se encostou do lado do carro, esperando. Ela subiu os degraus,
as pernas tremendo, balançando os joelhos. Ela se sentiu como se tivesse sido pega roubando, e ela

nem fizera nada de errado.


Mas você fez, ela pensou.
Ela estava ofegante. Metade preocupada com Trevor, metade preocupada com o que iria
acontecer quando voltasse com Trevor. Levou três minutos para que a enfermeira da escola

entregasse seu filho a ela. Ela beijou seu rosto, alisando seu cabelo castanho claro encaracolado.
"Como está se sentindo, querido?"
"Eu estou melhor."
"Você quer que eu te carregue?" Instantaneamente, ela teve uma ideia — uma fantasia
ridícula de que Trevor adormecesse em seus braços para que pudesse enterrar o rosto em seu
pescoço e puxar seu capuz sobre seu cabelo castanho claro. Mas isso não iria acontecer, porque
Trevor, é claro, era um menino grande e queria andar. Rangendo os dentes em frustração, ela
pegou sua mão e saiu, à luz do sol brilhante.
Richard viu o garoto primeiro, depois Romii, e em seguida, os dois. Sua Romii teve um filho. O

menino era mais velho do que ele esperava. Richard estava tentando se acostumar com a imagem
do amor de sua vida segurando a mão do filho, uma parte dela, quando algo o atingiu.
O menino, com cerca de seis anos, tinha a pele clara, totalmente diferente de Romii. Seu
cabelo era castanho claro e enrolado, e, à medida que se aproximava, Richard gelou por
dentro. Grandes olhos azuis olharam para ele, a partir de um rosto que era estranhamente
familiar. O mundo girou, e tudo parou quando ouviu a voz de Romii ressoar em seus ouvidos, como
se estivesse muito longe.
"Este é meu filho, Trevor."
Mas Richard negou o que estava vendo. Ele estava negando o impensável com todas as
forças. A criança lembrou Richard de uma foto que tinha e que estava na parede da sala de sua

casa em Nova York. Era de si mesmo e de seu irmão, Kevin, quando estavam na escola primária. E

a expressão de Trevor era exatamente a mesma que aquela nos rostos das duas crianças.
Ele arregalou os olhos e se virou para Romii.
Capítulo Quatorze

Romii estava segurando a respiração. Tudo parecia estar se movendo em câmera lenta. Ela
viu Richard encostado no carro enorme, então o viu se endireitar para ver o filho dela e, em

seguida, o viu congelar quando chegaram perto. Agora, ele simplesmente olhava com um choque
indisfarçável, os olhos arregalados, os lábios entreabertos, o peito subindo e descendo enquanto
lentamente tirava as mãos dos bolsos da calça.
Ela não podia lidar com o momento. Não tinha se preparado para isso. Não sabia que ia

acontecer. Sua culpa estava visível em seu rosto. Ela queria um tempo para gritar o que estava
preso em seus pulmões.
"Jesus", ele sussurrou, enquanto seus olhos caíram para o rosto de Trevor novamente. Ele se
sentiu como se o chão estivesse cedendo, mas o menino estava olhando para ele, esfregando o
nariz com a manga do casaco. Richard estendeu a mão para ele. "Olá, Trevor. Eu sou Richard."
Romii fechou os olhos e depois os abriu. Imaginou que esse encontro seria bem emocional, e
até certo ponto era, mas ela esperava chorar incontrolavelmente quando Trevor conhecesse seu
pai. Em vez disso, ela estava mentalmente e emocionalmente esgotada.
Porque ela esperava que Richard reagisse de forma diferente na situação. Esperava que ele

não se sentisse tão surpreso. Esperava que ele aceitasse e seguisse em frente, indiferente à
existência de Trevor.
Talvez tivessem sido as quatro noites que passaram juntos o que mudou tudo. Tinha sido
diferente com ele desta vez. Suas emoções e as emoções dela estavam fortes. Ele parecia
absolutamente abalado com o encontro, e ela viu um músculo se mover de forma irregular em sua
mandíbula quando Trevor apertou, com sua mão minúscula, a mão grande de Richard, sacudindo-a.
"Você é amigo da mamãe?"
Richard congelou, com uma fúria diferente de tudo que ele já tinha experimentado, e
superou toda a confusão que havia sentido um momento atrás. A emoção era avassaladora. Romii

não conseguia encará-lo. Sua mente se rebelou contra a verdade óbvia de Trevor.

Richard tinha que ouvir Romii dizer. Ele não podia acreditar que ela fosse capaz de tamanha
traição. Ele se recusava a acreditar. Mas os grandes olhos azuis do menino eram exatamente como

os do irmão de Richard, e ele evitou olhar para eles quando todos se voltaram para a porta
aberta do carro. O menino deu um passo em direção ao carro e parou. O banco era muito alto, e
ele se virou para Richard, e depois na direção de Romii.
Romii deu um passo adiante. "Espere, eu vou..."

Richard virou seu olhar gélido para Romii, e ela o ignorou, mesmo enquanto seu coração
gritava para que não se sentisse culpada. Ela não tinha feito nada. Tinha conversado sobre isso
várias vezes consigo mesma, e se convencera de que manter Richard fora da vida de seu próprio
filho fazia todo o sentido. Foi racional e ela estava com a razão, e tomou a melhor decisão para
seu filho. Além disso, ela tinha feito a Richard um favor tremendo.
Querendo saber por que ainda não conseguia olhar para Richard quando ele estendeu a
mão para ajudar Trevor dentro do carro, ela deu três passos para trás. Engoliu o nó de culpa e de
remorso em sua garganta, que tinha surgido do nada, e Richard ajustou o cinto de segurança em
torno da criança. Era claramente uma tentativa desesperada, mas Richard fez o seu melhor, e

quando teve certeza de que Trevor estava seguro, fechou a porta do carro com um ruído surdo.
Ela ainda estava evitando seu olhar, dando um passo para o lado ao caminhar em volta do
carro. Ele manteve seu olho nela. As noites que passaram juntos surgiram diante dos olhos. Ela tinha
um filho e ele não sabia nada sobre isso — o que era chocante o suficiente. Mas agora, a criança
se parecia estranhamente com ele e com seu irmão, e Richard não tinha certeza se estava pronto
para racionalizar isso.
Ele nunca considerou ter filhos. Não sabia como lidar com uma pessoa que fosse sua carne e
sangue. Portanto, tudo o que Richard podia fazer era olhar para Romii enquanto ela entrava no
carro. Richard respirou fundo, observando o rostinho da criança no banco de trás pela
janela. Procurando em sua mente uma fuga da emoção que fazia suas mãos tremerem, ele sentou-

se no banco do passageiro ao lado do motorista.

Trevor choramingava no banco de trás, no caminho até a casa de Romii. Quando ela deu as
direções ao motorista, a curiosidade de Richard sobre o lugar onde ela morava, e como era sua

vida, cresceu em tumulto. Ele olhou para a casa dela quando o carro parou, um pouco surpreso.
Suspirando, ele saiu para abrir a porta de Trevor. Tirando o cinto de segurança sem uma
palavra, ele levantou o menino. Suas mãos tremiam ao ver como o garoto era pequenino. Richard
ficou horrorizado ao perceber que ele nunca tinha segurado uma criança. Qualquer criança. Ele

nunca tinha atado o cinto de segurança e carregado uma criança para dentro e para fora do
carro, e aquilo foi estranho. Estranhamente satisfatório, mas diferente.
Romii levou Trevor nos braços, finalmente conseguindo encará-lo brevemente. "Obrigada,
Richard."
Ele balançou a cabeça, com as mãos tremendo em êxtase, quando o menino olhou para ele
por cima do ombro da mãe. Ela carregava Trevor para dentro da mesma casa que ele tinha visto
durante toda a sua vida. Porque a casa ao lado era a que ele tinha crescido.
Nunca, em um milhão de anos, ele pensou que Romii ainda vivia na mesma casa. A corrida de
emoção fraquejou seus joelhos. Sua respiração ficou irregular. Seu peito estava comprimido pelas

memórias caindo sobre ele como cachoeira.


Passara anos longe desse lugar. Então, encontrou Romii por acaso. Então, encontrou Romii com
seu filho, também por acaso. Em seguida, o filho na verdade era dele. E agora, ele estava em pé
na mesma varanda onde andava de bicicleta com Romii, quando eles eram pequenos.
Quantos baques emocionais ele ainda teria que levar?
Richard virou-se e disse ao motorista para sair sem ele.
Então ele andou. Desceu a rua para a pequena escola onde ele e Romii estudaram quando
eram crianças. Sabia que estava torturando a si mesmo. Estava sendo sádico. Desenterrara
lembranças que tinha evitado até então. Tinha deliberadamente ficado longe desta parte da
cidade enquanto estava em Boston. Mas depois de uma hora, quando estava sentado na frente da

cafeteria onde pedira Romii em namoro há quase duas décadas, ele sabia o que estava tentando

alcançar.
Ele estava tentando suprimir a imagem de um rosto jovem com seus próprios olhos azuis. Ele

estava tentando não pensar sobre Trevor. Mas não havia como escapar. Tudo o que ele podia ver
em sua mente eram aqueles olhos espiando por cima do ombro de Romii, enquanto ela o
carregava.
Romii o tinha deixado, mas criou seu filho. Ele não podia entender o que tinha feito para

merecer isso.
Capítulo Quinze

"Eu não posso contar a ninguém mais sobre isso."


Durante os últimos quinze minutos, Marcus tinha se sentado calmamente na cadeira, com a

perna descansando no joelho, esfregando o queixo.


Richard esperou que Marcus dissesse alguma coisa. Mas quando ele não o fez, Richard
suspirou e se inclinou para frente, passando as mãos pelo cabelo.
"Então o que você quer que eu faça, exatamente?"

Richard endireitou. "Eu quero cada informação que você puder encontrar sobre Romii. Sobre
o filho. Sobre a sua família e o que ela tem feito. Contrate investigadores pessoais, mas pague em
dinheiro. Eu não quero isso chegue à mídia. Quero ser discreto."
"Você falou com Romii?"
"Ela não veio trabalhar hoje. Era pra ser sua última semana aqui, mas agora que nós já
estendemos a data de lançamento, ela provavelmente quer algum tempo para cuidar de Tr..." Ele
limpou a garganta. "...do filho dela."
"Por que você não consegue dizer o nome do menino?"
Richard levantou uma sobrancelha. "Você está tentando me irritar? Por que você acha que eu

não posso dizer o nome do garoto?"


"Porque você suspeita que ele é seu filho, eu acho."
"Não, eu não 'suspeito', eu sei que ele é meu filho." Richard ferveu. "Esse menino se parece
exatamente com o meu irmão, Kevin. Agora, a menos que meu irmão a tenha engravidado depois
que eu saí, não vejo como o menino pode não ser meu."
As sobrancelhas de Marcus uniram-se. "E se seu irmão estivesse saindo com ela e foi por isso
que ela terminou com você?"
"Cale a boca, Marcus. Se você acha que isso é engraçado..."
"Não, eu estou curioso. Por que não há uma possibilidade de ter sido seu irmão quem a

engravidou?"

"Jesus." Richard se levantou. "Meu irmão foi para a Austrália, dois anos antes de eu ir para
a Califórnia. Ele não vem a Boston desde então. Além disso, e o mais importante, meu irmão é gay."

"Oh! Então podemos desconsiderar a minha hipótese."


"Isso não era sequer uma possibilidade. Sua mente assustadora está tentando criar algo
dramático nisso."
Marcus levantou-se e zombou. "Eu não acho que essa situação precise da minha ajuda para

criar mais drama. Seu filho está quase na faculdade e Romii não contou sobre ele. Se eu fosse
você, eu daria um jeito nisso agora."
As palavras giraram na mente de Richard muito tempo depois que Marcus foi embora de
sua casa.
Dentro de vinte e quatro horas, Richard tinha uma cópia de tudo o que os investigadores
puderam encontrar sobre Romii. Sua caixa de entrada do e-mail estava inundada com informações,
e ele ficou lá muito tempo depois que todos tinham ido para casa, e as luzes tinham sido
desligadas.
Registros hospitalares, histórico de trabalho de Romii ao longo dos anos, posts no Facebook

aleatórios dos amigos de Romii discutindo porque ela tinha desaparecido da face da Terra.
Ele tinha detalhes sobre quais creches Trevor tinha ido, imagens de Trevor vestido como uma
nuvem para uma peça na escola. Era quase meia-noite quando ele se levantou para sair do
escritório e, mesmo assim, não conseguiu lutar contra o impulso de abrir as imagens novamente na
volta para casa.
Romii finalmente apareceu para trabalhar na quinta-feira, dois dias depois de Richard saber
mais sobre Trevor.
Ela foi direto ao seu escritório e fez algumas perguntas rápidas sobre o aplicativo de
Richard. Fingia como se nada tivesse acontecido, enquanto ele rapidamente começou a perceber
que essa foi a maior traição que experimentara em sua vida.

"Eu liguei para você." Ele interrompeu suas perguntas.

"Sim..." Romii bateu o lápis em seu bloco de notas e pareceu olhar em direção à porta. "Eu
estava ocupada com Trevor."

"Agora você o menciona", ele interrompeu sem rodeios.


Romii ignorou o tom eriçado de Richard. "Ele teve febre e eu estava correndo atrás dos
médicos..."
"Imaginei isso, já que você nunca ligou de volta."

"Desculpe-me por isso. Vou começar a trabalhar." Ela apontou para a porta com seu lápis.
"Romii?"
"Sim?" Seu coração batia, mas ela manteve a calma do lado de fora. Nos últimos dois dias,
ela tinha sido incapaz de parar de pensar sobre o que Richard iria querer dela agora que sabia
de tudo. Ela não podia negar que ele era um homem poderoso e que tinha os melhores advogados
à sua disposição.
Ele se levantou, e circundou sua mesa, parando na frente dela e cruzando os braços. "Tem
alguma coisa que você gostaria de me dizer?"
Romii não conseguia se mover. Ele segurou seu olhar, enquanto ela respirava profundamente,

suas bochechas queimando e seu corpo ficando frio ao mesmo tempo. "O que você quer dizer?"
Richard captara a resistência em sua voz. Ela estava pronta para lutar com ele por isso. Ele
não tinha ideia do que ela estava pensando, mas parecia que já estava na defensiva, e
preocupada. Ela tinha olheiras sob seus olhos. Claramente, não tinha planejado que Richard nunca
fosse descobrir que ela tinha um filho dele.
Seu temperamento acalmou. "Eu não sei, Romii. Você acha que há alguma obrigação moral
de você me dizer alguma coisa? Qualquer coisa? Qualquer coisa que possa pertencer a mim?"
Ela engoliu em seco e viu o reflexo. Não estava tão calma como tentava aparentar. Estava
nervosa, angustiada e, pela primeira vez, ele estava feliz por tê-la em suas mãos.
"Eu nunca poderia perturbar você, poderia?”

"Não. Mas você tentou", ela admitiu suavemente.

"E eu confiei em você, com meu coração e minha alma. Meu... tudo."
Ele riu alto de repente, e a emoção equivocada o assustou. "Jesus, Romii. Você realmente não

tem nada pra me falar agora?"


Romii olhou para as janelas de vidro com vista para o corredor do escritório, depois de volta
para o tapete, os pilares — para qualquer lugar, menos para ele. "Você já sabe, não é?"
Richard apertou os olhos. Ele não sabia se estava aliviado porque iriam finalmente discutir o

assunto, ou em pânico sobre o que ele iria confirmar. "Eu suspeito que ele seja meu filho, Romii."
Romii riu, mas era um som oco, sarcástico. "Você suspeita que ele seja seu? Richard, Trevor é
uma réplica exata do seu irmão."
Richard estava esperando ouvir as palavras dizendo que sua suposição estava certa. Mas
agora que ela disse isso, não podia deixar de sorrir. "Ele é meu filho, não é? Kevin ficará em
êxtase quando for vê-lo." Richard viu o flash de horror em seus olhos, e seu sorriso de repente
desapareceu.
"Você... você quer contar para a sua família?"
As sobrancelhas de Richard franziram. "Eu tenho um filho. Uma criança de seis anos. Sim, é

claro que eu quero contar para a minha família."


Romii se moveu, deixando cair o bloco e o lápis em sua mesa, e se virando lateralmente. O
pânico atingiu seu estomago, ameaçando fazer sua cabeça explodir. Ela caminhou pelo escritório,
colocou o cabelo atrás das orelhas e o puxou de volta. Finalmente, ela apertou os lábios e cerrou
os maxilares para evitar dizer algo estúpido.
"Você está bem?" Richard olhou-a remexendo as mãos preocupadas.
"Humm, sim." Ela entrelaçou os dedos e os torceu, mordendo o interior de seu lábio. "Você
quer ser parte da vida de Trevor?"
"Sim", disse Richard abruptamente.
Romii colocou os braços em torno de si mesma, em um esforço para se proteger dos planos

dele. "Por quê? Você não tem que fazer isso, sabia? Você pode apenas seguir em frente com a sua

vida."
O intercomunicador de Richard tocou e ele deixou tocar. Mas, em seguida, seu celular

começou a tocar também, e ele teve que pegá-lo para desligar.


Ele olhou para o seu telefone por alguns instantes. "Romii, acho que você e eu, nós dois
precisamos pensar sobre isso. Você acha que pode se sentar depois do almoço e conversar?"
Romii sacudiu a cabeça. "Eu tenho muito trabalho. Eu perdi três dias de trabalho. Eu tenho

que..."
"Ok. Depois do trabalho, então. Seis? Sete? Quando você acabar. Eu vou comprar o jantar e
nós podemos discutir sobre isso... e Trevor."
Romii agarrou seu bloco de notas e o lápis, e quase correu para a porta com pressa para
sair.
Capítulo Dezesseis

O relógio estava fazendo um barulho alto, ecoando no escritório de Richard. Romii se sentou
na cadeira giratória confortável ao lado da janela. Algumas luzes permaneceram acesas no

escritório, enquanto o resto do andar estava quase escuro.


"Eu só quero o seu lado da história. Pela forma como vejo, você me traiu." Ele estava grato
porque ela estava escutando. "Mas eu também entendo que estava longe demais para saber o
que aconteceu aqui de verdade, para você ter escondido isso de mim. Quero saber o que

aconteceu. Eu quero saber se... se Trevor... foi a razão por você ter me deixado."
Foi quando ela olhou para cima, fazendo uma careta. "Eu nunca te deixei."
"Como?" Ele se inclinou para trás, querendo saber o que se passava em sua mente.
"É claro que não. Você me abandonou", ela gritou, e para seu horror, os olhos ardiam de
lágrimas.
O choro o deixou ainda mais chocado, e quando ela fungou, olhando para longe e piscando
entre as lágrimas da melhor maneira que podia, ele lutou para encontrar algo que pudesse dizer.
"Você mudou, Richard. Você queria mais do que apenas eu. Simplesmente desisti porque
estava cansada de ser um incômodo em sua vida."

"O que aconteceu para você se sentir assim? Tudo foi ótimo. Você estava vindo para
mim. Você prometeu. Mas você nunca veio."
"Eu não podia!" Ela exclamou, exasperada.
"Eu sei. E eu estava esperando."
"Não, você não entendeu o que eu estava passando."
"Claro que entendi", disse ele calmamente. "Eu esperei, esperei e esperei..." Ele apertou os
dentes em frustração. "...e você parou de falar comigo completamente. A minha namorada de
quase 16 anos virou um fantasma. Isso é inédito. O mínimo que poderia ter feito era me mandar
uma mensagem!" Ele perdeu a paciência, sibilando com os dentes cerrados.

"Eu nem sequer conto todos esses anos. Éramos crianças na época. Isso não conta. Éramos

estúpidos."
"Para mim conta. Desculpe dizer isso a você, querida, mas o mundo não gira em torno do

que você quer e como você quer!" Ele quase gritou.


Os olhos de Romii levantaram-se com a hostilidade daquelas palavras. "O que você quer de
mim agora?"
"Não, você me diga o porquê. Me dê uma razão para não querer estar comigo. Diga-me o

que você estava pensando."


"Ouça, é bastante simples, tudo bem?" Ela gritou. "Eu não queria ser mãe, especialmente
quando eu queria fazer tanto com a minha vida. Além disso, você e eu conversamos sobre crianças,
lembra? Estávamos sentados no jogo, quando a nossa equipe estava jogando, e estávamos
discutindo coisas aleatórias, coisas de criança, e você disse que nunca queria ter filhos, e eu disse
que também não."
"Eu me lembro", disse ele suavemente.
"Bem, você disse também que sua família era muito perturbada, e como seus pais tinham
renegado seu irmão porque ele era gay, você estava cansado do drama e não queria ter filhos,

porque estava com medo de que não estivesse emocionalmente preparado para lidar com isso."
Ele se inclinou para a frente, enquanto ela continuava sobre o tapete na frente dele,
passando as mãos pelo cabelo ocasionalmente.
"Eu descobri que estava grávida de cerca de quatro semanas depois que você saiu. Nós
ainda estávamos em contato, e eu estava em estado de choque. Eu não contei a ninguém. Só me
escondi no meu quarto, esperando que a coisa toda desaparecesse da minha vida. Mas era real."
"Por que você não confiou em mim?"
"Eu ia lhe contar quando você veio me visitar. Você disse que viria em junho, então você disse
julho, em seguida, agosto, e, finalmente, simplesmente se transformou em 'breve'. Mas você nunca se
importou o suficiente para voltar."

"Eu não sabia que você estava grávida, Romii."

"Sim, e de quem é a culpa?" Ela gritou em tom de acusação, as lágrimas derramando pelo
seu rosto. Ela se lembrou do desgosto. Ela se lembrou o quão insignificante ela se sentiu. Lembrou-

se de como ficou agoniada com a possibilidade de ele a estar traindo, e se essa era a razão para
ele não a querer mais. "Você me decepcionava a cada vez, e logo eu estava chegando ao meu
terceiro trimestre. Ainda não havia sinal de você em Boston, então eu aceitei o fato de que você
tinha me deixado."

"Deus..."
"Não, ouça!" Ela estava chorando agora. "Eu esperei por você, ok? E você me deixou para
baixo."
Ele calmamente observou-a chorar, desejando confortá-la, mas sentindo que ela queria
colocar tudo para fora de seu peito.
"Você tinha ido embora e construíra essa vida nova. E teve a ousadia de me dar um
ultimato? Que eu tinha que ir ou você não me queria mais?"
"Eu não disse isso."
Mas ela não se importava com o que ele tinha a dizer. Estava brava agora. "Então eu disse:

'foda-se', eu vou mostrar a ele. Eu vou fazer a minha própria vida aqui com meu filho, e não vou
pedir nem um pouco de atenção. Então, eu apaguei todos os meus perfis das mídias sociais e mudei
o meu número de telefone. Chamei a minha mãe para ficar comigo em um apartamento alugado,
para que ela pudesse ajudar a cuidar de Trevor depois que ele nasceu. Após um tempo, eu acabei
voltando para minha vida e ninguém suspeitava que Trevor fosse seu. Porque você tinha ido
embora há muito tempo."
"Você deveria ter me contado." Ele gemeu, cerrando os olhos quando viu uma gota de
lágrima cair no rosto dela. "Eu teria voltado."
"Essa não é a questão! Por que não fui eu — a garota que você supostamente amava —
motivo o suficiente para você voltar mesmo por uma merda de fim de semana? Nesse ponto, por

que teria pensado que você se importaria por eu estar dando à luz seu bebê?"

Ele fez uma pausa. "Eu só queria que as coisas pudessem ter sido diferentes."
"Elas teriam sido se você me amasse."

Richard se levantou e pegou a mão dela para puxá-la mais perto, mas ela se afastou.
"Apenas me deixe te abraçar." Ele tentou novamente, mas ela arrancou o braço, soluçando
em silêncio. "Eu não estava lá para você. Deixe-me te abraçar agora, por favor." Ele tentou puxá-
la, mas ela lutou, e dessa vez ele não a soltou. Ele lutou com ela e a puxou contra seu peito,

forçando os braços em volta dela enquanto a segurava. Romii desmanchou, soluçando em seu peito
enquanto acariciava as costas.
No momento em que ela abriu os olhos, eles estavam inchados e seus lábios estavam
ressecados. A mancha na camisa dele, onde ela descansara o rosto, estava encharcada. Ela fungou
e levantou a cabeça, e ele silenciosamente limpou as lágrimas.
"Está se sentindo melhor?"
Ela teimosamente sacudiu a cabeça.
Ele sorriu timidamente. "Como você aguentou semanas sem sentir essa... conexão que você e
eu temos por causa de Trevor? Eu a senti a partir do momento que descobri."

"Do que você está falando?"


"Trevor. Ele é metade eu, metade você. Você não se sente como se fosse a coisa mais
estranha e mais sensacional?"
"Sensacional?"
Ele a puxou para a cadeira sob a janela. Segurando-a sobre as coxas, ele relaxou um
pouco quando ela deitou automaticamente em seu peito. Hipnotizado pelo quão incrível estava em
seus braços, ele alisou o cabelo dela para trás. "Onde ele está agora?"
"Na minha mãe."
"Humm. Será que ele gosta da escola?" Romii torceu-se nervosamente em seu peito e ele
olhou para ela com curiosidade. "Por que você fica desconfortável quando fala sobre ele?"

"Porque eu não sei o que você quer dele."

"Nada. Eu vou ser honesto. Eu realmente não queria um filho."


"Eu sei disso."

"Mas me escute. Agora que eu sei que tenho um, e eu o vi... cara, eu não posso explicar. Eu
me sinto tão protetor. E ele é tão pequeno."
Romii sentiu as lágrimas transbordando em seus olhos novamente. "Ele era ainda menor
quando saiu de mim."

Eles riram e Richard beijou sua testa. "Romii, está tudo bem se eu quiser conhecer Trevor?"
Romii olhou para ele, silenciosamente avaliando, julgando, pensando. "Por quê?"
"Porque eu quero conhecê-lo. Eu quero saber como ele é. Se ele é engraçado. Se gosta de
jogar futebol."
"Ele ama futebol."
"Esse é meu garoto." Richard sorriu animado.
Romii riu e enrolou em seu peito enquanto ele a segurou mais apertado. "Você tem certeza
de que quer fazer isso? Quer dizer, não é um sentimento de culpa ou remorso que o está forçando
a conhecê-lo, certo? Porque você deve saber que eu não espero que você faça qualquer coisa por

ele. Você e eu podemos continuar 'ligados' sem você ter um relacionamento com Trevor. Eu posso
lidar com isso. O que eu não posso lidar é com Trevor se machucando."
"Eu quero, Romii. Eu quero conhecê-lo. Eu quero vê-lo. Não consigo tirar aquele rostinho da
minha mente."
Ela o encarou com surpresa. Sua voz estava com a mesma paixão que ela tinha conhecido
desde sempre, e parecia estranho ser para Trevor, em vez de ser para sua carreira. Ela
concordou, e ficou imóvel quando ele a beijou na boca demoradamente. Impotente, ela se agarrou
a seu pescoço, levantando mais à medida que seus lábios dançavam juntos, e ele tocou a ponta da
língua no lábio inferior dela.
"Romii..." Ele soprou sobre seus lábios e ela mordeu o lábio inferior, fazendo-o gemer.

Quando ela interrompeu o beijo, ele estava ofegante, e seu corpo estava duro de desejo.

"Você pode esperar para vê-lo até ele ficar melhor?"


"Sim", disse Richard abruptamente. '"Quando você quiser. Assim que estiver confortável." Ele

ajustou seu corpo até que ela estivesse sentada em suas coxas. As palmas das mãos famintas
levantaram sua saia até a cintura, e sua boca se elevou para outro beijo demorado.
Capítulo Dezessete

Novamente, Romii olhou nervosamente em direção ao estacionamento ao lado do parque. Ela


sabia que Richard não estava exatamente atrasado, mas de repente ela duvidou, talvez ele

pudesse desistir. E se ele não aparecesse? Seu coração lhe dizia que Richard iria decepcioná-la
mais uma vez.
De fato, decepcioná-la era a única coisa que sabia poder contar que ele fizesse.
Mordendo seu lábio, ela pegou sua mãe dando um olhar discreto na direção dela. Romii

desviou o olhar, tentando esquecer a longa conversa de sua mãe, sobre como seria maravilhoso
para Trevor se seu pai fosse parte de sua vida, e como Romii deveria tentar criar uma família de
verdade com Richard.
Sua mãe, Romii aceitou com desânimo, não conseguia entender. Romii não tinha medo de estar
sozinha. Estar sozinha era a sua zona de conforto. O que a assustava era confiar, e se arrepender
novamente.
Trevor estava abraçando uma bola inflável com os braços, enquanto chutava a sujeira por
um tempo. Então pulou para as barras e andou por elas apreensivo.
Romii estava sorrindo, pensando se não devia mais uma vez tentar levantar Trevor nas

barras, quando alguém se sentou ao lado dela. Ela saltou, colocando a mão sobre o peito. Era
Richard.
As sobrancelhas de Richard franziram-se. "Você parece surpresa. Não estava me
esperando?"
Romii olhou para o relógio. Eram 11 horas, em ponto. Ela rapidamente fingiu que não estava
completamente chocada porque ele tinha vindo conhecer seu filho pontualmente.
Mas Richard não estava olhando para ela. Ele tinha outra distração, olhando para o menino
brincando no trepa-trepa colorido como um arco-íris.
Romii respirou profundamente. Ela tinha que fazer isso. Tinha prometido a Richard que seria

receptiva se Trevor reagisse positivamente ao encontro. "Trevor tem pavor do trepa-trepa."

Richard puxou o olhar do menino. "Por quê?"


"Ele caiu cerca de dois meses atrás. Não se machucou, mas está traumatizado pela queda e

não quer brincar nele. Já tentei de tudo."


O coração de Richard derreteu-se na terna expressão em seu rosto. Era lindo vê-la falar tão
ternamente sobre um ser humano — aquele que era biologicamente metade seu.
"Eu vou falar com ele."

Ele parecia tão animado que Romii não conseguiu se intrometer. Ela queria deixá-lo ter o seu
momento. Foi quando ela percebeu a bola debaixo do braço de Richard.
Richard caminhou para mais perto de Trevor, mas o garoto estava olhando o trepa-trepa
com medo. Seus olhos se arrastaram sobre ele, para cima e para baixo, o monstro que o tinha feito
cair.
"Olá."
Trevor virou-se e, em seguida, olhou para sua mãe que estava longe.
"Você não vai dizer 'olá' para mim?" Richard disse lentamente enquanto jogava a bola de
um lado para outro.

"Eu não posso falar com estranhos."


"Oh. Isso é realmente muito legal."
Richard olhou para Romii e ela se perguntou por um momento o que ele queria. E então ela o
pegou apontando para si mesmo, murmurando: "estranho".
Romii riu e de bom grado se levantou, indo até onde os dois estavam. "Ei, Trevor, você se
lembra do meu chefe, Richard? Ele te buscou na escola outro dia."
"Sim. Olá, Sr. Richard."
Richard sorriu de orelha a orelha, e Romii corou, desviando o olhar, sentindo-se como se ela
não devesse estar lá.
"Você gosta de futebol, Trevor?"

"Sim." Trevor sorriu para a bola que Richard segurava.

"Vamos ver se você joga bem?"


"Claro." Ele pegou a bola que Richard ofereceu e foi para trás, assim como Richard fez.

A expressão no rosto de Richard estava maravilhada, e Romii sentiu que não podia segurar
mais.
Ela queria gritar, gritar e chorar ao ver a expressão surpreendente no rosto de
Richard. Com seu coração amolecido, Romii voltou para onde sua mãe estava.

"Não comece de novo, mãe", Romii advertiu gentilmente quando se sentou. "Eu sei o que você
está pensando, e não é tão simples Trevor ter seu pai em sua vida. É complicado."
"Compreendo."
Romii sentou ali, congelada no tempo, enquanto Richard jogava bola, Trevor rindo, Richard
radiante enquanto eles brincavam.
Então, quando Trevor se cansou, Richard começou a lhe mostrar truques com a
bola. Equilibrando-a em seu joelho, girando-a com a ponta do dedo, até que ficou claro que
Richard era o novo herói de Trevor. O menino o olhava com uma admiração nos olhos. Ela podia
ouvir Trevor pulando, e depois conversando. Quando se sentaram amontoados ao lado do trepa-

trepa, suas vozes ficaram baixas.


"O que eles estão conversando?" Romii sussurrou, frustrada.
"Eu não sei. Mas eles ficam muito bem juntos."
"Mãe!" Romii advertiu novamente, deslizando um braço em volta dos ombros magros de sua
mãe.
"Se eu não tivesse ficado doente, vocês dois ainda estariam juntos." Os ombros de sua mãe
caíram em arrependimento.
Romii congelou, ainda abraçando sua mãe. Ela não podia negar aquilo, porque tinha
pensado nisso muitas vezes. Mas não podia deixar sua mãe acreditar que ela era a razão para a
vida que Romii tinha levado.

"Ou... Richard e eu poderíamos ter brigado e terminado por outro motivo. Relacionamentos

são assim, mãe. As pessoas terminam, divorciam-se. Quem vai dizer que o mesmo não teria
acontecido com Richard e eu, afinal?"

"Ele te amava."
Romii suspirou e se levantou, não querendo ter essa discussão novamente. Ela estava
emocionalmente farta pelo dia — ou ano. Lentamente, andou em direção aos meninos, e viu Trevor
dar um passo em frente e agarrar o trepa-trepa, e em seguida, pisar nele.

Cobrindo a boca com a mão, Romii quase gritou de emoção. Seus olhos estavam arregalados
com a visão. Richard ficou atrás de Trevor, e ele rapidamente e sem medo fez o seu caminho pelo
alto.
Em seguida, Richard o aplaudiu. "Eu estou bem aqui, Trevor. Vá em frente. Vá mesmo. Estou
bem aqui atrás de você."
Romii lutou contra as lágrimas, metade em êxtase, a outra metade se rebelando contra a
óbvia ligação que eles tinham. Richard não tinha feito nada para se redimir, mas os dois se
entendiam. Ela não queria que Trevor soubesse em primeira mão a decepção que ela sofreu nas
mãos de seu pai.

Mas, mesmo quando queria restringir ainda mais o contato entre eles, seu coração estava
derretendo, e ela começou a fantasiar um novo futuro.
Um futuro que consistia em momentos comoventes nos quais se sentariam juntos na sala de
estar, passariam as férias juntos, iriam dormir juntos, Trevor forçando-os a ir para cama,
acordando juntos e fazendo café da manhã e passando o tempo fazendo absolutamente
nada. Todos juntos.
Com um sorriso no rosto, ela acabou se rendendo à ideia mágica.
Richard estava o animando agora. Trevor ficou radiante quando olhou de cima para baixo
nas barras.
"Viu, mamãe? Você viu?"

"Sim, isso foi incrível, Trevor."

O braço de Richard envolveu-se em torno dos ombros dela, destruindo completamente o


medo e o mal-estar que surgiram em sua espinha, um momento atrás. Enquanto descansava a

cabeça contra o peito dele, toda a negatividade evaporou. Ela não foi capaz de combater essas
tentações. Desejava mais momentos como esse. Queria ficar assim para sempre.
Eles passaram mais meia hora brincando, porque, de repente, Trevor ficou tão destemido que
não queria sair das barras. E, no momento em que se virou em direção ao estacionamento, Romii

tinha perdido todos os rancores. Seu coração estava vencendo a batalha.


Talvez, apenas talvez, Richard poderia ser mais. Talvez ele pudesse se tornar parte de sua
vida e de Trevor, e não apenas ser alguém que ela amou uma vez. Ele poderia ser mais do que
apenas alguém com quem ela estava dormindo.
Ele era o pai de Trevor, e ela o amava. Se eles consertassem algumas coisas que ainda
assolavam o presente, os dois provavelmente poderiam ser uma família de verdade. Um dia.
Richard acenou, enquanto a mãe de Romii partia com Trevor. Muito rapidamente, os braços
de Richard envolveram-se em torno do corpo dela, apertando com tanta força que o ar foi
espremido para fora de seus pulmões. Rindo e ofegante, Romii se agarrou a ele com

avidez. Quando ele se afastou, foi apenas para cobrir os lábios dela com os dele. Alguns
segundos depois, ele interrompeu o beijo.
"Obrigado por isso. Muito obrigado, Romii."
"Não se preocupe com isso." Ela disse em tom de brincadeira, como se tivesse concedido um
grande favor.
"Vamos comemorar." Ele abriu a porta do lado do passageiro de seu Audi, um carro que
Romii não tinha visto antes, e beijou sua bochecha quando ela deslizou para dentro.
"Não podemos entrar naquele lugar sem uma reserva. Eu tentei. Eles fazem você esperar um
mês."
Richard olhou para ela sem expressão e, em seguida, entregou as chaves do carro para o

manobrista e tomou o braço dela. "É meu."

Romii olhou em volta por um momento e então perguntou. "Isso é seu? O restaurante?"
"Sim. Eu comprei algumas empresas e imóveis em Boston um tempo atrás."

"Oh. Nossa." Romii entrou e ficou impressionada com tudo. Eles estavam sentados numa mesa
de canto privativa e o garçom chegou imediatamente, apesar do restaurante estar lotado.
"Uau! A gestão veio com o lugar?"
"Nós despedimos metade deles, na verdade. Vamos falar sobre Trevor."

Romii encontrou seu olhar animado. "O que sobre Trevor?"


"Eu sei que você não estava tão animada para me deixar vê-lo, e eu aprecio o que você
fez. Mas você acha que é possível que eu seja parte de suas vidas?"
Romii não respondeu e, até o garçom trazer seus aperitivos e se afastar, ela considerou o
que dizer. Seus olhos se encontraram e ela sorriu nervosamente.
"Eu não sei o que dizer."
Ele se inclinou para a frente e tomou a mão dela. Apertou seu punho. "Não se estresse. Eu
aceito o que quiser. Estou bem com limites, acordos. Vou conversar tudo com você antes de fazer
qualquer coisa por ele. Eu só quero conhecê-lo, Romii. Ele é um garoto fantástico."

Romii relaxou quando ele falou, puxando uma respiração profunda com a expressão
maravilhada nos olhos dele. Richard continuou.
"Ele é tão respeitoso. Ele disse, por favor, e obrigado, e a ouviu cada vez que você pediu
para fazer alguma coisa. Como você sozinha..." Sua mandíbula apertou. "Como você fez isso,
Romii? Como você o criou tão bem, ao mesmo tempo em que construiu algo tão fantástico para si
mesma, em sua carreira? Como você foi capaz de fazer tudo isso?"
Romii deu de ombros. "Eu tinha minhas prioridades. Mas Trevor sempre foi uma criança
facilmente administrável."
Ele suspirou. "Como foi no parto? Sua mãe estava lá?"
Romii sorriu para esconder a agonia repentina, rasgando-se em pedaços. "Não, minha mãe

teve quimioterapia no dia anterior, e não pode estar lá."

Richard ficou tenso. "Você estava sozinha?"


"Sim."

Seu peito cresceu desconfortável. Sua mente imaginou uma Romii grávida, indo embora do
trabalho sozinha. Ele se perguntou o que estava fazendo naquele exato momento. Talvez
trabalhando, em seu sofá assistindo TV sem se preocupar, provavelmente na cama com alguma
garota.

Ele desviou o olhar e limpou a garganta. "Eu gostaria de poder voltar. Eu gostaria de poder
voltar no tempo e voar direto para você e consertar tudo."
"Vamos ser honestos, Richard. Você não iria querer que eu fosse em frente com a gravidez."
"Talvez não, mas se eu soubesse que você queria, eu teria estado lá, Romii. Você me conhece,
não é?" Romii não disse nada, e Richard decidiu que era melhor deixar o assunto. "Sua mãe cuida
de Trevor enquanto você está trabalhando?"
"Sim, ela fica com ele aqui alguns dias e, em outros, eu o deixo na casa dela."
Richard fez uma pausa. "Você ainda não mora com sua mãe?"
"Não" Romii sorriu.

"Oh, você alugou um apartamento, não é?"


"Eu tenho meu próprio lugar."
Ele sorriu brevemente. "Onde?"
Romii sorriu. "Eu vou mostrar qualquer hora."
Richard riu. "Você não quer que eu apareça sem ser convidado?"
"Não, nada disso", ela riu. "Eu apenas desfruto do meu espaço pessoal e da minha
privacidade com Trevor, e é importante para mim que isso permaneça intacto. Além do mais, não
posso permitir que um homem fique com Trevor um tempo e suma depois de algumas semanas."
"Eu estarei por perto."
Ela fez uma careta com a determinação na voz dele. "Quero dizer que você vai voltar para

Nova York, depois do lançamento do aplicativo. Então, quem sabe quantos anos vão se passar

antes de aparecer novamente? Eu, por exemplo...", disse brilhantemente, não querendo se sentir
culpada por algo que ele foi responsável e ela tinha todo o direito de reclamar. "...não quero lidar

com meu filho perguntando onde o rapaz alto e bonito com olhos azuis foi."
Richard riu. "Eu vou mandar a Kevin uma foto de Trevor. Se estiver tudo bem, é claro."
Romii pensou sobre isso. "Por favor, peça a ele para manter em segredo. E não contar para
seus pais ainda, por favor."

"Ele não fala com os meus pais, lembra?" Richard pegou seu telefone.
"Você vai mandar a foto agora? Exatamente agora?" Romii questionou.
"Sim." Richard riu e colocou o telefone sobre a mesa entre eles. "Vamos ver o que ele diz."
Romii riu, relutantemente ficando animada. Kevin estava digitando uma resposta, e ela riu
alto quando leu.
Kevin: Quem é essa versão bronzeada de mim?
Richard digitou de volta: Ele é meu filho .
O momento estaria para sempre estampado em sua memória. Ela olhou para o belo rosto de
Richard quando ele sorriu orgulhoso, e levou apenas alguns segundos para Kevin o ligar.

"Ei, cara como você está?"


Romii descansou as costas na cadeira, enquanto Richard dizia a Kevin sobre Trevor,
chamando-o de "meu filho".
Seu apetite estava morto. Alegria, prazer, paz, apreensão, tudo rodava dentro dela em uma
tempestade. Ela não sabia onde isso ia dar, mas provocava tantas emoções boas que ela não tinha
certeza se queria parar.
Capítulo Dezoito

Uma semana depois, Romii desabou com o olhar carente nos olhos de Richard. Ele realmente,
realmente queria conhecer sua casa.

Então, ela cedeu. Sábado de manhã, ela pediu comida em seu restaurante favorito para
fazer um almoço improvisado para ele. Trevor estava na sala de estar brincando com Lego
quando Romii espiou e, assim que o relógio marcou 12 horas, a campainha tocou.
"Ok, vamos lá." Ela limpou as mãos no pano de prato. Elas estavam tremendo. Nunca tinha

estado tão nervosa em sua vida. Abrindo a porta da frente, ela sorriu para ele.
"Você está brincando comigo."
"O quê?" O rosto de Romii caiu.
"Essa casa é sua?"
Romii deu de ombros. "Sim."
Richard balançou a cabeça novamente, a mente entorpecida com admiração para o quanto
ela tinha trabalhado, em tudo que ela conseguiu sozinha. Admirava-a, e isso o inspirava, fazendo-o
se sentir mesquinho e pequeno por todas as realizações de que tinha se orgulhado antes de vir
para Boston.

Entrando no interior da casa estilo Brownstone, de tijolos escuros, ele lhe entregou um lindo
buquê de flores e lhe deu um abraço de urso.
"Ok, ok", ela fez uma careta. "Eu preciso respirar às vezes, sabia?"
Ele empurrou a boca na curva do pescoço dela e beijou sua pele macia. Seus sentidos
explodiram de delírio ao sentir o cheiro dela, que não era de qualquer perfume, mas apenas ela.
"Estou tão, tão orgulhoso de você."
Ela se afastou, fazendo uma careta. "Por que eu tenho um tríplex?"
"Não. Porque você foi capaz de fazer isso e de cuidar do nosso filho tão
maravilhosamente. Tudo por conta própria. Eu me sinto um inútil."

"Bem, você foi meio inútil, então... isso é uma afirmação justa."

Ele riu, e ela riu, fechando a porta. "Então, o que Trevor sabe?"
"Eu disse a ele que estamos namorando", explicou Romii em um sussurro.

Richard parou tão abruptamente que ela quase bateu em suas costas. "O que... quando?"
"Esta manhã. Eu disse a ele que você estava vindo, e então expliquei que você era um amigo
querido e que você e eu estamos saindo."
"Será que ele entendeu?"

Romii deu de ombros. "Eu fiz o meu melhor para fazê-lo entender."
"Mas ele não sabe que eu sou..." Ele parou. Que eu sou seu pai?
"Não, absolutamente não. Eu não posso fazer isso com ele."
Richard parou na porta quando viu Trevor brincar com Lego. "Deus, esse menino me faz
sentir estranhamente..." Ele tentou encontrar a palavra. "...emocional? Feminino?"
Ela sorriu. "Espero que isso não seja depreciativo. Eu não recebo chauvinistas nesta casa."
"Não, não, claro."
"Bom."
***

Richard brincou com Trevor depois do almoço. Romii ficou sozinha, sentada no sofá e tendo o
prazer de vê-los conversar e jogar. Trevor tinha certamente se aberto para Richard. Era como se o
menino percebesse que o homem era alguém especial.
Ela considerou dar o passo inimaginável e dizer a Trevor a verdade sobre Richard, mas
imediatamente tirou esse pensamento de sua mente. Ela odiava que Richard pudesse convencê-la
de qualquer coisa tão facilmente. Primeiro, ela o deixou levar Trevor ao parque, então ela o
deixou vê-lo mais três vezes durante a semana. Então, ela decidiu deixá-lo vir em sua casa.
Dizer a Trevor sobre seu pai simplesmente cruzaria a linha. Ela não podia chegar lá
ainda. Não até que confiasse no compromisso de Richard.
Uma hora mais tarde, a mãe de Romii chegou para levar Trevor a uma festa de

aniversário. Quando Romii acenou para seu filho da porta da frente, sentiu-se perigosamente

completa. O homem ao seu lado era o pai de seu filho, e ele a amava, e a tentação de ter este
último momento, e ser uma família de verdade, era tão forte que ela quase se esqueceu de

respirar.
Richard sorriu e recuou internamente. Era o mesmo sorriso que sempre fez seu coração fazer
cambalhotas. Nada tinha mudado ao longo dos anos.
"O que é isso?" Ele olhou para ela confuso.

Romii simplesmente olhou para ele, revelando a visão. A mandíbula dura parecia ser
esculpida em mármore. O nariz fino era ligeiramente saltado no centro, e os olhos azuis eram
brilhantes e escuros.
"Você sabe o que seus olhos me fazem?"
Richard estreitou os olhos alegremente. "O quê?"
"Eles me fazem querer fazer coisas más com você."
A respiração de Richard ficou presa na garganta. "Coisas más, é?"
Ele estava descansando o ombro no batente da porta. Romii deu um passo à frente,
deslizando a mão até seu peito e empurrando seu corpo contra o dele. Seus seios esmagaram no

peito, e seu sorriso desapareceu, substituído por outra expressão.


"Coisas más, Richard. Tenho as mais loucas fantasias sempre que eu olho nos seus olhos."
Sua ereção estava descaradamente dura contra seu corpo. Ele acariciou seus braços com as
mãos, e baixou a boca para a dela.
A respiração de Romii ofegou e ela deslizou a mão pelo seu corpo, a palma da mão tocando
o volume em suas calças. "Você me quer?"
Richard sorriu devagar e beijou sua boca suavemente. "Sempre."
Instantaneamente, ele a levantou do chão. Ela riu quando ele a levou para dentro da casa,
chutando a porta. Ele a colocou no sofá e tirou a roupa dela. Mas, assim que ele tirou as próprias
roupas e estava prestes a deitar sobre seu corpo, ela o empurrou para o sofá e caiu de

joelhos. No tapete, com as mãos nas coxas, ela olhou para o seu membro com desejo.

"Oh, inferno."
"O inferno é certo..." As palavras eram um sussurro aquecido enquanto ela abaixou a

cabeça em direção ao seu membro. A respiração de Richard ofegou, e sua cabeça caiu para trás
enquanto ele colocou as duas mãos na parte de trás da cabeça dela e a guiou.
Capítulo Dezenove

Romii entrou na sala de estar, onde Richard estava sentado no sofá, parecendo tão selvagem
quanto em seus sonhos.

"Estou pronta."
Richard a olhou demoradamente. Seu vestido verde-esmeralda era discreto, mas
incrivelmente elegante. Seu cabelo estava arrumado em ondas simples, em torno dos ombros e
pelas costas, e ele ficara deslumbrado por sua beleza natural.

"Droga."
Romii mexeu em sua bolsa até encontrar o batom que estava procurando. Distraidamente, ela
espiou para ele enquanto reaplicava o batom no espelho do corredor. "O quê?"
Ele se levantou, seus olhos se lançando sobre as curvas exuberantes, os quadris cheios, a
cintura estreita. Em pé atrás dela, ele admirou seu rosto no espelho. Apertando os lábios para
misturar delicadamente o batom, ela sorriu quando os braços dele deslizaram em volta da cintura
e a puxaram de volta. Ele estava respirando profundamente, os olhos se encontraram com os dela
no espelho, e ela ergueu a mão e a colocou no rosto dele.
"Romii?"

"Humm."
"Eu estou tão apaixonado por você."
Romii sorriu e seus dedos apertaram a mão dele. Isso só fez os braços dele a apertarem
ainda mais. Os olhos ardiam com lágrimas felizes, mas ela não se atreveu a chorar. Não na frente
dele. Ela não queria que ele a visse tão vulnerável. Ele era inconstante, e ela aprendeu da maneira
mais difícil que ele poderia escolher qualquer coisa antes dela, desde que fosse conveniente para
si mesmo. Ela simplesmente ainda não podia ter certeza das coisas com Richard dessa vez.
Ele beijou sua bochecha. "E eu também adoro passar o tempo com Trevor."
Ela olhou para longe do olhar dele, que parecia buscar uma resposta em sua alma. Ela não

estava disposta a dizer em voz alta.

