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LEiTURA: AURORA
FORMATAÇÃO: AURORA
11/2021
Aviso
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A mente de Adrian estava nadando em incerteza, incapaz
de se concentrar em um plano. Ele não se sentia assim com
frequência enquanto estava sentado atrás da enorme mesa de
madeira que resgatou de uma venda de usados e a restaurou.
Era o primeiro dia de volta ao escritório desde seu retorno
do Colorado. Rick Bouchard tinha sido um pé no saco,
insistindo em várias reuniões discretas em vez de apenas
resolver as coisas. O importante era que Bouchard havia
assinado na linha pontilhada, mas agora era quinta-feira e a
festa do escritório seria amanhã à noite e ele tinha a sensação
de que estava atrasado em quase tudo.
E não tinha ideia de como estava com Rachel. Ela dera o
tom logo na segunda de manhã com seu rápido Bom dia, sr.
Blackstone, cheirando a profissionalismo, embora estivessem
sozinhos em seu escritório. Ele ligou para ela várias vezes de
Vail, mas não importava o quanto tentasse manter a conversa
casual, ela continuava voltando ao profissional.
Infelizmente, ele entendeu a indireta. Ela queria manter
suas interações estritamente profissionais e não havia nada
que ele pudesse fazer a respeito. Já havia passado do limite ao
levá-la para a cama. Ele não forçaria ao pressioná-la sobre a
relação deles no trabalho.
Só precisava que não estivessem tão ocupados para que
ele pudesse conversar com ela fora do escritório, e isso não
aconteceria até depois da festa de Natal. A BHR fechava a
partir do meio-dia de sexta-feira - para dar a todos tempo para
se arrumar para as festividades e chegar ao restaurante onde
a festa era realizada – e voltava a abrir no dia 6 de janeiro.
Mesmo que ele trabalhasse em casa durante esse tempo,
e Rachel invariavelmente também trabalhava, teria quase duas
semanas de tempo livre do escritório para tentar acertar as
coisas entre eles. Ele não sabia o que era acertar ainda, mas
certamente não era isso.
Ele ouviu os saltos de Rachel se aproximando e afastou
os pensamentos pessoais. Agora que tinha um plano, talvez
pudesse se concentrar. — Recebemos uma mensagem de voz
sobre a vila na Toscana, — ela disse.
— Já? — Bouchard era um cara intenso e não ia ficar
olhando a banda passar neste projeto. — Algum problema?
— Já que meu italiano é inexistente, não tenho ideia. A
avó de Del falava italiano quando ele era criança e ele acha que
é só uma apresentação, mas eu não apostaria dinheiro na
interpretação dele.
Como o projeto da vila envolvia muito dinheiro, ele
precisava de informações melhores do que essas. — Preciso
que você arrume alguém na área que possamos contratar para
atuar como um contato. Talvez um agente imobiliário ou um
advogado. Bilíngue e não ligado a Bouchard ou aos
contratados de nenhuma forma. Alguém cuja lealdade será
conosco. Ou com nosso dinheiro, de qualquer maneira.
— Sim, senhor.
A maneira como Rachel disse essas duas palavras cortou
Adrian. Ela não foi insolente. Era mais porque a voz dela era
tão indiferente. Impessoal. Onde estava a mulher que gostava
de rir e zombar dele por causa de seu arremesso?
A postura dela era tão rígida quanto a voz, e ele percebeu
que ela estava assumindo uma postura profissional mais rígida
do que o normal. A única razão que podia ver para isso era a
possibilidade de ela estar tentando esconder a mesma
turbulência pessoal que ele sentia.
— Rachel, podemos conversar?
— Tenho muito o que fazer hoje, a menos que seja
importante.
Inferno, sim, era importante. — Eu acho que é. Talvez
você possa fechar a porta.
A máscara caiu e ela pareceu vulnerável por um
momento. Como uma mulher que não queria ter uma conversa
que acreditava que não acabaria bem. — Adrian, não posso
agora.
Pelo menos ela o chamou pelo primeiro nome. Era um
bom começo.
— Por favor?
Parecia que ela estava vacilando, mas antes que pudesse
responder, Del deu um passo atrás dela. — Ei, sr. Blackstone.
Rachel. Escutei de novo aquela mensagem de voz e, agora que
está mais silencioso no escritório, acho que ouvi a palavra
idiota.
— Faz só dois dias que assinei o contrato, — Adrian disse.
— Como poderíamos já ter irritado alguém?
— Pode ser que ele esteja chamando o sr. Bouchard de
idiota? — Del franziu a testa. — Ou quem sabe seja um número
errado.
— Encontre um maldito tradutor, — Adrian resmungou.
— Não existe um aplicativo para isso ou algo assim?
— Vou cuidar disso, — Rachel disse, e ela se moveu para
seguir Del através da porta.
— Rachel, espere.
— Precisamos saber se há um problema na Toscana, —
ela disse. — Vou usar meu celular para gravar e depois ir até
aquele restaurante italiano de onde compramos comida às
vezes. O cozinheiro fala italiano.
Ela se foi antes que ele pudesse deixar claro que Del ou
Alex ou qualquer outra pessoa no escritório poderiam levar a
gravação até o restaurante. Estava frustrado por ela estar
claramente evitando falar com ele se achasse que seria algo
não relacionado ao trabalho.
Mas então se lembrou de seu plano. Duas semanas sem
ninguém para se preocupar. Nenhuma pessoa entrando e
saindo de seus escritórios e os interrompendo com o que pode
ou não ser palavrões italianos.
Seu celular tocou e ele apertou o botão sem olhar para a
tela.
— Adrian Blackstone.
— Adrian, é Diane. Você vai me buscar amanhã à noite
ou vai mandar um carro para mim ou devo encontrá-lo na
festa?
Oh, droga. Ele estava tão concentrado em Rachel que se
esquecera de Diane.
Capítulo Seis
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Um ano depois...
Fim.