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de reprodução, sem permissão expressa do editor.
ISBN 978-85-8033-384-8
VÓS que escutais com credulidade os sussurros da fantasia, e buscais com ardor os fantasmas da
esperança; que esperais que a idade realize as promessas da juventude, e que as deficiências do dia
de hoje sejam supridas pelo de amanhã, ouvis a história de Rasselas, Príncipe da Abissínia.
***
Samuel Johnson (1709-1784) era, com Alexander Pope, a mais notável
figura literária inglesa do século XVIII. Nascido de um vendedor de livros de
província malsucedido e de uma mãe sem pretensões intelectuais, ele se
elevou até ser o soberano indisputável das letras de seu tempo,
frequentemente chamado Grande Cham [Khan] da Literatura. Na época em
que escreveu Rasselas, já havia publicado seu grande dicionário da língua
inglesa, com 100 mil citações de livros em inglês para estabelecer os usos
das palavras, e escrito os mais de 300 ensaios semanais em The Idler e em
The Rambler, que contêm um inexaurível fundo de reflexão sobre a
psicologia e a condição humana, assim como seu grande poema: A Vaidade
dos Desejos Humanos. Mas Johnson, um cristão firme, ainda que
atormentado por dúvidas e escrúpulos sobre a própria falta de observância
regular, sempre considerou a preguiça um de seus maiores vícios; ele gastou
uma parte imensa de sua vida em tabernas, onde o brilhantismo de sua
conversação, segundo se dizia, excedia aquele de seus escritos. Ele foi o
sujeito da mais famosa biografia em língua inglesa, A Vida de Samuel
Johnson, de seu acólito, James Boswell, que termina com essas palavras:
Tal foi Samuel Johnson, um homem cujos talentos, conquistas e virtudes eram tão extraordinários
que, quanto mais o seu caráter for considerado, mais ele será visto pela época presente, e pela
posteridade, com admiração e reverência.
Os homens estão dispostos a dar crédito àquilo que querem, e a encorajar antes aqueles que os
gratificam com prazer do que aqueles que os instruem com fidelidade.
Nenhum homem considera quanta alteração o tempo provocou nele mesmo, e poucos indagam
qual efeito ela revela nos outros. A operação do tempo em nós frequentemente se torna óbvia
somente na imagem especular de alguém a quem não encontramos há muitos anos.
— THEODORE DALRYMPLE
Sumário
Capa
Folha de rosto
Créditos
Prefácio
I. A Descrição de um Palácio num Vale
II. O Descontentamento de Rasselas no Vale Feliz
III. Os Anseios Daquele que Não Anseia Nada
IV. O Príncipe Continua a Sofrer e Devanear
V. O Príncipe Medita Sua Fuga
VI. Uma Dissertação sobre a Arte de Voar
VII. O Príncipe Encontra um Homem Instruído
VIII. A História de Imlac
IX. A História de Imlac (continuação)
X. A História de Imlac (continuação) – Uma Dissertação sobre a Poesia
XI. A Narrativa de Imlac (continuação) – Uma Sugestão de Peregrinação
XII. A História de Imlac (continuação)
XIII. Rasselas Descobre os Meios de Escapar
XIV. Rasselas e Imlac Recebem uma Visita Inesperada
XV. O Príncipe e a Princesa Deixam o Vale, e Veem Muitas Maravilhas
XVI. Eles Entram no Cairo e Veem Todo Homem Feliz
XVII. O Príncipe se Associa a Jovens Espirituosos e Prazenteiros
XVIII. O Príncipe Encontra um Homem Sábio e Feliz
XIX. Um Relance na Vida Pastoral
XX. O Perigo da Prosperidade
XXI. A Felicidade da Solidão – A História do Eremita
XXII. A Felicidade de uma Vida Levada de Acordo com a Natureza
XXIII. O Príncipe e Sua Irmã Dividem entre Eles o Trabalho de
Observação
XXIV. O Príncipe Examina a Felicidade das Altas Posições
XXV. A Princesa Prossegue Sua Indagação com Mais Diligência que
Sucesso
XXVI. A Princesa Continua Suas Observações sobre a Vida Privada