"Você vai considerar? Levar adiante, o que temos juntos?"


Romii suspirou. "Nós vamos chegar lá. Eu só quero ir com calma."

"Eu sei, e concordo com isso. Mas só me diga se você vai considerar me deixar em suas vidas
— de forma permanente, não apenas uma situação temporária que você e Trevor estão
desfrutando no momento."
"Eu não sei o que dizer sobre isso."

Ele gentilmente segurou o queixo dela entre seu polegar e indicador e inclinou-o para que
seus olhos se encontrassem com os dele. "Você sabe que eu te amo, certo?"
"Acho que sim." Ela olhou para longe.
"Estarei aqui. Eu vou provar isso", disse ele, dando-lhe um sorriso confiante. Romii sorriu da
melhor forma que suas preocupações permitiam. Sentindo seus nervos, ele mudou de marcha e
deixou um sorriso diabólico se espalhar pelos lábios. "Vamos, vamos para a festa de lançamento
para que eu possa te mostrar."
***
Deixaram Trevor na casa da mãe de Romii no caminho para a festa, e Trevor mal podia

conter sua animação por estar em uma limusine.


A princípio, Romii estava preocupada com as travessuras de seu filho. Então ela percebeu
que não havia porque se chatear — Richard era o pai de Trevor, e lidar com as travessuras era
parte de seu território como pai. Mas Richard não estava incomodado. Em vez disso, incentivou o
menino, mostrando-lhe todas as coisas diferentes que os botões podiam fazer.
Romii se forçou a ficar de fora e deixá-los se divertirem e, no momento em que Trevor saiu
da limusine, ele estava tão animado que se jogou nos braços de Richard e o abraçou antes de
ficar com a avó.
Romii riu ao ver Richard ali, todo animado.
"Isso foi uma surpresa." Romii riu alegremente, deleitando-se com o quão feliz ele parecia.

"Com certeza foi", Richard sorriu timidamente, olhando como a mãe de Romii o recebeu e

acenou de volta. "Uma surpresa boa."


***

A festa de lançamento aconteceu no novo hotel de Richard, e o salão de banquetes era uma
recepção de luxo exuberante. Romii não tinha estado nessa parte do hotel antes, e era realmente
uma maravilha. Ela elogiou tudo a Richard.
"Estamos lançando duas coisas hoje. Tecnicamente, é o lançamento do aplicativo, mas também

é a inauguração do hotel. Vamos usar o evento como cross-marketing, para chegar a tantas
pessoas quanto for possível."
"Boa ideia. Aposto o meu salário desse projeto que a ideia foi de Marcus."
Richard riu. "Você está absolutamente certa, e eu acho que estou um pouco ofendido porque
você elogia mais as ideias dele do que faz comigo."
"Bem, o homem é um gênio", brincou ela.
A festa foi um grande sucesso. Celebridades, industriais e gigantes da tecnologia estavam
todos juntos no salão elegante. Romii ficou bem próxima a Richard enquanto ele recepcionava os
convidados na porta.

Um casal entrou junto. Um homem moreno de aparência perigosa com uma jovem loira,
esbelta. Romii observou a mulher loira se separar do homem e caminhar para Richard. Seu vestido
azul-gelo girava em torno dela, destacando os brilhantes olhos azuis e a pele alva. Romii
silenciosamente admirou o cabelo loiro prateado da jovem enquanto ela caminhava em linha reta
em direção a Richard.
"Olá, Rich." E se inclinou para beijá-lo na boca.
Aconteceu tão rápido que Romii só percebeu o que aconteceu segundos depois. A mulher se
aproximou para beijar Richard na boca. Richard estava no meio da conversa com Marcus e foi
pego completamente desprevenido. No último momento, ele a viu, e virou a cabeça para o lado,
fazendo com que seus lábios tocassem no canto da boca.

A boca da mulher permaneceu na dele. Richard olhou de lado para Romii sem jeito, antes de

colocar as mãos nos ombros nus e magros da mulher e gentilmente empurrá-la para trás.
"Olá, Sylvia."

"Onde você esteve, Rich?"


Sylvia fez um beicinho sensual, ignorando todos ao seu redor. Seus olhos oblíquos e
amendoados, ela parecia a mulher mais sedutora que Romii tinha visto. Estava em choque.
"Estive por aí", Richard murmurou, parecendo desconfortável.

Romii nunca tinha tido a oportunidade de ver qualquer mulher se comportar assim perto de
Richard. Na faculdade, todo mundo sabia que Richard era dela, e ninguém ousava tentar qualquer
coisa. Agora, desde que tinham voltado, toda a relação tinha sido bastante secreta. Era estranho
vê-lo com outra mulher que, claramente, queria apenas uma coisa dele.
"Como você está, querido?" Ela sussurrou. "Senti sua falta."
Romii deu um passo para trás ao ouvir a voz da menina. Seu corpo recuou
discretamente. Richard virou-se para ela quando Sylvia se afastou, mas Romii não queria que ele
fizesse alguma coisa em relação àquilo. Ela só queria ver a cena desprezível se desdobrar.
"Sylvia, eu estou feliz que você veio. Permita, Marcus pode acompanhar você."

Sylvia deslizou para mais perto dele. "Não me expulse assim. Vou ficar ao seu lado. Eu serei
sua companhia, assim como fiz na festa de Ano Novo em sua casa e na festa de lançamento para
o outro aplicativo."
Richard limpou a garganta e deu um passo para trás, apontando para Marcus. "Marcus,
você pode acompanhar Sylvia, por favor."
Marcus tentou pegar a mão dela, mas ela não aceitou. Romii ficou congelada no lugar,
sabendo que Richard tinha dormido com essa garota antes. Mas Romii não se importava. Richard
era dela mais uma vez. Ele a amava, e apesar de sua apreensão, ela sabia.
"Vamos lá, Rich. Você sabe que você e eu nunca ficamos separados por muito tempo. Nós
brigamos, e depois fazemos as pazes..."

"Sylvia!" Richard interrompeu um pouco mais alto, ainda educado, mas mais severo. "Eu

gostaria que você conhecesse alguém." Ele estendeu a mão para Romii, que se acalmou, as
sobrancelhas abaixando. Veementemente sacudindo a cabeça em negação, foi ignorada. Richard

estendeu a mão, pegou Romii e enganchou-a em seu cotovelo. "Sylvia, eu gostaria que você
conhecesse a minha namorada, Romii Scarsdale. Ela esteve trabalhando no projeto do aplicativo
antes do lançamento."
Sylvia — Romii tinha que lhe dar crédito — parecia completamente controlada, inabalável

pelo que ouvira. Ela sorriu tão lindamente que Romii ficou um pouco confusa se ela ouvira mesmo o
que Richard disse. Finalmente, ela passou por Romii como um redemoinho azul, enquanto Richard
inclinou o rosto de Romii para beijá-la.
"Isso foi ridículo", ela disse quando ele acabou o beijo. "Isso é tão infantil. Você não tem que
me usar para deixá-la com ciúmes."
"Por que eu iria querer deixá-la com ciúmes? A única coisa que me perguntei depois de
terminar com ela foi porque não fiz isso mais cedo. Ela e eu não temos absolutamente nada em
comum, para não dizer que ela é lerda..."
Romii revirou os olhos. "Ela é a diretora financeira da EagleTech. Tenho certeza que não é

qualquer uma."
"Ela é inteligente com números. Ela é lerda com todo o resto."
Romii fez uma careta. "Tudo bem, hora de mudar de assunto."
Richard riu e deu um beijo rápido na testa. "Com ciúmes?"
"Por favor! Olhe para mim." Ela levantou as sobrancelhas. "Você me vê tendo ciúmes de
quem quer que seja?"
Impressionada com a sua autoconfiança, firme, e sua incomparável beleza, ele sacudiu a
cabeça. "Na verdade, eu acho que é algo que não tem nada a ver com você. Além disso, eu não
acho que você tenha tempo para isso."
Romii riu alto e Richard beijou sua bochecha, sorrindo antes que eles se virassem para os

outros convidados que se aproximavam. Pelo canto do olho, ele viu Sylvia observá-lo enquanto ria

com Romii. Ele conhecia aquela expressão no rosto de Sylvia. Ela estava se preparando para
brigar. Só esperava que ela não criasse uma cena em sua festa. Ele já podia imaginar a notícia

nos jornais se isso acontecesse.


Capítulo Vinte

Richard estava tão orgulhoso de Romii.


Ela estava entre os convidados, socializando, rindo, a anfitriã perfeita para a festa. Ela o

apresentou a todos que eram importantes no ramo da tecnologia e software, em Boston. Richard
ficou surpreso quando ela parecia já conhecer alguns executivos australianos que ele tinha
convidado para a festa de lançamento.
Romii Scarsdale conhecia o mundo da tecnologia e sabia como trabalhar isso.

Aparentemente, ela já desenvolvera dois aplicativos para a equipe australiana, e eles não
paravam de elogiá-la.
O jantar estava prestes a ser servido, e Richard estava discutindo uma próxima reunião com
Marcus, quando avistou o vestido azul-gelo. Então, Sylvia logo colocara a mão em seu peito e
estava muito perto dele.
"Eu preciso falar com você em particular, querido."
Ouvindo, Richard se esquivou da mão dela. Mas ele não foi nada descortês. Ele pegou a
mão de Sylvia suavemente e a tirou. "Você pode me ligar amanhã. Marcar uma reunião."
"Não. Eu preciso falar com você agora." E ela pegou seus pulsos, puxando-o em direção à

saída do salão de banquetes.


"Sylvia ..." Ele parou antes que ela pudesse levá-lo. Não ia a lugar nenhum com ela. Puxando
os pulsos, ele tentou manter a calma. "Por favor, me ligue amanhã e marque uma reunião." Seu tom
era arrogante agora. Estava cheio do drama.
Como esperado, Sylvia começou a soluçar e Richard cerrou suas mandíbulas. Seu olhar mirou
o rosto dela. "Não faça isso aqui, Sylvia. Estou cansado disso. E não acho que eu possa aguentar
mais."
"Eu só preciso falar com você." Ela chorava ofegante, seus seios subindo e descendo
fortemente no vestido deslumbrante.

"Sobre o quê? Por que eu tenho que ficar aqui escondido para conversar com você? Venha

me encontrar no trabalho de manhã como uma adulta, ou me encontre em algum lugar para jantar
ou tomar café ou algo assim."

"Richard, por favor." Ela soluçou mais alto.


"Oh, pelo amor de Deus", ele assobiou e tomou-lhe o pulso, levando-a para a porta que
dava para o corredor do pessoal da zeladoria.
O lugar estava radiante por ser novo, iluminado e vazio. Richard estava a poucos passos

dela e levantou as sobrancelhas. "Ok, vamos conversar. O que quer falar?"


"Eu quero você de volta, Rich."
Os olhos de Richard se estreitaram. "Você me quer de volta?"
"Sim", ela soluçou.
"Pare de chorar, Sylvia. Eu não quero ser rude, mas ainda ouço seu choro em meu sono, e
quase apaguei o som da minha memória."
"Você está sendo cruel!" Ela gritou com uma voz infantil.
Richard olhou para o teto, obrigando-se a olhar diretamente para uma luz brilhante. O que
possivelmente o tinha feito sair com ela por tanto tempo? Ele não conseguia entender. Que tipo de

ser superficial ele era até um mês atrás, quando pensava que Sylvia era uma parceira adequada
para ele?
Mas ele estava sempre tão ocupado com o trabalho que quase nunca a viu fora do
escritório. E quando eles estavam juntos, eles transavam. Na verdade, ele não conseguia se lembrar
de jantar com Sylvia e de ter tido alguma uma conversa séria com ela. Ele não conseguia se
lembrar de chamá-la quando teve problemas no trabalho, buscando sua opinião — a menos que
fosse sobre finanças. Mas isso caiu na categoria de estritamente profissional.
Com Romii, Richard não poderia tomar a mais simples das decisões, como escolher cores
para anúncios e ofertas, sem a chamar. Ela sempre sugeria o melhor.
Ele olhou para o rosto de Sylvia. Ele estava subestimando seus sentimentos por Romii. Bastava

olhar para o rosto de Romii por alguns segundos e colocar sua mente em devaneios.

"Ok." Ele suspirou, querendo terminar a conversa de uma maneira rápida e permanente. "Eu
te entendo. Mas eu estou com Romii, e é algo sério."

Sylvia endureceu. "Por quê? Por que ela?"


"Porque eu sou apaixonado por ela. Temos um filho juntos."
Sylvia congelou, e a cor desapareceu de seu rosto. “Vocês têm um filho? Mas você e eu
estávamos juntos até um mês atrás."

"Não." Ele esfregou as têmporas. "Ela é minha namorada da faculdade. Ela e eu temos uma
criança de seis anos de idade."
"O quê? Você sabia disso quando estávamos juntos?"
"Não, eu não sabia nada sobre ele. Eu só descobri há algumas semanas."
"Uau!" A voz de Sylvia ficou mais uma vez suave e rouca. "Aquela mulher manteve um
segredo desses de você por anos, e você confia nela? Como você sabe que é realmente o
pai? Você não estava com ela."
"Eu sei que eu sou o pai, sem dúvidas."
Sylvia engoliu, e o momento ficou tenso. Richard estava esperando que ela desistisse e

voltasse para a festa para que eles pudessem jantar, mas seus olhos brilhavam de lágrimas mais
uma vez. Ela abriu a boca para falar e suas palavras vibravam com lágrimas.
"Eu vim aqui para dizer... eu descobri isso há duas semanas, e eu queria dizer a você, mas
eu estava em choque."
"Dizer o quê?"
Sylvia atraiu uma respiração profunda. "Estou grávida, Rich."
Richard se inclinou para a frente. Ele não podia ter ouvido direito. Mas seus membros
endureceram em estado de choque, e sua mente parou de funcionar. De repente, a cabeça parecia
que estava cheia e agitada demais. A cabeça queimava, as têmporas doíam, e a nuca endureceu
como rocha com o choque da revelação.

"Só pode estar brincando comigo."

"Não", Sylvia soluçou. "Eu não estou. Eu queria dizer a você, mais cedo, mas eu estava em
estado de choque, e assim que superei o choque, sabia que tinha que vir aqui e te contar."

"Por que aqui? Por que você não foi ao escritório?"


"Porque eu queria vê-lo, e depois decidir. E agora que vi você nesse negócio de família com
aquela mulher que te enganou durante anos, eu senti que você tinha que saber. Você tem o direito
de saber sobre o seu próprio filho."
Capítulo Vinte e Um

Richard pegou o suculento peito de pato em seu prato, desejando que o zumbido em sua
mente parasse.

Ele podia sentir a presença de Sylvia na mesa ao lado. Podia sentir a energia nervosa
irradiando de Romii, sentada ao lado dele. Ela estava em uma profunda conversa com uma
senhora que dirigia o maior banco em Boston, e ele estava feliz que ela fosse tão social, pois não
conseguiria falar com ela.

Ele não conseguia olhar para ela.


Assim que voltou à sala do banquete, viu Romii de uma forma diferente. E não queria. Ele
sabia que estava em estado de choque e que era algum tipo de mecanismo de defesa. Além disso,
havia uma batalha feroz em sua cabeça. A mente confusa continuava o amaldiçoando por ser tão
fértil.
Duas mulheres que tomavam pílula. Duas mulheres grávidas dele — enquanto tomavam
pílula. Pelo andar das coisas, ele estava pensando em ligar para todas as suas "exs" e verificar se
tinha engravidado outras mulheres.
Mesmo que tivesse se protegido com todas elas, ele estava perdendo para seu próprio

esperma. Ele vazara e estragara tudo. Para amaldiçoá-lo por nunca querer ter filhos.
Agora, ele estava tendo bebês por todos os lados.
Ele olhou na direção de Romii. Ela estava sorrindo para algo que a senhora disse, mas ele
viu o quão inquieta ela parecia. Ela olhou de relance, e ele se virou abruptamente.
A culpa era horrível. Secretamente, ele estava concordando com Sylvia.
Romii havia mentido. Ela o havia mantido no escuro, e ele perdeu anos de vida de seu filho,
como resultado. Ele nunca poderia ter esse tempo de volta. Nunca teria a oportunidade de volta. E
agora, ele estava recebendo uma segunda chance para isso — uma segunda chance de ser pai.
Ele inclinou a cabeça de lado e olhou para Sylvia. Ela era uma visão em azul, mas não

parecia nem um pouco fascinante para ele. No entanto, o fato de ela estar grávida mudou o rumo

do relacionamento que tinha planejado com Romii.


Capítulo Vinte e Dois

Richard ficou em silêncio na volta para a casa de Romii. Trevor já tinha adormecido em sua
mãe, assim Romii assumiu que Richard iria passar a noite em sua casa. Mas ele parecia chateado, e

excepcionalmente silencioso, e Romii tinha certeza que tinha tudo a ver com Sylvia.
Ela considerou a possibilidade de que pudesse ter subestimado o que ele teve com Sylvia. E
se ele realmente amava a mulher e estava de coração partido com o término do
relacionamento? Mil cenários diferentes correram em sua mente, mas ela já podia se sentir

ignorando-os, rejeitando-os, e lutando para expulsá-los.


Não é fácil, pensou com o coração apertado.
Ela o olhou de perfil, e os últimos dias passaram pela sua mente. Ela o viu não ficando
irritado com as palhaçadas de Trevor. Ela o viu pegar a bola, não importava quantas vezes Trevor
a jogasse, e o encorajava verdadeiramente encantado com seu talento amador. Ela também viu
que, mais uma vez, tinha se apaixonado por Richard. Só que dessa vez, ela era uma idiota ainda
maior.
"Diga-me o que aconteceu." Romii esperou que ele dissesse alguma coisa. Seus olhos se
mantiveram no rosto dele. O carro parou em frente à casa dela, e o motorista abriu a porta

traseira para eles, apenas para Richard pará-lo com a mão. "Você vai me fazer esperar aqui
para dizer alguma coisa?"
"Eu não sei por onde começar, Romii."
"Você quer voltar com ela?"
Richard engoliu. "Não."
“Vamos lá!" Ela zombou. "Eu vi como você estava olhando para ela. Não precisa se
preocupar. Você já me tirou de sua vida antes. Então, e daí se isso acontecer novamente? Em breve
eu vou ser premiada com um doutorado honorário em como ser jogada fora por Richard
Letterman." Ela abriu a porta e lutou contra as lágrimas, quando ele prontamente a segurou e

bateu a porta novamente.

"Não. Não é isso. Você entendeu errado."


Romii manteve os olhos longe do rosto bonito e amado dele.

"Eu não quero mais ficar aqui. Eu não quero ter essa discussão. Eu não sou tão patética a
ponto de sentar aqui e implorar a você para me escolher em vez daquela mulher. Se você me quer,
tudo bem, mas se você não quer, eu não sou a mulher vai te pedir para voltar, Richard."
"Eu sei. Eu não esperava que fosse. Mas isso é a questão, você não precisa de ninguém, não

é?"
As sobrancelhas de Romii arquearam de ressentimento com as palavras. "Sério? E você
precisa de alguém? Por que eu sou uma mulher, é anormal de alguma forma não precisar de
alguém?"
"Você não entende."
"Então me faça entender do que se trata, porque eu estou me sentindo um pouco estúpida
por estar aqui quando você espera que eu seja mais fraca por algum motivo idiota."
"Eu não! Não é isso, ok? Mas você faria qualquer coisa para manter sua
independência. Você não se importa em pisar nos sentimentos de alguém."

Seu queixo caiu. "Como é?" O riso borbulhou dentro dela. "Você, entre todas as pessoas, não
pode sequer começar a me acusar de ser egoísta e egocêntrica."
"Eu não estou fazendo isso."
"Você está. E caso tenha se esquecido, foi você que foi embora, enquanto eu estava
passando por um momento terrível, terrível. Você saiu. Eu estava bem aqui."
"Sim." Ele ficou impaciente. "Porque você deveria estar comigo. Nosso plano era nunca mais
ficar em Boston e viver felizes para sempre. Não era? Nós deveríamos conquistar o mundo
juntos. E, de repente, seus planos mudaram, e você esperava que eu estivesse a seu dispor e
fizesse o que queria. Sinto muito, Romii. O mundo realmente não gira em torno do que você quer."
Romii ficou imóvel, fria até aos ossos com as palavras dele. Ele estava parcialmente certo,

mas por que a estava acusando agora? Horas antes, ele a abraçou e disse que a amava.

"Por que isso? Não pode ser sobre mim e o que eu supostamente fiz para você no
passado. Porque, claramente, você a viu e magicamente se transformou no homem mais infeliz do

planeta."
"Eu não sei o que fazer aqui, Romii. Eu estou lutando."
"Não se preocupe." Ela agarrou a maçaneta da porta novamente. "Se o Senhor Egoísta me
permite, eu quero sair daqui agora."

Ele agarrou seu braço, parando-a. "Eu não quero voltar com ela. Deus, eu não entendo o
que já vi nela algum dia. Eu não tenho nenhum desejo de estar com ela novamente, mas... ela está
grávida."
Romii congelou. "Como é? Eu acho que não ouvi direito."
"Você ouviu. Sylvia está grávida."
"Não, ela não está", ela atirou de volta em desgosto.
"Sim ela está. Ela me disse hoje. Foi por isso que ela veio."
"Você está brincando comigo agora? Ela vem, e diz que está grávida, e você acredita nela?"
O queixo de Richard ficou tenso. "Sim, porque a última vez que alguém ficou grávida, ela

não se incomodou em me dizer. Portanto, perdoe-me por ser grato que, dessa vez, a mulher se
preocupou em me contar isso."
"Oh, por favor. Você me deixou na pior. Eu fiz o que tinha que fazer para me proteger e
construir uma vida para Trevor."
"Não, você fez porque era egoísta." Ele sussurrou, furioso. "Eu fico pensando... quanto você
possivelmente me odiava para não me querer por perto? Mesmo quando você estava sozinha na
sala de parto dando à luz?"
Os olhos de Romii queimaram com as lágrimas. Ela não podia acreditar que ele estava
jogando aquilo na sua cara.
"Sim. Eu acho que eu te odiava um pouco para não deixar você me ver, mesmo

assim. Obrigado por me lembrar disso. Vou manter isso em mente na próxima vez que tiver

algumas ideias loucas sobre você."


Ela abriu a porta e saiu da limusine.

"Romii!" Ele gritou do carro. Sua voz ficou mais alta quando ele a seguiu até a porta da
frente. "Romii, por favor. Não tem que ser assim. Eu quero fazer parte da vida de Trevor, também."
"O Trevor não precisa de você, Richard", disse ela calmamente. "E nem eu. Não posso
acreditar como é fácil para você fazer a mesma coisa de novo, deixar-me de lado por algo que

você quer mais. Divirta-se, Richard." Ela bateu a porta da frente na cara dele.
Com as costas pressionadas contra a porta, ela finalmente deixou as emoções virem. As
lágrimas escorreram pelo seu rosto e ela ofegou, apertando os lábios enquanto o rosto se
amassava em agonia. Ela viu o espelho onde se encontraram horas atrás e ele disse que a amava,
disse a ela que queria estar mais presente na vida de Trevor. E isso fez com que se sentisse uma
idiota.
Ela engoliu os soluços em suspiros dolorosos até que ouviu a limusine se afastar. Agarrando
um porta-retratos na mesinha ao lado do sofá, ela o atirou contra o espelho.
O barulho, o estilhaçamento, foi mais alto do que ela esperava. Pareceu uma explosão no

silêncio. Os soluços explodiram de seu peito, e ela caiu no chão.


Ele a humilhara novamente. Ele partiu seu coração novamente. Deixou-a novamente — para
construir uma vida melhor, mais desejável para ele mesmo.
Sempre que algo monumental acontecia na vida dele, ela era indesejada, descartável para
ser jogada fora.
Ela estava feliz por muitas coisas. Não ter dito a Trevor que Richard era seu pai. Não ter
dito a Richard que ela também o amava. E pelo fato de que Trevor não estava por perto para vê-
la se desmanchar.
Ela queria ficar sozinha. Esta noite merecia ser gasta miseravelmente. Ela queria se afogar
nela, e não tentar se livrar do manto de desespero escuro que a esmagava.

Amanhã de manhã, ela sairia mais forte. Ela tinha apenas esta noite para se permitir ser a

vítima.
Levantando-se do chão toda mole, ela abriu o vestido nas costas. Deixando-o cair no chão

em uma pilha confusa no meio da sala, ela caminhou até o sofá em suas roupas íntimas. Deitada,
abraçou seu próprio corpo nu. Chorou por ser estúpida. Ela chorou porque se sentiu insignificante e
sem importância.
E isso era o mais doloroso. Quando eles eram crianças, Richard sempre a fazia sentir o

oposto disso. Ele sempre a fez se sentir vista, valiosa.


Sem estar ciente disso, ela queria aquela sensação novamente. Ela esperava que ele fosse
essa pessoa novamente. Ela chorou porque tinha que aceitar que ele se foi, e ele nunca seria essa
pessoa com ela novamente.
***
Em algum momento durante a noite, suas pálpebras se abriram e ela teve um flashback. Ela
viu Sylvia em seu deslumbrante vestido azul-gelo, pegando uma taça de champanhe na bandeja
do garçom. Uma, duas, três vezes.
De repente, Romii se levantou pensativa.

Para uma mulher grávida, Sylvia estava com certeza bebendo muito.
Seu último pensamento quando deitou de novo para dormir era que iria ser bem feito para
Richard. Nenhum bebê com Sylvia e nenhuma família com ela. E sem Trevor também. Mas, em vez
de ficar feliz porque ele seria infeliz quando descobrisse a verdade sobre Sylvia, ela estava triste
por ele.
Ela gemeu em agonia. Ela o amava muito, mesmo quando ele tinha desistido dela.
Capítulo Vinte e Três

Richard chegou a seu apartamento e pegou o telefone. Seu corpo estava trabalhando no
piloto automático, em modo de sobrevivência. O rosto desapontado e desolado de Romii apareceu

em sua mente várias vezes, até mesmo quando ele se obrigou a ligar para Sylvia.
O "olá" animado dela o fez estremecer. Ele só podia imaginar o que Romii estava sentindo
no momento. Mas tinha que tomar uma decisão, e rápido. Ele escolhera a criança que ainda não
tinha chegado ao mundo.

Enquanto passou o tempo com Trevor, Richard tinha visto como era ser pai. Lamentou ter
perdido todos os preciosos anos de vida do seu filho. Seus primeiros passos, suas primeiras
palavras, seu primeiro dia de escola. Richard tinha sido roubado do direito de desfrutar tudo
isso. Uma parte da vida do seu filho tinha sido tirada dele. Apenas esse fato era o suficiente para
convencê-lo a continuar com sua decisão.
O bebê de Sylvia era diferente. Richard teria a chance de refazer as coisas. Poderia mudar
o que deu errado com Romii. Poderia estar lá para a criança. Poderia ser um pai para seu
segundo filho desde o primeiro dia.
Richard arrastou sua mala para fora do armário e chamou a governanta, lembrando

tardiamente que era o dia de folga dela. Ainda na cama, tirou o paletó e soltou os botões de suas
mangas.
A respiração desacelerou quando seus olhos caíram e viram seu reflexo. A porta espelhada
do closet estava entreaberta, e de frente para ele. Lentamente, puxando a gravata para soltá-la,
ele se sentiu como se tivesse envelhecido cinco anos em poucas horas.
O batom de Romii estava em cima da cômoda. Ela o pediu de volta há muito tempo, mas ele
sempre gostara de tê-lo ali. Uma parte dela. Estava feliz porque não tinha lhe dado de volta.
***
Disse a si mesmo que iria se sentir melhor depois de ter dormido, mas a indecisão feria seu

estômago. O toque incessante do porteiro o obrigou a atender. Ele respondeu à chamada. "Sim?"

"Sr. Marcus Garcia está aqui para vê-lo, Sr. Letterman."


"Mande-o subir", disse ele automaticamente, e depois se arrependeu instantaneamente. Ele

não estava com disposição para as brincadeiras e os comentários sarcásticos de Marcus. Estava
prestes a ter um colapso nervoso, e não tinha paciência para lidar com ninguém no momento. Nem
mesmo seu melhor amigo.
Os elevadores abriram direto para a sala de estar, e Richard estava preparando dois

drinques quando Marcus apareceu atrás dele.


"Por que você saiu da festa?"
Richard se virou para entregar uma bebida a Marcus.
Ao ver o rosto de Richard, o sorriso de Marcus evaporou. "Mas que merda você fez?"
"Não use esse tom comigo. Eu ainda sou seu chefe, lembra?"
Surpreso, Marcus ergueu a mão livre. "O que você fez, respeitado senhor? Assim é
melhor? Apenas diga. O que diabos aconteceu? Você tá com uma cara horrível."
"Eu não tenho paciência para lidar com suas piadas no momento."
"Eu juro pela alma da minha mãe que eu não estava brincando. Você tá uma merda."

Os dentes de Richard rangeram. "Eu terminei com Romii."


"O quê? Por quê?"
"Sylvia está grávida."
"Jesus Cristo. O que há com você para engravidar mulheres em todos os lugares?"
"Eu não faço ideia. E ambas estavam tomando pílula."
"Você tem que dar um jeito em si mesmo, então. Permanentemente. Ou nós vamos ter um
problema de superpopulação com você fazendo filhos por aí, para não mencionar as pensões..."
"Você pode tentar ser sério por um momento? Isso não é engraçado."
"Quem está brincando?"
"Marcus..." Richard levantou-se, mas ele não estava zangado com Marcus. Sua facilidade de

fazer piada de tudo era engraçada, embora dolorosa. E ele gostava de ter o cara por

perto. Hoje, porém, era questão de vida ou morte para ele. "E se Romii nunca me deixar ver Trevor
de novo?"

Marcus colocou a bebida longe. "Como você se sentiria se ela não o deixasse mais ver
Trevor?"
Richard engoliu e encontrou o olhar de seu amigo. "Eu ficaria arrasado."
"Você pode negociar as visitas."

"Eu não posso fazer isso com Romii", disse ele, derrotado. "Por que eu tenho que escolher?"
"Você não precisa. Mas parece que você escolheu."
Richard chamou em respirações trêmulas. "Marcus, se eu ficar com Sylvia, Romii não vai ficar
comigo."
"Com quem você quer estar?"
"Romii!" Ele atirou de volta muito rapidamente.
"Você tem certeza?"
"Completamente. Eu a quero desde sempre. Trevor apenas melhorou a coisa toda. Ele não foi
a principal razão para eu querer ficar com ela. Eu nem sabia que ele existia antes de começarmos

a dormir juntos novamente."


"E Sylvia?"
"Eu não me importo com ela. Mas eu não posso simplesmente abandonar outra criança. Eu já
perdi a maior parte da infância de Trevor. Eu não posso fazer isso com outra criança."
Marcus se sentou no sofá, um pouco longe de Richard. "O que você quer fazer? Escolher
Romii, ou o garoto que ainda não está aqui? Você não pode simplesmente ajudar Sylvia sem
realmente estar com ela?"
"Será que ela me deixaria ver a criança?"
"Você poderia pedir o direito de visitá-la na Justiça. Tenho certeza que você pode fazer isso
com Sylvia."

Richard fechou os olhos. "Que merda que eu fiz?"

"É por isso que eu continuo aqui. Porque assim que algo fica difícil, você sai e diz algo
estúpido e destrói tudo. E então você se arrepende mais tarde. E isso nunca termina em algo

bom. Lembra-se do ultimato que deu a Romi?"


O rosto de Richard disparou em direção a Marcus.
"Essa proeza te custou seis anos da infância de seu filho, e custou Romii. Você a ama. Não
fale essas merdas ridículas quando você sabe que não pode viver sem ela."

Richard sentou-se calmamente, mas então sacudiu a cabeça. "Não, eu não posso voltar." Ele
arrancou as roupas do armário e as jogou em uma pilha desordenada em sua mala.
"Você está tendo um surto psicótico? O que você está fazendo?"
"Eu vou embora desse lugar maldito. Desde que cheguei aqui..." Ele estava gritando agora,
furioso, com o coração martelando e a cabeça prestes a explodir. "...tudo deu errado. Com o
aplicativo, com Romii, com a minha vida. Eu não tive uma noite decente de sono desde que voltei
para Boston."
"Richard..."
"Apenas saia", Richard assobiou. Ele queria ficar sozinho. "Estou indo embora. E você precisa

dar o fora daqui. Agora."


"Uau!" Marcus se levantou. "Devo admitir que não estou ofendido, mas certamente estou
tentado lhe dar um soco na cara agora."
"Saia, Marcus." Richard fechou o zíper de sua mala, olhando para o relógio.
***
Em dez minutos, estava em seu carro, sua mente girando. Será que ele devia ligar para
Romii? Ele devia ligar para Sylvia e lhe pedir para se juntar a ele? Ele devia ligar? Ou não? Ele
poderia pedir para falar com Trevor antes de ir embora?
Ele descansou a cabeça no encosto do banco e respirou fundo. Estava perdido. Só queria
estar fora de Boston. Seria capaz de pensar então. Longe de Romii. Longe de Trevor. Longe de

Sylvia.

No aeroporto, ele caminhou na direção dos portões.


Capítulo Vinte e Quatro

O alívio inicial de Romii por Trevor estar na casa de sua mãe durou pouco. Assim que tirou a

roupa e se enrolou no sofá, o esmagador desespero tornou-se insuportável. Ficou acordando


várias vezes e, quando se cansou disso, colocou um jeans e uma camiseta, e dirigiu até a casa de
sua mãe.
Sua mãe, vendo o rosto coberto de lágrimas de Romii e a maquiagem manchada nos olhos,

tentou convencê-la a dormir lá. Querendo ficar sozinha com seu filho, Romii levou-o ao carro e foi
para casa.
Tentada a mantê-lo perto, deitou-o em sua própria cama e se aconchegou ao lado dele. Ele
se parecia exatamente com Richard quando dormia. Ao longo dos anos, ela passou muitas noites
admirando seu rosto enquanto ele dormia.
Ela tentou parar, mas falhou miseravelmente. Era muito tentador.
Os olhos se encheram de lágrimas quando ela percebeu a realidade lamentável de seu
coração. Richard Letterman era o único homem que poderia pisar sobre ela de novo, e de novo, e
ela ainda o amaria da mesma forma.

Romii nunca tinha tido problemas em tirar homens de sua vida. Uma palavra inadequada, um
movimento errado e ela cortava qualquer um. Mas Richard tinha um passe especial. Ela odiava ser
tão boba. E então, de novo, as pessoas falavam sobre o amor em termos tão casuais. Parecia que
as pessoas ao seu redor se apaixonavam por alguém novo a cada semana.
Ela era uma das raras pessoas que tinham sido amaldiçoadas para encontrar o seu
verdadeiro amor. Richard era sua alma gêmea. Ela estava ligada a ele. Nada do que ele fez
poderia fazê-la não amá-lo mais.
Em muitas maneiras, ela ficou feliz por ter engravidado. Pelo menos tinha uma parte de
Richard para amar e manter perto. Porque não importava o que acontecesse, ela jurou nunca

perdoar Richard novamente por sua traição.


Capítulo Vinte e Cinco

Richard bateu com o punho na porta da suíte do hotel, e bateu mais alto quando ninguém
respondeu. Havia um silêncio total. Ele olhou no relógio. Era quase uma da manhã, mas sabia que

Sylvia dormia tarde. Dando ao punho um descanso, ele tocou a campainha


repetidamente. Finalmente, a porta se abriu e Sylvia saiu, seu cabelo desgrenhado, seu robe
apertando os seios cheios antes de cair ao lado das coxas.
"Eu preciso falar com você, Sylvia."

Ela parecia desconfortável. "Agora mesmo?"


"Sim, agora." Ele esperou, mas ela não se moveu para deixá-lo entrar. Ela parecia
desconfortável, as sobrancelhas arqueadas. "Ok. Eu acho que vou dizer isso aqui mesmo." Ele
respirou fundo. "Eu estarei lá para a criança. Eu prometo a você uma pensão bem generosa, e
quero estar envolvido na vida da criança. Mas eu amo Romii e meu filho, e vou ficar com eles."
Sylvia olhou para ele como se tivesse visto um fantasma e, então, lentamente deixou a porta
abrir mais.
Ele a seguiu para dentro e se sentou no sofá da sala de estar, e ela se sentou em frente a
ele. Suas costas estavam retas, seu rosto era uma imagem de inocência com olhos azuis. Ele queria

acabar com isso para que pudesse voltar para Romii e Trevor, e implorar por seu perdão.
"Eu não entendo. Você não me quer de volta?" Sylvia perguntou humildemente. "Foi por isso
que você veio aqui?"
"Eu amo Romii. Amarei para sempre e, por um momento, esqueci como ela foi preciosa. E
agora Trevor. Eu não deveria ter que escolher entre meus filhos. Eu vou estar aqui para você, mas
vou estar com Romii."
Os olhos de Sylvia caíram no chão, e Richard preparou-se para o choro e os gemidos finos
típicos dela. Mas em vez disso, ela apenas olhou para ele e, lentamente, sussurrou algo.
"O que foi isso? Você disse algo?"

Ela falou de novo, dessa vez mais alto. "Eu sinto muito. Sinto muito, Richard."

O coração de Richard capotou. Ela estava arrependida? "Estarei aqui. Eu estarei lá para
você e para o bebê."

"Não há nenhum bebê." Ela chorou, levantando-se e torcendo as mãos. "Eu sinto muito... eu
entrei em pânico. Eu queria você de volta. Senti sua falta, e menti para você voltar."
Richard ficou paralisado em seu lugar no sofá, encarando o rosto dela, em descrença, os
olhos arregalados. "Você o quê?"

"Eu sabia que era errado, mas eu estava desesperada! Eu vi você com ela, o jeito como você
olhou para ela. Você nunca foi assim comigo. Eu fiquei com ciúmes e, por isso, quando vi que você
era tão emocional com seu filho, eu pensei que, talvez se você pensasse que tinha outra criança..."
Ele se levantou lentamente. "O que você estava pensando, Sylvia? Como você iria manter
essa mentira nos próximos meses?"
"Eu não sei!" Ela gritou. "Eu considerei apenas dizer que fiz um aborto."
"E então o quê? Eu fui embora duas vezes sem pensar, porque você sabe que eu não te
amava. Droga, você também não me amava."
"Eu amava." Ela agarrou sua jaqueta.

Richard não se afastou. Ele gentilmente descansou as mãos em seus ombros e fechou os
olhos, sério. "Foi viciante, Sylvia. Tivemos um grande momento, mas isso foi só na cama. Nós
brigávamos o tempo todo. Era horrível."
Sylvia fungou. "Eu vou mudar. Eu vou."
Richard suspirou e quase se sentiu mal por ela. Ele apertou os lábios no centro da testa dela
em um beijo suave. "Um dia você vai me agradecer por ter ido. Eu sinto muito. Eu amo Romii
demais. Ela é a minha família."
Ele saiu do quarto do hotel e correu para o elevador, até seu carro.
O motorista esperou que ele dissesse alguma coisa, enquanto Richard pegava o celular e
discava o número de Romii. Estava desligado. "Vamos!" Ele gritou para o motorista.

"Para onde, senhor? Para o aeroporto?"

"Não, para a casa de Romii."


***

O quintal da casa dela estava com as luzes acesas. Quando ele levantou a mão para tocar
a campainha, notou a porta da garagem entreaberta. Estava fechada quando ele a deixara mais
cedo. Ele espiou por baixo da porta e viu o carro dela, e algo lhe disse que ela tinha saído depois
que ele partiu — talvez para buscar Trevor.

Não querendo acordá-lo se ele estivesse lá, Richard caminhou ao redor da casa até a
janela do quarto dela e espiou dentro. Lá estava ela, enrolada por cima dos cobertores, seu braço
embaixo de Trevor, que estava esparramado, dormindo ao lado dela.
Seu coração pulou. Romii parecia vulnerável e triste, segurando a criança junto a si.
E então seus olhos se levantaram e ela o viu. Mudou levemente de posição e apertou o peito.
"Abra a porta. Eu preciso falar com você", ele falou através da janela de vidro. Os olhos
dela estavam manchados com delineador escuro, o rímel borrado.
Ela balançou a cabeça com veemência.
Romii então percebeu. Pesar, dor nos olhos. Ele parecia cansado e despenteado, apesar de

fazer apenas duas horas que tinha ido embora.


Desviando-se da janela, ela não se atrevia a enxugar as lágrimas que corriam pelo seu
rosto. Não queria que ele a visse chorar. Não queria que ele soubesse o quanto ele a tinha
machucado.
Andando descalça pela sala de estar, ela abriu a porta da frente apenas o suficiente para
aparecer. "O que é?"
"Por favor, posso entrar, querida?"
Romii fechou os olhos com força e uma raiva diferente de tudo que já tinha experimentado
explodiu dentro dela. "Não me chame de querida."
"Romii... escute." Ele pegou a mão dela e ela o ignorou.

"Apenas me diga o que você quer. Eu preciso voltar para a cama."

Richard olhou sua camiseta e seu jeans. "Desde quando você consegue dormir de calça
jeans?"

"Não faça isso, ok? Não. Você não é nada para mim. Não aja como se fosse tão especial só
porque você sabe coisas íntimas sobre mim. Eu me recuso a deixá-lo ser importante."
"Você não pode."
"Bem, eu estou fazendo isso, agora. Apenas vá, e me deixe em paz, eu e o Trevor. Estou tão

feliz por nunca ter dito a ele que você é seu pai biológico. Estou tão feliz por tantas coisas, na
verdade." Ela sufocou uma risada sarcástica. "Eu só quero você fora da minha vista."
"Romii, por favor." Ele empurrou a porta.
Ela lutou contra ele, mas o olhar sério em seu rosto a fez recuar automaticamente. Ela já
sabia que estava desistindo. Não podia lutar contra Richard. Não tinha esse tipo de resiliência
nela. Não era tão forte. Fez uma última tentativa desesperada de salvar seu orgulho. "Apenas
diga o que tem que dizer e saia de nossas vidas."
Richard fechou a porta, e ela cruzou os braços na frente do peito defensivamente. "Eu vim
pedir desculpas."

"Tudo bem. Desculpas aceitas. Agora vá, por favor."


Richard viu a determinação diminuindo em sua voz e deu um passo para a frente, apertando
lentamente os cotovelos dela, e abaixando o rosto. "Eu fui estúpido. Eu estava em choque. Tentei
escolher entre meus dois filhos e pensei que já tinha perdido uma grande parte da vida de
Trevor. Eu não queria outra criança lá fora que não conhecesse o seu pai. Eu queria fazer as
coisas direito, e foi tudo sobre ter perdido os primeiros momentos de Trevor." Ele fez uma pausa. "E
eu estou tão bravo com você."
Os olhos de Romii o fitaram.
"Eu estou tão... tão..." Ele cerrou seus dentes e suas feições se torceram de raiva e dor. "Eu
estou tão bravo com você, Romii! Como você pode? Como pode não ter me contado? Eu te

amava. Você sabia o quanto eu te amava. Como pode ser tão dura comigo a ponto de manter

algo tão grande longe de mim? Como você pode roubar de mim seis anos da vida de Trevor?"
As lágrimas de Romii rolaram livremente. Ela cobriu o rosto com as mãos, sufocando os

soluços. Ele não a tocou.


"Eu não queria ouvir você. Eu não queria ver você. Porque sabia que o momento que eu o
fizesse, iria desmoronar", ela gritou olhando para ele. "Então, eu me mantive afastada para minha
própria sanidade. Fui egoísta e só queria te esquecer. Eu só queria seguir em frente."

"Você conseguiu?"
Seu tom rígido lhe doeu. Os olhos de Romii se fecharam e o corpo estremeceu em soluços
contidos. "Eu não pude. Eu não consegui. E estou tentando agora. Então, por favor, perdoe-me por
fazer o que fiz, nos deixe em paz e volte para sua namorada."
Richard balançou a cabeça. "Eu fui até a casa dela para dizer que eu te amava e que ia
ficar com você, se você quisesse. Sabe que aconteceu?"
Romii teve de repente uma grande satisfação, enxugando as lágrimas com as costas da
mão. "Ela não estava grávida?"
O rosto de Richard caiu. "Você sabia?"

"Você é o primeiro suposto 'gênio' que foi tão estúpido a ponto de acreditar nisso. É óbvio
que ela inventou isso, Richard!"
"Como você sabia?"
"Eu a vi encher a taça de champanhe várias vezes antes de você dar a notícia para mim. Ela
o estava olhando com um olhar ganancioso e se entupindo de álcool. Então, imaginei que ela ou
não estava grávida, ou realmente não se preocupava com o bebê que estava usando para
prender você."
"Jesus." Ele esfregou o rosto e enfiou as mãos pelo cabelo. "O motivo para que eu esteja
aqui não tem nada a ver com ninguém. Eu fui um idiota. Você está certa. Eu fui um idiota. Eu estava
morrendo por dentro, mas não sei por que culpei você por tudo o que aconteceu. Você fez o que

tinha que fazer, e eu tive azar ao terminar com você de novo."

Romii fungou, sabendo que já tinha perdido, ou ganhado — dependendo de como escolhesse
ver a situação. Ela tinha jurado que nunca iria perdoá-lo, mas seu coração se tornava fraco

quando era com Richard. Ele parecia desolado, triste e claramente abalado com o que tinha feito,
mas ela poderia simplesmente perdoar e confiar que isso nunca iria acontecer de novo?
Com o coração apertado, ela admitiu que não queria depender de suas dúvidas. Ela tinha
que confiar nele, como sempre fazia. Era uma aposta, mas ela não tinha outra escolha.

Porque não importava, ele era o único homem que realmente a amava. E não havia outra
pessoa com quem ela preferisse estar.
"Eu aprendi minha lição, Romii. Eu juro que vou fazer isso direito. Eu estarei bem aqui. Eu vou
fazer direito por Trevor e por você. O que você quiser. Apenas…"
"Tudo bem!" Ela retrucou.
O rosto de Richard iluminou-se e seus dedos apertaram os braços dela. "Tudo bem?"
"Sim." Ela levantou as mãos em derrota. "Eu realmente preciso dormir um pouco, e parece
que você não vai parar até que eu concorde. Está tudo bem." Ela olhou diretamente em seus
olhos. "Nós podemos dormir no quarto de hóspedes, já que Trevor está na minha cama agora."

Richard ficou olhando o rosto dela, e viu a alegria nos olhos. Um riso chocado de
incredulidade escapou de sua boca antes que ele passasse os braços em volta da cintura e
esmagasse o corpo dela contra o dele, devorando sua boca macia.
Epílogo

Trevor pulou na frente de Romii e Richard enquanto caminhavam pelo corredor iluminado.
"Isso é fenomenal. Não posso acreditar que, há apenas uma semana, parecia que o escritório

nunca iria ficar pronto."


"Eu disse que eles iriam terminar hoje", Richard falou distraidamente.
"Por que o aniversário de Trevor é o dia perfeito para a conclusão do prédio que abriga a
sede nova da empresa?"

Richard agarrou a mão dela e a puxou para mais perto. "Meu filho nasceu nesse dia. É o
dia em que minha vida mudou da maneira mais extraordinária."
Romii colocou a mão carinhosamente na lateral do belo rosto dele, sentindo-se infinitamente
culpada por tê-lo mantido longe. Durante os últimos seis meses, ele provou que era digno de ser o
pai de Trevor. Algumas semanas após eles terem voltado, eles contaram a Trevor que Richard era
seu pai. E Trevor ficou encantado. Romii se surpreendeu com reação de seu filho, mas tudo deu
certo.
O irmão de Richard, Kevin, voou para Boston para conhecer seu sobrinho e, depois, os pais
de Richard vieram conhecer o neto também. A ocasião acabou por ser duplamente emocional,

porque os pais de Richard — pela primeira vez em dez anos — insistiram em acertar as coisas
com Kevin.
Houve muitas lágrimas, e abraços, e reuniões. E os temores de reviver os dramas familiares
de Richard já não existiam mais. Ele estava sempre feliz quando se sentava à mesa de jantar com
seus pais e seu irmão. E seu filho.
"Você é a minha família", ele sussurrou para Romii naquela noite na cama e, então, lançou os
projetos mais importantes de todos os tempos: mudar a sede da empresa de Nova York para
Boston.
"Você não tem que fazer isso. Nós poderíamos ter pensado em alguma coisa."

"Eu não queria arriscar com as viagens e a longa distância", disse ele enquanto andavam

atrás de Trevor pelos novos escritórios que ainda seriam abertos. "Na última vez que fui embora
por causado trabalho, você teve um filho e terminou comigo."

"Ha ha ha", Romii resmungou bem-humorada. O passado não os machucava mais. Eles
sabiam que haviam sido feitos um para o outro.
"Venha aqui. Eu tenho que mostrar uma coisa." Richard abriu a porta de seu escritório e
caminhou depois que eles entraram.

"Seu escritório?" Romii gritou muito satisfeita. "Uau! Isso é muito mais a sua cara, querido."
"Não é?" Ele admirava a decoração zen simples do escritório. Minimalista, limpa e
calmante. "Aqui está outra coisa que você vai adorar." Ele a levou até a outra porta, e a abriu.
Dentro havia um escritório bastante semelhante ao seu, mas mais claro e mais espaçoso.
"O que é isso?" Ela olhou para a mesa, os assentos e os tapetes exuberantes.
"É o seu."
Os olhos de Romii estalaram na direção dele, e ela riu. "De jeito nenhum."
"É sim." Richard olhou para Trevor, que tinha se sentado na cadeira e ia girando nela. O
coração dele martelou e ele se virou para Romii. "Você tem que parar de trabalhar para os meus

concorrentes, querida."
Romii riu. "Você sabe que eu não vou fazer isso. Eu nunca me dei bem trabalhando para
outras pessoas. Eu trabalho para mim mesma."
"Você devia trabalhar sempre comigo."
"Com você... não para você?"
"Você vai ser dona da empresa — metade para ser exato."
"Isso não é justo!" Ela chorou. "Eu não vou querer isso. Você trabalhou tão duro para construir
esta empresa. E eu trabalhei pra caramba para construir a minha reputação. Eu trabalho sozinha,
amor, desculpe-me." Ela sorriu desculpando-se. "Você precisa superar sua obsessão de me ter como
a designer da empresa."

