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1. Introdução................................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.............................................................................................................................................1
1.1.2. Geral..............................................................................................................................................1
1.1.3. Específicos.....................................................................................................................................1
1.2. Metodologias usadas.........................................................................................................................1
CAPÍTULO II.............................................................................................................................................2
2. ESTADOS DE EXCEPÇÃO CONSTITUCIONAIS...............................................................................2
2.1. Incorporação constitucional do direito de necessidade.....................................................................2
2.2. História constitucional do direito de necessidade.................................................................................3
2.2.1. Processo de legitimação e legalização do direito de necessidade...................................................3
1. Riots acts, Montins, distúrbios e revoltas populares............................................................................3
2. Lei Marcial e perigo para a tranquilidade pública................................................................................4
3. Estado de paz, Estado de guerra e Estado de sítio................................................................................4
4. Estado de sítio militar e estado de sítio político...................................................................................4
5. Suspensão da Constituição...................................................................................................................5
6. Constitucionalização do direito de necessidade estadual.....................................................................6
2.3. Técnicas de jurisdição constitucional do direito de necessidade do Estado..........................................6
2.4. Estado de necessidade externo..............................................................................................................7
2.5. Estado de necessidade interno..............................................................................................................8
3. Estado de excepção constitucional Moçambicano...................................................................................9
3.1. A suspensão de direitos em estado de excepção...............................................................................9
4. Conclusão..............................................................................................................................................15
5. Referência bibliográfica.........................................................................................................................16
1. Introdução
1.1. Objectivos
1.1.2. Geral
Conhecer os Estados de excepção Constitucionais.
1.1.3. Específicos
Conceituar o estado de excepção constitucional;
Descrever o processo de legitimação e legalização do direito de necessidade;
Mencionar as técnicas de jurisdição constitucional do direito de necessidade do Estado;
Descrever o Estado de excepção constitucional Moçambicano.
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CAPÍTULO II
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ou governos, sem qualquer arrimo normativo-constitucional. A regulamentação constitucional é
já uma limitação: enumeratio ergo limitativo.
A essência é a vinculação dos poderes públicos à Constituição, não existindo qualquer outra
fonte legitimidade que não seja a própria Constituição, relativamente à fixação de competência e
à definição dos pressupostos objectivos dos estados de necessidade. O regime das situações de
excepções não significa suspensão da Constituição ou exclusão da Constituição (excepção de
Constituição), mas sim um regime extraordinário incorporado na Constituição e válido para
situações de anormalidade constitucional.
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Os momentos da evolução são:
1. Aplicação do estado de sítio a cidades abertas e não apenas a praças de guerra;
2. Declaração de estado de sítio que apontava para uma ficção jurídica, pois a declaração
transportava em si a ideia de legitimidade de um estado de sítio não baseado numa
situação fáctica, numa necessidade real (os pressupostos fácticos são substituídos pelo
acto formal de declaração do governo);
3. Regulamentação jurídica, positiva e negativa, dos estados sítio, exigindo-se, por outro
lado, que a declaração enumerasse os direitos individuais considerados suspensos, e,
exigindo-se, por outro lado, que se fixassem positivamente as competências das
autoridades militares nas situações de excepção.
O estado de sítio transforma-se, deste modo, em pressuposto de suspensão das liberdades, que
assim deixam de constituir obstáculos jurídico-constitucionais para as autoridades militares.
A configuração do estado sítio político começou a ganhar contornos com Restauração (a
expressão estado-de-sítio aparece pela primeira vez na carta Constitucional francesa de 1814),
mas a distinção entre estado de sítio militar e civil é discutida sobretudo a partir de 1829,
ganhando contornos mais ou menos definidos a partir de 1848.
5. Suspensão da Constituição
Através do recurso à suspensão do império da Constituição pretendia-se defender a segurança do
Estado. Considerar fora da Constituição uma praça, um município ou uma província, significava
articular a suspensão da Constituição da Constituição com o estado de sítio, com as
consequências inerentes a este último. Em termos jurídico-constitucionais, abre-se a
possibilidade de, através da lei ordinária ou de outro acto, suspender a vigência da Constituição
em todo ou parte do território e por tempo indeterminado.
Como a suspensão da Constituição implicava, ipso facto, a suspensão dos direitos individuais
que tem precedência na figura anglo-saxónica da suspensão de habeas corpus nela garantidos, a
série de implicações de implicações das excepções da Constituição, torna-se transparente: estado
de excepção (necessidade) - suspensão da Constituição - Suspensão das garantias individuais.
