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REGISTRADO NO MINISTÉRIO DA CULTURA

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL


ESCRITÓRIO DE DIREITOS AUTORAIS.
CERTIDÃODE REGISTRO: 742.779
LIVRO: 1.439 -FOLHA: 81

CENAS: 1 E 4 - VENDINHA / 2- QUARTEL / 3- ESTRADA / 5 - TOCAIA.


RIO VERMELHO - "O CERCO AO COYOTE"
CENA 1 – (INT). VENDINHA - NOITE

FADE IN

Um homem com uma cicatriz no braço, pega um copo de pinga e, toma de um gole só, sem
fazer careta. É PEDRO MANDÊS, mais conhecido por seus amigos como "COYOTE". Ele tem
26 anos, barba e cabelos pretos, cicatriz no rosto e no braço, usa poncho marrom, lenço no
pescoço e chapéu de tropeiro. Ele está em uma vendinha empoeirada, sem movimento, na
beira da estrada, com moveis rústicos e paredes caiadas de branco. Ele está sendo
atendido por Dona Lena. No fundo da vendinha, um homem negro vestido de preto está
sentado com uma garrafa de cachaça em cima da única mesa. Ele toma um gole e passa as
costas da mão enxugando a barba abundante. Olha com a fisionomia fechada para Pedro.

DONA LENA (O.S.)


40 réis.

INSERT: Moedas caem sobre o balcão.

VOLTA À CENA
Pedro paga e sai arrastando suas esporas no chão. O homem de preto levanta, vira o
restante da cachaça do copo na boca, põe o chapéu e sai apressado atrás dele.

CENA 1B – (EXT). VENDINHA - NOITE

Pedro sai da vendinha. O homem de preto aparece, na porta (NO MESMO PLANO), atrás.

HOMEM
(apontando a arma)
Ei, forasteiros! Pare aí!

HOMEM (CONT)
Sou Policial... Vou revista ocê

PEDRO MANDÊS
(sem olhar)
Eu tamém sou policial.

HOMEM
(incrédulo)
Ah é?! Tire sua carteira bem
devagar e me entrega de costas!

Pedro enfia a mão por dentro do poncho e...


Segura no cabo do seu revólver, que está em um coldre de peito, sem sacar.
O homem ENGATILHA a arma.
(P.D) Boca semi-aberta do homem. "Dentes manchados por mascar fumo."
HOMEM
É melho cê num tenta nada, essa
bala pode fura sua carne, quebra
seus osso e atingir seu pulmão.

(P.D) Olhos de Pedro.

HOMEM (O.S.)
Ocê vai fica gunizando até morre.
Então, num banca o mentecapto!

Pedro hesita, mas saca a arma e se virá de uma vez.

FADE OUT

SOM de tiros.
Título: Rio Vermelho "O CERCO AO COYOTE"
Inicia-se a Música e os Créditos, com Imagens históricas de Goiás.

CENA 2 – (EXT). QUARTEL - DIA

FADE IN

SOBREPOSIÇÃO: Região de Campinas - Goiás, 11 de Fevereiro 1932.

Dois homens caminham enquanto conversam. Um é o TENENTE ARCANJO, e o outro é o


CABO JOVELINO, Eles passam por uma placa onde está escrito: QUARTEL DA FORÇA
POLICIAL DE GOYAZ.

TENENTE ARCANJO
Preferia que ele tivesse vivo!
Ainda tá faltando oito rifles.

CABO JOVELINO
Sem pista?!

TENENTE ARCANJO
Sem pista!... Onde tá o homem que matô o Coyote?

CABO JOVELINO
Tá esperando ali pra recebe a recompensa.

O Tenente Arcanjo tira um lenço do bolso, enxuga o suor da testa e da nuca.

TENENTE ARCANJO
Depois vou lá gradecê ele, por tê
arrancado essa praga do cerrado.
Guarda o lenço no bolso.
TENENTE ARCANJO (CONT)
Ele é Jagunço de algum coronel?