"Vou fazer um contrato, se você quiser — com base em cada projeto. Mas você precisa

parar de trabalhar para os outros. O último aplicativo de mídia que você fez para o meu maior
rival custou milhões para a empresa. Você deveria ter ferrado com eles, mas você não fez."

"Pare com isso, rainha do drama."


"Romii..." Ele pegou a mão dela a beijou. "Eu realmente preciso que você considere."
Romii franziu os lábios. "Talvez daqui a alguns meses poderemos discutir isso novamente."
Richard suspirou, e olhou para Trevor. Ele estava olhando para fora pela janela. E pediu

para Richard olhar. Ele olhou e, depois que os pais tinham matado a sua curiosidade e respondido
a todas as suas perguntas, ele apertou a mão da mãe e brincou com a pulseira dela.
Richard agarrou a mão livre de Romii e se abaixou no tapete.
Romii ficou de olhos arregalados, segurando os pequenos dedos de Trevor quando Richard
ficou de joelhos. "O que você está fazendo?" O coração dela quase pulou pela garganta, pelo
peito, por todos os lugares, lutando por espaço, batendo de forma irregular.
Richard, sem dizer nada, pegou uma pequena caixa preta do bolso e a abriu.
"Richard..." Sua mão cobriu a boca. "O que você está fazendo?"
"Quer se casar comigo?"

Romii se desmanchou em lágrimas, sorrindo, rindo, depois parou instantaneamente quando


Trevor agarrou sua perna, com um olhar triste e preocupado. "O que aconteceu, mamãe?"
Romii fungou, tentando limpar rapidamente as lágrimas, por causa de Trevor.
Richard puxou Trevor para o seu lado. "Mamãe está chorando porque está feliz. E eu a pedi
em casamento."
"Isso significa que ela terá que usar um vestido branco?"
Richard não tinha certeza. Ele nunca tinha certeza de nada com Romii. Ela poderia dizer
qualquer coisa — citar qualquer razão — e se recusar a se casar com ele. "Por favor, Romii. Eu
esperei meses para lhe pedir. Eu estava apavorado que você fosse recusar, mas eu quero que
você seja minha esposa."

Romii sacudiu a cabeça e limpou as lágrimas. "Você sabe o quê?"

"O quê?" O coração de Richard ficou ansioso e com medo.


"Eu acho que trabalhar em contratos de design independentes seria considerado conflito de

interesses se eu estiver casada com o CEO da EagleTech."


Richard congelou. "Talvez. Qual deles você deixaria?"
Romii suspirou. "Qual deles você acha?"
Richard viu o brilho de prazer em seus olhos, e entendeu. Ele a pegou pelos ombros,

puxando-a para seu peito, beijando seu rosto.


"Eu amo você, amor", ela sussurrou em seu pescoço.
As pálpebras dele queimavam. A sensação de queimadura era novidade, e chocante. Ele
apertou com mais força até que sentiu Trevor entre os dois, e eles o puxaram para um abraço.
"Eu te amo tanto." Ele sussurrou no ouvido de Romii.
Ela chorou silenciosamente no peito dele antes de saírem do escritório novo, e irem para
casa.

FIM

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Capítulo Um

Sarah observava Santino Orlando de seu lugar, ao lado dos enormes pilares que cercavam
o salão de banquetes. A graça natural dele e a completa e absoluta confiança impressa nos traços

de seu rosto denunciavam uma vida que havia sido passada em meio ao luxo. Ela reconheceu
aquele olhar e comportamento, pois eram essas características que haviam lhe faltado durante
toda a sua vida – até o dia em que se livrou dessa maldição e construiu seu próprio nome.
O italiano alto, de cabelos escuros e olhos cor de chocolate, claramente nunca havia passado

nenhuma necessidade ou um dia sequer sem seus luxos. Santino Orlando era uma força a ser
considerada, e ela havia marcado de encontrá-lo em exatamente meia hora, em uma das enormes
salas de discussão do local, para propor um conceito de propaganda para empresa de
brinquedos dele.
O evento na Espanha tinha reunido donos de corporações e uma variedade de magnatas,
além dos maiores nomes do segmento da publicidade. Ela estava lá representando sua empresa, e
determinada a ter a empresa de brinquedos de Santino Orlando, a BubFun, como cliente.
A oportunidade era enorme, e Santino Orlando provavelmente seria o maior cliente com o
qual teria contato. Conseguir esse contrato significava ter em suas mãos a promoção que

aguardava há meses. Mas havia uma pegadinha. Ela não esperava que o homem fosse um deus
grego maravilhoso.
Sua pesquisa minuciosa sobre aquele homem lhe mostrara o tipo de vida que levava, seus
gostos e preferências, e tudo a seu respeito, sobre o qual a imprensa era bastante discreta. Mesmo
assim, a câmera não lhe fizera justiça. Sua aura carismática o fazia parecer invencível, poderoso e
extremamente feroz.
Ela teria se sentido intimidada, mas havia um detalhe: Sarah Montgomery não se intimidava.
Não importava o que ele fizesse ou se ganhasse bilhões, ou se provavelmente gastasse mais nas
férias do que ela em um ano inteiro. Nada a afetava. Ela estava confiante com seu último conceito;

a criatividade em sua propaganda estava repleta de tudo que ela sabia que ele não podia

recusar, e sua confiança lhe servira bem no passado.


Seu olhar percorreu os ombros largos dele e o terno cinza ardósia que se agarrava ao

contorno de seu corpo musculoso. As mãos eram fortes e os dedos longos quando ele ajustava a
gravata. Embora ele estivesse a mais de nove metros de distância, ela podia sentir sua aura da
autoridade a atingindo em ondas. Ela se convenceu de que o observava apenas porque queria
dimensionar seu cliente antes que ele chegasse à sala de apresentação, onde tudo estava montado,

esperando pela chegada daquele homem.


O nariz era forte, com uma ligeira elevação no centro, os lábios cinzelados, a mandíbula tão
afiada que era dolorosamente agradável de olhar. E quando ela se moveu ligeiramente para se
inclinar contra o pilar e vê-lo mais confortavelmente, o olhar dele deslizou para cima e encontrou o
seu.
Seu coração martelava violentamente enquanto aqueles olhos castanhos se fixavam nela. Ela
congelou, incapaz de se mover e, para seu terror total, percebeu que não era apenas poder que o
homem exalava. Havia também uma enorme quantidade de apelo sexual, tão espessa e
concentrada que transformou seus dedos do pé em geleia, e seus joelhos começaram a tremer. Seu

corpo respondeu traiçoeiramente, seu umbigo agitando-se, o calor queimando o espaço entre suas
pernas. Os olhos dele se estreitaram quando ela não desviou o olhar, mas a impotência era
paralisante. O momento era potente, e ficou gravado em sua memória para sempre. Ela era
incapaz de negar a seus sentidos o prazer de manter a troca de olhares com aquele homem. E
quando pensou que certamente morreria da luxúria inoportuna que preenchia suas veias, ele
sorriu.
O olhar dele suavizou, e o homem que ela julgara ser distante, frio e inacessível se
transformou à sua frente. O semblante do magnata frio e mordaz recuou. Ela sentiu como se o
conhecesse há muito tempo.
Quando ela se convenceu de que aquele contato visual poderia ser interpretado como um

flerte, o que era uma coisa terrível de acontecer minutos antes de ela ter de conhecê-lo, uma

mulher passou entre eles e desfez o momento.


Sarah girou ao redor, deslizando as costas ao longo do pilar circular e agarrando-o atrás

de si. Sua respiração estava áspera, os olhos apertados, ela se esforçava para entender o que
tinha acabado de atingi-la. "Sério!" Ela sibilou para si mesma, com raiva. "Não pode ser."
O impensável tinha acontecido. Ela estava nervosa. Nervosa para encontrá-lo, nervosa para
olhar para aqueles olhos magnéticos e ardentes outra vez, e nervosa de medo de desmoronar de

prazer se ele sorrisse para ela novamente.


***
Sarah observou a porta da sala de conferências. Felizmente, enquanto estava de pé ao lado
da tela do projetor e revisava suas anotações, seus nervos se acalmaram completamente. Com mais
equilíbrio, esperava a chegada de Santino. Ela se convencia fortemente de que estava
perfeitamente bem, e a aura incrível de um homem, e um sorriso ainda mais incrível, não eram
suficientes para agitar seus nervos.
Mas quando aquele homem entrou na sala sem nem ao menos lhe lançar um olhar, seu
estômago foi parar no chão. Ela sentiu como se seus sentidos a tivessem traído, e como se a

conexão física entre eles nunca tivesse existido. Não seja estúpida, Sarah. Isto é uma reunião de
negócios.
Ela começou com sua introdução cuidadosamente ensaiada para quebrar o gelo. "Boa tarde,
Sr. Orlando."
Ele levantou os olhos para Sarah, sorrindo lentamente, os olhos se iluminando. Enquanto ele se
sentava na cadeira atrás de uma enorme mesa, disse: "Ei."
"Hum... Ei." Ela não conseguiu se segurar. A mistura de nervosismo, atração e confusão a fez
rir.
"É bom vê-la novamente." Ele sorriu.
Sarah não pode evitar. Ignorando os outros quatro ocupantes do cômodo, riu novamente.

"Sim, é muito bom vê-lo novamente, Sr. Orlando."

Ele se recostou na cadeira. Os olhos eram calorosos, acessíveis, e de um castanho chocolate.


"Por favor, me chame de Santino."

Um silêncio percorreu o cômodo, e tudo o que ela ouvia era seu próprio coração batendo.
"Certo, Santino. Sou Sarah Montgomery."
"Posso chamá-la de Sarah?"
Os lábios de Sarah se contraíram com a provocação infantil nos olhos dele. Ele estava

brincando com ela, deliberadamente ignorando as pessoas ao redor. Como se ele nem se
importasse com quem estava em volta, com seus flertes não muito sutis. Não é um flerte. Ele apenas
está sendo legal. "Pode."
"Ótimo. Então, o que você tem pra mim hoje, Sarah?"
"Hum..." Sarah desembarcou de volta à realidade com um baque, e por um momento ficou
com a mente completamente em branco enquanto olhava para a tela do computador, perguntando-
se em qual idioma aquilo estava escrito, embora tivesse feito a apresentação inteira por conta
própria. Então, sua mente clareou. Foco. Foco. Isso é importante. O cara poderia pensar que era
divertido flertar enquanto fazia negócios, mas ele iria falar com outra agência dentro de uma

hora, e ela tinha que garantir esse contrato.


E foi assim que Sarah se recompôs e prosseguiu com sua apresentação.
Sua voz era forte, as palavras articuladas, e ela mostrou que acreditava no que estava
dizendo de todo o seu coração. O homem divertido, robusto e bonito transformou-se em um
profissional de negócios, o sorriso evaporou, substituído por algo mais intenso queimando em seus
olhos, e ela estava feliz que Santino Orlando havia levado seu negócio a sério.
***
SANTINO NUNCA TINHA VISTO uma mulher como Sarah Montgomery. Algo nela o atingia em
um nível diferente. A linda mulher era forte, sua voz colocava todos num transe. Tão confiante e
segura; como se estivesse pronta para tomar conta do mundo, e com a certeza de que conseguiria.

Seus olhos vagaram sobre o rosto dela, deleitando-se com a maneira como os lábios macios e

cheios se moviam. Os lábios eram cheios, o nariz pequeno e reto, o rosto em forma de coração,
com os cabelos grossos e escuros caindo sobre os ombros.

No entanto, eram os olhos dela que o cativavam. Eles eram de uma cor diferente, nem
marrom nem verde, e ele desejava poder pará-la por um instante, apertar seu rosto e olhá-la nos
olhos até descobrir.
Ele não estava escutando a proposta dela. Nada. Não era porque não queria. Ele queria,

desesperadamente. Afinal, deveria fornecer feedback ao final, fazer perguntas e aprovar ou


rejeitar o conceito que ela apresentava de forma passional. Mas ele simplesmente... Não conseguia.
Qual era a cor dos olhos dela?
A jaqueta preta a beliscava na cintura. Ele não se orgulhava de admitir, mas quando ela se
virou de lado, seus olhos contemplaram alegremente aqueles quadris cheios e redondos. Os seios
tinham uma proporção perfeita, preenchendo o terninho perfeitamente. A blusa era de um roxo
escuro, ressaltando a tez pálida impecável.
Era uma proposta curta, quinze minutos. Esse era todo o tempo que ele tinha alocado para
as agências que desejavam fechar contrato com sua empresa de brinquedos. E, cedo demais, ela

terminou. Pausando com um sorriso, ela esperou que ele começasse a fazer perguntas.
Mas ele não tinha nenhuma. Ele mal tinha ouvido sua fala. Ficou tão absorto com a maneira
como ela fez a apresentação que realmente não manteve o foco no que estava sendo dito. E ele
se odiava por isso. Se ao menos não a tivesse apanhado o observando no salão de banquetes, se
não a tivesse visto à distância e pensado que ela era linda. Ele planejara procurá-la depois dessa
reunião e, por ter sorte em todos os esforços de sua vida, o destino a levara até ele.
"Você tem alguma pergunta? Feedback?" Sarah parecia estar entrando em pânico. Ele devia
parecer totalmente vazio. Devia estar com a cara de quem não fazia ideia do que ela estava
falando. Ela provavelmente pensou que os quinze minutos haviam sido um desperdício e ele nem
sequer tinha a intenção de respondê-la. Ela começou a desligar o computador. "Obrigada pelo seu

tempo, Sr. Orlando."

"Na verdade, eu tenho uma pergunta." Ele se endireitou na cadeira, sentindo todos os olhos
ao redor da mesa sobre si, enquanto ela esperava por sua valiosa opinião.

"Sim?"
Ele sorriu de modo esquisito, limpou a garganta, e seus olhos se estreitaram enquanto
segurava o olhar dela. "O que você vai fazer hoje à noite?"
Capítulo Dois

"Ah, meu Deus!" Tara gritou enquanto deixava a sala de conferências ao seu lado.
"Shhh. Fica quieta", Sarah sibilou. Tara certamente podia piorar ainda mais uma situação

constrangedora.
"Ele te chamou pra sair!"
"Shhh. Fica quieta, Tara", ela sussurrou furiosamente entre os dentes.
"Sarah?"

A voz dele a fez congelar, e ela se virou com um sorriso, vendo Santino parado ali, os braços
estendidos em sua direção. "Sarah, gostaria que você conhecesse informalmente meu gerente de
marketing e bom amigo, Mark Bosworth."
Sarah esticou a mão, cumprimentando Mark educadamente e acalmando seus nervos.
"O que você achou da proposta, Mark?" Santino perguntou, parecendo desesperado para
expressar alguma coisa após ter parecido tão desatento durante a apresentação.
Mark encontrou seu olhar, e ela estava feliz que ao menos ele estava sendo profissional.
"Acho que é um conceito muito promissor. É criativo e diferente. Não usual. Nós gostamos de
coisas incomuns. É bem o nosso estilo."

Sarah sorriu, sentindo-me melhor com o feedback. "Ótimo saber." Finalmente. Ao menos
alguém tinha algo a dizer sobre seu trabalho duro.
Então a mão grande de Santino descansou calmamente e possessivamente na parte inferior
das suas costas, ele pediu licença a Mark, e sua mente virou fumaça.
"Gostaria de falar com você a sós. Por aqui, por favor."
"Hum, ok." Sarah não conseguia suprimir a sensação de que estava fazendo algo de errado
ao caminhar com ele, entretanto. Mesmo desejando ficar ao lado dele, continuar sentindo a sua
mão grande em sua cintura, havia limites profissionais que ela não queria extrapolar.
Depois de caminharem juntos vários metros, ela finalmente parou e o encarou. Péssima

jogada. Quando ele parou, estava a apenas centímetros de seu rosto. Sua linda boca esculpida

estava a trinta centímetros da dela.


"Está tudo bem?", ela perguntou, momentaneamente preocupada.

"Sim. Tudo ótimo."


"Então por que precisamos vir até aqui para apenas conversar?"
Em resposta, Santino riu, e o profundo som gutural fez suas costelas se apertarem ao redor
de seus órgãos para protegê-los de estourar de delírio. "Porque sim."

Sarah saiu de seu modo profissional por um breve momento. Claramente, ele não estava
interessado em manter as coisas profissionais. "Porque sim? Tenho certeza de que você pode me
dar uma resposta melhor."
Santino franziu os lábios, soltou-a e olhando-a intensamente. "Certo, vou lhe dizer a
verdade." Quando esperou pela desculpa, um sorriso suave curvou os lábios dele, e ele a
desafiava com aqueles olhos misteriosos. Ele inalou bruscamente. "Eu preciso te levar para um lugar
que não seja tão escuro e sombrio."
Sarah ficou confusa. Ela coçou o rosto, esquecendo-se que ele era um dos maiores clientes
que já tivera, esquecendo-se do que tinha a ganhar com a obtenção deste contrato, esquecendo-se

de que este era um encontro profissional e sua empresa não a tinha enviado de Nova York a
Madri para ficar de joguinhos com esse cara. "Por quê?"
"Porque preciso de um lugar bem iluminado para ver a cor dos seus olhos."
Sarah lutou, mas não conseguiu evitar a atração que sentia por aquele homem. O que
diabos estava acontecendo? Suas entranhas nadavam com excitação e alegria por esse homem
muito confiante, mas muito maravilhoso, que era claramente muito certinho para mentir para ela,
mesmo quando a situação era tão inadequada.
Então um lembrete desanimador a atingiu: o homem era um jogador.
Toda mulher entre os dezesseis e os noventa anos conhecia esse cara, e não, não era porque
ele era o principal fabricante de brinquedos nos Estados Unidos. Desde sua aparição em um reality

show onde as mulheres procuravam se tornar a escolhida, ele virou um nome familiar, um símbolo

sexual.
Ele também era conhecido por ter dado um pé na bunda da finalista algumas semanas

depois do fim do programa. Felizmente, essa lembrança ajudou seu profissionalismo a retornar, e
ela enxugou o sorriso bobo de seu rosto. No tempo certo.
Sarah Montgomery não era como as outras mulheres. Ela não iria se jogar aos pés dele. De
jeito nenhum. Ele poderia estar acostumado com as mulheres que se jogavam sobre ele, mas ela

não era uma dessas mulheres. Tá certo que ele era insanamente gostoso. Também era um dos
solteiros mais cobiçados do país devido à sua aparência e bilhões na carteira. Mas nada disso a
impressionava o suficiente para destruir sua dignidade. Ela era muitas coisas, mas não era fácil. E
a curiosidade dele pela cor de seus olhos de repente não era mais tão lisonjeira.
"Como é? Você quer me levar a algum lugar onde possa ver a cor dos meus olhos?"
A severidade em seu tom de voz pareceu fazê-lo alargar o sorriso. "Está me deixando louco.
Eles não são castanhos, mas também não são verdes. E esse lugar estúpido é tão sombrio que se
poderia pensar que é um funeral e não um evento de negócios."
Ele riu quando Sarah ofegou com o comentário ultrajante, alto e desrespeitoso e olhou ao

redor. Felizmente, ninguém tinha ouvido.


"Por que essa obsessão com meus olhos? Nós estamos nos encontrando profissionalmente,
você sabe."
"Sim, e é por isso que eu perguntei o que você faria essa noite, para que possamos nos
encontrar não profissionalmente."
Sarah evitou um sorriso. Era tão difícil ser indiferente a ele. Ele era adorável, mas ela podia
sentir que seu poder e dureza estavam sendo controlados. "Você tem alguma ideia de como isso é
inadequado?"
"Sim. Mas eu também não me importo com isso, porque essas normas foram estabelecidas
pelos seres humanos e, para ser honesto, eu não dou a mínima sobre como alguém espera que eu

me comporte.”

Ohh. Um rebelde. Igual a mim. Ela tinha sido fisgada. "Eu nunca pensei nisso dessa maneira, e
eu sou alguém que adora desafiar as normas."

Ele deve ter visto a relutante apreciação em sua expressão, porque o sorriso dele se
alargou. "Sério? Seria muito divertido passarmos um tempo juntos, não acha? Então, o que você vai
fazer mais tarde?"
Sarah riu. "Vou para a cama. Sozinha. E cedo."

"Eu gosto da parte do sozinha. Não gosto da parte do cedo."


O sorriso de Sarah congelou, e uma lava de luxúria quente se espalhou fora de controle
dentro dela. Inspirando profundamente, quis dizer alguma coisa, mas sua língua não cooperava.
Mesmo se cooperasse, sua mente não era capaz de dar nenhum comando tão cedo. Porque a
forma como ele a olhava era um espelho de tudo o que ela estava sentindo. Luxúria ardente.
Avidez. A química sexual estalava entre eles enquanto ela se esquecia de onde estavam e por que
estavam ali.
Ele finalmente respirou fundo e quebrou o contato visual. "Se está ocupada hoje à noite, o
que acha de amanhã?"

"Não sei sobre amanhã." Ela sorriu lentamente, sua mente gritando para que ela dissesse sim.
Mas a profissional dentro de si se recusou a fazer parte desse absurdo indescritível. E ela tinha a
sensação de que ele estava acostumado com as mulheres dizendo sim o tempo todo. No entanto,
ele parecia estar se divertindo com tudo aquilo.
Justo quando ela pensou que tinha tido êxito em sua missão de dispensá-lo, um homem
falando em italiano fluente os interrompeu. Santino o respondeu em inglês e o homem entendeu a
deixa, pedindo desculpas por seus modos terríveis e incluindo-a na conversa.
Dez minutos depois, enquanto o homem se afastava, Sarah estava formulando uma maneira
de aproveitar a oportunidade e ir embora quando Santino apontou excitadamente. "Ah, olhe.
Aquele canto está bem claro. Vamos até ali."

A excitação infantil e interminável interesse em saber a cor de seus olhos a conquistaram. Ela

riu e ele riu com ela.


Santino não parecia um homem que desistia facilmente. Mas as coisas não aconteceriam da

forma como ele queria. Não naquela noite. Não com ela.
"Então, vamos?"
"Claro!", disse ela, zombando da exasperação. Mas adorou a atenção e o sorriso de Santino,
quando ele colocou uma mão em suas costas e a guiou até o canto isolado.

"Finalmente."
Ele se virou, tão perto que ela inalou seu cheiro, o aroma distinto, intenso, que lavou seus
nervos e eletrificou seu corpo. Ela ergueu os olhos para ele, e seu coração pulou até a garganta.
Atingida pela química ardente entre os dois, engoliu com dificuldade quando ele se aproximou
ainda mais.
Ele ergueu as mãos, os dedos deslizando lentamente sobre suas bochechas.
Sarah não se mexeu, não o afastou, mas lutou para impedir que seus olhos se fechassem de
prazer. As pontas dos dedos dele se arrastaram por suas bochechas em direção às suas orelhas,
segurando seu rosto entre as palmas quentes, os olhos se fixando nos dela enquanto se

aproximava. "Eles são um pouco... dourados."


No momento mais quente de sua vida, Sarah explodiu em gargalhadas.
Ele libertou seu rosto e riu. "Não, sério. Eles são mesmo dourados."
"Âmbar, Santino. Eles são âmbar."
Ele engoliu em seco e o sorriso desapareceu, para ser substituído por uma expressão de
extrema admiração. "Você sabe que nós dois voltaremos para os Estados Unidos, certo? Vou até o
lado de fora da porta do seu escritório todas as tardes perguntar se você está livre para sair."
Sarah se controlou para não sorrir. "Isso seria muito ruim de sua parte, já que eu não posso
recusá-lo quando estamos lutando para ter sua empresa como cliente."
Ele balançou a cabeça. "Não quero que me encontre por causa do contrato. Quero que me

encontre porque quer."

"Veremos sobre isso."


"Veremos. Por agora..." Ele deslizou os dedos novamente sobre as bochechas dela, sua

respiração entrecortada enquanto ela tentava esconder o fato de que estava desesperada pelo
seu toque. "Acredito que estava prestes a te beijar."
Os olhos de Sarah se arregalaram e ela riu, horrorizada. "Você está brincando."
"Não estou." Mas ele esperou a uma certa distância dela, olhando seus lábios de forma

faminta.
Sem pensar de forma consciente, Sarah baixou os olhos para a boca de Santino e o tempo
parou. Fuja. Ele está acostumado com isso. Ele acha que pode ter qualquer uma que quiser. Isso não
vai acontecer. Ela se inclinou para a frente e virou o rosto para o lado no último minuto,
oferecendo-lhe a bochecha.
Os lábios dele pressionaram contra sua pele no mais doce dos beijos.
Santino assentiu, sorrindo enquanto liberava seu rosto e se afastava. "Gostaria de uma
bebida?"
"Acho que...", ela deu um passo paro o lado, sorrindo, mas era quase doloroso se afastar

dele. "Vou voltar para o hotel e descansar."


Ele assentiu e colocou as mãos nos bolsos. "Acho que nos veremos em breve, então."
"Uhum...", ela se virou e só tinha dado dois passos, quando mordeu o lábio inferior e cerrou
os olhos. Respirando fundo, virou-se, contra seu melhor juízo: "Que horas você pode me buscar
amanhã?"
Santino sorriu amplamente, os olhos castanhos flamejando enquanto ele segurava seu olhar.
"Às cinco da tarde está bom para você?"
Capítulo Três

"Pode, por favor, parar de falar nisso?"


Tara arfou de gozação. "Por que? Só preciso saber das coisas, entendeu? Vocês ficaram

conversando por um longo tempo e..."


"E não quero falar sobre isso", Sarah repreendeu-a com bom humor. "Tudo bem?"
"Aonde ele vai levá-la?"
Sarah suspirou. Tara era impossível. Ela era sempre faladeira e indescritivelmente intrusiva.

"Não sei, Tara. Não perguntei aonde ele quer ir, e o que quer comer, e o que vai vestir."
"Mas tem certeza de que é um encontro profissional?"
"Sim!", Sarah mentiu, desejando que seu rosto não a entregasse.
"Tá bom, então. Vou para o meu quarto ficar entediada e não fazer nada enquanto você sai
para conversar com esse cliente gato."
Sarah ficou contente quando Tara foi embora. Estava nervosa demais para lidar com sua
amiga faladeira. Pegou sua pequena bolsa, colocou o casaco sobre o vestido plissado azul cobalto
e tirou os cabelos do colar. Dando uma longa olhada no espelho, acenou com a cabeça para sua
leve maquiagem, o tom rosado em seus lábios, e saiu do quarto do hotel em direção ao saguão.

Ela estava dez minutos adiantada e olhou ao redor do lobby procurando por um lugar
confortável onde pudesse sentar e esperar por ele, e então viu Santino se levantar de onde estava
no sofá, com um sorriso no rosto.
Seu coração bateu violentamente com o olhar que ele lhe deu. Ela esperava estar calma e
tranquila quando o encontrasse, mas não estava. Ele a beijara na bochecha mais cedo. Nada mais
era profissional. Ele a levaria para sair sabe Deus onde. Este era um encontro nada profissional.
"Olá", disse Sarah, nervosamente. "Você chegou cedo."
"Não quis deixar minha dama esperando."
Minha dama. Encantador. Jogador! Ela tentou ficar furiosa, mas não conseguiu. Ela era bom

demais nessas jogadas. E ela estava aterrorizada de pensar que ele fosse perfeitamente capaz

de manipulá-la para dançar de acordo com o ritmo dele. E ele podia. Sem se esforçar.
Ele a guiou para a limusine que aguardava do lado de fora. O motorista mantinha a porta

aberta, enquanto ele tocava lentamente suas costas para guiá-la para dentro. Sarah deslizou para
o interior luxuoso do carro e respirou fundo quando ele se juntou a ela. Embora ele tenha dado
instruções para o motorista em italiano, ela se afogou no som delicioso de seu sotaque enquanto o
glorioso e exótico idioma saía dos lábios dele como líquido. Ela queria prendê-lo em sua boca.

Ele se virou em sua direção. "Então, o que fez durante o dia?"


"Estive na conferência novamente, apenas por algumas horas. Precisei encontrar outro
cliente."
"Ah...", Santino a olhou cautelosamente. "Correu tudo bem?"
Ela encolheu os ombros. "Vamos nos encontrar amanhã novamente para conversar."
Santino pareceu curiosamente enciumado. "Ele vai levá-la para jantar?"
Sarah riu. "Você pode ao menos tentar ser sutil?"
"Sinto muito. Sou muito direto. Disfarçar não é o meu forte."
"Ótimo ouvir isso", ela disse suavemente.

Ele sorriu. "Então, o que é? Um jantar romântico?"


"Não!", ela riu. "Temos uma reunião agendada no escritório dele amanhã de manhã."
"Ok, parece ótimo. Me fale se precisar de ajuda."
Ela assentiu. "Acho que sou bastante capaz de pegar um táxi até o escritório dele e depois
retornar ao hotel."
Ele sorriu. "Entendido."
Eles conversaram sobre assuntos aleatórios relacionados à conferência até o carro parar e
Santino a ajudar a descer. Uma longa fila do lado de fora de uma boate fez seus olhos se
estreitarem.
"Nós vamos ficar aqui?", ela perguntou.

Ele assentiu, segurando a mão dela como se tivesse direito a isso. Ele a levou para o lado do

prédio, onde as portas foram abertas para eles, e Sarah encontrou-se de pé em uma varanda com
vista para a pista de dança enorme abaixo deles. "Uau! Isso é muito legal."

"É sim", ele concordou.


"Sim!", ela se virou para encará-lo, falando mais alto e se aproximando para permitir que
ele a ouvisse sobre a música alta. "Pensei que eu iria embora da Espanha sem ter um vislumbre da
vida noturna."

Ele deslizou o braço ao redor de sua cintura, e pela primeira vez Sarah se deixou levar, não
ficando nervosa ou preocupada sobre como aquilo poderia parecer. Droga. Eles estavam em um
encontro. Não tinha mais sentido ficar negando.
Capítulo Quatro

Ele a guiou até uma área VIP, onde vários grupos de pessoas estavam sentados e
conversavam, e a música era mais alta devido à divisória de vidro que separava o local do resto

do clube.
"Já esteve aqui antes?"
"Sim", ele segurou o casaco dela e o deslizou pelos braços, sua respiração se acelerando. O
decote do vestido azul era modesto, mas o corpete se agarrava às curvas firmes do corpo de

Sarah.
"Nossa, você está linda", disse ele, sem constrangimento.
"Obrigada. Você também não está nada mal."
"Então, por que não reservou um tempo para a vida noturna quando chegou aqui?"
"Bom, primeiro, eu tinha tantas reuniões que não daria tempo. Segundo, eu iria se tivesse boa
companhia. Tara não é uma boa parceira para sair de noite num país estrangeiro. Ela não é muito
tolerante com coisas diferentes."
Ele riu. "Quem é Tara?"
"Minha amiga. Também colega de trabalho. Ela estava lá na apresentação, lembra? A de

cabelo ruivo e sardas?"


Ele balançou a cabeça. "Não vi ninguém além de você no discurso."
Ela sorriu e deu um soquinho em seu braço brincando. "Pare de fazer isso."
Ele sorriu. "Continue. Por que você não podia ir com ela?"
"Porque Tara adora beber. Eu também gosto, mas ela exagera. E, às vezes, preciso ligar
para alguém porque ela desmaia dentro do clube."
"Nossa."
"Exatamente. Não estava pronta para ter essa responsabilidade em minhas mãos na
Espanha. Não dava." O garçom entregou-lhe uma taça de champanhe, e ela riu. "O que estamos

comemorando?"

Ele se inclinou para mais perto. "Nós estamos comemorando... Sua agência que conseguiu o
contrato com a BubFun."

Ela congelou. "Você está brincando?"


"Não."
O rosto dela despencou, e ela olhou para o copo enquanto ele os tilintava juntos e esperou
ela gritar de prazer.

Mas ela não demonstrou nada parecido. Ela parecia horrorizada. "Você... Você não precisa
dar o contrato para nossa agência só porque quer me ver novamente."
Ele balançou a cabeça. "Sarah, eu nunca faria isso."
"Não, mas. Ai, meu Deus..." Ela agarrou o próprio rosto depois de abaixar o copo. "Por isso
eu não queria pisar fora da bolha profissional. Parece tão errado."
"Ei", ele a puxou para mais perto, segurando sua mão dela e a pressionando entre as suas
duas palmas, esfregando-a levemente. Ela pareceu se acalmar imediatamente, observando seu
rosto. "Ok, tenho uma confissão a fazer."
"O quê?"

Ele suspirou. "Eu estava tão ocupado te observando enquanto você falava que não escutei
nenhuma palavra da sua apresentação."
Ela balançou a cabeça. "Está vendo? Essa foi uma ideia terrível. Eu devia... Devia ir embora."
"Não, me escute. Eu passei a manhã toda repassando o e-mail que você nos enviou, discuti
com meu pessoal e todos eles acharam que o conceito é fantástico. É por isso que estou fechando
com vocês."
Sarah respirou fundo. "Jura?"
Ele riu. "Juro."
"Ok, então."
"Ok, então", ele entregou o copo de volta para Sarah e brindou. "A nós."

"A nós."

Seu desejo por ela aumentou ainda mais enquanto bebiam o champanhe. "Você dança?"
"Se eu danço? Às vezes."

"Vamos", ele ficou de pé e esticou a mão.


Sarah sorriu enquanto ele a guiava pelos degraus e para dentro da pista de dança,
colocando as mãos em seus ombros enquanto segurava sua cintura. O lugar estava animado com a
batida da música. Ele a guiou, as mãos apertando-lhe a cintura, e quando pegou as mãos dela

para girá-la, suas mãos deslizaram dos pulsos até os cotovelos, então até os ombros.
Sarah o encarou, e os nós de seus dedos acariciaram as bochechas dela, empurrando o
cabelo para longe do rosto. Ele abriu a mão sobre o maxilar dela sensualmente, o calor da ação
atravessando seu corpo, fazendo sua masculinidade se enrijecer e ficar imediatamente alerta para
mais. Ele não se apressaria, saboreando o toque, a aparência dela, rosada nas bochechas. Ele não
tinha pressa.
Ela não tentou dizer nada. As palavras não seriam escutadas sobre a música. Além disso, ela
parecia tão presa ao momento quanto ele. Mesmo com outros corpos dançando e se movendo ao
redor, eles eram invisíveis. Ele segurou suas bochechas com as duas mãos, finalmente cedendo ao

desejo de acariciar lentamente o lábio inferior de Sarah com seu dedão. Sarah gemeu alto quando
ele arrastou-lhe o lábio inferior para baixo, mostrando os dentes.
Uma onda de luxúria o prendeu em seus tentáculos implacáveis. O calor o percorreu, suas
coxas se apertaram, e ele queria beijá-la. Ele queria que sua língua se emaranhasse com o gosto
da boca de Sarah. Com a urgência o alimentando, ele se inclinou e pressionou os lábios contra a
mandíbula dela enquanto o corpo tremia em sua pegada. Ele respirou calorosamente em sua
orelha dela, os ombros tremendo com a tensão de se segurar.
"Seu corpo foi feito para as minhas mãos", ele sussurrou roucamente para ser ouvido sobre a
música.
Sarah engoliu em seco, a música ainda tocando, mas o corpo dela derreteu em suas mãos.

Ela moveu os braços em torno do pescoço dele e trouxe seu corpo para mais perto. Sua ereção

dura a cutucou na cintura. Ela gemeu e encostou a boca na curva de seu pescoço, seu peito se
expandindo enquanto respirava profundamente.

Seus corpos não respondiam a nenhuma batida, mas oscilavam ligeiramente. Ele pressionou a
testa contra a dela, as mãos deslizando pelas suas costas, parando pouco acima dos quadris antes
de subir novamente.
Sarah jogou a cabeça para trás e agarrou-se ao pescoço dele. Os lábios dele pressionaram

a suave extensão do pescoço de Sarah, sua boca traçando um caminho ao longo do pescoço até a
sua orelha. Um suspiro agudo escapou dela quando seus dentes chegaram ao lóbulo e o
beliscaram.
Ele a segurou mais perto, o braço apertando em torno da cintura, suas pernas abrindo
espaço para ela. Ela parecia estar quase perdendo o equilíbrio, mas ele nunca a deixaria cair.
Antes que ele pudesse ceder ao desejo de fazer algo inapropriado ali na pista de dança,
pegou a mão dela e a levou para longe, ao longo de uma passagem parcialmente isolada. Era o
mais longe que podia ir antes de ceder ao desejo e apertá-la contra a parede.
"Sarah ...", ele sibilou, agarrando-lhe o rosto entre as palmas das mãos.

Ela esperou, ofegante.


"Você tem alguma ideia do que está fazendo com meu corpo?"
Sarah apertou seus bíceps. "Você tem alguma ideia do que está fazendo com o meu?"
Ele baixou a boca abruptamente, tomando a dela em um beijo faminto que roubou ambas as
respirações. Ela gemeu em sua boca, e as vibrações do som reverberavam através de seu corpo.
Ele mordeu suavemente seu lábio inferior, depois a parte superior, acariciando e memorizando
aquela boca que tinha gosto de paraíso e um sabor maravilhoso.
Estilhaços quentes de luxúria o cortavam. O abdômen tenso, a masculinidade engolfada,
apressando-se com o calor enquanto apertava-lhe o rosto.
As mãos de Sarah deslizaram por seu corpo enquanto ele devorava sua boca. A posse dos

lábios dela era furiosa, quase punitiva, tentando expiar o modo como ela o tinha mantido

esperando. Suas bocas estavam destinadas a dançar em perfeita sincronia, movendo-se


perfeitamente, encontrando a luxúria um do outro, e quando sua língua tocou o lábio superior dela,

ela ficou louca. As mãos dela se arrastaram para baixo até seus quadris, e ele grunhiu em sua
boca, empurrando seu eixo duro contra ela, mostrando-lhe a extensão do efeito que tinha sobre
ele.
Ele soltou seu o rosto, e a língua de Sarah mergulhou corajosamente em sua boca. A

satisfação disparou através dele. A cobiça dele combinava com a dela. E ele não era o único
perdendo a cabeça, enlouquecendo com a química sexual entre os dois. Tudo o que ela fazia era
intenso. As pequenas mãos de Sarah em seus quadris o atraíram para mais perto, enquanto a
língua dela tangia-se corajosamente com a dele.
Ele interrompeu o beijo por um instante, e ela gemeu em protesto, os olhos se estreitando.
A expressão dela o fez sorrir. "Não vou a lugar nenhum. Tenha paciência."
***
EM RESPOSTA, SARAH deslizou uma das mãos entre seus corpos e apertou a masculinidade
dele, que estava presa lateralmente nas calças. Ele se sacudiu, e olhos se fecharam

momentaneamente.
"Você estava falando de paciência?", ela sussurrou, parecendo se deliciar com a grossura do
que estava segurando. Guiou sua palma ao longo do comprimento e conforme ia decifrando o
tamanho dele, o sorriso desapareceu.
Ele estava absorto demais para provocá-la ainda mais. Claramente, ela o estava medindo e
ficou surpresa com o que estava segurando. Ele teria rido de sua expressão, mas também estava
perdido demais com a sensação de ela ter os dedos em sua masculinidade. Tomando respirações
profundas, ele deslizou os dedos ao longo de seus braços, e de volta para cima novamente,
torcendo o rosto para o lado quando os lábios dele mais uma vez agarraram os seus.
Sarah gemeu e mordeu-lhe o lábio inferior. Ele se afastou gentilmente, quebrando o beijo

lentamente. "Vai devagar." Os lábios dele se arrastaram suavemente sobre sua boca, e Sarah se

entregou à vontade dele, seus lábios flácidos por um instante, antes que ela entrasse no ritmo do
beijo dele. "Isso mesmo", ele sussurrou dentro de sua boca. "Quero saborear isso..."

Sarah sentiu como se estivesse em transe. Sua mão automaticamente diminuiu a velocidade
sobre a ereção dele, a outra mão estava pousada sobre o bíceps. Os lábios dele brincavam e
provocavam sua língua, balançando sobre seu lábio inferior. Os olhos de Sarah se abriram quando
os lábios dele romperam o contato com os dela, mas a língua dele mergulhou em sua boca, a um

centímetro e meio de distância. Sarah lhe ofereceu a língua, tocando na dele. Depois de longos e
tortuosos segundos, ela ofegou e capturou a boca dele em um beijo voraz e quente, que não era
mais gentil. Era selvagem, e ela parecia incapaz de conter seu desejo por mais tempo.
Santino estava perdendo a cabeça. Ele passou os últimos anos se relacionando com diversas
mulheres que simplesmente não se encaixavam com ele. Mas tinha encontrado Sarah, não em uma
reunião social, mas profissional. Tinha traçado um limite, para não ter um romance no escritório, ou
mesmo uma interação de negócios que pudesse levar a isso. Mas com ela, foi inevitável. Antes
mesmo de saber que ela iria interagir com sua empresa em um contexto profissional, ele a vira,
fora atraído por ela. Havia ficado encantado com o rosto doce, a inocência em seus traços e seus

olhos incomuns.
Ele sabia, instintivamente, que ela tinha visto e feito coisas que afetavam seu jeito de ser, e
estava determinado a descascar as camadas, descobrir o que a impulsionava, do que ela era
feita. Ficou emocionado ao saber que a conexão traduzia uma urgência tímida, mas gananciosa,
quando ela estava com tesão, e ele não podia esperar para testá-la.
Ele não queria se conter, mas era imperativo que o fizesse. Com seu interior gritando com ele
para continuar a beijá-la, ele recuou e agarrou-lhe os braços. "Devíamos parar, certo?"
"Não", ela mordeu sua boca novamente.
"Sarah", ele sussurrou, enquanto ela o continuava beijando, e sua boca respondeu
automaticamente antes de ele interromper o beijo novamente, com dificuldade. "Sarah, devemos

parar antes que isso saia de controle..."

"Não", ela rosnou quase com raiva.


Santino ficou boquiaberto com os olhos flamejantes, o rosto ruborizado e os lábios inchados

de Sarah. Tomando a decisão pelos dois, ele agarrou-lhe o pulso e a puxou pelos degraus
próximos.
Capítulo Cinco

Sarah se esforçou para acompanhá-lo, mesmo tendo a sensação distante de que ele estava
mantendo o ritmo lento para sua vantagem. Ela não tinha certeza do que queria. Queria parar?

Não queria? Estava absorta demais para pensar com clareza. Ele a arrastou para o cubículo de
vidro VIP no qual estavam sentados mais cedo, e os olhos de Sarah se estreitaram quando ele a
levou para fora do clube do mesmo jeito que eles haviam entrado.
Silenciosamente, permitiu-se ser dominada pelo controle dele, que obviamente sabia o que

estava fazendo. Ele não parecia estar pensando sobre sua decisão. Ou a deixaria de volta no
hotel, ou a levaria para outro lugar. Talvez um lugar ainda mais privado.
Tão logo entrou na limusine, ele se colocou ao seu lado. Sarah estava ofegante do beijo, da
luxúria e da caminhada rápida até a limusine.
Santino olhou para ela e bateu furiosamente contra o painel de botões à esquerda. O som
da divisória subindo entre eles e o motorista era suave, servindo como pano de fundo enquanto ele
a observava.
Suas sobrancelhas se levantaram em dúvida e, como ele não disse nada, ela estava prestes
a perguntar verbalmente onde eles estavam indo quando o som parou. A divisória tinha fechado

completamente. Eles estavam tão sozinhos quanto poderiam estar em um carro com motorista.
Santino agarrou seu rosto entre as palmas, puxando-a para mais perto e prendendo sua
boca com a dele.
Sarah se deleitou com o beijo, e quando as mãos dele deslizaram pela frente de seu corpo,
ela choramingou em sua boca. Os nós de seus dedos roçaram seus mamilos, sobre o tecido do
vestido. Quando a palma da mão dele cobriu seu seio e o apertou, ela gemeu em sua boca e
deslizou a mão acima da coxa dele.
Assim que Sarah começou a traçar a ereção dele através da frente das calças, Santino
levantou-a sobre o colo. Ela gemeu enquanto tentava manter o equilíbrio, suas mãos batendo nos

ombros largos. Parando de beijá-lo, ela se afastou quando as mãos dele puxaram seu vestido

para cima, passando pelas suas coxas, sobre seus quadris e em torno da cintura. Eles ofegaram em
prazer mútuo, silenciosamente observando o rosto um do outro enquanto ele deslizava as mãos

pelas coxas dela, apertava a carne lisa, e depois traçava o caminho de volta até cobrir seus
quadris.
Sem fôlego, Sarah segurava o assento atrás de cada um dos lados da cabeça de Santino.
Quando ele lhe tomou a boca mais uma vez, as mãos dele se lançaram no caminho através de sua

calcinha de renda, acariciando seus quadris cheios e redondos. Instintivamente, ela se arqueou
para longe de seu toque e sua virilha pressionou contra a dele, fazendo-o grunhir de puro prazer.
Sua bunda estava nas mãos dele, e quando ele se esticou para abrir o zíper na parte de
trás de seu vestido, Sarah deslizou os dedos mais perto do colarinho de sua camisa, para afrouxar
a gravata.
Santino puxou o corpete apressadamente, enquanto Sarah pressionava seus lábios contra o
pescoço dele.
Ela ofegou quando os dedos dele deslizavam pelo peito, até chegar às carnes sustentadas
pelo sutiã de renda. Santino roçou as mãos sobre seus mamilos, que eram visíveis através da renda

transparente, e pareceu engolir com dificuldade, como se a garganta tivesse se fechado. A mão
livre de Santino empurrou o vestido para baixo até que ficasse enrolado em torno da cintura de
Sarah, seus quadris expostos e os seios nus.
"Você é linda."
Quando ele mergulhou os dedos, passado pelo umbigo até sua calcinha, Sarah gritou em voz
alta e cobriu a boca dele com a dela.
Os sucos úmidos de seu corpo derramavam-se para ele. Os dedos de Santino ficaram
encharcados no líquido espesso enquanto ele acariciava seus lábios inferiores, separando as
pétalas que escondiam seu clitóris e o encontrando, faminto e esperando pelo toque. Ela cambaleou
quando ele empurrou o polegar contra ele. Suas mãos deslizaram rudemente abaixo do corpo

dele até o cinto, separando o couro do metal e abrindo o zíper.

"Tire isso", ela gemeu dentro da boca de Santino. Ele abaixou a mão e liberou a ereção dos
confinamentos da cueca.

"Ah, Deus!" Sarah empurrou o cabelo para longe do rosto e atrás das orelhas, pressionando-
se mais perto dele. Os dedos dele estavam circundando seu clitóris, pressionando-o, levando-a à
loucura e ao orgasmo, e ela logo começou a montar na mão dele, seu olhar baixando para a
ereção que apontava para ela.

Ela envolveu a mão com avidez na ereção, e empurrou o polegar sobre a cabeça,
lambuzando a pequena gota de líquido que brilhava na ponta. Ela estava tão perto. E ela iria
gozar.
"Assim não", disse ela, lutando para afastar as mãos dele. "Quero você dentro de mim."
As palavras acabaram com a contenção dele. Ele colocou a mão em sua calcinha e agarrou
o cós, rasgando-a entre os dedos.
Sarah ficou chocada, mas não teve tempo de ficar impressionada com a aparente
habilidade em rasgar as calcinhas femininas. Sua bunda estava nua, e ele estava segurando seu
seio, e isso era tudo o que seu cérebro conseguia processar no momento. Inclinando-se para trás,

ele tirou uma embalagem do bolso da calça e colocou um preservativo sobre a ereção, cobrindo-a.
Então, ergueu os olhos para ela, e o fogo ardendo naquelas esferas marrons fez seu coração
vibrar de prazer.
"Me tome."
As palavras se espiralaram por todos os seus membros, eletrizando-a. A urgência era
inspiradora, fazendo a luxúria se multiplicar por dez. Ela ergueu os quadris mais alto e pairou
acima da ereção enquanto a posicionava contra sua abertura, guiando a cabeça através de suas
dobras lisas.
"Sarah..."
Ela abriu os olhos, ofegante e febril, sem querer pensar nas consequências disso, não

querendo se preocupar com o que estava fazendo com um homem que conhecera há apenas vinte

e quatro horas.
Ele puxou suas mãos ao redor do pescoço dele, depois agarrou sua cintura e empurrou seus

quadris para baixo, sobre si.


Sarah gritou com a invasão, conforme a ereção abria caminho dentro de si, alargando-a.
Seus olhos reviraram na cabeça. Ela gemeu, pressionando seus lábios levemente contra os dele.
"Estou dentro de você", ele sibilou furiosamente quando ela começou a se mover ligeiramente,

levantando seus quadris e batendo de novo.


"Finalmente." O fascínio e admiração se intensificaram quando seu corpo se agarrou a ele,
arrastando-o e atraindo-o de forma cada vez mais profunda.
Sarah inclinou-se para trás para tomar a ereção completamente e estremeceu quando ele
bateu fundo demais. A dor e a loucura de estar repleta do comprimento aquecido dele fez seu
corpo queimar de dentro para fora. Sentia-se como uma fornalha enquanto desfrutava a sensação
de que a cabeça revestida de borracha do seu eixo deslizava dentro dela, saciando uma
profunda necessidade carnal.
Para cima e para baixo, ela batia contra ele, mergulhando sua língua na boca dele. "Ah,

Deus", ela sibilou na boca dele quando ele assumiu o controle. Segurando os lados de seus quadris,
ele a puxou para cima e para baixo em fortes e duros impulsos. "Eu vou... Santino..."
"Sim... Solte-se, querida. Não segure."
Ela gritou, segurando-lhe os ombros, seus seios pulando para cima e para baixo, confinados
em seu sutiã de renda, conforme a fricção dentro de seu corpo tornava-se demasiada para
suportar. Sentiu que iria explodir com as chamas de seu orgasmo. Tremendo e gemendo
suavemente, envolveu os braços ao redor do pescoço dele e se balançou sobre ele, estremecendo.
Ele não parou de meter. Afastando-se um pouco, ela encontrou os olhos dele, ainda tremendo de
gozo.
O rosto dele se transformara. Mesmo no interior escuro da limusine, as partes planas ásperas

do rosto eram claramente visíveis. O pescoço estava cheio de veias, e quando ele estremeceu, ela

sentiu o jorro quente de libertação.


