Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estado de guerra
Considera-se um estado de guerra sempre que se verifiquem as
seguintes situações:
a) Agressão efectiva por forças estrangeiras;
b) Iminência de agressão por forças estrangeiras
c) Declaração formal do estado de guerra.
d) Declaração de estado de sítio, se for o caso.
Continuação…
Estado de emergência (militar)
O estado de emergência é uma “espécie de pré-estado de
guerra, parcialmente coincidente com o estado de prevenção, e
que não sendo susceptível de precisão normativa, aponta
fundamentalmente para a ideia de uma situação de crise que
sendo já uma ameaça não constitui ainda perigo iminente (o que
justificaria a declaração do estado de guerra)”.
Inconstitucionalidade e ilegalidade
O termo legalidade pode-se usar para referir ao mérito ou
conformidade do poder com o Direito a que esse poder se
subordina. É o que pode resultar do artigo 3 da CRM onde se refere
que a República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado
no pluralismo de expressão, na organização politica democrática,
no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do
Homem”, para significar que a legalidade do Estado seria a
vinculação deste ao regime do Estado de direito democrático,
que implica, dentre outros, a submissão aos princípios democrático,
de legalidade (stricto sensu), etc.
Continuação…
Inconstitucionalidade e hierarquia
A Constituição prevalece sobre as normas que imediatamente a
seguem. Estas sobrepõem-se sobre as restantes normas
infraconstitucionais que entretanto não se subordinam
directamente à constituição. As normas sobre a produção jurídica
prevalecem sobre as normas de produção jurídica. Os actos
normativos sobrepõem-se aos actos concretos por si regidos. As leis
sobrepõem-se aos regulamentos. Os actos de função jurisdicional e
politica sobrepõem-se aos actos de função administrativa.
Continuação…
A hierarquia entre as normas em Moçambique pode se
estabelecer da seguinte forma: a Constituição ocupa uma posição
suprema sobre todas as restantes normas do ordenamento.
As normas de valor acrescentado sobrepõem-se às normas
ordinárias, estas sobrepõem-se aos decretos do conselho de
ministros. Os decretos do Conselho de Ministros prevalecem sobre
os diplomas ministeriais.
Continuação…
Diferentes tipos e juízos de inconstitucionalidade
A inconstitucionalidade resulta de um vício, mas ela própria não é
um vício. A inconstitucionalidade pode determinar uma invalidade,
mas não necessariamente. Os tipos de inconstitucionalidade ou
juízos de inconstitucionalidade a apontar são:
inconstitucionalidade por acção ou por omissão,
inconstitucionalidade total ou parcial, inconstitucionalidade
material ou formal, orgânica, inconstitucionalidade originária ou
superveniente, inconstitucionalidade presente ou pretérita,
inconstitucionalidade antecedente ou consequente.
Continuação…
- Inconstitucionalidade por acção ou positiva
- Inconstitucionalidade por omissão ou negativa
- Inconstitucionalidade total
- Inconstitucionalidade parcial:
- Inconstitucionalidade material:
- Inconstitucionalidade formal:
- Inconstitucionalidade orgânica
- Inconstitucionalidade orgânica
- Inconstitucionalidade superveniente:
- Inconstitucionalidade presente:
- Inconstitucionalidade pretérita:
- Inconstitucionalidade antecedente, ETC, ETC…..
11. UNIDADE – ESTRUTURAS
ORGANIZATORIAS E FUNCIONAIS
Noção de direito constitucional organizatório
Direito constitucional organizatório é o conjunto de princípios e
regras constitucionais que regulam a formação, as funções e
competências dos órgãos constitucionais e definem a forma e a
actividade desses órgãos.
O direito constitucional organizatório classifica-se em (i) direito
organizatório formal e materialmente constitucional e (ii) direito
organizatório materialmente constitucional.
Direito organizatório material e formalmente constitucional:
compreende as regras e princípios organizatórios expressamente
previstos na Constituição.
Continuação…
Competência
Podem se destacar as seguintes formas de revelação e classificação das
competências:
(i) competência legislativa, executiva, judicial,
(ii) competências constitucionais e competências legais,
(iii) competências exclusivas, competências concorrentes e
competências-quadro,
(iv) competências implícitas e competências explicitas,
(v) competências estaduais e competências comunitárias (para os Estados
que fazem parte da Comunidade Europeia).
Responsabilidade
O termo responsabilidade constitucional pode ser usado em vários
sentidos, designadamente: (i) para referir a responsabilidade civil
das entidades públicas, (ii) responsabilidade politico-criminal dos
titulares dos cargos políticos e (iii) responsabilidade politica.