CABO JOVELINO
Quem?!

TENENTE ARCANJO
Como quem? O Homem que matou o Coyote!

CABO JOVELINO
Ele um policial de Campo Formoso.

TENENTE ARCANJO
Sabe o nome dele?

CABO JOVELINO
Paulo Gusmão.

TENENTE ARCANJO
Como é ele?

CABO JOVELINO
Num reparei direito, Tenente,
mas é jovem... Notei que é coxo.

TENENTE ARCANJO
Coxo?!

CABO JOVELINO
É, ele manca... Acho que tem uma
perna meno que a outra.

Eles entram em uma casa.

CENA 2B – (INT). DO QUARTEL - DIA

Em cima de uma mesa está um corpo de um homem, coberto por um sujo lençol.

CABO JOVELINO
(apontando)
Ai tá o corpo do Coyote, Tenente!

O Tenente Arcanjo levanta o lençol que está cobrindo o corpo.

TENENTE ARCANJO
Esse Poncho,(pensativo) sabe se ele
era tropeiro no passado?

Cabo Jovelino balança a cabeça em sinal negativo.


TENENTE ARCANJO
É mais jovem do que eu imaginava...
Onde foi abatido?

CABO JOVELINO
Na serra Andirá, perto do povoado36
"Bonfinópolis"

TENENTE ARCANJO
36!?... Então tava a caminho de
Bulhões!... Eu previa isso.

Tenente Arcanjo fica parado olhando para o morto pensativo.

BACK TO: *VOLTA A CENA 1B - EXT. VENDINHA - NOITE

A Fumaça dos revolveres toma conta do ambiente. Pedro abaixa a arma.


Dona Lena está em pé na porta da vendinha, olhando fixo para Pedro.
O homem de preto está no chão ferido, gemendo.
Pedro atira novamente. Ele morre.

PEDRO MANDÊS
Desculpa! Mai num gosto de vê gente gunizando.

DONA LENA
Num entendi o que aconteceu,
Cêis dois num é policial?

PEDRO MANDÊS
Desculpa por isso!

DONA LENA
Não tem problema, num gostava dele memo!
Esse policial comia e bebia todo dia aqui,
Mai nunca pagava... Dava um prejuízo lascado.

Pedro guarda a arma no coldre de peito.

DONA LENA
Cê que toma um vinho co queijo e salame? É por conta da casa.

Pedro balança a cabeça em afirmativo.

DONA LENA
Só peço co cê tira esse corpo daí e deixa ele bem longe.
Num sei o que tá contecendo, maí essa região tá cheia de Sordado.
CENA 3 - EXT. ESTRADA RUDIMENTAR, CERRADO- DIA

VÁRIOS PLANOS COM IMAGEM AÉREA:


Pedro passa por vários cenários, montado em uma mula com o morto na garupa.
Pedro para em um riacho próximo de uma grande montanha para dar água para a mula,
Um rifle é apontado de um ÂNGULO ALTO em sua direção.
Pedro olha desconfiado para a montanha e pressente que está sendo observado.
SOM DE TIRO. Ele assusta.

SOLDADO (O.S.)
(gritando a distância)
Força Policial... Peço que ocê coloca a mão na cabeça.

Pedro coloca as mãos na cabeça e...

PEDRO MANDÊS
Eu tamém sou Policial.

SOLDADO (O.S.)
Porque tá carregando esse defunto?!

PEDRO MANDÊS
Ele é do bando do Coyote...
Tô levando pra recebê a recompensa.

SOLDADO (O.S.)
Ah!... Tudo bem.

O Soldado aparece em cima da serra e acena com a mão chamando Pedro.

SOLDADO
Acabei de coar um café compadre, vêm toma

Pedro olha desanimado.