Ela se sentou no colo dele, seu corpo ainda intimamente unido ao dele, o peitoral subindo e

descendo com respirações profundas e rápidas contra seus seios.


O que ela tinha acabado de fazer?
Santino não pareceu surpreso quando ela abruptamente se soltou e deslizou para fora de
seu colo. Em uma agitação de movimentos, ela puxou o corpete de seu vestido para cima, para

cobrir seus seios, mantendo-se longe dele. Sua calcinha estava rasgada e havia se tornado inútil,
então ela simplesmente puxou o vestido para cobrir os quadris.
Vestindo a calça, Santino a observou atentamente, parecendo ver através dela o embaraço
que inundava sua mente.
"Ei..." ele disse calmamente, e quando ela não levantou os olhos, ele se aproximou e agarrou
seu queixo suavemente, inclinando-o para cima: "O que aconteceu?"
Suas pálpebras vibraram, e ela colocou um pequeno sorriso nos lábios. "Nada. Eu, ãh... Nada
mesmo."
"Olhe para mim."

A ordem suave a fez se sentir dividida, dando-lhe arrepios com uma sensação quente e mole
e sentimental. Por alguma razão, ela estava repleta de emoções, e isso não fazia sentido. Ela
queria que passasse. Odiava se sentir tão vulnerável.
"Você acha que o que aconteceu foi errado?"
"Foi errado", disse ela, enfaticamente, feliz por falar em voz alta.
Ele balançou a cabeça. "Você sentiu que era errado enquanto fazíamos amor?"
Fazer amor. Ela ficou com a respiração presa na garganta. Os olhos castanhos dele eram tão
gentis e reais. Não havia um pingo de pretensão no corpo dele. Nenhum ar de superioridade. "Eu
não estava pensando nisso enquanto estávamos... Você sabe..."
“Se fosse errado, você teria sentido na hora. Você só se sente culpada agora porque mal

nos conhecemos.”

Ela suspirou. "Estou feliz por você concordar com isso, pelo menos."
"Vamos consertar isso."

As sobrancelhas dele se juntaram quando ele se afastou e apertou um botão no painel,


falando em rápido italiano ao motorista.
"O que está fazendo?"
"Vou levá-la até minha casa. Vou te mostrar o lugar. E conversaremos para nos conhecermos

melhor."
Ela ficou boquiaberta, estupefata. Homens ricos e bem-sucedidos, símbolos sexuais que
haviam sido nomeados como os solteiros mais elegíveis do país, não costumavam dar tanta atenção
às mulheres depois de já ter transado com elas. Mas Santino, sim.
Então, algo mais a atingiu, e ela com gratidão abandonou a depressiva e antiga série de
pensamentos. "Você não mora em Nova York?"
"Moro."
"Então como tem uma casa aqui?"
"Eu mantenho residências em países para os quais viajo com frequência. A Espanha é um

deles."
Sarah deixou aquela informação ser absorvida enquanto a limusine diminuía e depois
acelerava novamente, contornando uma curva antes de parar.
O motorista abriu a porta, e Santino pegou a mão de Sarah, ajudando-a a sair. "Chegamos."
Ela encolheu os ombros para a frente quando a explosão de ar a atingiu, e ela percebeu
tardiamente que não tinha pego seu casaco da boate quando Santino a levou correndo para o
carro. O desconforto só durou por um instante, então Sarah se lembrou de assuntos mais urgentes.
O motorista... Ele iria vê-la e saber com certeza o que tinha acontecido.
Abruptamente, ela ajustou o cabelo e endireitou o vestido, mas o motorista nem sequer olhou
para ela. O que a deixou feliz. Porque ela tinha certeza de que parecia ter sido completamente

fodida pelo chefe dele.

A vila era um colírio para os olhos. Era aconchegante e calorosa, e o interior tinha móveis
casuais e modernos que a faziam se sentir confortável e encantada. "Esse lugar é lindo."

"Obrigado."
Ele a levou para a sala de estar, basicamente um vasto espaço aberto que deveria ser
iluminado pela luz do sol durante o dia. No momento, as paredes de vidro expansivas permitiam
uma vista espetacular da piscina, que era iluminada por luzes pequenas e suaves. Sarah sentou-se

no sofá, fazendo uma careta discreta enquanto suas entranhas reclamaram.


"Então, quando vamos ter uma reunião para discutir a execução do anúncio?", ele perguntou.
"Hum." Sua mente parou de trabalhar e lutou para entender o que ele tinha dito. Essa foi
uma rápida mudança de assunto. Num segundo, ele estava mordendo sua língua e cravando as
unhas em seus quadris e, no seguinte, tudo havia se transformado em negócios.
Ela estava formulando uma resposta na cabeça quando a campainha tocou, e ele fez um
gesto com o dedo para esperar. "Me dê um momento."
Ele caminhou até a porta da frente e voltou com uma grande caixa de pizza.
Sarah riu. "Bem, isso foi inesperado."

"Temos que comer. Então pedi com antecedência. E desculpe por não poder lhe oferecer mais
nada. A governanta e a chef de cozinha estão dormindo e esta é a refeição mais rápida que eu
poderia conseguir encomendada pelo meu motorista." Ele saiu da sala, em seguida, voltou com dois
copos e uma garrafa de vinho.
Ela sorriu, e seu estômago roncou, lembrando tardiamente que estava faminta também. "Estou
faminta." Um arrepio de apreciação a percorreu quando ele tirou a gravata, jogou-a no sofá e
enrolou as mangas de camisa. Então, como se fosse a coisa mais comum, o dono da maior empresa
de brinquedos dos Estados Unidos estava de pernas cruzadas no tapete abrindo a caixa de pizza.
Encantada, eufórica e sentindo-se como se estivesse em um encontro com uma adolescente e
não com um magnata carismático, ela cedeu à tentação, tirou os sapatos e sentou ao lado dele no

tapete.

"Então, quando é a nossa próxima reunião?", ele perguntou novamente.


"Profissional, você quer dizer?"

Ele engasgou com a comida, rindo. "Profissional e não profissional. Estou muito interessado
nas duas."
Sarah riu, e seu olhar se pegou aos dedos dele enquanto servia as bebidas. "Podemos fazer
a reunião – a profissional – assim que você voltar para os Estados Unidos."

"Vou voltar amanhã. Quer uma carona? Adoraria ter companhia."


"Carona?"
"Eu, ãh, tenho um jatinho", disse ele, como se estivesse se desculpando.
Sarah riu depois de uma longa pausa. "Eu adoraria me juntar a você. Mas ainda tenho
reuniões nos próximos dois dias."
"Que saco." Ele olhou para sua boca e Sarah desviou o olhar. Ele ergueu uma das mãos
para acariciar seu rosto. "Adoro como suas bochechas a entregam corando quando você fica
tímida."
Sarah ofegou e bateu na mão dele brincando. "Não sou tímida."

Rindo, ele se inclinou mais perto e pressionou os lábios contra sua bochecha. Então ele
respirou fundo. "Droga", ele murmurou em voz baixa e voltou para sua bebida.
A testa de Sarah se franziu, sua pele formigando onde os lábios dele haviam tocado, seu
corpo vivo com a luxúria elétrica que a percorria frequentemente desde que ela o conheceu. Um
olhar, um toque, um sorriso, qualquer coisa poderia deixá-la desligada. Era ao mesmo tempo
maravilhoso e terrivelmente assustador.
"Então, vou buscá-la no aeroporto quando você chegar a Nova York."
"Não precisa. Eu dou um jeito."
"Quero dizer, eu te busco e nós saímos para comer alguma coisa. Eu absolutamente preciso
estar de volta amanhã, caso contrário eu iria forçá-la a voar de volta comigo. Imagine as coisas

que poderíamos fazer no céu."

Ela riu. "Seu pervertido."


"Quase nada", ele se inclinou para mais perto e pressionou os lábios ao lado de seu

pescoço. Seu copo pousou na mesa com um ruído alto, mas ele de alguma forma conseguiu mantê-
lo ereto. Um gemido escapou dela enquanto os lábios dele, molhados do vinho, deslizavam sobre
seu pescoço e mordiscavam suavemente.
"Sarah ...", ele sussurrou acaloradamente em sua garganta enquanto sua cabeça caia para

trás. A mão dele cobriu a parte de trás de sua cabeça, enrolando um punhado de seu cabelo.
"Droga, você está me deixando louco", ele sibilou, mordendo o lóbulo de sua orelha, o coração
dele martelando no peito contra seu ombro quando ela estremeceu em resposta. Levantando-se
abruptamente, ele olhou para ela e tomou suas mãos para ajudá-la a ficar de pé.
"Eu gostaria de ter tido o suficiente de você, mas não tive."
Sarah inclinou a cabeça para trás e pressionou os lábios contra o queixo dele, depois passou
a língua por seu lábio inferior. "Nem eu."
Santino cobriu seus lábios com os dele e gemeu quando ela lhe mordeu o lábio inferior com
ferocidade. Envolvendo sua bunda com ambas as mãos, ele a puxou para cima contra ele com um

empurrão, e suas pernas enroladas em torno de sua cintura. Sem esforço, ele a levou para a sala
de jantar e colocou seu quadril na borda da mesa.
Os lábios de Sarah se moveram sobre os dele em mordidas rápidas e famintas enquanto
seus dedos deslizavam habilmente pela frente da camisa de Santino, desabotoando os botões. "Eu
tenho que te ver, te tocar", ela sussurrou acaloradamente.
Ele mordeu a língua dela quando ela mergulhou em sua boca e seu suspiro de dor
prazerosa reverberou através dele. Suas mãos se apressaram sobre o peito dele enquanto ela
tirava a camisa.
Interrompendo o beijo, ela deixou seu olhar cair para o peito nu de Santino. Os músculos
duros eram pesados debaixo de suas palmas. Ela deslizou os dedos mais para baixo, sobre o

abdômen delineado, traçando o V afiado do umbigo.

Os músculos dele se flexionaram longe de seu toque, e quando ela pressionou seus lábios no
mamilo marrom e plano de Santino, sua contenção parecia ter quebrado como um estalo. "Sarah...",

ele a empurrou de volta para a mesa, dominando-a completamente, empurrando, maltratando, e


Sarah felizmente cedeu às mãos e à boca de Santino.
Ele levantou a bainha do vestido dela sobre seus quadris, e antes que Sarah pudesse prever
o que ele planejava fazer, ele separou suas pernas e deslizou os dedos por sua fenda.

"Ah", ela cambaleou e agarrou o tampo da mesa, mas o tormento ainda não havia
terminado. A boca de Santino cobrira o espaço sensível e molhado entre suas pernas, e as costas
de Sarah arquearam enquanto ela lutava para apertar as pernas instintivamente.
Ele soprou em sua fenda e segurou suas pernas separadas, provando e provocando, os
lábios mordiscando o ponto que ele parecia saber que a deixaria louca.
Sarah estremeceu, e sua mão deslizou pelo cabelo dele para fazer com que ele parasse no
lugar. Enquanto ele continuava a torturá-la com a língua e os lábios, as pernas de Sarah se
relaxaram e seu gemido ressoou pela sala vasta e vazia enquanto ela se aproximava cada vez
mais da eufórica explosão de prazer.

"Santino ...", ela ofegou, incapaz de falar, incapaz de se controlar, enquanto seus membros se
esticavam, e alfinetes e agulhas sinalizavam que ela estava quase lá... No limite.
Santino arrastou a boca para baixo, e o polegar tomou seu clitóris. Quando ele mordeu o
interior de sua coxa enquanto esfregava o clitóris em círculos, ela cambaleou debaixo da língua
dele.
Sarah gemeu longamente e baixinho, estremecendo viciosamente.
Os tremores ainda estavam disparando através dela quando seus braços deslizaram para
seus ombros e joelhos, e ela se viu arrastando-se para o peito dele. Envolvendo os braços ao
redor do pescoço de Santino, abriu os olhos, e sua sobrancelha se franziu enquanto ele a
carregava pela sala de estar e subia as escadas.

"O que você está fazendo?" Ela gemeu com um sorriso tímido.
Capítulo Seis

Seu coração se revirou ao ver a inocência adornando o rosto dela. Ela era diferente de
qualquer mulher que ele já conhecera. Era selvagem e apaixonada na cama, mas o rubor nas

bochechas sempre a denunciava, quando ela encontrava os olhos dele depois.


"Finalmente vou te dar uma cama macia e confortável para se deitar enquanto faço amor
com você por horas."
O sorriso dela desapareceu lentamente, e ela pressionou os lábios no canto de sua boca. "Eu

gosto desse plano."


Mas ela subestimou a quantidade de desejo acumulado em seu umbigo. Ele seguiu direto
para a cama e a deixou cair sobre o colchão.
Sarah ofegou e saltou ligeiramente, olhando para ele brincando. "Ei!"
Mas ele já tinha se contido o suficiente, ao não tê-la visto completamente nua, não ter tido
seus mamilos na boca. Agarrou-lhe o tornozelo e a puxou para mais perto. Ela se arrastou pela
cama, até que ele a puxou para sentar.
"Levante as mãos." A gentileza do comando desmentiu completamente a tempestade de
luxúria que corria por ele.

Sarah fez o que ele pediu, e ele tirou seu vestido azul plissado. Os olhos de Santino
flamejavam ao ver a pele nua e impecável. Depois, ele esticou as mãos para trás dela para soltar
o sutiã, puxando-o.
"Senhor."
Ele empurrou sua lombar para a cama e puxou suas pernas nuas em torno de seus quadris.
Suas mãos agarraram os ombros dela e, em seguida, arrastaram-se para baixo, sobre os seios,
apertando-os com força.
"Ah, Deus!" Sarah gemeu.
Avidamente, ele se inclinou sobre ela, com a boca bem aberta sobre o mamilo, enquanto o

prendia.

Os dedos dela deslizavam pelo cabelo dele, segurando sua boca sobre seus seios. Enquanto
apertava um dos seios, seus dentes mordiam gentilmente ao redor do outro mamilo. A carne firme

inchada, o mamilo cor-de-rosa endurecido em sua boca... E ele moveu a cabeça para o outro peito.
As mãos dela deslizaram por seu pescoço e sobre os ombros, e as unhas curtas cavando no
topo de suas costas, enquanto ela estremecia de prazer debaixo dele.
Ele apreciava os sons ásperos e ofegantes que ela emitia, os gemidos que ressoavam em

seus ouvidos.
Deslizando o braço sob as costas dela, puxou-a para cima na cama e a soltou.
Sarah enroscou as pernas de lado, os braços em ambos os lados da cabeça, os olhos
lânguidos enquanto recaíam sobre suas mãos. Ele abriu o cinto, depois o zíper, abrindo-o, e tirou as
calças.
Ela olhou fixamente para o contorno de sua ereção, presa na cueca branca, e engoliu em
seco. Lentamente, ela levantou um pé e arrastou-o suavemente sobre a ereção presa.
Sorrindo brevemente, ele agarrou o pé dela e levantou-o, mordendo o tornozelo
bruscamente.

"Não", ela gritou, rindo, e foi então que ele tirou a cueca. A risada desapareceu e ela se
sentou abruptamente, envolvendo uma das mãos ao redor da ereção quente.
"Merda." Ele agarrou-lhe os ombros, seus olhos fechando enquanto a palma da mão macia e
pequena de Sarah esfregou sobre a cabeça de sua ereção. Sarah encontrou a cabeça de seu
eixo molhada e espalhou o líquido ali. Quando estava prestes a se curvar e colocá-lo dentro da
boca, ele empurrou as costas dela e cobriu-lhe o corpo com o seu nu.
Santino ofegou enquanto seu eixo se empurrava entre as pernas dela, deslizando ao longo
da fenda, sem a penetrar, apenas queimando-a.
"Você está pegando fogo", ele sussurrou na orelha de Sarah um momento antes de sua boca
ferozmente recair sobre a dela. Suas línguas se encontraram, dançando juntas, e as mãos dela

vagaram sobre suas costas reverentemente. Ela separou as pernas e as enrolou em torno de sua

cintura, levantando os quadris para tomá-lo.


Suas mãos caíram sobre o rosto dela, descendo pelo pescoço até os seios, depois para os

lados da cintura para agarrar-lhe os quadris. A pele era de cetim sob suas palmas, e ele não
podia ter o suficiente daquele corpo quente que era seu para consumir. Virando-se para o lado,
ele a puxou para cima, e quando ela interrompeu o beijo para arrastar os lábios pelo seu
pescoço, o desejo de controlá-la e assumir o controle surgiu. Agarrando-lhe os pulsos, ele a

prendeu debaixo dele, segurando-lhe os braços por cima da cabeça.


Os olhos âmbar escureceram, e ele abaixou sua boca faminta no peito de Sarah novamente.
Sarah choramingou e lutou para liberar os pulsos, mas ele a segurou presa e arrastou os pulsos
contidos para baixo, conforme mordiscava seu caminho até o umbigo.
Ela arqueou as costas para encontrar sua boca, e ele mergulhou a língua no umbigo de
Sarah, soltando-lhe os pulsos, reverentemente acariciando os lados da cintura e pressionando um
beijo suave e rápido no montículo de cabelo fino e macio no ápice das coxas. Sarah sentou-se
abruptamente, deslizando sobre suas coxas, empurrando o sexo molhado contra o comprimento de
seu eixo.

"Não me faça esperar."


O apelo era mais do que ele podia lidar. Sarah ofegou quando ele a empurrou de seu colo
e a jogou de barriga para baixo. Ela ergueu-se sobre os joelhos e braços enquanto ele abria uma
gaveta e puxava um pacote dourado. As mãos dele agarraram os lados dos quadris dela
enquanto a cabeça de sua ereção a penetrava alguns centímetros.
"Ahhh!", as unhas dela arrastavam os lençóis, apertando e fechando os olhos e separando os
lábios.
Santino cerrou os dentes quando o calor quente e apertado dela sugou a cabeça de sua
ereção. Ele enfiou mais outro centímetro, depois outro, até que não conseguiu suportar o tormento
de esperar mais. Envolvendo os braços ao redor dela, ele puxou-lhe a parte superior do corpo

contra seu peito. Sarah gemeu, a cabeça jogada contra seu ombro enquanto suas mãos deslizavam

para cima para cobrir-lhe seios.


Mordendo-lhe a orelha, ele ofegou: "você vai acabar me matando, juro", e mergulhou dentro

dela.
Sarah gritou seu nome, os dedos apertados em suas mãos conforme ele apertava seus seios
para sustentá-la.
O calor apertado sugava sua ereção até a base. Ele meteu com força, afogando os sons

dos gemidos dela. Seu ritmo se intensificou até suas bolas estarem batendo contra ela, e ela movia
os quadris no mesmo ritmo de suas investidas. Ele empurrou-a para a cama, deitada sobre o
abdômen e continuou investindo, mais profundamente, enquanto ela levantava os quadris para
receber seus impulsos. O cabelo dela era uma bagunça selvagem, caindo sobre as bochechas, e
ele sabia o que estava perdendo. Arrastando o pau para fora dela, o som febril de protesto ficou
preso na boca de Sarah quando ele a jogou deitada de costas na cama e a penetrou com
precisão.
Sarah envolveu os braços ao redor de seu pescoço e deixou que ele lhe devorasse a boca.
Ela lhe deu tudo, devolvendo o beijo com a mesma paixão ardente. "Assim é melhor", ela sibilou

dentro de sua boca e gritou quando ele alterou a direção de seus impulsos, circulando os quadris
enquanto metia.
Sarah ficou tensa. "Não de novo, Santino", ela sibilou, aparentemente não conseguindo ver a
graça quando ele sorriu com os dentes cerrados.
Os calcanhares de Sarah cavaram em seus quadris musculosos, as unhas arranhando seus
bíceps, e ela se sacudiu vigorosamente, gemendo seu nome e cantando-o como um verso sagrado.
O estremecimento a tomou por inteiro, e então ele a segurava, beijando-a, ofegante, quando seus
quadris se sacudiram e ele empurrou sua boca no pescoço de Sarah para gemer longamente e
baixinho.
Capítulo Sete

Estava escuro no quarto, mas a luz que penetrava através da cortina era azul. Crepúsculo.
Sarah olhou ao redor do ambiente desconhecido e congelou. Este não era seu quarto de hotel.

Sentou-se com uma sacudida e olhou para o lugar ao lado dela, suspirando de alívio quando se
ambientou.
As memórias da noite anterior a inundaram. Ela acordara com frequência, e toda vez se
alarmava devido ao ambiente desconhecido. Era como um instinto de sobrevivência. Tinha

dificuldade para confiar, e arredores desconhecidos provocavam nela a resposta de luta ou fuga.
Mas ela estava muito segura hoje. Porque o homem que dormia ao lado dela tinha uma
maneira de fazer com que ela se sentisse completamente vulnerável, mas completamente protegida.
Só isso já era aterrorizante. Ela nunca dera esse poder a nenhum homem. Preparava-se para o
desastre, mas simplesmente não conseguia impedir, mesmo tentando. Tentava com todas as suas
forças. Mas a maneira como ele a segurava contra o peito, enterrando seu rosto no centro, deixou-
a num transe. A calma a percorrera. E ela percebeu que não era muito de ficar abraçada. Nunca.
Em sua vida. Tivera alguns relacionamentos e, mesmo achando que estivesse completamente
apaixonada por esses homens, sempre se segurava. Não havia sentido nenhum conforto em outros

abraços, nada como o casulo de calor que ela tinha encontrado com Santino. E isso a deixava
chocada.
Ela se deitou de lado, observando o rosto de Santino Orlando. Ele estava de bruços, o rosto
voltado para ela, os bíceps saltando perigosamente, mesmo enquanto dormia. Ela mordeu o lábio e
lutou contra um sorriso. O poder desencadeado o rodeava mesmo quando estava nu sob os lençóis,
mesmo quando estava dormindo e o rosto tinha suavizado todas as linhas ásperas para fazê-lo se
parecer com um calouro na faculdade.
Ela desfrutaria deste momento, saborearia e depois esqueceria tão ligeiro quanto ele o
faria. Seria bem rápido. A agonia da perda a atravessou e ela congelou, lutando com

incredulidade. Sem chance. Sem chance. Você não pode se apegar. É idiota. Uma ideia ainda mais

estúpida do que aquela tintura de cabelo rosa que havia experimentado na escola.
Ela ainda estava dando um sermão aos seus pensamentos desprezíveis quando os olhos dele

se abriram e ele piscou várias vezes antes de um sorriso se espalhar pelo rosto.
O coração de Sarah se derreteu, e seus ombros relaxaram, fazendo com que se sentisse
como uma geleia quente, líquida e derretida. Apenas por ele. Não podia mais negar. Ela estava
presa àquele sorriso.

"Por que está me observando dormir?" Ele perguntou roucamente, virando-se de lado e
jogando um braço musculoso e pesado ao seu redor, puxando seu rosto para o peito dele.
Sarah fechou os olhos, sorrindo e se perguntando se ele sabia o que ela encontrara naquele
abraço. Muito dificilmente. Ele nunca presumiria que ela fosse tão ingênua. "Porque você parecia
um menininho, e eu estava me perguntando se eu acabaria na cadeia."
A risada dele a fez balançar, e ela sorriu.
Santino a segurou com força, como se realmente não se importasse com a forma como ela o
estava segurando. "Se você for pra cadeira, te tiro de lá."
"Ah, é?"

"Definitivamente. Porque eu realmente preciso daquela sua ideia de propaganda."


Sarah se afastou e olhou com uma cara zombeteira. "Só por isso? Esse é motivo para você
me tirar da prisão?"
Ele sorriu, assentindo. Na metade do caminho, ele mudou de direção e balançou a cabeça
num "não". Ela riu e se esticou para beijar-lhe a boca. Santino virou a cabeça para o lado,
fazendo seus lábios pousarem na bochecha. Usando seus próprios movimentos contra ela agora.
Ele riu enquanto Sarah lutava para ficar livre, e ele a segurou.
"Me solta", disse ela, rindo e se esforçando para continuar brava.
"O que eu fiz?", ele riu.
Ela tinha certeza de que o paraíso tinha aquele som. "Seu... Vingativo!"

Ele riu com mais força que sua incapacidade de xingar. "Certo. Certo. Me desculpe. Aqui..."

Ele ofereceu a boca para ela, mas Sarah enrugou os lábios, recusando-se a beijá-lo.
"Não, não quero mais."

"Sim, quer." Ele se inclinou para mais perto.


Ela se afastou, enfiando a cabeça no travesseiro e empurrando o ombro dele para mantê-lo
afastado. "Não quero sua piedade," ela gritou enquanto o riso a atravessava.
"Eu sei que você quer. Aceite..."

"Não!" Ela gritou, e ele agarrou seus pulsos, prendendo-os acima de sua cabeça conforme
tomava seus lábios em um beijo quente e profundo que fez seus membros ficarem fracos. Dentro
de momentos, ela estava segurando-lhe o cabelo, puxando tufos dele, e abrindo as pernas para
permitir que a ereção de Santino tivesse espaço entre suas coxas.
Capítulo Oito

Sarah caiu sobre sua cama – sua cama macia, confortável e familiar – e suspirou. Ficara no
melhor hotel da Espanha, mas nada podia se comparar à sua própria cama, ao seu próprio

travesseiro e à sua própria lâmpada de cabeceira. Nossa, sentira saudades de casa.


Enquanto tirava as roupas que cheiravam à longa viagem e à comida de avião, ela se
perguntou se estava absolutamente louca. Outros se sentiriam energizados e extasiados em
conseguir uma viagem paga para a Espanha, mas não ela. Estava exausta, e o cansaço estava nos

ossos.
Antes de entrar no chuveiro, encontrou-se olhando o telefone pela enésima vez naquele dia.
A culpa a inundou, mas não havia muito a se fazer. Santino tinha voado de volta para os EUA há
três dias, em seu próprio jatinho, é claro, e a Espanha não tinha sido a mesma sem ele. O fato de
ele ter ligado todos os dias, mesmo que fosse por apenas cinco minutos, significava muito para ela.
Até demais. E por mais que fosse assustador estar tão apegada à voz dele, também era excitante.
Fazia décadas desde a última vez em que realmente havia gostado um homem apenas pela
aparência. Santino a fez rir e pensar, e estava interessado em tudo o que fazia em sua vida. Em
apenas dois encontros, ele conseguiu fazê-la flutuar.

Ela estava no chuveiro quando ouviu o telefone tocar. Frenética, enxaguou o xampu do
cabelo e saiu correndo do banheiro, com a certeza de que ainda tinha sabonete no corpo.
Puxando o telefone, verificou a chamada perdida. Santino.
Com um sorriso pateta no rosto, ela discou de volta, e ele atendeu no segundo toque.
"Olá, linda. Como foi seu voo?"
"Ahh. Foi tudo bem. Teria sido melhor se o homem ao meu lado não tivesse ombros da
largura do corredor."
Ele riu. "Está livre essa noite?"
"Hum..." Ela fingiu pensar. Não tinha nada planejado para aquela noite. Tara a tinha

convidado para se encontrarem, mas nesse momento, quem conseguiria seu tempo definitivamente

era Santino. "Acho que sim."


"Posso te buscar às cinco?"

***
Às cinco e quinze, Sarah passeava pela sala, com o coração apertado. Não era do estilo
dele se atrasar, e ela tinha a sensação de que ele não apareceria. Bem a sua cara. Você precisa
ser cautelosa perto dos homens, sabe disso. Mas, não, foi lá e abriu o coração para ele, passando

a noite na casa de Santino e depois dizendo sim para qualquer pedido dele.
Ela não queria ligar para ele. De repente, a Espanha pareceu muito distante. E o tempo que
passara com ele era insignificante diante do sofrimento deste momento. Ela não o conhecia, não de
verdade. Sabia apenas o que todo o resto do país sabia.
Santino Orlando, a estrela do reality show da TV, símbolo sexual, empresário. Mas não o
conheciam realmente. Talvez ele tivesse achado que ela era fácil e isso o desanimou. Devia tê-lo
mantido à distância.
Ela suspirou e se afundou no sofá. Já eram cinco e meia, e sem sinal dele ou qualquer
ligação. Ele definitivamente não viria.

A rejeição queimou forte dentro dela, mas ela se forçou a não sentir. Era profissional nisso,
suprimir seus sentimentos, sem dizê-los em voz alta. Sua infância a tinha condicionado a isso.
Não foi fácil crescer sozinha, numa família que supostamente era sua, mas na verdade não
era. Quando ninguém lhe protege, você meio que se acostuma a guardar seus sentimentos dentro
de uma garrafa. Não valia a pena lidar com o drama.
Quando a campainha tocou, ela pulou e caminhou lentamente em direção à porta, seu
coração dando uma cambalhota traidora quando viu a face dele através do olho mágico. Abriu a
porta, a testa franzida quando viu aquele rosto lindo, cheio de culpa, parado no corredor.
"Sinto muito mesmo, Sarah."
Sarah não sabia o que dizer. Não iria reclamar. Não reclamava para ninguém. Seus

problemas eram apenas seus. Há muito tempo, abandonara a ideia de que qualquer um se

preocuparia com seus sentimentos. "O que aconteceu?"


Ele suspirou, o olhar dele pairando sobre seu rosto. "Eu estava a caminho, e estava

adiantado, mas então eu encontrei um gatinho que tinha acabado de ser atropelado por um carro.
Não tinha como não levá-lo ao veterinário.
Sarah ficou boquiaberta, com o cérebro paralisado, a engrenagem tentando funcionar. Que
desculpa mais ridícula. "Você está de brincadeira, né?"

"Não!", ele esticou as mãos e pegou seus braços. "Sei que não confia em mim ainda. Posso
ver no seu rosto. Odeio esse olhar." Ele acariciou suas bochechas com as duas mãos até ela
visivelmente ficar mais relaxada. "Queria que esse encontro fosse especial, mas estraguei tudo."
Sarah estava vividamente ciente da necessidade ardente e furiosa se contorcendo em seu
umbigo. Suas bochechas formigavam onde ele as tocava. Seus seios ansiavam pela delicadeza das
mãos dele. Sua mente escolheu aquele momento exato para lembrá-la do modo como aquelas
mãos gentis se transformavam na cama, manipulando-a, jogando-a de um lado para o outro,
puxando-a sobre ele e debaixo dele, e prendendo seus pulsos enquanto a dominava
completamente.

Sua sanidade subiu em uma rajada de fumaça, e ela balançou a cabeça. "Tudo bem, eu
acho. Achei que não viesse."
"Claro que viria. Estava doido para vê-la", ele riu em aparente descrença.
Ela assentiu e caminhou pela sala, pegando seu casaco bege.
Santino a comeu com os olhos. Ela usava calças pretas e uma blusa cinza que contrastava
com a pele e o cabelo escuro. "Você está deslumbrante, aliás."
Sarah sorriu, seu coração ainda acelerado com a trepidação. Aquela meia hora esperando
a fez pensar tanto que tinha desenterrado coisas; coisas nas quais ela não queria pensar. De
alguma forma, aquele homem era capaz de fazê-la se sentir muito feliz e terrivelmente triste ao
mesmo tempo.

Não tinha certeza se gostava da ideia.

Ele deslizou o braço em torno de sua cintura no elevador e beijou o topo de sua cabeça.
"Desculpe ter arruinado tudo."

Ela não conseguia olhar para ele. Tudo o que podia fazer era permitir que seu corpo
congelasse para que não sentisse mais nada.
Quando abriu a porta do lado do passageiro de Bentley para ela, ele murmurou: "Sarah, eu
sei que você não está no melhor estado de humor agora, e que eu sou o culpado por isso, mas

posso te pedir um favor?"


"Hum?" Ela tentou melhorar seu humor, mas só conseguiu fingir.
"Podemos parar no veterinário para dar uma olhada no gato?"
O coração de Sarah deu um salto para o desejo estampado no rosto dele. Como era
possível que um homem que caminhava com o poder exalando dele em ondas tangíveis conseguia
parecer tão infantil e adorável enquanto falava de um gato ferido? A súplica lhe atravessou o
corpo e, instantaneamente, ela acreditou nele. Ele não estava inventando uma desculpa. Estava
dizendo a verdade. Ele não era o tipo de homem que se rebaixaria a esse nível, e ela se culpou
mentalmente por julgá-lo mal.

"Ok, claro." E quando sorriu desta vez, deixou seu coração aparecer em seus olhos.
O gato era um adorável vira-lata sujo, mas a pata traseira tinha sido fraturada, e o
veterinário estava trabalhando nisso. Sarah acariciou o gatinho inconsciente e percebeu que
Santino a estava olhando. Um amplo sorriso se espalhou por seu rosto, e ela deslizou sua mão em
torno da cintura dele.
"Acho que não gosto muito de você", ela provocou.
O olhar de Santino encheu-se com o que ela só poderia descrever como adoração, algo que
ela só acreditava que veria nos filmes.
Ele pressionou os lábios furiosamente no lado de sua cabeça e sussurrou em seu ouvido, "e o
problema é que eu acho que gosto demais de você".

Sarah mordeu o lábio e se encolheu mais perto dele quando ele a levou de volta ao carro.

Suas entranhas estavam cheias de felicidade. Aquela tinha sido a primeira coisa que ele tinha dito
para sinalizar que estava realmente interessado em o que quer que eles estivessem fazendo. Na

primeira noite em que saíram juntos tinha saído do controle. As mãos dele sobre seu corpo
enquanto dançavam haviam sido muito angustiantes para seus sentidos frágeis, e ela tinha cedido
a seus impulsos, pensando que não faria mal se entregar aos caprichos dele.
Mas Santino foi maravilhoso, e ela não conseguia decidir se seria extremamente estúpido ou

extremamente inteligente confiar plenamente nele.


Santino deslizou a mão por seus dedos e estacionou onde que ela imaginou ser uma pista de
patinação.
"O que estamos fazendo aqui? Resgatando uma criança mancando desta vez?", ela brincou.
Ele sorriu e jogou o braço sobre seu ombro. Sarah finalmente notou como ele parecia
diferente. Não usava terno, o que era novidade. Vestia uma camisa e calças pretas, parecendo o
pecado, perigoso e cativante, que ela desfrutaria mil vezes sem medo de repercussões. Ele era a
criatura mais sexy que ela já tinha visto.
"Vamos patinar no gelo."

"Tá brincando comigo? Que ideia terrível!"


"Vai ser divertido."
Ela parou do lado de fora da pista onde alguns adultos graciosamente deslizavam pelo
gelo, e seus olhos se estreitaram. "Não posso fazer isso. Vou quebrar minhas costas tentando."
Santino agarrou seus braços e girou-a para ele, fazendo seu peito bater no dele. Inspirando
profundamente, ele empurrou uma mecha de cabelo para trás de sua orelha. "Estou aqui, vou
cuidar das suas costas se você cair."
A respiração de Sarah parou, e seu coração disparou loucamente. Não, não, não. São apenas
palavras. Não dê muito significado a elas. Mas não podia negar que estava pensando nisso na sala
enquanto esperava que ele aparecesse, e agora ele dissera as mesmas palavras. Bom, não

exatamente com o mesmo significado, mas ainda assim. Tinha a sensação de que podia contar com

ele, mas sabia que isso era realmente tão seguro como andar em brasas.
Ainda assim, ela sorriu quando ele inclinou a cabeça para beijá-la. Então se libertou e

começou a colocar os patins. "Vamos fazer isso."


Santino riu do entusiasmo e a ajudou a colocar os patins. O homem magnânimo ajoelhado
aos seus pés e fixando as correias e fivelas fez seu coração bater com vontade. Mordendo o
lábio, ela o admirou.

Quando ele lhe disse para ficar parada no gelo enquanto segurava a grade, ela respirou
fundo, o ar saindo de seus pulmões.
"Você deveria saber..." ela disse quando ele deslizava ao lado dela como se estivesse de pé
na grama e não no gelo, enquanto ela tremia sob os joelhos. "Esta é a coisa mais aventureira que
faço desde a quinta série, quando eu ajudei minha amiga a pegar a rã de estimação dela."
Santino riu, os olhos piscando para a imagem mental daquilo. Ela sorriu com ele, o momento
se alongando mais do que deveria. Assim como eles tinham feito na Espanha, observaram-se
silenciosamente, deixando o momento durar.
E quando ela pensou que ele se inclinava para beijar sua boca, ela caiu para trás sentada

no traseiro com um grito.


"Aii!" Santino a levantou de novo em dois segundos. "Você está bem?" Ele perguntou com uma
risada suave.
"Acho que sim." Ela ajustou o capacete, feliz por ter sido forçada a usá-lo. E então ela voltou
a cair de bunda no gelo.
"Pelo amor de Deus, mulher, recomponha-se", ele brincou e a levantou, segurando-a firme
dessa vez enquanto a levava pelo gelo. "Acho que quando você disse que quebraria as costas,
quis dizer que quebraria a bunda."
Sarah estava rindo quando ele a beijou grosseiramente na boca, apressadamente,
rapidamente, e o calor do beijo girou através de seus ossos durante toda a próxima hora,

enquanto ele não a deixava cair novamente. Porque ele não soltava sua bunda. Quando ela

finalmente caiu de novo, ele amorteceu sua queda deslizando para debaixo dela. Sarah o odiou
por isso, o odiou por cuidar dela. Isso a estava confundindo. E sensações desprezíveis e ásperas

lhe arranhavam o coração.


Quando finalmente saíram da pista, Sarah jogou os braços em volta do pescoço dele e
capturou sua boca em um beijo. Seus lábios deslizaram sobre os dele, lentamente, depois
apressadamente. Os braços dele estavam enrolados ao redor de sua cintura como um torno de

aço, e ele empurrou sua cabeça para trás com a força da boca. Enquanto suas línguas se
entrelaçavam, Sarah gemeu dentro da boca de Santino e retardou os movimentos de seus lábios,
deixando-o assumir o controle.
Deslizando as mãos pela frente de seu corpo, ele juntou seu rosto nas mãos e interrompeu o
beijo.
O olhar dele se lançou sobre seu rosto virado para cima, e ele balançou a cabeça. "Você
está me fazendo ficar maluco."
Capítulo Nove

Santino estava extremamente infeliz. Cerrou os dentes com impaciência e olhou para o
telefone enquanto os magnatas japoneses zombavam sem parar sobre a nova unidade de

produção que a fábrica de Santino estava usando.


Duas semanas. Duas longas semanas desde o encontro com Sarah na pista de patinação, e
duas longas semanas desde que a beijara. Depois que ela tentou e não conseguiu rachar o
traseiro no gelo, ele a levou para jantar em um de seus restaurantes italianos favoritos, depois a

deixou em casa com um longo beijo que tinha deixado ambos ofegantes.
Mas não ficou. Deus sabia o quanto queria, mas tinha a sensação de que Sarah Montgomery
não tinha ideia de como ela era especial, e ele precisava mostrar isso a ela. Então, não dormiu com
ela.
Agora estava arrependido, sentindo falta do rosto, dos braços e dos cabelos escuros caindo
sobre o seu peito como uma cascata de seda. Ele estivera no Japão por muito tempo e mal podia
esperar para chegar em casa.
Assim que a reunião terminou, Santino agarrou o telefone e caminhou até a parede de vidro
do escritório, olhando para o horizonte de Tóquio, uma cidade que ele sempre tinha gostado, mas

não tinha brilho desta vez.


Ela atendeu ao telefone no quarto toque. "Alô?"
Seus olhos se fecharam. "Você não tem ideia de como sinto falta da sua voz."
***
O SORRISO DE SARAH foi silencioso, mas radiante e extasiado. Também estou com saudades.
Mas ela não disse. As admissões abertas e honestas que ele fazia a deixavam atordoada, mas ela
não se atreveu a ser sincera com seus próprios sentimentos. Não mesmo. "Eu estava ansiosa por sua
ligação."
Ele suspirou. "Essa coisa está levando uma eternidade. Estou voltando para Nova York em

meia hora. Vou vê-la assim que pousar."

"Vou estar lá. No aeroporto, quero dizer."


Santino fez uma pausa. "Quer saber? Meu motorista vai buscá-la às seis e te levará ao

aeroporto... Para mim. Mal posso esperar para vê-la."


"Eu também", ela disse, suavemente.
Quando ela desligou, seu estômago estava cheio de borboletas. Aquele pouco de
honestidade estava bom. Era emocionante de uma forma estranha e maliciosa. Ela sentia como se

estivesse se expondo para ser ferida e para ser cuidada. Droga, se não corresse o risco, nunca
colheria qualquer retorno. E, por enquanto, tinha a sensação de que Santino era um investimento
seguro de seus sentimentos. Pelo menos, ela orou fervorosamente para que fosse verdade. Deus
sabia que tinha tido sua parte de desventuras. Esperançosamente, aquela fase de sua vida tinha
acabado.
***
SANTINO CAMINHOU ATRAVÉS do aeroporto. Ele sabia que uma certa garota com olhos de
âmbar, cabelos negros e o sorriso mais exuberante estava esperando por ele em sua limusine. Ele
não podia acreditar que estava tão viciado nela. Também não podia acreditar que uma viagem à

Espanha, que ele quase não fez, o levara até ela. E se ele não tivesse ido para lá? Sarah estaria
trabalhando, não o conheceria, provavelmente estaria namorando alguém, beijando outra pessoa...
"Merda." O ciúme lhe atravessou o peito e ele caminhou rapidamente, apressando-se para
ver o rosto dela. Não podia acreditar em como se divertia com ela. Ela era forte e verdadeira, e
diferente de qualquer outra mulher com quem ele tinha namorado. Ele nunca fora o tipo de homem
que usava e descartava mulheres, mas mesmo assim, conseguiu passar por uma grande abundância
delas, procurando uma que combinasse consigo.
Sarah, com modos imprevisíveis e sorriso brilhante, poderia ser exatamente a que ele estava
procurando. Alguém com quem se acomodar. Alguém com quem compartilhar sua vida. Alguém
para envelhecer ao seu lado. Droga. Ele já podia sentir a vida que levaria com ela ao seu lado. E

como a conhecia há apenas três semanas, o pensamento era ainda mais ridículo e maravilhoso.

Para sua completa satisfação, a mulher que ele imaginava estar aguardando no carro
estava na verdade esperando por ele dentro do aeroporto. Com um sorriso largo, ele a pegou

pela cintura e a puxou contra seu peito.


Sarah riu, os braços se aqueceram quando ela os envolveu em seu pescoço e ele a levantou
do chão. Quando ele finalmente a pôs de novo no chão, não lhe soltou a cintura e inclinou sua
boca sobre a dela em um breve, mas profundo beijo que deixou ambos ofegantes.

Sua testa descansou contra a dela, e ele suspirou. "Você me deixa muito feliz."
Ela deslizou as palmas das mãos sobre os lados de seu rosto, depois as deixou cair ao seu
peito, levantando o olhar timidamente para o dele. "Como você sempre consegue dizer as coisas
mais maravilhosas?"
Sua mandíbula apertou. "Porque você sempre consegue me fazer sentir as coisas mais
maravilhosas."
Sarah sorriu. Quando ela se inclinou para beijar sua bochecha dele, a mão dele apertou a
cintura dela possessivamente.
Capítulo Dez

Santino ainda a estava segurando ao redor da cintura quando a conduziu através da


entrada VIP do restaurante mais exclusivo de toda a Nova York.

"Não é impossível conseguir uma reserva aqui?"


"Meu amigo é dono do lugar. Então fica mais fácil," ele explicou modestamente quando a
garçonete serviu as bebidas.
Sarah suspirou e sorriu. "Então, como foi seu voo? A pessoa ao seu lado roncava ou tinha

bebês? Eles choraram durante todo o voo ou o quê?"


Santino riu, encantado pelo jeito que ela brincava a respeito de seu jato particular. "Algum
dia em breve, vou levá-la comigo e lhe mostrar uma experiência de primeira mão de todos os
bebês chorando no avião enquanto faço amor com você no meio do céu."
"Pode ser agora?", ela esfregou o nariz.
Santino levantou-se abruptamente, dando dois passos em volta da mesa e apertando a
parte de trás de sua cabeça antes de deixar um beijo curto em seu minúsculo nariz.
Sarah estava congelada no lugar enquanto ele se sentava de novo.
"O quê?", ele perguntou com uma risada.

Ela balançou a cabeça e baixou o olhar para o prato. As emoções que sufocavam sua
respiração eram reais e tangíveis, mas este homem... Se ele partisse seu coração, a destruiria
completamente. E ela já sabia, antes de acontecer, que nunca seria capaz de superar isso... Ou
superá-lo.
"Tudo bem?", ele cutucou. Quando assentiu, ele inclinou-se para frente. "Quer conversar
sobre isso?"
Sarah captou o vislumbre da adoração absoluta em seus olhos, o interesse inabalável, e
sorriu. "Tudo está perfeito", esticou a mão para pegar o copo.
Ele tirou sua mão da haste da taça, aplainando sua palma na mesa, deslizando as pontas

dos dedos sobre os nós dos dedos dele. "Você pode me dizer qualquer coisa. Mas já sabia disso,

certo?"
Ela riu. "Sim. E devo mencionar que desde aquela experiência de patinação no gelo, minha

lombar tem me matado."


O sorriso dele desapareceu instantaneamente. "Você está brincando."
"Não. Na verdade, piorou na última semana."
"Você foi a um médico?"

Sarah fez uma careta. "Ir ao médico devido a uma dor na lombar que você tem certeza de
que foi por causa das quedas na pista de gelo? Não sou uma covarde."
Ele engasgou um riso. "Você é adorável."
Ela tomou um gole da bebida. "Obrigada. Você também é."
"Não plagie minhas coisas. Pense em suas próprias coisas para dizer. Você deveria ser a
criativa."
Sarah sorriu. "Tipo o quê?"
"Ah, muito esperta. Me fazendo pensar por você, também."
"Hum. Ok. Eu vou aproveitar esta oportunidade para pedir que a próxima vez em que você

planejar me levar em um encontro daquele tipo, você me avise de antemão para que eu já saia de
casa com um par de analgésicos na minha corrente sanguínea.
Ele balançou a cabeça, arrogante, e pegou o garfo. "Querida, os encontros comigo sempre
serão trabalhosos, e...", ele a olhou brincando. "Se não forem trabalhosos durante, com certeza
serão depois."
Ela balançou a cabeça, lutando contra um sorriso. "Isso é muito edificante de saber."
Ele assentiu. "Estou feliz que você esteja ansiosa para isso."
Sarah ofegou e riu, batendo na mão dele brincando enquanto ele ria.
O garçom tirou os pratos, e Sarah, culpada, olhou para o prato de frango, meio comido, que
era sem dúvida muito caro.

"Presumo que você não gostou da comida?", Santino perguntou, pegando sua mão do outro

lado da mesa.
Uma corrente elétrica lhe atravessou o braço até o ombro e desceu pela espinha, e ela

engoliu em seco para saciar o terrível gosto em sua boca. "Eu não estava com muita fome, e tinha
um gosto um pouco estranho."
O garçom colocou um prato de sobremesa entre eles, e Santino não soltou sua mão quando
ela tentou soltá-la.

"Para consertar esse gosto engraçado de frango...", ele segurou sua mão direita enquanto
empurrava a colher no petit gateau e colocava o chocolate em sua boca.
Sarah cobriu os lábios enquanto deixava o sabor girar em sua boca. Tinha um gosto
absolutamente delicioso, mas a fez enjoar. Ela engoliu, e quando ele estava prestes a lhe dar outra
colherada, seu estômago revirou, tentando regurgitar tudo o que acabara de comer.
Ela não queria magoar os sentimentos dele. Mas ao ver a colher tão próxima de sua boca,
ela entrou em pânico. "Preciso usar o banheiro."
Ela soltou a mão e saiu da cadeira, andando pelo restaurante para os banheiros na parte
de trás. De pé na pia, ela arfou e enxaguou a boca várias vezes, com ânsia de vômito e

segurando o mármore enquanto esperava a náusea diminuir.


Felizmente nada saiu, mas seus olhos estavam injetados de sangue agora, e ela estava
sibilando com o esforço. "Ah. Deus."
Tinha algo de errado com o frango. Uma mordida, e ela já sabia que tinha algo de errado.
O restaurante mais exclusivo de Nova York? Besteira. Servia porcaria, matava aves e agora ela
estava doente. Mas ela não queria dizer nada a Santino. Seria rude.
Consertando a maquiagem o melhor possível, voltou à mesa. "Podemos ir para casa, por
favor?"
A agitação em sua voz fez com que os olhos dele se voltassem em sua direção, e ele
instantaneamente fez um gesto para pedir a conta. "Você está bem?"

Ela sabia que seus olhos estavam vermelhos, e não conseguia olhar para ele.

"Sim." Ela não conseguia falar. Nem conseguia respirar uniformemente. O lugar inteiro fedia
agora. O cheiro de carne podre atingiu seu nariz quando o garçom passou com o pedido de

alguém, e ela quase se contorceu.


Santino observou-a atentamente enquanto entregava o cartão ao garçom. Ela parecia
irritada e nervosa.
Ele respirou fundo. "Eu fiz ou disse algo errado, querida?"

O carinho era reconfortante, mas ela estava com ânsia de vômito novamente, e muito
possivelmente vomitaria no meio daquele restaurante muito exclusivo.
***
"NÃO ESTOU ME sentindo muito bem. Preciso sair daqui”, ela pegou o casaco.
Santino assistiu, chocado, conforme ela meio que corria para fora do restaurante. Ele correu
atrás dela, alcançando-a com apenas uma caminhada rápida, e agarrou seu braço quando ela
começou a andar para longe do restaurante.
"Espera. O que aconteceu?"
Ela respirava fundo. "Quero ir para casa. Desculpe sair desse jeito."

Ela caminhou para longe novamente, e ele a pegou pelo braço.