O sentido que aqui interessa é o da responsabilidade
politicoconstitucional, que, sendo independente da existência de
culpa pessoal, dolo ou negligência, implica a responsabilidade
pelas disfunções verificadas nos serviços. exemplo, um ministro
pode responder politicamente pelas disfunções no serviço, mesmo
quando não haja lugar a responsabilidade criminal, civil ou
disciplinar.
Princípio da separação e forma de governo
Forma de governo
A forma de governo está muito relacionada com o principio de
separação e interdependência dos órgãos de soberania. Não
cabe aqui a caracterização das formas de governo sob ponto de
vista politico-ideologico184, mas apenas pretende-se visualizar que
a forma de governo influi na definição e concretização do
principio da separação e interdependência dos órgãos.
Órgãos constitucionais
O conceito de órgãos constitucionais, em sentido amplo, refere-se
a todos os órgãos mencionados na Constituição e engloba órgãos
de soberania e outros órgãos do Estado.
Continuação…
Posição jurídico-constitucional
O artigo 168 n°1 da CRM estabelece que “a Assembleia da
República é uma assembleia representativa de todos os cidadãos
moçambicanos”. 2. “o deputado representa todo o país e não
apenas o círculo pelo qual é eleito”, o que significa que este órgão
de soberania representa tanto aos cidadãos que participaram no
sufrágio quanto aos que não tomaram parte.
Continuação…
Actualmente a relação entre deputado-eleitor é feita
principalmente em termos triangulares, designadamente: partido
vs eleitores – partido vs deputados – deputado vs eleitores, uma
vez que o eleitorado não escolhe directamente os deputados, mas
os escolhe através da eleição do respectivo partido, isto é, a
eleição do deputado é feita por mediação partidária (cf. Artigo
170 da CRM), o que poderia ser conotado como um mandato
imperativo, no entanto, o mandato é sempre livre.
Continuação…
Função legislativa
É a função de fazer leis. É o órgão legiferande primário, porquanto
não exerce em exclusivo essa função, uma vez que o Conselho de
Ministros produz decretos-leis e decretos, os ministros produzem
diplomas ministeriais e as autarquias locais são dotadas de poder
regulamentar. Em determinadas matérias assiste-se uma reserva
legislativa absoluta, pois só a AR pode legislar, não podendo o
Governo legislar (por exemplo, as indicadas no n°2 do artigo 179
da CRM). Noutras matérias pode haver reserva legislativa relativa,
casos em que o Governo pode legislar (cf. n°3 do artigo 179 da
CRM).
Função de controlo
Função de fiscalização
Essa função, que é mais profunda que o mero controlo politico,
manifesta-se através do controlo dos estados de necessidade
constitucional, controlo dos actos do governo, controlo das contas
e orçamento do Estado, etc.
Continuação…
Função autorizante
A função de autorizar manifesta-se, entre outros exemplos, nas
seguintes alíneas do n°2 do artigo 179 da CRM: g), j), p),
nomeadamente, sancionando a declaração dos estados de
necessidade, deliberando o programa do Governo e autorizando
o governo a contrair empréstimos, respectivamente. Alguns autores
têm qualificado essa função da AR como sendo actos de
codecisão.
Função de representação
Traduz-se em a AR representar a todos os cidadãos
moçambicanos. Essa função tem se notado igualmente na
“parlamentarização”das funções que classicamente pertenciam
exclusivamente aos monarcas ou chefes de Estado,
nomeadamente, a necessidade de ratificação dos tratados
internacionais, o sancionamento do estado de sítio, etc.
Continuação…
O Governo
O termo governo comporta vários significados, designadamente,
(i) como complexo organizatório do Estado (conjunto de órgãos)
com competência de direcção politica (ex: forma de governo); (ii)
conjunto de todos os órgãos que desempenham tarefas e funções
não enquadráveis no poder legislativo e judicial (ex: poder
executivo); (iii) órgão constitucional de soberania com
competência para a condução da politica geral do país e
superintende na administração publica197 (cf. artigo 203 da
CRM). É este ultimo sentido que interessa.
Continuação…
O principio da colegiabilidade impõe a definição de linhas gerais
da politica pelo Conselho de Ministros e a obrigatoriedade deste
Conselho executar essa política.
Função legislativa
O Governo tem competência legislativa e regulamentar, traduzida
em produção de decretos-leis e decretos do Conselho de Ministros.
Os regulamentos podem ser executivos ou autónomos.
Cf. 210, 204 e 143 da CRM.
Funções administrativas
Nos termos do artigo 203 da CRM o Conselho de Ministros assegura
a administração do País. Entretanto, a destrinça entre a função
politica e administrativa não é linear.
O Conselho de Estado