CENA 4 - ENT. VENDINHA – DIA

Um homem está comendo em uma mesa, é SEBASTIÃO, preto, cabelos e barba branca.
Chega a Dona Lena.

DONA LENA
O senhor não pode comer aqui... Tem que comer lá fora.

SEBASTIÃO
Mas porque?! Tinha um moço comendo aqui agora.

DONA LENA
Ele era branco.
Sebastião levanta da mesa com o prato e vai saindo cabisbaixo.

DONA LENA
Vou te levar água lá viu...

Sebastião senta na mesa da varanda e volta a comer, olha para o lado e vê chegando dois
homens com papeis na mão (retrato falado), é o Cabo Souza e seu assistente.
Chega a Dona Lena com a água. Cabo Souza pega os papeis da mão de seu assistente e
mostra os papeis um a um para a Dona Lena.

CABO SOUZA
Viu esses homens por aí?

DONA LENA
(Colocando a água na mesa)
Não! Não vi.

Tenente Arcanjo chega à mesa do Sebastião e mostra os retratos falados pra ele.

CABO SOUZA
E ocê negro, viu esse rosto?

Sebastião mau olha para o cabo Souza, balança a cabeça em negativo e continua comendo.
Cabo Souza manda a mão em seu prato e derruba toda comida.

CABO SOUZA
Presta atenção quando eu falo seu negro... Ocê nunca viu
Esse rosto, porque nunca deve ter olhado pra um espei.

Cabo Souza, saca a arma e aponta para o Sebastião.

CABO SOUZA
Vamos fazer o seguinte, se você me falar onde está o Coyote,
eu dou a minha palavra, que não vou te matar e nem te prender.

SEBASTIÃO
Eu falo.

CABO SOUZA
Promete dizer a verdade?

SEBASTIÃO
Sim... Ele vai pega um trem em Leopoldo de Bulhões pra Catalão.

TENENTE ARCANJO
Ocê ta mentindo pra mim negro!

SEBASTIÃO
Posso ser nego, posso ser pobre, mai eu tenho palavra.
TENENTE ARCANJO
Que pena procê, queu num tenho.

Dona Lena arregala os olhos pressentido o pior, Cabo Souza atira e mata o Sebastião.

CENA 5 - EXT. TOCAIA - AO ENTARDECER

Pedro está sentado com o Soldado, tomando café e conversando.

SOLDADO
De onde cê é compadre?

PEDRO MANDÊS
Sou da Capital.

SOUDADO
Eu sou daqui de Campininha das Flores.
Breve Pedro Ludovico vai trazer a capital pra cá.

PEDRO MANDÊS
Eu sei! Ele que tira a capital da mão dos Coronéis.

SOLDADO
Pedro Ludovico ganhou muito poder
depois que Getúlio Vargas nomio ele
como o novo Interventor de Goiás.

PEDRO MANDÊS
Isso é verdade...

SOLDADO
O corpo, Cê vai entregar no Quartel da Força Pública.

PEDRO MANDÊS
Sim... Sabe quanto tão pagando lá?

SOLDADO
Pra esse ai 5 contos de réis, prô Coyote 30.

PEDRO MANDÊS
30?! Porque tanto dinheiro?

SOLDADO
Sei lá! ... Apareceu Mercenário de
toda região, em busca desta recompensa.

Pedro abaixa a cabeça e fica pensativo por um instante.

PEDRO MANDÊS
(entregando o copo)
Amigo brigado pelo café... muito bom!
SOLDADO
Bebe mais compadre.

PEDRO MANDÊS
Tô satisfeito.

Pedro levanta e olha para o horizonte (pra visão do morro).

PEDRO MANDÊS
Porque cêis tão de tocaia aqui nessa serra?

SOLDADO
O Tenente Arcanjo foi informado que
o Coyote ia pra Leopoldo de Bulhões,
...Essa é a única estrada vai dá lá..

PEDRO MANDÊS
Tem mais Policial adiante?