"Pare de correr de mim. Entre no carro. Vou deixá-la em casa."
Sarah assentiu, e ele a olhou preocupado e com a expressão confusa quando ela deslizou
para o fundo da limusine e olhou para longe dele pela janela. Então, agitada, abaixou a janela e
tomou respirações curtas pelo nariz, sem falar com ele – sem nem mesmo olhar para ele.
Merda. Estraguei tudo. Mas, o que havia feito? Não conseguia, por nada, se lembrar do que
estavam falando quando ela saiu para o banheiro O que quer que fosse que a incomodara,
provavelmente não estava relacionado a ele, mas então por que ela nem sequer olhava em sua
direção?
"Sarah, está tudo bem?"

"Sim."

"Podemos discutir isso antes de eu te deixar?"


"Amanhã", disse ela com aparente dificuldade, a garganta trabalhando conforme ela

engolia mais e mais.


O pânico se instalou em seus ossos, seu olhar mergulhou na mão dela. Ela estava apertando
o couro marrom, as unhas cavando-o, como se estivesse com medo de cair do assento ou algo
assim. Ele cobriu os nós dos dedos da mão de Sarah, meio esperando ser empurrado para longe,

mas para seu perplexo absoluto, a mulher irritada, inacessível, virou a mão e apertou-lhe a palma
como se sua vida dependesse de segurá-la.
Ele ficou boquiaberto com o perfil dela enquanto inclinava a testa contra o lado da janela e
continuava a respirar estranhamente.
Ele agarrou a mão dela entre as suas mãos e respirou fundo, apenas observando-a.
Claramente ela não estava com disposição para conversar. Pelo menos ela estava segurando sua
mão. Tinha aprendido uma coisa ou outra sobre a deusa sorridente que conhecera na Espanha. Ela
não era apenas extremamente imprevisível; também era um mistério.
Na metade do tempo, ele não sabia o que esperar dela. Sua expressão, suas reações e

instâncias como aquela que ele estava passando agora, continuavam surgindo do nada. E como ele
lhe observava o rosto lindo enquanto eles percorriam o caminho para o edifício de apartamentos,
ele sabia com certeza de que tinha que descascar as camadas daquela mulher. Ele estava
morrendo de vontade de descobrir o que a alimentava, o que a fazia sentir como se sentia, o que
a motivava. Ele queria conhecer cada pedaço do coração dela, mas não sabia se ela o deixaria.
Capítulo Onze

Sarah digitava em seu teclado e olhou o relógio. Dez minutos antes da reunião para discutir
o novo anúncio BubFun. Sua equipe havia se programado para fazer uma reunião preventiva

antes de se encontrarem com os executivos da BubFun.


Apesar do fato de ela ser próxima de Santino – próxima por terem dormido juntos em Madri
e depois se encontrado duas vezes nos EUA – ela havia criado uma regra de não discutir trabalho
com ele. Assim, o protocolo para agendar a reunião continuaria como de costume, e estava levando

muito tempo, porque Santino não sabia que sua empresa estava querendo aquela reunião.
E a maior chatice foi que ele telefonou uma hora atrás, mais uma vez, para lhe dizer que
estava saindo para Washington para uma reunião urgente. Com a quantidade de viagens que o
trabalho do homem exigia, ela duvidava que ela o veria mais de cinco vezes por ano.
Mas, no momento, Sarah não estava preocupada com isso tanto quanto estava preocupada
com o retorno de sua náusea. Na noite anterior, havia saído correndo da limusine e soltado um
suspiro de alívio, pensando que pelo menos se ela vomitasse na grama, não teria destruído nada
caro, apenas grama. Ela nem se virou para olhar para Santino.
Ele enviara uma mensagem de texto muito mais tarde, mas ela já estava dormindo. E naquela

manhã, estava no banho quando ele ligou. Quando ela ligou de volta, ele não mencionou nada
sobre seu estranho comportamento na noite anterior, e ela ficou contente, porque não podia
explicar como tinha ficado aterrorizada na possibilidade de destruir o interior de seu carro.
Tara colocou uma caneca de café ao lado de seu laptop, e Sarah sorriu em gratidão.
"Obrigada, Tara."
"Está se sentimento bem? Parece cansada e estranha."
Sarah encontrou o olhar da amiga e fez careta. "Obrigada. Me sinto ótima comigo mesma
agora."
Tara riu. "Estou sendo honesta. Isso que amigos fazem. Ia preferir que eu dissesse que você

está fantástica? Que mentisse?"

Sarah balançou a cabeça e sorriu. "Eu sabia que estava horrível, porque me sinto horrível. A
noite passada foi a pior noite que eu já vivi. Eu quase vomitei pelo menos cem vezes, mas não

vomitei, e não dormi bem também. Então eu acordei com uma dor de cabeça."
"Hmm... Você está estressada com o anúncio com a BubFun?"
Sarah sacudiu a cabeça. "Não. Na verdade, se eu pensar sobre isso, tenho estado dolorida
e cansada nos últimos dias. Só piorou muito na noite passada."

"Você devia ver isso. Você sabe, tem muitas viroses doidas por aí hoje em dia. Não vai
querer pegar algo como Ebola e só descobrir quando for tarde demais."
Sarah deu uma cotovelada na perna da amiga. "Obrigada, Tara."
Tara riu, então a expressão congelou no rosto. "Quer saber?"
"O quê?" Sarah fez uma pausa, porque a julgar pela explosão, ela pensou que Tara tinha
sentido um terremoto ou algo assim.
Os olhos de Tara se arregalaram e os lábios se abriram como se estivesse calculando algo.
"Você está enjoada, dolorida e não consegue dormir bem..."
"Uhum."

"Você pode estar grávida!", Tara exclamou alto.


Sarah congelou e viu várias cabeças virarem-se para ela em sua visão periférica. Ela
rangeu os dentes e estreitou os olhos para sua amiga, que imediatamente parecia se sentir
culpada.
"Você podia estar grávida", Tara sussurrou, como se isso fosse apagar a explosão anterior
da memória das pessoas.
"Não!" Sarah ficou muda e se virou para seu laptop.
"Pode estar." Tara se aproximou, sussurrando alto. "Você esteve com Santino Orlando em
Madri. Faz mais de três semanas. Pode estar."
"Não!" Sarah sibilou. "Usamos proteção."

Tara revirou os olhos. "Minha irmã estava usando anticoncepcional e camisinha e ainda ficou

grávida. Três vezes! Consecutivamente em três anos. A carreira dela terminou nos últimos sete
anos."

Sarah congelou. "Para de me deixar estressada, Tara. Agora que parei para pensar, seu
diagnóstico de Ebola era melhor."
"Não estou brincando, Sarah. Você devia fazer um teste de gravidez."
Sarah olhou ao redor novamente. "Você pode parar de usar essa palavra aqui? As pessoas

podem ouvi-la. Você não está sussurrando de verdade."


Tara enrugou os lábios e abaixou um pouco mais o volume do sussurro. "Estou tentando ser
uma amiga aqui, tá?"
Sarah suspirou. "Isso é tão idiota. Usamos proteção. E além disso, minha menstruação nem
está atrasada ainda."
***
Quatro dias depois, na manhã em que sua menstruação era esperada, Sarah sentou-se no
assento do toalete fechado no banheiro do escritório, uma das mãos apertava a testa e a outra
segurava um teste de gravidez com duas linhas brilhantes.

Estava em choque. Seus membros estavam paralisados. Alguém estava batendo na porta, e
ela não conseguia sequer responder. Simplesmente ficou boquiaberta com a coisa toda, seu
coração acelerado, mas o corpo, parado.
Minha irmã estava usando anticoncepcional e camisinha e ainda assim ficou grávida. Três vezes!
Consecutivamente em três anos. A carreira dela acabou nos últimos sete anos.
As palavras de Tara ressoaram em sua cabeça como um canto. E então seu próprio cérebro
começou com seus cantos personalizados. Um bebê. Um bebê. Sua carreira estava acabada. Você
não pode lidar com isso agora. Não pode ser mãe. Não sabe como. Você não pode fazer isso. Nunca
teve uma mãe para saber como é.
As lágrimas borraram sua visão, e ela finalmente encontrou a energia para se mover, apenas

o suficiente para enxugar as lágrimas furiosamente. Xingou em voz baixa e fechou os olhos em

exasperação. Então, levantou-se do assento, jogando o teste de gravidez na caixa e deixando o


banheiro. Uma das designers gráficas imediatamente tomou seu lugar no banheiro. Sarah nem se

deu ao trabalho de olhar para ela. Ela olhou para seu reflexo em vez disso, para sua pele pálida,
seus olhos afundados nas órbitas por causa da falta de sono.
Suspirou. Algumas semanas, e o bebê já a tinha transformado completamente. Tara estava
certa. Sua carreira tinha acabado. Com a falta de energia que tinha, tinha certeza de que ficaria

na cama durante algumas semanas na melhor das hipóteses. A gravidez não foi feita para ela.
Palavras aleatórias ressoaram por sua cabeça, e ela consertou o rímel manchado abaixo
dos olhos antes de sair do banheiro. Ela precisava ir para casa.
Ela tinha acabado de se sentar na cadeira do escritório quando uma garota estava ao lado
dela, muito perto, invadindo seu espaço pessoal. Sarah reconheceu a designer gráfica que quase
quebrou a porta do box para entrar lá.
"Parabéns!"
Os olhos de Sarah se estreitaram. "O quê?"
A designer cobriu a boca. "Acabei de ver o teste no banheiro. E escutei sua conversa com a

Tara no outro dia. Ah, meu Deus... Estou tão feliz por você! Um bebê!"
Sarah congelou quando várias cabeças se voltaram para ela – a mais chocada pertencia à
garota que ela conhecia muito bem. Tara.
Em seguida, Sarah foi cercada por congratulações e chá de bebê, as poucas mulheres que
tinham filhos adolescentes estavam discutindo quando comprar as coisas para o bebê e que marca
de roupa foi o mais durável. Sarah estava presa num pesadelo.
Odiava estar sob os holofotes. Não era para ela. Desde a época em que era uma criança
pequena e tímida, odiava que falassem dela. Esse mesmo hábito a tinha levado a optar por ser
diretora, quando o que ela realmente amava eram modelagem e atuação. Passara a vida inteira
longe dos holofotes, e agora aqui estava... Grávida! Todo o escritório estava discutindo sobre ela,

e seu bebê, e sobre os arranjos de dormir do bebê e sobre a data do nascimento.

Sarah se levantou, fingiu um sorriso, juntou suas coisas e saiu do escritório.


Capítulo Doze

Sarah sentou-se no assento da janela, bebendo chá verde infundido com gengibre, e olhou
para a estrada movimentada. Todo mundo estava ocupado, correndo e vivendo a própria vida.

Desde pequena, ela se perguntava como era absurdo que todos tivessem seus próprios
pensamentos e todos pudessem ver algo totalmente único. Então, passou um bom tempo focando em
cada pessoa, tentando imaginar o que estava pensando, o que estava vendo, e que tipo de
desafios enfrentara naquele dia.

Então, sua mente retornou aos seus próprios desafios. Sua vida tinha sido passada sozinha,
cuidando de si mesma, ninguém ao seu redor para se preocupar se havia fracassado ou
conseguido. Condicionara-se a ficar sozinha, e não sabia como não ficar sozinha. Porque agora,
de repente, não estava.
Havia uma pessoa dentro dela.
Essa lembrança a fez chorar. Nos últimos dois dias, trancada em seu quarto, passara o fim
de semana alternando entre estados de tristeza ardente e medo assustador.
Ela deveria cuidar de um bebê? Sério? Será que Deus poderia ter feito uma piada mais
cruel do que essa? Passara anos tentando se adaptar o suficiente para cuidar de si mesma, e

agora um bebê? Um ser humano real e vivo que estaria com ela vinte e quatro horas por dia por
anos, exatamente quando ela estava se preparando para a maior realização profissional que
havia tido. Justo quando estava pronta para conseguir essa promoção que ansiava por meses. Ela
a tinha ao seu alcance. Aquilo que garantiria sua vida e carreira. A coisa que tiraria todos os seus
medos.
Esse apogeu estava ficando mais distante dela agora. Porque ela estava grávida e não
tinha energia, e não queria estar grávida. Seus pensamentos giraram fora de controle, e ela
agarrou sua cabeça nas palmas das mãos para acalmar os nervos.
Tinha trabalhado muito no projeto de BubFun. Trabalhara tanto para tudo terminar assim.

A propaganda. BubFun. Santino Orlando.

Seu coração pulou uma batida. Ela se lembrou de como ele tinha beijado seu nariz, e como
tinha segurado sua mão, e como tinha agarrado seu rosto.

Você me faz tão feliz, ele dissera.


Bom, ele certamente teria um choque. Ela o deixaria muito furioso quando descobrisse que
sua não namorada estava grávida. Quer dizer, se ele ao menos se incomodasse em ficar nos
Estados Unidos.

Que pesadelo. Ele não estava por perto e nem estaria, pois estava sempre trabalhando.
Mesmo se não estivesse, ela não podia esperar que ele tivesse interesse no bebê. Ela tinha
aprendido que a adoração e afeição das pessoas só duravam enquanto seus próprios interesses
fossem atendidos. Quando isso fosse coisa do passado, o afeto teria uma morte rápida.
Suspirando, ela caminhou até a porta para verificar a fechadura e passou pelo espelho
antigo que tinha comprado em um leilão. O choque de se ver no espelho depois de dois dias a
atingiu no estômago como um golpe doloroso.
Seus olhos estavam afundando nas órbitas, sua pele estava horrível, e seu cabelo era um
desastre caótico e nojento. Andando mais perto do espelho, olhou para seu pijama enrugado e,

tardiamente, percebeu que nem sequer se preocupou em lavar o rosto em dois dias.
Fúria, ao contrário de tudo o que ela tinha experimentado, a atravessou. Caminhou
rapidamente para o banheiro, retirando a roupa suja de seu corpo e ligando o chuveiro. De pé
debaixo do chuveiro, deixou a água deslizar sobre seu corpo, e a adrenalina a fez cerrar os
dentes. Não sou essa pessoa. Essa não sou eu. Eu posso fazer isso. Já passei por coisas piores, e me
saí muito bem.
A energia finalmente a percorreu, e ela lavou o cabelo, depois passou condicionador antes
de esfregar o corpo todo. Demorou o tempo necessário esfregando o corpo, mas sua mão
automaticamente baixou para o abdômen. A sacudidela de emoção disparou através dela, mas foi
momentânea. Ela não ficaria triste por causa disso. Sentada na borda do pequeno assento cortado

dentro da parede do banheiro, lentamente raspou as pernas. Sentindo-se tão limpa quanto uma

tesoura cirúrgica esterilizada, saiu do chuveiro, secando seu corpo.


A energia continuou, para seu deleite. Secou os cabelos, vestiu roupas íntimas limpas – as

mais bonitas da gaveta – e abriu o armário. Mesmo sem planos para sair, só queria se sentir
bonita novamente. Então, pegou o vestido vermelho de seu armário, aquele que ela tinha comprado
um ano atrás e nunca usado porque era muito vermelho e iria fazê-la se destacar demais. Tirando
a etiqueta, ela o vestiu.

A renda vermelha agarrou-se ao seu corpo, e então caiu em redemoinhos ao redor de seus
joelhos. O cinto dourado em torno da cintura era confortável, e ela mais uma vez acariciou a
barriga, pensando naquela pequena pessoa que decidira colar-se a ela.
Ela estava colocando um pouco de rímel quando a campainha tocou. O coração de Sarah
afundou. Perfeito. Em tempo de arruinar o momento. Irritada, ela franziu os lábios para esfregar o
bálsamo labial e caminhou descalça até a porta.
"Quem é?", ela gritou, simplesmente porque sentiu vontade de dizer algo em voz alta, usando
suas cordas vocais depois de dias de silêncio.
"Sou eu."

A voz a fez parar perto da porta. Santino. Toda a energia evaporou e foi substituída por um
nervosismo tão extremo que suas mãos começaram a tremer. Ele estava de volta de Washington. E
ele estava lá, e ela estava grávida. O pânico tomou conta dela. Agarrou seu ventre, aterrorizada
de que ele descobriria, aterrorizada de que ele seria capaz de ver a mentira em seu rosto.
"Sarah?"
Ela cerrou os olhos e decidiu que não poderia evitar vê-lo. O fato de não ter decidido como
iria contar a ele a novidade significava que não estava preparada para fazer isso, mas ele não
precisava saber – não neste momento. Podia simplesmente encontrá-lo e depois pensar sobre como
falar sobre isso.
Ela abriu a porta com um sorriso colado em seu rosto, esperando que ele a abraçasse como

tinha feito quando ela o encontrou no aeroporto apenas uma semana atrás.

Mas ele não se moveu em sua direção.


Os olhos de Santino se estreitaram quando ele a examinou da cabeça aos pés. "Indo a

algum lugar?"
Ela balançou a cabeça, seu coração batendo forte. "Não."
Ele inclinou a cabeça e entrou em seu apartamento, enfiando as mãos nos bolsos das calças
e virando-se para olhá-la. "Você não vai sair?"

Sarah observou o rosto dele, que parecia irritado, uma expressão que ela não tinha visto
nele antes, e então entendeu. Era o bebê desse homem dentro dela neste exato momento. Ela
estava conectada a Santino Orlando. "Não vou sair."
Ele assentiu, e seus olhos caíram até sua cintura.
Seu coração parou. Ele sabia. Como poderia saber? Tara!
"Então por que você está vestida neste vestido ridiculamente glorioso?"
Sarah suspirou, uma onda de alívio preenchendo-a. Ele só estava olhando para o vestido,
não para sua barriga. "Eu, hã...", ela olhou para baixo, levantando a saia do vestido de renda
pelos lados e deixando-a cair. "Só senti vontade de me arrumar."

Santino apertou o maxilar. "Não sou idiota, Sarah."


Sarah arqueou as sobrancelhas. "O quê?"
"Você está mentindo para mim."
"O quê?", ela gritou de novo enquanto ele a observava, suspeito, os olhos desconfiados e
frios.
Seu coração parou de bater. Não, não, não. O olhar, o olhar adorável e maravilhoso, quente
nos olhos castanhos tinha desaparecido. Ela não sabia o quão maravilhoso tinha sido até
desaparecer. Lágrimas queimaram a parte de trás de suas pálpebras, e ela franziu os lábios para
manter o soluço engarrafado do lado de dentro. Ela não ia chorar na frente dele. Sabia o que
estava acontecendo. Este capítulo, este capítulo maravilhoso, também tinha terminado. Sua idiota,

esperando secretamente que as coisas boas pudessem durar.

"Quem é ele?"
Sarah congelou, sua mente parando, e ela olhou para ele como se ele estivesse louco. "Como

é?"
"Quem é ele?" Ele repetiu lentamente, o olhar desviando dela.
"Sei que não tenho estado por perto, e eu compreendo." Ele encontrou seu olhar
rapidamente. "Mas preciso saber quem é ele."

Sarah caminhou na direção dele e deslizou as mãos pelo peito dele, para os lados do rosto,
forçando-o a olhar para ela. A dor no rosto dele a atingiu em cheio. Ele estava de coração
partido porque pensava que ela estava saindo com alguém. "Como você pode ser um empresário
bem-sucedido, mas ser tão estúpido?"
Ele olhou para ela. "Eu não deveria ter vindo aqui."
"Santino!", ela exclamou, e as lágrimas caíram de seus olhos. Soluçava, com o coração
partido por ele estar pensando algo desse tipo, por ele estar sofrendo porque era importante
para ele. Ele se importava; ele se importava muito. Ela soluçou mais forte e agarrou o rosto dele.
"Não estou saindo com ninguém. Por que você pensaria isso?"

"Ei!", ele voltou imediatamente, parecendo esquecer tudo, enquanto seu rosto se revirou de
agonia. Puxando-a para o sofá para sentar, ele ajoelhou-se aos seus pés. "Por que está
chorando?"
"Porque... Você está dizendo que estou saindo com outra pessoa", ela engasgou.
Com uma sobrancelha franzida, ele enxugou as lágrimas. "Mas por que está chorando?"
Quando ela soluçou mais forte, ele se levantou e envolveu os braços em torno de seus
ombros, arrastando seu rosto para o peito dele. "Shhh...", segurou seu corpo trêmulo.
Os soluços de Sarah diminuíram, a respiração rasa e os olhos fechados enquanto se inclinava
para ele. Todo o estresse e a preocupação das últimas 48 horas se evaporaram, e ela ficou ali,
com as mãos levantadas para apertar a camisa nos lados da cintura dele. Ele a balançou

gentilmente para frente e para trás, não falando para que parasse de chorar. Deixou que ela

soltasse tudo até se sentir vazia da frustração e preocupação que tinha se acumulado nos últimos
dois dias. Estar ao lado do peito dele era sedativo e calmante.

Sentindo que ela tinha se acalmado, Santino tentou se mover para trás, mas as mãos dela
apertaram sua camisa dele. Ela se agarrou a ele, com o rosto enterrado contra o coração.
"Fique."
"Sarah?", o tom de voz dele estava cheio de confusão, implorando-lhe por uma explicação.

Seus dedos apertaram as solapas da jaqueta, e ela sentiu que ele relaxava encostado nela.
As mãos dele deslizaram subindo lentamente pelas suas costas, apertando-a mais forte. Parecia
seguro. Ridiculamente surreal. E ela lutou com o súbito e irracional medo de que se ela não o
segurasse, ele desapareceria, levando com ele o momento de paz. Sua mente estava desprovida
de quaisquer medos e desgraças agora, e ela odiava sua consciência por fazer essa piada cruel.
Mas estava desesperada, e agarrou-se à sensação momentânea de bem-estar e proteção,
sabendo no fundo de sua mente que logo terminaria.
Santino segurou a respiração. Agarrando seus ombros, ele a afastou e a segurou para olhá-
la nos olhos. "Está tudo bem?"

"Sim", ela mentiu. O momento tinha acabado. Recordou o minúsculo detalhe sobre ele estar
prestes a se tornar pai, e engoliu em seco, desviando os olhos.
"Não faça isso."
"O quê?"
"Apenas me diga o que a está incomodando. Você está toda arrumada e não atendeu
minhas ligações nos últimos dois dias, e..."
"Estava passando por uma situação", contou uma meia verdade.
Ele assentiu. "E você sabe que pode dividir comigo. Posso tentar ajudar."
Ela balançou a cabeça. "Não acho que alguém possa me ajudar. A flecha já saiu do arco." E
então ela riu, o estresse indo para sua cabeça, o som quebrado e oco reverberando através dela

enquanto ria da tristeza da sua situação.


Capítulo Treze

O pânico se infiltrou em seus ossos. Ela não era mais a mesma mulher que ele vira e falara
pela última vez. Nem a risada era a mesma, e ele conseguia sentir a tensão nos ombros dela ao

abraçá-la. Sem pensar, desesperado para aliviar qualquer preocupação que a incomodasse, ele
se inclinou e pressionou seus lábios contra os dela possessivamente e asperamente. Ela o encontrou
com o mesmo tipo de pressão contra seus lábios. A boca de Sarah se abrindo com vontade, e
depois ela derretendo em seus braços.

Preso no casulo de necessidade que sempre o vencia quando ele estava ao lado dela,
cedeu. Estava contente por ela não estar saindo com outro homem. Estava em êxtase porque era a
sua boca que ela estava beijando, e a de mais ninguém. Ela estava preocupada, ele acabou
ficando transtornado de ciúmes. Sentiu seu primeiro sinal de insegurança quando não tinha podido
estar por perto.
Ele tomou um dos lábios dela entre os seus, depois o outro, alternando lentamente,
pretendendo construir lentamente o desejo entre eles, mas a tentadora em seus braços tinha outros
planos. Ela tirou seu paletó, a cabeça inclinada para trás enquanto pegava sua boca com avidez.
Quando ela não conseguiu aprofundar o beijo o bastante, a mão escorregou até sua nuca,

segurando punhados de cabelo e puxando-os firmemente.


A luxúria inundou suas veias. Ele gemeu, abrindo os lábios, tomando a língua dela em sua
boca. Deu boas-vindas à invasão e deixou que ela tomasse o controle. Sua mente confusa revelou
como ela parecia pequena, e ele relaxou. Ela estava descalça, e era pequena, e tão flexível. A
possessividade esmagadora e uma raiva protetora o dominaram. Ele a apertou com mais força
antes de dominar o beijo.
Sarah estremeceu em seus braços enquanto ele assumia. Ele a beijou profundamente e,
quando ela tentou lhe dar a língua de novo, ele mordeu-a levemente, sugando-a em sua boca. Ela
gritou com o beijo punitivo, e ele soltou-lhe a língua para mover sua atenção para os lábios.

Ela empurrou o corpo em direção ao seu. Sua ereção, dura e pronta, pressionou contra o

corpo dela, e um arfar em resposta foi sua perdição. Suas mãos ficaram frenéticas, deslizando
sobre as costas até os quadris de Sarah, segurando-lhe o traseiro, antes de se arrastarem até sua

cintura.
Sem esforço, as pernas dela se enrolaram em torno da cintura de Santino, os braços
apertando em torno de seus ombros. Ele nunca abandonou a boca de Sarah.
Ela tinha o gosto incrível. Colocando-a deitada no sofá, deitou-se sobre ela, mantendo seu

peso longe, sua mão deslizando para baixo e para a cima do corpo dela.
O corpo dela se arqueou, curvando-se em direção ao seu toque enquanto sua mão lhe
percorria o peito, apertando-o gentilmente. Quando a mão alcançou a coxa, ele a deslizou para
debaixo do vestido vermelho, arrastando seus dedos pela perna nua e lisa.
***
SARAH PERDEU, por alguns instantes, a consciência sobre sua terrível situação conforme a
mão dele escorregava brevemente sobre seu abdômen liso. Mas ela apreciava a doce fuga da
boca de Santino, uma nuvem de luxúria que pairava sobre ela. Era como acordar de um sonho
fantástico apenas para se deparar com a realidade, e ela não estava pronta para enfrentar a

realidade ainda. Queria continuar sonhando, porque o sonho não era nada assustador. Sentia-se
segura nos braços dele, sob a boca devastadora e mãos possessivas. Ela a fazia sentir como se
pertencesse a ele, e não queria escapar dessa fantasia.
As palmas das mãos dele deslizavam pela sua coxa até a bainha da calcinha, depois
novamente para baixo. Ela empurrou os quadris mais para cima para encontrar o toque dele, para
sentir mais. Precisava disso. Merecia tê-lo. Ele era completamente bom e maravilhoso, e sempre a
fazia rir. Ela o merecia.
Ela sabia muito bem que o cara não ficaria por perto quando ela contasse as novidades,
então enterrou a ideia. Só por essa noite. Conto pra ele amanhã, ela se prometeu. Então, a culpa foi
embora.

Santino pareceu sentir a mudança nela. Ela relaxou as pernas, dando-lhe acesso ao espaço

entre as coxas para que seus dedos pudessem deslizar sobre sua calcinha, que estava
encharcada. Ele tirou a mão, deslizando-a para as costas dela, para encontrar o zíper que

prendia a roupa no lugar.


"Quero você nua", ele sibilou dentro de sua boca antes de mordiscar seu lábio inferior. Seus
olhos se abriram lânguidos, e ele apertou um beijo na ponta de seu nariz. "Senti saudades do seu
corpo..." Inclinando-se, pressionou um beijo no topo de seus seios, onde a pele se inchava sob o

decote. "Senti saudade deles. Da sua risada." Ele beijou o canto de sua boca.
Sarah ficou quieta, tensa. Não podia fazer isso. Não conseguia dizer nada, mas se sentia
uma trapaceira. Ele era tão bom para ela. Era sensacional. Ela nunca tinha sido tratada assim
antes, com tanto respeito, tanto afeto, e queria se agarrar a isso como uma criança, porque queria
muito mantê-lo. Ele era seu.
Mas não era.
As mãos dele puxaram o zíper, e ele arrastou o corpete para baixo, revelando seu sutiã, a
boca voltando ao seu pescoço. Deu-lhe mordidinhas, inalando seu cheiro, deslizando a ponta da
língua sobre sua pele. Quando ela agarrou as lapelas da jaqueta dele, ele se acomodou entre

suas pernas.
Sua virilha foi esmagada pela ereção dele, e ela ofegou. Ele capturou o som dentro da
boca, enfiando a própria língua selvagemente na sua. Com a cabeça inclinada, aprofundou o
beijo, como se fosse incapaz de obter o suficiente, incapaz de provar o suficiente. "Eu quero você.
Não consigo ter o suficiente de você, Sarah."
Sarah ergueu os quadris e as mãos dele lentamente afastaram o vestido de seus seios por
completo. Quando as palmas das mãos dele cobriram a parte superior do sutiã, ela deslizou as
mãos sobre as costas dele até os quadris, agarrando-o. Os músculos se flexionaram sob o tecido
da calça, e quando ela estava começando a desistir de tudo completamente, a entregar-se à boca
e mãos de Santino, ele deslizou uma das mãos mais para baixo e acariciou sua barriga.

Seus olhos se abriram e ela congelou, seus olhos aturdidos olhando para o teto conforme seu

cérebro ficava cheio de perguntas, confissões e preocupações. A boca dele baixou até seu
pescoço, mas ela ficou congelada, seus processos de pensamento superando seu desejo.

"Santino", ela sussurrou quando ele mordeu sua orelha.


"Hummm?" Ele agarrou os lados de sua cintura e então percorreu um caminho por sua
barriga novamente, entre suas pernas, então de volta para apertar seus seios.
"Estou grávida."

As palavras pareceram demorar um momento para penetrar os sentidos dele. Quando


aconteceu, a boca dele parou de provocar seu pescoço. Ele ergueu a cabeça abruptamente,
olhando para seu rosto procurando por um sinal de que ela estava brincando; como se essa
declaração pudesse ser proferida como uma piada.
Claramente confuso, ele apenas a olhou enquanto ela estava esmagada debaixo dele,
parcialmente despida. "Você o quê?"
Ela encontrou os olhos dele, engolindo, mentalmente dizendo adeus a ele. Seus próprios pais
a tinham dado quando ela nasceu. O que ela esperaria de um homem bonito e bem-sucedido que
não tinha nada a ganhar em mantê-la na vida dele?

"Estou grávida."
Capítulo Quatorze

Foi o vazio nos olhos dela que o deixou chocado. Ele se afastou dela, observando-lhe o
rosto enquanto lentamente levantava o corpete do vestido de volta para cobrir o sutiã e olhava

para a parede. Ele observou o perfil de Sarah.


Grávida. Bebê. Ficou confuso e completamente fora de sintonia, mas ela conseguiu parecer
completamente sem emoção. Então, só porque não sabia o que dizer ou como deveria se sentir, e
porque há poucos instantes ele estava com sua ereção entre as pernas dela, e no momento

seguinte descobriu tal notícia inesperada, ele falou a primeira racionalização que poderia fazer
para justificar a total frieza que ela demonstrava em relação à situação.
"Está planejando fazer um aborto?"
Ela virou a cabeça em sua direção e balançou a cabeça. "Isso nem passou pela minha
cabeça."
Ele encarou o tapete, depois para o rosto dela, notando o vislumbre de dor e
arrependimento.
"Meus próprios pais me abandonaram quando eu era um bebê. Não poderia fazer isso com
meu filho."

Seu peito se contraiu, ele suspirou e, de repente, não estava mais confuso. Ele não se sentiu
confuso e inundado com uma situação que ele não podia controlar. O pânico recuou para deixá-lo
hipnotizado.
Ele sabia que havia algo de único em relação a ela. Não sabia de algo tão importante e tão
essencial, que fazia parte da pessoa que ela era hoje.
Seu braço deslizou pelos ombros dela, e ele ficou chocado com a tensão que encontrou ali.
Ele se aproximou, puxando aquela a rígida forma contra seu ombro, mas ela não o deixou.
"Acho que é hora de você partir agora", disse ela com a voz rouca.
Ele juntou as sobrancelhas. "Por quê?"

"Porque não era isso que você estava esperando." Ela falou numa voz robótica, encarando a

parede. Estava quieta. Como se fosse se desintegrar em mil pedaços se olhasse para ele, ou se
movesse ou respirasse. "Porque acaba aqui para a gente. Diferentemente de mim, você pode optar

por não fazer parte dessa situação."


A forma como ela falava, o jeito como estava paralisada, a forma como parecia ter perdido
todo o calor, deixavam-no horrorizado. Como se ela estivesse se preparando para a batalha e
não quisesse sentir nada. Ele agarrou-lhe os ombros e a puxou com força em sua direção. A

teimosia dela não era páreo para ele.


Ela encontrou seus olhos porque não tinha outra opção, lutando contra a fúria que
certamente demonstrava.
"Não vou a lugar nenhum. E não é o fim para nós. Posso tomar minhas próprias decisões,
Sarah, assim como tenho feito nos últimos trinta anos. Se precisar de suas sugestões para mudar
isso, eu te informo."
Sarah piscou rapidamente enquanto as lágrimas se juntavam nos olhos. "Estou te dando uma
saída."
Então, ele percebeu. As mãos dele suavizaram em nos ombros dela e deslizaram pelo

pescoço. "Não quero uma saída, querida. Não quando isso significa deixar você sozinha lindando
com essa situação."
Um suspiro escapou dos lábios entreabertos de Sarah, os ombros tremeram, e as lágrimas
derramaram. Ela parecia chocada quando ele pressionou os lábios nas lágrimas dela antes de
deslizar os dedos sobre as bochechas.
"É por isso que você não estava atendendo às minhas ligações?"
"Você não precisa fazer parte disso. Posso fazer sozinha", ela argumentou de novo, o tom
grosso de descrença.
"Sarah..." ele disse gentilmente. "É por isso que não estava atendendo às minhas ligações?"
Ela desviou os olhos. "Sim."

Ele suspirou, saindo do sofá para se sentar de pernas cruzadas no chão, inclinando a

cabeça para olhá-la. "Ok. Então...", ele começou, respirando fundo. "Se eu disser algo muito
estúpido, desculpe, mas ainda estou em choque."

Ela assentiu em resposta, e ele continuou.


"Hum. Estou tentando entender isso... Então, você não quer que eu fique?"
Sarah estremeceu. "Claro que quero! Mas não tem nada a ver com o que eu quero. É sobre
você. Claro que você não precisa ficar."

"Mas eu quero ficar."


Ela fez uma pausa, franzindo as sobrancelhas, olhando para ele em confusão, como se
incapaz de acreditar que ele ainda estava lá e não zangado com a situação.
Em vez disso, ele estava ficando confortável, finalmente soltando a gravata e enrolando as
mangas da camisa.
"Isso é... surpreendente", ela disse.
Ele pegou as mãos dela. "Ok. Então, você está grávida. Tem certeza disso?"
"Cem por cento."
Ele assentiu, seu cérebro girando. Ele olhou para ela, depois para o vestido. "Agora me diga

honestamente por que você estava toda arrumada? Estava planejando sair hoje?"
Sarah encolheu os ombros. "Não tomava banho há dois dias, e nem ao menos lavei o rosto,
porque fiquei deitada na cama chorando por causa disso tudo." A voz dela ficou entrecortada, e
Sarah balançou a cabeça de vergonha. "Então, quis me limpar e me arrumar para mim mesma."
Incapaz de manter a distância física entre eles por mais tempo, ele puxou o rosto dela para
seu peito e arrastou-a para fora do sofá e em seu colo, onde ele o agarrou ferozmente.
"Desculpe não estar por perto", ele disse, furioso consigo mesmo, respirando fundo. Suas
mãos lhe acariciaram os ombros, os braços e ele beijou o topo da cabeça de Sarah. "Você deve
ter ficado tão assustada."
***

"EU ESTAVA", ELA sussurrou. Enquanto seu subconsciente lhe dizia para não confiar nas

palavras dele, para não dar significado demais a elas, ela se sentiu relaxando. Este homem
grande e intimidador saberia o que fazer. Ela não precisava se preocupar, pelo menos agora.

Podia deixa-lo cuidar de tudo.


Mas por que ele queria ficar? Era um homem incrivelmente doce que sempre se preocupou, e
elogiou, e a fez se sentir especial. Mas ele ainda não era um homem que gostaria de ter filhos. Ele
era muito assustador e invencível demais para ter tais desejos mortais.

"Devia ter me ligado no momento que descobriu, então poderíamos ter nos preocupado com
isso juntos."
Sarah lutou contra o desejo miserável que lhe disse para desmoronar nos braços dele e
chorar e gritar e dizer-lhe como se sentia. "Mas não tinha nada a ver com você. Não precisa ficar
preso por causa disso."
Ele se afastou e a segurou. "O que quer dizer com isso?"
Ela encolheu os ombros, evitando o olhar furioso no rosto dele.
Ele segurou seu queixo suavemente, mas a voz permaneceu no mesmo tom irritado conforme
ele a forçava a olhar em seus olhos. "Escute bem, Sarah Montgomery. Não passou pela minha

cabeça, nem sequer por um segundo, não querer fazer parte da vida desse bebê. Sabe por quê?"
"Por quê?"
"Porque ele não é só seu. É tão meu quanto seu. E seria de muita ajuda se você não se
esquecesse disso novamente", ele terminou gentilmente.
Sarah balançou a cabeça, lutando para proteger sua sanidade. "Por que está fazendo
isso?", ela se soltou do colo dele e ficou de pé. "Não quero você por perto, está bem? É melhor
você ir embora agora do que depois. Sério. Isso não é brincadeira de criança. Você não teve
tempo para pensar nisso tudo, então estou lhe dando uma forma de sair de tudo isso."
"Não vou a lugar nenhum", ele disse calmamente.
Ela o encarou e Santino ficou de pé. "Quer saber? A gravidez significa que meus hormônios

vão estar uma loucura e que ficarei vomitando sobre seus sapatos Valentino e dentro da sua

limusine. Você vai quer dar o fora em segundos."


Ele juntou as sobrancelhas. "Espera um minuto. Você... Já sabia que estava grávida quando

nos vimos a última vez?"


Sarah balançou a cabeça. "Não sabia. Estava apenas me sentindo mal, e achei que fosse
arruinar o interior do seu carro extremamente caro."
Ele exalou rispidamente. "Sabe o quanto fiquei preocupado quando você se recusou a falar

comigo na volta do nosso encontro?"


Ela ergueu as mãos em exasperação. "Só queria sair do carro o mais rápido possível."
Santino riu brevemente. "Uau. Achei que tivesse dito ou feito algo, e você me odiava."
Seus olhos se estreitaram. "Não te odeio. Não posso odiá-lo. Você é... terrivelmente difícil de
não... gostar."
Ele sorriu provocando. "Obrigado. Você também é... terrivelmente difícil de não gostar."
Sarah percebeu que estava rindo pela primeira vez em dias. "Isso é ridículo. Nós mal nos
conhecemos e isso acontece", ela apertou a barriga sem pensar.
Os olhos dele recaíram sobre suas mãos, aproximando-se e cobrindo sua barriga com as

largas mãos.
Ela mordeu o lado de dentro de seu lábio e virou a cabeça de lado, a culpa ficando
pesada. "Não quero que se preocupe comigo."
Ele ergueu seu rosto gentilmente. "Eu quero ficar preocupado com você." Ele deslizou as
mãos ao redor de sua cintura e passou os braços ao seu redor, respirando bruscamente quando
seus seios pressionaram contra o peito dele. "Acho que estou me acostumando com isso, de
qualquer jeito. Você me deixou muito preocupado nos últimos dois dias ao não atender minhas
ligações. Precisei encurtar uma reunião muito importante só para voltar e vir vê-la."
Sarah arregalou os olhos. "Você deixou uma reunião... Por mim?"
"Sim."

"Por quê?" Ninguém fazia nada por ela.

Ela ficou presa numa situação difícil. Ou ficava feliz por ele gostar tanto dela, ou
preocupada que ele fosse um mentiroso.

Ele encolheu os ombros. "Porque estava morrendo de ciúmes." As mãos dele tomaram seu
rosto. "Achei que estivesse saindo com alguém, e... Bem, não podia ficar longe. Olha... Sei que não
estive muito por perto desde que começamos a sair, mas posso arrumar mais tempo. Vou marcar
mais reuniões aqui e menos reuniões em locais mais distantes. Nos veremos mais, e prometo tomar

conta de você."
"Não diga essas coisas, Santino!" Ela chorou, curvando-se em negação.
Os braços dele se tensionaram ao seu redor, colocando-a de volta no lugar. "Não." Ele
pressionou o lábio em sua boca, calando-a instantaneamente "Não se afaste."
O desespero na voz dele a chocou.
"Sarah... Não é só você que está assustada. Estou tentando, tá bem?", disse ele, gentilmente.
Naquele momento, ela percebeu que sua vida a tornara uma pessoa egoísta. Sempre se
preocupando apenas consigo mesma, com seu próprio aperfeiçoamento. Tudo a havia tornado
egocêntrica. Isso não era só a seu respeito. Era sobre ele, também. Mesmo se ele mudasse de ideia

sobre querer fazer parte de sua vida, ter uma criança significava que faria parte daquilo para
sempre. Mudava tudo para ele, também. E ela estava tão concentrada na implicação disso em sua
própria vida que tinha se recusado a pensar em como ele se sentia.
Ele não tinha feito nada além de fazê-la feliz desde o momento em que entrou em sua vida.
Ele riu, brincou, ele a fez sorrir; sempre a fazia se sentir como se fosse a mulher mais maravilhosa e
mais interessante do mundo. A atenção dele nunca vacilou, e ele até se sentira inseguro. Ele
merecia coisa melhor do que ser tratado dessa maneira.
"Desculpe," ela sussurrou, plantando um beijo furioso na boca de Santino. "Sinto muito
mesmo."
Ele balançou a cabeça, sorrindo de forma sensual. "Não sinta. Sei que está estressada.

Juntos, nós vamos dar um jeito, prometo. Vou garantir que tudo dê certo."

Sarah fechou os olhos e se entregou às estranhas palavras de romance. "Está disposto a


ajudar?"

Ele pressionou um beijo em sua testa. "Estou disposto a tomar conta de tudo. Você já fez o
suficiente." Então, ele acariciou sua barriga.
Com um suspiro, ela sentiu a sensação, o primeiro formigamento de apego ao pequeno bebê
dentro de si.

Era dele e dela, uma parte dele e dela. Eles estavam conectados para a eternidade. E ele
se importava, e era afetuoso com aquela bola de células, mesmo antes de ela mesma ter tido a
chance de vê-lo dessa forma. A emoção a envolvia, e ela não queria nada além de ter Santino
por perto.
"Você me deixa tão assustada", ela sussurrou.
Ele deslizou os braços para debaixo dela e levou-a para o quarto.
"Para onde estamos indo?"
"Primeiro, vamos para o seu quarto, onde vou levá-la para a cama e faremos amor até você
me mandar parar."

Sarah riu quando ele a colocou no colchão. "Eu acho que não há muita chance de que isso
aconteça."
Ele tirou a camisa deliberadamente, depois desabotoou as calças, arrastando-as, antes de
tirar a cueca.
O senso de humor de Sarah desapareceu enquanto ela passeava os olhos naquele corpo
bonito, os membros bronzeados, na ereção que já estava praticamente dura na expectativa de
fazer amor com ela. Ela se sentou, e ele a beijou suavemente enquanto desabotoava o zíper na
parte de trás do vestido. Arrancando a renda vermelha, ele desabotoou seu sutiã, arrastando as
mãos sobre seus seios para libertá-la. Quando ela estremeceu e se levantou de joelhos para
envolver seus braços ao redor do pescoço dele, ele tirou sua calcinha de seus quadris.

"Depois que eu terminar de fazer amor com este corpo...", ele pegou seus seios nas mãos e

apertou. "Discutirei médicos e arranjos de moradia com você."


Sarah nem sequer o ouviu completamente, porque já estava em chamas. Seus seios doíam

quando ele os apertava, e o espaço entre suas pernas latejava em frenesi. Sua mão habilmente
procurou a ereção de Santino e a apertou, arrastando a palma da mão sobre a cabeça.
Ele a empurrou para baixo, gentilmente, sobre o colchão. Mantendo o peso fora dela, ele
inclinou a cabeça para seus seios. Ela arqueou a espinha e gemeu quando ele sugou

profundamente, enviando uma punhalada de desejo ao seu umbigo. Ela se torceu deliciosamente,
bêbada com a necessidade que a boca e mãos dele forneciam. Empurrou-lhe os ombros,
empurrando-o de costas antes de subir e montá-lo.
Santino estava ofegante enquanto acariciava seus braços para cima e para baixo enquanto
ela sentava sobre a barriga dele, seu sexo úmido pressionando-lhe a carne. Ele brincou com seus
seios cheios, que eram contornados com veias de um leve azul. Ele rastreou as veias com os dedos,
os olhos entrecerrados, aparentemente hipnotizado pelas mudanças que a gravidez já havia feito
em seu corpo. Ele a puxou para baixo e os seios de Sarah se balançaram sobre a boca dele.
Agarrando um em cada palma, apertou os lábios em torno de um de seus mamilos, puxando-

o delicadamente.
As mãos dele eram ásperas em sua carne, mas os movimentos eram suaves. Foi cuidadoso
com ela quando a empurrou sobre suas costas e acomodou o umbigo entre suas as pernas.
Como se ela fosse frágil, a mão dele percorreu seu abdômen. A boca de Santino seguiu um
caminho pela frente até a barriga, onde pressionou um profundo beijo no abdômen inferior,
fazendo-a se contorcer de prazer antes que a boca atingisse o ponto entre suas pernas.
"Aah!" Um forte grito saiu do seu peito quando os lábios dele se apoderaram do ponto
palpitante e sensibilizado escondido entre as pétalas de seu sexo. Suas pernas relaxaram em
resposta, e ela estremeceu, seus quadris levantando-se do colchão no mesmo ritmo das lambidas
da língua dele.

***

ELE ESTAVA CHEIO do cheiro e gosto delicados dela. Agarrou-lhe a cintura, segurando-a no
alto, em sua boca. Ele provocou-lhe o clitóris com a língua, esfregando-o repetidamente, sua luxúria

alimentando-se em um incêndio no poço de seu abdômen.


Estava enlouquecido. Sentia-se diferente de como estava se sentindo há pouco tempo,
quando ela estava meio nua no sofá. Estava mais protetor, mais preocupado com o corpo dela, e a
conexão que sentia com cada som que ela fazia era intensa. Ele tentou e não conseguiu entender, e

adiou o pensamento para outro momento... Um momento em que não estivesse tão enlouquecido
pela luxúria eufórica. A ponta de sua língua circulou a entrada do corpo dela, e por impulso, ele
mergulhou sua língua ali. O corpo dela se sacudiu e ela gritou, relaxando instantaneamente
quando seus lábios pegaram no clitóris inchado.
Ela ergueu os quadris, balançou-os em direção a sua boca, alcançando-a com mais e mais
agitação. As mãos dele se arrastaram sobre a bunda de Sarah, e ele resmungou quando ela se
sentou abruptamente, oferecendo a boca para ele.
Suas línguas se entrelaçaram, e os braços dela descansaram em seus ombros enquanto ela
permitia que ele aprofundasse o beijo.

As pernas dela se abriram ainda mais, depois descansaram em cima das suas que estavam
dobradas. Com membros e línguas emaranhados, eles se beijaram até lutarem para respirar, e ela
moveu o próprio sexo mais perto de sua ereção.
Mordendo seu lábio inferior, arrastou os lábios pela sua mandíbula. "Estou grávida de um
bebê seu", ela sussurrou em seu ouvido.
Os olhos de Santino se abriram, e um frenesi diferente de tudo o que ele tinha
experimentado atravessou seus membros. Ele lentamente fez a coluna de Sarah arquear para trás,
beijou-lhe o queixo, suas mãos em cascata sobre as costas dela, depois deslizando até a barriga.
Deixou que os quadris dela se arrastassem um pouco para trás, e depois para mais perto de novo,
só que desta vez sua ereção estava penetrando através da abertura do sexo dela.

Sarah arqueou as costas e gemeu, a cabeça jogada para trás. Seus braços enrolados ao

redor dos quadris dela, e lentamente, delicadamente, ele a arrastou mais para perto. Um gemido
deixou seus lábios quando a fricção insuportável de carne deslizando contra a carne sugava sua

ereção.
"Ahh!" O grito de Sarah ressoou no silêncio do quarto. Sua ereção empurrou seu caminho
através dela, abrindo-a, espalhando os lábios, até que eles estavam úmidos e agarrados à raiz de
sua masculinidade.

"Meu Deus!" A umidade e calor apertado do corpo dela o tentavam. Ele respirou fundo para
conter seu orgasmo desenfreado. Estava tão excitado que sentia que explodiria. Todas as vezes
em que dormiram juntos, a camisinha tinha sido uma barreira entre eles. Desta vez, no entanto, ele
sentiu o interior mais profundo dela diretamente em torno de sua masculinidade, e nenhuma
palavra poderia descrever a sensação.
Ele se afastou para encontrar os olhos aturdidos de Sarah, e ela contorceu os quadris para
levá-lo mais profundamente, para fazê-lo começar a empurrar dentro dela furiosamente, como
sempre fazia.
"Você está tão doce e molhada por dentro. Poderia ficar aqui para sempre."

Suas mãos abaixaram até o quadril dela. Arrastando-a em direção à sua pélvis em
sacudidas ásperas e rápidas, ele gemeu com a sensação maravilhosa. "Sarah!"
Ela curvou as costas, empurrando em direção a ele, levando sua masculinidade cada vez
mais profundamente.
O clitóris dela esfregava contra a raiz de seu pau, fazendo-a gemer. Interrompendo o o
beijo, a cabeça dela caiu para trás, e ela gritou alto de euforia. E então ela estava tremendo
selvagemente, balançando sobre ele, a cabeça caindo sobre seu ombro largo conforme ela cedia
ao mar de prazer.
As entranhas dela se apertaram ao redor de sua virilidade quando ela gozou, e ele beijou a
bochecha dela grosseiramente. Empurrando-a de costas, seu corpo ainda intimamente unido a ela,

tirou seu peso de cima dela. Ele empurrou seus joelhos dobrados sob as coxas dela, com seu eixo

ereto entre as pernas, segurando-lhe os pulsos e puxando-a para mais perto.


