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CAIO TÁCITO··
Evolução histórica
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essencIaIs. Os critérios legais herdados do Império e mantidos nas leis do
início deste século atendiam aos casos de necessidade ou de utilidade pública,
que se distinguiam pelo rito processual.
~ curioso observar como os marcos da legislação brasileira sobre desa-
propriação coincidem com a intensificação de planos de obras públicas. A
primeira reforma legislativa - a de 1855 - foi feita para permitir a
construção de estradas de ferro autorizadas pelo Governo Imperial. A conso-
lidação de 1903 corresponde à fase das primeiras reformas urbanas que, sob
a inspiração de Pereira Passos, viriam a criar a nova fisionomia da Capital
da República, cuja modernização contribuiria, em 1941, para colocar em
pauta a necessidade de lei mais flexível e atualizada.
As perspectivas da reforma agrária dariam impulso às desapropriações
por interesse social, reguladas a partir de 1962 em sucessivas leis, de forma
a fortalecer a competência da União na política distributiva de terras em
área prioritárias.
A esse quadro de evolução histórica se acrescentam, mais recentemente,
tendências novas, que merecem ser realçadas, resultantes de dois fenômenos
com influência decisiva na jurisprudência e na legislação.
Não se trata de reforma de fundo na temática do instituto jurídico. Cuida-
se, porém, de afeiçoá-lo aos novos objetivos do Estado na ordem econômica
e social e de ajustar o princípio da indenização aos ciclos da economia
contemporânea.
De um lado, à afirmação solene da função social da propriedade se asso-
ciam os processos atuais de intervenção do Estado no domínio econômico
e social. De outra parte, o reconhecimento do impacto da desvalorização
da moeda sobre as obrigações de valor gera, em vários setores do Direito,
soluções terapêuticas, visando preservar dos efeitos da inflação o conteúdo
intrínseco das obrigações e o equihõrio financeiro dos negócios jurídicos.
Propomo-nos, nesta palestra, a documentar alguns aspectos das tendências
modernas, no direito brasileiro, sobre o uso da desapropriação como arma
da política administrativa e econômica do Estado. Recolheremos na experiên-
cia dos últimos anos os acertos e desvios do poder administrativo diante do
conflito latente entre o direito individual e o interesse público, que se
contém na desapropriação.
Desapropriação e inflação
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ções diante do agravamento da desvalorização da moeda. Se a economia
brasileira convivia, desde o Império, com uma moderada taxa inflacionária,
foi a crise do segundo pós-guerra que acentuou a intolerável distância entre
os valores nominais e reais das dívidas em dinheiro.
A primeira reação se fez sentir na repulsa ao teto fixado no parágrafo
único do art. 27 do Decreto-lei nQ 3.365, de 1941, que, tratando-se de imó-
veis urbanos, limitava as indenizações a 20 vezes o valor locativo anual
declarado para lançamento do imposto predial. O princípio não era novo:
tinha raízes seculares, no art. 13 do Regulamento de 1855, que tomava
como referência, nos prédios sujeitos à décima, o valor de 20 anos de ren-
dimento.
Premidos pela celeridade da valorização imobiliária (fruto, em grande
parte, do descrédito da moeda e valores mobiliários), os tribunais brasileiros
terminaram declarando inconstitucional, por incompatibilidade com a regra
da plena indenização, a limitação baseada no paradigma fiscal. E essa
reforma branca da lei afinal se tomaria expressa, em 1956, com a revoga-
ção do malsinado preceito, pela Lei nQ 2.786, conhecida como Lei Bilac
Pinto, que harmonizou também o texto de 1941 com outras inovações juris-
prudenciais que visavam manter íntegro e atual o valor das indenizações,
tais como:
a estipulação de valores mínimos para o depósito initio litis (que mais tarde
a Lei nQ 1.075, de 1970 viria ampliar) e a permissão do levantamento ime-
diato de 80% dele; a condenação do expropriante em honorários de advogado
sobre a diferença entre o depósito e a condenação; a fixação do valor da
indenização contemporânea à avaliação, e não mais à declaração de utilidade
pública.
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A Lei nQ 4.686, de 21 de· junho de 1965, consagrou o princípio da corre-
ção monetária nas desapropriações. Decorrido prazo superior de um ano a
partir da avaliação, o juiz ou tribunal deverá sempre atualizar monetaria-
mente o valor apurado, de forma a manter - embora com a defasagem de
um ano - a atualidade das indenizações.
Como os tribunais passassem a aplicar a lei retroativamente, o legislador,
por inspiração do Executivo, interveio, através da Lei nQ 5.670, de 2 de
julho de 1971, para limitar no tempo o cálculo da correção monetária que
nãOl poderá recair sobre período anterior à data do início de vigência da lei
que a instituiu, ou seja, 23 de junho de 1965 (data da publicação e vigência
da Lei nQ 4.686/65).