XXVII. A Disquisição sobre a Grandeza
XXVIII. Rasselas e Nekayah Continuam Sua Conversação
XXIX. O Debate sobre o Matrimônio (continuação)
XXX. Imlac Entra e Muda a Conversação
XXXI. Eles Visitam as Pirâmides
XXXII. Eles Entram na Pirâmide
XXXIII. A Princesa se Depara com um Inesperado Infortúnio
XXXIV. Eles Retornam ao Cairo sem Pekuah
XXXV. A Princesa Elanguesce pela Falta de Pekuah
XXXVI. Pekuah Ainda é Lembrada. O Progresso da Dor
XXXVII. A Princesa Ouve Notícias de Pekuah
XXXVIII. As Aventuras da senhora Pekuah
XXXIX. As Aventuras de Pekuah (continuação)
XL. A História de um Homem de Erudição
XLI. O Astrônomo Desvela a Causa de Sua Inquietação
XLII. A Opinião do Astrônomo é Explicada e Justificada
XLIII. O Astrônomo Deixa a Imlac Suas Instruções
XLIV. A Perigosa Prevalência da Imaginação
XLV. Eles Conversam com um Ancião
XLVI. A Princesa e Pekuah Visitam o Astrônomo
XLVII. O Príncipe Entra e Traz um Novo Tópico
XLVIII. Imlac Discorre sobre a Natureza da Alma
XLIX. A Conclusão, na Qual Nada é Concluído
English version
Foreword
I. Description of a Palace in a Valley
II. The Discontent of Rasselas in the Happy Valley
III. The Wants of Him that Wants Nothing
IV. The Prince Continues to Grieve and Muse
V. The Prince Meditates His Escape
VI. A Dissertation on the Art of Flying
VII. The Prince Finds a Man of Learning
VIII. The History of Imlac
IX. The History of Imlac (continued)
X. Imlac’s History (continued) – A Dissertation upon Poetry
XI. Imlac’s Narrative (continued) – A Hint of Pilgrimage
XII. The Story of Imlac (continued)
XIII. Rasselas Discovers the Means of Scape
XIV. Rasselas and Imlac Receive an Unexpected Visit
XV. The Prince and Princess Leave the Valley, and See Many Wonders
XVI. They enter Cairo, and Find Every Man Happy
XVII. The Prince Associates with Young Men of Spirit and Gaiety
XVIII. The Prince Finds a Wise and Happy Man
XIX. A Glimpse in the Pastoral Life
XX. The Danger of Prosperity
XXI. The Happiness of Solitude – A História do Eremita
XXII. The Happiness of a Life Led According to Nature
XXIII. The Prince and His Sister Divide between Them the Work of
Observation
XXIV. The Prince Examines the Happiness of High Stations
XXV. The Princess Pursues Her Inquiry with More Diligence than Success
XXVI. The Princess Continues Her Remarks upon Private Life
XXVII. Disquisition upon Greatness
XXVIII. Rasselas and Nekayah Continue Their Conversation
XXIX. The Debate on Marriage (continued)
XXX. Imlac enters, and Change the Conversation
XXXI. They Visit the Pyramids
XXXII. They Enter the Pyramid
XXXIII. The Princess Meets with an Unexpected Misfortune
XXXIV. They Return to Caito without Pekuah
XXXV. The Princess Languishes for Want of Pekuah
XXXVI. The Princess Languishes for Want of Pekuah
XXXVII. The Princess Hears News of Pekuah
XXXVIII. The Adventures of Lady Pekuah
XXXIX. The Adventures of Pekuah (continued)
XL. The History of a Man of Learning
XLI. The Astronomer Discovers the Cause of His Uneasiness
XLII. The Opinion of The Astronomer is Explained and Justified
XLIII. The Astronomer Leaves Imlac His Directions
XLIV. The Dangerous Prevalence of Imagination
XLV. They Discourse with an Old Man
XLVI. The Princess and Pekuah Visit the Atronomer
XLVII. The Prince enters, and Brings a New Topic
XLVIII. Imlac Discourses on the Nature of the Soul
XLIX. The Conclusion, in Which Nothing is Concluded
Mídias Sociais
I
A História de Imlac
O fim do dia é, nas regiões de zona tórrida, o único momento de diversão e
entretenimento. Então chegou a meia-noite antes que a música tivesse
cessado e a princesa se retirado. Rasselas chamou por seu companheiro, e
requisitou que começasse a história de sua vida.