Sarah choramingou. A cabeça jogada para trás, ela se rendeu totalmente às exigências de

sua ereção conforme ele a penetrava mais fundo, o ângulo de seus impulsos fazendo-o pousar no
final dela. Logo, outro orgasmo a atravessou, fazendo-a tremer e seus dedos do pé se curvarem.
Santino observava a visão diante dele, sabendo que nunca poderia esquecê-la enquanto
vivesse. Nua, vulnerável, os braços espalhados, os seios balançando enquanto ele mergulhava nela.

Ela era surreal.


Suas bolas batiam contra ela enquanto a tomava, aumentando o ritmo de seus impulsos,
ofegante, seu abdômen tenso, seus bíceps salientes enquanto ele a segurava e a puxava mais para
perto cada vez que a penetrava. Sua mão deslizou sobre a barriga dela, e a cobriu
protetoramente com a mão enquanto a penetrava profundamente.
Os olhos de Sarah abriram. A pequena mão apertou a sua, e o gesto foi suficiente para
prendê-lo. Ele estremeceu, gemendo, curvando-se sobre ela e pressionando a testa contra o peito
de Sarah.
O nome dela se espalhou por seus lábios em um gemido interrompido repetidamente

conforme o calor de seu sêmen deixava seu corpo para preenchê-la.


Ele se mexeu nela lentamente e baixou a boca para beijar-lhe o queixo. Ainda a estava
penetrando suavemente, seus ombros tensos para combater a sensibilidade em sua masculinidade
depois de seu orgasmo. "Você dá uma sensação muito boa por dentro", ele sussurrou. "Não consigo
acreditar que estava fazendo amor com você com proteção durante todo esse tempo quando eu
poderia ter tido isso."
Sarah sorriu brevemente e esfregou a bochecha contra a dele.
Ele beijou-lhe o pescoço, e ela reprimiu um sorriso. "Especialmente quando a proteção não
conseguiu fazer nada para parar seu super esperma."
Santino riu, deslizando os braços sob os ombros de Sarah para segurar-lhe o peso enquanto

continuava apertando sua masculinidade semidura dentro dela. "Eu poderia fazer isso a noite

toda", ele sussurrou, os olhos embaçando de desejo novamente.


Os olhos dela se arregalaram em choque conforme sua ereção começava a endurecer

novamente, ainda dentro dela, e ela apertou seu interior em torno dele. O rosto dela corou; as
mãos percorreram suas costas. "Eu definitivamente deixaria você fazer isso durante toda a noite.
Ou toda a semana. Ou todo o mês..."
Mas ele já estava mordendo os lábios dela, o beijo se aprofundando instantaneamente

enquanto ele metia ritmicamente, abrindo caminho para dentro do corpo dela.
"Não sou frágil, sabia? Apenas estou grávida", ela arfou e, pela primeira vez, parecia estar
feliz com o fato.
Ele respirou fundo contra sua bochecha e deslizou seus lábios pela orelha de Sarah. Ao
mesmo tempo, uma de suas mãos se espalhou protetoramente sobre a barriga dela. "Não vou
arriscar. Eu quero essa coisinha."
Capítulo Quinze

Dois dias depois, Sarah caminhava silenciosamente para o trabalho, sem incomodar ninguém,
quando os lobos caíram sobre ela.

Os repórteres gritavam perguntas que ela não conseguia entender, pois todos falavam ao
mesmo tempo. Por alguns momentos, ela foi consumida com uma explosão surpreendente de
adrenalina, aterrorizada de que algo tivesse acontecido a Santino. Então ouviu as palavras
relacionamento e Sr. Orlando, e o medo foi substituído por pânico.

Ela tinha sido levada ao trabalho por Santino nos últimos dois dias, pois ele tinha se plantado
firmemente em sua casa, e só tinha saído esta manhã quando ela o convenceu de que ainda
poderia ir trabalhar caminhando. Afinal, ela precisava se exercitar. Mas não estava preparada
para isso.
Os repórteres caíam uns sobre os outros para dar uma espiada na aparente namorada de
Santino Orlando.
Com a cabeça girando, ela os evitou sem dizer uma palavra e conseguiu chegar ao
trabalho. Mas a hora seguinte foi passada com a cabeça entre as mãos. Ela não conseguia
trabalhar, e o pânico invadiu seu corpo. Finalmente, reuniu a energia para ligar para Santino.

"Merda." Seu celular estava no modo silencioso. Havia dez chamadas perdidas dele, e ela
tinha acabo de discar quando a porta para seu escritório se abriu e ele entrou.
Um olhar para seu rosto atingido, e ele já sabia.
"Sinto muito mesmo", ele disse, simplesmente.
Sarah não conseguiu evitar. Ficou de pé e caminhou direto para os braços dele, empurrando
o rosto no peito. "Isso é insano."
Ele acariciou suas costas. "Eu mesmo deveria ter trazido você para o trabalho. Se eu tivesse
alguma ideia de que eles iriam descobrir e assediar você, eu teria levado você e dispensado todos
eles."

Ela ergueu os olhos para ele, depois se acomodou no peito.

"No que está pensando?"


Ela balançou a cabeça. "Não tenho certeza se estou pronta para falar sobre isso."

Segurando seus braços com firmeza, ele a forçou a se sentar na cadeira. "Você está se
sentindo bem?"
"Estou bem." Mas ela se agarrou à mão dele como se fosse uma salvação. Suspirando,
fechou os olhos com força. "Eu odeio ser o centro das atenções." Quando ele silenciosamente

esperou que ela falasse mais, o desejo de falar aumentou. "Você não me conhece... De verdade,
Santino."
Ele segurou a mão dela com mais força. "Então me ajude a conhecê-la. Porque isso é tudo o
que eu quero."
Ela o olhou, lembrando do lindo homem que vira há apenas poucas semanas. Ele parecera
tão inatingível, tão surreal, e agora estava aqui, segurando sua mão como se nunca fosse deixá-la.
E o mais importante, ele era o pai de seu bebê que estava por nascer.
Santino estava fazendo tudo certo, e esse era o problema. Ela esperava que ele fosse
escorregar, fazer um movimento errado para que ela pudesse usar isso como uma desculpa e

parar de confiar nele. Não importava o que fizesse por ela, ela sempre sentia uma desgraça
iminente, como se tudo lhe fosse arrancado de uma hora para outra. Coisas boas, ela tinha
aprendido repetidamente, não vinham para Sarah Montgomery.
"Passei a vida inteira longe dos holofotes, não querendo ser o centro das atenções. Sabe...
Eu estudei mídia porque eu amava modelar e atuar, mas não conseguia suportar estar na tela,
então decidi que dirigir me manteria mais perto da arte, mas não no centro dela ".
A testa dele franziu ao ouvir. "Tem medo de fazer besteira?"
Ela sorriu trêmula. "Eu só estou com medo de ser atraída para os problemas."
"Não entendo, Sarah."
Ela engoliu. "Eu sempre estive sozinha, como em ..." Ela pensou, tentando não se fazer de

coitada. "Eu não tinha ninguém em quem me apoiar, então eu só contei comigo mesma. Ser

apanhada em um problema, ou em uma situação que era muito angustiante, só me pressionaria,


porque não tinha ninguém para me ajudar."

Ele enrugou os lábios. "E sua família?"


"Eu tive uma família adotiva, mas tinha muitos problemas lá. Abuso de substâncias, conflitos,
temperamentos difíceis. Aprendi cedo que se eu não quisesse ser envolvida nas brigas, tinha que
me esconder no canto e fingir que não existia. Então acho que meio que me acostumei a ficar

invisível. Mas quando me mudei, me transformei conscientemente. Eu aprendi que era confiante, e
eu poderia lidar com os problemas, mas eu ainda odeio estar no centro das atenções. "
"Se os repórteres chegarem perto de você novamente, eu vou processar eles."
Sarah riu. "Fala sério. Eles estão fazendo apenas o trabalho deles. Vem com o fato de você
ser o Sr. Orlando."
"Eu não me importo com o que eles estão fazendo ou por que eles estão fazendo isso. Vou
proteger você."
Ela encontrou o olhar dele. "Não te entendo, Santino, por que está fazendo isso?"
"Sarah, me faça um favor e esqueça tudo o que leu sobre mim na imprensa. Metade da

informação é infundada, e a outra metade é exagerada."


Ela nunca pensou nisso dessa maneira. "Ok." Mas ela percebeu tardiamente que não podia
esquecer totalmente que ele era um símbolo sexual, o homem que as mulheres rastejavam atrás, o
homem chamado de ‘o solteirão mais cobiçado no país’ devido a sua aparência e riqueza.
"Eu sou apenas um cara simples que conseguiu de alguma forma acumular muita fama e
fortuna, e tudo o que eu quero é ter uma vida estável. Acomodada e descomplicada."
"Então, você realmente se importa com o bebê?"
Ele sorriu. "Claro que me importo com o bebê. O bebê me deixa animado. Mal posso
esperar para vê-lo. Admito que fiquei chocado quando descobri, especialmente porque usamos
proteção. E não conseguia imaginar, nem em meus sonhos mais loucos, que algo assim pudesse

acontecer.

"Que o seu super esperma pudesse derrotar a proteção?"


Ele riu. "Sim, isso. Mas mesmo que tenha parecido que tomei uma decisão impulsiva, juro que

pensei sobre isso. Naquela noite eu descobri. Fiquei acordado muito tempo depois que você
dormiu, pensando, planejando, modificando meus planos e metas, mantendo isso em mente. Não é
fácil, mas estou tentando. Prometo que vou tentar o meu melhor."
Ela suspirou. "Não estava esperando que você fosse ficar por perto."

Ele assentiu pensativo. "Se você não tivesse me contado, eu nunca acreditaria que você
tentasse ficar fora do centro das atenções."
Ela riu. "Eu tento ao máximo esconder minhas falhas."
Ele soltou a mão dela e colocou o rosto entre as palmas das mãos. "Você não tem falhas.
Você é perfeitamente e absolutamente impecável, e você é única. E também é muito forte, e eu sou
louco por você."
Sarah inclinou-se para a frente e pressionou seu polegar no lábio inferior dele, arrastando-o
suavemente para baixo antes de cobrir-lhe a boca com a sua. A respiração afiada a fez se
inclinar para um beijo mais profundo e longo. Todos os medos que ela sentira desde o momento em

que os repórteres tinham se jogado sobre ela a deixou, e ninguém mais existia, exceto este homem
e ela, e aquelas mãos possessivas em seu rosto.
Afastando-se, ela enrugou os lábios e sorriu. "Preciso admitir, estou muito assustada com tudo
isso."
"O bebê?"
Ela balançou a cabeça. "Isso também. Mas isso é meio que inevitável, sabe? O bebê está
vindo, e não tem como sair dessa. Está acontecendo. Mas você..." Ela engoliu em seco, considerando
como se expressar para fazê-lo entender, mas as palavras continuavam a fugir. "Você é uma
decisão. Quero dizer... Eu escolhi confiar em você, e isso é muito assustador, porque estou me
tornando vulnerável propositalmente, e não tenho certeza se essa é uma ideia muito boa."

A dor encheu os olhos dele, logo foi rapidamente substituída pela determinação. "Sei que é

arriscado. Eu sei que você só me conhece há algumas semanas, mas pense nisso desta maneira. É
um risco enorme... Claro. Mas você pode imaginar as recompensas que vêm ao investir em mim?"

Ela riu. "Está falando financeiramente agora?"


"Porque sou um investidor. Eu arrisco, e eu estou te ensinando o negócio. Este é um
conhecimento muito valioso que estou transmitindo aqui."
Ela riu. "Ok. Continue.

"Assim, quanto maior o risco, maior o retorno. Se eu vir a ser um investimento fantástico, o que
eu tenho certeza, você teria um parceiro no crime, alguém para ter a sua volta, e alguém com
quem contar. Você acha que está disposta a correr o risco?"
Ela lutou contra um sorriso. Não adiantou muito no quesito afastar o medo, mas ela podia
admitir que o humor dele tinha levantado seu ânimo consideravelmente. "Acho que vou considerar
esse investimento."
Ele sorriu e plantou um beijo firme em sua bochecha. "Graças a Deus por isso."
Capítulo Dezesseis

Durante a semana restante, Santino insistiu em levá-la na ida e volta do trabalho, e ela o viu
lidar com os repórteres com humor, um de seus pontos fortes. Entre uma de suas entrevistas na rua,

ele gentilmente e com um sorriso, informou que ele era muito protetor sobre sua namorada e
liberaria seu temperamento raramente visto se alguém se aproximasse dela. Os repórteres riram
com ele, mas relataram mais tarde que tinham sido sutilmente ameaçados se chegassem perto de
Sarah.

"Você sabe..." Sarah começou enquanto assistia um segmento de notícias na TV mais tarde. "...
isso pode bagunçar com seu RP."
"Quem liga para RP? Só quero que eles saibam que não vou tolerar que eles ultrapassem o
limite com você de novo."
"Para ser justa, eu vi cinco repórteres hoje mais cedo no mercado, mas eles não se
aproximaram. Eles ficaram do lado de fora e desviavam as câmeras sempre que eu olhava."
"Com o risco de soar extremamente pretensioso, querida..." Ele a pegou pela cintura e
pressionou um beijo em seu pescoço. "Eles sabem que não podem mexer com Santino Orlando."
Ela riu e se virou para encará-lo. "Você é convencido."

"Eu posso ser convencido."


"Sério?"
"Uhumm. Eu tenho você. Isso me dá o direito de ser convencido."
Ela fez careta pra ele, mostrando a língua. Ele se inclinou para mordê-la. Ela gritou e o
empurrou para trás, mas ele a segurou, mordendo sua bochecha, seu pescoço, enquanto ela se
contorcia e ria para se livrar.
Quando ele finalmente conseguiu capturar sua boca, os dentes dele estavam longe de seus
lábios. Ele lentamente acariciou os contornos suaves, engolindo sua respiração irregular.
***

"SARAH, ACORDE."

Sarah se contorceu e arrastou o travesseiro sobre a cabeça.


"Acorda, dorminhoca. Temos a consulta com o médico."

"Que horas são?" Ela gemeu por debaixo do travesseiro, a voz abafada.
Ele riu. Ela parecia pequena deitada na cama, o top deslizando acima das costas com ela
deitada de barriga para baixo. O short grudado sobre os quadris cheios e largos. "Já são dez
horas. Não temos muito tempo."

Ela tirou o travesseiro da cabeça, tirando o cabelo do rosto. "Por que você não foi pro
trabalho?"
Ele encolheu os ombros. "Estava ansioso demais para ir."
"Mas você não disse que tinha uma reunião hoje de manhã?"
Ele deslizou uma das mãos sobre o rosto dela, empurrando o cabelo bagunçado para longe
da bochecha. "Eu tenho outra reunião que é muito mais importante. Uma reunião com essa pequena
pessoa que você tem dentro de você."
"Tá falando sério?" Sarah parecia não saber se deveria ficar feliz ou furiosa. Ela se sentou.
"Estou feliz que você esteja levando o bebê a sério, mas Santino, o trabalho é importante. Não

pode dar furo. Se eu fizesse a mesma coisa idiota amanhã, esperaria que você colocasse algum
juízo na minha cabeça."
Ele riu. "E vou. Mas hoje é um grande dia. Então tire essa bunda linda desse short e coloque
algo mais apropriado."
Ela se levantou lentamente e caminhou até o banheiro. "Defina apropriado", ela brincou.
Ele observou a bunda de Sarah balançando de forma sexy naqueles shorts enquanto fazia
o caminho até o banheiro. "Apropriado seria qualquer coisa que não me fizesse babar pela sua
bunda como estou babando agora."
Ela se virou, um sorriso provocante no rosto. "Ah, é? Duvido que eu consiga deixá-la menos
sexy."

Ele riu, amando cada momento que passava com Sarah. Mesmo com o rosto sem maquiagem

e com o cabelo bagunçado, ela era a mulher mais linda que já vira. "Também duvido, mas
podíamos tentar."

Ela tirou o cabelo para longe dos ombros. "Tire seu nariz das minhas opções de roupa."
Ele estava rindo quando ela desapareceu atrás da porta. Deus. Ele era louco por ela. E
adorava até a forma como ela dispensava suas sugestões. Sarah era uma mulher que não
aceitava ordens de nenhum homem, e isso o excitava.

Quando ela chegou à sala de estar vestida para a consulta, sua testa franziu. E não era
porque ela estava vestindo o short mais grudado e curto que ele já tinha visto. Era porque ela
nunca saía de casa sem parecer a executiva que era.
Sem dizer uma palavra, ele seguiu atrás dela até a porta da frente, e quando os lábios dela
se contraíram, ele balançou a cabeça. "Você está brincando comigo, né?"
Ela riu, andando de volta para o banheiro. "Era um teste. Você não comentou sobre meus
shorts, então você passou muito bem. Vou colocar uma calça."
Ele ainda ria quando ela voltou parecendo como ela mesma em forma recatada, com uma
calça preta bem sexy o mesmo top roxo que tinha usado outro dia. Ela tinha acabado de passar

por ele quando ele lhe deu um tapinha no traseiro. Ela deu um pulo, horrorizada.
Com os olhos arregalados, ela gaguejou em uma risada. "Tá brincando comigo?"
Ele beijou-lhe a bochecha rapidamente, e sua mão apertou-lhe o traseiro novamente. "Só
pra mostrar que isso é meu."
Ela ficou ao lado dele no elevador, e três senhoras idosas seguiram atrás deles. Inclinando-se
para trás, Sarah deslizou uma das mãos sobre a bunda dele e notou que ele não se moveu. "E isso
é meu", sussurrou de forma quente contra seu ombro.
Respirando fundo, ele se inclinou de lado, perto da orelha dela. "Você está me deixando
duro."
O umbigo de Sarah girou bruscamente, e ela ofegou quando a luxúria a inundou em

resposta. Tirando a mão para longe dos quadris dele, Sarah ficou quieta enquanto uma das

senhoras sorriu para eles. Quando Santino apertou as mãos sutilmente na sua frente, o olhar de
Sarah baixou automaticamente para sua virilha.

"Você não estava brincando, não é?" Ela sussurrou significativamente.


Ele sorriu e se sentiu agradecido que o passeio tinha terminado quando as portas do
elevador se abriram. Quando saíram do elevador, deslizou um braço protetor sobre a cintura dela.
"Nunca brinco sobre ereções."

Eles tinham acabado de sair da porta da frente de seu prédio quando Sarah se viu sendo
puxada contra o peito dele e empurrada em direção ao carro. Os gritos dos repórteres ecoaram
em seus ouvidos um momento antes de ela ver homens grandes e corpulentos formando um círculo
de cerca de três metros de comprimento ao redor deles. E então o círculo estava se movendo com
eles, e ela entrou no carro cm facilidade. Santino entrou ao lado dela na parte de trás do SUV, e
Sarah olhou para o homem alto e volumoso com uma cicatriz irregular, mas bonita, no rosto,
sentado no banco do passageiro.
"O que está acontecendo?" Ela perguntou, o coração acelerado. "Quem é esse?"
"Ah, nada", Santino disse com um sorriso, embora se pudesse perceber que ele estava tenso,

e o olhar no seu rosto parecesse com o de um assassino. "Apenas alguns guarda-costas para
afastar os abutres que eu vou processar esta semana."
Sarah tentou entender como ele conseguia estar tão furioso, mas ainda ser tão perfeitamente
educado com ela. Se ela ficasse incomodada com alguma coisa, estava acostumada combater
qualquer coisa ou qualquer um que fosse infeliz o suficiente para entrar em seu caminho. Mas este
homem não só tinha um temperamento ardente, mas também uma restrição inquebrável.
***
SARAH CONTORCEU OS DEDOS e os pousou contra o peito quando a médica levantou sua
blusa da barriga e pediu que ela desabotoasse a calça.
Sarah fez o que tinha sido pedido e olhou para Santino, que olhava para seu rosto sem

piscar. "O quê?"

"Estou com um pouco de medo", ele admitiu.


Sarah se aqueceu de dentro para fora. Ele parecia tão jovem. Absolutamente abalado,

também, agora que ela se concentrava na expressão que ele fazia. "Você está com medo de que
vá se tornar mais real quando você o ver?"
Ele balançou a cabeça, franzindo a testa. "Claro que não. Estou com medo porque quero
que nosso bebê fique bem."

Sarah engoliu em seco a emoção e olhou para ele maravilhada, mesmo depois que ele
deslocou a atenção para o monitor.
O som impetuoso de um batimento cardíaco amplificado ressoou na sala, e o médico sorriu
quando ela arrastou o dispositivo de mão sobre o abdômen ainda reto de Sarah. "Aqui está... aqui
é o..." A médica pausou, a sobrancelha franzida.
"O que há de errado?", Santino falou com um tom áspero e dominante, que parecia ser um
cenário personalizado para momentos em que ele queria dominar tudo e todos e sair vitorioso.
Sarah pegou-lhe a mão para acalmá-lo.
"O que há de errado?", ele perguntou bruscamente, de novo.

Sarah percebeu que as mãos dele estavam congelando, assim como as dela. Respirou
profundamente, olhou fixamente para o teto, o pânico lhe atravessando o corpo.
Um olhar para Sarah quase hiperventilado, e a dominação de Santino teve uma morte
rápida. Ele soltou a mão e colocou-a sobre sua testa. "Você está bem?"
"Sim."
Ele pegou a mão dela de novo e apertou seus nós dos dedos contra seus lábios. "Estou aqui.
Não fique assustada."
"Ah, parabéns!" A médica soltou de repente. "Vocês vão ter dois bebês."
Santino olhou para a médica, e Sarah olhou para Santino. Ela não sentiu nada por um
momento enquanto a informação era enviada para a parte sensorial de seu cérebro, onde

demorou ainda mais para ser processada. Mas quando Santino encontrou seu olhar, ela sabia que

ele tinha processado aquela informação mais rápido, porque ele estava, por alguma razão boba,
radiante.

"Dois bebês. Gêmeos, Sarah."


Todo o corpo de Sarah ficou gelado, depois quente novamente. Gêmeos. Não um, mas dois
bebês para cuidar. Mas Santino estava lá. Ele estava, certo? Ela se forçou a acreditar nisso, caso
contrário, enlouqueceria.

"Ei", ele disse suavemente quando ela não sorriu e nem reagiu. Ficando de pé, ele se
abaixou sobre ela, escondendo seu rosto da médica. Só relaxou quando Sarah levantou a mão
para agarrar suas costas, mas seus dedos se afundaram na pele dele, como se ela estivesse se
afogando. "Dois bebês, e dois de nós. Vai ser fácil."
"Uhum", ela murmurou. Santino lhe beijou a bochecha.
O olhar dele se lançou sobre seu rosto enquanto tentava entender o que estava acontecendo
em sua mente. Ela estava em choque. O pânico estava escrito na forma como seus olhos se
arregalaram, no modo como ela franziu os lábios. Precisava de tempo para processar isso.
"Estou aqui, querida", ele sussurrou. "Não se preocupe com nada."

Sarah assentiu e fechou os olhos enquanto ele lhe beijava a boca.


"Vamos para casa."
Capítulo Dezessete

A “casa” a qual ele se referia acabou sendo a casa dele, e não a de Sarah, e Sarah olhou
para ele cautelosamente. "O que está fazendo?"

"Te levando para casa."


"Mas essa é a sua casa."
Ele deslizou para fora do carro, e Sarah deu um pulo quando alguém abriu sua porta ao
mesmo tempo. Um guarda... ou outra pessoa.

"Sarah, conheça o Sr. Connelly. Ele é nosso mordomo."


Nosso mordomo. Ela não sentiu falta da articulação, mas manteve a boca fechada até que
ele a puxou. "O que quis dizer com 'vou te mostrar nossa casa'?"
Ele a segurou. "Sarah, sei que já teve choques suficientes para um dia, e não vou nem
pensar em insistir nada. Então, vou apenas te mostrar minha casa. Nossa. Porque sério, você
consegue imaginar as crianças dizendo: 'vamos ficar na casa da mamãe hoje, ou na casa do papai?'
Eles precisam de um lugar pra chamar de casa."
"E isso pode ser na minha casa, também", ela argumentou teimosamente.
Ele respirou fundo e assentiu. "Claro, o que você quiser. Ok?"

Sarah sentiu-se como uma pirralha mimada quando ele a beijou, sorriu e deixou que ela
ganhasse a discussão antes de prosseguir mostrando-lhe a casa dele. Era gigante, o que ela já
tinha presumido. Ela tinha visto a casa dele na Espanha e decidiu naquele momento que Santino
não tinha ideia do que fazer com todo o dinheiro que ganhava. Então construía casas grandes, e
depois casas ainda maiores. Tudo era enorme e dominador, como ele. Até os móveis eram
modernos, minimalistas, nervosos; parecidos com ele.
"Tenho de admitir que esta casa é muito mais bonita do que a casa de Madri, e pensei que
aquele lugar não poderia ser superado."
Ele riu. "Obrigado. Você se vê morando aqui comigo? Em algum momento? Logo?"

Sarah inspirou profundamente e caminhou em direção à sala de jantar, depois voltou para

as portas francesas que levavam à piscina. Então, se virou. Ela estava vividamente consciente do
fato de que ele estava pedindo que ela se mudasse para o bem dos bebês. Será que poderia

reclamar? Ela queria o apoio dele, e tinha conseguido. Ela não queria parecer gananciosa. Ele
estava fazendo tudo que podia para fazê-la sentir-se especial e reduzir seu estresse.
"Não agora. Mas talvez em algum momento em breve."
"Não estou te apressando. Quando você se sentir confortável." Então, ele se aproximou. "Me

diga uma coisa?"


"Uhum?"
"Está feliz em relação aos bebês?"
Sarah conseguiu dar um pequeno sorriso. "O fato de que vamos ter gêmeos? Acho que vou
precisar de um tempo para me ajustar à ideia."
"Não," ele disse suavemente. "De modo geral, você está feliz que será mãe?"
Sarah engoliu, seu medo lhe atravessando. Ela tinha dito a si mesma que se acostumara às
sacudidas crescentes de pânico, mas ainda ficava surpresa cada vez que isso acontecia. "Estou
mais feliz agora que sei que você vai ficar por perto."

"Sim. Mas... mas já começou a sentir que talvez isso era para acontecer, e talvez mude sua
vida para melhor?" Sarah assentiu, mas ele inclinou a cabeça para o lado. "Por favor, não minta
para mim. Não vou te julgar, querida. Só quero entender seus sentimentos para que eu consiga te
acompanhar."
Ela se sentou no sofá, e ele se sentou de pernas cruzadas no carpete, observando cada
expressão que passava em seu rosto. Sarah sentiu como se estivesse nua. Que ele podia ver tudo,
todas as falhas e os pedaços quebrados dentro dela que ela garantira que estavam escondidos.
Mas ele já sabia de tudo agora. Quase tudo. E não foi repelido. Que tipo de mulher não ficaria
feliz em estar grávida?
"Não é que eu não queria ser mãe, é apenas... Aterrorizante e..."

"E?" Ele parecia completamente relaxado, compreensivo, os olhos inundados com o mesmo

calor de sempre. Não havia julgamento naqueles belos olhos, nem mesmo uma sombra.
"E mexe com todos os planos que fiz para minha vida."

"Por exemplo?"
"Por exemplo... Eu estava trabalhando muito para conseguir uma promoção, e será minha se
nós fizermos a propaganda para a BubFun. Mas agora eu penso, qual o objetivo de todo esse
trabalho duro? Vou precisar cuidar não de um, mas de dois bebês!"

Santino engoliu e respirou fundo. "Ok, então, eu estava pensando..." ele começou
alegremente, como se ela não tivesse dito nada. Não vou viajar para fora do país por um tempo
agora... Não frequentemente. Talvez uma vez por ano. Vou tentar delegar tudo. Então, já que vou
estar no escritório de Nova York com tanta frequência, pedi para que um andar no prédio fosse
esvaziado. Trouxe um designer de interiores para criar um espaço para crianças. E também estou
oferecendo creche gratuita para os filhos dos meus funcionários."
A testa de Sarah franziu quando ela tentou dar sentido a isso.
"Então, posso ter os bebês comigo. Já que sou tão paranoico, os cuidadores estariam bem
dentro do meu alcance durante o dia. E você pode passar lá durante seu horário de almoço. E

depois buscar os bebês e a mim quando sair do trabalho."


O tipo de vida que ele pintou a fez sorrir e a deixou feliz porque, ao menos uma vez, ela
teria alguém que se importaria se ela não aparecesse para o almoço ou para buscá-lo. Mas,
enquanto envolvia os braços ao redor do pescoço de Santino e sussurrava obrigado, ela não
podia suportar dizer àquele homem maravilhoso e sensacional que ela tinha medo de coisas mais
escuras e mais profundas.
Ela não era capaz de ser mãe. Não sabia como. Nunca vira uma em ação. Sua mãe adotiva
estava sempre bêbada e furiosa, e sabia que não era assim que as mães deviam ser. Não tinha
como Sarah aprender a ser uma mãe. Não teve nenhuma inspiração ou exemplo a seguir. Não
sabia nada sobre maternidade. Sobre cuidar de outra pessoa. Colocar outra pessoa à frente de si

mesma. Em sua busca para ser independente e destruir os demônios de seu passado, ela percebeu

com muito pesar que se transformou em uma mulher egoísta, e que estava com medo de que não
fosse capaz de cuidar de ninguém além de si mesma.

Sua mente estava cheia de possibilidades, medos e perguntas, mas conforme ficava sentada
ali agarrada a ele, sabia pelo menos uma coisa de fato: Santino Orlando significava mais para ela
do que qualquer outra pessoa tinha significado em toda a sua vida. Era mais do que apenas o
apoio de tê-lo por perto por causa dos bebês. Era ele, e quem ele era, e o tipo de papel que ele

teria em sua vida.


Ela era louca por ele, e se havia alguma coisa chamada amor, era isso. Esse sentimento
doloroso e desesperado de necessidade de tê-lo. E ela se encontrava frequentemente se
preocupando com ele.
Ela estava se apaixonando perdidamente por ele.
Se ao menos conseguisse confiar que ele ficaria ao seu lado.
Capítulo Dezoito

"Sai!" Sarah gritou para Santino enquanto vomitava no banheiro pela terceira vez no dia.
"Não vou a lugar nenhum." A voz de Santino era calma enquanto olhava para ela.

Sarah ficaria bem, se conseguisse lidar com uma coisa de cada vez. Vomitar já era
estressante o suficiente sem saber que ele a estava assistindo fazer isso. Ela não teve chance de
gritar com ele novamente, porém, porque a náusea não parava de atingi-la.
Finalmente conseguiu ficar de pé, virando-se em direção à pia. Enquanto enxaguava a boca

e escovava os dentes, seus olhos se estreitaram para o reflexo. Ele estava parado atrás dela, a
preocupação marcada no rosto enquanto lhe entregava a toalha.
"Não gosto de você parado do meu lado enquanto eu vomito. Poderia pelo menos ficar do
lado de fora?"
"Quero ficar com você."
Ela revirou os olhos. "Que tipo de satisfação você poderia possivelmente conseguir
colocando-se naquela situação?"
"Você não está bem, e eu não vou embora."
"O quê... Então planeja ficar do meu lado se eu tiver diarreia amanhã?"

Ele lutou contra um sorriso. "Eu definitivamente ficaria ao seu lado."


"Cala a boca!" Ela engasgou com uma risada e enxugou os olhos, impressionada pelo quão
ridículo ele estava sendo. "Não basta você ter uma namorada que fica vomitando, doente e bruta
em vez da mulher equilibrada e graciosa que você conheceu inicialmente?"
"Bom, minha namorada não pretendia ficar grávida, mas ficou. Então acho que tudo bem."
"Ah, senhor. Estou morrendo." Ela se jogou no sofá.
"Ei!" Ele advertiu. "Cuidado."
Sarah apenas gemeu em resposta.
Ele observou enquanto ela segurava a crescente barriga suavemente. "O que a médica disse

sobre esse enjoo matinal mesmo?"

Sua cabeça se levantou do sofá, e ela lhe lançou o olhar mais ofendido que conseguiu.
"Enjoo matinal? Não desrespeite esse monstro. Esse enjoo é 24 horas por dia. Só não sei por que

está se demorando tanto no primeiro trimestre. Está ficando cada vez pior."
Ele se aproximou. "Sua barriga continua ficando cada vez maior. É fofo."
"Fofo uma ova", ela zombou. "Estou ficando enorme."
"Dificilmente. Você não come o suficiente, e o que come, acaba dentro da privada."

"Os bebês vão ficar bem, seu paranoico."


Ele sorriu. "Preciso passar em casa para pegar um terno antes do trabalho. Tem certeza de
que vai ficar bem?"
"Uhumm. Vou ficar em casa fazendo nada enquanto você sai para ser produtivo."
"Por que não pede que eles mandem trabalho para você fazer em casa? Você pode
permanecer produtiva."
Sarah levantou a cabeça. "Essa é uma ideia fantástica." Ela se levantou do sofá e parou,
olhando-o, depois tapou a boca e correu direto para o banheiro.
Santino estava parado na entrada do banheiro quando ela se levantou do chão novamente

e limpou a boca.
"Por favor, Sarah, venha morar comigo?"
Ela se virou, congelada. Ele nem falara mais no assunto desde aquele dia, há dois meses,
quando a levara para conhecer o lugar. Ele parecia exausto e exasperado, e ela simplesmente
ficou de boca aberta. De alguma forma, ele conseguia deixar até essa expressão sexy.
"Não é que eu não goste da sua casa ou que esteja te forçando a sair da sua zona de
conforto, mas você não está bem, e não posso ficar em casa com você, e isso está me matando.
Você está afastada do trabalho há um mês por causa do enjoo, e eu preciso cuidar de você
durante todo o tempo."
Sarah lavou a boca e pensou no assunto. Ela definitivamente aterrorizada em sair de sua

zona de conforto.

"Nós dois sabemos que você não tem espaço suficiente no armário aqui", ele continuou. "Eu
preciso continuar voltando para minha casa para me vestir, e não quero dormir na minha casa

enquanto você está dormindo aqui. É simplesmente absurdo. Eu tenho uma empregada de tempo
integral. Você nem vai precisar cozinhar, ou limpar ou fazer qualquer coisa. Apenas descansar e
ficar de bobeira até melhorar. E não ficarei preocupado com você enquanto estiver trabalhando."
Sarah suspirou e assentiu. "Tá bom, então. Você vai trabalhar, eu faço as malas."

Santino sorriu lentamente. "Sério?"


Ela encolheu os ombros. "Claro."
Ele a puxou para o peito. "Você não vai se arrepender. Prometo."
"Uhum." Ela sorriu ante a alegria óbvia de Santino por ela ter concordado.
***
Sarah se mudou, e Santino tirou dois dias de folga do trabalho porque estava muito excitado
para se focar. Ele a ajudou a desempacotar e se acomodar, e ficou ao seu lado enquanto
vomitava. Ela se acostumara com ele agora, felizmente, e parou de lhe dizer para ir embora e
deixá-la sozinha. Porque ele não ouvia.

Ele era teimoso, igual a ela.


Mas então o enjoo piorou, até ela precisar ficar com um soro intravenoso na maior parte do
dia.
Ela estava lendo um livro quando ele chegou do trabalho e beijou seu rosto. "Você parece
melhor."
"Me sinto melhor. Você tem aquele evento de caridade hoje, certo?"
Ele suspirou. "Temo que sim." Ele a olhou. "Tem certeza de que não pode vir?"
"Ah, eu posso ir. Se estiver tudo bem para você eu vomitar durante o evento."
Ele riu. "Você deve descansar. Vou fazer uma rápida aparição e volto direto para casa."
Ele disse adeus quando saiu, e Sarah percebeu que aquela era a primeira vez que ele saia

sem beijá-la ou abraçá-la. Ela olhou seu reflexo no espelho da parede. Sua pele estava pálida, e

círculos escuros dominavam seus olhos. O dito brilho da gravidez tinha evaporado. Não tinha
percebido o quanto estava nojenta. Não era de se espantar que eles não faziam amor desde que

ela se mudara, há quatro dias.


A insegurança penetrou seus ossos, e ela tentou lutar contra. Não podia lidar com isso agora.
Não. Como esperado, ela saiu correndo para o banheiro para vomitar de novo.
Depois, ela se deitou na cama às nove e verificou o celular. Nenhuma ligação, e ele ainda

não tinha voltado.


Ela não soube quando adormeceu, mas quando acordou, as primeiras raias do amanhecer
estavam se filtrando através das cortinas. Quando ela deslizou de lado para jogar um braço sobre
Santino, ele não estava lá. E ninguém havia dormido do lado da cama dele.
Lentamente saindo do quarto, ela caminhou e percebeu que a porta de outro quarto estava
aberta, apesar de ela se lembrar especificamente de tê-la fechado. Então ela o viu dormindo de
barriga para baixo no quarto ao lado. Ela deslizou ao lado dele, preocupada, confusa, e deslizou
um braço ao redor da cintura.
Ele se sacudiu quando acordou abruptamente, piscando algumas vezes. "Ei." Ficando de

barriga para cima, puxou sua cabeça para o peito.


O som suave da respiração dele era familiar e música para seus ouvidos, e ela se
aconchegou mais perto. Jogou uma perna sobre as coxas dele, e ele se ajustou para deixá-la mais
comutável, mas não tentou tocá-la mais do que isso.
Essa era a quinta noite que ele não fizera absolutamente nenhuma tentativa de fazer amor,
e seu coração estava despedaçado.
"Por que dormiu aqui?", ela perguntou, mas ele já tinha adormecido.
Capítulo Dezenove

Sarah estava sentada na mesa do café da manhã tomando café da manhã. Sozinha. A
empregada conversou sobre algo que Sarah não podia responder, porque estava com o coração

partido.
Ela não conseguia entender. Não conseguia entender nada. Desde que fizera dezoito anos,
fora uma mulher confiante, segura de si mesma e perfeitamente consciente do seu valor. Essa
gravidez estava lhe fazendo perder tudo isso. Estava insegura, constantemente preocupada e

paranoica com as coisas mais bizarras.


Uma coisa, porém, que era dolorosa, mas não bizarra, era o fato óbvio de que Santino não
estava mais interessado nela. Ele a trouxe para a casa dele, e foi aí que começou a queda.
Ele se arrependeu. Ela podia sentir em tudo o que ele fazia. O fato de que ele não era mais
afetuoso. O fato de se recusar a dormir com ela. O fato de ter levado isso a outro nível ontem à
noite e ter dormido em outro quarto inteiramente. Ele ainda estava dormindo, o que significava que
deve ter chegado em casa muito tarde. A rápida aparição no evento de caridade certamente não
foi curta, e mais uma vez, o pânico se infiltrou em seu peito ao pensar que ele estava escondendo
alguma coisa.

Respirando fundo, acariciou seu ventre, onde os gêmeos em movimento a cutucavam por
dentro, com cotovelos e pés, e pegou o jornal, abrindo-o. Precisava se distrair. O estresse não era
saudável. E ela não tinha ninguém em quem confiar, então era simplesmente autodestrutivo se
preocupar com isso.
Mas mesmo tentando, não conseguia parar de pensar nele. Desejava que ele acordasse,
desejava ter a coragem de ir até ele e perguntar o que tinha acontecido para fazê-lo ter se
afastado dela. Ela estava desesperadamente com saudades dele. Mudar-se para lá tinha sido o
pior erro que cometera. Eles estavam bem até ela ir para lá. Era como se, assim que ela tinha se
mudado, ele tivesse percebido a verdadeira extensão das mudanças que teria de fazer na

própria vida – os sacrifícios e os compromissos. E ele não estava pronto para fazer nada disso.

Ela ouviu sons vindo do quarto do outro lado do corredor, e seus ombros ficaram tensos de
nervosismo. Ele tinha acordado. Virando o jornal, ela visualizou o interior, fingindo ler, e foi aí que

seu coração bateu em sua garganta.


Ela olhou para uma foto de Santino, o braço em torno de uma morena sensual que tinha a
mesma tez dourada que ele. Eles pareciam lindos juntos, e essa percepção a atingiu como um
golpe. Engolindo para não chorar, ela leu a legenda.

Industrialista, Santino Orlando, com modelo colombiana, Maria Vargas.


Perfeito, até o nome dela era exótico.
Sarah balançou a cabeça para clarear as ideias e fechou os olhos, esfregando a testa.
Estava condenado. Tudo estava. Então, era ali onde ele estivera a noite toda. Por isso chegara
tarde. Era essa a razão de ele ter ficado longe dela.
Não. Santino não faria isso comigo. Ele não faria isso. Sua consciência defendia com
veemência o homem. Ele tinha provado várias vezes que estava apaixonado por ela, mas então
por que não queria mais fazer amor? Ultimamente, se ela começasse alguma coisa, ele sutilmente se
retirava da situação.

Mas Santino não a trairia. Ele tinha moral e padrões, e nunca desceria tão baixo. Ele lhe
diria. Ele era esse tipo de pessoa.
Ela pulou quando lábios quentes e familiares pressionaram sua bochecha – muito
brevemente.
"Bom dia, linda."
Sarah olhou fixamente para baixo, mirando sua barriga que estava tão grande que
literalmente descansava em suas coxas. Ela engoliu e forçou um sorriso, mas ele nem estava
olhando em sua direção. A empregada colocou um prato com a comida preferida dele.
"Que horas você voltou?" Ela tentou dizer sem soar de forma acusatória. Ela se perguntou
brevemente se realmente acreditava que ele não iria traí-la, ou se estava apenas tentando salvar

seu orgulho por acreditar que não poderia ser enganada. Nem mesmo com uma modelo

colombiana maravilhosa.
Ele suspirou. "Perto das três, eu acho."

Ela mordeu a língua para evitar apontar que ele tinha prometido que voltaria rapidamente
depois de uma breve presença. Mas isso seria infantil. Ele era adulto, nem precisaria responder.
Podia fazer o que quisesse. Ela nunca toleraria alguém perguntando sobre tudo o que ela fizesse.
"Sinto muito ter chegado tão tarde", disse ele, com as sobrancelhas se estreitando enquanto

Sarah se segurava para não explodir. "Havia tanta gente, e meu RP me segurou pelo pescoço
para permanecer no evento."
Sarah assentiu, desviando os olhos. Uma parte dela ficava feliz pelo fato de que ele lhe
dava tanta importância que se explicou. Ela podia estar gorda, feia e desmoronando
emocionalmente, mas ele se importava pelo menos esse tanto. "Por que dormiu no quarto de
hospedes?"
"Você estava com problemas para dormir. Eu estava tão exausto e tive a impressão de que
roncaria a maior parte da noite, então resolvi lhe dar um descanso."
Sarah o olhou. Ele era bastante direto e claro. "Não ligo de você roncar. Sabe disso. E tem

certeza de que essa foi a única razão?"


Ele a olhou cautelosamente. "Claro, querida." Então a expressão dele se aclarou. "Não pense
que eu ter dormindo lá significa algo além do fato de que eu queria que você descansasse. Preciso
deixar claro que eu vou estar dormindo ao seu lado, contanto que você me deixe."
Sarah deu uma risadinha e olhou de relance para o jornal. Desta vez, ela não olhou para a
deusa colombiana no braço de Santino, mas para o rosto de Santino. Ele parecia o mesmo, e
parecia que era seu. Um homem que estava prestes a se tornar pai de duas crianças. Um homem
que não se esquivou de sua responsabilidade e fez parte da jornada de sua gravidez. Ele havia
superado todas as suas expectativas, e ela queria acreditar que continuaria fazendo isso.
Mas as pessoas eram inconstantes, e algo lhe disse que Santino estava sobrecarregado com

as responsabilidades dela e dos bebês.

Naquela noite, Sarah juntou energia para ir às compras quando ele pediu que ela tomasse
um pouco de ar. Ela ainda estava enjoada, mas conseguia ficar períodos mais longos sem vomitar.

Então, colocando um vestido cinza que se prendia acima de sua barriga, passou algum tempo de
qualidade com o homem que não queria mais fazer amor com ela. Era tudo em que ela conseguia
pensar, e depois de duas horas, estava exausta.
Quando chegaram em casa, Sarah caminhou diretamente para o sofá enquanto o motorista

trazia as mais de vinte sacolas com produtos de bebês que os marqueteiros faziam os novos pais
acreditarem que não sobreviveriam sem. Ela fechou os olhos quando Santino sentou no sofá longe
dela.
Seu coração se contorceu dolorosamente. Ele era o mesmo, mas ainda assim muito diferente.
Ela não o culpava. Ela parecia uma baleia encalhada e, embora agora estivesse incrivelmente
ligada aos bebês que chutavam em suas entranhas, ela se ressentia do fato de que Santino seria
tão superficial para não desejá-la mais por causa disso.
Ela obtinha algum consolo pelo fato de que pelo menos sabia. Melhor tarde do que nunca.
Ela já tinha mentalmente se programado para acreditar que ele não ficaria por muito tempo. Se

ele não pudesse lidar com uma namorada gorda, definitivamente não lidaria com dois bebês
gritando. Secretamente, ela estava feliz por ainda ter seu apartamento.
Durante os dois dias seguintes, sua confiança voltou. Tinha conversado consigo mesma e se
lembrou da mulher que fora quando conheceu Santino, na Espanha. Ele não fora o único a mudar.
Ela também tinha. Ela fora vibrante, confiante e ambiciosa, e agora estava apenas cansada.
Suas náuseas haviam afetado sua vida, mas ela estava disposta a aceitar que as coisas
eram temporárias, e que deveria aproveitar enquanto durasse. Então riu e brincou com Santino,
recusando-se a se sentir abatida com a perda. Ela não precisava de um homem para fazê-la ser
quem era, e também não precisava de um homem para ajudá-la a criar seus bebês.
Mas, quanto mais tentava se convencer de que não lhe incomodava que Santino não quisesse

mais dormir com ela, mais seu coração era cortado e se despedaçava. Então, ela resolveu ficar

distante, porque não estava pronta para ser rejeitada.


No dia seguinte, Sarah descobriu que seus gêmeos seriam duas meninas. Santino estava ao

seu lado, apertando sua mão como se fosse se partir em dois. Ele fez barulho que só poderia ser
categorizado como um grito de êxtase. Ela se viu rindo, e ele beijou seu rosto repetidamente, até
que seu coração ficou despedaçado e ela ficou com os olhos lacrimejantes.
Quando ele perguntou o que tinha acontecido, ela não conseguia suportar lhe dizer. Porque

ela mesma não sabia com certeza. Ela estava muito confusa.
Mas à medida que as dores de fome retorciam seu estômago, ela decidiu adiar seus
pensamentos por um tempo, e o desejo por frango frito a atingiu. "Podemos parar no KFC para
comer frango?"
Se Sarah tivesse dito que tinha visto um unicórnio, ele provavelmente teria agido de forma
menos chocada. O que ela podia compreender. Além de Sarah detestar fast food e todas as
gorduras pouco saudáveis que a acompanhavam, ela não conseguira nem olhar para um frango
nos últimos meses sem sentir vontade de vomitar.
"Você quer frango?"

"Sim." Sarah olhou para a estrada. "Vire aqui."


"Espera um pouco. Você precisa de frango? Tem certeza de que quer frango?"
"Sim. Estou faminta, e quero ir no KFC. Pode, por favor, superar o choque e simplesmente me
comprar comida?"
Santino a observou enquanto ela comia em um KFC quase deserto.
"Não está mais enjoada?"
Sarah balançou a cabeça. "Surpreendentemente. Ou talvez eles tenham comprado frango
melhores."
"Frangos melhores? Melhor do que os orgânicos e saudáveis que você frita em azeite em
casa?"

Sarah encolheu os ombros, e quando chegaram em casa, estava um pouco cansada e

precisava de uma soneca. Ela estava acabando de tirar o vestido quando decidiu que a banheira
seria mais relaxante e revigorante.

Silenciosamente, caminhou até a banheira e deslizou para dentro da água quente,


esfregando a barriga que ultrapassava a superfície da água. Ela reparou em si mesma
cuidadosamente pela primeira vez em meses. Seus seios, que nunca tinham sido pequenos, estavam
enormes. Seus mamilos estavam mais escuros, e sua barriga uma esfera perfeita. De forma muito

louca, havia dois bebês dentro dela.


Pela primeira vez desde que engravidara, ela se achou bonita. Havia um estranho charme
em estar desse jeito, neste estado maravilhoso, então decidiu que seu corpo estava melhor do que
antes.
Suspirando, fez uma nota mental de voltar ao trabalho a partir de amanhã. Ainda dispunha
de alguns dias de folga, mas já se ausentara muito tempo devido ao seu enjoo matinal, e não
podia se permitir faltar ainda mais. Queria trabalhar um pouco, antes de tirar a licença
maternidade depois que os bebês nascessem.
Ela tinha acabado de fechar os olhos quando a porta do banheiro abriu suavemente.

Abrindo um pouco os olhos, ela olhou para os lados e os fechou novamente.


Capítulo Vinte

Santino observou A mulher em sua banheira, e um estranho aperto dentro de seu peito
aconteceu novamente – o mesmo que acontecia toda vez que ela ria, falava ou o tocava. Não

havia tido muitos toques ultimamente, e ele sabia que era o responsável por isso, mas não
aguentava mais.
Caminhando até a banheira, ele tinha acabado de tirar a camisa e a calça quando ela
abriu os olhos. Então, elas os abriu completamente, ficando boquiaberta de surpresa.

Ele pegou-lhe o braço e a empurrou um pouco para frente para se sentar. "Abra espaço
para mim."
Os lábios de Sarah se abriram de surpresa. Ela fez o que ele pediu enquanto seu corpo
grande se acomodava atrás dela na banheira. Recostando-se, ela respirou fundo quando seus
quadris encostaram na ereção e descansou a cabeça contra seu peito. Engolindo, ela observou
enquanto as mãos dele deslizavam pelos braços dela e depois cobriam-lhe a barriga. Os dedos
de Santino se espalhavam sobre a pele de Sarah de forma protetora, desejando tocar cada
centímetro dela de uma só vez, mas sem saber como fazer isso.
O silêncio foi quebrado com o som da respiração dos dois. Seus lábios pressionaram contra

a orelha dela. "Senti sua falta, meu amor."