Não prevaleceu, no Supremo Tribunal Federal, a tese superiormente de-
fendida pelo Ministro Luiz Gallotti - e que nos parece mais acertada -
no sentido de que a aplicação da regra na correção monetária promana
diretamente da norma constitucional da justa indenização (acórdão no Re-
curso Extraordinário nQ 69.304 - RTI-61/719-743).
Entendemos que o princípio constitucional é de caráter econOIDlCO e não
meramente ético. Tal como nos preceitos equivalentes sobre a justa remu-
neração nas tarifas de serviço público, ou a revisão obrigatória de proventos
de inatividade quando a perda do valor da moeda leva ao reajuste dos ven-
cimentos na atividade, a regra da justa indenização exprime a garantia da
justeza, e não apenas da justiça da reparação patrimonial.
Desapropriação de ações
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o ingresso ativo de um sócio não desejado. atinge a effectio societatis e
deixa em aberto, se for parcial a expropriação das ações, o problema da
natureza jurídica da sociedade, a se converter ou não em uma sociedade
de economia mista, assim. como toma indefinida a posição dos acionistas
particulares remanescentes.
O primeiro caso de desapropriação de ações foi o do Banco Hipotecário
e Agrícola de Minas Gerais, praticada mediante ato formalmente legislativo,
o Decreto-lei nQ 6.953, de 12 de outubro de 1944. A questão teve raízes
políticas, mas a colocação jurídica se situou em tomo da alegação de que
o Banco se desviara de sua finalidade de fomento agrícola.
Foi contestada a constitucionalidade da lei, especialmente de seu art. 3<'>,
que fixou critério específico para a avaliação das ações, mandando fosse
observado o da "divisão do ativo líquido constante do último balanço pu-
blicado pelo número das ações em circulação".
Em decisão de 8 de julho de 1959, o Supremo Tribunal Federal rejeitou,
por voto de desempate, a argüição de inconstitucionalidade, tendo participado
do julgamento cinco Ministros do Tribunal Federal de Recursos, dos quais
quatro entenderam constitucional a lei, juntamente com dois dos Ministros
efetivos (acórdão no RE nQ 38.644, in RDA-57/262-286).
Embora mantido o critério da lei, ou seja, o do valor contábil líquido das
ações, perduraram dúvidas sobre a forma do cálculo, tendo o Supremo Tri-
bunal Federal, em nova decisão de 4 de setembro de 1973, admitido o exame
dos resultados finais para que, nas palavras do Ministro Aliomar Baleeiro,
o Tribunal mineiro "verifique se há justa indenização em face da realidade".
Pesou, nesse julgamento, a convicção de que, segundo a lei comercial da
época, o valor do ativo indicado nos balanços estava deformado pela adoção
do custo histórico dos bens, sem adequada correção monetária (acórdão
no citado RE nQ 38.644, RTI-67/382-406).
O segundo caso conhecido foi o da Companhia Paulista de Estrada de
Ferro, cujas ações, em sua quase totalidade, foram desapropriadas pelo então
Governador do Estado de São Paulo, Professor C. A. Carvalho Pinto, con-
forme Decreto nQ 38.548, de lQ de junho de 1961.
Em acórdão de 13 de novembro de 1968, o Supremo Tribunal Federal,
acompanhando o voto do Relator, Ministro Themístocles Cavalcanti, julgou
válida a via expropriatória, como forma extintiva da concessão do serviço
público ferroviário, ao invés do processo normal da encampação. Por essa
forma, podia o Estado alcançar, através do domínio da sociedade, todo o S\!U
patrimônio, e não somente o dos bens vinculados ao serviço (acórdão no RE
nQ 65.464 - RTI-47/688-697).
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Outro caso foi o da desapropriação de ações da Faculdade de Ciências
Médicas, decretada pelo Governo do então Estado da Guanabara, mediante
Decreto nQ 569, de 11 de setembro de 1961, visando permitir a incorporação
dos bens desse estabelecimento de ensino à então Universidade do Rio de
Janeiro, atual Universidade do Estado da Guanabara.· Pende, ainda, de
julgamento final da Justiça a determinação do valor das indenizações corres-
pondentes às ações expropriadas.
O Governo Federal, em data mais recente, desapropriou ações do Con-
sórcio Construtor Rio-Niterói S.A., com o qual havia contratado, após licita-
ção pública, a construção da Ponte Presidente Costa e Silva, ligando as duas
cidades (Decreto nQ 68.110, de 26 de janeiro de 1971). No mesmo decreto
ficou autorizada a transformação do consórcio em empresa pública. Reuni-
ram-se, assim, três efeitos distintos mediante simples ato executivo: a aqui-
sição compulsória das ações, a transformação da sociedade privada em em~
presa pública e a virtual extinção do contrato administrativo de construção
da ponte.