— Senhor — disse Imlac —, minha história não será longa: a vida que é
devotada ao conhecimento se vai silenciosamente, e é muito pouco
diversificada por eventos. Pensar em público, pensar em solidão, ler e ouvir,
indagar e responder inquirições caracterizam o negócio de um estudioso.
Ele vaga pelo mundo sem pompa ou terror, e não é conhecido ou valorizado
salvo por homens como ele mesmo.
— Eu nasci no reino de Goiama, a uma distância não muito grande da
fonte do Nilo. Meu pai foi um rico mercador, que trafegou entre os países
do interior da África e os portos do Mar Vermelho. Ele era honesto, frugal e
diligente, mas com sentimentos medianos e estreita compreensão; desejava
somente ser rico e ocultar suas riquezas, a fim de não ser molestado pelos
governadores da província.
— Certamente — disse o Príncipe — meu pai deve ser negligente de seus
encargos se algum homem em seus domínios ousa tomar aquilo que
pertence a outro. Ele não sabe que os reis devem responder pela injustiça
permitida tanto quanto pela realizada? Se eu fosse Imperador, nem o mais
desprezível dos meus súditos seria oprimido com impunidade. Meu sangue
ferve quando me dizem que um mercador não goza seus ganhos honestos
por medo de perdê-los pela rapacidade do poder. Diga o nome do
governador que roubou o povo para que eu declare seus crimes ao
Imperador!
— Senhor — disse Imlac —, seu ardor é o efeito natural da virtude
animada pela juventude. Virá o tempo em que você absolverá seu pai, e
talvez ouça com menos impaciência sobre o governador. A opressão não é
nos domínios abissínios, nem frequente, nem tolerada; mas nenhuma forma
de governo foi até hoje descoberta pela qual a crueldade pôde ser
totalmente prevenida. A subordinação supõe o poder de uma parte e a
sujeição de outra; e, se o poder estiver nas mãos dos homens, sofrerá
algumas vezes abuso. A vigilância do supremo magistrado pode fazer
muito, mas muito restará ainda por fazer. Ele jamais poderá conhecer todos
os crimes que são cometidos, e dificilmente pode punir todos os que
conhece.
— Isso — disse o Príncipe — eu não compreendo; mas eu antes ouço do
que discuto. Continue sua narração.
— Originalmente — prosseguiu Imlac —, meu pai pretendia que eu não
tivesse outra educação senão a suficiente para me qualificar para o
comércio. E, descobrindo em mim grande poder de memória e agilidade de
apreensão, declarou sua esperança de que eu viesse a ser em algum tempo o
homem mais rico da Abissínia.
— Por que — disse o Príncipe — seu pai desejava o crescimento de sua
riqueza quando era já maior do que ele ousava revelar ou gozar? Não
pretendo duvidar de sua veracidade, contudo inconsistências não podem ser
verdadeiras.
— Inconsistências — disse Imlac — não podem ambas ser corretas; mas,
imputadas ao homem, pode ser que ambas sejam verdadeiras. Contudo, a
diversidade não é inconsistência. Meu pai talvez esperasse um tempo de
maior segurança. No entanto, algum desejo é necessário para manter a vida
em movimento; e aquele que tem seus anseios reais satisfeitos deve admitir
os da fantasia.
— Isso — disse o Príncipe — eu posso em certa medida conceber. Eu me
arrependo por ter interrompido você.
— Com esta esperança — prosseguiu Imlac —, ele me enviou à escola.
Porém, uma vez que encontrei a delícia do conhecimento, e senti o prazer
da inteligência e o orgulho da invenção, eu comecei silenciosamente a
desprezar as riquezas, e me determinei a desapontar os propósitos de meu
pai, cuja concepção grosseira me causou piedade. Eu tinha 20 anos antes
que sua ternura viesse a me expor à fadiga das viagens; tempo no qual fui
instruído, por sucessivos mestres, em toda a literatura de minha terra nativa.
Como cada hora ensinava-me algo novo, eu vivi em um contínuo curso de
gratificação; mas, à medida que avancei rumo à maturidade, eu perdi muito
da reverência com a qual estava acostumado a olhar meus instrutores,
porque, quando as lições terminavam, eu não os via mais sábios ou
melhores do que o homem comum.