Sarah fechou os olhos. "Você tem noção..." Ela disse enquanto seus lábios pressionavam-lhe a
curva do pescoço. "Que não fazemos amor há quase duas semanas?"
Seus braços a envolveram, e ele a puxou para mais perto, um gemido escapando de seus
lábios quando os quadris dela pressionaram contra sua ereção. "Eu sei. Tem sido muito difícil ficar
longe de você."
"Então por que fez isso?"
A acusação na voz dela fez seus lábios fecharem. Ele olhou para o perfil de Sarah
enquanto ela olhava para frente, como se estivesse se preparando para uma batalha. "Porque

você estava tão doente, e eu não queria exigir mais do seu corpo."

Sarah inclinou a cabeça de repente, os olhos brilhando com a umidade. "Você nem me
beijou", ela disse num suspiro.

Ele olhou a boca de Sarah com desejo. "Porque eu não conseguiria parar se eu te beijasse."
"Seu idiota!"
Os olhos de Santino se arregalaram e ele recuou. “Como é?", ele engasgou com um riso.
Sarah o cutucou na cintura com o cotovelo e se acomodou mais confortavelmente contra ele.

"Você é um grande idiota."


"O que eu fiz?"
"Nada."
Santino, por instinto, envolveu seus braços ao redor dos ombros dela, esmagando-lhe os seios
debaixo deles enquanto empurrava seu rosto nos cabelos molhados e perfumados de Sarah. "Você
acha que eu não queria fazer amor com você? Eu sonhava com isso. Eu te vejo e quero fazer amor
com você. Mas você estava fraca."
Sarah fechou os olhos. "Estou me sentindo melhor agora."
Santino soltou a parte superior do corpo dela e deslizou as mãos até a barriga, acariciando-

a, parando quando sentiu um bebê se contorcer, o cotovelo pontiagudo saindo visivelmente. Eles
riram juntos, e Santino empurrou a mão para baixo da base da bunda de Sarah.
Abruptamente, a cabeça de Sarah deslizou para trás por cima de seu ombro, e ela gemeu
em voz alta, os peitos sobressaindo, a coluna arqueando ligeiramente. As coxas dela relaxaram,
dando-lhe espaço, abrindo-se enquanto ele deslizava seus dedos territorialmente por debaixo
dela.
Sua excitação disparou através de sua virilha, apertando-o, fazendo sua pele zumbir, e ele
ergueu a mão livre para cobrir-lhe os seios. "Você devia olhar para você." Impressionado, ele
arrastou a mão para baixo do seio para deslizar sobre a barriga, então de volta para agarrar o
seio. Ele apertou levemente, e os mamilos endureceram em gomos apertados. A carne era firme sob

seu toque. "Jesus..." ele respirou calorosamente e mordeu-lhe o lóbulo da orelha enquanto seus

dedos brincavam com os mamilos.


Sarah gemeu e estremeceu novamente enquanto seus dedos passavam repetidamente por

cima do clitóris. Ela estava muito excitada. "Não gozo há dias."


"Nem eu", ele sussurrou-lhe na orelha e passou a língua na curva do lóbulo.
Sarah virou a cabeça para o lado e ofereceu-lhe a boca. Quando ele tomou-lhe os lábios,
ele foi suave, gentil, acariciando. Seus lábios brincaram com o lábio superior de Sarah, depois com

o inferior, e sua língua suavemente explorava-lhe a boca. "Você tem um gosto tão bom."
Ele gemeu quando ela se agitou em seu abraço, as coxas caindo de lado na enorme
banheira, sua ereção esmagada sob a lombar de Sarah enquanto ele atormentava-lhe o clitóris.
Sarah interrompeu o beijo e agarrou os lados da banheira, levantando-se. Ele agarrou-lhe a
cintura para estabilizá-la quando ela se levantava. Com a água derramando da pele impecável,
ela se virou para encará-lo.
Ele inclinou a cabeça para trás para observá-la, a barriga redonda, os seios cheios. O
corpo dela estava tão diferente do corpo com o qual ele tinha feito amor há apenas alguns meses.
"Você está mais bonita agora do que antes."

"Eu estava infeliz achando que eu não te excitava mais."


Ele balançou a cabeça, horrorizado, pegando-lhe a mão e gentilmente puxando-a para
baixo. Sarah se abaixou, envolvendo os braços ao redor de seu pescoço enquanto montava em
seu colo.
"Pare de ser irracional", ele murmurou. "Só não queria te cansar para satisfazer minhas
vontades sexuais."
"E as minhas?"
Ele a puxou para mais perto até que a barriga pressionou contra seu abdômen e os seios
ficaram esmagados contra seu peito, e ele a beijou profundamente. Cada palavra que ele não
falava, cada sentimento que ele não tinha sido capaz de comunicar a ela, estava nesse beijo. Seus

lábios estavam gananciosos, famintos, rápidos, depois se suavizavam brevemente, antes de

ganharem ímpeto novamente. Suas mãos deslizaram para cima e para baixo das costas dela,
agarrando-lhe os quadris redondos e arrastando-a mais para perto de modo que ela espalhou o

sexo aberto contra sua ereção. A água salpicava para fora da banheira e para o chão de
mármore sempre que eles se moviam. Sarah deslizou as mãos molhadas pelo seu cabelo,
parecendo se alegrar com a sensação, e quando ele parou de beijá-la, ela se inclinou para
receber mais, gemendo em protesto para que ele continuasse.

Agarrando-lhe os quadris, ele levantou-a de suas coxas, e quando a cabeça de sua ereção
se enterrou nas dobras abertas do sexo dela, Sarah jogou a cabeça para trás e se afundou sobre
seu pênis. Um grito baixo de prazer saiu do seu peito, e ela apertou os quadris, atraindo sua
ereção ainda mais profundamente.
Os olhos dela se abriram bruscamente, e a expressão de lamentação no rosto dela a
denunciou. "Eu vou gozar."
Santino cerrou os dentes. Ela nem tinha se movido ainda, e as bochechas ficaram rosadas, os
ombros tensos, e os olhos lânguidos enquanto se preparava para gozar.
As entranhas dela se apertaram firmemente contra sua ereção, e ele apertou seus músculos

para conter o próprio orgasmo. "Eu te queria tanto, cada segundo."


Ele começou a movê-la de um lado para o outro sobre sua ereção, os quadris dela
remexendo sobre seu umbigo em vez de se mover para cima e para baixo. Sua mandíbula se
apertou quando as unhas curtas de Sarah afundaram em seus ombros, e ela ofegou duramente
antes de fechar os olhos e se render às ondas do orgasmo.
O corpo dela se balançava violentamente, como se uma corrente a atravessasse, e as mãos
dela relaxaram em suas costas enquanto suas entranhas se esticavam ao redor de sua ereção.
Gemendo, Santino se inclinou para frente e abocanhou um dos mamilos. As mãos dela
deslizaram novamente através de seu cabelo enquanto o segurava no seio, como se a vida dele
dependesse disso.

"Eu senti sua falta", ele sibilou sobre o mamilo antes de arrastar os dentes ao longo pela

carne e para o outro peito. Eles eram voluptuosos, enchendo suas mãos e derramando para fora
de suas palmas quando ele os agarrava.
Capítulo Vinte e Um

Sarah se moveu ligeiramente para trás, a ereção dele ainda enterrada dentro dela. Ela
continuava agarrando a cabeça de Santino sobre seu seio. Estava sensível em todos os lugares,

carente em todos os lugares, e só queria que o momento durasse. Como tinha esperado, como tinha
ficado aterrorizada... Deixou que o terror a lavasse novamente, o terror de perdê-lo, de não tê-lo
com ela, e abruptamente perder tudo. Ela precisava deixar de ser paranoica. O homem tinha
provado suas intenções várias vezes, e até onde o conhecia, Santino Orlando não era um traidor.

Ela olhou para o rosto dele e deslizou uma das mãos sobre a mandíbula para deleitar-se
com o belo contraste da pele deles. Ele era seu agora; ele era seu porque escolhera ficar com ela.
Por causa dos bebês.
Seu coração se revirou de arrependimento, mas se recusou a deixar a autopiedade a
deprimir de novo. Quando ele a puxou para perto de novo, ela sorriu. Ele a segurava com
firmeza, os olhos colados na sua barriga, como se estivesse aterrorizado de que a tivesse
machucado.
"Me beije", ele implorou, erguendo a boca.
O comando severo, falado tão suplicantemente, fez seu coração explodir de amor, adoração

e possessividade.
"Você é meu", ela gemeu antes de deixar seus lábios cobrirem os dele.
Ele a beijou com urgência, as mãos apertando a parte inferior de suas costas antes de puxá-
la para mais perto. O gemido de Sarah foi engolido pela boca dele. A ereção dele se enterrou
profundamente, porque ele levantou os quadris ao mesmo tempo que a puxou para mais perto.
Repetiu o movimento várias vezes, as mãos em cascata sobre suas costas, sua barriga, então para
baixo para agarrar seus quadris com ambas as mãos. Ela mergulhou sua língua entre os lábios
entreabertos dele e deixou que ele tentasse dominar sua boca. Quando não conseguiu, ele
aprisionou sua língua entre os lábios e sugou-a duramente.

Gemendo num leve protesto contra a brutalidade, ela recuou e depois suspirou quando a

língua dele se entrelaçou com a sua, explorando sua boca. Durante todo esse tempo, ela foi
puxada para cima e para baixo da ereção dele, o clitóris contra a própria raiz, e ela deixou a

paixão dele tomar conta. Ele estava respirando mais vigorosamente em sua boca. As mãos dele a
seguraram ainda mais fortemente do que antes, e quando ele se sacudiu debaixo dela, gemendo
em sua boca, os ombros estremeceram sob suas mãos.
No mesmo momento, o jorro quente de sêmen abundante se derramou dentro dela, e a

sensação de queimadura distinta fez seu corpo torcer num orgasmo novamente. Ela apertou o peito
dele e começou a mover-se mais forte, mais rápido, e ele grunhiu, interrompendo o beijo e
empurrando a boca em seu pescoço. Em poucos segundos, Sarah, lubrificada pelo sêmen dele,
agarrou-o ferozmente e estremeceu severamente sobre ele, unindo-se a ele no orgasmo.
Capítulo Vinte e Dois

Sarah percebeu que grande parte de seu cansaço e exaustão se devia ao fato de ela estar
emocionalmente esfarrapada pela aparente rejeição de Santino. Quase saltou da cama na manhã

seguinte, mesmo antes que Santino estivesse de pé, e tomou um longo banho quente. Quando ela
saiu, Santino já havia tomado banho no banheiro extra e estava se vestindo.
"Onde você vai?", ele a olhou quando ela puxou um terno, e depois fez uma careta.
Obviamente não caberia nela com aquela barriga.

"Vou trabalhar."
"Uhumm." Ele lutou contra um sorriso. "Esse terninho vai ficar ótimo em você."
Em resposta, ela olhou para ele, mas seus lábios estavam se contorcendo também. "Estou
ferrada. Não posso trabalhar de pijama."
Ele avançou, empurrando-a para fora do caminho antes de examinar o conteúdo do
armário. "Aqui, use essas calças de maternidade. Elas ficam bem sexy. E isso..." Ele puxou uma
blusa rosa que também era para mulheres grávidas. "Pronto."
Sarah arfou para as escolhas dele. "Não posso ir para o trabalho sem um terno."
Ele balançou a cabeça e riu. "Você vai ficar bem. Vai ficar ótima com essa roupa. E suponho

que todos vão perceber que você está grávida, então não interessa se está vestindo um terno ou
não. Você precisa se sentir confortável."
Sentindo-se miserável, mas contente com a ajuda, ela vestiu as roupas e deixou que ele a
levasse para o trabalho. Todos os seus colegas ficaram em êxtase ao vê-la, e ela estava
extremamente feliz por ter decidido vir trabalhar. Ela não nasceu para ficar ociosa e não fazer
nada. Estava com medo de suas células cerebrais estarem morrendo devido a tanto tempo de
descanso.
Duas horas depois, foi chamada para o gabinete de seu superior. Daniel Vidal era um belo
homem de meia-idade que era cordial e amigável, a menos que o trabalho não estivesse sendo

feito do jeito que ele queria. Um deslize, e logo ele esquecia toda a cordialidade. Sarah o

admirava e queria ser como ele.


Instalado em frente a ela, ele perguntou sobre sua saúde e logo depois já estava fazendo

perguntas rápidas sobre o contrato com a BubFun.


"Parabéns por ter conseguido o contrato, Sarah. É uma vantagem fantástica que nossa
agência ganhou", ele disse rapidamente. "Agora, temos uma reunião para a gravação do
comercial, e seu departamento criativo tem estado trabalhando tentando colocar as coisas no lugar.

Eles conhecem o esquema. Você os treinou bem."


"Obrigada," Sarah disse, sobrecarregada com toda a informação e gratidão lançadas sobre
si.
"Então, decidimos que a gravação será no dia 15 de maio. Eu só quero que você acompanhe
sua equipe criativa e certifique-se de que tudo está de acordo com sua visão."
A mente de Sarah parou de funcionar, então a maquinaria mental rangeu enquanto tentava
superar a onda de estresse. "Hum, 15 de maio? Podemos puxar a data para 15 de abril?"
Daniel franziu as sobrancelhas. "Temos outros cinco projetos na fila para o mês de abril."
E foi isso.

Sarah respirou fundo. "Meu... Parto é para o dia 10 de maio. Então, não tenho certeza se 15
de maio é..."
Daniel recostou-se na cadeira como se alguém lhe tivesse dado um soco no estômago, e
Sarah sabia, porque ela o conhecia, que estava exasperado que as coisas não estavam
acontecendo do jeito dele. "Não podemos fazer o comercial antes do dia 15 de maio. Então, sugiro
que você entregue o projeto para Lilith ou Christine."
"O quê?" Ela disse mais alto do que pretendia.
"Você não tem escolha. Precisamos terminar o trabalho. E essa é a única opção."
Sarah saiu de lá atormentada, seu coração afundando. Lilith ou Christine? Ela preferia matar
seu comercial do que deixar suas competidoras ganharem o crédito por ele. O conceito da BubFun

era seu bebê. Ela o havia criado, e devia abrir mão dele só porque estava grávida? Isso era

ridículo, e ela tinha certeza absoluta de que devia ser ilegal de alguma forma, mas ela não estava
conseguindo pensar direito. Conforme fazia seu caminho de volta para a sua mesa, ela

rapidamente reavaliou suas inspirações e objetivos. Ela não seria, sob nenhuma circunstância, igual
a Daniel Vidal um dia.
Assim que Santino veio buscá-la naquela tarde, podia dizer que Sarah não tinha tido um
bom dia. Mas ele se conteve, não querendo pressioná-la, e em vez disso tentou tirar a mente dela

dos problemas. Ele brincou, provocou, e então a levou para jantar em um de seus restaurantes
indianos favoritos.
Quando nada funcionou, Santino levou-a para casa, puxou-a para uma das cadeiras da
piscina e a fez sentar. "Ok. Me diz o que aconteceu."
Sarah engoliu o nó na garganta. "Parece que está dando tudo errado."
Ele balançou a cabeça. "Você acha que está dando errado, mas não está."
"Não, você não entende."
"Eu entendo. Você pensou que eu não queria dormir com você, e que eu não achava você
mais atraente, quando eu estava apenas tentando te dar um descanso. Você pensa demais

ultimamente. Está com medo de tudo."


Sarah absorveu aquilo. Ele estava certo. De alguma maneira. "Ok," ela sussurrou.
"Me diga o que aconteceu."
Ela engoliu. "Não vou dirigir o comercial da BubFun."
Ele zombou. "Quem disse?"
"Meu chefe. O que comanda o projeto."
Santino rangeu os dentes. "O que ele disse exatamente?"
Ela suspirou, sentindo-se pequena e protegida quando ele se ofendeu tanto por ela. Ela
sempre fora deixada sozinha para se defender, seus próprios medos, suas próprias preocupações,
suas próprias batalhas. Era maravilhoso e estranhamente viciante ter Santino a protegendo.

"A gravação está marcada para uma semana depois do parto, então, naturalmente, não vou

poder participar."
"Então mudamos o dia da filmagem."

Ela balançou a cabeça. "Ele disse que não é possível. Terei que renunciar a minha ideia a
uma das meinhas colegas, ou seja, minhas concorrentes."
Santino fechou os olhos. Quando os abriu, parecia mais calmo. "Posso te perguntar uma
coisa, honestamente"

"Qualquer coisa." O amor estava queimando dentro de seu coração. Mesmo o problema
ainda existindo, ela sentiu como se o peso tivesse sido levantado de seus ombros e transferido para
os dele. Ela não estava preocupada com nada. Ele estava lá com ela, e se importava. Se
importava de verdade, e era um sentimento lindo. Aquele sentimento a consumia e a envolvia em
seu calor, e de repente ela foi drenada de todas as preocupações que a assolavam.
Ele segurou suas mãos. "Não passe nem um minuto do seu tempo se preocupando com isso.
Vou consertar. Vou consertar tudo, e não se atreva a estressar nossos bebês por causa disso."
Ela riu. "Entendido."
"Bom." Ele apertou a parte de trás de sua cabeça e pressionou um beijo em sua testa. Mas

suas mãos deslizaram para o peito dele, agarrando-lhe o pescoço e puxando-lhe a boca sobre a
sua. Ele a beijou de volta devagar.
Quando ela parou de beijá-lo, ele a observou com um sorriso enquanto ela tirava a blusa de
maternidade que ele tinha escolhido para ela naquela manhã. Desabotoando o sutiã e saindo de
suas calças, ela ficou nua diante dele. O sorriso dele desapareceu.
Ela se deitou na cadeira da piscina ao lado da que ele estava sentado e olhou de lado.
"Venha."
Ele tirou a camisa e desabotoou as calças, deitado sobre seu corpo nu e prendendo um de
seus mamilos entre os lábios.
Capítulo Vinte e Três

Na manhã seguinte, Sarah acordou quando algo bateu contra sua bochecha. Tardiamente,
ela percebeu que era apenas Santino beijando seu rosto violentamente.

"Mmhmm", ela gemeu, e ele bateu levemente em seu quadril.


"Acorda, dorminhoca."
Sarah saiu da cama, lembrando-se da noite passada. Depois de fazê-la gozar na cadeira
da piscina, ele se juntou a ela no orgasmo, depois a levou nua até a cama, onde fizeram amor

novamente. Agora que ela não estava vomitando o tempo todo, ele parecia incapaz de se cansar
dela. Estava pronto para outra rodada quando ela o chamou de insaciável maníaco sexual e
adormeceu no ombro dele.
Depois de um banho rápido, ela sorriu quando viu outro de seus conjuntos de maternidade
na cama. Tinha acabado de colocar a blusa quando ele a arrastou para a cama e jogou-se sobre
ela.
"O quê?", ela riu quando ele tirou a sua blusa e se instalou entre suas pernas entreabertas.
O sorriso de Sarah desapareceu quando ele abriu o zíper das suas calças e mostrou a
ereção. Antes que Sarah pudesse reagir, ele mergulhou dentro dela. Sua coluna arqueou e ela

gemeu, deslizando as mãos sobre os bíceps de Santino.


"Santino...", ela gritou enquanto a fricção aquecida lhe escaldava deliciosamente.
"Olhe para mim", ele gemeu com a voz rouca, os quadris lentamente, muito suavemente,
bombeando dentro dela. Quando ela encontrou os olhos dele, ele empurrou profundamente,
observando-a gemer. "Diz que me ama."
Sarah podia sentir seu rosto revelando seu choque diante do pedido, e então seus olhos se
nublaram, lágrimas brilhando neles. O homem que ela amava de todo o coração empurrava para
dentro e para fora dela repetidamente, vestindo uma camisa branca engomada e calças cinza,
fazendo amor com ela tão docemente, tão possessivamente, como se fosse uma parte dela.

"Eu te amo, Santino", ela sussurrou trêmula, deslizando suas mãos sobre os quadris vestidos

dele, puxando-o mais fundo.


Santino abaixou a boca e agarrou seus lábios, os quadris mergulhando mais rápido e

girando em círculos, até que ela comeu a estremecer num orgasmo. Logo depois, ele a seguiu.
"Eu te amo, Sarah. Meu Deus, eu te amo demais", ele sibilou em seu pescoço.
Capítulo Vinte e Quatro

Sarah estava trabalhando em seu escritório, tentando não pensar no desastre da BubFun,
pois tinha recebido ordens para não se preocupar com isso. Ela olhou para as frutas que tinha

trazido com ela para trabalhar para satisfazer seus desejos de comida e pegou uma banana.
Tinha acabado de morder quando algo atraiu sua atenção através da porta de vidro.
Santino, atravessando o local em direção ao escritório de Daniel Vidal.
Ela saiu de sua cadeira e caminhou até a porta, seu coração martelando, então fez seu

caminho de volta para sua cadeira. Ela não queria saber o que Santino tinha planejado como uma
solução para o problema, mas já não se sentia bem com isso.
Pela primeira vez em sua vida, ela recorreu a morder as unhas. Mas ficou com nojo e parou
rapidamente. Uma hora se passou, e ela manteve os olhos colados à porta de vidro, esperando
que Santino deixasse o escritório de Daniel.
Ela não estava realmente com medo. Apenas nervosa. Santino Orlando era muito imprevisível
e bastante convencido. Mesmo achando isso adorável, ela estava pronta para admitir que aquelas
duas coisas poderiam não ser qualidades admiráveis do ponto de vista de outra pessoa. Como ela
o amava, todas as falhas dele eram sexy e emocionantes, e ela estava disposta a tomar posse de

tudo isso.
Ela viu Santino sair do escritório de Daniel, com Daniel o seguindo para apertar-lhe a mão.
Daniel tinha um sorriso no rosto, que parecia estranhamente falso, e o sorriso no rosto de Santino
era quase agressivo. Deixando Daniel para trás, Santino seguiu em direção ao seu escritório.
Ela se recostou na cadeira quando ele abriu a porta, com um vinco na testa. "O que diabos
você está fazendo aqui?" Ela disse numa voz baixa.
A expressão amotinada no rosto dele evaporou, substituída por um sorriso. "Eu sempre adoro
vê-la na sua mesa. É muito sexy." Ele ignorou sua raiva óbvia e caminhou ao redor de sua mesa,
beijando o topo de sua cabeça.

"Santino, eu não estou brincando", ela disse quando ele pousou um quadril em sua mesa e

sorriu para ela, cruzando os braços sobre o peito.


"Já te disse que você se preocupa demais?"

Sarah estreitou os olhos ameaçadoramente. "Você não me disse que viria falar com o Daniel.
Isso... isso... É inapropriado."
"Por quê?"
"Porque sim!" Ela gritou. "Eu passei anos tentando ser autossuficiente e independente, e agora

parece que eu fui chorando para você e... Agora eu pareço fraca."
O sorriso dele desapareceu. "Nunca faria isso com você, meu amor. Quero deixá-la ainda
mais forte do que é, não te arrastar pra baixo."
"Então, por que fez isso?", ela estava frustrada. "Você devia ter conversado comigo."
"Sarah, você pode me escutar? Está fazendo a mesma coisa de antes."
"Que coisa?" Ela reclamou.
"Aquela coisa... está preocupada demais e sempre assustada. Você me tem, droga. Somos um
time. Aprenda uma coisa comigo."
Sarah ficou boquiaberta, aborrecida, mesmo com seu coração explodindo de amor. "Ok."

Ele pegou sua mão. "Então, o negócio é o seguinte... A BubFun precisa que o comercial seja
gravado dentro de três semanas."
"Você está brincando."
"Não."
Ela suspirou. "Não sei se deveria ficar feliz ou chateada." Quando ele simplesmente esperou
que ela dissesse mais alguma coisa, ela respirou fundo. "Eu sempre resolvi meus próprios
problemas, e agora você está fazendo isso, e não é profissional..."
"Que se dane não ser profissional. Eu amo você. E farei qualquer coisa para fazer as coisas
exatamente do jeito que você as quer. E lembre-se, não vou me desculpar por cuidar de você.
Sarah franziu os lábios e suas entranhas derreteram, seu coração se agitando. Ela se

levantou e jogou seus braços ao redor do pescoço dele. "Você é louco, sabia disso?"

"Eu sei." Ele segurou sua lombar. "Mas você precisa se sentar para o que vou te dizer."
Sarah deu um passo para trás. "O que você fez agora?" Ela gritou agitada, toda sua

afeição morta em um instante.


Ele riu. "Apenas sente-se." Quando ela se sentou, ele limpou a garganta. "Então, eu estava
me perguntando, e este é realmente um pedido. Nada está finalizado. Apenas lembre-se disso.
Essa é a coisa mais importante que você deve saber. Eu não vou forçá-la a fazer isso, mas eu

realmente, realmente, quero que você faça isso, porque eu acredito em você e acredito que seu
passado precisa ficar no passado e você já o deixou afetá-la por muito tempo já. Então, é um
pedido. E eu acho que você vai concordar, porque você me ama e eu mentalmente vou chantageá-
la, mas no final, você vai ficar grata por eu ter insistido."
"Dá para dizer logo?", ela disparou, fazendo-o sorrir. Ela não estava achando aquilo
engraçado.
"Pelo meu bem, pense a respeito. E dê uma chance. Estarei aqui o tempo todo, apoiando
você, te segurando, beijando e torcendo."
"Santino!", ela gritou com raiva, seu coração batendo rápido. "Apenas diga."

Ele respirou fundo. "Eu levei a ideia ao Daniel, e ele achou uma ótima ideia. Mas visto que o
comercial é seu, acho que eu devo pedir sua permissão para essa mudança."
"Qual mudança?"
Ele segurou seu olhar. "E seu a gente usasse uma mulher grávida no comercial? Em vez de
uma mãe magra, brincando com seu filho, por que não mostramos uma mulher grávida?"
O cérebro de Sarah congelou, e ela o olhou com incredulidade. "Por mulher grávida, você
quer dizer..."
"Você, Sarah. Definitivamente você."
Ela se levantou da cadeira. "Você perdeu a cabeça? Já deu essa sugestão ao Daniel?"
"Sarah..."

"Você sabe como me sinto a respeito disso, Santino. Não quero fazer isso. Não quero ser a

estrela de nada."
Ele segurou seus ombros. "Você é a estrela da minha vida, Sarah. Tem o palco central. Você

é a minha motivação para tudo agora. Para trabalhar, comer, sorrir, cuidar da minha saúde. Você
já está sob os holofotes para mim, então, não acha que está na hora de deixar esse medo para
trás e assumir aquilo que você ama?"
Sarah fez um som curto e agitado e levou seu olhar para longe, balançando a cabeça com

veemência. "Não. Não posso, Santino. É demais." Ela olhou para ele suplicantemente. "Por favor,
não me obrigue a fazer isso. As cicatrizes são muito profundas. Não posso."
Ele engoliu. "Escute, ninguém está te obrigado, ok? É que apenas... você amava modelar, e
acabou sendo diretora por causa desse medo de ser arrastada para dentro de uma batalha que
você precisava lidar sozinha. Mas agora não está mais sozinha. Mesmo que você vá de cabeça
para a batalha, eu estarei ali ao seu lado, balançando minha espada para qualquer um que se
atreva a entrar em seu caminho."
Sarah riu ao imaginar isso.
Ele sorriu de volta, balançando-a gentilmente. "Pare de ficar assustada. Pare de pensar no

passado. Já passou. Agora você me tem, e eu tenho você. E as coisas são diferentes. Eu realmente
quero que você realize esse sonho pelo qual desistiu. E se funcionar, quem sabe, você poderia
mudar sua carreira."
Ela enrugou os lábios, atraída pela confiança nos olhos dele. Ele acreditava nela, e estava lá
para apoiá-la. Não estava mais sozinha.
As lágrimas inundaram seus olhos. "Tem certeza de que o anúncio funcionaria com uma
mulher grávida?"
"Se pensar a respeito, vai concordar comigo."
Os lábios de Sarah se curvaram num sorriso. "Só você poderia ser tão audacioso...
Melhorando meu conceito perfeito."

Ele riu. "Estou feliz por prestar meus serviços", quando ela não disse nada e empurrou seu

rosto no peito dele, ele suspirou. "Eu acredito em você, Sarah. Eu sei que você fará um trabalho
fantástico."
Capítulo Vinte e Cinco

Naquele sábado, Sarah acordou e viu um vestido de verão amarelo vibrante na cama,
passado e com a etiqueta removida. Ela o olhou de forma apreciativa. O gosto do homem era

requintado. Tomando banho rapidamente, vestiu o vestido e o encontrou na cozinha, lutando com
uma grande cesta de piquenique.
"O que você está fazendo?"
"Vou te levar para um piquenique."

Ela riu. "A Sra. Craddock fugiu depois de fazer toda a sua cesta de piquenique de
sábado?"
Ele a olhou. "Muito convenientemente, ela não veio trabalhar hoje."
Sarah olhou para a cesta. "Você que fez o que quer que tenha dentro dessa cesta?"
"Definitivamente, sim."
Ela estava rindo quando ele agarrou a cesta de piquenique debaixo de um braço e o
cobertor na outra mão, e eles caminharam até a porta. "Seu motorista também faltou hoje? Você
devia ter ligado para ele."
Os olhos dele se estreitaram para ela. "Acho ofensivo que você não confie em mim para

levar minha namorada para um piquenique sem precisar da cozinheira e do motorista." Ele segurou
a porta do lado do passageiro do carro aberta para ela, e ela sorriu.
"Ele realmente não veio hoje?"
"Sim. Ele não apareceu para trabalhar hoje."
Sarah não acreditava nisso nem por um instante, e quando ele deslizou ao lado dela no lado
do motorista, era óbvio por suas expressões que ele estava mentindo para ela.
"Está pronta?"
"Sim. Vamos nessa", ela acariciou a barriga.
Santino esticou a mão para acompanhá-la, deslizando a palma da mão sobre sua barriga.

"Mal posso esperar que elas cheguem."

O parque já estava cheio de famílias com crianças brincando em todos os lugares.


Santino encontrou um local perto de uma árvore e colocou o cobertor, tirando uma garrafa

de protetor solar do bolso. "Eu acho que você vai precisar disso."
Sarah aceitou com gratidão, e ele tirou um chapéu da cesta de piquenique. "Você precisa
disso também."
Sarah riu. "Você veio preparado, não é?"

"Sempre."
"E este vestido é lindo."
"Está lindo em você."
Sarah estendeu a língua para ele e riu. "Você é tão atencioso."
Ele baixou os olhos e riu como se tivesse uma piada interior que ela não estava a par.
"Atencioso."
"Sim." Ela o olhou de perto. "Você está aprontando alguma, não está?"
Ele gemeu. "Um homem traz a namorada num piquenique. E a namorada acha que ele está
aprontando alguma coisa."

"Ahh..." Ela riu. "Não estou duvidando de você. É que te conheço, querido," ela disse numa
voz melodiosa.
Santino inclinou-se de lado e apertou um beijo em seu rosto. "Vamos sentar. Estou faminto."
Sarah o ajudou a tirar as coisas da cesta de piquenique. Sanduíches, fatias de frutas, suco
de laranja recém espremido e pedaços de frango frito.
Eles comeram no meio de crianças gritando e correndo ao redor.
"Uau, isso é realmente edificante, não é?" Sarah brincou quando viu uma criança
choramingando e pisoteando os pés na grama enquanto a pobre mãe tentava e falhava
miseravelmente em acalmar a criança ou removê-la da grama a qual ela se apegara.
Santino riu. "Muito, muito edificante."

Sarah sorriu. "Repentinamente fiquei ansiosa para ter duas crianças de dois anos de idade

gritando até perder o fôlego."


"Eu também," ele disse. "Mal posso esperar."

Sarah caiu na risada e Santino se inclinou para beijar sua barriga antes de descansar a
cabeça em sua coxa.
Sarah deslizou os dedos pelo cabelo dele, observando as crianças, as mães esfarrapadas,
os pais descontraídos. "Você vai ser como um desses?"

"O quê? Ser um pai? Acho que sim."


Ela riu. "Você entendeu o que quis dizer. Sem se importar com a crianças destruindo o lugar.
Mesmo que tudo o que exista aqui é grama e árvores e bancos muito resistentes."
"Você acha que eu vou ser como eles?"
Sarah arregalou os olhos. "Estou apenas me certificando de que você saiba que não é uma
possibilidade você ser assim. Vai precisar ajudar."
Ele suspirou. "Se você diz."
Sarah apertou um punhado dos cabelos dele e se inclinou para beijar-lhe a boca, mas tinha
esquecido a enorme barriga no caminho. Santino riu quando ela não conseguiu se inclinar o

suficiente. Rindo, ele ergueu a boca até onde ela conseguia alcançar.
"Obrigada", ela disse com uma risada.
"Sem problemas. Fico feliz em obedecer."
"Então, está preparado para ser um pai participativo?"
"Se eu disser que não, você vai se recusar a ter um bebê comigo?"
Sarah o cutucou de brincadeira no ombro. "Muita maldade você esfregar minha impotência
na minha cara."
Ele se sentou e, rindo, puxou seu rosto para o ombro. "Eu amo você. E prometo que vou ser
um pai participativo. Feliz?"
"Uhumm." Então, ela mordeu o lábio. "Aliás, obrigada pelo piquenique. Foi divertido, e você

se esforçou muito para montá-lo."

"Eu estava realmente tentando te provar que eu não sou um magnata indefeso que não
pode nem mesmo carregar a própria comida para a casa. Sou capaz de lidar com todos os

desafios que surgirem. "


"Nunca duvidei disso."
"Bom." Ele suspirou e deslizou para trás, exalando bruscamente. "Você pensou em algum
nome para as meninas?"

Os olhos de Sarah se iluminaram. "Não. Você, sim?"


"Tenho pensando muito num nome... Se você gostar."
"Me fala. Não me deixe em suspense."
Ele empurrou a mão através do cabelo, bagunçando. "Michelle?"
"Hum. Gostei. Que tal Marjorie para a outra?
"Adorei. Na verdade, até pedi para o time de criação criar uma nova boneca, que a BubFun
vai lançar assim que as meninas nascerem."
"Que fofo!" A consideração e criatividade de Santino a deixavam de boca aberta.
"Eu quero essas duas bonecas quase idênticas em um conjunto, e eu quero chamá-las de

Michelle e Marjorie."
Sarah riu. "Isso é simplesmente... Doido e maravilhoso, e só você para pensar nisso."
"Eu amo as minhas três garotas."
Sarah tomou-lhe a mão e pressionou seus lábios nos nódulos dos dedos em um beijo
profundo e sincero. "Nós te amamos também."
Ele a observou em silêncio por alguns segundos, depois engoliu em seco. "Eu trouxe você
aqui porque preciso perguntar uma coisa."
"Ai, senhor. De novo não."
Ele riu. "Ok, dessa vez é diferente. Espero que você realmente goste, mas você sabe que eu
sou um pouco convencido e tal, então eu definitivamente duvido de meu próprio julgamento sobre

este assunto."

"Você é convencido."
"Eu sei. Foi isso que eu disse."

Ela assentiu. "Bom que você sabe."


Ele sorriu. "Posso continuar?"
"Vá em frente", ela disse como se preferisse evaporar do que ouvi-lo.
Ele fez uma pausa por um instante, o olhar se lançando ao redor de tudo o que acontecia

em volta do parque. Finalmente, ele pegou a mão dela e se aproximou. "Quer se casar comigo?"
Sarah não ouviu nada além de um zumbido alto quando ela olhou fixamente naqueles
profundos olhos castanhos e o viu como o tinha visto pela primeira vez na Espanha, apenas seis
meses atrás, observando-a de longe, sorrindo para ela. Ela piscou repetidamente e balançou a
cabeça, lágrimas queimando as costas de suas pálpebras. "Santino..."
"Sim ou não, Sarah. Quer se casar comigo?"
Sarah riu, mas a lágrimas caíram por suas bochechas. "Claro que quero casar com você."
Ela se jogou nos braços dele. Ele abraçou suas costas, pressionando beijos em suas
bochechas enquanto os braços se apertavam ao seu redor.

Um feroz instinto protetor correu pelas veias dele, e ele inspirou duramente, querendo
absorver Sarah para dentro de si. "Não consigo imaginar viver sem você."
Sarah franziu os lábios para tentar acalmar os soluços e se afastou, roncando, rindo e
chorando ao mesmo tempo. "Tá vendo. Eu disse que você estava armando alguma coisa."
Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma caixa preta, abrindo-a. "Espero que você goste."
Sarah chorou novamente ao ver o anel indescritivelmente belo; o grande e cintilante
diamante era sofisticado e glorioso.
"Se você não gostar, podemos escolher outra coisa."
"Você está doido? É lindo... É perfeito." Ela ergueu uma das mãos na direção dele. "Me
mostra como fica."

Rindo, ele tirou a aliança da caixa e deslizou em seu dedo. "Voilá. Coube perfeitamente."

"Seu palpite foi certeiro."


Ele sorriu, "Na verdade, peguei um dos seus anéis emprestado para ter certeza do

tamanho."
Sarah riu. "Quando pegou o anel?"
"Hum, você lembra do evento de caridade que fui para o orfanato?"
Sarah franziu as sobrancelhas. "Ah, sim. Eu lembro dessa noite. Na noite que você foi

fotografado com aquela modelo colombiana."


Um sorrisinho se espalhou no rosto dele. "Sim, bem, foi nesse dia que decidi colocar um anel
em sua mão."
"Eu pensei que você estava me traindo naquela noite."
"O quê?"
Ela riu para tirar a peso da fala. "Você voltou tão tarde, e depois você foi dormir no quarto
de hóspedes. Na manhã seguinte, eu vi sua foto com aquela deusa colombiana... O que eu deveria
pensar?"
"Ficou com ciúmes?"

Sarah queria socá-lo. "Sim, fiquei com muito ciúme."


Ele a arrastou até o peito novamente, envolvendo os braços ao redor dela, segurando-a
perto. "Sou todo seu. E você nunca precisará ter ciúmes de ninguém ou de qualquer coisa."
"Uhummm", ela murmurou no peito dele, fechando os olhos e absorvendo as palavras lindas
e maravilhosas.
"Você logo vai ser minha esposa."
Sarah sorriu e olhou feliz para ele. "E logo você vai ser meu marido."
Capítulo Vinte e Seis

"Você está brilhando."


Sarah sorriu e encontrou os olhos de Tara no espelho. "Imagino o por que!"

Tara sorriu e mudou de lado para dar ao maquiador mais espaço para manobrar ao redor
de Sarah.
"Talvez...", disse Tara lentamente. "Tenha algo a ver com essa pedra gigante em seu dedo."
Sarah não podia esconder sua alegria. A vida estava melhor do que nunca. Ela estava se

preparando para filmar o comercial BubFun sem um pingo de nervosismo ou apreensão. Estava se
sentindo saudável e ridiculamente bela com seu barrigão. E ainda ia casar com o pai de seus
bebês, o homem que tinha mudado completamente a forma como ela percebia o mundo.
A velha Sarah ficaria aterrorizada de que tudo fosse bom demais para ser verdade, que de
repente uma mudança no ar viria a destruir tudo. Mas não esta nova Sarah. Estava calma e
tranquila, aprendera a amar e ser amada incondicionalmente, e não podia suportar que seus
velhos hábitos diminuíssem sua felicidade.
Com o cabelo e maquiagem terminados, ela caminhou até onde os brinquedos BubFun foram
estabelecidos em uma sala de jogos adorável. A criança que interpretaria seu filho no anúncio

estava comendo uma banana sob a supervisão da mãe. Sarah olhou para o teto, para as luzes,
para a cena que ela tinha visto muitas vezes, mas de uma posição diferente. Ela sempre esteve nos
bastidores, e hoje ela estava no centro do palco.
Seu coração deu uma cambalhota e ela fechou os olhos. Isso não era tão fácil quanto
pareceu na noite passada. Ela ficou acordada por um tempo antes de Santino acordar e
perguntar se ela estava bem.
Ela explicou, francamente, que estava assustada, e ele explicou, francamente, que ela era
capaz de fazer aquilo. Sentiu-se corajosa. Mas agora nem tanto. Quando abriu os olhos, Sarah
piscou duas vezes, depois três. Santino estava na extremidade do set, o olhar fixo nela. Como se

soubesse o que ela estava pensando, como se soubesse de antemão que ela poderia dar para

trás, ele ignorou uma reunião muito importante para estar lá ao seu lado.
Todos os medos desapareceram, e ela sorriu, mordendo o lábio e balançando a cabeça. Ele

piscou para ela, e tudo se tornou celestial. O lugar, a situação, seus sentimentos. Foi só olhar para
ele, e ela sentiu como se pudesse enfrentar o mundo. Esse era o efeito que ele tinha sobre ela, e o
destino tinha sido generoso o suficiente para agora ele lhe pertencer. Para mudar sua vida. Para
virar tudo de cabeça para baixo antes de deixar tudo melhor do que era antes.

Instintivamente, seus dedos brincaram com o anel de diamante em seu dedo, e ela se lembrou
mais uma vez do que significava para ele. Dessa vez, quando ela avançou para o set, seus joelhos
não tremiam e, como também era diretora, deu as instruções necessárias antes que tudo ficasse no
lugar.
***
A suntuosa festa do chá de bebê foi realizada na mansão palaciana de Santino. Tara e
Santino haviam se associado para fazer o evento mais maravilhoso da vida de Sarah.
Cem convidados participaram da festa, e mesmo ela se divertindo muito, precisava passar a
maior parte do tempo sentada porque seus pés estavam inchando.

Ela acariciou a barriga enquanto o último dos convidados saía e respirou fundo enquanto o
garçom lhe entregava um copo de água. Assim que colocou o copo sobre uma mesa próxima,
braços fortes envolveram seus ombros por trás. Rindo quando os lábios dele tocaram sua bochecha
repetidamente, ela segurou os braços de Santino.
"Muito obrigada por tudo o que você faz."
"Humm", ele não disse nada, simplesmente enterrou o rosto na curva de seu pescoço. Santino
confessara uma vez que o peito dele se contraia toda vez que ela estava perto, metade assustado
e a outra metade extática. Assustado porque não queria ficar nunca longe dela, mas também
aterrorizado com a quantidade de controle que ela tinha sobre seus sentimentos. Seu humor, sua
felicidade. "Eu devo muito a você." As mãos dele deslizaram sobre seu ventre possessivamente.

"Nossas bebês estão ficando gordinhas aí dentro."

"Espero que sim. Trinta e quatro semanas." Sarah estremeceu e esfregou a barriga quando
afiadas pontadas de dor disparavam contra si.

"O que aconteceu?" Ele se afastou preocupado.


"Nada, na verdade. Tive essas dores nos últimos dois dias. É completamente normal. Eu
pesquisei no Google."
Ele balançou a cabeça. "Não substitua um diploma de médico pelo Google, Sarah. Devíamos

consultar sua obstetra a respeito disso."


"Estou bem, de verdade." Ela ficou de pé. "Só preciso me deitar. Estou exausta."
Levantando-se, agarrou a jaqueta de Santino quando seus joelhos se dobraram, sua visão
ficou preta, e ela se esforçou para enxergar. Sua pele ficou dormente, seus dedos do pé
formigando conforme perdia o equilíbrio.
"Uou."
Santino a segurou com firmeza. Sarah olhou para Santino, e a expressão de medo no rosto
dele foi a última coisa que viu antes de sua visão ficasse completamente negra.
Capítulo Vinte e Sete

Santino não sabia como estava de pé ou respirando. Tudo era uma luta. Cada momento
fazia seu corpo se convulsionar de pânico enquanto ele estava sentado na fila de assentos de

metal resistente e os funcionários do hospital corriam para realizar as próprias tarefas. Totalmente
desligado do que acontecido ao seu redor, ele olhou para o relógio novamente. A mesma coisa
que vira há dez minutos. O tempo passava devagar, e seu cérebro funcionava ainda mais
devagar.

Ficando de pé, caminhou ao redor do cômodo, tentando enviar algum sangue para suas
extremidades. Seus olhos estavam colados à porta, para onde tinham levado Sarah há meia hora.
Seus olhos encontraram uma médica, e o olhar no rosto dela evidenciou que ela o estava
procurando. Ele meio que correu para ela, e ela sorriu brevemente, pedindo que ele se sentasse.
"A Srta. Montgomery está melhor."
"O que aconteceu?"
"Ela ainda está sedada, mas não está em perigo no momento."
No momento. "Ok." Ele podia sentir que havia mais.
A médica respirou fundo, uma jovem loira de olhos azuis brilhantes que tentava ser simpática.

Ele não queria que ela fosse simpática. Ele queria ficar perto de Sarah e seus bebês.
"Os bebês têm pulmões subdesenvolvidos, muito subdesenvolvidos para trinta e quatro
semanas de gestação."
"Senhor." Ele passou as mãos pelos cabelos.
"E um deles tem uma condição cardíaca que terá de ser abordada após o nascimento. Pode
precisar de cirurgia corretiva, e..."
"Posso ver a Sarah?" Ele não conseguia mais escutar sem desmoronar em mil pedaços.
A médica suspirou. "Sim."
Santino empurrou a porta para o quarto onde Sarah estava deitada, parecendo tão

pequena e... Pouco familiar. Tubos corriam pelos braços dela, uma máscara pousada no rosto. Ela

estava respirando profundamente, o barrigão levantando e abaixando. A emoção o fez engasgar.


Ele ofegou, sua visão turva pela umidade queimando as costas de suas pálpebras. Ele caminhou

para mais perto, deslizando a palma da mão sobre a dela.


Milhões de medos percorreram por sua mente. Ele não queria desviar o olhar do rosto dela.
Ela está fora de perigo no momento. O que quer que isso significasse, despedaçava seu coração em
minúsculos pedaços, ficando cada vez mais doloroso a cada momento. Pressionando um beijo nos

nós dos dedos de Sarah, empurrou uma cadeira para mais perto da cama e segurou com força a
mão dela enquanto fechava os olhos.
Santino olhou para cima quando ela se moveu e deslizou uma das mãos sobre a barriga.
"Meu amor?"
O pequeno gemido que saiu dos lábios dela fez sua mandíbula apertar. A enfermeira tirou a
máscara do rosto dela enquanto Sarah parecia ter dificuldade para abrir os olhos.
"O que aconteceu?", a voz dela estava rouca.
"Você está bem. Os bebês estão bem", ele mentiu parcialmente. "Você desmaiou. Só isso."
Sarah se virou em sua direção e ele ficou de pé, tirando os cabelos da testa dela com uma

das mãos.
Sarah tentou manter os olhos abertos, mas o sono a arrastou para o fundo do poço
novamente.
***
APÓS UMA SEMANA no hospital, Sarah estava entediada e exausta. "Nada se compara à
sua própria cama e ao seu próprio travesseiro", queixou-se a Santino, que estava massageando
seus pés.
"Vou trazer seu travesseiro de casa."
"Mas a cama fica lá, suponho?"
Ele sorriu. "Apenas mais uns dias. Então te levarei para casa, prometo. É para o seu bem,

você sabe disso."

"Eu sei", ela gemeu.


"E os bebês precisam de atenção constante por mais alguns dias, pelo menos."

Sarah suspirou, esfregando a barriga. "Santino", ela disse tão suavemente que ele quase
não escutou. "Estou tão preocupada."
Santino parou de massagear os pés dela e a olhou. "Eu sei. Mas também sei que tudo será
perfeito."

"Você não pode controlar isso, Santino.”


Ele fechou os olhos por um momento. "Gostaria que fosse possível. Sabe que eu consertaria
se pudesse, certo?"
Sarah sentiu o nó de lágrimas ameaçando entrar em erupção novamente, aquelas que a
torturavam constantemente desde que ela recebeu a notícia. "Esta manhã, o médico disse que as
gêmeas poderiam ser hospitalizadas por algumas semanas depois que nascerem."
"Mas isso é normal. Até os prematuros ficam hospitalizados."
"Mas uma delas precisa passar por cirurgia. Imagine o quanto ela será pequena."
Santino foi até o lado de Sarah e arrastou a mão até seu ombro. "Não pense nessas coisas.

Independentemente do que acontecer, estarei aqui para apoiá-la. Estaremos juntos."


"E se elas não sobreviverem?"
Ele a puxou para trás e agarrou-lhe o rosto. "Pare de pensar assim. Por favor. Elas ficarão
bem, e se, Deus nos livre, algo acontecer, você e eu vamos sobreviver e ficaremos juntos."
Sarah empurrou o rosto contra o peito dele e chorou. O medo não a deixou, mas as lágrimas
a exauriram até cair no sono nos braços de Santino.
***
Dois dias depois, Santino correu em direção ao quarto de Sarah e abriu a porta num
estrondo. "Tenho boas notícias, Sarah. Os bebês estão bem. Você não vai entrar em trabalho de
parto ainda, e a médica disse que você pode ir para casa."

"Sério?"

Ele riu e se aproximou, apertando seu rosto entre as mãos. Os lábios dele cobriram suas
lágrimas, e toda a felicidade e amor de Santino estavam naquele beijo. Ela se agarrou à cintura

dele, apertando a camisa entre seus dedos enquanto o deixava beijá-la.


"Vou te levar para casa. Você precisa ficar de repouso na maior parte do tempo. Mas vou
ficar em casa para tomar conta de você. Vou lá fora assinar a papelada. Já volto."
"Volte logo." Sarah ficou deitada na cama, sozinha por um momento, e esfregou a barriga.

"Vocês vão ficar bem. O papai conserta tudo."


Uma batida suave na porta fez Sarah olhar para o lado.
"Entre", Sarah disse interrogativamente.
A porta se abriu e uma morena alta entrou, vestida com um vestido de verão verde e uma
jaqueta jeans.
Ela sorriu, mas não pareceu um sorriso sincero enquanto ela falava. "Olá, Sarah. Estava
querendo te conhecer já faz um tempo."
Sarah sentou-se o mais reto possível com sua enorme barriga e sorriu para a estranha, que
estava tão grávida como ela estava. "Desculpe. Não estou lembrando de você."