SOLDADO
Tem um homem nosso em cada montanha,
de Campininha até Leopoldo de Bulhões.

PEDRO MANDÊS
Mai o Coyote pode desviado pelo cerrado... É um lobo num é?!

SOLDADO
Mai o Tenente acha esse lobo é bem previsívi.

PEDRO MANDÊS
É... A prosa tá boa, mas eu já vô indo.
Tenho muitas léguas ainda pela frente.

SOLDADO
Se o Cê sai agora e der sorte de não receber um tiro das tocaias,
vai chega tarde em Campininha e num vai dá tempo de recebê
sua recompensa. Porque num dorme aqui e sai cedim?

PEDRO MANDÊS
É... Pensando bem, acho co amigo tem razão.

CENA 5B - EXT. TOCAIA – (NOITE)

Eles estão deitados cada um de um lado da fogueira.

PEDRO MANDÊS
Cê acha que desta vez eles pegam o Coyote?

SOLDADO
A Força Policial de Goiás, espalhou seus omi por toda região.
Como te falei montamos um grande cerco. Ele num vai escapa.
Pedro levanta de repente, o Soldado assusta e aponta a arma para ele.

PEDRO MANDÊS
Só vou bebe água amigo!

Pedro vai ate o cavalo e pega sua Bruaca, "uma grande bolsa feita de couro cru costurada
nas laterais com tiras". Ele a coloca do lado da sua dormida, tira uma cabaça com água e
derrama ela na boca, termina de beber e deita. Toda essa ação é observada pelo Soldado.

Pedro olha pra ele cismado, e um clima de tensão toma conta do lugar. Pedro já está cansado
e com muito sono, mas arisco não consegue dormir, não confia na ingenuidade do Soldado.

PEDRO MANDÊS
Cê tem dificuldade pra dormi?

SOLDADO
Não! Durmo facim.

O Soldado da às costas para Pedro e fecha os olhos. Eles ficam por um instante em silencio.
Pedro se mexe e os galhos secos que estão debaixo dele quebram.
O Soldado abre os olhos, se vira e vê que Pedro foi vencido pelo cansaço, está dormindo.
Ele levanta devagar, pega uma faca e caminha delicadamente na direção de Pedro.
Em um PLANO-MÉDIO, ele da uma forte facada e desce fazendo muita força rasgando a
"carne de sol", que está na Bruaca. Ele tira um pedaço, devolve o restante e volta pra cama.
Pedro estava preparado para reagir, desengatilha o revolver e novamente fecha os olhos.

INSERT:
O defunto desce da mula, caminha até o Soldado, pega a arma e vai à direção de Pedro, que
se vira de uma vez, mas não consegue reagir. O defunto aponta arma e dispara varias vezes
contra a cabeça de Pedro.

CENA 5C- EXT. TOCAIA – (DIA)

Pedro acorda assustado e olha para o Defunto em cima da mula, se vira e vê o Soldado
fervendo a água na fogueira para fazer café.

PEDRO MANDÊS
Já ta de pé amigo?

SOLDADO
Cê num vai sai agora cedo compadre?! Tô fazendo o café que co cê gosto.

PEDRO MANDÊS
Na verdade nem gostei, tava muito forte.

POLICIAL
Eu tamém gosto com menos pó, mai, num queria passa de miserávi.

Pedro levanta, começa a se arrumar, escuta o SOM de cavalo chegando e se vira para olhar.
PEDRO MANDÊS
Tá vindo um omi a cavalo ali.

SOLDADO
É o omi que vai fica num meu luga.

O Soldado olha e...

SOLDADO
Não é o omi que vai ficar no meu lugar, acho que é o cabo Souza.

O Cabo chega em rápido galope, apeia do cavalo encarando Pedro, se vira para o Soldado.

CABO SOUZA
Tem alguma novidade do Coyote?

SOLDADO
Nada ainda!