Finalmente, o último caso é o da desapropriação de ações e quotas das·
sociedades do Grupo Conceição, do Rio Grande do Sul, que acaba de ser
decretada pela União, para conjurar grave crise relacionada com a assistên-
cia hospitalar a segurados do INPS. Não conhecemos, ainda, os termos do
decreto, mas, segundo noticiário dos jornais, já foi requerida a imissão na·
posse das ações e quotas, o que facultará ao expropriante exercer todos
os direitos de gestão das sociedades, como fixado na Súmula do STF, T}Q
476 (especialmente, acórdão no RMS-9.644 - RDA - 76/211-216).1
O noticiário informa que foi feito depósito de Cr$ 47 milhões e 500 mil,
correspondente ao valor nominal dos títulos desapropriados. Não é conheci-.
do o valor líquido do patrimônio das sociedades, devendo ser calculada a.
indenização mediante levantamento do respectivo ativo e passivo.
Situa-se, desde logo, uma questão que provavelmente será suscitada na
ação. Podem os expropriados levantar, como admite a lei, 80% do depósito
inicial, diante da expectativa de um passivo vultoso?
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Em caso semelhante, na ação de desapropriação das ações do Consórcio
Rio-Niterói, o então Juiz Federal, e hoje Ministro do Tribunal Federal de
Recursos, Jorge Lafayette Pinto Guimarães, indeferiu a impugnação do
expropriante (DNER) que alegava a existência de dúvida quanto ao valor
definitivo da indenização, em face do vulto do passivo. Realçou o despacho
que o passivo é da sociedade, e não dos acionistas, e o Estado, optando pela
desapropriação das ações, e não dos bens do ativo imobilizado, não pode
transferir diretamente aos desapropriados a responsabilidade pelas dívidas
da sociedade (Diário Oficial, Parte m, 5.3.1971. p. 3130-1).
A tentativa frustra, a que nos referimos, foi a da desapropriação de ações
do Banco da Província do Rio Grande do Sul, decretada pelo Governo desse
estado, com o propósito de evitar que o controle acionário passasse, através
de venda da maioria das ações, a grupo financeiro paulista.
Como a medida importava na intervenção do Governo do Estado em área
de competência da União, foi imediatamente baixado o Decreto-lei nQ 856,
de 11 de setembro de 1969, vedando aos estados, Distrito Federal ou muni-
cípios, desapropriar ações, cotas ou direitos representativos do capital de
sociedade, cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal,
salvo mediante prévia autorização do Presidente da República. 2
2 Outro caso de desapropriação de ações, que por lapso deixou de ser referido foi
o da Companhia Eletromecânica CELMA, objeto do Decreto n9 57.683, de 28.1.i966.
As ações, pertencentes à Massa Falida da Panair do Brasil S. A. tiveram o seu
valor fixado em perícia judicial, aceita em sentença do Juízo da 'I' Vara Federal
do Estado da Guanabara, ora em grau de recurso, na Apelação Cível n9 32.470,
perante o TFR.
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pública, com serviços relevantes na assistência a excepcionais (acórdão no
RE n9 78.229). :e de notar que a desapropriação fora feita mediante ato
legislativo - Lei n9 3.162, de 19 de junho de 1957 - embora incidisse
sobre bem privado. A adoção de bem desapropriado tomou, certamente,
como paradigma o precedente da Fundação Getulio Vargas, que viria a me-
recer o beneplácito do Supremo Tribunal Federal (acórdão no RE nQ 52.113
- RDA - 77/238-244).
:e interessante mencionar que, decorridos seis meses, o Governo do Esta-
do da Guanabara, mediante decreto E n9 7.648, de 11 de dezembro de 1974,
tomou a declarar a utilidade pública do imóvel para desapropriação, tendo
como objetivo "a instalação de centro escolar dedicado exclusivamente à
educação de excepcionais".
Em outra decisão, da mesma época, o Supremo Tribunal Federal anulou
igualmente a desapropriação de imóveis tombados como do patrimônio histó-
rico nacional, porque, a seguir, haviam sido cedidos a uma instituição par-
ticular de ensino, para fins comerciais (acórdão no mandado de segurança
n9 19.901, sessão de 12.6.74.
:e oportuno observar que, no julgamento desse caso, o Supremo Tribunal
Federal também decidiu, como preliminar, a questão de que a ação direta
da desapropriação não exclui o cabimento do mandado de segurança, quando
reunidos os seus pressupostos.