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6. Constitucionalização do direito de necessidade estadual
Em meados do século XIX, a questão do direito de necessidade estadual estava amadurecida para
se poderem fixar as premissas jurídico-constitucionais dos regimes de excepção:
a) A defesa do Estado e da segurança pública só é compatível com o Estado Constitucional,
se e na medida em ela esteja prevista na constituição e não remetida para o domínio extra
constitucional;
b) A suspensão da Constituição é uma contradito in adjectu, porque ela significa na pátria
um regime sem Constituição (mesmo limitado a parte do território);
c) A defesa do Estado não exige a suspensão da constituição, mas sem a de algumas
garantias individuais;
d) A constitucionalização do regime do regime de excepção não pressupõe uma
normativização constitucional pormenorizada desse regime, podendo a Constituição
remeter para a lei os casos de situação excepcional e as formas e medidas a adaptar em
tais circunstâncias.
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3. Constitucionalização do direito de necessidade: estabelecimento de regulamentação
jurídico-constitucional das situações de necessidade, dispondo-se no texto constitucional sobre as
competências, pressupostos, formais, limites e efeitos dos regimes de anormalidade. São
exemplos: a Constituição Portuguesa Constituição Sueca, Constituição Espanhola e a
Constituição Brasileira.
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actos livres ou desvinculados, são actos jurídico-constitucionalmente vinculados aos
pressupostos matérias (subjectivos e objectivos) enumerados na Constituição.
2. Estado de Emergência (militar): é uma espécie de pré-estádio, parcialmente coincidente com
o estado de prevenção, e que não sendo susceptível de precisão normativa, aponta para a ideia de
uma situação de crise que sendo já uma ameaça não constitui ainda perigo iminente (o que
justificaria a declaração do estado de guerra).
Os órgãos constitucionais competentes podem decidir, declarando o estado de sítio ou estado de
emergência conforme lhes afigure necessário à prossecução da defesa nacional. É evidente que o
princípio da proibição do excesso apontará para o recurso à declaração do estado de emergência
se este for suficiente para restabelecer a normalidade constitucional.
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constitucional democrática e os seus princípios estruturantes e deve ser de tal modo grave que
não é possível combatê-la a não ser através dos meios extraordinários do estado de sítio ou do
estado de emergência.
No seu texto, “As liberdades e garantias individuais só podem ser suspensas ou limitadas
temporariamente em virtude de declaração do estado de guerra, do estado de sítio ou estado de
emergência nos termos estabelecidos em constituição”2.
Gouveia (2015:664), afirma que “as fontes normativas da regulação do estado de excepção não
limitam, ao texto constitucional, realçando que as fontes internacionais como fontes legais;
Moçambique encontra-se vinculado aos sistemas de protecção dos direitos do homem da ONU
(Organização da Nações Unidas), e aplica os respectivos textos”.
Há que ponderar a gravidade dos pressupostos que justifiquem a opção por um dos estados de
excepção previstos. A menor gravidade dos pressupostos da declaração determina a opção pelo
estado de emergência, devendo, em todo o caso, respeitar-se o princípio da proporcionalidade e
limitar-se, nomeadamente, quanto à extensão dos meios utilizados e quanto à duração, ao
estritamente necessário ao ponto restabelecimento da mortalidade constitucional.
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Artigo 285º, número 01 da Constituição da República de Moçambique.
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A Assembleia da Republica tem um papel igualmente decisório na declaração do estado de
excepção, intervenção que juridicamente oscila entre o “ratificar” do texto CRM e o “sancionar”
como sua competência cujo texto afirma “sancionar a suspensão de garantias constitucionais e a
declaração do estado de sítio ou do estado de emergência”4.
A Dúvida relevante que se assinala relaciona-se com o facto de se saber qual a instância
parlamentar que deve intervir na fase da ratificação da declaração presencial do estado de
excepção. Embora o texto constitucional se faca referência apenas ao plenário da Assembleia da
Republica, até pela existência de que o mesmo deve resumir-se, se não estiver cm sessão, certo é
que, o mesmo texto da CRM alude à competência da Comissão Permanente da Assembleia da
Republica para “autorizar ou confirmar, sujeito a ratificação, a declaração do estado de sítio ou
do estado de emergência sempre que a Assembleia da Republica não esteja reunida”7.
A declara presidencial nunca produzira efeitos sozinha, com necessária intervenção parlamentar
nunca produzira efeitos sozinha, com necessária intervenção parlamentar, ora pela Comissão
Permanente, ora pelo plenário, ainda que a expressão do carácter “nulo” da declaração do estado
de excepção feita pelo chefe de Estado em caso de recusa parlamentar pareça equívoca: do que
se trata, verdadeiramente, não é de uma recusa de autorização, sem a qual que o acto nem se quer
se consumaria, mas de uma recusa de ratificação, pelo que não se pode aludir a uma eficácia
“anulatória” de um acto que somente provisoriamente produziu efeitos.