— Com o tempo, meu pai resolveu me iniciar no comércio; e, abrindo um
de seus tesouros subterrâneos, contou dez peças de ouro. Disse ele: “Isto,
rapaz, é o estoque com o qual você deve negociar. Eu comecei com menos
do que uma quinta parte, e você pode ver como a diligência e a parcimônia
a incrementaram. Isto é seu, para gastar ou aprimorar. Se o dissipar por
negligência ou capricho, você deve esperar pela minha morte antes de ser
rico; se, em quatro anos, você dobrar seu estoque, nós dali em diante
encerraremos a subordinação, e viveremos juntos como amigos e parceiros,
pois será sempre igual a mim aquele que é igualmente hábil na arte de
enriquecer”.
— Nós dispusemos nosso dinheiro sobre camelos, escondido em fardos
de mercadorias baratas, e viajamos à costa do Mar Vermelho. Quando eu
lancei meus olhos sobre a expansão das águas, meu coração bateu como o
de um prisioneiro escapulido. Eu senti uma inextinguível curiosidade
acendendo-se em minha mente, e resolvi apanhar a oportunidade para ver
os costumes das outras nações e aprender as ciências desconhecidas na
Abissínia.
— Eu me lembrei de que meu pai me obrigara ao aprimoramento de meu
estoque, não por uma promessa que eu não deveria violar, mas por uma
penalidade, na qual eu estava livre para incorrer. Assim determinei-me a
gratificar meu desejo predominante, e, bebendo na fonte do conhecimento,
saciar a sede da curiosidade.
— Como eu deveria supostamente negociar sem conexão com meu pai,
era fácil conviver com o capitão do navio, e buscar uma passagem para
outro país. Eu não tinha motivações para regular minha viagem. Era
suficiente para mim que, por onde quer que vagasse, eu viesse a ver uma
terra que jamais vira antes. Eu entrei então num navio a caminho de Surat,
deixando uma carta para meu pai declarando minha intenção.
IX
O Perigo da Prosperidade
No dia seguinte, eles continuaram sua jornada até que o calor os
compelisse a olhar em volta por um abrigo. A uma pequena distância, eles
viram um bosque espesso, e, tão logo o adentraram, perceberam que
estavam se aproximando de habitações de homens. Os arbustos estavam
diligentemente cortados para abrir caminho onde as sombras eram mais
escuras; os galhos das árvores opostas eram artificialmente entrelaçados;
assentos de relva florida erguiam-se em espaços vazios; e um regato que
serpenteava ao longo da lateral de um caminho sinuoso tinha suas beiras
por vezes abertas em pequenas enseadas, e seu veio por vezes obstruído por
montículos de pedra ajuntados para aumentar seus murmúrios.
Eles passaram lentamente pelo bosque, deliciados com acomodações tão
inesperadas, e se entretiveram um ao outro conjeturando o que ou quem
poderia, naquelas regiões rudes e não frequentadas, ter o tempo e a arte para
tal luxúria inofensiva.
À medida que avançaram, ouviram o som de música, e viram jovens e
virgens dançando no arvoredo; mais além, deram com um palácio
majestoso construído sobre uma colina cercada por bosques. As leis da
hospitalidade oriental permitiram que eles entrassem, e o senhor os recebeu
como um homem liberal e abastado.
Ele era habilidoso o suficiente nas aparências para logo discernir que não
eram hóspedes comuns, e desfraldou sua mesa com magnificência. A
eloquência de Imlac chamou sua atenção, e a elevada cortesia da Princesa
excitou seu respeito.
Quando deram sinal de partir, ele rogou que ficassem, e estava no dia
seguinte menos disposto a dispensá-los do que no anterior. Eles foram
facilmente persuadidos a parar, e a civilidade cresceu com o tempo
transformando-se em liberdade e confiança.
O Príncipe viu todos os domésticos joviais e toda a face da natureza
sorrindo ao redor do lugar, e não podia evitar esperar encontrar o que estava
buscando. Todavia, no momento em que estava congratulando o senhor por
suas posses, este respondeu com um suspiro:
— Minha condição tem de fato a aparência de felicidade, mas aparências
iludem. Minha prosperidade põe minha vida em perigo; o Paxá do Egito é
meu inimigo, inebriado somente por minha riqueza e popularidade. Eu fui
até agora protegido contra ele pela princesa do país; mas, como o favor dos
grandes é incerto, eu não sei até quando meus defensores serão persuadidos
a compartilhar os lucros com o Paxá. Eu enviei meus tesouros para um país
distante, e, ao primeiro alarme, estou preparado para segui-los. Então, meus
inimigos virão saquear a mansão, e desfrutar os jardins que eu plantei.