A morena entrou e revirou os dedos, como se estivesse extremamente nervosa com alguma
coisa. "Meu nome é Elizabeth. E nós nunca nos conhecemos antes, mas eu te conheço muito bem."
A ansiedade percorreu pela coluna de Sarah. A porta do quarto do hospital estava
fechada, e ela tinha certeza de que Santino não voltaria tão cedo. A burocracia do hospital
demorava muito. Ela não teve escolha a não ser deixar a mulher falar.
"Hum. Prazer em conhecê-la, Elizabeth. Do que se trata isso?" Ela riu para aliviar o humor.
"Tenho certeza de que você pode me dar alguns conselhos de gravidez, também."
Elizabeth sorriu, mas mais uma vez a frieza, o vazio, reinaram supremos nos olhos dela.
"Para quando é seu parto?" Sarah perguntou como uma forma de manter a conversa fluindo.
Era realmente constrangedor. Ela só queria que a mulher falasse logo. Tudo a respeito dela, da

postura ao olhar no rosto, estava deixando Sarah nervosa.

"A data era há duas semanas, então estou pronta para o bebê nascer agora mesmo." Ela
pausou. "Sarah, não há maneira melhor de falar o que eu tenho a dizer... Então vou ser direta." Ela

falou rapidamente, como se não pudesse esperar para tirar o peso daquilo de cima de si.
"Ok."
Elizabeth suspirou. "Isso é difícil. Mas... Você não foi a única a quem Santino engravidou."
O olhar de Sarah recaiu sobre a barriga da menina, então de volta ao rosto. Agora que

percebera que Elizabeth não devia ter mais de vinte anos.


O coração de Sarah se transformou em uma massa gelada. "Como assim?"
Elizabeth apertou a barriga. "Estou grávida de Santino também, Sarah. E devo dar à luz a
qualquer momento agora."
O mundo de Sarah girou, as mãos apertadas no colchão. Ela olhou atordoada para a
mulher.
"Sai do meu quarto", disse Sarah num sussurro controlado. Raiva, traição e fúria
atravessaram por seu corpo... junto com a dúvida. Não. Não. Santino não faria isso. Não podia.
Santino abriu a porta com um sorriso no rosto e fez uma pausa, seu sorriso meio congelado,

enquanto olhava para o rosto da menina de pé no quarto de Sarah.


Sarah olhou para ele. "Tire-a do meu quarto."
Ela pensou que tivesse falado em uma voz forte, mas estava se iludindo. Porque seu grito
saiu como um sussurro suplicante. Estava se sentindo fraca, seu corpo estava entorpecido, e seu
cérebro em choque.
Ele ficou ao seu lado em um instante, olhando para a outra mulher com evidente confusão. E
então a expressão confusa no rosto dele desapareceu quando ele a reconheceu. "O que
aconteceu?"
"Santino, estou grávida de você também", Elizabeth disse.
Sarah observou o rosto de Santino perder a cor, e nesse momento, ela reconheceu o medo e

a dor nos olhos dele. A mulher não estava mentindo.


Capítulo Vinte e Oito

Sarah encarava o lado de fora da janela do carro em silêncio no caminho para casa.
Santino olhava para a estrada à frente. Ele estava simplesmente feliz por Sarah ter

concordado em voltar para casa com ele depois que Elizabeth foi embora. Enojado, ele também
percebeu que aquilo não era uma vitória. Sarah não tinha para onde ir.
Não tinha uma família, e o apartamento tinha sido vendido. E com a gravidez de alto risco,
não tinha outra escolha. Ele odiava o fato de ela estar desamparada. Odiava não poder fazer

nada para aliviar-lhe o sofrimento, porque ele mesmo estava lutando com seus próprios demônios.
Ele não queria que ela ficasse indefesa e sem opções, mas essa era a óbvia verdade do motivo
pelo qual Sarah ainda estava ao seu lado e indo para sua casa.
"Podemos conversar sobre isso?", ele tentou perguntar.
Sarah não moveu os olhos das placas se movendo pela janela.
Quando ela não falou, Santino não pressionou.
Quando chegaram em casa, Sarah foi para o quarto e fechou a porta atrás de si. Ele não
queria sobrecarregá-la, principalmente quando não sabia o que fazer. Ele estava tão chocado
quanto ela. A única diferença era que ele era o errado da história. Ele cometera um erro terrível e

horrível.
Lentamente, ele entrou no quarto ao lado do que eles compartilhavam e sentou-se na beira
da cama. Seu telefone tocou, e quando ele o atendeu, sua mente tensa estava chocada em
imobilidade pela notícia que ele recebeu.
Duas horas depois, a governanta bateu na porta.
Surpreso, Santino olhou para cima. Ele estivera sentado na mesma posição por horas. "Sim?"
"O almoço está pronto."
Santino podia dizer pelo tom gentil da governanta que ela havia adivinhado que algo
estava errado. "Obrigado, Sra. Craddock. Você pode tirar o resto do dia de folga."

Santino apanhou a bandeja de comida que a governanta preparara antes de sair e bateu

na porta do quarto de Sarah. Quando ela não atendeu, ele entrou. Ela estava deitada de lado na
cama, usando um short cinza e uma camisa grande.

"Sarah?"
Ela se moveu ligeiramente, mas não se virou. "Sim?"
"Você precisa comer."
Ela não recusou. Aparentemente, acreditava que, independentemente de qualquer coisa, os

bebês vinham em primeiro lugar.


Ele lhe entregou o prato de frango picado e Sarah beliscou a comida.
Logo, deixou o prato de lado.
Santino ficou de pé. "Estive pensando sobre o assunto."
Sarah respirou fundo, a expressão no rosto dela deixando claro que ela não estava
preparada para lidar com isso, e talvez nunca estivesse.
"Eu não a traí, Sarah. Juro por Deus."
Sarah suspirou. "Sei disso. Ela está com bem mais tempo do que eu. O que significa que você
a conheceu antes de mim."

Santino sentiu como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. "Graças a Deus!"
Sarah sorriu dolorosamente. "Isso não muda o fato de Elizabeth estar grávida de um bebê
seu, e claro, se você soubesse que ela estava grávida, teria escolhido ela."
A irracionalidade daquela declaração o fez congelar. "Nunca", ele sibilou. Tomando as mãos
dela nas suas, ele se encolheu quando ela exerceu pressão para libertá-las. "Me escute", ele puxou
os pulsos dela, forçando-a a olhá-lo nos olhos. "Eu nunca escolheria outra pessoa além de você.
Não a escolhi porque você estava grávida. Escolhi você porque... É você."
"Você pode dizer isso. Mas é difícil de..."
Acreditar. Ele suspirou, balançando a cabeça. "Eu sei. Eu estraguei tudo completamente. Mas
vou corrigir isso."

Sarah cerrou os dentes. "Pare de dizer isso. Não tem como consertar isso. Isso vai

permanecer com a gente. Comigo. Com você. Porque esse bebê vai nascer a qualquer momento
agora, e você vai vê-lo, e vai amá-lo antes de amar as nossas filhas. Ela explodiu em lágrimas.

"Nada mais é meu."


"Não fala isso." Ele passou as mãos pelo cabelo, impotente, desejando que ela parasse de
chorar. Mas ele sabia que tinha destruído completamente a fé dela nele. "Por favor, me ajude,
Sarah. Me ajude a consertar isso."

"Não sei como, Santino."


Santino a olhou, perdido e confuso. "Fique comigo. Não sei como ainda, mas vou consertar as
coisas."
"Você pode tentar", ela disse, caminhando em direção ao banheiro.
Santino ficou de pé. "Vou voltar para o hospital, Sarah.”
Sarah girou nos calcanhares, a sobrancelha franzida. "Por quê?"
"O médico de Elizabeth ligou. Ela acabou de dar à luz."
O rosto de Sarah se contorceu em angústia, e ela baixou o olhar para o chão.
Ele agarrou os braços dela e a sacudiu ligeiramente. "Vou pedir um teste de paternidade."

Sarah engasgou um soluço, soltando-se. "Apenas me deixe sozinha."


***
TRÊS DIAS DEPOIS, Sarah acordou numa cama sozinha. Ela olhou para o lado da cama onde
ninguém havia dormido mais uma vez, sem sentir saudades dele pela primeira vez desde que eles
se conheceram. Não podia suportar o que estava acontecendo com o bebê de Elizabeth, e
tampouco podia ignorar completamente aquela verdade evidente.
Ele não negara que aquele podia ser seu bebê e, francamente, o fato de Elizabeth ter
concordado tão prontamente em deixá-lo fazer o teste de paternidade não a deixava otimista
com o resultado.
Então Sarah tinha duas opções: ou esquecer tudo, porque tecnicamente, ele não a tinha

traído e lhe tinha dado uma quantidade incrível de apoio e amor, e ele queria casar com ela. Ou

ela podia simplesmente se esquecer dele.


Ela encarou a aliança em seu dedo. Como poderia continuar com isso? Esse relacionamento

estava condenado desde o início. Uma parte dela sabia que a dedução era principalmente devido
aos hormônios da gravidez brincando com sua cabeça, mas ela havia se estressado ao máximo
com tudo.
Ela só queria se livrar de tudo aquilo. Queria escapar.

Por enquanto, Santino ter lhe dado todo o espaço que ela queria foi útil. Quanto menos ela
via o rosto dele ou ouvia a voz, menos ela sentia falta do relacionamento que tinha tido com ele.
Também era óbvio que não importava o quanto ela tentasse, nunca mais seria o mesmo.
Ela entrou na sala de estar, e ele ergueu os olhos do celular.
"Oi", ela disse sem encontrar os olhos dele.
"Oi, Sarah. Como está se sentindo?"
"Maravilhosa", ela disse enfaticamente.
Santino esfregou os olhos, e quando olhou para cima de novo, Sarah estava olhando de
olhos arregalados para a tela da TV.

"Aumente o volume!" Ela disse urgentemente.


Santino fez o que ela pediu, olhando tardiamente para a tela, que era dominada por uma
foto dele e Sarah, enquanto uma âncora de televisão falava sobre a vida privada deles.
"...foi anunciado o noivado de Santino Orlando com Sarah Montgomery duas semanas atrás, e
hoje nós temos as últimas novidades. Sarah, segundo notícias, foi hospitalizada, e a razão atribuída a
isso é pelo fato da ex-namorada de Santino Orlando – agora que fica interessante – Elizabeth Smith,
ter dado à luz a um menininho, que ela diz ser filho de Santino Orlando."
"Essa estúpida..." Ele caminhou em direção à Sarah e a puxou para encará-lo. "Olhe para
mim. Escute! Ela não significa nada para mim. Não significou nada. Você é tudo o que eu quero. Ela
não significa nada para mim!"

Os lábios de Sarah curvaram-se em um sorriso sarcástico, lágrimas queimando-lhe os olhos.

"Isso importa? Ela não precisa significar nada para ser a mãe do seu filho."
"Não diga isso. Não deixe que isso acabe com a gente!"

Ela conseguiu se soltar dele. "Eu nem te conheço mais, Santino. Por que você teve que dormir
com ela?", ela chorava lamentosamente, odiando a si mesma, odiando o quão fraca era, odiando-
se por amar o rosto dele, o toque e a voz. Ela queria enterrar seu rosto contra o peito dele e lhe
implorar para consertar seu coração. Era uma súplica irracional, pois tinha sido ele quem tinha

quebrado seu coração em pedaços.


Ele envolveu os braços ao redor dela, forçando-a a ficar parada. "Desculpe. Me perdoe. Eu
nunca quis magoá-la. Eu te amo, Sarah. Eu amo você, meu amor."
"Isso vai nos acompanhar pela vida toda", ela falou numa voz abafada contra o peito dele.
"Não. Não vou deixar. Você é minha vida. Você é tudo para mim. Eu queria poder dizer que
ela está mentindo para fazer isso tudo passar. Mas me ajude a lidar com isso, querida. Me ajuda,
por favor."
Sarah cerrou os olhos, seus soluços pararam instantaneamente. Ela apertou a camisa dele em
suas palmas, agarrando-se a ele, respirando profundamente.

"Me ajude, por favor," ele implorou novamente, a voz falhando levemente.
Sarah deslizou seus braços ao redor da cintura dele e agarrou-se a ele, e a batalha se
desfez em sua mente. Ela ainda estava magoada, ainda estava ferida, mas ela tinha percebido a
quantidade de estresse que estava sobre ele. Desde o primeiro dia que eles se conheceram, ele
fizera de tudo para deixá-la feliz, e ela mesma não tinha feito nada.
O que ela lhe dera? Ela apenas tinha tirado. Ela era a única a se beneficiar com aquele
relacionamento. Era ela a garota cheia de defeitos e danificada com o passado doloroso, e ele a
havia aceitado, consertado e a ajudado a ser muito mais do que ela imaginava poder ser. E ela
não tinha lhe dado nada.
"Não quero que me perdoe", ele disse em seu ouvido. "Tudo o que eu quero é que fique ao

meu lado e me ajude a lidar com isso. Só quero uma família com você. Nada mais. Apenas fique

comigo. Farei de tudo para fazê-la feliz."


Capítulo Vinte e Nove

As coisas pareciam melhores depois daquele dia, mas apenas de certas maneiras. Eles
podiam conversar sem que Sarah explodisse, para começar. No entanto, Sarah ainda evitava

conversar com ele. Ela estava enxugando os cabelos com a toalha quando o ouviu falar com raiva
ao telefone. Quando o confrontou sobre o assunto, passou os dedos pelo cabelo.
"O laboratório quer que eu vá tirar outra amostra de DNA. A última estava contaminada."
Sarah assentiu, seu interior gritando. Só ela sabia quanto tempo aqueles cinco dias de

espera pelo resultado tinham sido, e agora começaria tudo de novo.


Ficou deitada na cama durante o resto do dia, solitária, emocional e prestes a desistir.
Tudo tinha sido bom demais para ser verdade. A felicidade em sua vida, os bebês, estar
noiva, estar apaixonada; estava tudo acabado. Ela não sabia como os bebês ficariam depois de
nascerem. Os médicos ainda a mantinham em constante controle. Ela definitivamente não estava
pensando em se casar. E sobre estar apaixonada... Bem, ela ainda estava apaixonada, loucamente,
mas não sabia como isso funcionava sob as atuais circunstâncias.
Estava tentando ser normal, agir normalmente, mas sua saúde estava cedendo. Não tinha
mais energia, não conseguia trabalhar, e sabia que era mais devido ao estresse pelo qual estava

passando do que pela própria gravidez.


Sua soneca foi interrompida quando Santino a sacudiu suavemente.
"Ei, você está bem, querida?"
"O que aconteceu?"
Ele se sentou próximo ao seu quadril. "Você estava gemendo. Ele pressionou a mão em sua
testa. "Você está um pouco febril."
"Me sinto bem", ela mentiu.
"O que você comeu?"
Sarah evitou o olhar dele. Ele podia ter traído seu amor, mas os bebês não fizeram nada

para machucá-la.

Ele saiu do quarto e, quando voltou, dois minutos depois, entregou-lhe uma tigela de salada
de frutas.

"Termine isso em dois segundos. Estou cansado disso", ele soltou.


Sarah ficou boquiaberta, encontrando os olhos dele pela primeira vez em cinco dias,
enquanto o gênio familiar dele preenchia o cômodo.
"Eu entendo que você esteja com raiva de mim, mas eu estou tão surpreso com esta virada

de eventos quanto você. E se pensar a respeito, Sarah, não comer e matar nossos bebês de fome,
que, caso você tenha esquecido, ainda não estão cem por cento bem, é inacreditável. Estou
sofrendo também. Também estou morrendo de medo, mas ao menos estou cumprindo com minhas
responsabilidades. Porque eu amo você. Você parece ter esquecido não apenas de mim, que você
supostamente ama, mas também nossos bebês."
Sarah engoliu em seco ante a súbita e estranguladora secura em sua garganta. "Não estava
me sentindo bem. Então fechei os olhos. E só acordei agora. Não estava sem comer de propósito",
ela disse lentamente.
Santino fechou os olhos suspirou. "Desculpe."

Sarah olhou o rosto dele com suspeita. Parecia que ele não dormia há dias. Ele tinha sombras
escuras sob os olhos, e tinha perdido peso. Como ela não percebera isso? As finas linhas em torno
dos olhos dele não estavam lá antes, e as mudanças nele machucavam seu coração.
Quando ele estava na porta, ela falou, incapaz de se conter. "Eu amo você, Santino." Sua
voz falhou. "Sabe disso, certo?"
Ele suspirou. "Eu sei. Também amo você."
Ela assentiu com a cabeça, e as lágrimas escorreram pelo seu rosto quando ele saiu do
quarto.
Capítulo Trinta

"Isso é desnecessário", Sarah grunhiu pela décima segunda vez enquanto a enfermeira
administrava uma injeção.

"Não é, não." Santino falou do pé da cama, com os braços cruzados sobre o peito. "E eu
apreciaria se você parasse de choramingar a respeito disso."
Santino estava certo. Ela estava com febre, e o médico tinha acabado de deixar sua
cabeceira, só para ser substituído por uma enfermeira. "É só uma febre, Santino. Não vai me

matar... Infelizmente", ela sussurrou.


Santino rangeu os dentes. Ele a tinha ouvido, e sabia que ela estava deprimida.
Não ajudava o fato dela precisar passar o dia todo na cama descansando, mas era isso que
ela precisava fazer. Ele não ia trabalhar há dias, a menos que ela contasse os minutos que ele saía
para verificar assuntos urgentes que estavam se acumulando. Ele não suportava deixá-la sozinha.
Estava morrendo de preocupação.
"Você poderia nos dar licença por um momento?", pediu ele à enfermeira, uma mulher
gordinha por volta de quarenta anos. Quando ela saiu, Santino se sentou ao lado de Sarah. "Não
vou deixar nada matá-la, felizmente."

Sarah desviou o olhar. "Só quero que isso acabe."


"Quer que o que acabe?"
"Tudo." Ela suspirou. "Tudo. Só quero parar de me sentir assim."
Ele se inclinou para frente e beijou sua testa. "Pense nos nossos bebês, e eu juro que vou
consertar tudo."
O lábio inferior de Sarah tremeu, e ela os pressionou juntos para impedi-lo de ver como ela
estava emocionalmente despedaçada. As mãos dele deslizaram por seus braços, substituindo a
tensão nervosa por desejo, e ela lutou para se segurar. O conforto do toque dele era viciante, e
ela sentiu falta dele.

Ele pressionou um beijo em sua têmpora. "Eu não quero que você sinta como se não houvesse

nenhum lugar para você ir e que está comigo porque está desamparada. Você não está. Tudo o
que eu sou é seu, e nada nem ninguém pode mudar isso."

Mesmo eles não tendo se falado muito depois disso, Sarah sentiu-se leve e relaxada. Santino
se sentou na cadeira do canto do quarto enquanto a enfermeira cuidava de Sarah, e quando ela
saiu às quatro da tarde, pediu a Sarah que se sentasse na sala de estar.
Sarah resistiu, mas ele não estava disposto a tolerar sua teimosia irracional. E, claro, ele era

muito forte, então ele simplesmente a levou para fora, colocando-a no sofá. Ela estava sentada
assistindo TV enquanto ele trabalhava no laptop bem ao lado dela, a coxa dele tocando o lado de
sua perna. Ela se deleitou com o toque, desejou mais, por alguns momentos felizes, esquecendo tudo
sobre aquela outra mulher que estava naquele instante com o filho de Santino. Mas Santino não
parecia se importar muito com ela. Sarah tinha presumido que ele seria tão louco por esse bebê
como ele era com os seus, que ainda nem tinham nascido. Mas claramente tinha se enganado.
Ela não sabia como se sentia por ele ignorar completamente aquela criança. Era impossível
que alguém como ele – tão carinhoso e tão cheio de amor – ignorasse completamente que um filho
dele existisse. Isso a incomodava. Ela estava relutante em admitir, mas mesmo ela se suavizaria em

direção a algo que era tecnicamente a carne e o sangue de Santino. Infelizmente, ela estava sendo
alimentada por hormônios emocionais que a transformavam em uma idiota chorona. Então, não
podia realmente comentar muito sobre sua situação.
Sarah tinha discretamente e sutilmente se inclinado mais para perto dele quando uma batida
na porta da frente fez Santino ir embora.
Sarah suspirou, ouvi-o falar com o motorista antes de voltar a olhar para ela. "Sarah?"
"Sim?"
"Parece que seus pais estão aqui para vê-la."
Sarah se lançou para a frente no sofá. "Como é?"
Santino fechou a porta e caminhou em sua direção. "Jake estava perguntando se devia

deixá-los entrar, já que chegaram sem avisar."

Sarah fez uma careta. "Eu não os vejo... Não os vejo há sete anos."
"Gostaria de ver?" Ele a observou de perto.

"Não!" Sarah disse sem pensar a respeito. Ela não queria mesmo encontrar com eles.
Ele suspirou. "Quer que eu os mande embora? Vai parecer bastante rude."
Sarah respirou fundo e olhou com olhos arregalados para Santino.
Santino balançou a cabeça. "Estou bem aqui. Tudo vai ficar bem. Eles só querem ver você, só

isso."
Então, alguns minutos depois, Sarah se viu sentada diante do casal que a adotara quando
ela era muito pequena.
"Eu fiquei tão feliz em saber que você estava grávida. Então, disse ao Huber: vamos ser
avós!" Marianne, a mãe adotiva de Sarah, disse alegremente. "Huber está realmente animado. Fale
para ele, Huber", cutucou o homem gordo nas costelas.
"Sim, sim." Huber se mexeu, preso em um terno que era muito pequeno e usando uma barba
que foi aparada de forma casual.
Sarah franziu a testa. Ela se afundou mais fundo no sofá e se sentiu melhor quando Santino

apertou sua mão e segurou-a sobre o colo.


"Então, esta é a sua casa agora." Marianne olhou ao redor, rindo. "É gloriosa. Não assine um
contrato pré-nupcial, já vou dizendo."
"O quê?”, Sarah gritou, um pouco nervosa.
"Só estou brincando, querida. Não leve sua mãe tão a sério."
Sarah olhou para Santino, lamentando ter concordado com isso. Podia dizer pela expressão
no seu rosto que ele agora entendia por que Sarah evitava vê-los.
"Você viajou todo o caminho de Delaware até aqui para nos ver. Obrigada, mas estávamos
prestes a sair", Sarah mentiu, hesitante.
"Ah, não vamos ficar por muito tempo. Nós só queríamos ver por nós mesmos como você

estava. A mídia relata tudo, mas nem sempre há muita verdade no que eles falam. Então eu pensei,

Sarah, nossa Sarah, nossa querida pequena Sarah, noiva de um bilionário! Temos que ver isso com
nossos próprios olhos."

Sarah não se sentia envergonhada. Há muito tempo ela tinha lavado as mãos para esta
família. Ela nem os conhecia. Ela mal conversara com eles, mesmo enquanto estava crescendo.
Santino apertou sua mão, e Sarah inclinou-se para a frente no sofá. Já tinha ouvido o
suficiente. "Por que vieram? Nós realmente precisamos sair."

Huber se levantou da cadeira, mas quando Marianne olhou para ele, sentou-se novamente.
Marianne sorriu o sorriso torto e frio que Sarah tinha visto durante anos enquanto crescia.
"Seu pai está investindo em um novo negócio, e ele disse, 'Nossa Sara tem tudo agora. É bem-
sucedida. Ela podia nos dar alguns milhões.'"
Sarah deu uma risada e saiu do sofá, surpreendendo-se com sua agilidade. "Ok, nós temos
que ir."
"Sarah!" Marianne a repreendeu como se fosse sua mãe, ou qualquer coisa em sua vida.
"Não seja rude com sua mãe. Cinco milhões de dólares é tudo o que precisamos. Tenho certeza de
que seu marido vai querer ajudar os membros da família."

"Ele é meu noivo", Sarah olhou para Santino, exasperada, pronta para explodir de fúria. Ela
sabia que ele estava quieto porque não queria se intrometer em suas batalhas. Encontrou-o
sentado e sem expressão, apenas observando a mulher como se ela tivesse chifres.
Ele lentamente se levantou, deslizando a mão protetoramente ao longo das costas de Sarah
enquanto encarava o casal.
"Nós vamos lhes mostrar a saída", ele disse, simplesmente.
A autoridade e o domínio na voz dele fez Marianne e Huber congelarem. O mesmo tom que
ela escutara quando o conhecera. Sem dizer mais nada, caminharam em direção à porta, à frente
de Sarah e Santino.
Santino fechou a porta atrás deles, deixando instruções para que eles nunca mais passassem

pelos portões da propriedade sem aprovação prévia, depois virou-se para Sarah. "Então, tudo

correu bem."
Sarah, em uma das situações mais humilhantes e mortificantes de sua vida, começou a rir.

Santino riu, então os olhos dele se enrugaram e ele riu mais forte quando Sarah se jogou no
peito dele.
"É ridículo", ela disse, balbuciando entre suas risadas.
"Eles foram muito legais."

Sarah riu mais forte, batendo no ombro dele. "Para com isso!" Ela apertou seu ventre inchado
e caminhou até o sofá. Sentada, ela deitou a cabeça para trás e riu um pouco mais. "Ai, meu
Deus."
Santino rapidamente fechou a distância entre eles, sentando-se ao lado dela e deslizando
um braço em torno de seus ombros.
Sarah deixou que ele a puxasse para o peito dele e fechou os olhos, deslizando uma das
mãos territorialmente sobre o local. O silêncio era terrivelmente maravilhoso, e tudo o que ouvia
era o batimento cardíaco elevado de Santino. Ela agarrou o ombro dele e se permitiu desfrutar da
proximidade do corpo de seu amado. Esfregou sua bochecha no centro do peito dele, e os

nostálgicos movimentos de necessidade cresceram através de seus membros, viajando até o centro
do seu umbigo. Sua garganta ficou seca com a luxúria.
"Senti sua falta."
Sarah ouviu as palavras que ele sussurrou, e seus olhos apertaram ainda mais enquanto ela
mordia o lábio para lutar contra seus desejos. "Também senti sua falta."
"Não pense nunca que qualquer coisa, ou qualquer um, é mais importante para mim do que
você."
Sarah assentiu com a cabeça e se aconchegou mais perto, mas o instinto estava lhe
dominando espontaneamente. Ela levantou a boca, e ele a pegou instantaneamente, como se
estivesse esperando que ela respondesse à proximidade entre deles. A boca de Sarah estava

ansiosa, pressionando para cima, e a boca de Santino correspondia à sua urgência, os lábios

deslizando sobre os seus, mordiscando. A língua dele se alimentando suavemente de sua boca, ele
gemeu quando ela se derreteu no abraço.

Segurando a camisa dele em uma das mãos, ela se endireitou e deslizou a mão livre através
do cabelo grosso na nuca de Santino. Tentou veementemente não pensar na bela morena que ele
tinha engravidado. Mas os flashes de memória atravessaram a barreira que ela havia montado
repetidamente. Ao mesmo tempo, as mãos dele deslizaram sobre sua barriga e abaixaram entre

suas pernas, e instantaneamente Sarah saiu da nuvem de luxúria na qual ela estava presa.
Ela se arrastou para trás, ofegante, ruborizada, excitada, enquanto Santino observava seu
rosto.
O momento de alegria tinha passado. Eles estavam exatamente onde haviam estado desde
que Elizabeth tinha dado a notícia sobre a gravidez. Ele podia vê-la se esforçando e lutando
consigo mesma. Mesmo tentando, ela não conseguia superar.
"Como vou consertar isso?" Ele perguntou triste, passando as mãos pelo cabelo.
Sarah balançou a cabeça, sentindo-se um monstro por não se permitir ser feliz, e não
permitir que ele fosse feliz. Era uma grande maldição ser responsável pela felicidade dele, ser a

única controladora dos sentimentos dele na vida. Ela tinha se deleitado com este poder, mas agora
estava deixando-o cada vez mais triste. E ela o amava demais para vê-lo assim.
Empurrando uma das mãos sobre a coxa dele, ela a segurou. Seu peito se contraiu
ferozmente quando ele apertou a mão dela para mantê-la ali, como se estivesse se segurando a
uma linha de vida.
"Estou bem aqui. Não vou a lugar nenhum", seu amor fez sua voz tremer. "Mas preciso lidar
com isso no meu próprio ritmo. Sinto muito."
"Não sinta!", ele sibilou furiosamente. "Você não deve se desculpar por nada que não seja
culpa sua. Nunca peça desculpas."
Sarah respirou fundo. Era isso, e muito mais, que o tornava tão importante para ela. Ele a

tinha mudado, a tinha deixado confiante, mais segura de si mesma, e ela tinha deixado lentamente

de lado todos os demônios que a tinham assombrado desde sua infância. Ela era tão viciada nele
como ele era nela, e ela estava permitindo que uma mulher desconhecida destruísse tudo.

Sarah sabia o que estava fazendo de errado. Conhecia suas prioridades, e seu amor devia
ser colocado em primeiro lugar. Ela estava tentando. Lutava com sua consciência todos os dias. Mas
era muito difícil não pensar naquela outra mulher que ele havia engravidado, e no outro bebê que
era dele. Ele havia se recusado a ver o bebê, em vez disso, tinha se grudado ao lado de Sarah. A

culpa ultrapassou tudo momentaneamente, mas o ciúme demente irrompeu de novo. Quando se
tratava de Santino, ela era irracionalmente egoísta. Ele era a sobrevivência em sua forma tangível,
e ela sabia que não seria capaz de mudar isso.
"Não posso dividir você com ninguém, Santino. Está... Me quebrando em milhares de pedaços
quando eu tento."
"Você não precisa. Não precisa. Sou todo seu."
Sarah respirou fundo e se forçou a sorrir ao olhar para ele. Enquanto sua consciência a
amaldiçoava por ser tão carente, ela encontrou os olhos dele. "Não vamos nos preocupar com isso
agora."

Santino assentiu e observou enquanto ela lentamente se levantava e caminhava para a


cozinha.
Sem realmente pensar, ele ligou a TV, e o volume alto encheu a casa. Automaticamente, sua
mão se estendeu para desligar a TV, mas era tarde demais.
Sarah já tinha visto. Escurara seu nome. A mídia estava discutindo sobre a outra mulher. O
outro filho. E o teste de paternidade que era de conhecimento geral... Graças a Elizabeth Smith. Ele
não podia fazer nada para mudar isso. E o desamparo da mulher claramente não estava fazendo
nada bem à sua imagem.
"O que gostaria de comer?" Sarah perguntou, mas a voz saiu entrecortada e cheia de
emoção.

A expressão em seu rosto, como a expressão no rosto dela, dizia o quanto estavam com

raiva.
Mas ele se levantou. "Vou ajudá-la."

Juntos, eles fizeram um simples jantar de peito de frango com salada, e ele mordiscou
pequenos pedaços enquanto Sarah se esforçava, para o bem dos bebês.
"Eu queria poder mudar tudo isso", ele murmurou.
Sarah encontrou os olhos dele, inclinando-se sobre a mesa para segurar-lhe a mão. Ela

ansiava pela intimidade que tinha evitado mais cedo no sofá. Queria tê-la de volta, mas sabia que
uma vez que começasse, as memórias terríveis de outra mulher com ele retornariam. A imagem
tinha grudado em seu cérebro.
"Ficaremos bem. Só me dê um pouco de tempo."
***
NA MANHÃ SEGUINTE, Santino a acordou com um beijo na testa. "Tenho uma reunião
urgente. Volto no máximo em três horas, prometo."
Sarah assentiu sonolenta.
"Vê se come alguma coisa", ele gritou da porta. "A Sra. Craddock está aqui e vai ficar de

olho em você."
"Não preciso de babá", ela murmurou.
"Eu sei. Mas vou trabalhar melhor sabendo que não está sozinha.”
Santino se apressava para o escritório e chegava ao elevador quando viu uma voz familiar
chegar perto dele.
"Olá, Sr. Orlando."
Santino franziu a testa e olhou para Marianne, a mãe adotiva de Sarah, que estava
radiante com um terno amarelo pálido que parecia ridículo. "Olá." Ele realmente não estava com
vontade de conversar com essa mulher novamente.
"Se você tiver cinco minutos, eu precisava discutir algo com você."

"Estou meio apressado."

"Só cinco minutos. Prometo que não vai demorar."


Santino suspirou e caminhou até um sofá no lobby do escritório.

"Eu queria perguntar sobre o seu investimento no novo negócio do Huber."


Santino franziu a testa e fez uma careta. "Como é?"
"Você sabe, cinco milhões de dólares não é grande coisa para você investir em nosso
negócio. Vamos lhe dar uma parte do lucro, e... "

Santino arrastou o olhar para longe da mulher que tinha feito Sarah infeliz quando criança.
"Com licença, Sra. Montgomery. Eu realmente não tenho tempo para discutir sobre isso." Ele ficou
de pé, com Marianne o seguindo.
"Nós podemos passar na sua casa de noite, então..."
"Sarah e eu temos planos para essa noite. E, por favor, entenda que eu não sanciono tais
investimentos, e realmente não estou interessado em expandir meu próprio conglomerado investindo
no empreendimento do seu marido."
O rosto de Marianne caiu. "Mas somos da família."
Santino ficou sem palavras por um momento, imaginando como um ser humano poderia ser

tão iludido. Era como se ela fosse de outro planeta. "Se Sarah quiser te ajudar, isso é com ela."
Marianne riu amigavelmente. "Mas Sarah não tem nada no nome dela. Ela é apenas alguém
que ajuda nos bastidores quando algumas pessoas fazem anúncios."
O sangue de Santino ferveu, e a raiva estava em seu tom cortante quando falou. "Sarah
Montgomery é a chefe do departamento criativo em sua agência de publicidade. Ela é uma
diretora que faz um trabalho incrível e até já trabalhou como modelo em um anúncio para a minha
empresa. Além disso, ela é minha noiva, e tudo o que eu tenho, ela tem direito. Tudo. Então, se sua
filha..." Ele disse com desdém, como se isso não significasse nada. "...concordar em ajudar o Sr.
Montgomery, não terei nenhum problema com isso."
Santino obteve grande satisfação pelo fato da mulher parecer absolutamente lívida e com

ciúmes de quem ela chamava de filha. E ele se alegrou de tê-la colocado no lugar dela. A mulher

era insuportável.
"Eu vou encontrar com a Sarah, então," Marianne disse.

"Sarah está passando o dia num spa e não voltará até de noite. Você pode ligar e marcar
um horário com ela nesse número. Ele prontamente entregou o cartão de visita de Sarah com o
número da secretária, e a mulher pegou. Santino não voltou a olhar para a mulher e tentou
controlar sua repulsa enquanto se dirigia ao elevador.

Antes de entrar na sala de conferências, onde sua diretoria o esperava, puxou o telefone,
ligou para a secretária de Sarah e a instruiu a não falar com ninguém com o nome de Sr. e Sra.
Montgomery.
Capítulo Trinta e Um

Ele voltou para casa dez minutos depois das três horas que tinha combinado que passaria
fora e sorriu quando o rosto de Sarah se iluminou ao vê-lo.

"Olá." Ela olhou para o enorme buquê de rosas vermelhas que ele carregava. "Imagino que
sejam para mim."
Ele se inclinou e beijou-lhe a bochecha duas vezes e entregou as flores. "Eu te amo", ele
sussurrou no ouvido dela.

"Você sabe que também te amo, certo?


Santino engoliu. "Sim."
"Então...", ela inalou profundamente, dominada pela emoção. "Como foi sua reunião?"
"Foi chata e longa. Recebeu alguma visita?"
"Não."
"Ótimo."
Sarah sorriu para ele. "Por quê? Deveria?"
Santino suspirou e pegou a mão dela, arrastando-a para o sofá e fazendo-a se sentar. "A
Sra. Montgomery foi até o meu escritório hoje." Ele não conseguia falar a palavra “mãe”.

O rosto de Sarah ficou lívido. "Ah. Por quê?"


"Queria falar sobre aquele negócio... Investimento que eles querem."
Sarah ficou boquiaberta. "Você está de sacanagem comigo?"
"Não fale assim. Os bebês vão escutar e aprender." Ele tentou brincar. Não funcionou.
"Você está me dizendo que eles realmente estão dispostos a lutar pelo dinheiro?"
"Não diria lutar, mas sim, eles estão bem inflexíveis a quanto fazer parte da família."
Sarah tossiu. "Quem disse?"
"Sério, Sarah." Sua testa franziu quando percebeu que ela estava envergonhada com o que
os pais estavam fazendo. "Querida, você não precisa se envergonhar por nada que eles façam. Eu

não sei sobre eles, mas você e eu somos definitivamente uma família. Você não pode ficar

envergonhada a respeito deles na minha frente."


Sarah respirou fundo. "Eles estão tentando tirar dinheiro de você simplesmente porque é meu

noivo. Isso é tão patético. Muito baixo. Até para eles."


"Está tudo bem, verdade. E eu devo admitir.... Eu disse a eles que não invisto em projetos fora
do meu próprio conglomerado, e que eles poderiam pedir o dinheiro a você."
"Por que você faria isso?"

"Porque eu pensei... Que você pudesse querer dar o dinheiro a eles."


"Mas eu não tenho nenhum dinheiro!" Ela gritou.
Santino balançou a cabeça. "Você disse isso hoje. Nunca mais repita. Nunca. Por favor", ele
acrescentou, para tirar o peso da frase. "Além disso, eu pensei que, visto que eles te criaram, você
poderia querer..."
"Não. Eu não quero lhes dar nada, e para deixar claro, eu praticamente me criei sozinha,
escondida nos cantos da casa." Lágrimas derramaram por seu rosto enquanto ela se lembrava de
tempos terríveis. Santino a puxou mais para perto, mas ela lutou, limpando as lágrimas
furiosamente. "Não posso lidar com eles enquanto estou lidando com todas as outras confusões na

minha vida. Só quero eles longe."


Ela se levantou lentamente do sofá. Mesmo que Santino pudesse perceber que ela queria ser
rápida, o peso extra e barriga gigantesca tornavam as coisas muito limitadas, então ele a ajudou
a ficar de pé.
Ela murmurou um "obrigada" e caminhou até a geladeira para pegar água.
Não seria difícil tirar o casal da vida de Sarah. Tudo o que ele tinha a fazer era dar o
dinheiro a eles, fazê-los assinar um acordo de que nunca mais iriam aparecer na vida de Sarah
novamente, e acabar com esses parasitas. Ele os desprezava, e não era segredo que Sarah se
sentia da mesma forma. Fazê-los desaparecer seria fácil; apenas cinco milhões de sua riqueza. Isso
era algo que ele poderia corrigir.

Mas, olhando para a garota orgulhosa e linda, ele sabia que ela não iria gostar disso. Ela já

estava envergonhada a respeito de como a suposta família estava agindo.


Ele se levantou e colocou as mãos no balcão da cozinha. "O que tem para o almoço?"

"A Sra. Craddock fez caçarola."


Santino assentiu, mas não estava realmente preocupado com a comida. "Sarah, se eu
simplesmente der o maldito dinheiro..."
"Não!" Sarah falou abruptamente, como se já tivesse previsto que ele diria isso.

"Me escute."
"Não, e não para todo o resto que você ainda não disse", ela argumentou obstinadamente.
"Se lhes dermos o dinheiro, eles apenas sairão da sua vida."
"Não", Sarah repetiu com força, encontrando os olhos dele com raiva.
Santino engoliu em seco, esfregando as têmporas. Obviamente, isso significava muito para
ela. Ele tinha a sensação de que esta era uma forma de retribuição pela infância arruinada que
ela tivera. Ela não sentia qualquer tipo de afiliação com os Montgomerys.
"O que você quiser, meu amor. Não vou fazer nada que você não aprove por trás das suas
costas. Temos um acordo."

"Ok." Ela bateu um prato no balcão infantilmente.


Santino respirou fundo e lutou contra um sorriso. "Aliás, você vai mudar seu sobrenome após
nos casarmos?"
Sarah encolheu os ombros. "Com certeza. Essa é a única razão pela qual concordei em me
casar com você... Me livrar do nome Montgomery."
Capítulo Trinta e Dois

No dia seguinte, Santino encontrou o Montgomerys discutindo com seus seguranças no portão
de sua propriedade quando ele estava saindo para o trabalho. Furioso, ele passou e sabia que

Sarah não queria ouvir novamente as vozes deles.


Naquela noite, ele contou a respeito do assunto para ela.
Sarah pareceu pensar por um longo tempo, silenciosamente, e quando ela finalmente falou,
as palavras solenes soaram com convicção. "Consiga uma ordem de restrição."

Santino ficou surpreso com a veemência. "São apenas cinco milhões de dólares, Sarah. Nem
vamos sentir falta."
"Não."
"Ok", ele disse simplesmente, e ligou para o advogado.
Santino tinha presumido que Sarah ficaria ligeiramente chateada com a ordem de restrição
quando fosse escutada, mas ela parecia aliviada. Não apenas isso, ela sugeriu que comemorassem.
Eles pensaram em como fazê-lo, já que o champanhe não era uma opção, a não ser que Santino
quisesse beber sozinho, o que não era o caso. Então Santino teve uma ideia.
Ele a colocou no carro e a levou para escolher o vestido de noiva. Funcionou, e a menina

dentro de Sarah estava radiante enquanto ela entrava em loja após loja, depois sentava no sofá
enquanto as vendedoras corriam ao redor dela.
Sarah estava sorrindo de orelha a orelha quando ele finalmente a levou para casa. "Estou
tentando não pensar em como você está me chantageando emocionalmente."
Ele riu. "Você não está pensando nisso agora, mas espero que você saiba que eu planejo
casar com você assim que tivermos os bebês. Você precisa estar preparado para ter um casamento
com algumas semanas de antecedência."
Sarah o olhou como se estivesse louco. "Eu não posso planejar um casamento em algumas
semanas."

"Vou arrumar o melhor planejador dos Estados Unidos."

Sarah revirou os olhos brincando. "Você é muito exibido."


Santino riu. Mas a felicidade no relacionamento deles tinha tomado o hábito consistente de

ser temporário e inconstante, porque a alegria só durou durante a noite.


***
NA MANHÃ SEGUINTE, Sarah sentou-se no assento da janela que dava para os hectares de
jardins da propriedade. Os jardineiros estavam trabalhando como sempre. Era preciso um exército

para fazer a manutenção. Sarah gostava de vê-los cortando o gramado, retirando ervas
daninhas, cuidando das flores...
Quando ouviu o carro de Santino entrar na garagem, a garganta de Sarah se fechou.
Estava temendo ouvir a notícia, mesmo que ela tivesse presumido que estava preparada para isso.
Ela já tinha vomitado duas vezes desde aquela manhã pensando nisso, preocupando-se com isso.
Santino entrou pela porta, e os olhos de Sarah caíram sobre o envelope na mão dele – o
grande envelope marrom que a destruiria para sempre. Ela fechou os olhos quando a náusea a
atingiu de novo. O estresse certamente ia matá-la antes de dar à luz aos bebês. Ela tinha que
parar de se estressar agora.

Ela pulou quando a mão gentil de Santino descansou em seu ombro. Em pânico, seus olhos se
abriram. Ele estava sentado na mesa de café, segurando seus joelhos.
"Sarah..." ele disse suavemente, a voz estranhamente leve e vertiginosa e cheia de alívio. "Eu
não sou o pai."
Suas orelhas zumbiam, e o aturdimento em que estava presa pareceu sugá-la mais
profundamente em seus recessos escuros. Sarah ficou boquiaberta, ouvindo as palavras, mas sua
mente as rejeitava. Ele tinha admitido ter dormido com Elizabeth. Não havia dúvida em sua mente
de que ele seria o pai do filho de Elizabeth.
"O quê?" Foi tudo o que ela conseguiu dizer.
Santino sorriu, sacudindo a cabeça. "Querida, eu não sou o pai do bebê de Elizabeth. Não a

engravidei."

O coração de Sarah pulou uma batida, e ela respirou duramente para compensar a energia
perdida. Tremendo e ofegante, ela se entregou à satisfação de olhar aquele rosto bonito enquanto

ele lhe entregava os resultados do teste de paternidade. Sarah desmoronou, sufocando com seus
soluços, berrando sem constrangimento enquanto o deixava segurá-la sem quaisquer reservas, sem
qualquer medo ou desconfiança.
Sarah gritava o nome dele em soluços enquanto chorava na curva do pescoço de Santino, e

ele agarrou-a com força.


"Você vai passar mal. Não chore."
"Você é todo meu", ela sussurrou, inundada de amor.
"Para sempre", ele segurou seu rosto e cobriu sua boca soluçando com a dele. E quando os
lábios dele tomaram conta dos seus desta vez, eles foram possessivos novamente, o domínio que
havia sido perdido há muito tempo dominando cada mordida e toque amorosos.
Engoliu os soluços de Sarah, como se estivesse tentando desesperadamente tirar-lhe o
coração partido e substituí-lo pelo desejo enlouquecido que sentia por ela. Logo, seus soluços
diminuíram e ela o beijou de volta vorazmente, deslizando as mãos pelo peito de Santino. Ele a

empurrou para o assento da janela e cobriu seu corpo com o dele.


Epílogo

Santino segurou a mão de Sarah e beijou os nós dos dedos repetidamente. A dor por trás
de suas pálpebras era impossível de se livrar.

"Sarah?" Ele disse pela décima vez nos últimos cinco minutos, e ela não respondeu.
Ele saiu abruptamente à procura da enfermeira. "Ela não deveria já estar acordada
agora?"
A enfermeira entrou para checar e pediu a Santino que esperasse.

Santino caiu de volta na cadeira. Metade dele queria ir ao berçário para verificar seus
bebês, e a outra metade queria ficar colada ao lado de Sarah porque queria lhe dar as notícias.
Meia hora depois, a mão de Sarah empurrou a dele e ele se levantou, acariciando o cabelo
dela. "Meu amor?"
Sarah abriu um pouco os olhos. "Oi," ela tentou, mas apenas ar escapou dos lábios. Ela
limpou a garganta e tentou novamente. "Oi." E desta vez, a palavra soou como um coaxar. Ela riu e
estremeceu, e Santino pressionou os lábios contra sua testa.
"Sarah, meu amor. Você é a mãe de duas lindas garotinhas."
Ela soluçou brevemente, as lágrimas escorregando pelos lados de seus olhos até as orelhas.

"Shhh." Ele as enxugou rapidamente. "Somos pais, Sarah."


"Elas estão bem?" Ela perguntou com óbvia descrença.
Santino fechou os olhos e encostou a testa contra a dela. "Uma das meninas tem uma ligeira
condição cardíaca congênita, mas já sabíamos disso, certo?" Ele disse lentamente, sem saber como
ela estava preparada para isso emocionalmente.
"Contanto que elas estejam bem."
"Mas quer saber as boas notícias?"
Sarah esperou, os olhos arregalados de esperança.
"A condição é muito menos complicada do que os médicos tinham originalmente temido. Ela

não precisa de cirurgia, e poderemos levá-las para casa em duas semanas."

Sarah desmoronou, as lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela levantou um braço para segurá-lo.
Tardiamente, ela percebeu que havia um tubo correndo através de seu braço. Então, levantou o

outro braço e o apertou em volta do pescoço de Santino.


Os tempos ruins tinham acabado. De vez.
E três semanas depois eles estavam todos em casa... Michelle, Marjorie e os novos papais.
Santino estava montando o primeiro dos dois balanços de bebê dentro da sala enquanto

Sarah alimentava Michelle no sofá.


"Jesus Cristo. Eu costumava achar que os produtos da BubFun eram os mais fáceis de
montar."
Os olhos de Sarah se estreitaram sobre os pedaços de metal e plástico na mão de Santino, e
ela balançou a cabeça. "Este vai para a esquerda, Santino. Olhe para a curva."
Santino a fitou como se ela estivesse sendo condescendente, mas logo percebeu o erro. "Ah,
certo."
Sarah riu. "Quando foi a última vez que você montou alguma coisa sozinho?"
Santino balançou a cabeça. "Devia ter contratado alguém para fazer isso."

"Pirralho mimado", ela disse, como se fosse a coisa mais romântica.


Naquela noite, eles se sentaram juntos na frente da TV para ver a exibição do mais novo
anúncio da BubFun. Sarah sentou-se inquieta pensando nas milhões de pessoas em todo o mundo
que a observavam na tela da TV naquele exato momento.
Santino, no entanto, estava tão animado que não conseguia ficar quieto, e ficou o tempo todo
a abraçando e beijando sua cabeça. "Estou tão orgulhoso de você, querida. Estou muito orgulhoso
mesmo."
Eles passaram as duas horas seguintes rindo enquanto seguiam o progresso do anúncio nas
mídias sociais.
Depois de duas semanas, o anúncio foi saudado como um sucesso nacional e amplamente

elogiado.

***
OS BEBÊS JÁ ESTAVAM COM quatro semanas de idade quando Santino chegou em casa

carregando rosas e uma pasta grande. Após beijar Sarah e as filhas, ele lhe entregou a pasta
quando ela tentou pegar as flores.
"O que é isso?"
Santino se atirou no sofá, despreocupado. "Esta é uma lista de candidatos para o cargo de

seu agente."
"Meu o quê?", ela enrugou o nariz.
"Você está recebendo ofertas, Sarah. Propagandas, ensaios fotográficos. E..."
"Fala sério!"
Ele sorriu para ela. "Você conseguiu. Tem talento natural. Você tem uma nova tela para
começar sua carreira e fazer o que realmente queria fazer desde o início."
Os pinos e agulhas em seu corpo eram de gratidão e adoração, e confiança no fato de que
Santino sempre estaria ao seu lado. "O que eu fiz para merecer você?"
Santino levantou-se e a puxou para os seus braços, e ela sentiu-se culpadamente feliz por

não haver nenhum barrigão para mantê-los separados. Ela facilmente se afundou no peito dele
enquanto Santino a segurava.
"Você é a melhor coisa que já aconteceu comigo", ele sussurrou com veemência e se afastou
para agarrar seu rosto entre as palmas das mãos. "Quer se casar comigo daqui a duas semanas?"
Sarah sorriu. "Sarah Orlando. Gosto de como soa."
Santino riu e a beijou na boca. "Eu te amo demais."
FIM

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