Em parecer de 15 de dezembro de 1971, aprovado pelo Sr. Presidente da
República, o Sr. Consultor-Geral da República opinou contrariamente à
pretensão de instituição particular de ensino que pleiteava fosse desapropria-
da uma área, para lhe ser doada a fim de atender ao ensino de educação
física. Fundamentou-se, especialmente, o parecer no desvio de poder em que
importaria o atendimento do pedido (Diário Oficial, 8.6.1972. p. 5045-6).
Desapropriação e urbanismo
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Não se deve confundir a desapropriação que, sob pretexto de um fim
público, realmente atende a estrito interesse particular, dos casos em que a
revenda do bem é o meio de alcançar o fim público que inspira o ato ex-
propriatório.
N as medidas administrativas de urbanismo - que se inscrevem entre as
finalidades previstas na lei de desapropriações (Decreto-lei n Q 3.365, de
1941, art. 5Q, alíneas e e i) estão as que supõem a revenda de lotes, pre-
cisamente para permitir o zoneamento que se pretende realizar.
O Tribunal de Justiça de São Paulo proferiu, sobre a matéria, decisões
recentes, aceitando a revenda em áreas vizinhas às estações do Metrô, i.nte-
grantes do plano de renovação urbana nos bairros de Santana e Jabaquara
(acórdão de 24 de julho, 11 e 21 de setembro de 1973, nos mandatos de
segurança n.OS 220.706, 222.643 e 220.707, in R.T. 459/59-63, 461/55-64
e 464/69-72).
Um aspecto correlato ao que estamos expondo é o da superveniência de
um conflito de interesses entre os planos de urbanismo e as licenças defini-
tivas de construção, em alguns casos até mesmo já inscritas no Registro d~
Imóveis, com efeitos perante terceiros.
, A possibilidade, em tais casos, de revogação da licença validamente con-
cedida fere o princípio do direito adquirido. Mas a execução da obra, discre-
pante de novos requisitos de urbanismo, lesa o interesse coletivo.
A opinião tradicional tem procurado dirimir o conflito, aceitando a título
excepcional a revogação do ato, com a indenização por perdas e danos.
A solução, todavia, não me parece adequada porque, além de ferir os
princípios gerais sobre a revogabilidade dos atos administrativos, importa em
admitir que o administrador possa praticar conscientemente um ato ilícito,
desde que o Estado por ele civilmente responda. A hipótese deveria, a rigor,
conduzir à responsabilidade regressiva do autor do dano (Constituição, art.
107, parágrafo único).
Venho há muito sustentando o ponto de vista de que, dentro da sistemática
do direito administrativo brasileiro, a solução do conflito mais bem se encon-
trará na desapropriação do direito à construção licenciada.
Sem lesão à ordem jurídica, poderá a Administração alcançar, pela via
expropriatória, o fim colimado de desfazimento da autorização, com a van-
tagem, para o particular, do recebimento de indenização prévia e sujeita à
correção monetária, ao invés da via crucis das indenizações por ato ilícito.
Apraz-me destacar no mesmo sentido a valiosa opinião do Prof. Oswaldo
Aranha Bandeira de Melo (Princípios gerais de direito administrativo. 1969.
v. 1, p. 567-8).
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Matéria paralela, que merece referência especial, à da tese, já agora conso-
lidada na jurisprudência, de que a mais-valia da área remanescente, provo-
cada pela obra pública que deu causa a desapropriação, não mais pode ser
abatida do valor da indenização, não obstante o disposto no art. 27, in fine,
do Decreto-lei nQ 3.365/41.
Com a criação, para esse fim específico, da contribuição de melhoria, con-
forme norma constitucional, ficou derrogado o preceito da Lei de Desapro-
priações, segundo o julgamento dominante do Supremo Tribunal Federal
(acórdãos de 18.1.1954 e 31.8.73 in: RDA, 53/150, 151 e RTl 69/222,
225).
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Outras situações relevantes
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voluntários do comércio, e não à transferência coativa da propriedade (acór-
dãos nos RE n.os 74.664 e 75.372, RTJ, 63/838-40 e 68/168-9).
A indenização ao locatário pelo fundo de comércio atingido pela desa-
propriação é devida conforme jurisprudência antiga, recentemente confirmada
pelo Supremo Tribunal Federal (acórdãos de 25.10.1951 no RE 9.557, e de
27.2.73, no RE 74.142, in RDA, 35/221-3 e RTJ, 65/464-8), devendo
igualmente ser indenizado, quando cabível, o going value, ou seja, o valor
rentável do capital investido (acórdão de 21.9.1973, no RE 76.735, RTJ
67/299-301).
Conclusão
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