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Artigo 179o, número 02, alínea g) da Constituição da República de Moçambique.
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Artigo 285º, número 02 da Constituição da República de Moçambique.
6
Artigo 285º, número 03 da Constituição da República de Moçambique.
7
Artigo 195o, alínea d) da Constituição da República de Moçambique.
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No caso de o plenário intervir mais tarde, o teor da sua intervenção só pode revestir a natureza de
uma ratificação-confirmação, a qual implica a consolidação da declaração autorizada pela
Comissão Permanente, que possuía apenas uma eficácia provisória.
Se isso não aceder e a Assembleia da República recusar a ratificação, a declaração, desde que
devidamente autorizada, deixará de produzir os seus efeitos para o futuro, mantendo-se válidos
os efeitos anteriormente produzidos, pelo que neste caso o carácter nulo da declaração é ainda
mais equivoco porque, tendo sido inicialmente autorizada pela comissão Permanente, é uma
cessação de vigência para o futuro, e não propriamente de uma anulação de um efeito que se
tivesse produzido invalidamente.
Há ainda para a CRM direitos absolutos ou intangíveis, cuja suspensão se apresenta proibida: os
direitos à vida, à integridade pessoal, à capacidade civil e à cidadania, a não retroactividade da
lei penal, o direito de defesa dos arguidos e a liberdade de religião10.
Os efeitos de cariz organizatório são muito mais limitados se comparados com os efeitos
materiais. Obtém-se o reforço das competências administrativas das autoridades públicas,
apresentando-se prevalecente uma intervenção da função administrativa por parte do poder
público.
As competências constitucionalmente estabelecidas dos órgãos de soberania, a orientação geral
são a da respectiva intangibilidade: “A declaração do estado de sítio ou de emergência não pode
afectar a aplicação da Constituição quanto à competência, ao funcionamento dos órgãos de
soberania e quanto aos direitos imunidades dos respectivos titulares ou membros”11.
O estado de excepção tem, em certos casos, o efeito contrário de congelar o exercício de outras
competências constitucionais, as quais não podem ser exercidas enquanto se mantiver a
respectiva vigência: é o caso da proibição da revisão constitucional na pendência dos estão de
sítio ou de emergência12.
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Artigo 288º da Constituição da República de Moçambique.
10
Artigo 286º da Constituição da República de Moçambique.
11
Artigo 289º da Constituição da República de Moçambique.
12
Artigo 284º Constituição da República de Moçambique.
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d) O controlo de execução (de feição parlamentar e jurisdicional):
De acordo com CRM, “no termo do estado de sítio ou de emergência, o Presidente da República
faz uma comunicação à Assembleia da República com uma informação detalhada sobre as
medidas tomadas ao seu abrigo e a relação nominal dos cidadãos atingidos”13.
2. Controlo de natureza jurisdicional efectiva-se, pelo poder judicial, a quem compete verificar a
constitucionalidade dos actos de decretação e de execução do estado de excepção que tenham
natureza normativa, além da legalidade dos actos não normativos, bem como aplicação da
responsabilidade penal e civil que decorra da sua prática.
A esse propósito, a CRM tem uma importante disposição: “A cessação do estado de sítio ou
emergência faz cessar os efeitos, sem prejuízos da responsabilidade por actos ilícitos cometidos
pelos executores ou agentes”14.
4. Conclusão
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Artigo 290º, número 01 da Constituição da República de Moçambique.
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Artigo 290º, número 02 da Constituição da República de Moçambique.
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isso signifique uma afronta directa à supremacia dos direitos fundamentais. A justificativa legal
se baseia no facto de que o estado de excepção, por ser importante mecanismo constitucional
destinado a restabelecer a ordem interna, necessite temporariamente suspender determinados
direitos políticos, civis e sociais.
O grande risco em relação à utilização dessa medida é que dado o seu carácter antidemocrático,
sua natureza temporária pode se tornar permanente, abrindo margem para que uma ditadura
constitucional seja implantada. Para garantir a integridade da democracia em períodos de grande
alvoroço nacional, o papel da sociedade civil mostra-se estritamente necessário. Para lidar com
esta situação de modo efectivo, os governos necessitam da cooperação dos cidadãos, sendo, pois,
injustificada a supressão total dos direitos e garantias constitucionais.
5. Referência bibliográfica
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Canotilho, J. J. (2003). Direito Constitucional e Teoria da Constituição (7ed.). Lisboa:
Almedina.
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