CABO SOUZA
Quem é esse forasteiro?!

SOLDADO
Ele tamém é Policial cabo.

Cabo Souza olha para Pedro com a "cara fechada"

CABO SOUZA
Seu rosto é familiar!... Donde Cê é?

PEDRO MANDÊS
Da Capital.

CABO SOUZA
Porque ta tão longe de Goiás?

PEDRO
Fui transferido pra Bulhões.

CABO SOUZA
Quem vai ser seu comandante lá?

PEDRO
Ainda não sei.

CABO SOUZA
Este morto na mula quem é?

POLICIAL
Era do bando do Coyote.
CABO SOUZA
(Desconfiado)
Ah é?! Vou da uma oiada nele...

O Cabo caminha na direção da mula de Pedro.

SERIE DE PLANOS:
CLOSE-UP - Pedro com o olhar tenso.
CLOSE-UP - O Soldado com o olhar confuso.
Cabo pega no cabelo do morto, levanta a sua cabeça e olha em seu rosto.
(P.D.) - Pedro leva a mão debaixo do poncho.
CLOSE-UP - Cabo Souza, com um olhar de espanto, solta a cabeça do morto.

CABO SOUZA
(gritando)
Este homem é um Policial!!

Ele saca a arma e aponta para Pedro, que está de costas para ele.
Pedro se vira com a arma em punho.
O Soldado saca a arma e também aponta para Pedro, com a mão tremelicosa.
ÂNGULO ALTO - Os três se posicionam em forma triangular.
CLOSED-UP EXTREMO - Olhos do Cabo.
CLOSED-UP EXTREMO - Olhos do Pedro

CABO SOUZA
Joga sua a arma no chão, ou será um homem morto.

PEDRO MANDÊS
Porque num joga a sua, cê tamém pode se um omi morto.

CABO SOUZA
Você num tem como saí vivo deste duelo,
se me acerta, meu parceiro te acerta.

Pedro vira a cabeça e olha para o Soldado.


(P.D.) dos olhos e da mão trêmula do Soldado segurando a arma.
Pedro retorna o olhar para o Cabo Souza.

PEDRO MANDÊS
(calmo)
Seu parceiro num vai me acerta...
Melho cêis sorta as arma e me dexá embora.
Prometo que todo mundo vai sai vivo dessa porfia.

Um momento de grande tensão.

CABO SOUZA
Vou conta até Três...
Só Cê num joga a arma no chão, vai morre.
SOLDADO
(Gritando)
Solta essa arma Compadre!!!

CABO SOUZA
Um... Dois...

Pedro atira antes dele contar até Três.


Aponta a arma para o Soldado que, apavorado, joga a arma no chão e levanta as mãos.

Cabo Souza, cai de joelhos com a boca sangrando.

CABO SOUZA
Ocê é um trapaceiro.

Cabo Souza, termina de falar cai e morre.

INSERT:
Dois policiais escutam o tiro, um acena para o outro e eles correm.

VOLTA A CENA 5C: EXT. TOCAIA – (DIA)


O Soldado está abraçado a uma árvore fina.
Pedro coloca as algemas em suas mãos e a chave no bolso da calça do Soldado.

PEDRO MANDÊS
Vou dexa a chave aqui...

SOLDADO
Ocê é o Coyote, num é?!

PEDRO MANDÊS
Não sou Coyote! Sou um Policial.

SOLDADO
Então, porque cê mato o Cabo Souza?!

PEDRO MANDÊS
Porque ele ia me matá!

SOLDADO
Ele só pediu pro cê jogar a arma... Ele num ia te mata!

PEDRO MANDÊS
Se acredito nele?... Eu não!