Todos se uniram lamentando seu perigo e deprecando seu exílio; e a
Princesa ficou tão perturbada com o tumulto de pena e indignação, que se
retirou para seu aposento. Eles continuaram com o gentil anfitrião mais
alguns dias, e então partiram para encontrar o eremita.
XXI
YE who listen with credulity to the whispers of fancy, and pursue with eagerness the phantoms of
hope; who expect that age will perform the promises of youth, and that the deficiencies of the
present day will be supplied by the morrow, attend to the history of Rasselas, Prince of Abissinia.
While Johnson did not deny the value of technical progress – he was, for
example, very interested in medical research and strongly believed that
medicine could and would relieve much suffering – he did not suppose that,
by itself, such technical progress would or could answer Man’s existential
anxieties. Indeed, the question he addressed in it becomes only the more
urgent as prosperity and leisure increase. There is thus no more anti-
utopian book than Rasselas: if only Lenin, Hitler and Osama Bin Laden had
read it and absorbed its teaching!
***
Samuel Johnson (1709–1784) was, with Alexander Pope, the most
remarkable English literary figure of the Eighteenth Century. Born to an
unsuccessful provincial bookseller and mother of no intellectual
pretensions, he rose to be the undisputed ruler of English letters of his time,
often called the Great Cham [Khan] of Literature. By the time he wrote
Rasselas, he had already published his great dictionary of the English
language, with 100,000 quotation from books in English to establish the
usages of words, and the more than 300 weekly essays that he wrote in The
Idler and The Rambler, essays which contain an inexhaustible fund of
reflection on psychology and the human condition, as well as his great
poem The Vanity of Human Wishes. But Johnson, a firm Christian, if one
tormented by doubt and scruples about his own lack of regular observance,
always considered sloth to be one of his great vices; he spent an immense
part of his time in taverns, where the brilliance of his conversation was said
to exceed that of his writings. He was the subject of the most famous
biography in the English language, The Life of Samuel Johnson, by his
acolyte, James Boswell, which ends with the words:
Such was Samuel Johnson, a man whose talents, acquirements, and virtues were so extraordinary,
that the more his character is considered, the more he will be regarded by the present age, and by
posterity, with admiration and reverence.
Johnson knew this because he dissected his own mind with complete
honesty, and produced a body of work more valuable to psychologists than
the work of all psychological schools put together.
Here, for example, is his essay in Idler for 23 September, 1758, which I
have taken at random, whose subject is the Uncertainty of Friendship.
Remarking on how difficult it is to renew friendship after a break of several
years, he says:
No man considers how much alteration time has made in himself, and very few inquire what effect
it has had on others. The operation of time on oneself often becomes obvious only in the mirror
image of someone whom one has not met for a number of years.
Johnson wrote Rasselas in a single week to pay for the medical treatment,
and then the funeral, of his aged mother. It is a measure of his genius that
what he wrote in so short a time, in so utilitarian a fashion, remains one of
the greatest philosophical fables ever written. Its message may at first sight
seem uncongenial (but is all the more important for being so, for we prefer
those who give us pleasure to those who instruct us with fidelity), because it
strikes at the very heart of the facile optimism that equates technical
progress with increased happiness. But strangely enough, the fact that
dissatisfaction is our inescapable fate is condolatory rather than
desolating, and assists us in putting our woes into perspective. It is our
permanent search for something beyond what we have that makes Mankind,
in Pope’s words:
— THEODORE DALRYMPLE
I
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Homens da Tarde
Santos, Mario Ferreira dos
9788580333855
194 páginas
Surpreende que um livro escrito há tanto tempo tenha tanto que nos dizer
ainda hoje. A surpresa se desfaz, no entanto, quando nos damos conta de
que As Moradas do Castelo Interior é um convite à vida interior e à
comunhão com Deus, bem como um longo encorajamento diante das
dificuldades encontradas neste caminho. Este verdadeiro clássico da
espiritualidade cristã e da literatura espanhola vem a público próximo das
comemorações dos 500 anos do nascimento de Santa Teresa.