SOM DE TIROS em seqüência. Um tiro pega na perna de Pedro que cai e sai rastejando no
chão para se proteger dos outros tiros. Se esconde atrás de uma árvore e olha para o lado.
POV DE PEDRO: Um rifle perto da matula do Soldado.
Pedro pula no chão (debaixo de tiros), pega o rifle e se posiciona para atirar deitado.
Um dos homens dá cobertura para o outro se aproximar, ele atira repetidamente.
Enquanto o outro corre de uma arvore para arvore, se aproximando de Pedro.
Pedro fica deitado mirando. Quando o Policial tenta novamente avançar, Pedro acerta ele.
Pedro mira para o outro lado, solta um único tiro e acerta o outro, que cai e fica gemendo.

CORTE DE CONTINUIDADE
Pedro caminha (mancando), pela vegetação.
Chega perto do primeiro Policial que ele acertou e vê que ele já está morto.
Continua caminhando em direção ao gemido do outro, avista ele caído de bruços com um
ferimento no pescoço. Ele chega perto, coloca a mão no ombro e vira ele de frente.
CLOSE-UP - Pedro com o olhar perplexo.
POV DE PEDRO: O Policial, têm uma incrível semelhança com Pedro.
O Policial olha para Pedro com os olhos arregalados e com a respiração ofegante,
segurando o sangramento do seu pescoço, da o último suspiro e morre.

DISSOLVE

BACK TO: *VOLTA A CENA 2B - INT. DO QUARTEL - DIA

O Tenente Arcanjo ainda está parado olhando para o morto pensativo, com a mão coçando
a cabeça. Ele olha para o Cabo Jovelino e...

TENENTE ARCANJO
Tô atinando uma coisa aqui Jovelino...
Será que o homem da recompensa já foi embora?

CABO JOVELINO
Num sei Tenente!

TENENTE ARCANJO
Vamos lá vê se ele ainda tá ai,
Tô com um pensamento estranho na cabeça.

CENA 2C – (EXT). QUARTEL - DIA

Pedro Mandes, está com a roupa do Policial Paulo Gusmão, ele guarda o dinheiro do bolso.
Chega o Tenente e o Cabo com armas em punhos, apontando pra ele.

TENENTE ARCANJO
Hei Moço! Levanta as mãos sem olha pá trás.

PEDRO MANDÊS
Eu sou um Policial.

TENENTE ARCANJO
(incrédulo)
É mesmo?! Tire sua carteira de identificação,
Bem devagar e me entrega, sem se vira!

(P.D.) Pedro enfia a mão por dentro do poncho, Segura no cabo do seu revólver, que está
em um coldre de peito, sem sacar.
Olha para o lado e vê que, tem soldados apontado rifles para de um lado e de outro.
Ele tira a mão do poncho de uma vez segurando uma carteira e entrega para o Tenente.
O Tenente pega carteira, coloca o óculos, abre a carteira e fica olhando por um instante.
TENENTE ARCANJO
(devolvendo a carteira)
Pode baixar as armas... Ele é um Policial.

Pedro sai caminhando do Quartel.


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CENA FINAl – EXT. CERRADO – DIA


OBS. CENA PODE SER GRAVADA JUNTO COM CENA 3 - EXT. ESTRADA RUDIMENTAR, CERRADO- DIA.

Monta na mula e cavalga devagar, sem olhar para trás.


Enquanto ele cavalga, Inicia-se uma Música e começa uma narrativa.

PEDRO V.O.
Uma mulhe um dia me disse, que pra eu sobrevive nesse mundo,
"meu nome tinha que muda por sangue"...
Sem entender o que ela queria dizer, eu mudei para Coyote...
Hoje meu nome é Paulo Gusmão, talvez seja o nome que vou usar por todo vida.
As vez passa pela minha cabeça umas idéia doida,...
Fico pensando na grande semelhança desse Soldado comigo.
Fico pensando nas palavras da mulhe "Mudar por sangue"
Será que eu matei quem não devia te matado...

Pedro continua cavalgando pelo cerrado, em um Grande PLANO GERAL.

O FIM

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